FACULDADE PRESBITERIANA MACKENZIE RIO GABRIEL DE ALMEIDA ARRUDA TEORIA MODERNA DO PORTFÓLIO: UMA ANÁLISE AO MERCADO BRASILEIRO RIO DE JANEIRO 2019 GABRIEL DE ALMEIDA ARRUDA TEORIA MODERNA DO PORTFÓLIO: UMA ANÁLISE AO MERCADO BRASILEIRO Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Márcio Pereira Duarte Nunes RIO DE JANEIRO 2019 TEORIA MODERNA DO PORTFÓLIO: UMA ANALISE AO MERCADO BRASILEIRO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Márcio Pereira Duarte Nunes. Aprovado em ____/____/____ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof. Márcio Pereira Duarte Nunes – Orientador _________________________________________________ _________________________________________________ RESUMO A alocação de carteira em ativos financeiros expõe o patrimônio do investidor ao risco, sendo necessário entender a melhor forma de alocar seu portfolio seja através de experiências ou uso de modelos. As crises no mercado de ações mostra aos investidores que o risco e incerteza deve estar presentes ao fazer uma análise de portfólio. Assim surge o problema da pesquisa: Como compor um portfólio para cada nível de aversão ao risco do investidor, seja minimizando o risco ou encontrando a carteira que maximiza a utilidade. O trabalho busca responder a dois objetivos, Como montar uma carteira ótima para diferentes níveis de aversão ao risco e apresentar aplicações de metodologias para os investidores que estão expostos ao risco no mercado de ações brasileiro. Palavras-chave: Markowitz, CAPM, Sharpe, Portfólio ABSTRACT Portfolio allocation in financial assets exposes an investor's equity to risk, and it is necessary to understand the best way to allocate his portfolio either through experience or using models. Stock market crises show investors that risk and uncertainty must be present when conducting a portfolio analysis. Thus arises the research problem: How to compose a portfolio for each investor risk aversion level, either by minimizing risk or by finding the portfolio that maximizes utility. The paper seeks to meet two objectives: How to build an optimal portfolio for different levels of risk aversion and to present methodological applications to investors who are exposed to risk in the Brazilian stock market. Keywords: Markowitz, CAPM, Sharpe, portfolio LISTA DE FIGURAS Figura 1: Correlação ________________________________________________________ 16 Figura 2 Fronteira Eficiente __________________________________________________ 17 Figura 3: Fronteira Eficiente com Carteira de Tangencia ____________________________ 19 Figura 4: Menores correlações ________________________________________________ 24 Figura 5: Portifólios Simulados ________________________________________________ 27 Figura 6: Portfólios com Índice de Sharpe _______________________________________ 28 Figura 7: Composição da Carteira de Variância Mínima ____________________________ 32 Figura 8: Composição da Carteira de Tangencia___________________________________ 32 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Ações listadas na IBOVESPA __________________________________ 22 Quadro 2: Retorno das ações ___________________________________________ 23 Quadro 3: Ações escolhidas ____________________________________________ 24 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Matriz de Covariância _________________________________________ 25 Tabela 2: Matriz de Correlação _________________________________________ 25 Tabela 3:Resultado da Carteira de Variância Mínima ________________________ 30 Tabela 4: Resultado da Carteira de Tangencia ______________________________ 31 SUMÁRIO INTRODUÇÃO_____________________________________________________ 10 REVISÃO DE LITERATURA ___________________________________ 12 1. 1.1. HIPÓTESE DOS MERCADOS EFICIENTES ________________________________________ 12 1.2. RISCO ____________________________________________________________________ 13 1.3. CARTEIRA DE MARKOWITZ __________________________________________________ 14 1.3.2 O MODELO______________________________________________________________ 14 1.3.3 FRONTEIRA DE EFICIÊNCIA ________________________________________________ 16 1.4 CAPITAL ASSET PRICING MODEL (CAPM) ______________________________________ 17 2. METODOLOGIA______________________________________________ 21 3. OTIMIZAÇÃO DO PORTIFÓLIO _______________________________ 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS __________________________________________ 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 34 INTRODUÇÃO Com a explosão do mercado interno dos EUA, no fim do Sec. XIX, fundamental para a criação das principais redes ferroviárias que alavancariam a siderurgia norte-americana, bem como seu mercado de capitais. Fomentando a demanda por recursos financeiros os gigantes conglomerados industriais fizeram com que o desenvolvimento das finanças corporativas deixasse de ser algo abstrato para se