Murilo Magalhães Nogueira Avaliação Metrológica de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Acelerômetro Óptico Utilizando Rede de Bragg. Aplicação em Linhas de Transmissão de Energia Elétrica. Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Metrologia, área de concentração em Metrologia para Qualidade e Inovação, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Metrologia Orientador: Arthur Martins Barbosa Braga, Ph.D. Co-orientador: Doutor Luiz Carlos Guedes Valente. Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2005 Murilo Magalhães Nogueira Avaliação metrológica de acelerômetro óptico utilizando Rede de Bragg. Aplicação em linhas de transmissão de energia elétrica. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Metrologia do Centro Técnico Científico da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora e homologada pela Coordenação Setorial de Pós-Graduação, formalizado pelas respectivas assinaturas: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Comissão Examinadora: Prof. Dr. Arthur Martins Barbosa Braga Orientador Departamento de Engenharia Mecânica (DEM/PUC-Rio) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Prof. Dr. Luiz Carlos Guedes Valente Co-orientador Gávea Sensors – Sistemas de Medição Ltda. Prof. Dr. Maurício Nogueira Frota Programa de Pós-Graduação em Metrologia (PósMQI/PUC-Rio) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Dr. Sérgio Ricardo Kokay Morikawa Gávea Sensors – Sistemas de Medição Ltda. Dr. Gustavo Palmeira Ripper LAVIB / INMETRO Coordenação Setorial de Pós-Graduação: Prof. José Eugênio Leal Coordenador Setorial de Pós-Graduação do Centro Técnico Científico (PUC-Rio) Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2005. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Murilo Magalhães Nogueira Graduou-se em Engenharia Elétrica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1986; em Administração de Empresas pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 1989 e em Informática pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 1994. Concluiu especializações em Engenharia Econômica pela UFRJ em 1995 e Management (MBA) pela Fundação Getúlio Vargas - RJ em 1999. Trabalhou em concessionárias de energia elétrica executando e gerenciando estudos, projetos e serviços em linhas de transmissão, subestações e equipamentos elétricos de alta tensão. É Gerente de Engenharia da Expansion Transmissão de Energia Elétrica S.A. Ficha catalográfica Nogueira, Murilo Magalhães Avaliação metrológica de acelerômetro óptico utilizando rede de Bragg. Aplicação em linhas de transmissão de energia elétrica. / Murilo Magalhães Nogueira ; orientador: Arthur Martins Barbosa Braga ; co-orientador: Luiz Carlos Guedes Valente. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, Programa de Pós-Graduação em Metrologia para a Qualidade e Inovação, 2005. 190 f. : il. (col.) ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Metrologia para a Qualidade e Inovação Inclui referências bibliográficas 1. Metrologia para a Qualidade e Inovação – Teses. 2. Linhas de transmissão. 3. Vibração. 4. Redes de Bragg. 5. Acelerômetro. 6. Ensaios especiais. I. Braga, Arthur Martins Barbosa. II. Valente, Luiz Carlos Guedes. III. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Metrologia para a Qualidade e Inovação. III. Título. CDD: 389.1 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Para minha esposa Paula e meus filhos Caio e Júlio. Agradecimentos Ao orientador Professor Doutor Arthur Martins Barbosa Braga pelo apoio constante, orientação competente e decisiva contribuição técnica. Ao co-orientador Doutor Luiz Carlos Guedes Valente, pesquisador, pelo suporte oferecido e decisiva contribuição técnica. Ao Diretor Geral da Expansion Transmissão, engenheiro Ramon Sade Haddad, cujo apoio e incentivo à realização deste Mestrado, levado a cabo simultaneamente ao meu exercício profissional como Gerente de Engenharia da empresa, foi fator determinante para o sucesso desta empreitada. À equipe do Laboratório de Sensores à Fibra Óptica, em particular aos Pesquisadores Doutores Sérgio Ricardo Kokay Morikawa, Rogério Dias Regazzi e Luis Carlos Blanco Linares, pelos esclarecimentos e valiosa contribuição técnica aportada. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB À equipe do Laboratório de Vibrações (Lavib) do Inmetro, responsável pelo ensaio com interferometria laser descrito neste trabalho. Aos profissionais da Transener Internacional pelo apoio aos ensaios de campo realizados na Base da Manutenção da Expansion Transmissão. Ao Coordenador do Programa de Pós-graduação em Metrologia, Professor Doutor Maurício Nogueira Frota, cujo dinamismo como gerente e competência como professor representaram estímulo e inspiração especiais durante o curso. Às secretárias do Mestrado em Metrologia para a Qualidade e Inovação da PUC-Rio, Eliane Albernaz e Márcia Ribeiro, pelo suporte administrativo. Aos meus colegas do PósMQI/PUC-Rio, pelo clima de camaradagem e mútua colaboração que contribuiu para tornar ainda mais agradável o período passado no campus da PUC-Rio. Aos professores pelos ensinamentos e aos funcionários pelo apoio. A meus pais, meus primeiros professores. Aos parentes, colegas de trabalho e amigos que de uma forma ou outra me acompanharam e colaboraram nesse processo. Menção especial é feita às Bibliotecas da PUC-Rio, Light, Furnas e Cepel, cujo acervo técnico mostrou-se imprescindível para o levantamento bibliográfico que embasou este trabalho. Para não correr o risco de omissão, reitero os agradecimentos a todos os especialistas e colaboradores que de forma direta ou indireta contribuíram para o desenvolvimento do presente trabalho. Resumo Nogueira, Murilo Magalhães; Braga, Arthur Martins Barbosa. Avaliação metrológica de acelerômetro óptico utilizando rede de Bragg. Aplicação em linhas de transmissão de energia elétrica. Rio de Janeiro, 2005. 190 p. Dissertação de Mestrado em Metrologia – Centro Técnico-Científico, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Linhas de transmissão de energia são estruturas importantes em um sistema de energia elétrica. Devido à elevada energia transportada por essas redes, falhas em linhas de transmissão podem ter reflexos severos no fornecimento aos consumidores, não raro levando a apagões em áreas geograficamente extensas. Entre as possíveis origens de falhas está o PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB rompimento dos cabos elétricos pela fadiga provocada pela vibração eólica. As grandes extensões territoriais percorridas pelas linhas de transmissão e a variedade de climas, relevos, vegetação e condições meteorológicas aos quais estão submetidas dificultam qualquer trabalho de previsão da ação do vento. A medição da vibração permite detectar de antemão a aproximação da falha, porém os instrumentos convencionais dependem de transdutores elétricos os quais, além de exigirem uma fonte de energia (normalmente não disponível junto a linhas de transmissão) para seu funcionamento, sofrem influência dos intensos campos elétricos e magnéticos existentes em torno dos cabos de energia. A imunidade das fibras ópticas a campos elétricos e magnéticos e a possibilidade de uso de sinal de entrada de baixa potência oferecem uma alternativa para a criação de instrumentos de medição usando a técnica das redes de Bragg. A presente dissertação contribui com o desenvolvimento de um acelerômetro biaxial a redes de Bragg para medição de vibração em cabos de linhas de transmissão de energia. Além dos aspectos teóricos e práticos envolvidos, são discutidos os resultados de ensaios de calibração de elevada exatidão e outros ensaios especiais que fundamentaram a avaliação metrológica e o estabelecemento da eficácia do referido instrumento. Palavras-chave Metrologia; linhas de transmissão; vibração; redes de Bragg; acelerômetro; ensaios especiais. Abstract Nogueira, Murilo Magalhães; Braga, Metrological evaluation of an Arthur Martins Barbosa. optical fiber Bragg grating accelerometer. Application in overhead transmission lines. Rio de Janeiro, 2005. 190 p. MSc Dissertation on Metrology – Centro TécnicoCientífico, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Overhead transmission lines play an important role on electric systems. Due to the high energy carried through those networks, failures on overhead lines can bring severe constraints on consumers supply, occasionally taking the form of blackouts in large geographic regions. Among the reasons of such failures is the breaking of electric cables caused by the fatigue originated from cyclic bending due to aeolian vibration. The large areas covered by overhead lines and PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB the variety of climate, relief, vegetation and meteorological conditions under which they have to operate make it difficult to foresee the impact of wind Vibration measurements would allow anticipating the failure but conventional instruments depend upon electric transducers which, besides demanding a local source of energy (usually unavailable near overhead lines), suffer the influence of the high electric and magnetic fields around the energized cables. Optical fibers immunity against environments subjected to electrical and magnetic fields and the possibility of using low energy input signals offer the alternative of creating measuring instruments using Bragg gratings technique. This Master dissertation contributes with the development of a fiber Bragg grating biaxial accelerometer for measuring the vibration of overhead transmission line cables. Besides the theoretical and practical aspects related to the subject, the results of high precision calibration tests are discussed, together with other special tests which set the basis of the metrological evaluation and the establishment of the efficacy of the instrument. Keywords Metrology; overhead transmission lines; vibration; Bragg gratings; accelerometer; special tests. Sumário 1 Introdução 18 1.1 Linhas de transmissão de energia elétrica 18 1.2 Custos da indisponibilidade de linhas de transmissão 20 1.3 Causas da indisponibilidade de linhas de transmissão 22 1.4 Razões para se medir a vibração de cabos em linhas de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB transmissão 23 1.5 Vantagens da medição com fibra óptica e redes de Bragg 24 1.6 Organização do trabalho 25 2 Vibração em Cabos de Linhas de Transmissão 27 2.1 Mecânica do movimento cíclico em cabos 27 2.2 Cabos de linhas de transmissão 30 2.3 Tipos de movimento cíclico em cabos de linhas de transmissão 32 2.4 Teoria da vibração em cordas e cabos 34 2.5 Fadiga por vibração eólica em cabos de linhas de transmissão 37 2.6 Instrumentos para medição da vibração em cabos de linhas de transmissão 39 2.7 Resumo do capítulo 43 3 Redes de Bragg e sua aplicação em Linhas de Transmissão 44 3.1 Sensores a fibra óptica 44 3.2 Redes de Bragg em fibras ópticas: princípio teórico 45 3.3 Sensores a redes de Bragg 47 3.4 Sensores a redes de Bragg para linhas de transmissão 50 3.5 Medição de vibração em linhas de transmissão com Redes de Bragg 51 3.6 Análise crítica dos trabalhos pioneiros 56 3.7 Resumo do capítulo 57 4 Acelerômetro a Redes de Bragg para Linhas de Transmissão 4.1 Acelerômetro a redes de Bragg 59 59 4.2 Acelerômetro a redes de Bragg para cabos de linhas de transmissão 4.3 Sistema de leitura e armazenamento de dados 67 4.4 Exigências especiais para linhas de transmissão 74 4.5 Resumo do capítulo 76 5 Calibração Absoluta do Módulo Básico do Acelerômetro PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB 61 78 5.1 Exatidão, erro e incerteza da medição 78 5.2 Calibração de um instrumento de medição 80 5.3 Calibração de transdutores de vibração 83 5.4 Calibração preliminar do acelerômetro 83 5.5 Calibração absoluta com interferometria laser no Inmetro 84 5.6 Resumo do capítulo 95 6 Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 97 6.1 Incerteza de medição: conceitos básicos 97 6.2 Incerteza de medição para o sinal DC 102 6.3 Incerteza de medição para a aceleração 103 6.4 Resumo do capítulo 106 7 Ensaio do Acelerômetro em Cabo Vibrante 108 7.1 Ensaio de vibração em cabo 108 7.2 Ensaio de vibração em cabo no Cepel 108 7.3 Resultados obtidos no ensaio de vibração em cabo 114 7.4 Simulação de verificação de sistemas de amortecimento 120 7.5 Resumo do capítulo 121 8 Ensaio do Acelerômetro em Linha de Transmissão Desenergizada 122 8.1 Preparação do ensaio em vão de treinamento de linha de transmissão 122 8.2 Resultados do ensaio em vão de treinamento de linha de transmissão 8.3 Resultados de medições de longa duração posteriores 131 8.4 Avaliação dos resultados 133 8.5 Resumo do capítulo 134 9 Conclusões e Recomendações PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB 127 136 9.1 Resumo do projeto 136 9.2 Conclusões 137 9.3 Recomendações para futuras pesquisas 138 10 Referências Bibliográficas 140 APÊNDICE A Modelo teórico da corda vibrante flexível 145 APÊNDICE B Modelo teórico da corda vibrante com rigidez à flexão 150 APÊNDICE C Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 154 C.1 Tratamento dos dados do sinal DC 166 C.2 Tratamento dos dados do sinal AC 167 APÊNDICE D Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro D.1 Método dos mínimos quadrados 174 174 D.2 Resultado do ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 175 D.3 Programa em MATLAB para ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados APÊNDICE E Avaliação da histerese do acelerômetro em cabo vibrante 177 185 E.1 Metodologia 185 E.2 Resultados dos testes 186 APÊNDICE F Freqüências naturais esperadas em cabos de linha de transmissão 188 Lista de figuras Figura 1 – Rede Básica de Transmissão - previsão até 2009 19 Figura 2 – Simulação da seção transversal de uma esteira de vórtices gerada por um fluido incompressível passando por um obstáculo cilíndrico 27 Figura 3 – Cabo CAA tipo Ruddy 900 MCM formação 45/7 30 Figura 4 – Cabos OPGW: detalhe e instalação 31 Figura 5 – Cabos de linhas de transmissão com depósito de gelo 33 Figura 6 – Exemplos de oscilações de subvão 34 Figura 7 – Registros da vibração de um cabo de linha de transmissão, nas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB extremidades de um vão de cerca de 270 m. 37 Figura 8 – Cabo com fios partidos por fadiga e detalhe da seção de fio rompido, com marcas de abrasão na parte inferior 38 Figura 9 – Medidor de vibrações Pavica e seu posicionamento junto ao grampo de suspensão 41 Figura 10 – Medidores de vibração Vibrec e Pavica, em operação 42 Figura 11 – Princípio construtivo de uma rede de Bragg 46 Figura 12 – Representação esquemática do funcionamento de uma rede de Bragg Figura 13 – Resposta da rede à variação de deformação e temperatura 47 49 Figura 14 – Instalação de redes de Bragg em LT 60 kV na Noruega: fotografia e croqui esquemático 52 Figura 15 – Instalação de redes de Bragg em LT 60 kV na Noruega: sistema de interrogação 53 Figura 16 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: croqui do vão de travessia e locação dos sensores 54 Figura 17 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: vão sobre o Glomfjord 55 Figura 18 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: descida do cabo óptico desde a linha energizada ao solo Figura 19 – Princípio de funcionamento do acelerômetro a redes de Bragg 56 60 Figura 20 – Primeiro protótipo triaxial e disposição das redes em relação à massa sísmica Figura 21 – Módulo uniaxial isolado e montagem do segundo protótipo 60 61 Figura 22 – Módulo básico uniaxial do acelerômetro: desenho de projeto e PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB peça fabricada 62 Figura 23 – Montagem do módulo básico no invólucro externo 63 Figura 24 – Detalhe do interior do invólucro externo 63 Figura 25 – Invólucro externo: desenho de projeto e peça fabricada 64 Figura 26 – Grampo de fixação: desenho de projeto e peça fabricada 64 Figura 27 – Acelerômetro biaxial completo: desenho de projeto 65 Figura 28 – Resposta em freqüência dos módulos uniaxiais até 1.600 Hz 66 Figura 29 – Resposta em freqüência dos módulos uniaxiais até 200 Hz 66 Figura 30 – Espectro das redes de Bragg do acelerômetro 67 Figura 31 – Sistema de leitura: desenho esquemático 68 Figura 32 – Interação dos sensores, filtros e fotodetectores 69 Figura 33 – Sistema de leitura e armazenamento: interior do rack com componentes ópticos e eletrônicos 70 Figura 34 – Sistema de interrogação 70 Figura 35 – Espectro dos filtros CWDM 71 Figura 36 – Câmara térmica para filtros CWDM 71 Figura 37 – Circuitos de fotodetecção 72 Figura 38 – Conversor analógico digital 72 Figura 39 – Sistema de leitura e armazenamento: conectores de E/S 73 Figura 40 – Ilustração da montagem no campo prevista para os instrumentos ópticos de medição da vibração 76 Figura 41 – Ilustração dos conceitos de exatidão e repetitividade 79 Figura 42 – Hierarquia do sistema de rastreabilidade 82 Figura 43 – Calibração preliminar do acelerômetro 84 Figura 44 – Vista geral do Campus de Xerém e localização dos laboratórios de vibrações do Inmetro 85 Figura 45 – Entrada das instalações do Inmetro em Xerém e Laboratório de Vibrações Figura 46 – Esquema de funcionamento do interferômetro de Michelson 86 88 Figura 47 – Mudança no padrão de franjas circulares ao se variar a posição do espelho móvel Figura 48 – Módulo fixado ao excitador e visão geral da instrumentação 88 90 Figura 49 – Interferômetro de Quadratura para calibração absoluta do acelerômetro Figura 50 – Tela do sistema de calibração absoluta 91 91 Figura 51 – Pontos para curva de calibração Sinal AC corrigido x PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Aceleração rms 94 Figura 52 – Curva de calibração Sinal AC x Aceleração rms 95 Figura 53 – Distribuição de freqüências normal ou gaussiana 98 Figura 54 – Distribuição de freqüências retangular 99 Figura 55 – Distribuição de freqüências triangular 99 Figura 56 – Sede do Cepel na Ilha do Fundão 109 Figura 57 – Montagem do ensaio de vibração de cabo 110 Figura 58 – Vão de testes de vibração de cabo 111 Figura 59 – Excitador do vão de testes 111 Figura 60 – Acelerômetros óptico e piezoelétrico montados no cabo vibrante 112 Figura 61 – Analisador digital de sinais (A) e calibrador para acelerômetro piezoelétrico (B) 112 Figura 62 – Tela do sistema de leitura e armazenamento do acelerômetro óptico 113 Figura 63 – Bancada de medição 113 Figura 64 – Nós e antinós de vibração 114 Figura 65 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 12,5 Hz 115 Figura 66 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 40 Hz 116 Figura 67 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 100 Hz 116 Figura 68 – Representação gráfica do fenômeno da histerese 117 Figura 69 – Investigação de histerese no acelerômetro a 16 Hz 117 Figura 70 – Investigação de histerese no acelerômetro a 40 Hz 118 Figura 71 – Investigação de deriva no acelerômetro a 16 Hz 119 Figura 72 – Investigação de deriva no acelerômetro a 80 Hz 119 Figura 73 – Acelerômetro em montagem com amortecedor stockbridge 120 Figura 74 – Acelerações medidas com e sem amortecedor stockbridge 121 Figura 75 – Área de treinamento na Base da Manutenção da Expansion, em Pires do Rio, GO 123 Figura 76 – Cabo óptico FIS-OPTIC-DG e esquema de montagem 124 Figura 77 – Montagem do cabo óptico na torre 126 Figura 78 – Montagem do acelerômetro no vão de testes 126 Figura 79 – Visão geral do sítio de testes e detalhes de instalação dos equipamentos 127 Figura 80 – Inserção de excitação forçada nos cabos através de uma corda 128 Figura 81 – Medição no eixo vertical de uma excitação forçada 129 Figura 82 – Medição no eixo transversal de uma excitação forçada 129 Figura 84 – Medição no eixo vertical de uma excitação eólica 130 Figura 84 – Acelerações e freqüências de vibrações eólicas ao longo de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB um dia de testes 130 Figura 85 – Freqüências obtidas em testes de longa duração posteriores 132 Figura 86 – Acelerações obtidas em testes de longa duração posteriores 132 Figura A1 – Geometria de uma corda vibrante sob uma força f(x,t) e deslocamento w(x,t). 145 Figura B1 – Esquema representativo de um condutor engastado – apoiado e exemplo em um vão real 152 Figura C1 – Resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala linear 169 Figura C2 – Resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala logarítmica 170 Figura C3 – Tendência da resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala linear 171 Figura C4 – Tendência da resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala logarítmica 171 Figura D1 – Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 176 Figura D2 – Comparação entre as curvas de ajuste 177 Lista de quadros e tabelas Quadro 1 – Exemplo de parcela variável de linhas de transmissão 21 Quadro 2 – Freqüências induzidas pelo vento em um cabo CAA Ruddy 29 Quadro 3 – Comparação dos tipo de movimento cíclico de cabos 34 Quadro 4 – Métodos de calibração de transdutores de vibração e suas incertezas típicas 83 Quadro 5 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição normal 101 Quadro 6 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição retangular 101 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB Quadro 7 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição triangular 101 Quadro 8 – Incertezas de medição para a aceleração 105 Quadro C1 – Resultados brutos do teste no Inmetro 155 Quadro C2 – Subconjunto de dados para freqüência de 45 Hz 168 Quadro C3 – Valores médios de Log AC / Aceleração rms por freqüência 169 Quadro C4 – Fatores de correção do sinal AC pela freqüência 171 Quadro C5 – Subconjunto de dados para aceleração 6,53 m/s² 172 Quadro C6 – Médias e desvios-padrão do sinal AC para os subconjuntos de aceleração 173 Quadro D1 – Resultados dos ajustes pelo método dos mínimos quadrados 175 Quadro E1 – Resultados dos ajustes das curvas de subida e descida 186 Quadro E2 – Resultados da avaliação de histerese 187 Quadro F1 – Parâmetros de cabos típicos de LTs 500 kV 188 Quadro F2 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 150 m 189 Quadro F3 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 450 m 189 Quadro F4 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 1.000 m 189 Quadro F5 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 150 m 190 Quadro F6 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 450 m 190 Quadro F7 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 1.000 m 190 Abreviaturas e siglas utilizadas ABCQ – Associação Brasileira de Controle da Qualidade ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica BIPM – Bureau International des Poids et Mesures CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CIGRÉ – Conseil International des Grands Réseaux Électriques COBEI – Comitê Brasileiro de Normas Técnicas CPST – Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão EPRI – Electric Power Research Institute PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ISO – International Organization for Standardization MME – Ministério das Minas e Energia NIST – National Institute of Standards and Technology ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico PTB – Physikalisch-Technische Bundesanstalt PV – Parcela Variável RAP – Receita Anual Permitida SI – Sistema Internacional de Unidades PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CB If you cannot measure it, you cannot improve it. Lord William Thomson Kelvin, Popular Lectures and Addresses 1 Introdução 1.1 Linhas de transmissão de energia elétrica Linhas de transmissão de energia são estruturas importantes em um sistema de energia elétrica. Operando sob tensões elevadas, viabilizam a transferência de grandes blocos de energia a longas distâncias. Essa PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA característica permite: • Interligar centrais geradoras aos centros consumidores. • Interligar subsistemas elétricos, aumentando a estabilidade e confiabilidade da rede elétrica. No Brasil, cerca de 90 % do suprimento de energia elétrica provém de usinas hidrelétricas [Aneel, 2002] situadas ao longo das grandes bacias hidrográficas no interior do país. Já os centros consumidores estão principalmente na região litorânea, tipicamente a centenas ou até milhares de quilômetros de distância dessas fontes de energia. A interconexão dos pontos de geração com os centros de consumo de quase todo o Brasil é possível graças a uma rede de linhas de transmissão de alta tensão, chamada Rede Básica, que reúne mais de 80.000 km1 de linhas de transmissão em tensões desde 230 até 750 kV. A Rede Básica é mostrada na figura 1 [Aneel, 2002]. Nos últimos anos, os órgãos responsáveis pelo planejamento do Setor Elétrico (MME, ANEEL e ONS) têm se dedicado a promover a expansão da Rede Básica. Além da maior confiabilidade da malha de transmissão obtida com sua expansão, as grandes interligações possibilitam a troca de energia entre regiões, otimizando o uso dos recursos de geração ao aproveitar a diversidade de comportamento das vazões entre rios de diferentes bacias hidrográficas. Ao esforço na ampliação da Rede Básica, aliou-se o sucesso dos leilões de novas linhas de transmissão, baseados no princípio do menor custo de operação. Com isso, foi possível contratar, até fevereiro de 2004, a construção 1 Até o final de 2004. Capítulo 1 - Introdução __ _19 de 10.882 km de linhas de transmissão nas tensões 230, 345, 440 e 500 kV, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA importando em investimentos da ordem de R$ 6,2 bilhões de reais [Aneel, 2004]. Figura 1 – Rede Básica de Transmissão - previsão até 2009 Tal sucesso tem provocado um aumento no número de novas concessionárias de transmissão, que passou de 13 para 46 entre Janeiro de 1999 e Março de 2005 [Nogueira, 