Atuação do Psicólogo no campo da Saúde Morgana Queiroz, 2024 Introdução - Psicologia e as Políticas Públicas; - Psicologia e o SUS; - Psicologia e a RAS: rede de atenção à saúde (atenção básica, atenção secundária e a atenção terciária). - Referências importantes: Atuação interdisciplinar/ CREPOP- Centro de Referência de políticas públicas e Psicologia, CFP e sistemas Conselhos. Políticas Públicas de Saúde no Brasil - Os direitos humanos: sociais, econômicos e políticos (século XX); - A saúde é um direito: a criação do SUS no Brasil; - Constitui-se o campo de estudo interdisciplinar sobre as políticas públicas: consistência epistemológica e metodológica - espaço de produção de conhecimento e de construção de práticas/ações políticas. Conceitos - Políticas Públicas - Políticas Públicas: “...., ações, programas, projetos, regulamentações, leis e normas que o Estado desenvolve para administrar de maneira mais equitativa os diferentes interesses sociais”( Franzene, 2011, apud Polejack, 2015). - Políticas Públicas: “O Estado em ação”; “..., através de diferentes dispositvos político-administrativos…” ( Polejack, 2015). O SUS - SUS: Constituição de 1988;; - Importante: a Constituição de 1988 sustenta o controle da Sociedade sobre o Estado, no exercício da cidadania e da autonomia; - “...a estruturação do SUS foi uma importante conquista social, que deve ser valorizada e fortalecida por todos que escolhem atuar na área da saúde” ( Polejack, 2015). Psicologia e as políticas públicas no Brasil Diferentes momentos históricos: - - Antes da Constituição de 1988: “..., é possível identificar momentos em que a atuação do psicólogo vincula-se ao compromisso com a normatização, com a adaptação e com a adequação dos indivíduos aos lugares sociais já existentes” ( Polejack,2015). Após a Constituição de 1988: “ …, identifica-se uma proposta de ruptura com modelos de atuação tradicionais e uma busca de alternativas que coloquem a Psicologia a serviço da coletividade, com ações que visam maior posicionamento político, questionamento sobre a realidade e empreendimento de maior autonomia em relação ao Estado” ( Polejack,2015). Críticas aos modelos tradicionais da Psicologia - Atuação voltada para para intervenções descontextualizadas, superficiais, desvinculadas da dimensão coletiva e política do cotidiano da vida das pessoas; - Anos 60-70: Psicologia elitista, institucionalizada, com limitados recursos para analisar e interpretar a cena institucional e política dos contextos de atuação; Crítica aos modelos de atuação tradicionais da Psicologia Década de 80: inicia-se movimento de aproximação com o compromisso social/ percebe-se a expansão de ações e pesquisas voltadas para a comunidade, para os problemas sociais e para o posicionamento mais ativo da Psicologia como Ciência e Profissão; Década de 90: reposicionamento social da Psicologia; envolvimento com o “Projeto de Compromisso social da Psicologia”, “militância em defesa das políticas sociais, visando fortalecer o exercício da vida pública e da cidadania” (Polejack,2015). Psicologia frente a Constituição de 1988 - - Ampliação das possibilidades do desenvolvimento da prática profissional do Psicólogo: atuação junto à população excluída, dependente das ações das políticas públicas para a construção da cidadania; Desafio para a formação do psicólogo:construção de novos modelos de atuação e intervenção, a partir dos diferentes cenários de atuação profissional; Desafio contemporâneo: “ pensar o fazer político e o lugar do psicólogo frente à sociedade, em defesa da cidadania e dos direitos humanos, como forma de apreender a complexidade das diferentes realidades existenciais humanas. Desafio da Psicologia na área da Saúde GUARESCHI (2014), apud POLEJACK,2015: - Posicionar-se de forma política e afetiva, expondo a implicação Ética para com o outro e para com o coletivo; Urgência: ressignificar a profissão na realidade