tornar uma necessidade concreta do “modern capitalism”, conforme Teixeira (1999). Já no início do Sec. XX, com o mercado bastante desenvolvido, enfrentando problemas de escassez de recursos e flutuação nos preços, a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a o valor das empresas, orçamento e liquidez se fez presente. A década de 1950, foi um período revolucionário para as pesquisas na área de finanças, ganhando notório espaço dentro da academia. A “moderna teoria das finanças” tem como base a teoria econômica neoclássica, assentada na hipótese dos mercados eficientes. Diversos estudos na área foram desenvolvidos por pesquisadores como Markowitz, Fama, Tobin, Hicks, Sharpe, Black, Scholes e tantos outros. Mas foi Markowitz (1952) que deu início à modernização da teoria ao propor uma solução do problema de otimização através de variáveis outrora dadas como incertezas, dando origem a teoria de seleção de carteiras. Markowitz buscou desenvolver um método de otimização de uma carteira levando em consideração o fator risco e expondo o trade-off entre risco e retorno. Sua teoria elabora um método de otimização e escolha de portfólios que maximiza a utilidade esperada do investidor, dado o seu nível de aversão ao risco por meio de um processo de diversificação. De acordo com a teoria, os investidores podem determinar todas as carteiras “ótimas” no sentido de risco e retorno e formar uma fronteira eficiente. Esta fronteira pode ser descrita como uma região em que se concentra as carteiras que apresentam o menor risco, para um certo retorno esperado. O modelo de Markowitz apresentava uma certa limitação ao calcular apenas o risco específico das ações, baseado nesta teoria em 1964 Willian F. Sharpe propôs o Capital Pricing Asset Model (CAPM), com a ideia de que um portfólio apresenta não só o risco específico dos ativos, mas também o risco do mercado. 10 É possível combinar os dois modelos construindo uma fronteira eficiente identificando o retorno esperado de um portfólio precificado a partir da relação entre o ativo livre de risco e o risco de mercado, sendo obtido pela maximização do índice de Sharpe, que mostra o ponto máximo da relação risco-retorno, descontado o ativo livre de risco. Mesmo com a presença da incerteza do futuro sendo um fator bastante relevante na decisão de alocação de recursos do investidor, a sofisticação da teoria permitiu a possibilidade de quantificar e analisar o risco idiossincrático e sistêmico. Nesse sentido, a aplicação do conceito da carteira de variância mínima, apresentada por Markowitz, auxiliou a desmistificar o risco para o pequeno investidor, apresentando novos mecanismos utilizados para proteger investimentos de fortes oscilações, bem como apresentando os benefícios de um investimento de longo prazo. Este é o ponto de partida do presente trabalho, que tem como objetivo apresentar um estudo prático sobre a teoria da carteira de Markowitz aplicado ao mercado brasileiro. Com isso também será analisada outras teorias que agregaram valor a teoria de finanças. Para tal, será utilizado dados da B3, com ações listadas no índice Bovespa (IBOV), a partir dos quais se procederá a uma análise de resultados no recorte sugerido. Assim, além dessa Introdução, no primeiro capítulo, será feita a fundamentação teórica, onde será explicada a evolução dos trabalhos/estudos que formam o corpo teórico da teoria dos portfólios tradicionais, como o conceito dos mercados eficientes, do risco, da carteira de Markowitz e sua fronteira de eficiência e o modelo de precificação de ativos, introduzida por William F. Sharpe. Nele, serão ainda apresentados estudos que testaram empiricamente tais teorias e as conclusões relevantes. No segundo capítulo, serão discutidos os dados e a metodologia que será utilizada, bem como as definições das premissas e critérios. Nele será apresentado ao Python, uma ferramenta que será utilizada para a geração e tratamento dos dados, bem como para calcular os complexos relações existentes entre variáveis, tal como reza a teoria. No terceiro capítulo, serão apresentados os resultados alcançados, bem como a análise deles decorrente. Por fim, serão feitas as considerações finais e as referências bibliográficas utilizadas. 