2005]. A ampliação do número de investidores e da importância e extensão da rede de transmissão tem estimulado a busca por uma maior confiabilidade da Rede Básica, a qual passa pela redução do número e duração das indisponibilidades de linhas de transmissão. Capítulo 1 - Introdução __ _20 1.2 Custos da indisponibilidade de linhas de transmissão Conforme já mencionado, os elevados blocos de energia transportados por linhas de alta tensão fazem com que sua confiabilidade e disponibilidade sejam fatores de extrema importância para a garantia de suprimento de energia elétrica aos centros consumidores. Acidentes seguidos de desligamento em linhas de transmissão de alta tensão estão entre as principais causas de apagões em grande escala no Brasil e no exterior. O custo social do desligamento de uma linha de transmissão depende da extensão da área geográfica, população e serviços afetados, sendo de difícil quantificação. Não obstante, esse é um custo claramente relevante, na medida PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA em que podem ser afetados órgãos públicos, empresas de serviço, indústria, comércio e consumidores individuais. Além do impacto para a sociedade, a interrupção no fornecimento de energia pode causar prejuízos às empresas concessionárias. Nesse caso, os custos são quantificáveis e, algumas vezes, elevados. A partir de 1999, com a implantação do Novo Modelo do Setor Elétrico ― que separou os setores de geração, transmissão e distribuição ― os novos empreendimentos de expansão da Rede Básica passaram a ser remunerados por um valor pago mensalmente e reajustável anualmente chamado Receita Anual Permitida (RAP). A RAP é paga em proporção à disponibilidade da linha de transmissão. Em caso de desligamento da linha essa remuneração é reduzida de um valor chamado Parcela Variável (PV). De acordo com a cláusula 26ª do CPST (Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão) padrão assinado entre ONS e o agente de transmissão, a Parcela Variável é calculada pela fórmula abaixo [ONS, 2003]: PV = ⎛ NP ⎞ ⎛ NO ⎞ PB PB ⎜− Kp⎜ − DDPi ⎟ + Ko i DOD i ⎟ ⎟ 26 x 60 xD ⎜ ⎟ 26 x 60 xD ⎜⎝ i=1 ⎠ ⎝ i=1 ⎠ ∑ ∑ Onde: PB: Pagamento base (mensal) da instalação de transmissão D: Número de dias no mês (1) Capítulo 1 - Introdução __ _21 Kp: Fator para desligamentos programados (= Ko / 15) Ko: Fator para outros desligamentos de até 300 minutos após o 1° minuto (o fator é reduzido para Kp após o 300° minuto) DDP: Duração em minutos de cada desligamento programado no mês DOD: Duração em minutos de cada um dos outros desligamento no mês NP: Número de desligamentos programados da instalação no mês NO: Número de outros desligamentos da instalação no mês O valor atualmente empregado para Ko é 150 (o que implica Kp = 10), ficando a fórmula da PV como abaixo: PV = ⎛ NP ⎞ ⎛ NO ⎞ PB PB ⎜− 10 ⎜ − DDPi ⎟ + 150 x DODi ⎟ ⎟ 24 x 60 xD ⎜ ⎟ 24 x 60 xD ⎜⎝ i =1 ⎠ ⎝ i =1 ⎠ ∑ ∑ (2) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A RAP é estabelecida pelo lance vencedor do Leilão da respectiva linha de transmissão e seu valor depende de fatores empresariais (como custo do capital) e técnico-construtivos (nível de tensão, extensão da linha e topografia do terreno, entre outros). Como exemplo, apresentamos no quadro 1 dois casos típicos, junto com o cálculo da PV associada: Quadro 1 – Exemplo de parcela variável de linhas de transmissão Linha de Transmissão Tensão Extensão PB típico (kV) (km) (R$ / mês) 500 300 3.200.000 230 200 1.100.00 Parcela Variável DDP DOD (R$ / minuto) (R$ / minuto) 740 11.111 255 3.819 Em caso de interrupção da energia transmitida devido a uma falha na própria linha, a empresa concessionária pode sofrer redução de até 12,5 % em sua receita mensal. Interrupções de 1 hora em um mês podem significar, para a maioria das empresas, valores da ordem de centenas de milhares de reais. Verifica-se que a Parcela Variável representa um pesado ônus para a concessionária de transmissão a qual deve, por essa razão, buscar reduzir e prevenir as falhas que possam ocasionar a indisponibilidade da linha. Capítulo 1 - Introdução __ _22 1.3 Causas da indisponibilidade de linhas de transmissão Conforme ressaltado no capítulo anterior, dentro do novo Modelo do Setor Elétrico iniciado em 1999 o principal objetivo das concessionárias de transmissão deve ser manter as linhas disponíveis, sob risco de incorrerem em pesadas penalidades. Diante disso, as empresas buscam levantar todas as possíveis causas de indisponibilidade e implementar medidas preditivas, preventivas e corretivas que reduzam o número dessas indisponibilidades ou minimizem sua duração. As falhas motivadoras de desligamentos em linhas de transmissão se distribuem em falhas na linha propriamente dita e nos equipamentos de manobra e medição a ela associados nas subestações terminais. As últimas têm origens nas características técnicas e operativas de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA equipamentos tais como transformadores de força, reatores, disjuntores, transformadores de medidas entre outros. Estas podem ser mais facilmente enfrentadas, seja pela maior facilidade de intervenção ― já que os equipamentos estão em locais de fácil acesso e com presença de operadores e técnicos de manutenção ― seja pelo uso de arranjo redundante ― por exemplo, em barramentos tipo anel ou disjuntor-e-meio, para os quais há mais de um equipamento do mesmo tipo associado à linha, ou ainda pela disponibilização de unidades reserva, solução comumente adotada para transformadores de força e reatores de derivação. Por seu turno, as falhas na linha propriamente dita ocorrem nos cabos, torres, isoladores ou acessórios. Nesses casos, aspectos como identificação do local do defeito, acesso da equipe de manutenção e substituição do item danificado podem não ser triviais, prolongando o tempo de indisponibilidade. Outro problema está na origem das falhas. Ao contrário das falhas em equipamentos, normalmente ligadas a problemas de fabricação, uso ou manutenção dos mesmos, falhas nas linhas de transmissão estão quase sempre associadas a fenômenos naturais (ventos, descargas atmosféricas, queimadas) e antrópicos (queimadas, vandalismo), ambos de difícil previsão. Muitas vezes as falhas são imediatas como, por exemplo, a queda de torres pela ação do vento ou o curto-circuito devido a descargas atmosféricas ou queimadas. Em outros casos, o defeito surge de forma lenta e gradual, provocado pela influência de grandezas tais como temperatura e tração dos cabos, corrente de fuga em isoladores, torque de aperto de parafusos etc. sobre Capítulo 1 - Introdução __ _23 as propriedades físico-químicas dos materiais, levando-os a falhar a médio e longo prazos. Por essas razões, as empresas têm dedicado esforços ao aperfeiçoamento de métodos preditivos, preventivos e corretivos que promovam o aumento da confiabilidade das linhas de transmissão. Entre esses, destaca-se o desenvolvimento de instrumentos para medição de grandezas e fenômenos de interesse, associados a modelos de previsão de falha. 1.4 Razões para se medir a vibração de cabos em linhas de transmissão Entre as causas de falha em linhas de transmissão, uma das mais críticas é o rompimento dos cabos condutores de energia [Pereira & Monti, 1973], PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA [Azevedo & Cescon, 2002] e cabos pára-raios [Hadju & Menezes Jr., 1973]. Embora pouco comum, tal evento pode ter conseqüências catastróficas2, além de exigir um tempo de reparo que pode levar de várias horas a alguns dias. Cabos de linhas de transmissão podem romper (raramente) por vandalismo3 ou (o que é mais freqüente) por fadiga causada por vibração. Neste último caso, a origem da vibração é o vento. Vale ressaltar que os efeitos das vibrações nos cabos podem se estender às ferragens, isoladores e estruturas associadas [Pereira & Monti, 1973], [Franco, 1977]. Devido às incertezas que cercam a previsão do vento incidente e a conseqüente vibração produzida, os projetistas de linhas de transmissão utilizam regras genéricas para determinar e evitar condições críticas de vibração. Quando não é possível atender a essas condições, são instalados amortecedores nos cabos. Ainda assim, permanece alguma incerteza devido à variabilidade dos parâmetros que definem as freqüências críticas de vibração e o conseqüente posicionamento e instalação dos amortecedores. Por outro lado, a verificação da fadiga requer ensaios sobre amostras do cabo o que, por motivos óbvios, raramente é feito na prática. 2 Como exemplo cita-se o “apagão” registrado em 21/01/2002 em vários estados brasileiros, provocado pelo rompimento de um cabo de linha de transmissão aérea em 440 kV por fadiga associada à vibração eólica [Azevedo & Cescon, 2002], 3 Além de disparos por armas de fogo, têm sido registrados caso de corte dos cabos pelo cerol de pipas. Tais casos, entretanto, estão sempre restritos a um trecho pequeno em relação à extensão total da linha. Capítulo 1 - Introdução __ _24 A existência de modelos correlacionando a fadiga nos cabos com a amplitude e freqüência da vibração sobre eles imposta [Poffenberger & Swart, 1965], [Epri, 1979], [Cigré, 1979, 1989, 1995] abre a possibilidade de medir essas grandezas de vibração e atuar de forma preventiva e preditiva. Embora seja possível relacionar tais grandezas com a intensidade e direção do vento e as características do cabo [Epri, 1979], [Cigré, 1989] tal abordagem torna-se pouco viável na prática, seja por se apoiar em simulações ideais de cilindros em túneis de vento, seja por esbarrar na dificuldade de se medir os parâmetros do vento ao longo de toda a linha de transmissão. A medição direta da vibração torna-se então a única alternativa viável de prever a fadiga e atuar antes que o defeito se torne irreversível. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 1.5 Vantagens da medição com fibra óptica e redes de Bragg Desde os trabalhos pioneiros [Tebo, 1941], [Edwards & Boyd, 1963], [Epri, 1979] até os aparelhos hoje comercialmente disponíveis [Roctest, 2003a, b] vários instrumentos de medição de vibração têm sido propostos e testados em linhas de transmissão. Em sua quase totalidade, tais instrumentos utilizam extensômetros elétricos de resistência (strain gauges) como transdutores os quais, por gerarem sinais elétricos, podem sofrer interferências dos intensos campos elétricos e magnéticos em torno dos cabos condutores. Outro problema é que tais dispositivos, por serem instalados diretamente nos cabos energizados, devem armazenar internamente os dados para recuperação a posteriori dos resultados das medições. Tal fato gera limitações na quantidade de dados que podem ser registrados. Por fim, ambas as características supracitadas implicam na necessidade de um fonte de energia externa, seja para o transdutor, seja para o dispositivo de armazenagem. A dificuldade em se obter tal fonte nas proximidades de uma linha de transmissão termina por impor restrições à autonomia do dispositivo de medição. As dificuldades encontradas nos instrumentos de medição tradicionais oferecem uma oportunidade para o estudo de tecnologias alternativas como, por exemplo, o sensoriamento com fibras ópticas usando a técnica das redes de Bragg. Capítulo 1 - Introdução __ _25 Sensores a fibra óptica são imunes a intensos campos elétricos e magnéticos e apresentam baixas perdas na transmissão do sinal. Com o uso da técnica de redes de Bragg pode-se ainda construir um medidor que requeira baixa potência de sinal, usando um LED como fonte de luz. Por fim, a própria fibra pode ser usada como guia de dados, conduzindo os valores medidos pelo sensor para uma unidade de armazenamento situada longe dos cabos energizados. Tais características permitem uma sensível redução no tamanho e aumento na autonomia do instrumento, bem como na qualidade dos dados medidos. Vantagens adicionais das redes de Bragg são a possibilidade de supervisão de diferentes grandezas (como deformação, temperatura, vibração e outros) e a multiplexação das redes, permitindo o uso de diversos sensores na mesma fibra. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Embora tais vantagens pareçam promissoras, a literatura técnica registra poucas tentativas de desenvolvimento de sensores a redes de Bragg para estruturas e equipamentos de alta tensão [Ogawa et al, 1997], [Cavaleiro, 1998], [Dakin & Culshaw, 1998], [Willsch et al, 2002], [Bjerkan, 2000, 2004a, b]. Destes, apenas o trabalho de Bjerkan, em andamento na Noruega, está voltado para a medição da vibração em linhas de transmissão de alta tensão. O pequeno número de trabalhos sugere que a tecnologia de redes de Bragg é ainda pouco divulgada no setor elétrico. Tal fato reforça a importância do desenvolvimento descrito nesta dissertação. 1.6 Organização do trabalho O capítulo 2 discorre sobre a teoria da vibração em cordas e, especificamente, sobre o fenômeno das vibrações em cabos de linhas de transmissão. São comentados os instrumentos usados na medição de vibração em linhas de transmissão. O capítulo 3 apresenta o princípio do sensoriamento com redes de Bragg e uma revisão bibliográfica das aplicações dessa tecnologia registradas em linhas de transmissão. Capítulo 1 - Introdução __ _26 O capítulo 4 apresenta o histórico do acelerômetro a redes de Bragg desenvolvido pelo Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio e detalhes construtivos do mesmo. O capítulo 5 descreve o ensaio de calibração de elevada exatidão do módulo básico acelerômetro, realizado no Laboratório de Vibrações do Inmetro. O capítulo 6 apresenta os algoritmos desenvolvidos para se expressar as incertezas associadas ao processo de medição, bem como a avaliação da incerteza de medição associada à calibração. O capítulo 7 descreve o ensaio em vão de testes de cabo com o acelerômetro completo, realizado no Laboratório de Vibrações do Cepel. O capítulo 8 oferece um relato dos testes iniciais do acelerômetro instalado ao tempo, realizados no vão de treinamento de linhas de transmissão da Expansion em Pires do Rio, GO. O capítulo 9 resume as principais conclusões e contribuições do estudo, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA bem como apresenta sugestões para desdobramentos e pesquisas futuros. 2 Vibração em Cabos de Linhas de Transmissão Nesta dissertação será adotada a conceituação proposta pelo Epri [Epri, 1979], segundo a qual o estudo da vibração em cabos de linhas de transmissão engloba os movimentos repetitivos ou cíclicos que derivam sua energia da força do vento nos cabos. Ao mesmo tempo em que absorvem energia do vento, os cabos a dissipam, seja pela fricção entre os fios (auto-amortecimento), seja pela transferência a elementos circunvizinhos (grampos, amortecedores, conjuntos de suspensão e, no caso de feixe de condutores, espaçadores e outros cabos). PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A magnitude relativa dessas dissipações e sua posição em fase com cada ciclo de movimento determinam se o movimento do cabo será suprimido, sustentado ou acelerado. Para efeito do estudo da vibração, é geralmente admitido que o movimento é de caráter permanente, isto é, não são considerados regimes transitórios. 2.1 Mecânica do movimento cíclico em cabos Figura 2 – Simulação da seção transversal de uma esteira de vórtices gerada por um fluido incompressível passando por um obstáculo cilíndrico O efeito do vento sobre uma cabo tracionado é conhecido pelo menos desde a Grécia clássica, quando surgiram as chamadas harpas eólicas, Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 28 instrumentos que emitiam sons harmônicos a partir da vibração de cordas de diferentes diâmetros, excitadas pela passagem do ar. Ao passar transversalmente por um cilindro, o ar sofre uma descontinuidade na velocidade, criando vórtices atrás desse cilindro enquanto se afasta do mesmo (v. figura 2). Esse vórtices, usualmente denominados “vórtices karmanianos” em consideração aos estudos detalhados realizados sobre eles por Von Karman4, criam um desbalanço de pressão alternado que induz o cabo a mover-se cíclica e perpendicularmente à direção do vento5. Os padrões formados pelo fluxo de um fluido qualquer ao redor de um cilindro (isto é, a forma e quantidade dos vórtices) dependem basicamente de três variáveis: o diâmetro do cilindro, a velocidade do fluido e sua viscosidade cinemática. Essas três variáveis podem ser correlacionadas em um número adimensional conhecido como número de Reynolds6 (Re), usado para definir os PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA diferentes padrões formados pelo fluido que flui através do cilindro: Re = onde V.d υ (3) V: velocidade do fluido d: diâmetro do cilindro υ: viscosidade cinemática do fluido7 Para linha de transmissão, a faixa de valores de Re para os quais surgem forças transversais indutoras de vibração eólica ― indicativa de um regime de fluxo laminar ― inicia-se em 40, subindo até valores da ordem de 100.000, a partir dos quais se iniciam regimes de intensa turbulência. Outro número adimensional importante na compreensão da mecânica do movimento do cabo é o número de Strouhal8, que relaciona a velocidade do fluido, o diâmetro do cilindro e a freqüência dos vórtices. 4 Sköllöskislaki Kármán Todor / Theodore von Karman (1881-1963), engenheiro e matemático húngaro com importante contribuição para a aerodinâmica. 5 O modelo aerodinâmico completo decompõe as forças atuantes em arrasto (drag) e sustentação (lift). A primeira componente age na direção do movimento do ar e a segunda perpendicularmente a este e ao eixo do cilindro. Entretanto, somente a força de sustentação é relevante para o estudo da vibração em cabos de linhas de transmissão [Lienhard, 1966]. 6 Osbourne Reynolds (1842 – 1912), engenheiro e físico irlandês conhecido por seu trabalho em hidráulica e hidrodinâmica. 7 Para o ar, υ = 1,45 . 10-5 m²/s a 15 ºC. 8 Čeněk Strouhal (1850 – 1922), físico tcheco. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão St = onde 29 f .d V (4) f: freqüência de dispersão dos vórtices d: diâmetro do cilindro V: velocidade do fluido Considerando as margens de erro implícitas nos parâmetros de cálculo, das quais a maior é a própria velocidade do vento, é comum adotar-se o valor de 0,185 como uma aproximação para St [Epri, 1979]. Nesse caso, obtém-se a equação a seguir para a freqüência da vibração eólica induzida no cabo: f= 0,185.V d onde (5) f: freqüência de vibração do cabo [Hz] V: velocidade do vento [m/s] d: diâmetro do cabo [mm] PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O quadro 2 apresenta a resposta, prevista pela equação acima, de um cabo CAA Ruddy (diâmetro 28,7 mm) para diferentes velocidades de vento. Quadro 2 – Freqüências induzidas pelo vento em um cabo CAA Ruddy Velocidades de Vento 1 m/s 3 m/s 5 m/s 7 m/s Freqüências 6,439 19,318 32,196 45,075 A fórmula apresentada deveria significar que, para uma dada velocidade de vento, o vão responderia vibrando o cabo na freqüência natural mais próxima à freqüência induzida pelo vento. Na verdade, contudo, o fenômeno conhecido como travamento (locking-in) reduz a sensibilidade com que a freqüência do cabo responde às variações na velocidade do vento [Epri, 1979]. O travamento é um fenômeno encontrado em cilindros vibrantes atravessados pelo fluxo de um fluido incompressível. Enquanto para o cilindro estacionário os vórtices se dispersam de forma aleatoriamente distribuída, no cilindro vibrante há uma sincronização dos vórtices com o movimento do cilindro. Esse padrão de vórtices persiste ainda que a freqüência de vibração do cilindro difira da freqüência de Strouhal esperada. Uma implicação importante desse fenômeno é que a vibração no cabo pode se sustentar mesmo que a velocidade do vento sofra variações9. 9 A condição de travamento pode ser perdida por mudanças bruscas na velocidade do vento. O desvio tolerado parece confinar-se à faixa de 10 %. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 30 2.2 Cabos de linhas de transmissão Linha de transmissão possuem cabos condutores e pára-raios. Em ambos ocorre o fenômeno da vibração eólica. Os cabos condutores formam a guia de onda para a transmissão de energia e são em geral compostos por várias camadas de fios encordoados. Existem diversos tipos de cabos condutores comercializados, que diferem principalmente em relação aos materiais empregados nos fios (alumínio puro, ligas de alumínio e aço) e à geometria da seção reta desses fios (circular, na maioria dos casos, ou trapezoidal em cabos com características mecânicas e elétricas especiais). A maioria das linhas de transmissão no Brasil e no mundo emprega cabos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA condutores de alumínio com alma de aço. Esses cabos, chamados CAA (Cabo de Alumínio com alma de Aço) ou ACSR (Aluminum Conductor Steel-Reinforced) consistem de uma ou mais coroas de fios de alumínio 1350-H19 em torno de uma alma de um ou mais fios de aço galvanizado [Dic. Bras. Eletricidade, 1986], conforme mostrado na figura 3. Figura 3 – Cabo CAA tipo Ruddy 900 MCM formação 45/7 O alumínio 1350-H19 apresenta boa condutividade elétrica, boa resistência à corrosão e relativo baixo custo frente a outros materiais condutores, tendo a função de conduzir a corrente elétrica. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 31 O aço galvanizado possui elevada carga de ruptura à tração10 e serve para dar sustentação mecânica ao cabo. Cabos pára-raios são os cabos instalados acima dos condutores de uma linha aérea para fins de proteção contra descargas atmosféricas diretas [Dic. Bras. Eletricidade, 1986]. Em linhas de transmissão os cabos pára-raios têm, pelo menos, mais uma importante função: a interligação dos sistemas de aterramento das estruturas. O tipo mais comum é constituído de fios encordoados de aço galvanizado de alta resistência mecânica, chamados AR ou HS (High Strength), ou extra-alta resistência mecânica, chamados EAR ou EHS (Extra High Strength). Nas proximidades das subestações, onde as correntes de curto-circuito são mais elevadas, são (comercialmente algumas vezes conhecidos usados como cabos Alumoweld CAA ― ou Aço-Alumínio Aluminum Clad-Steel Conductor, composto por fios de aço revestidos de alumínio). PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A partir de meados da década de 80, começaram a ser usados os cabos pára-raios com fibra óptica, conhecidos como OPGW (Optical-Fiber Ground Wire), que visavam aproveitar os extensos trechos percorridos pelas linhas de transmissão para interligar sistemas de telecomunicações. Embora existam vários tipos de cabos OPGW, o modelo mais comum consiste de um tubo de alumínio oco, pelo qual passam as fibras ópticas, em torno do qual são encordoados fios de alumínio ou alumoweld. Figura 4 – Cabos OPGW: detalhe e instalação O aumento no uso de cabos OPGW tem levado a uma maior preocupação com os efeitos da vibração em cabos pára-raios já que esses cabos são mecanicamente menos resistentes à fadiga que os cabos de aço. Em adição, o 10 Neste trabalho optar-se-á pelo uso do termo “tração” em lugar de “tensão mecânica”, para evitar ambigüidades com a grandeza “tensão elétrica”. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 32 rompimento do cabo OPGW implica em interrupção do caminho óptico e, conseqüentemente, dos serviços de telecomunicação que deles se utilizam. 2.3 Tipos de movimento cíclico em cabos de linhas de transmissão Geralmente são reconhecidos três tipos de movimento cíclico nos cabos de linhas de transmissão: vibração eólica, galope e oscilações de subvão [Epri, 1979]. a) Vibração eólica Trata-se do fenômeno clássico descrito no capítulo anterior, aplicado a um PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA cabo singelo. É conhecido pelos engenheiros como uma das causas de fadiga e rompimento dos cabos pelo menos desde a década de 1920. A vibração eólica se dá sob ventos de fracos a moderados (até 7 m/s) e provoca oscilações de pequena amplitude (da ordem de grandeza do diâmetro do cabo) e baixa freqüência (até 150 Hz). O controle da vibração eólica é feito pela limitação da tração imposta ao cabo e pelo uso de amortecedores. Entretanto, somente pela medição direta da vibração é possível, sem interromper a operação da linha, estimar a vida útil do cabo frente ao processo de fadiga por deformação cíclica. b) Galope Em países frios, é possível que uma precipitação de neve faça surgir ao redor dos cabos uma camada de gelo de diâmetro apreciável (v. figura 5). Dependendo da geometria formada pelo gelo depositado, ocorre uma mudança em sua aerodinâmica, em comparação àquela de um cabo nu. Tal mudança, aliada à rotação do cabo em relação ao fluxo de ar, pode levar a uma variação da força vertical imposta por ventos de média velocidade. Quando uma variação positiva dessa força coincide com um ciclo oscilatório na mesma direção, há um reforço no movimento que pode levar a amplitudes de vibração de vários metros, em baixíssimas freqüências [Epri, 1979], [Toussaint, 1998]. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 33 As forças impostas ao cabo pelo galope são muito superiores àquelas da vibração eólica, podendo levar ao rompimento do cabo e causar danos às cadeias de isoladores, ferragens ou mesmo às torres. Figura 5 – Cabos de linhas de transmissão com depósito de gelo A quantidade de variáveis envolvidas no problema e sua difícil modelagem PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA dificultam o estudo do galope. Entretanto, trata-se de fenômeno não registrado no Brasil e, por isso, sua medição não está incluída entre os objetivos do acelerômetro cujo desenvolvimento é analisado nesta dissertação. c) Oscilações de subvão Dentre os tipos de movimentos cíclicos verificados em cabos de linhas de transmissão, o de classificação mais recente [Epri, 1979] e ainda menos estudado é a oscilação de subvão (wake-induced oscillation). Trata-se de fenômeno típico de feixes de condutores expostos a ventos de médios a fortes e surge da interferência que os subcondutores a barlavento provocam no fluxo de ar que segue para os subcondutores a sotavento. Os vórtices e turbulências originados pela passagem de um vento constante pelos subcondutores a barlavento submetem os subcondutores a sotavento a um conjunto complexo e variável de forças. O resultado pode ser desde a supressão do movimento dos subcondutores a sotavento até sua oscilação em uma órbita elíptica e irregular. Entre os vários modos de movimento desse gênero estão o modo de subvão, o qual envolve a oscilação de subcondutores no trecho entre dois espaçadores, e os chamados “modos de corpo rígido”, nos quais o feixe se move em conjunto como, por exemplo, o giro (rolling ou twisting). Esses movimentos são representados na figura 6 [Epri, 1979]. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 34 Figura 6 – Exemplos de oscilações de subvão d) Resumo dos tipos de movimento cíclico de cabos em linhas de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA transmissão O quadro abaixo, adaptado de [Epri, 1979], apresenta um resumo das principais características associadas aos três tipos de oscilação. Quadro 3 – Comparação dos tipo de movimento cíclico de cabos Vibração Eólica Tipos de linhas de transmissão Faixa de freqüências [Hz] Faixa de amplitudes picoa-pico (% diâmetro cabo) Velocidade do vento Galope Oscilação de subvão Linhas com Todas Todas 3 a 150 0,08 a 3 0,15 a 10 1 a 100 500 a 30.000 50 a 8.000 1 a 7 m/s 7 a 18 m/s 4 a 18 m/s feixes 2.4 Teoria da vibração em cordas e cabos Uma corda vibrante é um sistema de múltiplos graus de liberdade e pode ser representada por uma função contínua no tempo da posição relativa de um dado elemento infinitesimal dessa corda. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 35 a) Vibração em uma corda flexível Uma corda unidimensional sem resistência à flexão ― dita livre ou flexível ― sob tração, possui a seguinte equação de vibração11: T ∂2w ∂2w ∂x ∂t 2 −m 2 onde =0 (6) T = tração [N] m = massa / unidade de comprimento [kg/m] Essa equação também pode ser escrita na forma a seguir, conhecida como Equação da Onda: ∂2w 1 ∂2w ∂x c 2 ∂t 2 − 2 (7) T = velocidade de propagação da onda [m/s] m (8) c= onde PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA =0 A equação geral para a freqüência de vibração de tal corda, para um dado modo n de vibração, pode representada pelas equações a seguir: fn = n 2L fn = nc 2L T m n = 1, 2 , 3 K (9) n = 1, 2 , 3 K (10) b) Vibração em uma corda com rigidez à flexão Ao se considerar a presença de rigidez à flexão, a equação de vibração da corda tracionada toma a seguinte forma12: EI ∂4w ∂2w ∂2w ∂x ∂x ∂t 2 onde −T 4 +m 2 =0 (11) EI = rigidez à flexão [Nm²] T = tração [N] m = massa / unidade de comprimento [kg/m] Nesse caso, a equação das freqüências naturais de vibração e da velocidade de propagação da onda são, respectivamente: 11 O desenvolvimento téorico para a corda livre é mostrado com detalhes no Apêndice A. 12 O desenvolvimento téorico para a corda rígida é mostrado com detalhes no Apêndice B. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão n fn = 2L T EI ⎛ nπ ⎞ 1+ ⎜ ⎟ m T ⎝ L ⎠ T EI ⎛ nπ ⎞ 1+ c= ⎜ ⎟ m T ⎝ L ⎠ 36 2 (12) 2 (13) Verifica-se que tanto a freqüência quanto a velocidade da onda na corda 2 rígida irão diferir dos valores para a corda flexível por um fator EI ⎛ nπ ⎞ 1+ ⎜ ⎟ . T ⎝ L ⎠ Para os cabos e arranjos construtivos típicos de linhas de transmissão, esse fator é um número muito pequeno. Pode-se portanto, para fins práticos, adotar o modelo da corda livre para representação da vibração em cabos de linhas de transmissão. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O apêndice F oferece um exemplo matemático das freqüências naturais de um cabo típico de linhas de transmissão de extra alta tensão, quando calculadas pelos modelos de corda flexível e corda com rigidez à flexão. c) Características das vibrações em cabos de linhas de transmissão Aplicando-se os valores e grandezas tipicamente encontrados em cabos de linhas de transmissão às equações da corda vibrante percebem-se duas características importantes: • A faixa de freqüências naturais de vibração é baixa (raramente superior a 100 Hz), mesmo para os harmônicos maiores. • As freqüências naturais estão muito próximas entre si, com espaçamentos da ordem de fração de hertz ou pouco superiores à unidade. Essa última característica tem implicações práticas importantes quando se trata de excitação eólica, pois: • Devido à característica irregular da força aplicada pelo vento, o cabo será excitado em vários modos simultaneamente. • Devido à pequena diferença de freqüência entre os modos, a medição da freqüência se apresentará normalmente como um batimento13. 13 Batimento é uma pulsação caracterizada por aumentos e reduções alternados na amplitude da onda, causada pela adição de duas ondas de freqüências diferentes porém próximas. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 37 Um exemplo de medição de vibração em uma linha de transmissão é mostrado na figura 7 [Epri, 1979]. Nela é possível verificar o padrão pulsante característico de um batimento. Esse padrão é típico da vibração eólica de cabos em linhas de transmissão e tem sido observado e registrado desde os estudos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA pioneiros [Varney, 1935], [Zobel, 1959], [Edwards & Boyd, 1963]. Figura 7 – Registros da vibração de um cabo de linha de transmissão, nas extremidades de um vão de cerca de 270 m. 2.5 Fadiga por vibração eólica em cabos de linhas de transmissão Como já mencionado nesta dissertação, a fadiga nos fios dos cabos de linhas de transmissão é o dano mais comum resultante da vibração eólica e sua previsão é a principal razão para a medição dos parâmetros de vibração dos cabos. A fadiga é causada pelos esforços dinâmicos resultantes da deformação cíclica do cabo nos pontos onde seu movimento é restringido (v. figura 8) [Cigré, 1989], [Oliveira et al, 2003]. Um exemplo típico são as oscilações transversais verticais características da vibração eólica atuando sobre grampos de suspensão, grampos de ancoragem, garras de espaçadores, emendas etc. O efeito desses esforços é agravado pela abrasão (fretting) e corrosão na superfície dos fios que compõem o cabo. A maioria das ocorrências de fadiga em cabos acontece junto aos grampos de suspensão, onde certa rigidez estrutural no plano vertical é demandada para suportar o peso do cabo. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 38 Figura 8 – Cabo com fios partidos por fadiga e detalhe da seção de fio rompido, com marcas de abrasão na parte inferior Idealmente, a fadiga em cabos de linhas de transmissão deveria ser prevista através da medição da tração dinâmica acumulada em cada um dos fios que constituem o cabo. Essa abordagem, com o uso de extensômetros, é PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA comum em testes de laboratório [Cigré, 1979], [Epri,1979], sendo porém menos utilizada em medições de campo, muito embora existam registros de tentativas bem-sucedidas [Zobel, 1959], [Philipps et al, 1972]. Além das dificuldades impostas aos instrumentos e métodos de medição pelas elevadas tensões, correntes e campos elétricos e magnéticos existentes, tal medição é inviabilizada pela impossibilidade de se acessar os fios das coroas internas. Dessa forma, faz-se necessário o uso de modelos correlacionando uma tração dinâmica idealizada com parâmetros mensuráveis de vibração. Desde a década de 1960 estabeleceu-se um consenso entre os profissionais da área, iniciado e reforçado pelas duas principais associações técnicas internacionais do setor elétrico ― o IEEE [IEEE, 1966] e o Cigré [Cigré, 1979, 1995] ― para utilização da amplitude de vibração como grandeza de referência para estimativa da fadiga nos cabos. Medida a 89 mm de distância do último ponto de contato do cabo com o grampo de suspensão, a amplitude de vibração pode ser transformada em tração dinâmica através da fórmula de Poffenberger-Swart [Poffenberger & Swart, 1964]: σ = W ' ' Ee d 2 onde WII = curvatura do cabo Ee = módulo de elasticidade do material dos fios da coroa externa d = diâmetro dos fios da coroa externa Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão ε= d Ee p 2 1 yB 2 E px B − 1 + e − px B ou ε= σ= d Ee p 2 1 yB 2 px B − 1 + e − pxB ou σ= 39 d Ee p 2 1 YB 4 E px B − 1 + e − px B (14) d Ee p 2 1 YB 4 px B − 1 + e − pxB (15) Onde ε = deformação dinâmica [m/m] σ = tração dinâmica [N/m² ou Pa] Ee = módulo de elasticidade do material dos fios da coroa externa [N/m²] d = diâmetro dos fios da coroa externa [m] xB = 89mm yB = amplitude diferencial de pico de vibração do cabo [m] YB = amplitude diferencial pico-a-pico de vibração do cabo [m] ⇒ YB = 2yB PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA p= T EI T = tração estática no cabo [N] E = módulo de elasticidade do cabo [N/m²] I = momento de inércia do cabo [m4] EI = rigidez à flexão [Nm²] 2.6 Instrumentos para medição da vibração em cabos de linhas de transmissão Um grande número de instrumentos têm sido propostos e testados para medição dos parâmetros vibratórios em linhas de transmissão. Tais instrumentos podem ser genericamente divididos em 4 grupos: • medidores de deslocamento • captadores de velocidade • acelerômetros • extensômetros Medidores de deslocamento transversal buscam medir a amplitude diferencial de vibração do cabo (isto é, seu deslocamento em relação ao ponto de fixação no grampo de suspensão). Diversos dispositivos têm sido Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 40 empregados com esse propósito, desde os mais elementares (como cunhas ópticas) até os mais sofisticados, os quais utilizam circuitos microprocessados. Captadores de velocidade (velocity pickups) são dispositivos que têm uma saída proporcional ao produto da freqüência angular pelo deslocamento. Tipicamente, consistem de um núcleo magnético móvel em relação a um enrolamento, sendo tal movimento provocado pela vibração do objeto sendo medido. A variação do fluxo magnético sobre o enrolamento induz uma tensão no mesmo, tensão essa proporcional à velocidade de vibração. A integração do sinal de velocidade permite a obtenção de um sinal proporcional ao deslocamento. Por utilizarem transdução elétrica, são susceptíveis a campos elétricos e magnéticos. Acelerômetros são dispositivos que têm uma saída proporcional ao produto do deslocamento com o quadrado da freqüência angular. São em geral leves e de pequena dimensão. Normalmente usam sensores piezoelétricos. Seu sinal de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA saída pode ser integrado para se obter velocidade, ou duplamente integrado para se obter deslocamento. Extensômetros (strain gauges) são muito usados em estudos de vibração de linhas de transmissão por permitirem a medição direta do parâmetro fundamental para determinação da fadiga do cabo: a deformação dinâmica. Sua utilização, entretanto, é prejudicada devido à complexidade de sua instalação (são necessários vários pontos de medida nos fios da coroa externa). Além disso, por exigirem um circuito elétrico para leitura (já que sua saída é proporcional à variação de sua resistência elétrica), são susceptíveis a interferências elétricas e magnéticas. Por essa razão, são mais utilizados em testes de laboratório, para verificação comparativa com outros dispositivos de medição indireta da fadiga nos cabos [Cigré, 1979], [Epri, 1979]. a) Padronização do uso de medidores de deslocamento Medidores de deslocamento transversal (deformação) têm sido usados desde os estudos pioneiros [Tebo, 1941]. O desenvolvimento de um instrumento desse tipo bem-sucedido para medição no campo [Sproule & Edwards, 1959], [Edwards & Boyd, 1963] e a aceitação de um método para correlação do deslocamento medido com a fadiga por vibração eólica [Poffenberger & Swart, 1964], levou à recomendação da medição do deslocamento diferencial pelo IEEE [IEEE, 1966] e Cigré [Cigré, 1995], tornando-a um padrão de facto na indústria. Desde então, os instrumentos de medição de vibração comercialmente Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 41 disponíveis medem amplitude de vibração do cabo. Citam-se como exemplos: OHVR [Ontario Hydro, 1968], Vibrec [Sefag, 1992], Pavica [Roctest, 2003a, b]. Figura 9 – Medidor de vibrações Pavica e seu posicionamento junto ao grampo de suspensão PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA b) Deficiências dos instrumentos disponíveis comercialmente Os instrumentos de medição da vibração, em que pese o grande desenvolvimento por que passaram nas últimas quatro décadas, ainda apresentam alguns problemas: • Amostragem insuficiente de dados. • Armazenamento apenas dos deslocamentos máximos. • Cálculo simplificado da freqüência. • Influência do medidor sobre os dados medidos • Inexistência de um registro gráfico da medição Por se tratarem de aparelhos eletrônicos instalados diretamente nos cabos energizados (v. figura 10), sem a interveniência de uma fonte externa de energia, exigem um sofisticado controle do uso das baterias. Assim, executam medições por amostragem, permanecendo a maior parte do tempo em regime de “hibernação”, com baixo consumo de energia. No caso do Pavica, sob o ajuste recomendado pelo fabricante, isso significa a medição de apenas 1,1% dos eventos de deslocamento e 0,4% dos eventos de freqüência durante o período de operação [Roctest, 2003a]. Alguns aparelhos, de massa elevada, podem interferir na vibração que estão medindo [Richardson Jr., 1989], [Heics & Harvard, 1994]. Por fim, os modernos aparelhos registram o valor absoluto do evento em uma matriz de valores discretos, para aplicação direta nas equações de Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 42 estimativa de fadiga. Não há, entretanto, o registro contínuo das grandezas, o que permitiria sua reconstituição gráfica. Figura 10 – Medidores de vibração Vibrec e Pavica, em operação PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA c) Oportunidades para novos instrumentos de medição Os itens anteriores apresentaram algumas deficiências dos instrumentos disponíveis comercialmente para medição da vibração em cabos de linhas de transmissão. Tais fraquezas são reconhecidas entre os profissionais, empresas e instituições de pesquisa ligados ao setor de transmissão de energia. Veja-se, por exemplo, o EPRI: “At present, few vibration recorders are available in the market for monitoring aeolian vibrations on overhead lines. (…) These recorders may have shortcomings, such as short battery life, poor data measurements, poor communication links or poor performance in cold weather. It is, in fact, likely none of the vibration recorders available today will meet all the requirements of the electric power industry.” [Epri, 2003]. Além desses óbices, o próprio paradigma de medição adotado pela indústria ― a medição do deslocamento diferencial a 89 mm do último ponto de contato do cabo com o grampo de suspensão ― restringe o tipo de medição que os instrumentos existentes são capazes de executar à previsão da fadiga e vida útil dela decorrente. Ficam de fora verificações importantes, como vibrações de meio-de-vão, verificação de sistemas de amortecimento em vãos longos e medição de oscilações de subvão (cuja caracterização exige a medição biaxial da vibração). Por fim, vale observar que os modelos comercialmente disponíveis têm preços entre US$ 8.000 e US$ 14.000 (preços FOB). Assim, um instrumento criado para concorrer nesse mercado não deveria ultrapassar esses valores. Capítulo 2 – Vibração em cabos de linhas de transmissão 43 2.7 Resumo do capítulo Os movimentos cíclicos em cabos de linhas de transmissão têm origem na ação do vento. Os vórtices provocados por ventos de baixa e média velocidades induzem oscilações verticais que, ao entrarem em ressonância com as freqüências naturais do cabo, geram um padrão de vibração contínua. Além da vibração eólica propriamente dita, são reconhecidos outros movimentos cíclicos em cabos de linhas de transmissão derivados da ação do vento, como o galope e as oscilações de subvão. A modelagem do cabo como uma corda livre permite o uso de equações simples para determinar os parâmetros de vibração. O aumento de complexidade desse modelo teórico ― por exemplo com a consideração da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA rigidez à flexão do cabo ― não traz mudanças relevantes no cálculo desses parâmetros. O estudo teórico demonstra que as freqüências de vibração esperadas em cabos de linhas de transmissão são muito baixas (menores que 150 Hz). Além disso, devido à pequena distância entre os infinitos modos de vibração, o cabo será, na prática, excitado simultaneamente com vários harmônicos, de forma que a oscilação observada será um batimento. O dano mais comum resultante da vibração eólica é a fadiga, e a ruptura dela decorrente, dos fios que compõem os cabos das linhas de transmissão. Esse fenômeno é mais comum próximo a pontos de fixação dos cabos, como grampos de suspensão. Devido às dificuldades em se medir a tração dinâmica acumulada em cada fio são usados modelos matemáticos correlacionando parâmetros de vibração a uma tração dinâmica teórica. A equação de Poffenberger-Swart é o modelo mais usado, correlacionando a fadiga ao deslocamento diferencial de vibração. Vários instrumentos têm sido propostos e comercializados para medição da vibração em LTs, porém contêm limitações oriundas tanto da tecnologia dos transdutores elétricos utilizados, quando do paradigma vigente (medição da amplitude de vibração a 89 mm do grampo de suspensão). Tais limitações abrem uma janela de oportunidade para o desenvolvimento de instrumentos usando tecnologias mais avançadas e maior flexibilidade de instalação, respeitando os preços praticados no mercado, não superiores a US$ 14 mil. 3 Redes de Bragg e sua aplicação em Linhas de Transmissão No capítulo anterior foram comentadas as deficiências dos instrumentos disponíveis para medição de vibração em cabos de linhas de transmissão. Parte dessas limitações está ligada à tecnologia de sensoriamento utilizada, baseada em transdutores elétricos, como extensômetros e piezoelétricos. O sensoriamento óptico com redes de Bragg permite superar muitos desses óbices. Contudo, o projeto de um instrumento técnica e economicamente viável, baseado nessa tecnologia e apto para instalação em cabos energizados PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA não é, pelo menos no momento atual, tarefa trivial. Ainda assim, o progresso recente do sensoriamento óptico e o sucesso particular dos sensores a redes de Bragg apontam para um futuro promissor para as tentativas nesse campo. 3.1 Sensores a fibra óptica Sensores a fibra óptica são dispositivos que se baseiam no modo através do qual a luz conduzida em uma fibra óptica pode ser modificada em resposta a uma influência externa, seja de origem física, química, biológica, biomédica ou similar [Dakin & Culshaw, 1998]. Entre as propriedades do sinal óptico que podem ser modificadas por tais influências externas estão intensidade, fase, deslocamento Doppler, estado de polarização, freqüência de modulação, largura de pulso e cor14. As vantagens comparativas dos sensores a fibra óptica derivam do fato de que o sinal modulado pode ser transmitido para a região sensoriada ― e retornar desde lá ― sem necessidade de conexão elétrica. Tal fato confere a esses sensores imunidade a interferências elétricas e magnéticas, isolamento elétrico, passividade química, massa e dimensão pequenas (característica típica da fibra 14 Esta última subentendida como mudança de freqüência / comprimento de onda, ainda que fora da faixa da luz visível de onde o conceito “cor” é derivado. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 45 óptica), elevada sensibilidade e capacidade de interconexão com um grande número de mensurandos. Em especial, há a possibilidade de multiplexação de sensores em uma mesma fibra, devido à enorme capacidade desta última em transportar informação. Por fim, a fibra óptica possibilita a solução de problemas praticamente inacessíveis às tecnologias tradicionais. São exemplos a medição de corrente e tensão em ambientes sob elevados campos eletromagnéticos, identificação de substâncias químicas no sangue de pacientes sob cirurgia e supervisão de temperatura em ambientes com elevado campo de radiofreqüência, como dispositivos de aquecimento por microondas [Dakin & Culshaw, 1998]. De um modo geral, pode-se afirmar que medições em ambientes agressivos e/ou de difícil acesso (como equipamentos de alta tensão, poços de petróleo, estruturas submersas, veículos aeroespaciais e o corpo humano, entre PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA outros) são aplicações potenciais da tecnologia de sensoriamento a fibra óptica. Entre os diferentes sensores a fibra óptica que vêm sido testados para medição de grandezas físicas, um grande destaque tem sido ganho em anos recentes por sensores baseados na técnica das redes ou grades de Bragg. Esta foi a técnica escolhida para desenvolvimento do acelerômetro alvo desta dissertação. 3.2 Redes de Bragg em fibras ópticas: princípio teórico As redes de Bragg em fibras ópticas foram acidentalmente descobertas em 1978, quando Hill e colaboradores [Hill et al, 1978] observaram, ao incidir um feixe laser de argônio monomodo em uma fibra óptica comercial (núcleo de silício dopado com germânio), a formação de uma perturbação periódica no núcleo da mesma. Como resultado, a fibra assim gravada era capaz de refletir até 88% da luz incidente no comprimento de onda idêntico ao do laser empregado (488,0 nm). Em que pese a utilidade potencial de filtros desse tipo, o fato de a reflexão da rede se limitar ao comprimento de onda de gravação (que, no caso, encontrava-se na faixa da luz visível) representava um entrave a sua utilização em aplicações práticas. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 46 Essa situação persistiu por uma década até que o surgimento de técnicas de gravação externa com ultravioleta viabilizaram a fabricação de redes para praticamente qualquer comprimento de onda, abrindo assim um enorme campo de aplicação para as redes de Bragg. Na sua forma mais simples, uma rede de Bragg em fibra óptica (fiber Bragg grating ou FBG) é um componente óptico passivo obtido a partir da modulação local, longitudinal e periódica do índice de refração do núcleo de uma fibra óptica monomodo [Othonos & Kalli, 1999]. Um desenho ilustrativo é PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA mostrado na figura 11. Figura 11 – Princípio construtivo de uma rede de Bragg Ao aumentar ligeiramente o índice de refração nessas regiões induz-se, na luz que se propaga na fibra, uma pequena reflexão em cada plano da rede. Quando a condição de Bragg não é satisfeita, a luz refletida em cada plano se torna progressivamente fora de fase, eventualmente se cancelando. Entretanto, quando as regiões moduladas estão espaçadas a intervalos regulares, ocorrem reflexões com interferências construtivas formando um pico cujo comprimento de onda é definido pelas características da rede. Essa situação é similar à difração de raios X em uma estrutura cristalina, na qual ocorre reflexão construtiva do raio incidente para uma dada condição expressa matematicamente pela Lei de Bragg15. 15 William H. Bragg (1862-1942) e seu filho William L. Bragg (1890-1971), físicos ingleses premiados com o Nobel de Física em 1915 por seu trabalho na análise de estruturas cristalinas com o uso de raios X. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 47 Por analogia, o termo “rede de Bragg“ foi escolhido para identificar a região da fibra óptica com índice de refração periodicamente modulado de forma a provocar a reflexão seletiva de um dado comprimento de onda. Os demais comprimentos de onda, para os quais as reflexões são desprezíveis, seguem ao longo da fibra sem perdas significativas. Assim, ao se iluminar uma rede de Bragg com um feixe de luz de largo espectro, apenas um comprimento de onda retornará pelo núcleo da fibra (v. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA figura 12). Figura 12 – Representação esquemática do funcionamento de uma rede de Bragg O comprimento de onda refletido λB ― chamado comprimento de onda de Bragg ― é dado pela relação: λB = 2 nef Λ onde: (16) nef : índice efetivo de refração do núcleo da fibra Λ : espaçamento da rede 3.3 Sensores a redes de Bragg A ressonância da rede de Bragg ― isto é, o comprimento de onda central da luz refletida pela rede de Bragg ― depende, portanto, do índice efetivo de refração do núcleo e do espaçamento periódico entre as redes, conforme a equação (16). Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 48 Variações de temperatura e deformações mecânicas aplicadas à rede provocam pequenas modificações em seu espaçamento, bem como nos valores do índice de refração, alterando portanto o valor de λB. Assim, ao supervisionar o valor do comprimento de onda de Bragg, podese inferir as variações de temperatura e deformação no local onde está posicionada a rede. Em outras palavras, a rede de Bragg funciona como um sensor para essas grandezas, bem como para quaisquer outras que possam ser direta ou indiretamente associadas a essas variáveis. A partir de (16), pode-se derivar uma relação matemática para representar a influência da deformação e temperatura no comprimento de onda de Bragg [Othonos & Kalli, 1999]: ∂Λ ⎞ ∂Λ ⎞ ⎛ ∂n ⎛ ∂n ⎟∆l + 2⎜ Λ ef + nef ⎟∆T ∆λB = 2⎜ Λ ef + nef ∂l ∂l ⎠ ∂T ⎠ ⎝ ⎝ ∂T (17) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O primeiro termo da equação representa o efeito da deformação da fibra óptica sobre o espaçamento da rede bem como, por efeito fotoelástico, em seu índice de refração, podendo ser expresso de modo simplificado como: ∆λ B1 = λ B (1 − pe ) ε z onde (18) pe : constante de deformação óptica efetiva εz = ∆L = deformação na fibra L A constante pe é definida por: pe = nef 2 2 onde [ p12 − ν ( p11 + p12 )] (19) p11 e p12 : componentes do tensor de deformação óptica ν : razão de Poisson Para uma típica fibra de silício dopada com germânio: p11 = 0,113 p12 = 0,252 ν = 0,16 nef = 1,482 ⇒ pe = 0,2126 O segundo termo representa o efeito da temperatura e pode ser escrito como: ∆λ B 2 = λ B (α Λ + α n )∆T onde αΛ : coeficiente de expansão térmica da fibra αn : coeficiente termo-óptico (20) Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 49 Para uma típica fibra de silício dopada com germânio: αΛ ≅ 0,55.10-6 αn ≅ 8,6.10-6 Substituindo em (17) e (19), obtém-se para ∆λB a equação a seguir: ( ∆λB = λB 0,787 ε z + 9,15 .10−6 ∆T ) (21) Uma rede com tais parâmetros e λB = 1550 nm teria a seguinte sensibilidade: - para deformação: ∆λB = 1,22 pm / 1 µε - para temperatura: ∆λB = 1,42 pm / 0,1 °C Também dessa última equação verifica-se que o comprimento de onda refletido aumenta quando a fibra se alonga ou se aquece e diminui quando a PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA fibra se comprime ou se resfria. A figura 13 ilustra esse comportamento. Figura 13 – Resposta da rede à variação de deformação e temperatura Sensores a redes de Bragg possuem diversas vantagens em relação aos tradicionais sensores e transdutores elétricos, como extensômetros e termopares [Othonos & Kalli, 1999]: - imunidade a campos elétricos e magnéticos e radiação ultravioleta; - baixíssima perda de sinal, possibilitando medições a grandes distâncias; - tolerância a temperaturas elevadas (até 200 °C); - linearidade de resposta sobre várias ordens de grandeza; - baixo consumo de energia, caso a fonte de luz seja um LED, permitindo maior autonomia; Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 50 - valor medido codificado no próprio comprimento de onda, tornando-o imune a flutuações na intensidade da luz incidente, variações na fonte de potência e perdas nas conexões; - facilidade de multiplexação, permitindo a instalação de diversos sensores em uma única fibra monomodo. 3.4 Sensores a redes de Bragg para linhas de transmissão Como já mencionado sensores a fibra óptica em geral ― e redes de Bragg em particular ― possuem potencial aplicação em ambientes agressivos e/ou de difícil acesso, como linhas de transmissão de energia. Em que pesem essas vantagens, ainda são poucas as aplicações práticas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA dessa tecnologia no setor elétrico, em parte pelo custo ainda elevado dos componentes ópticos, mas também pelo desconhecimento dos profissionais do setor sobre o tema. Existem várias grandezas físicas cuja supervisão ou medição é de interesse em linhas de alta tensão: além da corrente elétrica e tensão, pode-se citar temperatura, vibração, tração e deformação, entre outros. Vários sensores a fibra óptica têm sido propostos para tais medidas, porém apenas recentemente os sensores a redes de Bragg têm ganhado importância. No Japão, Ogawa e colaboradores [Ogawa et al, 1997] apresentaram um sistema baseado em redes de Bragg para medição da carga mecânica estática em cabos de uma linha de transmissão. As redes foram fixadas a peças metálicas, por sua vez instaladas no ponto de engate da cadeia de isoladores à torre. A deformação na peça ― causada, por exemplo, pela variação na tração do cabo devido ao acúmulo de neve sobre o mesmo ― era detectada pela rede, o conjunto funcionando como uma célula de carga. Esse trabalho já explorava algumas das vantagens dos sensores a fibras ópticas como medições a grandes distâncias (neste caso, 30 km) e linearidade de resposta sobre várias ordens de grandeza (0 a 3.000 kgf, com resolução de 25 kgf, e 3.000 a 15.000 kgf com baixa resolução). Por outro lado, a leitura de luz refletida era feita com um Analisador de Espectro Óptico, indicando uma abordagem ainda experimental e não o desenvolvimento de um medidor comercial. Em Portugal, Cavaleiro e colaboradores [Cavaleiro et al, 1998] testaram um medidor de corrente elétrica no qual uma rede de Bragg com cobertura Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 51 metálica inferia a corrente em um cabo de energia através da medição da elevação de temperatura gerada por efeito Joule na referida cobertura, quando da passagem da corrente secundária proveniente de uma bobina de Rogowsky instalada no cabo. O sistema tinha resolução de 2 mA, porém não dispunha de meios para distingüir a elevação de temperatura causada pelo efeito Joule daquela oriunda do ambiente. Entre 1997 e 2001, no Brasil, pesquisadores do CEFET-PR e da USP São Carlos [Romero et al, 1997], [Chaves et al, 2000], [Da Silva & Kalinowsky, 2001] propuseram sistemas para sensoriamento de temperatura e deformação em cabos de linhas de transmissão. Os trabalhos realizados, contudo, ficaram restritos a simulações numéricas e testes de laboratório em amostras de cabos. Desde 1998 vem sendo desenvolvido na Noruega [Bjerkan, 2000, 2004a, b] um trabalho para medição de vibrações em cabos de linhas de transmissão. Por ter sido, na ocasião, um projeto pioneiro e que inspirou a pesquisa descrita PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA nesta dissertação, esse trabalho é descrito mais detalhadamente no capítulo seguinte. Willsch e colaboradores [Willsch et al, 2002] apresentaram uma compilação de instrumentos baseados em redes de Bragg desenvolvidos por empresas e institutos de pesquisa na Alemanha. Entre os exemplos citados está a medição de temperatura no enrolamento do estator de um gerador elétrico, com as fibras instaladas na fábrica durante a montagem do equipamento. Embora sem ligação direta com linhas de transmissão, o trabalho registra o uso da técnica em uma empresa ligada ao setor elétrico (neste caso, a Siemens) e significa um passo a frente na direção da criação de aplicações comerciais do sensoriamento com redes de Bragg no setor. 3.5 Medição de vibração em linhas de transmissão com Redes de Bragg A primeira aplicação de redes de Bragg para medição de vibração em cabos de linhas de transmissão foi realizada em 1998 na Noruega e apresentada dois anos após [Bjerkan, 2000], tendo prosseguido em anos subseqüentes [Bjerkan, 2004], [Bjerkan et al, 2004] até o momento atual. O trabalho inicial [Bjerkan, 2000], consistiu de uma instalação experimental em um vão curto (160 m) de uma linha de transmissão de 60 kV com torres de circuito duplo e um cabo por fase, nos arredores de Trondheim, Noruega (v. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 52 figura 14). Os condutores eram cabos de alumínio e aço, com formação 42/7, cujo tipo não foi informado.16 Figura 14 – Instalação de redes de Bragg em LT 60 kV na Noruega: fotografia e croqui esquemático PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Três redes de Bragg inscritas em uma fibra monomodo foram instaladas diretamente sobre um dos cabos condutores. A redes 1 e 2 foram fixadas à coroa externa do cabo de alumínio com epóxi convencional (Araldite 2010), respectivamente a 90 m e 80 m da torre mais próxima (v. figura 14). A rede 3, instalada junto à rede 2, foi encapsulada (sem fixação) em um cilindro de vidro vedado ― este por sua vez preso ao condutor ― com o intuito de servir como referencial de temperatura no meio do vão. Cada rede foi emendada a um cabo óptico de especificação militar, sem elementos metálicos que pudessem comprometer o isolamento elétrico dos condutores energizados. O cabo óptico foi, por sua vez, preso ao condutor com cintas de náilon até a torre mais próxima e terminado com conectores em ângulo (APC). Um segundo cabo foi conectado desde esse ponto até uma instalação abrigada de onde foram executadas as medições. O sistema de interrogação, ilustrado na figura 15, utilizava um laser DBR sintonizável, centrado em 1551,6 nm e mantido à temperatura constante; um sintonizador de comprimentos de onda controlado por computador e um chaveador (switch) para seleção seqüencial das três redes. O sistema de leitura deveria ser capaz de detectar variações de deformação da ordem de 1 µm/m. 16 Dados do cabo: massa = 1,52 kg/m, diâmetro = 29,13 mm, carga de ruptura = 97,8 kN. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 53 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 15 – Instalação de redes de Bragg em LT 60 kV na Noruega: sistema de interrogação Por estarem instaladas diretamente sobre o cabo as redes deveriam medir, na ausência de esforços externos, a deformação estática nesse cabo devido à catenária. Variações nesse valor de referência indicariam variações de temperatura, depósito de gelo sobre o cabo ou vibrações eólicas. Uma vez que as redes foram instaladas na região central do vão, onde a rigidez do cabo à flexão pode ser desprezada e o mesmo tratado como uma corda livre, a deformação medida ε se relaciona com a amplitude de vibração w(x,t) pela equação a seguir: ε (x ) = d ∂ 2 w(x, t ) 2 ∂x 2 2 d w0 ⎛ nπ ⎞ ⎛ cπ t ⎞ ⎞ ⎛ nπx ε (x ) = + φ ⎟ cos ⎜ ⎟ n = 1, 2, 3 ... ⎟ sen ⎜ ⎜ 2 ⎝ L ⎠ ⎝ L ⎠ ⎠ ⎝ L onde (22) d = diâmetro do cabo c = velocidade da onda w(x,t) é dado pela equação (A7) (v. apêndice A) As séries temporais de medições de deformação podiam então ser convertidas em séries temporais de amplitudes de vibração e passadas ao domínio da freqüência usando transformada rápida de Fourier, para determinação das harmônicas presentes na vibração. Em 2001 foi dada seqüência ao trabalho anterior [Bjerkan, 2004] com a instalação de 3 redes de Bragg em uma linha de transmissão de 300 kV, visando Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 54 testar diferentes métodos de fixação dos sensores, avaliar problemas de efeito corona e observar o funcionamento do sistema durante um longo período (superior a 1 ano). Em 2003 um conjunto de 6 redes foi usado para medir vibrações em uma linha de transmissão de 420 kV, em um vão travessia de um fiorde com 2,91 km de extensão na localidade de Glomfjord, norte da Noruega. O objetivo da medição era investigar a eficácia do sistema de amortecimento [Bjerkan et al, 2004]. A LT era composta de um circuito simples, com condutores 912-Teist 17. Devido à elevada tração de instalação e às características ambientais desfavoráveis para vibração eólica (baixas temperaturas e topografia favorável a ventos constantes) havia a dúvida se o sistema de amortecimento (composto de vários amortecedores tipo stockbridge e brettelle) operava de forma eficaz. Os sensores foram preparados colocando cada rede de Bragg em uma PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA fenda cortada em um fio de alumínio de 10 cm, o qual era então colado a um dos fios da camada externa do condutor, acompanhando sua geometria helicoidal. Os sensores, agrupados em conjuntos de três e separados 2 metros entre si, foram instalados a 200 m e 1.200 m da torre mais baixa do vão. Um croqui da travessia e do local de instalação das redes é mostrado na figura 16. Uma visão do vão é dada pela fotografia da figura 17. Figura 16 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: croqui do vão de travessia e locação dos sensores 17 Dados do cabo: massa = 6,44 kg/m, diâmetro = 56,7 mm, tração horizontal = 385 kN (47 % da carga de ruptura). PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 55 Figura 17 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: vão sobre o Glomfjord Cada grupo de sensores estava ligado a cabos de fibra óptica separados. Esses cabos foram enrolados em torno do condutor com uma “espinadeira” (spinning machine) típica de cabos de telecomunicações. Os cabos foram terminados em um acessório especial, fixado na extremidade da seção do condutor, que servia de grampo de ancoragem, compartimento de emenda e blindagem anti-corona. Um cabo separado, com um isolador de fibra óptica contendo extensores de distância de escoamento18 foi emendado aos cabos provenientes do condutor, possibilitando a descida à terra pela torre (v. figura 18). A instrumentação ― igual à usada no primeiro experimento (LT 60 kV) e controlada por um software em LabView19 ― foi instalada em um abrigo com temperatura controlada e fonte de tensão alternada próximo à torre. As medições foram armazenadas localmente. 18 Distância de escoamento (creepage distance) é a menor distância entre duas partes condutoras, medidas sobre a superfície de isolação entre essas partes. [Dic. Bras. Eletricidade, 1986]. 19 O LabView™ (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é um ambiente computacional baseado em programação gráfica para simulação virtual ou criação de instrumentos e sistemas de medição. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 56 Figura 18 – Instalação de redes de Bragg em LT 420 kV na Noruega: descida do cabo óptico desde a linha energizada ao solo As limitações no equipamento reduziram a confiabilidade das amplitudes de vibração medidas. Estas foram tomadas em seqüências com 85 segundos de duração, 4 seqüências por hora, durante 6 meses. Cada registro continha 8.500 pontos (freqüência de amostragem de 100 Hz) e cada conjunto de sensores era amostrado seqüencialmente. As séries de tempo podiam ser passadas ao domínio da freqüência por análise espectral. As amplitudes de vibração foram estimadas pela equação (21), através de um ajuste da resposta dos três sensores (em cada grupo) pelo método dos mínimos quadrados. 3.6 Análise crítica dos trabalhos pioneiros A pesquisa conduzida na Noruega foi pioneira no uso de redes de Bragg para medição de vibrações em cabos de linhas de transmissão. Até onde foi possível constatar, foi também a primeira vez em que redes de Bragg em fibras Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 57 ópticas foram instaladas diretamente em cabos energizados a extra alta tensão20, em uma linha de transmissão em operação. O principal mérito desse trabalho foi demonstrar a viabilidade do uso de sensores desse tipo para supervisão de grandezas em linhas de transmissão. Tais estruturas ― caracterizadas por condições ambientais agressivas e de grande variabilidade, campos elétricos e magnéticos elevados, instalação em locais ermos e sem infra-estrutura ― por si só oferecem um enorme desafio à qualquer tipo de supervisão de longa duração. Por outro lado, a construção um tanto artesanal dos sensores, a baixa exatidão obtida, o uso de instrumentação sofisticada e a complexidade no processamento dos dados tornam a solução particular e limitam seu uso por outras empresas e concessionárias. Assim, os sensores propostos surgem como resposta a um problema específico ― a verificação do sistema de amortecimento de meio de vão em uma PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA travessia com vibração eólica crítica ― em lugar de se apresentarem como uma evolução dos métodos e instrumentos hoje em uso. O sucesso obtido pela pesquisa norueguesa serviu de estímulo e referência para o projeto de pesquisa conduzido pela Expansion Transmissão e PUC-Rio, alvo desta dissertação. Já suas limitações ofereceram o ponto de partida para condução desta pesquisa, cujo foco é o projeto de um instrumento de medição tecnicamente superior aos modelos atuais, comercialmente viável, de uso geral e que complemente o atual paradigma de medição padronizado pelo IEEE e Cigré. 3.7 Resumo do capítulo Sensores a fibra óptica apresentam características potencialmente interessantes para a supervisão de grandezas em linhas de transmissão de energia, com relevantes vantagens comparativas frente aos transdutores tradicionais. Dentre os sensores a fibra óptica, destaque particular deve ser dado àqueles que empregam a técnica de redes de Bragg, o quais têm sido alvo de grande desenvolvimento nos últimos anos. 20 Considera-se como extra alta tensão tensões iguais ou superiores a 345 kV. Capítulo 3 – Redes de Bragg e sua aplicação em linhas de transmissão 58 Desde sua descoberta acidental em 1978 até a atual, e relativamente difundida, fabricação comercial, as redes de Bragg deram origem a inúmeros dispositivos e aplicações, dentre os quais merece menção seu uso no sensoriamento de grandezas físicas, seja direta (temperatura e deformação) ou indiretamente (pela associação das anteriores com outros dispositivos). Nos últimos 10 anos, redes de Bragg foram usadas, ou apenas sugeridas, para o sensoriamento de diversas grandezas em linhas de transmissão, porém em sua maior parte os dispositivos se limitaram a protótipos de laboratório. Os raros exemplos em que os sensores foram usados em LTs reais parecem ter se limitado a experimentos de caráter temporário e investigativo. Redes de Bragg foram usadas para medir vibrações eólicas em LTs em uma pesquisa pioneira na Noruega, cujo sucesso estimulou a pesquisa alvo PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA desta dissertação. 4 Acelerômetro a Redes de Bragg para Linhas de Transmissão Desde 2001, o Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio tem aperfeiçoado um protótipo de acelerômetro triaxial baseado em redes de Bragg [Ribeiro, 2001], [Morikawa et al, 2002]. Com base nessa pesquisa e no trabalho inicial de Bjerkan [Bjerkan, 2000], a Expansion Transmissão ― concessionária de transmissão de energia com uma rede de 800 km de linhas de 500 kV nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal ― propôs à PUC-Rio um projeto de pesquisa e desenvolvimento PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA de um instrumento para medição da vibração em cabos de linhas de transmissão usando a técnica das redes de Bragg. O resultado desse trabalho foi o desenvolvimento do protótipo de um acelerômetro biaxial [Braga et al, 2003-2005]. 4.1 Acelerômetro a redes de Bragg Entre 2001 e 2003, o Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio desenvolveu protótipos de acelerômetros triaxiais para uso geral [Morikawa, 2003]. Seu princípio de operação é ilustrado na figura 19. A fibra óptica unida a uma massa sísmica funciona como o conjunto massa-mola de um acelerômetro convencional. Ao vibrar, a massa provoca um efeito simultâneo de compressão e alongamento nas redes de Bragg da fibra, respectivamente diminuindo e aumentando os comprimentos de onda de Bragg. O efeito da temperatura pode ser compensado, pois as respostas das duas redes são simétricas entre si em relação à condição de repouso. Com base nesse princípio foi projetado um módulo triaxial no qual uma única massa sísmica é atravessada por três fibras ópticas, cada qual ortogonal às demais e contendo duas redes (v. figura 20) [Morikawa et al, 2002], [Morikawa, 2004]. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 60 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 19 – Princípio de funcionamento do acelerômetro a redes de Bragg Figura 20 – Primeiro protótipo triaxial e disposição das redes em relação à massa sísmica Esse primeiro protótipo foi alvo de testes em bancada para caracterização metrológica, tendo apresentado bom desempenho [Ribeiro, 2001]. Entretanto, a dificuldade em manter a ortogonalidade das fibras passando pela mesma massa sísmica e a exigência de um volume grande para acomodar as curvas da fibra levaram ao abandono desse conceito construtivo. Os protótipos seguintes passaram a adotar o conceito de módulos uniaxiais, os quais seriam combinados para se conseguir a medição em qualquer eixo [Morikawa, 2004]. O módulo básico consistia em duas peças em “U” unidas por meio de uma fina lâmina de aço (0,04 ou 0,06 mm de espessura). Essa lâmina visava sustentar a massa sísmica e evitar esforços transversais ao eixo de medição (v. figura 21). A partir desse segundo protótipo foi desenvolvido o acelerômetro para linhas de transmissão, para o qual o projeto foi aperfeiçoado e adaptado às condições de operação, conforme descrito a seguir. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 61 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 21 – Módulo uniaxial isolado e montagem do segundo protótipo 4.2 Acelerômetro a redes de Bragg para cabos de linhas de transmissão O desenvolvimento do acelerômetro visou criar um instrumento capaz de medir efeitos das vibrações eólicas sobre cabos de linha de transmissão não diretamente relacionados à fadiga próxima ao grampo de suspensão, como vibrações de meio-de-vão (para verificação da eficácia de amortecedores) e oscilações de subvão em feixes de condutores (fenômeno biaxial e pouco analisado experimentalmente em linhas de transmissão reais). Além disso, o instrumento deveria ter desempenho superior ao de acelerômetros piezoelétricos, principalmente em relação às limitações destes quanto à compatibilidade elétrica e magnética, autonomia de uso e armazenagem e análise de dados. Na realidade, esse acelerômetro buscou suprir uma lacuna na instrumentação hoje disponível para os engenheiros e pesquisadores de vibração em linhas de transmissão. O acelerômetro tomou como ponto de partida o protótipo de acelerômetro triaxial baseado em redes de Bragg desenvolvido entre 2001 e 2002 no Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio, já descrito. Considerando que para uma corda tracionada a vibração pode ocorrer nos eixos transversais à mesma (mas não no eixo longitudinal), o acelerômetro foi Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 62 projetado para ser biaxial sendo, portanto, constituído por dois módulos uniaxiais dispostos ortogonalmente. a) Características construtivas O módulo básico do acelerômetro, mostrado na figura 22, é similar ao do protótipo 2 (duas peças em “U” unidas por uma fina lâmina de aço). Foram, porém, acrescentados dois aperfeiçoamentos em relação ao conceito original: uma haste vertical, que ajuda a conferir maior rigidez aos movimentos rotacionais das massas sísmicas, e recortes nos cantos, que permitem que os módulos sejam fixados por quatro perfis “L” em duralumínio fixados às peças em “U” através de epóxi. As peças externas do módulo foram usinadas em liga de duralumínio, a PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA lâmina em aço e as massas sísmicas em latão. Figura 22 – Módulo básico uniaxial do acelerômetro: desenho de projeto e peça fabricada Os módulos assim unidos estão encapsulados em um invólucro cilíndrico de duralumínio (v. figura 23) convenientemente projetado para garantir a estanqueidade à umidade e poeira ― através de o-rings de vedação modelo Parker 2-030 ― e evitar o surgimento de corona21 e radiointerferência22 quando sob alta tensão ― através de acabamento sem arestas ou pontas. 21 Efeito Corona (ou simplesmente “Corona”) é o eflúvio que se manifesta em um campo elétrico não uniforme e de intensidade muito elevada, tendo uma parte visível localizada perto de um condutor. [Dic. Bras. Eletricidade, 1986]. O corona surge no condutor e/ou ferragens sob alta tensão quando o campo elétrico superficial excede a rigidez dielétrica do ar, ionizando o mesmo no entorno dos condutores. 22 Radiointerferência é o prejuízo na recepção de um sinal útil, causado por uma perturbação eletromagnética na faixa das radiofreqüências [Dic. Bras. Eletricidade, 1986]. É causada por pulsos de corrente e tensão que se propagam nos condutores e que têm origem nas descargas parciais que ocorrem na superfície desses condutores (e suas ferragens) quando estes estão sob corona. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 63 O uso do duralumínio visa compatibilizar o instrumento com o cabo ao qual será fixado (cuja coroa externa é em fios de alumínio) evitando assim a formação de pilha galvânica e do conseqüente processo corrosivo. A circunferência central do invólucro é fresada de forma a se obterem quatro faces planas ― cada uma perpendicular em relação às faces vizinhas. Tais faces têm como objetivo facilitar a fixação do instrumento em ensaios de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA laboratório e proporcionar uma referência visual dos planos de medição. Figura 23 – Montagem do módulo básico no invólucro externo O invólucro já incorpora um conector “I” óptico para interligação ao cabo óptico através de um conector FC/APC rosqueado padrão. As figuras 24 e 25 mostram detalhes do invólucro externo. Figura 24 – Detalhe do interior do invólucro externo Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 64 Figura 25 – Invólucro externo: desenho de projeto e peça fabricada Para fixação do acelerômetro foi preparado um grampo articulado, construído em duralumínio, com diâmetro de 28,8 mm (compatível ao do cabo PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA CAA Ruddy 900 MCM). Esse grampo foi baseado no grampo que acompanha o instrumento Pavica e é mostrado na figura 26. Figura 26 – Grampo de fixação: desenho de projeto e peça fabricada O instrumento completo mostrou-se bastante compacto, com massa total (acelerômetro e grampo) de 351,4 g. O acelerômetro completo é mostrado na figura 27. Embora grande para um acelerômetro convencional, a massa e dimensões do instrumento são inferiores às dos instrumentos de medição de deslocamento diferencial disponíveis comercialmente e usados nas medições em linhas energizadas. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 65 Figura 27 – Acelerômetro biaxial completo: desenho de projeto b) Características mecânicas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Um dos objetivos importantes no projeto do módulo foi buscar uma função de resposta plana na faixa de freqüências a ser medida (0 a 150 Hz). Portanto, foi necessário evitar freqüências de ressonância dentro dessa faixa. A primeira freqüência natural na direção do eixo da fibra foi estimada numericamente em 1.200 Hz e os testes experimentais revelaram uma ressonância próxima a 1.300 Hz, como mostrado na figura 28 (módulo 1)23. Cabe esclarecer que as variações observadas no início da faixa de leitura (até 20 Hz) decorrem da sensibilidade do excitador eletromagnético (shaker) do Laboratório da PUC-Rio, o qual apresenta distorção elevada sob baixas freqüências. A avaliação na faixa de freqüências até 200 Hz (v. figura 29) mostrou, em escala logarítmica, uma resposta razoavelmente plana24 para o módulo do acelerômetro (com exceção das variações na faixa inicial, já explicadas). Para a instalação em uma linha de transmissão real, além dos cuidados quanto à estanqueidade e desempenho sob campo elétrico elevado (já comentados no item anterior), o acelerômetro deve operar sob temperaturas de até 100 ºC. Por isso, o protótipo definitivo foi montado com epóxi capaz de suportar tais temperaturas. 23 Nessa figura, a diferença verificada na ressonância do módulo 2, próxima de 1.500Hz, pode ser explicada por uma pequena falha durante a montagem do conjunto com o adesivo epóxi, ocasionando um desalinhamento da massa sísmica. 24 No capítulo 6 e apêndice C será visto que a resposta não é totalmente plana sendo necessária, para uma boa calibração do módulo, a correção do efeito da freqüência. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão Figura 28 – Resposta em freqüência dos módulos uniaxiais até 1.600 Hz Figura 29 – Resposta em freqüência dos módulos uniaxiais até 200 Hz 66 Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 67 c) Características ópticas No protótipo final do acelerômetro os módulos foram preparados com uma rede cada um, pois foi verificado não serem necessárias duas redes por massa sísmica, como na figura 19. Os comprimentos de onda de Bragg dessas redes, mostrados na figura 30, foram de 1.500,4 nm e 1.540,4 nm. Fisicamente, as redes foram separadas de 14 cm. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O sistema de interrogação das redes é descrito no capítulo seguinte. Figura 30 – Espectro das redes de Bragg do acelerômetro 4.3 Sistema de leitura e armazenamento de dados O sistema de leitura e armazenamento, desenvolvido pelo Laboratório de Sensores a Fibra Óptica da PUC-Rio, foi concebido para operação no campo e contém todos os dispositivos ópticos e eletrônicos necessários para execução dessas funções. Vale ressaltar que o sistema permite conexão simultânea a dois instrumentos a redes de Bragg. O sistema de leitura consiste de um sistema de interrogação óptica e um conversor analógico/digital, conforme mostrado na figura 31. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 68 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 31 – Sistema de leitura: desenho esquemático O sistema de interrogação é composto de um LED que fornece luz para um caminho óptico feito com fibra monomodo e acopladores ópticos. A luz refletida pelas redes de Bragg é dirigida a quatro filtros fixos de espectro largo (tipo CWDM – Coarse Wavelength Division Multiplexer), instalados em invólucro com temperatura controlada. Quatro fotodetectores recebem os sinais de saída dos filtros, os quais são a seguir digitalizados por um conversor A/D. A figura 32 ilustra a interação entre a luz refletida pelas redes de Bragg e os quatro filtros. A área de intersecção entre a resposta dos sensores e os filtros indica a quantidade de luz que chega até os fotodetectores, sendo essa área função do comprimento de onda de Bragg do sensor. Para o funcionamento eficaz desse sistema, é necessário que os comprimentos de onda de Bragg estejam na intersecção dos filtros. Devido às características do acelerômetro e do sistema de leitura baseado em filtro fixo, o sinal proveniente dos fotodetectores fornece simultaneamente duas informações: um sinal em corrente contínua (DC) e um em corrente alternada (AC). O sinal DC está diretamente ligado à área inicial da intersecção ao filtrorede de Bragg, enquanto o sinal AC está relacionado com a variação desta intersecção em torno do valor inicial. O fato de possuir a característica DC em seu sinal, faz o acelerômetro óptico ter um comportamento similar ao dos acelerômetros piezo-resistivos, capazes de medir freqüências a partir de 0 Hz. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 69 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 32 – Interação dos sensores, filtros e fotodetectores Os dados provenientes dos fotodetectores e digitalizados pelo conversor A/D são enviados ao sistema de armazenamento ― um computador “embarcado” ― e armazenados em disco rígido. Esses dados podem ser armazenados diretamente (em estado bruto) ou após um pré-processamento, sendo gravados em função da freqüência, deslocamento e/ou aceleração. A capacidade de armazenamento está vinculada ao espaço disponível em disco rígido. Um espaço de 5 GB, por exemplo, permitiria uma autonomia de armazenamento de mais de 1 ano. a) Características construtivas O sistema de leitura e armazenamento foi integrado e montado em uma gaveta padrão de rack industrial para permitir sua instalação ao tempo por períodos prolongados. Nesse rack estão instalados todos os componentes ópticos e eletrônicos necessários ao funcionamento do acelerômetro tais como fonte de luz (LED), filtros ópticos, fotodetectores, sistema de controle de temperatura, conversor analógico digital, computador padrão PC e fonte de tensão. Uma fotografia da gaveta (altura 2U, rack industrial de 19”) com os componentes montados é mostrada na figura 33. O conjunto não inclui dispositivos de E/S (teclado, mouse e monitor de vídeo). Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 70 O sistema de interrogação, mostrado na figura 34, parte de um LED semicondutor de 1550 nm, com 80 nm de largura e ½ altura, potência PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA aproximada de -18 dBm, modulado em 2 kHz. Figura 33 – Sistema de leitura e armazenamento: interior do rack com componentes ópticos e eletrônicos Figura 34 – Sistema de interrogação O sistema de filtros fixos utilizou quatro filtros CWDM comerciais (Planck Optoelectronics Inc.), cada um com 20 nm de largura e ½ altura, centrados nos comprimentos de onda 1490, 1510, 1530 e 1550 nm, conforme o espectro mostrado na figura 35. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 71 Figura 35 – Espectro dos filtros CWDM PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Segundo informações do fabricante, a variação dos filtros CWDM para oscilações de temperatura é de ∼ 1 pm/ °C. Assim, é necessário manter os filtros sob temperatura controlada para evitar seu deslocamento espectral. Portanto, para o sistema de filtros fixos foi construído um sistema de controle de temperatura através de PWM (Pulse Width Modulation - Modulação de Largura de Pulso) com ponto de ajuste entre 55°C e 60°C. Para isso os filtros foram montados no interior de uma câmara de nylon com duas resistências elétricas responsáveis pela manutenção da temperatura na faixa especificada. A câmara térmica possui estabilidade de 0,1°C, o que garante ao conjunto filtroscâmara uma estabilidade térmica de 0,1 nm / °C. Uma fotografia da câmara térmica é mostrada na figura 36. Figura 36 – Câmara térmica para filtros CWDM Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 72 Os circuitos de fotodetecção, desenvolvidos no Laboratório de Sensores a Fibra Óptica da PUC-Rio, são mostrados na figura 37. Foram empregados quatro destes circuitos, um para cada canal do sistema de filtros. Figura 37 – Circuitos de fotodetecção PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O circuito óptico possui ainda um acoplador 50/50 e um conector óptico de saída padrão E2000 para interligação ao cabo óptico proveniente do instrumento. O conversor analógico digital usado foi um modelo comercial (PMD1208FS da Measurement Computing) com 8 canais simples (ou 4 diferenciais), 12 bits, interface USB e taxa de amostragem de 50 k/s (v. figura 38). Figura 38 – Conversor analógico digital Para o sistema de armazenamento foi empregado um computador Pentium III 800 MHz, 256 MB RAM, com sistema operacional Windows XP, o qual controla o sistema desenvolvido através de um software em LabView. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 73 O conjunto possui ainda interfaces para dispositivos de E/S: RS-232, RS485, ethernet, VGA (monitor de vídeo) e PS-2 (teclado e mouse), conforme PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA mostrado na figura 3925. Figura 39 – Sistema de leitura e armazenamento: conectores de E/S O computador e sua fonte de alimentação 220/110 Vca foram instalados de modo a ocupar o menor espaço possível. O modelo de disco rígido é o usado em laptops. Uma ventoinha instalada lateralmente no rack permite a exaustão de seu interior, evitando o superaquecimento dos dispositivos eletrônicos. b) Vantagens do sistema O software do sistema de leitura e armazenamento, baseado em LabView, permite salvar os dados em diferentes maneiras: apenas informação de deslocamento, aceleração e/ou freqüência, ou ainda, trechos da onda de vibração no domínio do tempo. Na primeira opção é criado um registro de dados (data logger) continuamente armazenado no disco rígido do sistema. Na segunda opção, uma determinada quantidade de pontos é armazenada como um vetor em função do tempo. A recuperação desses dados permite gerar um gráfico para visualização da onda. A primeira opção se assemelha ao método de registro dos medidores de vibração microprocessados existentes no mercado. Não obstante, o sistema projetado para o acelerômetro óptico possui várias vantagens: 25 Posteriormente foi acrescentada uma porta USB. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão • 74 Melhor qualidade dos dados: enquanto os instrumentos comerciais registram uma amostragem muito pequena dos eventos (cerca de 1% v. capítulo 2.6.b desta dissertação), o acelerômetro óptico registra a vibração continuamente. • Análise das freqüências harmônicas: enquanto os instrumentos comerciais consideram a vibração como uma senóide, armazenando um único valor de freqüência “equivalente” definido por algoritmos simplificados [Sefag, 1992], [Roctest, 2003a, b], o acelerômetro óptico registra qualquer formato de onda no tempo, definindo as freqüências ― fundamental e harmônicas ― através de algoritmo FFT (Fast Fourier Transform ou Transformada Rápida de Fourier). A segunda opção ― registro do sinal de vibração no domínio do tempo ― é uma facilidade encontrada apenas nos primeiros vibrógrafos usados em linhas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA de transmissão [Ontario Hydro, 1968]. Tal função foi abandonada nos atuais instrumentos microprocessados [Sefag, 1992], [Roctest, 2003a, b] devido às restrições de vida útil das baterias e espaço de armazenamento. No acelerômetro óptico, a capacidade de armazenamento é limitada apenas pelo espaço livre disponível no disco rígido. 4.4 Exigências especiais para linhas de transmissão Embora desenvolvido com vistas a aplicações ao tempo, de longa duração e em ambientes agressivos, o acelerômetro aqui descrito e seu sistema de leitura e armazenamento ainda precisam observar certos requisitos para operação em uma linha de transmissão real. Um deles ― a manutenção em níveis adequados do efeito corona e da radiointerferência quando operando sob extra alta tensão ― foi levado em conta no projeto, porém exige ensaios específicos em laboratórios de alta tensão para serem comprovados. Tais ensaios não haviam sido realizados à época de preparação desta dissertação. Outro aspecto importante é a disponibilização de uma fonte de energia em baixa tensão para alimentação do sistema de leitura e armazenamento. Para instrumentos montados em linhas de transmissão, as quais estão geralmente Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 75 instaladas em locais ermos e desprovidos de infra-estrutura, duas soluções são normalmente aventadas: • Uso de transformadores de corrente de núcleo saturado: conectados aos cabos de energia (que servem como enrolamento primário) têm como saída um sinal de corrente que, devido à saturação do núcleo, se apresenta constante na faixa de operação da linha de transmissão (inclusive durante curtos-circuitos na linha). Essa corrente pode alimentar um circuito elétrico para ser transformada em tensão alternada constante. Sua principal desvantagem é que deixa de fornecer tensão quando a linha está desligada. • Uso de painéis solares, baterias e inversores: esta solução tem a vantagem de prover energia independente do funcionamento da linha de transmissão, além de se tratar de tecnologia hoje bem conhecida. O tamanho e custo às vezes excessivos dos painéis podem ser evitados PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA se os instrumentos tiverem baixo consumo de energia. Por fim, o principal problema é o isolamento elétrico do cabo óptico que interliga o instrumento (instalado no cabo energizado) ao rack com o sistema de leitura e armazenamento (instalado na torre, sob potencial zero). Embora teoricamente constituído de material isolante, o cabo óptico não garante isolamento sob altas tensões, pois sob condições desfavoráveis (chuva, nevoeiro, poluição), pode se formar uma película condutora na superfície do cabo, suficiente para o surgimento de correntes de fuga elevadas capazes de danificar a fibra ou mesmo provocar o desligamento da linha por atuação da proteção de sobrecorrente de neutro ― hipótese esta inaceitável, face às pesadas penalidades às quais seria submetida a concessionária (cf. capítulo 1.2). Esse problema foi reconhecido pelo estudo realizado na Noruega [Bjerkan 2004] em uma LT 420 kV, tendo sido usados como solução extensores de distância de escoamento (v. figura 18). A natureza e origem de tais dispositivos não foi, contudo, explicada no trabalho publicado. Para o projeto alvo desta dissertação está sendo avaliada a possibilidade de uso de um isolador polimérico especialmente fabricado, o qual possui uma fibra óptica em seu interior. Embora já tenham sido feitos contatos com um fabricante, não há ainda previsão de aquisição de tal acessório. A figura 40 ilustra, por meio de uma montagem fotográfica, a instalação no campo prevista para o acelerômetro. Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 76 As exigências especiais para linhas de transmissão aqui descritas ainda deverão ser avaliadas ao longo do Projeto de Pesquisa. À época da realização desta dissertação, esses pontos ainda restavam pendentes. Por essa razão, testes dos instrumentos em uma linha de transmissão real ainda não foram PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA programados. Figura 40 – Ilustração da montagem no campo prevista para os instrumentos ópticos de medição da vibração 4.5 Resumo do capítulo O trabalho pioneiro realizado na Noruega com sensoriamento óptico de vibrações em linhas de transmissão e a experiência do Laboratório de Sensores Capítulo 4 – Acelerômetro a redes de Bragg para linhas de transmissão 77 à Fibra Óptica na construção de um protótipo de acelerômetro triaxial levaram a Expansion Transmissão a propor à PUC-Rio o desenvolvimento de um instrumento baseado em redes de Bragg para medição de vibração eólica em cabos de linhas de transmissão. O acelerômetro biaxial visou preencher um nicho de aplicações hoje não atendido pelos instrumentos comercialmente disponíveis: a medição de vibrações de meio-de-vão e de oscilações de subvão em feixes de condutores. O protótipo desenvolvido possui dimensões e massa pequenos, bem como desempenho projetado satisfatório para a faixa de freqüências a qual se destina. O sistema de leitura e armazenamento utilizado foi especialmente desenvolvido pelo Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio para aplicações com sensores a redes de Bragg. Tal sistema foi projetado para operação ao tempo e autonomia de mais de um ano, possuindo várias vantagens em relação aos instrumentos comercialmente disponíveis. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Exigências especiais para instrumentos usados em linhas de transmissão de alta tensão ainda deverão ser observadas antes de se realizarem testes em linhas em operação. 5 Calibração Absoluta do Módulo Básico do Acelerômetro O Projeto de Pesquisa Expansion – PUC-Rio ambicionou não a construção de um dispositivo para uma medição pontual ou solução de um problema específico, e sim o desenvolvimento de um instrumento de aplicação mais geral, apropriado para uso por qualquer concessionária ou indústria interessada na pesquisa do fenômeno da vibração eólica em linhas de transmissão. Assim, o acelerômetro aqui descrito foi projetado como um instrumento de medição, dentro da definição estabelecida pelo [VIM, 2003], qual seja: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA “Dispositivo utilizado para a realização de uma medição, sozinho ou em conjunto com dispositivo(s) complementar(es)”. Como tal, houve a preocupação de se determinarem as características metrológicas do acelerômetro. Nesta dissertação são apresentados alguns dos ensaios realizados com esse objetivo e, neste capítulo em particular, descrevese a calibração absoluta realizada no Inmetro. 5.1 Exatidão, erro e incerteza da medição O objetivo de qualquer medição deve ser obter o valor mais próximo possível26 ao valor real da grandeza medida, chamado valor verdadeiro. Para tal, deve-se buscar a minimização dos desvios envolvidos no processo de medição, os quais podem ser de dois tipos: • Erro aleatório, que é o resultado de uma medição subtraído da média que resultaria de um infinito número de medições efetuadas sob condições de repetitividade. 26 Uma vez que a obtenção do valor rigorosamente exato é impossível. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro • 79 Erro sistemático, que é a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade27, menos o valor verdadeiro do mensurando Devido aos erros sistemáticos, o valor mostrado pelo instrumento ― que difere, portanto, do valor verdadeiro ― é denominado resultado não corrigido. Pode-se compensar o erro sistemático através da multiplicação do resultado não corrigido por um fator de correção passando, desta forma, a se ter um resultado corrigido. Dependendo do instrumento de medição esta correção pode ser maior ou menor, significando que o valor medido estará mais ou menos afastado do valor verdadeiro. O grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando é denominado exatidão da medição [VIM, 2003]. A repetitividade e a exatidão dão uma indicação da qualidade do PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA instrumento, sendo que a primeira tem relação com o desvio padrão das medidas, enquanto que a segunda tem relação com o erro médio das medidas. Os conceitos de exatidão e repetitividade podem ser ilustrados pela figura 41, na qual: A representa um instrumento com baixa exatidão e baixa repetitividade; B representa um instrumento com baixa exatidão e alta repetitividade; C representa um instrumento com alta exatidão e alta repetitividade. A B C Figura 41 – Ilustração dos conceitos de exatidão e repetitividade 27 Repetitividade (de um instrumento de medição) é a aptidão de um instrumento de medição em fornecer indicações muito próximas, em repetidas aplicações do mesmo mensurando, sob as mesmas condições de medição [VIM, 2003]. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 80 Os conceitos anteriores produzem um parâmetro associado ao resultado de uma medição, chamado incerteza da medição. Tal parâmetro caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um determinado mensurando [VIM, 2003]. As medições podem também ser realizadas sob condições variadas. O grau de concordância entre os resultados de um mesmo mensurando obtidos nestas condições é denominado de reprodutibilidade [VIM, 2003]. 5.2 Calibração de um instrumento de medição No desenvolvimento de um novo instrumento, é etapa essencial a verificação de seu desempenho quanto à exatidão e repetitividade na faixa de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA medição para a qual foi projetado. Para tal procede-se à calibração desse instrumento. Define-se calibração como: “O conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões”. [VIM, 2003] A calibração é feita através da comparação dos valores medidos com o instrumento em relação a um padrão de exatidão conhecida. O seu resultado pode ser expresso em forma de um documento que mostra o desvio de medição do equipamento em relação ao padrão ou pode incluir as capacidades de medição do instrumento como forma de aumentar a exatidão de medição. O objetivo da calibração é a garantia e melhoria do processo de medição do instrumento. Uma boa calibração permite reduzir os erros de medição, assegurar a consistência entre as medições e, conseqüentemente, garantir a realização de medições corretas. Em resumo, a calibração atribui confiabilidade à medição. O padrão supracitado é definido como: “A medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como referência”. [VIM, 2003] Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 81 a) Calibração comparativa e absoluta Os métodos de calibração podem ser classificados em dois grupos: comparativos e absolutos. A calibração é dita comparativa quanto obtida através da comparação com uma referência de características estáveis e conhecidas. Nesse caso, o padrão é um instrumento de incerteza conhecida e rastreável (ver definição no próximo item). A calibração é dita absoluta quando obtida a partir da medição direta das grandezas de um sistema base, tal como definidas no SI28. Nesse caso, o padrão é um sistema de medição capaz de medir diretamente as grandezas base ― no caso do acelerômetro, o comprimento (amplitude de vibração) e o tempo. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA b) Rastreabilidade A estrutura da calibração funciona por meio da rastreabilidade, a qual é definida como: “A propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas”. [VIM, 2003] A rastreabilidade proporciona, portanto, uma cadeia de comparações entre o dispositivo de medição e os padrões nacionais e internacionais. Na base da cadeia de rastreabilidade estão os padrões de trabalho utilizados em laboratórios não credenciados, voltados à produção industrial e outros setores. Seguem-se os padrões dos laboratórios credenciados para ensaios. Em um nível mais elevado, se encontram os padrões de laboratórios de calibração credenciados. Acima estão os padrões nacionais, mantidos pelos Institutos Nacionais de Metrologia - INM (em inglês, National Metrology Institutes - NMI). No Brasil, o 28 O SI define como unidades de base as unidades de comprimento (metro), massa (quilograma), tempo (segundo), corrente elétrica (ampère), temperatura termodinâmica (kelvin), quantidade de matéria (mol) e intensidade luminosa (candela). As unidades expressas a partir das unidades de base são chamadas unidades derivadas. Aceleração e freqüência são unidades derivadas [SI, 2003]. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 82 INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é o órgão detentor dos padrões nacionais, portanto responsável por prover rastreabilidade e disseminar as unidades de medida no país. Por fim, no topo da cadeia de rastreabilidade encontram-se os padrões internacionais mantidos sob custódia do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (em francês, Bureau International des Poids et Mesures - BIPM), que existe para garantir a uniformidade mundial das medições e sua rastreabilidade ao Sistema Internacional - SI. Ele desempenha este papel conforme estabelecido pela Convenção do Metro29. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A figura 42 ilustra a hierarquia do sistema de rastreabilidade. Figura 42 – Hierarquia do sistema de rastreabilidade 29 Tratado diplomático, assinado em 1875 por 17 países (atualmente, são 51) que, entre outras resoluções, conferiu ao BIPM a missão de “assegurar a unificação mundial das medidas físicas, bem como sua rastreabilidade ao Sistema Internacional de medidas” [BIPM, 2005]. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 83 5.3 Calibração de transdutores de vibração A calibração de transdutores de vibração pode ser obtida através de métodos comparativos ou absolutos. Na calibração comparativa, as saídas elétricas do instrumento a ser calibrado e do transdutor de referência (padrão) são comparadas. Na calibração absoluta, a relação entre a saída elétrica do instrumento a calibrar e a entrada mecânica (excitação) é medida diretamente por um sistema de medição das grandezas de base (padrão). O quadro 4, adaptado de [Regazzi, 1999], apresenta os diferentes métodos para calibração de transdutores de vibração e as respectivas incertezas normalmente obtidas. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro 4 – Métodos de calibração de transdutores de vibração e suas incertezas típicas Métodos Comparativos Métodos Absolutos Incerteza Laser Back-to-Back simples Medidor Comparador Automatizado Back-to-Back com FFT Incerteza ±2% ±1% ±5% Back-to-Back aprimorado com FFT ± 0,8 % Back-to-Back aprimorado com FFT e 3 acelerômetros ± 1 % Método Interferométrico ± 0,5 a 1,0 % Reciprocidade Gravidade ± 0,8 a 1,0 % Método da rotação 180° ± 10 % Método da esfera vibrante ± 5% Impacto em massa suspensa ± 3 % 5.4 Calibração preliminar do acelerômetro Durante o desenvolvimento do instrumento, foi executada uma calibração preliminar (método comparativo), a partir de testes de vibração utilizando um excitador eletromagnético (shaker) do Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio e acelerômetros piezoelétricos comerciais (Endevco Isotron modelos 751-100 e 25B) como padrões. Os equipamentos e a montagem utilizados são mostrados na figura 43. O excitador, entretanto, não respondia de maneira adequada em baixas freqüências (< 20 Hz), conforme pode ser visualizado nas figuras 28 e 29. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 84 Figura 43 – Calibração preliminar do acelerômetro PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Foi sentida, portanto, a necessidade de se executarem ensaios de vibração a baixas freqüências, já que muitas das vibrações esperadas se situam na faixa abaixo de 20 Hz, especialmente as oscilações de subvão (v. quadro 3). Para suprir essa lacuna foram programados ensaios no Laboratório de Vibrações do Inmetro o que, além de permitir a verificação do desempenho do acelerômetro sob baixas freqüências de vibração, possibilitou sua calibração absoluta usando interferometria laser, proporcionando assim uma elevada exatidão. Essa calibração é descrita a seguir. 5.5 Calibração absoluta com interferometria laser no Inmetro Conforme descrito no capítulo 4, o acelerômetro é composto de dois módulos uniaxiais ortogonalmente posicionados entre si, de forma a proporcionar a medição nos dois eixos do plano transversal ao cabo. Para os testes programados no Inmetro, foi definido que a calibração seria feita sobre esse módulo uniaxial básico. a) O Lavib – Laboratório de Vibrações do Inmetro O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ― Inmetro ― é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entre seus objetivos está o de manter e conservar Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 85 os padrões das unidades de medida, assim como implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no Brasil. Vinculado à Divisão de Metrologia Acústica e de Vibrações, o Laboratório de Vibrações (Lavib) é o laboratório de referência dos Laboratórios Metrológicos do Inmetro e responsável, portanto, pela guarda, manutenção e realização das unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI) das grandezas aceleração, velocidade e deslocamento no Brasil. O Lavib está localizado no Campus de Xerém, município de Duque da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Caxias, RJ (v. figuras 44 e 45). Figura 44 – Vista geral do Campus de Xerém e localização dos laboratórios de vibrações do Inmetro Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 86 Figura 45 – Entrada das instalações do Inmetro em Xerém e Laboratório de Vibrações O Lavib dispõe de padrões rastreados às referências metrológicas de Laboratórios Nacionais de outros países, notadamente do National Institute of Standards & Technology (NIST/EUA) e do Physicalisch Technisch-Bundesanstalt PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA (PTB/Alemanha). As instalações do Lavib possuem controle de temperatura e umidade, com restrição de entrada de pessoas [ISO/IEC 10725, 1999]. A temperatura é mantida em 23 ± 0,5 °C e a umidade varia na faixa de 48 % a 53 %. Os sistemas de calibração utilizam mesas com isolamento pneumático. O sistema de calibração absoluta por interferometria a laser segue a norma ISO 16063-11 [ISO 16063-11, 1999], com incerteza 0,5 % na faixa de freqüências de 10 Hz a 1.000 Hz. b) Interferometria De uma forma geral, pode-se entender interferometria como a combinação de duas ou mais entradas de um tipo particular de dados (por exemplo, medidas ópticas) com o objetivo de obter um melhor resultado. De uma forma mais específica, a interferometria pode ser definida como a aplicação do fenômeno de interferência das ondas de luz para medir distâncias e ângulos entre objetos [Nasa, 2005]. A natureza da luz foi um dos principais problemas que os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII tentaram resolver. Até o século XVIII, a maioria dos físicos optava, como Isaac Newton, por uma teoria corpuscular da luz. A partir do século XIX, contudo, surge como alternativa o estudo da luz como uma onda. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 87 Desde fins do século XIX é aceito que a luz pode ser estudada como partícula (teoria corpuscular) ou onda (teoria ondulatória). Parte dessa dualidade se deve aos estudos conduzidos Michelson30 e Morley31 que, ao buscarem evidenciar a existência do éter (fluido imponderável e elástico, no qual se supunha que as ondas de luz se propagavam), acabaram por demonstrar a invariância da velocidade da luz, influenciando o trabalho posterior de Einstein sobre a Teoria da Relatividade. c) Interferômetro de Michelson Para medir a velocidade do éter em relação à rotação da terra, Michelson desenvolveu em 1881 um interferômetro, mais tarde (1887) aperfeiçoado com a ajuda de Morley. Embora diferentes dos aparelhos utilizados no experimento de MichelsonPUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Morley, os atuais interferômetros de Michelson se baseiam no mesmo princípio, qual seja, a medição de variações de comprimento por meio da contagem do número de franjas de interferência entre dois feixes de luz percorrendo caminhos ligeiramente diferentes. A figura 46 mostra um esquema ilustrativo do funcionamento de um interferômetro de Michelson moderno. O feixe de luz emitido pela fonte laser (A) incide sobre um espelho semiprateado (B), também chamado divisor de feixe, que reflete metade da luz e transmite a outra metade. A metade transmitida prossegue até o espelho fixo (C), a metade refletida até o espelho móvel (D). Cada um desses espelhos reflete o feixe de volta ao longo de suas direções de incidência, até o ponto de observação (E). Como os feixes são coerentes, pois se originam do mesmo ponto da fonte, eles interferem entre si. No ponto de observação (E), será visto um padrão de franjas circulares, como o da figura 47a. Ao se deslocar o espelho móvel para frente ou para trás, é mudado o comprimento do trajeto da luz refletida (A-B-D-E). Neste caso, o padrão de franjas irá variar e os anéis observados se moverão, como nas figuras 47b e 47c. 30 Albert Abraham Michelson (1852-1931), físico alemão radicado nos Estados Unidos, prêmio Nobel de Física em 1907, cujos estudos sobre a existência do éter acabaram por demonstrar a invariância da velocidade da luz, um dos postulados da Teoria da Relatividade de Einstein. 31 Edward Williams Morley (1838-1923), químico norte-americano, colaborador de Michelson, com trabalhos voltados para instrumentação de elevada exatidão. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 88 Figura 46 – Esquema de funcionamento do interferômetro de Michelson Figura 47 – Mudança no padrão de franjas circulares ao se variar a posição do espelho móvel Se, por exemplo, o espelho móvel avança, reduzindo a distância percorrida pela luz refletida os anéis se originam da periferia e desaparecem no centro (seqüência a, b e c). Se o espelho móvel se afasta, aumentando a distância percorrida pela luz refletida, os anéis surgem do centro para desaparecer na periferia (seqüência c, b e a). Assim, o sentido em que as franjas se movimentam indica o sentido do movimento do espelho móvel. Por sua vez, se o anel central do padrão de franjas circulares é brilhante (como na fig. 47a) e o espelho móvel se desloca o suficiente para que o anel brilhante mais externo se encaminhe para o centro, temos que o caminho óptico Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 89 do feixe refletido se altera de um comprimento de onda do laser. Como a luz passa duas vezes pelo trajeto, sabe-se que o espelho se deslocou de uma distância igual a λ/2. Assim, a contagem das franjas permite conhecer o deslocamento do espelho móvel em passos de 316,41 nm (metade do comprimento de onda do laser de Hélio-Neônio vermelho), conforme a equação (23): d=m λ 2 (23) onde: d : variação do caminho óptico [nm] m : número de franjas (anéis) do padrão circular λ : comprimento de onda do laser [nm] (= 632,82 nm para o laser He-Ne) Se o espelho móvel for fixado ao acelerômetro, será possível conhecer a PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA cada instante a posição deste último. Com o uso de uma base de tempo sincronizada é possível, além do cálculo da freqüência, medir a grandeza aceleração. c) Interferômetro de Quadratura O interferômetro de Quadratura é uma variação do interferômetro de Michelson na qual se utiliza um dispositivo retardador para tornar um dos caminhos ópticos ¼ de comprimento de onda mais longo que o outro, embora ambos os caminhos tenham o mesmo comprimento físico. Com isso, os feixes que chegam ao ponto de observação estão sempre com uma diferença de fase de 90°, o que garante a máxima intensidade da franja de interferência. d) Montagem e realização do ensaio O ensaio realizado no Lavib buscou avaliar a resposta do módulo uniaxial em função da freqüência, bem como a linearidade dessa resposta para determinadas freqüências de excitação (especialmente as baixas freqüências, não mensuráveis no Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio devido às limitações da instrumentação disponível, anteriormente mencionadas). A instrumentação utilizada no ensaio é relacionada a seguir: - Excitador Brüel & Kjaer, com faixa de operação de 10 Hz a 5 kHz. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 90 - Laser de Hélio-Neônio, com comprimento de onda de 632,82 ± 2.10-6 nm. - Interferômetro de Quadratura, com resolução em deslocamento de 10 nm para uma relação sinal-ruído de 103. Para determinação da freqüência dos deslocamentos, todos os equipamentos são sincronizados em uma mesma base de tempo (10 ± 10-8 MHz) calibrada no Observatório Nacional. A incerteza estimada de medição é de ± 0,5 % na faixa de 10 a 1.000 Hz, onde são levadas em conta não somente as incertezas na base de tempo e na medida de deslocamento, mas também a incerteza de medição do sinal elétrico de saída (normalmente tensão AC). Com relação às condições de execução do ensaio deve ser ressaltado, como já mencionado, o controle da temperatura e umidade dentro do laboratório. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A montagem para realização do ensaio é ilustrada pelas figuras 48 a 50. Figura 48 – Módulo fixado ao excitador e visão geral da instrumentação O módulo uniaxial foi adaptado ao excitador eletromagnético por meio de uma base aparafusada, como mostrado na figura 48. Um pequeno espelho foi colado na sua base do módulo para refletir o feixe de luz incidente. Conforme descrito no capítulo 4, a variação no comprimento de onda de Bragg da cada sensor é detectada por um par de filtros (e conseqüentemente, um par de fotodetectores), como mostrado nas figuras 31 e 32. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 91 Figura 49 – Interferômetro de Quadratura para calibração absoluta do acelerômetro Figura 50 – Tela do sistema de calibração absoluta Para demodulação dos sinais oriundos dos fotodetectores foi usada técnica proposta por [Nunes, 2004], segundo a qual as relações logarítmicas Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 92 entre esses sinais32 são lineares aos deslocamentos espectrais, os quais por sua vez dependem da amplitude da aceleração aplicada. Tal linearidade se mantém para uma ampla faixa de excursão de um sensor de rede. No teste realizado no Inmetro foi usado um único módulo, com 4 saídas monitoradas (canais 1 a 4). Foram executadas medições na faixa de freqüências de 10 a 150 Hz, com diferentes valores de aceleração (até cerca de 60 m/s²). Devido ao maior interesse na banda inferior de freqüências, foi realizado um número maior de medições na faixa de 10 a 16 Hz, para as quais foram usados diferentes valores de aceleração. Os resultados das medições são mostrados no apêndice C. Os dados de saída do módulo do acelerômetro são um sinal em corrente contínua (DC) e um em corrente alternada (AC), ambos oriundos dos fotodetectores, como descrito no capítulo 4.3. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Foram utilizados os valores de saída dos fotodetectores 1 e 4, por proporcionarem um melhor resultado para determinação da aceleração. Os sinais DC e AC obtidos no ensaio são apresentados demodulados, de acordo com técnica proposta por [Nunes, 2004], já citada. e) Sinal DC - Temperatura O sinal DC está diretamente ligado à área inicial da intersecção filtro-rede de Bragg. Isso significa que o sinal DC é o valor obtido pelo módulo básico em repouso (0 Hz); nessa condição, a leitura só irá variar com a temperatura. Como a temperatura no laboratório foi mantida estável (o valor medido foi de 19,8 °C), o sinal DC no experimento sofreu apenas pequenas variações que podem ser atribuídas ao aquecimento do excitador ao qual o módulo foi fixado. Dessa forma, para se obter o valor desse sinal (associado à temperatura de referência) foi calculada a média de todas as leituras. Isso significa que, para este ensaio, o sinal DC é imune a variações de temperatura da rede, bem como a flutuações nos filtros. Tomando todas as 565 leituras realizadas: DC = log10 32 Ch1 =x Ch 4 ⇒ DC19,8° C = 1,40385823 Isto é, log(F1/F2), log(F3/F4), log(F1/F3) e log(F2/F4), onde Fi é a quantidade de luz transformada em sinal elétrico da interação entre sensor e filtro. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 93 O desvio-padrão desse conjunto foi de 0,007159992. Aplicando-se o Critério de Chauvenet detectaram-se duas leituras que deveriam ser desprezadas. Com isso, o valor final para o sinal DC ficou: DC19,8 °C = 1,404171226 σ DC19,8 °C = 0,004081696 Esses cálculos são abordados com maior detalhe no apêndice C. f) Sinal AC - Aceleração O sinal AC é proporcional à aceleração à qual o módulo é submetido. Isso permite construir uma curva de calibração sinal AC x aceleração. Inicialmente, contudo, o sinal AC deve ser corrigido para o efeito da freqüência, uma vez que sua resposta para esse parâmetro não é totalmente plana33. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Para isso, as leituras foram agrupadas por freqüência e, em cada intervalo, foi calculada razão entre o sinal AC e as acelerações fornecidas pelo interferômetro (isto é, log AC / aceleração rms). A seguir, aplicou-se Critério de Chauvenet para eliminar valores inconsistentes. Com os dados remanescentes foi possível estabelecer uma equação para correção dos valores do sinal AC pela freqüência. Para isso foi inicialmente calculada uma curva de tendência y(f) pelo método dos mínimos quadrados, cujo resultado foi uma parábola. Os fatores de correção dos valores do sinal AC em função da freqüência foram obtidos aplicando-se a seguinte equação, que toma como referência a mediana das freqüências (75 Hz): k= y (75 ) y (f ) log ACCORR = k . log AC As leituras corrigidas pelo fator k foram novamente submetidas ao Critério de Chauvenet para eliminação de valores duvidosos. Por fim, os dados corrigidos e tratados foram usados para determinação da curva de calibração. 33 Os cálculos para tratamento das leituras do sinal AC são abordados com maior detalhe no apêndice C. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 94 O quadro C6 (v. apêndice C) apresenta as médias e desvios-padrão dos subconjuntos de aceleração. Esses pontos, usados para determinação da curva de calibração, são mostrados no gráfico da figura 51. Pontos para Curva de Calibração 45,0 40,0 Aceleração (m /s 2rms) 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 5,0 0,0 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 Sinal AC corrigido Figura 51 – Pontos para curva de calibração Sinal AC corrigido x Aceleração rms g) Ajuste pelo método dos mínimos quadrados Com base no quadro C6 foi feito o cálculo da curva de calibração (sinal AC corrigido x aceleração) do módulo do acelerômetro usando o Método dos Mínimos Quadrados. Os cálculos do ajuste são mostrados em maior detalhe no apêndice D. A equação de calibração escolhida (reta) é mostrada a seguir: Aceleração rms = f(x) = 374,1943 x - 0,9174 (24) onde x é o sinal ACCORR O desvio médio quadrático desse ajuste é 0,2787, com excelente correlação34 (0, 9997). A curva ajustada sobre os pontos de medição é mostrada na figura 52. 34 Correlação é um conceito estatístico utilizado para se medir o grau de similaridade entre as duas variáveis de uma amostra. Trata-se de um índice que avalia o quão linear é a variação conjunta do experimento. A correlação pode variar no intervalo [-1, 1], sendo que os valores extremos indicam correlação total (isto é, linearidade completa). É importante ressaltar que a correlação não fornece nenhuma informação quanto à natureza de qualquer tipo de desvio encontrado. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 95 Pontos para Curva de Calibração 45,0 40,0 Aceleração (m /s 2rms) 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Sinal AC corrigido Figura 52 – Curva de calibração Sinal AC x Aceleração rms 5.6 Resumo do capítulo Com o objetivo de verificar o desempenho do acelerômetro quanto à exatidão e repetitividade na faixa de medição para a qual foi projetado, foi programado um ensaio de calibração do módulo uniaxial no Laboratório de Vibrações do Inmetro. O ensaio realizado foi de calibração absoluta, usando interferometria laser (interferômetro de Quadratura). Além da elevada exatidão do padrão empregado, a instrumentação utilizada permitiu a medição a baixas freqüências (10 a 20 Hz), o que não havia sido possível até então com os ensaios de bancada realizados no Laboratório de Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio. Os dados de saída do módulo do acelerômetro foram sinais de corrente contínua (DC) e alternada (AC), demodulados conforme a relação logarítmica dos canais oriundos dos fotodetectores. Enquanto o sinal DC representa a influência da temperatura, o sinal AC traduz a aceleração medida. Sob as condições controladas do laboratório (temperatura constante) obteve-se o valor do sinal DC para a temperatura de 19,8 °C, a partir da média de 563 leituras válidas. Capítulo 5 – Calibração absoluta do módulo básico do acelerômetro 96 Corrigindo-se as leituras de sinal AC de acordo com a freqüência e agrupando-as em subconjuntos de mesma aceleração, foram obtidas médias das leituras AC corrigidas, com as quais se construiu a equação de calibração do módulo uniaxial. O resultado final (uma reta) apresentou com os dados medidos correlação PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA próxima a um. 6 Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro Neste capítulo se determina a incerteza de medição do módulo uniaxial do acelerômetro, calculada a partir dos dados obtidos no ensaio de calibração absoluta realizado no Inmetro e descrito no capítulo anterior. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 6.1 Incerteza de medição: conceitos básicos Em qualquer medição existem erros experimentais35, decorrentes não apenas da propagação dos erros inerentes aos elementos do sistema de medição, como do eventual funcionamento impróprio desses elementos. A incerteza do resultado de um medição decorre, portanto, do desconhecimento do valor exato do mensurando. A incerteza assinala limites de credibilidade à exatidão de um certo valor, indicando o quanto este pode diferir de seu valor de referência. O resultado de uma medição, mesmo após a correção dos efeitos sistemáticos conhecidos é, ainda, tão somente uma estimativa do valor do mensurando, seja pela incerteza proveniente de efeitos aleatórios, seja pela correção imperfeita do resultado para os efeitos sistemáticos. a) Incertezas tipo A e B Existem duas maneiras de se avaliar a incerteza de medição, conforme a quantidade de informação disponível sobre os dados medidos: Avaliação da incerteza do tipo A é o método de avaliação da incerteza pela análise estatística de série de observações, sendo empregado quando se dispõe de uma quantidade adequada de leituras que permita agrupá-las em uma distribuição de freqüências (geralmente uma distribuição gaussiana). 35 Este capítulo está baseado nas definições apresentadas em [ISO-GUM, 1998] e [NIST – SEMATECH, 2005]. Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 98 Avaliação da incerteza do tipo B: é o método de avaliação da incerteza por outros critérios, sendo aplicada quando não se dispõe de dados suficientes para uma análise estatística da série de observações. Na avaliação do tipo B pode-se, por exemplo, usar uma função densidade de probabilidade subjetiva, escolhida com base no grau de credibilidade de que um evento vá ocorrer. b) Distribuições de freqüência mais utilizadas As distribuições de freqüência mais utilizadas na avaliação de incerteza são as distribuições normal (gaussiana), retangular e triangular. A distribuição normal ou gaussiana (v. figura 53) é uma distribuição contínua e simétrica que pode ser completamente definida por dois parâmetros: média (µ) e desvio padrão (σ). Α expressão da freqüência relativa para esta distribuição é a seguinte: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA ⎡ −(t − µ ) 2 ⎤ ⎢ ⎥ 2 1 p(t ) = .e⎣⎢ 2.σ ⎦⎥ σ 2.π (25) Figura 53 – Distribuição de freqüências normal ou gaussiana A distribuição retangular (v. figura 54) se caracteriza por possuir uma região com densidade de probabilidade uniforme, ladeada por áreas cuja função densidade de probabilidade é nula. É matematicamente expressa como abaixo: p (t ) = 1 2a p(t ) = 0 para a− ≤ t ≤ a+ para outros valores de t (26) Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro O desvio padrão da distribuição retangular é dado por: σ = 99 a . 3 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 54 – Distribuição de freqüências retangular Figura 55 – Distribuição de freqüências triangular A distribuição triangular (v. figura 55) é similar à retangular, porém a região na qual a densidade de probabilidade é não nula é dividida em duas áreas Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 100 simétricas com funções densidade representada por retas concorrentes. Sua expressão matemática é: p (t ) = t − a− a2 para a− ≤ t ≤ p (t ) = a+ − t a2 para p(t ) = 0 a+ + a− 2 a+ + a− ≤ t ≤ a+ 2 (27) para outros valores de t O desvio padrão da distribuição triangular é dado por: σ = a . 6 c) Incertezas em medições simples Em medições simples de uma grandeza são definidos dois tipos de incerteza: padrão e expandida. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Incerteza padrão (u) é a incerteza do resultado de uma medição apresentada como um desvio-padrão da média. Embora a incerteza padrão possa ser usada para expressar a incerteza de um resultado de medição, é muitas vezes necessário utilizar uma medida de incerteza que defina um intervalo em torno do resultado da medição, dentro do qual se espera abranger uma extensa fração da distribuição de valores que poderiam ser razoavelmente atribuídos ao mensurando. Esta medida adicional de incerteza é denominada de incerteza expandida (U) e é obtida multiplicando-se a incerteza padrão pelo fator de abrangência (k). U = k.u (28) Para se determinar o valor adotado para o fator de abrangência deve-se, primeiramente, estipular qual o tipo de distribuição de probabilidade que será empregada para a análise dos dados coletados para, em seguida, definir qual será o intervalo de confiança ou nível da confiança desejado. Entende-se como nível da confiança de uma dada distribuição de probabilidade a faixa compreendida ao redor do valor médio onde um certo valor tem a probabilidade de estar. Quanto maior o valor de k maior será o nível da confiança e maior a probabilidade de um certo valor lido estar compreendido dentro da faixa. Os quadros 5 a 7 mostram os níveis da confiança e fatores de abrangência respectivamente para a distribuições normal, retangular e triangular. Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 101 Quadro 5 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição normal Nível da confiança (%) 68,27 90 95 95,45 99 99,73 Fator de Abrangência k 1 1,645 1,960 2 2,576 3 Quadro 6 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição retangular PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Nível da confiança (%) 57,74 95 99 100 Fator de Abrangência k 1 1,65 1,71 ≥ 1,73 = 3 Quadro 7 – Níveis da confiança e fatores de abrangência para a distribuição triangular Nível da confiança (%) 64,98 95 99 100 Fator de Abrangência k 1 2,00 2,25 ≥ 2,45 = 6 d) Incertezas em medições complexas Se um determinado resultado R é função de uma série de variáveis independentes x1, x2, x3,..., xn e se desejamos saber sua incerteza padrão, esta incerteza será a combinação das incertezas de cada uma das parcelas. Assim, define-se Incerteza padrão combinada (uc) do resultado de uma medição como o resultado da propagação de erros das várias grandezas envolvidas nessa medição. Normalmente uc é calculada como a raiz quadrada da soma dos quadrados das incertezas padrão dessa grandezas, conforme a expressão a seguir: uc = (u1 )2 + (u2 )2 + ... + (un )2 (29) Quando as variáveis são dependentes entre si deve ser levado em conta o fator de sensibilidade, que pode ser descrito como a derivada da função em Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 102 relação a cada uma das parcelas componentes. Com isso a expressão para a incerteza padrão torna-se: 2 2 ⎛ ∂R ⎞ ⎛ ∂R ⎞ ⎛ ∂R ⎞ .u1 ⎟⎟ + ⎜⎜ .u2 ⎟⎟ + ... + ⎜⎜ .un ⎟⎟ uc = ⎜⎜ ∂ x ∂ x x ∂ ⎝ 1 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ n ⎠ onde 2 (30) ∂R é o coeficiente de sensibilidade entre a função R e a variável xi. ∂x i Da mesma forma que para medições simples, medições envolvendo diversas variáveis são mais bem representadas por uma incerteza expandida (Uc), obtida a partir de um fator de abrangência, como na equação (28). A partir da discussão anterior, o resultado de uma medição poderá ser, então, convenientemente expresso da seguinte forma: (31) Y = y ± UC PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA onde y é o valor medido; Uc é a incerteza expandida. 6.2 Incerteza de medição para o sinal DC Conforme já mencionado, o sinal DC pode ser associado à temperatura, grandeza cuja medição não foi uma preocupação nesta etapa do desenvolvimento do acelerômetro. Não obstante, sendo esperada a estabilidade desse sinal sob temperatura externa constante (caso do ambiente controlado do Lavib), a incerteza do sinal DC serve como um indicador da qualidade do experimento. A incerteza padrão do sinal DC, obtida da análise estatística de 563 leituras válidas (e, portanto, do tipo A) é: uDC = σ DC19,8 °C = 0,004081696. A incerteza expandida, considerando uma distribuição normal com nível da confiança de 95,45 % (k = 2) é: UDC = k uDC = 2 . 