contemporânea, e de conquistar reconhecimento como profissional atuante no campo da saúde, numa perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar. A Psicologia no SUS - - Construção de saberes e fazeres coletivos; inserção em equipes multiprofissionais; Trabalhar com a construção de políticas públicas, na criação de dispositivos de cuidado, no controle social, com a participação nos Conselhos de Saúde, nas audiências públicas, nos encontros e nas conferências setoriais. Trabalhar na assistência e na gestão em todos os níveis da RAS. Contexto acadêmico: Psicologia da Saúde - Surge nos EUA/ anos 70; - Em 1980, MATARAZZO define: “ …, conjunto de contribuições profissionais, científicas e educacionais da Psicologia, para a promoção e manutenção da saúde, (...), prevenção e tratamento das enfermidades e disfunções associadas, além do melhoramento dos sistemas sanitários e a formulação de políticas de saúde…” (Polejack,2015) Psicologia da Saúde no Brasil/contexto acadêmico Dois movimentos acadêmicos: - - Perspectiva tradicional: modelo biopsicossocial/OMS, abordagens quantitativas de pesquisas, foco nos comportamentos saudáveis e de risco, em seus determinantes psicológicos e no valor de predição e controle dos comportamentos; Perspectiva crítica: modelo fenomenológico-discursivo/narrativo, abordagens qualitativas, foco nos sentidos dos processos saúde-doença, relacionando os processos subjetivos, culturais e históricos destes processos. Articulações importantes Produção de conhecimento: Psicologia : + saúde coletiva; + saúde pública, + sistemas de saúde, + educação e saúde (Paulo Freire) DESAFIO: fortalecer “uma formação não prescritiva e domesticadoras das subjetividades, menos descritiva e menos psiquiatrizada” (Polejack, 2015) ; trabalhar com a noção de sujeito, enquanto categoria histórico-cultural-relacional (Dimmenstein/2001). O Psicólogo que atua na saúde é... - Um agente de promoção de saúde, a partir de um compromisso social perante o ideário do Sistema de Saúde e seus usuários. - É preciso questionar a “neutralidade”; urgência em posicionar-se politicamente em favor dos direitos humanos. Ex: Luta Anti-manicomial, Atenção Básica, etc. Atuação do Psicólogo no campo da promoção de políticas públicas - SUS Inserção no SUS: - Gestão em Saúde; Trabalhos na Assistência; Organização de campanhas de Saúde, avaliando indicadores de risco e proteção Formação de profissionais de saúde, de líderes comunitários, de agentes de saúde. O compromisso social da Psicologia É importante para a Psicologia: - A construção de agendas coerentes com as necessidades e demandas do sujeito e das coletividades; A proposição de ações que fortaleçam vínculos e redes, visando a proteção da saúde, redução de danos, melhorando a comunicação e potencializando o cuidado de profissionais e usuários. Sobre a formação em Psicologia e o SUS Importante: - Potencializar a inclusão do SUS no dia a dia da graduação, desde o início do curso; Articular o estudo de temas como: Direitos Humanos, Cidadania e Movimentos sociais Articular e implementar os modelos de atuação em grupo e em equipes multiprofissionais. Políticas de referência - presença do trabalho do psicólogo - Redução de Danos; Saúde Mental; Atenção Básica; Humanização. Desafios e possibilidades - Trabalhar a Inclusão - saúde para todos; Deslocamento: espaços fechados das Instituições para o contexto aberto da cidade/em parceria com ações intersetoriais; A construção de relações interdisciplinares no trabalho; Trabalho em equipe. Construção do compromisso ético-político e social. Considerações finais Desafio: - - Investir na ressignificação do papel do psicólogo no campo da saúde, para que ele possa ocupar espaços que apresentam novas demandas e desafios para a sua atuação profissional; Entre eles: a construção de políticas públicas e a organização do trabalho nas Unidades de Saúde/a formação de profissionais de saúde.