11 1. REVISÃO DE LITERATURA 1.1. Hipótese dos Mercados Eficientes Com o avanço da complexidade do capitalismo, foi necessário a criação de alternativas para a diminuição das incertezas futuras geradas pelo crescimento do dinamismo capitalista, se mostrando necessária, principalmente em momentos de tomadas de decisões de investimento, de modo a não se desperdiçar o capital investido em projetos improdutivos (Luiz Antônio de Oliveira Lima, 2003). Para Eugene Fama (1970), criador da Hipótese dos Mercados Eficientes (HME), a responsabilidade de alocar de forma eficiente o capital investido, fica por conta do mercado acionário, sendo ele o centralizador das informações. Na HME, apresentada por Fama os investidores tomam decisões racionais e possuem algumas condições: (1) Não haver custo de transações no mercado de título; (2) As informações devem ser disseminadas igualmente entre todos os participantes; (3) Todos os participantes desenvolvem interpretações similares de tais informações. (Luiz Antônio de Oliveira Lima, 2003). Eugene Fama, salientou que na HME existe três tipos de eficiência: a fraca, a semiforte e a forte. A HME em sua forma fraca, estabelece que a tendência dos preços passados reflete toda a informação disponível publicamente e não permite a antecipação dos preços futuros. Em sua forma semiforte, os preços refletem todas as informações disponíveis ao público e que os preços se ajustam quase que imediatamente às novas informações significativas, como os lucros das empresas, distribuição de dividendos etc. E a forma forte, implica em dizer que não existe um grupo de investidores, que consegue se aproveitar das informações privilegiadas, pois já está contida nos preços até mesmo este tipo de informação. (Luiz Antônio de Oliveira Lima, 2003) A partir desta hipótese, pode se dizer que o preço de um título, corresponde ao seu preço teórico ou “preço correto”, assim, estabelecendo que o que determina o preço de um ativo é o seu risco, como foi apresentado com Sharpe com a formulação do CAPM (W. Sharpe,1964). Assim, podemos dizer que em um mercado eficiente o preço dos títulos reflete todas as informações disponíveis sobre ele, assim, o preço irá se alterar apenas com novas informações, 12 com isso, os teóricos dos mercados eficientes afirmam que a tendência de preços de curto prazo segue um modelo de passeio aleatório, desse modo, não permitindo ter no longo prazo, ter um retorno maior que o mercado, sendo impossível superar a performance do mercado. 1.2. Risco O risco pode ser definido de muitas formas, dependendo do contexto e da área na qual está sendo observado. O risco pode ter dupla dimensão, como incerteza e indesejabilidade que possa ser associada a um dado resultado de um acontecimento. Neste trabalho, iremos definir o risco como sendo quando existe uma probabilidade de uma determinada situação ter um resultado que não é desejado, sendo assim quando um agente econômico apresenta chances de ter prejuízos financeiros. Markowitz atribui a variável risco como sendo a variabilidade dos retornos de um determinado ativo dado pela sua variância. Dentro da teoria das finanças o risco pode ser classificado de duas formas: οΎ Risco idiossincrático Este risco se refere ao risco específico, que afeta apenas uma determinada empresa ou empresas do mesmo setor, como por exemplo uma reestruturação financeira de uma empresa ou mudanças na regulação do setor. Este risco pode ser eliminado através de uma diversificação na carteira οΎ Risco sistêmico Este risco se refere ao risco que afeta todas as empresas, não necessariamente da mesma maneira, não podendo ser reduzido via diversificação. Este risco está intimamente ligado a variáveis macroeconômicas, como por exemplo a taxa de inflação e o crescimento do PIB. Matematicamente o risco pode ser expresso de diversas formas1, Markowitz utilizou como medida de risco a variância dos retornos, que pode ser calculada da seguinte maneira: 1 Os mais utilizados hoje em dia são os modelos ARCH e GARCH para series temporais. 13 π π2 = ∑π=1(ππ − π )2 π 1.3. Carteira de Markowitz A Teoria Moderna do Portfólio, tem seu começo com Henry Markowitz (Portfolio Selection, 1952) com o modelo de média-variância. A ideia da teoria é mostrar que as oscilações dos ativos são imprevisíveis, assim, tendo apenas um ativo em sua carteira ou ações de alta correlação, implica em um risco muito alto. Markowitz diz que devemos diversificar nossa carteira, assim, reduzindo sua variância (seu risco). A principal ideia dessa teoria é mostrar, a partir de um certo nível de risco, uma carteira de ativos que maximize seu retorno, sua descoberta foi mostrar que o risco e retorno de um ativo não devem ser calculados sozinhos e sim pelos pesos em que eles contribuem em sua carteira. Markowitz usa em sua teoria a variância dos retornos como métrica de risco. Logo na introdução do artigo, Markowitz diz que devemos considerar o pressuposto de que os investidores consideram o retorno esperado (usado como a média do retorno do ativo) como uma coisa desejável e a variância do retorno uma coisa indesejável. Este modelo tem seu nome dado, pelo fato de se usar a média (retorno esperado) como métrica de desempenho e sua variância como sendo seu risco. O modelo assume que os investidores são avessos ao risco, onde tendo duas carteiras com o mesmo retorno esperado, o investidor escolhe aquela com o menor risco, assim, caso o investidor queria uma carteira com maior retorno, onde o mesmo assumirá um risco maior, compensado pelo retorno, este seria o trade-off entre risco e retorno porém, este trade-off é diferente para os diferentes investidores, sendo subjetivo, dependendo de sua aversão ao risco. 1.3.2 O Modelo Supondo que tenha K ativos, onde π = (π1 , … , ππ ) é o peso dos ativos na carteira de maneira que ∑ππ=π πΏπ = π e πΏπ ≥ π de modo que o modelo não permita estar alavancado 14 fazendo operações de vendas a descoberto2. Para calcular o retorno esperado da carteira(π Μ π ), devemos multiplicar a média ponderada dos retornos dos ativos(π Μ π ) pelo seu peso(ππ ) na carteira: π Μ π = ∑ππ π Μ π Para o cálculo da variância(π 2 ), onde é utilizado a covariância(πππ ) pela a soma ponderada dos ativos em carteira, π π ππ2 = ∑ ∑(ππ ππ πππ ) π=1 π=1 Elton e Grubber (1995) deixam a fórmula mais interessante, acrescentando a variância dos ativos individuais: π π π ππ2 = ∑(ππ2 ππ2 ) ∑ ∑(ππ ππ πππ ) π=1 π=1 π=1 Assim, como o retorno é a média dos retornos da carteira ponderada pelo peso dos ativos, e o risco (variância) da carteira depende da matriz de correlação, onde essa matriz não sendo de correlação perfeita, o risco (variância) do portfólio vai ser menor do que o risco dos ativos calculados individualmente, mostrando que a diversificação, não apenas entre ativos, mas de setores também, leva a um menor risco. O coeficiente de correlação dos ativos pode variar entre -1 e 1, onde, quando ρ = -1 mostra que os movimento dos ativos são opostos e quando ρ = 1, os dois ativos se movem juntos na mesma direção. A figura abaixo mostra que quando a correlação entre os ativos é perfeita, não existe nenhum benefício na diversificação; quando a correlação é negativa, pode- 2 Venda a descoberto ou “short selling”, é uma prática comum no mercado financeiro que consiste em vender um ativo ou derivativo que não se possui, esperando que seu preço caia para então recompra-lo, lucrando com a diferença. Esta prática é uma forma de alavancagem. 15 se observar que existe benefício na diversificação, mostrando que o retorno da carteira será o mínimo possível. (Elton e Gruber, 1995) Figura 1: Correlação Fonte: Elton e Gruber (1995) 1.3.3 Fronteira de Eficiência Outro ponto importante do trabalho de Markowitz é a definição da Fronteira de Eficiência, sendo formada por um conjunto de carteiras ótimas que apresentam combinações de risco e retorno, onde o investidor sabendo que tais combinações são tangíveis, podendo optar pela carteira que mais lhe agrada, dada sua aversão ao risco e expectativa de retorno. 16 Figura 2 Fronteira Eficiente Fonte: http://www.moneychimp.com/articles/risk/efficient_frontier.htm Observando a figura, pode-se constatar que não existe carteira com maior retorno, dado um certo nível de risco A partir da ideia da fronteira de eficiência, proposta pelo modelo, podemos buscar um modelo de seleção de carteiras eficientes escolhendo apenas uma de acordo com o interesse do investidor quanto ao seu risco e retorno. Isso possibilita a escolha de uma carteira ótima, a qual pode ser feita de diversas formas, porém a mais comum seria minimizar seu risco, sujeito a um limite mínimo de retorno, mais conhecida como carteira de variância mínima, que será apresentada mais à frente no trabalho. Uma desvantagem na implementação desta teoria, seria a dificuldade de estimação dos dados, em espacial a matriz de covariância dada seu tamanho e sua complexidade. Essa desvantagem pode ser resolvida pelo modelo de precificação de ativos (CAPM), introduzida por Sharpe (1964). 1.4 Capital Asset Pricing Model (CAPM) Uma forma simplificada da teoria do portfólio de Markowitz, foi o modelo de precificação de ativos (CAPM) de W. Sharpe (1964). Em seu artigo, Sharpe mudara a forma em que se encarava o trade-off entre risco e retorno. Ele observou que a volatilidade no retorno de um investimento se dá a dois fatores: um deles é a oscilação oriunda do próprio ativo, 17 chamada de risco idiossincrático e a outra está associada a fatores econômicos, como, o crescimento econômico, inflação, instabilidades política, entre outros fatores, onde esses riscos foram chamados de risco sistêmico. Assim, a partir desta logica, o único risco pelo qual os investidores são recompensados é pelo risco sistêmico e não o idiossincrático. (Andrew W. Lo, 2017) A partir desta definição, como o risco idiossincrático depende apenas do próprio ativo, significando que com a combinação de muitos ativos dentro de uma única carteira, este risco é cancelado. “…it is difficult to give any real meaning to the relationship between the price of a single asset and its risk. Through diversification, some of the risk inherent in an asset can be avoided so that its total risk is obviously not the relevant influence on its price…” (William F. Sharpe, 1964, p. 2) Em seu artigo, Sharpe institui que para uma melhor visualização do real significado econômico da relação de um ativo em uma certa combinação de ativos, pode ser visto por uma análise de regressão, onde a inclinação da reta de regressão chamada de beta (Sharpe, 1964), mede a variação do ativo em relação a combinação de ativos, atuando como um fator de sensibilidade. Um ativo onde o beta = 1, diz que o risco sistêmico deste ativo é comparado ao risco da combinação de ativos, chamada de “portfólio de mercado”, – no Brasil, o índice BOVESPA assume a função do portfólio de mercado – portanto o retorno esperado deste ativo deve ser igual ao retorno esperado do portfólio de mercado; um beta = 0, mostra que este ativo não apresenta risco sistêmico, onde a flutuação de seu retorno não é explicada pela flutuação do retorno do mercado, porém, isto não significa que este ativo não apresenta risco, pois ainda tem o risco idiossincrático. A figura abaixo mostra as oportunidades de alocação de portfólios de acordo com o modelo de CAPM. O eixo horizontal, mostra o risco do portfólio, medida pelo desvio padrão dos retornos dos portfólios; o eixo vertical mostra o retorno esperado. A curva abc, é a fronteira eficiente ou fronteira de variância mínima proposta por Markowitz (1952), que traça a combinação de retornos esperados e risco dos portfólios cujo variância é mínima em diferentes níveis de retorno esperado. No ponto T, o ponto de tangencia da fronteira, o investidor consegue 18 um portfólio com retorno esperado e risco de nível intermediário. Se não tiver tomada de empréstimo a uma taxa livre de risco, apenas os portfólios que se encontram acima do ponto b ao longo da curva abc, são eficientes de média e variância, dado que os portfólios também maximizam seus retornos esperados, dado seu risco (FAMA & FRENCH, 2004). Figura 3: Fronteira Eficiente com Carteira de Tangencia Fonte: Fama & French (2004) Fama e French (2004), explicam melhor o motivo do ponto de tangencia e exemplifica a escolha da carteira ótima: Supondo que todo investidor pode emprestar ou pegar emprestado dinheiro a uma taxa livre de risco, a fronteira eficiente se torna uma reta, mostrada na figura 3 sendo a reta que toca o ponto π π e tangencia a fronteira eficiente. Supondo uma carteira que tenha investido uma proporção de x em ativos livres de risco e 1-x em um portfólio mais arriscado g, onde se todos os recursos forem investidos em um ativo livre de risco o resultado é o ponto π π , uma carteira com risco zero e uma taxa de retorno livre de risco. Combinando ativos livres de risco com o portfólio g, irá resultar em um portfólio entre os pontos π π e g. Os pontos à direita de g representam um portfólio com empréstimos financiados a uma taxa livre de risco, usando o rendimento deste empréstimo para aumentar os investimentos no portfólio g. Assim, portfólios que combinam ativos livres de riscos com alguma carteira mais arriscada é mostrado pela reta que sai do ponto π π e passa por g. 19 Para obter uma carteira ótima utilizando o modelo de Markowitz que busca minimizar a variância, a carteira deverá está posicionada na fronteira eficiente e ao possibilitar que o investidor possa emprestar e pegar emprestado a uma taxa livre de risco, esta carteira iria passar pela reta que sai de π π e percorrer pela fronteira eficiente para cima e esquerda até atingir o ponto de tangencia T. A partir disto, todos os investidores observam esta oportunidade e escolhem alocar seus portfólios no ponto T combinados a um empréstimo à taxa livre de risco. Como todos os investidores mantem seus portfólios no ponto T, este ponto deverá ser chamado de carteira de mercado. Com isto, o CAPM assume que a carteira de mercado deve estar posicionada sobre a fronteira de variância mínima. Matematicamente, o modelo de CAPM pode ser expresso da seguinte maneira: πΈ (π πΌ ) = π π + π½πΌ (π π − π π ) Onde πΈ(π πΌ ) representa o retorno esperado do ativo α calculado pela soma do ativo livre de risco (π π ), somado ao beta do ativo multiplicado pelo prêmio de risco do mercado. O beta é indicador que tem a função de medir a sensibilidade de um ativo em ralação a uma carteira que representa ao mercado e pode ser calculado da seguinte maneira: π½πΌ = cov(π πΌ , π π ) π£ππ(π π ) O beta nada mais é que a covariância entre o retorno dos ativos individuais com a carteira de mercado, dividido pela variância dos retornos da carteira de mercado 20 2. METODOLOGIA O presente trabalho se baseou em selecionar ações do IBOVESPA, que estão listadas na B3. Foi optado por utilizar as ações do IBOVESPA, por se tratar de ações com alta liquidez e bastante conhecidas. A composição do IBOVESPA usada no trabalho será a referente ao mês de novembro de 2019, que será apresentada no final do trabalho. Para a seleção da carteira, será feito um estudo sobre a correlação dos ativos, com o intuito de buscar uma máxima diversificação apresentando as menos correlacionadas. Após esta análise, será escolhido 5 ações para compor a carteira com o objetivo de ponderar o de cada uma delas dentro de uma carteira. O Software utilizado para fazer a modelagem foi o Python, devido a ser um software de fácil uso e aprendizado e por ter uma vasta comunidade de acadêmicos e pessoas interessadas na otimização de carteira, possibilitando a utilização com a contribuição de códigos de outros autores de maneira simples e eficiente, dado a complexidade e elevada quantidade de linhas de códigos para que esta modelagem se tornasse possível. Para a extração dos dados, foi usado uma Application Programming Interface (API). APIs são uma espécie de “pontes” que possibilita integrar sistemas, permitindo a extração de dados em banco de dados estruturados ou da internet de modo rápido e prático. Foi utilizada a API do Yahoo Finance, uma API gratuita que nos possibilitou extrair as informações sobre a série histórica das cotações de fechamento das ações. No trabalho foi usada o preço de fechamento das ações do dia 01/01/2016 até o dia 01/10/2019. O trabalho apresenta algumas limitações como a ausência de custos de transação que pode ter um grande impacto dado ao grande volume negociado. Seguindo a teoria proposta por Markowitz (1952), onde deveríamos diversificar o portfólio, a fim de diminuir seu risco, devemos levar em consideração a correlação dos ativos, optando por ativos de baixa correlação. Para o presente estudo, foi feita uma análise dos 25 ativos com maior peso no IBOVESPA, com o intuito de usar apenas ações de alta liquidez. 21 Quadro 1: Ações listadas na IBOVESPA Código Ação Tipo Part. (%) ABEV3 AMBEV S/A ON 4,05 B3SA3 B3 ON NM 5,3 BBAS3 BRASIL ON NM 3,54 BBDC3 BRADESCO ON EJ N1 1,94 BBDC4 BRADESCO PN EJ N1 7,15 BBSE3 BBSEGURIDADE ON NM 1,26 BRDT3 PETROBRAS BR ON NM 1,1 BRFS3 BRF SA ON NM 1,51 GNDI3 INTERMEDICA ON NM 1,16 IRBR3 IRBBRASIL RE ON NM 1,76 ITSA4 ITAUSA PN N1 3,33 ITUB4 ITAU UNIBANCO PN ED N1 9,27 JBSS3 JBS ON NM 2,41 LREN3 LOJAS RENNER ON NM 2,06 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON NM 1,31 PETR3 PETROBRAS ON N2 5,23 PETR4 PETROBRAS PN N2 7,32 RADL3 RAIADROGASIL ON NM 1,28 RAIL3 RUMO S.A. ON NM 1,34 RENT3 LOCALIZA ON NM 1,26 SUZB3 SUZANO S.A. ON NM 1,49 UGPA3 ULTRAPAR ON NM 1,2 VALE3 VALE ON NM 8,35 VIVT4 TELEF BRASIL PN 1,21 WEGE3 WEG ON NM 1,13 Fonte: Elaboração própria A partir desses ativos, buscamos olhar para a correlação de seus retornos. Analisando os dados, foi constatado uma correlação negativa entre a SUZB3 e os outros ativos, o que faz sentido pelo fato da Suzano ser uma exportadora, onde a maior parte de sua receita é em dólar 22 e seu custo em moeda nacional, se beneficiando pela alta do dólar, ao contrário das demais; assim, a movimentação do preço de sua ação se desloca inversamente aos das demais. Outra exportadora que poderia ter este tipo de movimento, seria a Petrobrás, porém ao contrário da Suzano grande parte de seu passivo está dolarizado, podendo ser um dos fatores pelo qual a empresa não se beneficia tanto da alta do dólar, fazendo com que a média do retorno de sua ação ande na mesma direção das demais. A partir destes ativos, também foi feita uma análise de seus retornos, onde a média dos retornos dos ativos foi calculada pela seguinte forma: ππ‘ π πππ = [πΏπ ( ) × 252] × 100 ππ‘−1 Utilizamos o retorno logarítmico para o retorno diário, para anualizar o retorno, usamos o sistema do banco central de 252 dias uteis para aplicações financeiras, obtendo o seguinte resultado: Quadro 2: Retorno das ações Ação Retorno % Ação Retorno % ABEV3 2,46 LREN3 34,71 B3SA3 38,11 MGLU3 130,94 BBAS3 29,98 PETR3 32,38 BBDC3 23,02 PETR4 36,53 BBDC4 26,74 RADL3 26,79 BBSE3 10,39 RAIL3 37,18 BRFS3 -9,89 RENT3 47,09 EQTL3 29,2 SUZB3 25,01 GNDI3 68,4 UGPA3 -10,69 IRBR3 61,26 VALE3 34,1 ITSA4 22,8 VIVT3 9,64 ITUB4 21,02 WEGE3 20,16 JBSS3 25,84 Fonte: Elaboração própria 23 A partir dessas análises, podemos escolher melhor os ativos que irão compor nossa carteira. Com o intuito de diversificar nossa carteira, foi escolhido as ações com menor correlação dentre essas analisada. Com a ajuda do Python, conseguimos trazer as menores 10 correlações excluindo a SUZB3. Figura 4: Menores correlações Fonte: Elaboração própria Com isso podemos construir nossa carteira com um nível de correlação baixo, se tornando bastante diversificada. Para fins de estudo, optamos por escolher as ações que apresentam maiores retornos dentre estas apresentadas na figura 4 de menores correlações, com isso a tabela abaixo mostra como será formada nossa carteira, com o retorno e risco mensal das ações: Quadro 3: Ações escolhidas Ação Retorno Mensal Médio NotreDame Intermédica GNDI3 4,44% 2,29% IRB Brasil RE IRBR3 4,06% 2,04% JBS JBSS3 2,69% 3,43% Petrobrás PETR3 1,56% 2,78% Suzano SUZB3 1,88% 3,15% Empresa Desvio Padrão Fonte: Elaboração própria 24 Após formar nossa carteira, podemos perceber que as empresas apresentadas são de setores diferentes, sendo este um dos motivos pelo qual apresentam baixa correlação. Com a ajuda do Python, pudemos construir a matriz de covariância e de correlação da carteira. Tabela 1: Matriz de Covariância JBSS3.SA PETR3.SA GNDI3.SA IRBR3.SA SUZB3.SA JBSS3.SA 0,247 0,030 0,005 0,016 0,009 PETR3.SA 0,030 0,151 0,015 0,008 -0,001 GNDI3.SA 0,005 0,015 0,097 0,011 0,000 IRBR3.SA 0,016 0,008 0,011 0,074 0,009 SUZB3.SA 0,009 -0,001 0,000 0,009 0,201 Fonte: Elaboração própria Tabela 2: Matriz de Correlação JBSS3.SA PETR3.SA GNDI3.SA IRBR3.SA SUZB3.SA JBSS3.SA 1.000 0.155 0.037 0.139 0.054 PETR3.SA 0.155 1.000 0.110 0.071 -0.008 GNDI3.SA 0.037 0.110 1.000 0.117 0.001 IRBR3.SA 0.139 0.071 0.117 1.000 0.076 SUZB3.SA 0.054 -0.008 0.001 0.076 1.000 Fonte: Elaboração própria Antes de apresentar o resultado das carteiras, algumas observações devem ser feitas. Para obter o retorno esperado das carteiras, foi utilizada a mesma formulação do artigo original 25 de Markowitz (1952), que diz que o retorno esperado da carteira é o resultado do somatório da multiplicação da média ponderada do retorno dos ativos pelo seu peso. π Μ π = ∑ππ π Μ π Para buscar a variância da carteira, ao contrário do que foi apresentado por Markowitz em seu trabalho, onde foi usado a forma algébrica, π π π ππ2 = ∑(ππ2 ππ2 ) ∑ ∑(ππ ππ πππ ) π=1 π=1 π=1 Preferimos optar para o cálculo da variância, por sua fórmula matricial, apenas para fins de facilitação de cálculo, uma vez que o Python trabalha melhor com matrizes, com isso foi usado a seguinte formula: π€ π π΄π€ Onde a variância da carteira será o resultado da matriz transposta dos pesos (π€ π ), multiplicado pelo produto da matriz de covariância dos ativos (∑) pela matriz dos pesos (w). Para a simulação dos portfólios, foi utilizado o Método de Monte Carlo, um método estatístico que consiste na simulação de uma grande quantidade de amostragens aleatórias, com o intuito de obter resultados numéricos. A partir deste tipo de técnica, conseguimos obter uma simulação de 100.000 diferentes portfólios diferentes, o resultado foi o gráfico abaixo. 26 Figura 5: Portfólios Simulados Fonte: Elaboração própria O gráfico consegue nos mostrar a fronteira eficiente, que consiste em uma relação entre o retorno esperado dado seu risco, normalmente está curva seria ascendente, mostrando que quanto maior o retorno de um portfólio, maior será seu risco, ao contrário do esperado, observamos que nem sempre isto se torna verdade, como podemos observar, o portfólio de maior retorno nem sempre será aquele de maior risco. Um dos motivos pelo qual isto acontece, é que previamente, antes de escolhermos nossos ativos para compor nossa carteira, testamos a correlação de 25 dos ativos que tem maior participação no IBOVESPA, assim tendo uma carteira bastante diversificada, segundo Markowitz. Para obter o resultado da carteira de variância mínima, poderia ser feito de duas formas: uma que consiste na ajuda de uma biblioteca do python, que segue as técnicas de otimização de uma função matemática para que se possa minimizar a variância da carteira; a outra forma que foi utilizada no trabalho consiste em simular portfólios aleatórios e retornar aquele que apresente a menor variância. Foi escolhido esta forma, pelo fato de ser mais simples e de ambas não apresentarem diferenças significantes no resultado. 27 Além de apresentar a carteira de variância mínima, iremos introduzir no trabalho a carteira de tangencia, a carteira que tangencia a fronteira eficiente e que toca a Capital Market Line3, esta carteira também pode ser obtida através do índice de Sharpe, pois é a carteira que tem seu índice maximizado, este índice é um indicador que mede o retorno excedente de uma carteira em relação a uma aplicação livre de risco, ajustado ao risco da carteira. π π − π π πΉ π π = ππ Neste presente trabalho, será utilizada como a taxa livre de risco (π π πΉ ), a taxa básica de juros brasileira (SELIC), no momento que foi elaborado este trabalho, a SELIC estava determinada em 5,5% ao ano. Para obter o resultado da carteira de tangencia, foi utilizado uma técnica que consiste em calcular o Índice de Sharpe de todos os portfólios simulados e retornar aquele que apresente o maior índice. Figura 6: Portfólios com Índice de Sharpe Fonte: Elaboração própria 3 Capital Market Line é uma reta que parte da taxa livre de risco e tangencia a fronteira eficiente, sendo uma representação de risco e retorno de todas as combinações de ativos com e sem risco. 28 A figura 6 nos mostra, que quanto maior o retorno de um portfólio dado seu risco, maior será seu retorno excedente sobre um ativo livre de risco, como mostrado na teoria. 29 3. OTIMIZAÇÃO DO PORTIFÓLIO Agora será mostrado algumas formas de otimização de portfólio, a primeira que iremos apresentar será a carteira de variância mínima, que consiste em ser uma carteira onde devemos buscar minimizar seu risco, isto é, minimizar π€ π π΄π€. Obtemos os seguintes resultados: Tabela 3:Resultado da Carteira de Variância Mínima Participação das empresas na carteira: JBSS3 PETR3 GNDI3 8,88% 16,56% 26,88% Resultado da carteira: Retorno: Desvio Padrão: IRBR3 34,56% SUZB3 13,12% 3,77% 1,40% Fonte: Elaboração própria Como esperado, podemos notar que com a diversificação do portfólio, seu desvio padrão foi menor em comparação com os ativos individuais que compõe a carteira, assim, provando que a teoria de Markowitz atua como esperado. Outro ponto que devemos destacar, seria o tamanho dos ativos GNDI3 e IRBR3 dentro da carteira, se mostrando maiores em comparação aos demais, isto pode ser explicado pela baixa variância apresentada pelos ativos individualmente. Outra possibilidade de otimização de um portfólio, é encontrar o portfólio que tangencia a fronteira eficiente, sendo a mesmo que maximiza o índice de Sharpe, com isso obtemos o seguinte resultado: 30 Tabela 4: Resultado da Carteira de Tangencia Participação das empresas na carteira: JBSS3 PETR3 GNDI3 7,09% 1,20% 40,85% IRBR3 SUZB3 45,29% 5,57% Resultado da carteira: Retorno: 4,28% Desvio Padrão: 1,53% Fonte: Elaboração própria Como esperado, podemos notar que esta carteira apresenta um risco maior que a da carteira de variância mínima dado que a ela busca um maior retorno esperado, respeitando a hipótese da teoria moderna do portfólio. Também é possível notar a diminuição significativa dos ativos PETR3 e SUZB3 dentro da composição da carteira, tendo seus pesos diminuídos em 15,36% e 7,55% respectivamente. Um dos motivos pelo qual isto possa ter acontecido, é que tanto a Suzano quanto a Petrobras são empresas de baixa correlação em comparação com as demais, servindo com uma espécie de proteção, mostrando mais uma vez a importância da diversificação da carteira. Após a apresentação das informações em relação ao risco e retorno das carteiras extraídas por nosso script, iremos mostrar de uma forma mais clara a composição das carteiras otimizadas. 31 Figura 7: Composição da Carteira de Variância Mínima Carteira de Variância Minima 100,00% 80,00% 60,00% 34,56% 40,00% 20,00% 26,88% 16,56% 13,12% 8,88% 0,00% JBSS3 PETR3 GNDI3 IRBR3 SUZB3 Fonte: Elaboração própria Figura 8: Composição da Carteira de Tangencia Carteira de Tangência 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,85% 45,29% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 7,09% 5,57% 1,20% 0,00% JBSS3 PETR3 GNDI3 IRBR3 SUZB3 Fonte: Elaboração própria O primeiro gráfico, é referente ao portfólio de variância mínima e o segundo se refere ao portfólio de tangencia. O eixo horizontal é representado pelo peso de cada ativo dentro da carteira. Como podemos observar, a carteira de variância mínima possui em sua composição, os pesos dos ativos de uma forma mais equilibrada, corroborando a hipótese da teoria mais uma vez. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como objetivo inicial, aplicar os métodos expostos pelos artigos das finanças modernas, especificadamente de Markowitz (1952) e Willian F. Sharpe (1964), ao mercado de capitais brasileiros. O processo de diversificação se mostra adequado, pois podemos estimar diferentes níveis de risco tendo uma flexibilidade na hora da escolha de nossa carteira. Como cada investidor apresenta diferentes níveis de aversão ao risco, a otimização de portfólio, seja por meio da carteira de variância mínima ou o portfólio de tangencia, pode ajuda a desmistificar o mercado de capitais para o pequeno investidor, mostrando que o risco pode ser não só calculado como também minimizado com mecanismos para se proteger de oscilações. Com isso podemos obter por meio destas metodologias simular portfólios em diferentes cenários para diferentes tipos de investidores que desejam maximizar o retorno levando em conta o risco do portfólio. Os retornos obtidos no presente trabalho, podem não ser alcançados como esperado devido a diferentes choques e cenários adversos à teoria, podendo gerar desequilíbrio nos preços dos ativos, consequentemente, um risco realizado diferente do retorno esperado. Importante salientar o cumprimento dos objetivos expostos no capítulo de metodologia e espera-se que o conteúdo apresentado auxilie nas elaborações de novos estudos, aplicações e na prática profissional. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JENSEN, MICHAEL C.; BLACK, FISHER; SHOLES, MYRON S. "The Capital Asset Pricing Model: some empirical tests". Michael C. Jensen, Studies in the theory of capital markets, Praeger Publishers Inc., 1972. MARKOWITZ, HENRY. "Portfolio Selection". Journal of Finance, 7(1), pp. 77-91, 1952. SHARPE, WILLIAN. 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(1970) “Efficient Capital Markets: A Review of Theory and Empirical Work”, The Journal of Finance, vol. 25, nº 2: 383-417 FAMA, F. & FRENCH, K. R. The Capital Asset Pricing Model: Theory and Evidence. Journal of Economic Perspectives, v. 18, n. 3, 25-46, 2004. 34 Sharpe, William F. “Mutual Fund Performance.” The Journal of Business, vol. 39, no. 1, 1966, pp. 119–138. 35