0,004081696 = 0,008163392 Com base nesses cálculos e mantendo-se o resultado com 4 casas decimais, o sinal DC pode então ser expresso como: DC19,8 °C = 1,4042 ± 0,0082 Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 103 Devido à inexistência de dados que permitam relacionar a sensibilidade desse parâmetro com a temperatura, essa incerteza está associada à temperatura ambiente de referência de 19,8 °C. A baixa incerteza ( < 0,6 %) indica a boa qualidade do experimento. 6.3 Incerteza de medição para a aceleração As incertezas padrão associadas à medição da aceleração pelo módulo do acelerômetro são: uPD : incerteza do padrão de medição (interferômetro laser) uCL : incerteza da curva de calibração uAC : incerteza do sistema de interrogação óptica (sinal AC) ⎛ ∂ acel ⎞ uC ACEL = (u PD ) + (uCL ) + ⎜⎜ u AC ⎟⎟ ⎝ ∂ AC ⎠ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 2 2 2 (32) a) Incerteza do padrão de medição A incerteza expandida do interferômetro laser é ± 0,5 % em toda a faixa de medição. Considerando uma distribuição gaussiana e o nível da confiança de 95,45% (k = 2): uPD = UPD 0,5% = 2 2 ⇒ uPD = 0,25% b) Incerteza da curva de calibração A incerteza padrão da curva de calibração (uCL) é igual ao desvio médio quadrático entre as acelerações medidas pelo interferômetro e aquelas calculadas a partir da curva de calibração. n uCL = onde ∑ 1 (aIL − aCC )2 n − g i =1 n : número de leituras = 44 (v. quadro C6) g : grau de liberdade = 2 (reta que não passa pela origem) aIL : aceleração indicada pelo interferômetro laser aCC : aceleração obtida pela curva de calibração Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 104 Conforme calculado no apêndice D: uCL = 0,2787 c) Incerteza do sistema de interrogação óptica (sinal AC) O sinal AC, usado para indicar a aceleração medida pelo módulo do acelerômetro, é proveniente do sistema de interrogação óptica. Conforme descrito no capítulo 4.3, esse sistema possui vários componentes agrupados, tais como LED, acopladores ópticos, filtros CWDM e fotodetectores. Já foi verificado [Nunes, 2004] que, considerando todo o conjunto, o sinal proveniente dos fotodetectores é da ordem de 500 ± 2,5 mV, isto é, possui incerteza de ± 0,5 %. O sinal AC, por sua vez, é obtido do logaritmo da razão entre a saída de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA dois fotodetectores. Assim, a incerteza do sinal AC ― e em conseqüência do sistema de interrogação óptica ― será: u AC = (u Foto det ector 1 )2 + (u Foto det ector 4 )2 UFotodetector = ± 0,5 % Considerando uma distribuição retangular e o nível da confiança de 100% (k = 3 ): uFoto det ector = u AC = UFoto det ector 3 = 0,5% 3 (0,002887)2 + (0,002887)2 ⇒ ⇒ uFoto det ector = 0,2887 % u AC = 0,408 % d) Cálculo da incerteza de medição para a aceleração Repetem-se aqui, para referência, as equações (32) ― para a incerteza de medição combinada do módulo do acelerômetro ― e (24) ― para a reta de calibração: uC ACEL = (uPD )2 + (uCL )2 + ⎛⎜⎜ ∂ acel u AC ⎞⎟⎟ ⎝ ∂ AC 2 ⎠ Aceleração rms = f(x) = 374,1943 x - 0,9174 onde x é o sinal AC Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 105 As incertezas para cada aceleração são mostradas no quadro 8, onde coef = ∂ acel ∂ f ( x ) = = 374,1943 ∂ AC ∂x Quadro 8 – Incertezas de medição para a aceleração PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Sinal AC corrig. 0,01503 0,01502 0,01451 0,01494 0,01536 0,01922 0,01956 0,01880 0,01931 0,01918 0,01984 0,01977 0,01717 0,02433 0,02397 0,02524 0,02560 0,02442 0,02481 0,02461 0,02552 0,02404 0,03970 0,04026 0,04083 0,04045 0,04109 0,05936 0,05897 0,05957 0,06002 0,07771 0,07804 0,07872 0,07684 0,07854 0,09838 0,09797 0,09627 0,09624 0,09825 0,09855 0,09859 0,11399 Padrão Aceler. (m/s²) 4,620 4,627 4,633 4,641 4,661 6,218 6,223 6,232 6,233 6,241 6,250 6,255 6,273 8,345 8,352 8,361 8,364 8,370 8,380 8,384 8,390 8,400 14,043 14,122 14,194 14,325 14,507 21,192 21,200 21,324 21,422 28,223 28,228 28,259 28,321 28,422 35,293 35,407 35,461 35,480 35,524 35,739 35,753 42,552 uPD uCL coef uAC 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 0,0117 0,0155 0,0156 0,0156 0,0156 0,0156 0,0156 0,0156 0,0157 0,0209 0,0209 0,0209 0,0209 0,0209 0,0209 0,0210 0,0210 0,0210 0,0351 0,0353 0,0355 0,0358 0,0363 0,0530 0,0530 0,0533 0,0536 0,0706 0,0706 0,0706 0,0708 0,0711 0,0882 0,0885 0,0887 0,0887 0,0888 0,0893 0,0894 0,1064 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 0,2787 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 374,1943 0,0000613 0,0000613 0,0000592 0,0000610 0,0000627 0,0000784 0,0000798 0,0000767 0,0000788 0,0000783 0,0000810 0,0000807 0,0000701 0,0000993 0,0000978 0,0001030 0,0001045 0,0000996 0,0001012 0,0001004 0,0001041 0,0000981 0,0001620 0,0001643 0,0001666 0,0001651 0,0001676 0,0002422 0,0002406 0,0002430 0,0002449 0,0003170 0,0003184 0,0003212 0,0003135 0,0003204 0,0004014 0,0003997 0,0003928 0,0003927 0,0004008 0,0004021 0,0004022 0,0004651 uC ACEL (m/s²) % 0,2799 0,2799 0,2798 0,2799 0,2799 0,2807 0,2807 0,2806 0,2807 0,2807 0,2808 0,2808 0,2804 0,2819 0,2819 0,2821 0,2822 0,2820 0,2820 0,2820 0,2822 0,2819 0,2874 0,2876 0,2878 0,2877 0,2880 0,2978 0,2976 0,2980 0,2982 0,3110 0,3112 0,3116 0,3106 0,3116 0,3287 0,3284 0,3273 0,3273 0,3287 0,3291 0,3291 0,3454 6,06% 6,05% 6,04% 6,03% 6,01% 4,51% 4,51% 4,50% 4,50% 4,50% 4,49% 4,49% 4,47% 3,38% 3,37% 3,37% 3,37% 3,37% 3,37% 3,36% 3,36% 3,36% 2,05% 2,04% 2,03% 2,01% 1,99% 1,41% 1,40% 1,40% 1,39% 1,10% 1,10% 1,10% 1,10% 1,10% 0,93% 0,93% 0,92% 0,92% 0,93% 0,92% 0,92% 0,81% Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 106 Verifica-se que os valores de incerteza encontrados situam-se na faixa de 0,28 a 0,34 m/s². Pode-se tomar, portanto, a incerteza padrão combinada de medição para a aceleração como ± 0,3 m/s² em toda a faixa de medição (até 40 m/s²). Considerando uma distribuição gaussiana e o nível da confiança de 95,45% (k = 2), a incerteza expandida será: UC ACEL = k . uC ACEL = 2 . 0,3 ⇒ UC ACEL = 0,6 m/s² Assim, as leituras de aceleração (em m/s²) do módulo do acelerômetro serão representadas por: Y = y ± 0,6 m/s² PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 6.4 Resumo do capítulo A incerteza assinala limites de credibilidade à exatidão de um certo valor, indicando o quanto este pode diferir de seu valor de referência. A incerteza do resultado de uma medição apresentada como um desvio padrão é conhecida como incerteza padrão. È mais comum, entretanto, o uso da incerteza expandida, entendida como um intervalo em torno do resultado da medição dentro do qual existe elevada probabilidade de se encontrar o valor verdadeiro. A incerteza expandida se relaciona com a incerteza padrão através do fator de abrangência, o qual depende por sua vez do tipo de distribuição de probabilidade utilizada (normal, retangular ou triangular) e do nível da confiança adotado (usualmente ≥ 95 %). Quando o resultado é função de uma série de variáveis, a incerteza combinada total é função das incertezas padrão de cada variável e, em caso de dependência entre as variáveis, do fator de sensibilidade associado. Foram determinadas as incertezas de medição para o sinal DC e AC demodulado, grandezas provenientes do sistema óptico e indicativas, respectivamente, das variações de temperatura e aceleração às quais foi submetido o módulo do acelerômetro. A baixa incerteza expandida do sinal DC (cerca de 0,6 %), obtida sob uma temperatura ambiente controlada, atestou a qualidade do experimento. Capítulo 6 – Avaliação da incerteza de medição do módulo do acelerômetro 107 A incerteza expandida de medição da aceleração era função das incertezas do padrão (interferômetro laser), da curva de calibração e do sistema de interrogação óptica. A análise dessas incertezas mostrou que a incerteza expandida é da ordem de 0,6 m/s², em uma faixa de acelerações até 40 m/s². A faixa de acelerações alcançada e a incerteza a ela associada são suficientes para o objetivo proposto para o acelerômetro, qual seja, a medição de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA vibração eólica em cabos de linhas de transmissão. 7 Ensaio do Acelerômetro em Cabo Vibrante Com o objetivo de observar o desempenho do acelerômetro completo em uma situação próxima à de sua montagem real, foram realizados ensaios de vibração de cabo em um vão de testes, no Laboratório de Propriedades Mecânicas do Cepel. Nesse ensaio foi testada a resposta do acelerômetro sob diferentes montagens no cabo. Buscou-se também averiguar algumas características PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA metrológicas do instrumento, como exatidão, histerese e deriva. 7.1 Ensaio de vibração em cabo Ensaios de vibração em cabo têm sido usados no Setor Elétrico, desde os estudos pioneiros, com o objetivo de verificar o comportamento do cabo à fadiga [Philipps et al, 1972], [Epri, 1979], [Cigré, 1979, 1995]. Esses ensaios utilizam um vão de testes, normalmente abrigado, no qual o cabo a ser ensaiado é tracionado e submetido a uma excitação senoidal contínua, durante vários dias, até o rompimento de um ou mais fios por fadiga. Para as necessidades desta pesquisa, o ensaio de vibração foi realizado para testar o acelerômetro. Dessa forma, tanto a freqüência quanto a intensidade de excitação foram aplicadas sem seguir o protocolo de um teste de fadiga, e sim para observar a resposta do acelerômetro completo sob diferentes condições de uso. 7.2 Ensaio de vibração em cabo no Cepel No Brasil, apenas o Cepel possui infra-estrutura para a realização de ensaios de vibração em cabos em grandes vãos (> 50 m). Assim, foi contratada junto a esse centro de pesquisa a realização do ensaio, pelo período de uma semana (24/01/05 a 28/01/05). Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 109 a) O Laboratório de Propriedades Mecânicas do Cepel O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica ― Cepel ― é uma empresa do Grupo Eletrobrás criada em 1974 com o objetivo de desenvolver uma infraestrutura científica e de pesquisa no Brasil voltada para o setor elétrico. Vinculado à Divisão de Laboratórios do Fundão ― a qual agrega os laboratórios e facilidades existentes na sede do Cepel, na Cidade Universitária, Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, RJ ― o Laboratório de Propriedades Mecânicas realiza ensaios e medições de propriedades mecânicas em materiais e equipamentos utilizados nos sistemas elétricos. O laboratório atua tanto na realização de ensaios internos, nas suas próprias instalações, quanto em trabalhos em campo, efetuando medições em usinas, subestações e linhas de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA transmissão. Figura 56 – Sede do Cepel na Ilha do Fundão b) Características do ensaio O ensaio foi realizado36 com um cabo CAA Grosbeak 636 MCM (diâmetro nominal de 25,15 mm). O cabo foi esticado com uma tração de 2.690 kgf (23,5 % de sua carga de ruptura) em um vão de 52 m de comprimento. Em uma das extremidades foi instalado o excitador. O acelerômetro óptico foi posicionado a 36 Informações extraídas do Relatório de Ensaio [Cepel, 2005]. Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 110 2,66m da extremidade oposta. A temperatura ambiente durante o ensaio variou na faixa de 23 ± 2 °C. A figura 57 ilustra a montagem do ensaio e a figura 58 mostra uma PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA fotografia do local. Figura 57 – Montagem do ensaio de vibração de cabo Foram utilizados os seguintes instrumentos: - Célula de carga Kratus 10 ton - Excitador Ling modelo TP850 (v. figura 59) - Gerador Brüel & Kjaer modelo 1047, faixa de operação 5 Hz a 10 kHz Além da instrumentação do laboratório, foram empregados um acelerômetro piezoelétrico de pequena dimensão (Endevco modelo 25B), previamente calibrado e fixado ao acelerômetro óptico para servir de referência (v. figura 60), um analisador digital de sinais (HP modelo 35670A, v. figura 61) e um condicionador de sinais para o acelerômetro piezoelétrico. A figura 64 mostra esses instrumentos sobre a bancada de medição, ao lado da unidade de leitura e armazenamento do acelerômetro óptico, cuja tela é mostrada na figura 63. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante Figura 58 – Vão de testes de vibração de cabo Figura 59 – Excitador do vão de testes 111 Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 112 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 60 – Acelerômetros óptico e piezoelétrico montados no cabo vibrante A B Figura 61 – Analisador digital de sinais (A) e calibrador para acelerômetro piezoelétrico (B) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante Figura 62 – Tela do sistema de leitura e armazenamento do acelerômetro óptico Figura 63 – Bancada de medição 113 Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 114 É importante observar que o acelerômetro foi montado em um ponto onde não surgiria nó de vibração. Para isso, o cabo foi previamente excitado nas freqüências de interesse para que fossem marcados os pontos de amplitude de vibração nula (nós). A figura 64 mostra uma fotografia de longa exposição na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA qual é possível identificar os nós e antinós de vibração. Figura 64 – Nós e antinós de vibração 7.3 Resultados obtidos no ensaio de vibração em cabo O ensaio do acelerômetro em cabo vibrante teve como objetivos principais avaliar a resposta em amplitude de aceleração e freqüência do instrumento completo e a estabilidade desta resposta em ensaios de maior duração [Braga et al, 2003-2005]. Para isso foram analisadas as seguintes características metrológicas do instrumento: exatidão, histerese e deriva. Durante as medidas foram excitadas diversas freqüências em diferentes acelerações. As freqüências escolhidas foram as terças de oitavas de 10 a 100 Hz (10; 12,5; 16; 20; 25; 31;5; 40; 50; 63,5; 80 e 100 Hz). As acelerações foram limitadas à capacidade dos equipamentos. Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 115 a) Exatidão A exatidão de um instrumento de medição é definida como: “A aptidão desse instrumento para dar respostas próximas a um valor verdadeiro” [VIM, 2003]. Vale ressaltar que, ainda de acordo com o [VIM, 2003], a exatidão é um conceito qualitativo. No ensaio em questão, o valor verdadeiro foi assumido ser o do acelerômetro piezoelétrico (Endevco modelo 25B) fixado ao acelerômetro óptico. Tanto a resposta do acelerômetro óptico quanto a resposta do acelerômetro piezoelétrico foram armazenadas simultaneamente, pois o sistema PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA usado nesse ensaio apresenta problemas de estabilidade em níveis elevados de excitação. Nas Figuras 65 e 66 são mostrados os resultados de medições a 12,5 Hz e 40 Hz para cinco níveis diferentes de aceleração. É possível ver que o acelerômetro óptico acompanha o piezoelétrico com uma concordância muito boa, a despeito da grande variação nos cinco níveis de aceleração praticados. Na Figura 67 é mostrado o resultado para a freqüência de 100 Hz. Nota-se que nesta freqüência a exatidão sofre alguma piora. Não obstante, a diferença entre os valores dos acelerômetros óptico e piezoelétrico é da ordem de 10 % no pior caso. Figura 65 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 12,5 Hz Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 116 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 66 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 40 Hz Figura 67 – Investigação de exatidão no acelerômetro a 100 Hz b) Histerese A histerese é definida como: “Fenômeno representado por uma curva característica que apresenta um ramo para valores crescentes da variável de entrada (ramo ascendente) e um ramo distinto para valores decrescentes da variável de entrada (ramo descendente)” [Dic. Bras. Eletricidade, 1986], A figura 68 ilustra o conceito de histerese: ao se aumentar o valor da variável de entrada x, a variável de saída f(x) aumenta ao longo da curva inferior (ramo ascendente). Porém, quando se reduz o valor da variável x os valores de f(x) diminuem por um caminho diferente (ramo descendente). Dessa forma os Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 117 valores de saída f(x) são função não apenas de x mas também do sentido de sua variação (crescente ou decrescente). PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 68 – Representação gráfica do fenômeno da histerese Para averiguar a existência de histerese nas medidas do acelerômetro, foram feitas medições aumentando-se os valores de aceleração impostos pelo excitador ao cabo e em seguida, reduzindo-se esses valores. Nessas medições a freqüência foi mantida fixa. A aceleração imposta pelo excitador foi acompanhada através da resposta do acelerômetro piezoelétrico. As figuras 69 e 70 mostram o resultado obtido para duas freqüências: 16 e 40 Hz. Figura 69 – Investigação de histerese no acelerômetro a 16 Hz Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 118 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 70 – Investigação de histerese no acelerômetro a 40 Hz Verifica-se visualmente que os ramos ascendente e descendente praticamente coincidem, indicando a ausência de histerese. Uma investigação mais rigorosa, apresentada no apêndice E, coincide com essa avaliação, comprovando matematicamente que a histerese no acelerômetro óptico não é significativa. c) Deriva A deriva é definida como: “A variação lenta de uma característica metrológica de um instrumento de medição.” [VIM, 2003]. A deriva (drift) ocorre quando, mantidas as variáveis de entrada e as condições do experimento, a resposta do instrumento varia no tempo. A investigação da deriva exige, idealmente, que o instrumento seja submetido a um ensaio de longa duração onde: a grandeza de saída seja aferida enquanto são mantidas constantes as demais variáveis; ou a grandeza de saída seja comparada a um padrão submetido às mesmas condições. Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 119 Neste ensaio, o acelerômetro piezoelétrico foi novamente usado como padrão de comparação (valor verdadeiro). Devido a limitações no tempo disponível no laboratório, a deriva foi investigada por um período de apenas algumas horas, no último dia de ensaios. As figuras 71 e 72 apresentam os resultados de duas medições contínuas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA de cerca de 1 hora de duração. Figura 71 – Investigação de deriva no acelerômetro a 16 Hz Figura 72 – Investigação de deriva no acelerômetro a 80 Hz Como curiosidade, pode-se observar na figura 72 um período de aceleração zero (em torno de 14:25 h) ― corretamente medido por ambos os instrumentos ― quando o sistema de excitação foi desligado por superaquecimento. É possível verificar a boa concordância entre as leituras dos acelerômetros óptico e piezoelétrico, comprovando que durante a medição não houve deriva. Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 120 7.4 Simulação de verificação de sistemas de amortecimento Uma das aplicações imaginadas para o acelerômetro óptico é a investigação da eficácia de sistemas de amortecimento. Para simular tal aplicação foi observado o desempenho do instrumento na presença de um amortecedor tipo stockbridge. A figura 73 ilustra a montagem realizada. O amortecedor tipo stockbridge foi posicionado próximo ao acelerômetro, tomando-se o cuidado de não fixá-lo PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA junto a um nó de vibração. Figura 73 – Acelerômetro em montagem com amortecedor stockbridge A Figura 74 mostra um exemplo dos resultados medidos sob uma freqüência de 16 Hz. É possível observar a redução na amplitude de aceleração sob a presença do amortecedor. Esse resultado confirmou a possibilidade de uso do instrumento para detectar problemas em sistemas de amortecimento, como dimensionamento ou posicionamento errados dos amortecedores, garras de fixação frouxas etc. Tal possibilidade exige uma investigação detalhada e dedicada que poderá ser realizada em uma etapa posterior. Capítulo 7 – Ensaio do acelerômetro em cabo vibrante 121 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 74 – Acelerações medidas com e sem amortecedor stockbridge 7.5 Resumo do capítulo O ensaio em cabo vibrante pretendeu testar o acelerômetro completo na sua condição de montagem, preso ao cabo por um grampo (garra). O ensaio, realizado no Laboratório de Propriedades Mecânicas do Cepel, utilizou um vão de testes abrigado, onde um cabo tipicamente usado em linhas de transmissão foi tracionado axialmente e submetido a uma excitação senoidal transversal contínua. Esse arranjo, normalmente usado em ensaios de fadiga de cabos, serviu para observar o desempenho do acelerômetro óptico sob diferentes condições de instalação, bem como averiguar algumas características metrológicas do instrumento, como exatidão, histerese e deriva. No ensaio, um acelerômetro piezoelétrico comercial, previamente calibrado e fixado ao acelerômetro óptico, foi usado como padrão de comparação. O conjunto foi submetido a excitações de diversas acelerações e freqüências. Os resultados confirmaram o bom desempenho do acelerômetro óptico quanto à exatidão (com um leve desvio sob freqüências mais altas) e à deriva, além de não registrar histerese. Além disso, verificou-se a viabilidade de uso do instrumento para investigação da eficácia de sistemas de amortecimento de cabos suspensos. O ensaio permitiu os ajustes finais para o primeiro teste de campo do acelerômetro óptico, mostrado no capítulo seguinte. 8 Ensaio do Acelerômetro em Linha de Transmissão Desenergizada Os ensaios realizados sobre o acelerômetro a redes de Bragg evoluíram a partir de testes em bancada, no sentido de se aproximar da situação de montagem prevista para o instrumento. A última etapa do projeto de pesquisa alvo desta dissertação foi, coincidentemente, o primeiro passo na segunda fase da pesquisa Expansion PUC-Rio, na qual se pretende simular as condições reais de funcionamento do acelerômetro a partir de testes de campo. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Na etapa aqui descrita o acelerômetro foi montado em um vão de treinamento de linha de transmissão, na Base da Manutenção da Expansion Transmissão. Esse vão é similar ao um vão real, porém não energizado. Embora os cabos não estejam sob alta tensão ou transportando corrente, como ocorre nas linhas em operação, as condições de instalação do equipamento (exposição a intempéries e raios ultravioleta), montagem dos cabos e excitação do vão (vibração eólica) são típicas de uma linha real. Dessa forma foi possível aferir a resposta do instrumento a variações mais amplas de temperatura, sua sensibilidade à vibração eólica (situação em que são comuns baixas acelerações e freqüências) e sua resistência às condições de campo. 8.1 Preparação do ensaio em vão de treinamento de linha de transmissão É usual entre as concessionárias de transmissão a construção de vãos de linhas de transmissão para treinamento de pessoal e simulação de situações de montagem. Tais vãos consistem de torres reais, montadas em uma área aberta, com todos os acessórios ― isoladores, ferragens, grampos ― existentes em uma linha de transmissão real. Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 123 As principais diferenças que podem ser encontradas em relação a vãos reais são a tração de esticamento dos cabos e a altura das torres, ambas inferiores aos valores usualmente encontrados na prática. Essas diferenças levam à menor vibração eólica no vão de treinamento, devido ao maior auto-amortecimento do cabo (pela menor tração) e à menor velocidade de vento (pela menor altura). Tais diferenças significam um bom teste de sensibilidade para o instrumento, pois detectará excitações mais fracas. a) A Base da Manutenção da Expansion Transmissão A Base da Manutenção da Expansion Transmissão, localizada na cidade de Pires do Rio, GO, está instalada em uma área de cerca de 20.000 m², contendo oficina para reparos, local para armazenagem de equipamentos e materiais e uma área externa para montagem de torres e treinamento. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O vão de treinamento, parcialmente mostrado na Figura 75, possui três torres autoportantes (duas de ancoragem e uma de suspensão), compondo dois vãos. Os condutores estão dispostos em um feixe de três cabos CAA Ruddy 900 MCM, idêntico ao usado nas linhas de 500 kV da Expansion. Figura 75 – Área de treinamento na Base da Manutenção da Expansion, em Pires do Rio, GO Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 124 Os vãos têm aproximadamente 50 m de extensão cada e a altura cabosolo é de cerca de 9 m. b) Equipamentos utilizados O sistema de interrogação, leitura e armazenamento de dados empregado nestes testes foi o mesmo usado no ensaio realizado no Cepel. O acelerômetro óptico foi também o mesmo usado no Cepel, à exceção da garra de fixação, substituída por outra adequada ao maior diâmetro do cabo Ruddy (28,7 mm). Para fazer a ligação entre o acelerômetro instalado no cabo e a unidade de interrogação foi empregado o cabo óptico modelo FIS-OPTIC-DG da Furukawa, (v. Figura 76). Trata-se de um cabo óptico tipo “loose”, constituído por um tubo termoplástico preenchido com gel para acomodação das fibras ópticas, que PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA podem ser do tipo multimodo ou monomodo. O elemento de tração totalmente dielétrico é disposto em paralelo à unidade básica que deve suportar os esforços de tração na instalação. Esse cabo foi escolhido devido a sua maior resistência à tração e melhor suportabilidade a condições ambientais agressivas. As indicações de aplicação segundo seu fabricante são: Instalações externas em infra-estrutura de eletrodutos e caixas de passagem subterrâneas, susceptíveis a alagamentos parciais temporários ou em instalações aéreas externas, com espinamento em cordoalhas de aço entre postes. Instalações externas que exijam alta carga de tração, por ocasião da instalação, em infra-estrutura não planejada adequadamente. Figura 76 – Cabo óptico FIS-OPTIC-DG e esquema de montagem Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 125 Além destas características, o cabo óptico escolhido possui baixo peso por metro e utiliza apenas duas fibras ópticas, possuindo o menor custo de mercado entre os cabos ópticos de mesma categoria. A instalação completa incluiu a colocação, nas extremidades do cabo óptico, de conectores do tipo E2000/APC e FC/APC, como indicado na Figura 76. O trecho inicial do cabo, de aproximadamente 75m, interligou o equipamento de medição até uma caixa de emendas localizada no topo da torre, próximo ao início da mísula. Essa caixa protetora de emendas, feita em aço, permitiu alojar com segurança a emenda óptica, protegendo-a de esforços mecânicos e da ação do tempo. O trecho final do cabo, de aproximadamente 25 m, conectou a caixa de emendas ao acelerômetro óptico. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA c) Montagem A montagem foi executada no dia 28/03/05 e os testes foram realizados entre os dias 29/03/05 e 31/03/05. O tempo permaneceu bom, com sol e ventos fracos durante esse período. Para os testes foi escolhido o vão entre as torres II e III. O acelerômetro foi instalado no cabo inferior do feixe de condutores externo, a cerca de 25 m da cadeia de isoladores. Essa instalação simulou uma medição de meio-de-vão, local onde se esperam as maiores amplitudes de vibração. Na primeira etapa da montagem foi instalado o cabo óptico na torre II (v. Figura 77), fixando-o de maneira adequada, protegendo-o de danos mecânicos e evitando curvaturas que resultassem em perdas excessivas no sinal óptico. A caixa protetora de emendas serviu como um elemento de fixação para conexão do trecho óptico seguinte, até o acelerômetro. A segunda etapa consistiu da fixação do cabo óptico ao cabo condutor por meio de abraçadeiras de nylon e instalação do acelerômetro no cabo mais baixo do feixe lateral, próximo ao meio-de-vão. Esse serviço foi realizado pela equipe de manutenção de linhas da Expansion, seguindo as normas de segurança para estes tipo de operação (v. Figura 78). O sistema de leitura e armazenamento foi instalado próximo ao vão de testes, sob uma tenda impermeável. Foi providenciada alimentação 120 VCA desde os escritórios no galpão de manutenção até os equipamentos. Para Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 126 facilitar análise dos resultados, foi também instalado um monitor de vídeo e um PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA teclado. Figura 77 – Montagem do cabo óptico na torre Figura 78 – Montagem do acelerômetro no vão de testes Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 127 A Figura 79 apresenta uma visão geral da montagem de campo, bem PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA como detalhes de instalação dos dispositivos e equipamentos. Figura 79 – Visão geral do sítio de testes e detalhes de instalação dos equipamentos 8.2 Resultados do ensaio em vão de treinamento de linha de transmissão Os testes visaram verificar o desempenho do acelerômetro na medição de vibrações eólicas reais [Braga et al, 2003-2005]. Como os ventos no local se apresentaram fracos, foi colocada uma corda no feixe de cabos para inserir excitações forçadas (v. Figura 80). A corda foi fixada no vão ao lado do vão de instalação do acelerômetro. Como já descrito no capítulo 4.3, o software do sistema de leitura e armazenamento permite salvar os dados de diferentes maneiras: apenas Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 128 informação de deslocamento, aceleração e/ou freqüência, ou ainda, trechos da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA onda de vibração no domínio do tempo. Figura 80 – Inserção de excitação forçada nos cabos através de uma corda As figuras 80 a 82 mostram exemplos de medições da resposta do acelerômetro óptico: Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 129 Nas figuras 80 e 81 tem-se, respectivamente, a resposta nos eixos vertical e transversal a um forçamento. A Figura 84 apresenta a resposta no eixo vertical de uma vibração eólica. O quadro menor (em azul) apresenta o resultado no domínio do tempo e o quadro maior (em vermelho), sua respectiva transformada de Fourier, assinalando as principais freqüências detectadas. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA O sinal demodulado aqui apresentado foi obtido pelos canais 2 e 3. Figura 81 – Medição no eixo vertical de uma excitação forçada Figura 82 – Medição no eixo transversal de uma excitação forçada A Figura 84 mostra as acelerações e freqüências oriundas de vibração puramente eólica, registradas ao longo de um dia de testes, totalizando 7 horas Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 130 de medições ininterruptas. Nesse caso, as freqüências mostradas são as de maior pico. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura 84 – Medição no eixo vertical de uma excitação eólica Figura 84 – Acelerações e freqüências de vibrações eólicas ao longo de um dia de testes A análise destas e outras medições realizadas ao longo dos testes apresentou resultados interessantes: • As acelerações nas vibrações eólicas apresentaram valores muito pequenos (< 1 m/s²), o que condiz com a presença de ventos fracos. • Foi possível notar a presença constante de freqüências na faixa de 16 a 34 Hz. Essas freqüências eram dominantes nos casos de vibração eólica pura e continuavam presentes nos casos de excitação forçada. Inicialmente concluiu-se que se tratavam de vibrações induzidas pelo vento, uma vez que faixa de valores estava de acordo com as previsões teóricas baseadas na Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 131 fórmula de Strouhal, para ventos fracos da ordem de 3 a 5 m/s ― v. equação (5) no capítulo 2.1. • Posteriormente, todavia, verificou-se que as freqüências da ordem de 27 Hz constantemente presentes nas medições se deviam a um efeito de aliasing do sistema de leitura e interrogação óptica, originado de uma subamostragem no sinal proveniente do LED (v. capítulo 8.3). • As freqüências dominantes nas vibrações forçadas, da ordem de 1 a 3 Hz, estão coerentes com o movimento imposto aos cabos e mostram a capacidade do instrumento em detectar baixíssimas freqüências. • As acelerações nas vibrações forçadas apresentaram valores mais elevados que nas vibrações eólicas, como era de se esperar. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 8.3 Resultados de medições de longa duração posteriores Após os testes realizados entre 28 e 31/03/05, acima descritos, o acelerômetro permaneceu montado e medições adicionais foram registradas no mês de junho, nas datas de 06 a 14/06/05 e 20 a 26/06/05. Nessas medições verificou-se a presença constante de um sinal de freqüência ao redor de 27 Hz. Embora compatível com o modelo de Strouhal, a persistência de um valor dessa ordem por um período de tempo tão extenso era improvável, devido à necessária variação de condições meteorológicas, notadamente a velocidade e direção do vento. Concluiu-se que tal sinal era na verdade uma perturbação causada por um efeito de aliasing37 do sistema de leitura e interrogação óptica, originário de uma subamostragem do sistema de leitura [Braga et al, 2003-2005]. A taxa de amostragem do sistema de leitura estava ajustada para 2.000 amostras por segundo (2 kHz). Embora adequada, segundo o Teorema de Nyquist38, 39, para avaliação das freqüências de vibração a serem medidas pelo acelerômetro (0 a 150 Hz), essa taxa era insuficiente para interpretação do sinal 37 Chama-se aliasing ao efeito provocado pela digitalização de um sinal analógico com uma taxa de amostragem inadequada, impedindo que o mesmo sinal seja corretamente reconstituído. 38 O Teorema de Nyquist estabelece que a freqüência de amostragem deve ser maior que o dobro da maior freqüência contida no sinal a ser amostrado, a fim de se evitar o efeito de aliasing. A metade da freqüência de amostragem é chamada freqüência de Nyquist e corresponde ao limite máximo de freqüência do sinal que pode ser reproduzido. 39 Harry Nyquist (1889 – 1976), engenheiro sueco radicado nos Estados Unidos, com várias patentes e importantes contribuições na área de telecomunicações. Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 132 proveniente do LED. Isso porque o LED possui modulação em 2 kHz que, após retificação, passa para 4 kHz, exigindo portanto uma freqüência de amostragem mínima 4 vezes maior que a adotada. A Figura 85 apresenta o resultado de uma medição de longa duração (24h) na qual percebe-se o sinal oriundo de aliasing e, no detalhe, os pontos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA registrados para os quais a resposta da vibração eólica foi maior que esse efeito. Figura 85 – Freqüências obtidas em testes de longa duração posteriores As acelerações dos pontos exibidos no detalhe da figura anterior são mostradas na Figura 86. Verifica-se que os pontos registrados fora da freqüência de aliasing possuem valores superiores a 0,7 m/s². Figura 86 – Acelerações obtidas em testes de longa duração posteriores Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 133 Isso significa que o efeito de aliasing atuou como um limite mínimo de aceleração, impedindo que registros de fenômenos de menores intensidades fossem efetuados. Para correção do efeito de aliasing, duas soluções são possíveis: • Aumentar a taxa de amostragem, obedecendo ao Teorema de Nyquist, em relação à freqüência de modulação da fonte luminosa, e adicionar um filtro digital ao programa. • Manter a taxa de amostragem atual e adicionar um filtro analógico após a retificação do sinal do LED. 8.4 Avaliação dos resultados PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Os testes em vão de linha desenergizado apresentaram bons resultados, porém sinalizaram a necessidade de algumas correções. As dimensões e peso do acelerômetro se mostraram adequados à instalação no campo, a qual foi feita sem maiores dificuldades. O acelerômetro e o equipamento de leitura mostraram bom desempenho, atuando ininterruptamente por várias horas ao longo de três dias de testes. Os resultados medidos estão coerentes com os valores esperados para uma condição de ventos estáveis e fracos, registrando baixas freqüências (até 10 Hz) e baixas acelerações (até 3 m/s²). Isso significa que o acelerômetro é capaz de medir os valores de vibrações eólicas esperados em vãos reais40. Em adição, a detecção das vibrações forçadas demonstra que o acelerômetro pode medir eventos de baixíssima freqüência (até 2 Hz). Vale ressaltar que a excitação forçada usada nos testes é bastante similar ao fenômeno conhecido como “galope” (v. capítulo 2.3), o que sugere ser viável o uso do instrumento para medição desse fenômeno. Foram medidos valores transversais os quais, embora de fraca intensidade, permitiram a detecção das freqüências dominantes. A detecção de movimentos transversais confirma a viabilidade do uso do acelerômetro óptico para medição de oscilações de subvão (v. capítulo 2.3). 40 Vale repetir que as vibrações eólicas esperadas para o vão de testes ― onde a tração de esticamento dos cabos e a altura das torres são inferiores aos valores usualmente adotados ― devem ser inferiores àquelas tipicamente encontradas para vãos reais. Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 134 O principal problema registrado foi a surgimento de uma freqüência constante, ao redor de 27 Hz, decorrente do aliasing do sistema de leitura causado pela subamostragem do sinal proveniente do LED. Essa perturbação impediu ainda o registro de vibrações de pequena intensidade. Outro aspecto negativo a ser citado é a distorção da onda no domínio do tempo (v. figuras 80 a 82), devido à presença de flutuação (ripple)41 no sinal digitalizado. Além da presença de aliasing, já mencionada, essa distorção pode ser explicada pela resolução insuficiente proporcionada pelo conversor A/D de 12 bits. Outro problema a ser estudado é a redução no ruído do sinal proveniente dos fotodetectores, essencial para a melhoria das leituras sob fraca vibração. Uma alternativa de solução seria a substituição do LED atual por outro de maior potência. O software do sistema de leitura deverá ser revisto para diminuir o PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA intervalo de tempo na captura do vetor de pontos aceleração x tempo, que atualmente é de 50 ms, a fim de permitir uma transformada de Fourier mais discretizada. Também foi verificado que a janela de tempo de captura desse vetor, atualmente de 1,25 s, pode ser insuficiente para permitir o tratamento e visualização de eventos de baixa freqüência com boa qualidade. O software será alterado para permitir a parametrização desse valor pelo operador. 8.5 Resumo do capítulo Os testes de campo em vão de linha desenergizado marcam a última etapa do primeiro projeto de pesquisa entre Expansion Transmissão e PUC-Rio para desenvolvimento de um acelerômetro usando a técnica de redes de Bragg em fibra óptica. Por outro lado, este foi o primeiro de uma série de novos testes que pretendem preparar o instrumento para uso em linhas aéreas de transmissão energizadas. Os testes foram realizados ao longo de três dias em um vão de treinamento na Base da Manutenção da Expansion, em Pires do Rio, GO, e 41 A flutuação (ripple) pode ser definida como uma oscilação de pequena amplitude superimposta ao sinal principal. Capítulo 8 – Ensaio do acelerômetro em linha de transmissão desenergizada 135 tiveram por objetivo observar o desempenho do acelerômetro sob condições de campo próximas às condições reais de operação. Testes posteriores foram levados a cabo no mesmo local, durante o mês de junho de 2005. Além da vibração eólica, foram medidas vibrações forçadas induzidas por uma corda presa aos cabos. Os resultados são apresentados pelo software tanto no domínio do tempo quanto da freqüência. Os resultados demonstraram ser possível: • A medição de vibrações eólicas, tanto verticais quanto transversais, tendo os resultados de campo sido compatíveis com o modelo teórico proposto por Strouhal. • A medição de vibrações de baixíssima freqüência e grande aceleração, como aquelas tipicamente encontradas em galopes. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA • A medição de oscilações biaxiais, como aquelas encontradas em oscilações de subvão. Os resultados também apontaram a necessidade de modificações no sistema de leitura: • Aumento na taxa de amostragem do sistema, ou uso de filtros, que permitam a eliminação do efeito de aliasing. • Substituição do conversor A/D de 12 bits por um de 16 bits, para redução de flutuações (ripple) no sinal digitalizado. • Substituição do LED atual por outro de maior potência, para melhoria da qualidade de leituras sob fraca vibração. • Redução do intervalo de amostragem do vetor aceleração x tempo para permitir uma transformada de Fourier mais discretizada. • Parametrização da janela de tempo desse vetor, hoje fixada em 1,25 s, para possibilitar a análise de oscilações de baixíssima freqüência. 9 Conclusões e Recomendações Esta dissertação apresentou a concepção, desenvolvimento e avaliação metrológica de um acelerômetro óptico e seu sistema de interrogação e leitura para medição de vibração em cabos de linhas aéreas de transmissão. A avaliação metrológica incluiu calibração de elevada precisão usando interferometria laser e testes especiais ― com cabo vibrante em ambiente abrigado e em vão de testes ao tempo com cabos não energizados ― destinados a aperfeiçoar seu projeto no sentido de criar um instrumento de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA qualidade igual ou superior à dos dispositivos encontrados no mercado. O projeto teve duração de 2 anos e fez parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Expansion Transmissão junto à Aneel. 9.1 Resumo do projeto Vibrações em cabos de linhas aéreas de transmissão são fenômenos muito estudados, porém com aspectos ainda não claramente definidos. Devido à fadiga que podem provocar nos cabos, bem como nas ferragens e acessórios, tais vibrações podem levar à queda dos cabos e interrupção no transporte de energia. O uso instrumentos convencionais, baseados em transdutores elétricos, na medição desse fenômeno não é trivial devido às altas tensões e aos intensos campos elétricos e magnéticos característicos das linhas de transmissão, os quais podem interferir na medição, bem como no envio e armazenamento dos resultados. Os aparelhos hoje comercializados não são totalmente satisfatórios, apresentando limitações quanto ao tamanho, bem como quanto à leitura e armazenamento dos dados, o que pode levar a interpretações incorretas do fenômeno. Capítulo 9 – Conclusões e recomendações 137 A concepção do acelerômetro óptico teve por base a criação de um equipamento tecnicamente superior e com custo competitivo em comparação com dispositivos disponíveis no mercado. O equipamento deveria permitir a medição sob freqüências de 0 até 150 Hz, temperaturas de até 200 °C e condições ambientais agressivas. O uso da técnica de redes de Bragg em fibras ópticas permitiu a criação de um instrumento com as características desejadas. Tal desenvolvimento é inédito em nível internacional, havendo apenas uma experiência anterior similar, porém com abordagem distinta e voltada à solução de um problema específico, em vez do projeto de um instrumento de uso geral. Após testes de bancada preliminares, foi preparado um protótipo do módulo uniaxial de medição da aceleração para calibração de elevada precisão no Inmetro, usando interferômetro laser. A calibração do módulo forneceu um ajuste linear para medição da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA aceleração. A incerteza expandida associada, para um nível da confiança de 95,45 %, foi de 0,6 m/s² em toda a faixa de medição (freqüências de 0 a 150 Hz e acelerações de 0 a 40 m/s²). Ensaio em cabo vibrante, realizado no Cepel, permitiu testar o instrumento completo ― em suas dimensões definitivas e contendo dois módulos para medição biaxial da aceleração ― comparando-o a um acelerômetro piezoelétrico convencional. Além da boa exatidão, o ensaio demonstrou a inexistência de histerese e deriva, embora esta última tenha sido observada por um período de apenas algumas horas. Os testes em vão de linha desenergizado serviram para atestar a robustez do instrumento, sua facilidade de manuseio e sua viabilidade para medição dos principais fenômenos vibratórios encontrados em linhas de transmissão: vibração eólica, galope e oscilações de subvão. 9.2 Conclusões O acelerômetro óptico alvo desta dissertação se mostrou viável para aplicações em linhas de transmissão reais. A incerteza do instrumento (± 0,6 m/s² para acelerações até 40 m/s²) é adequada para a medição dos fenômenos vibratórios esperados. Capítulo 9 – Conclusões e recomendações 138 As grandezas freqüência e aceleração podem ser medidas na faixa de trabalho pretendida, de 0 a 150 Hz e 0 a 40 m/s² respectivamente. O instrumento completo não apresentou histerese ou deriva em operação. Medições de campo preliminares atestaram a robustez e facilidade de manuseio do acelerômetro. O instrumento foi capaz de medir excitações forçadas de baixa freqüência ( < 1 Hz) e acelerações eólicas de baixa aceleração ( < 0,7 m/s²). Estas últimas medidas foram prejudicadas por um efeito de aliasing no sistema de leitura que, depois de corrigido, permitirá melhorar a sensibilidade do instrumento. As vantagens pretendidas em relação a instrumentos comerciais, como menores massa e dimensão, medição em dois eixos, aplicação polivalente, maior capacidade de armazenagem e leitura contínua da vibração (em lugar da leitura por amostragem) foram satisfeitas. O custo do acelerômetro óptico parece ser competitivo, embora seja PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA aguardado o prosseguimento do desenvolvimento para uma melhor definição desse aspecto. Em relação ao trabalho realizado na Noruega sobre o mesmo tema, este projeto apresenta como vantagens a criação de um instrumento de uso geral, melhor exatidão, menor custo e uma interface homem-máquina mais simples. Para uma comparação final, contudo, faz-se necessário o cumprimento de etapas adicionais, principalmente a execução de testes em uma linha de transmissão real em operação. 9.3 Recomendações para futuras pesquisas No atual estágio das pesquisas é possível afirmar que a criação de um instrumento para medição de vibrações em linhas de transmissão usando redes de Bragg é plenamente viável. Mais do que isso, é possível que tal instrumento venha a ser tecnicamente superior aos dispositivos hoje existentes no mercado, com um custo competitivo. Para atingir o estágio final de criação de um aparelho passível de comercialização, entretanto, serão necessárias algumas etapas adicionais. Deverá ser estudada a sensibilidade do instrumento à temperatura, bem como testado seu desempenho sob faixas de temperatura mais amplas, idealmente de 0°C a 200 °C. Capítulo 9 – Conclusões e recomendações 139 O efeito de aliasing do sistema de leitura, detectado durante as medições de campo, deve ser eliminado, seja pelo aumento da taxa de amostragem de modo a atender o Teorema de Nyquist, seja pelo uso de filtros digitais ou analógicos. Deve ser buscada a melhoria da sensibilidade do instrumento para baixas acelerações através, por exemplo, do uso de LED de maior potência no sistema de leitura. A melhor qualidade do sinal digitalizado no tempo demandará a substituição do atual conversor A/D de 12 bits por um de 16 bits. As alterações sugeridas acima exigirão a realização de novos testes de campo. Em que pesem tais alterações, oportunidades de redução de custos devem ser analisadas. Passo essencial será a realização de ensaios sob alta tensão, o que inclui PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA o acréscimo de um dispositivo para isolar eletricamente o acelerômetro da unidade de leitura. Por fim, devem ser realizados testes em linha de transmissão real. Tais testes poderão incluir a investigação de fenômenos vibratórios, bem como o desempenho de sistemas de amortecimento. Uma oportunidade vislumbrada é o desenvolvimento de um medidor de deslocamento diferencial usando redes de Bragg, seguindo o padrão IEEE Cigré, que concorreria diretamente com os instrumentos comercializados. 10 Referências Bibliográficas ABCQ - Associação Brasileira de Controle da Qualidade. Controle estatístico da qualidade. Projeto 1 - CQE/ASQC - Módulo 2. Brasil. 1995. 94 p. ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil. 1ª edição. Brasil. 2002. 153 p. 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Sejam: ∆x = elemento infinitesimal da corda ou cabo m = massa por unidade de comprimento [kg/m] T1 , T2 = trações no elemento infinitesimal ∆x [N] θ1 , θ2 = ângulos de deflexão do elemento infinitesimal ∆x [rd] O somatório das forças sobre o elemento infinitesimal ∆x na direção transversal ao cabo deve ser igual à força inercial nessa direção: 42 2001] O desenvolvimento téorico aqui apresentado foi adaptado de [Cigré, 1989] e [Inman, Apêndice A – Modelo teórico da corda vibrante flexível − T1 senθ 1 ( x) + T2 senθ 2 + f ( x, t )∆x = m∆x 146 ∂2w (A1) ∂t 2 Se considerarmos que as deflexões são muito pequenas43 é possível assumir: sen θ1 ≅ sen θ2 ≅ 0 sen θ1 ≅ tg θ1 = ∂w ∂x x1 e e cos θ1 ≅ cos θ2 ≅ 1 sen θ 2 ≅ tg θ 2 = ⇒ T1 ≅ T 2 ≅ T ∂w ∂x x 2 Além disso, expandindo a inclinação em x2 em uma Série de Taylor, temse: ∂w ∂w ∂ ⎛ ∂w ⎞ 2 = + ∆x ⎜ ⎟ + termos ∆x e de maior ordem ∂x x 2 ∂x x1 ∂x ⎝ ∂x ⎠ x1 Como ∆x é pequeno, os termos de ordem 2 e superiores da Série de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Taylor são ainda menores e podem ser desprezados. Substituindo as expressões simplificadas anteriores em (A1): −T T ∂w ∂w ∂ ⎛ ∂w ⎞ ∂2w +T + T∆x ⎜ ⎟ + f ( x, t )∆x = m∆x 2 ∂x x1 ∂x ⎝ ∂x ⎠ x1 ∂x x1 ∂t ∂ ⎛ ∂w ⎞ ∂2w ⎜ ⎟ + f ( x, t ) = m 2 ∂x ⎝ ∂x ⎠ x1 ∂t Uma vez que não há menção a outro ponto da corda, a designação do ponto x1 pode ser omitida da equação anterior: T ∂ ⎛ ∂w ⎞ ∂2w ⎜ ⎟ + f ( x, t ) = m 2 ∂x ⎝ ∂x ⎠ ∂t Finalmente, se considerarmos que a corda vibrante está em equilíbrio ⎯ isto é, se a energia transversal imposta pelo vento se equilibra com a energia dissipada, de forma a se ter a corda vibrando em travamento (locking-in) ― a força f(x,t) pode ser retirada da equação: T 43 ∂2w ∂ ⎛ ∂w ⎞ ⎜ ⎟=m 2 ∂x ⎝ ∂x ⎠ ∂t Consideração apropriada para o caso em estudo (vibrações eólicas), em que as amplitudes de vibração são da ordem do diâmetro do cabo. Apêndice A – Modelo teórico da corda vibrante flexível 147 Dessa forma, a equação de vibração da corda livre (flexível) tracionada toma a forma abaixo: T ∂2w ∂2w ∂x ∂t 2 −m 2 onde =0 (A2) (6) T = tração [N] m = massa / unidade de comprimento [kg/m] Essa equação também pode ser escrita na forma a seguir, conhecida como Equação da Onda: ∂2w ∂x 2 − onde 1 ∂2w c 2 ∂t 2 c= =0 (A3) (7) T = velocidade de propagação da onda [m/s] m (A4) (8) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Verifica-se que c depende apenas das propriedades físicas da corda. Assumindo que o deslocamento w(x,t) pode ser escrito como o produto de duas funções em x e t separadamente, tem-se w(x,t) = W(x) q(t). Substituindo em (A1), tem-se44: T W II ( x) q(t ) − mW ( x) q&&(t ) = 0 Dividindo por W(x) q(t): T W II ( x) q&&(t ) = mW ( x) q (t ) Que também pode ser escrita como: W II ( x) q&&(t ) = 2 W ( x) c q(t ) Como cada lado da equação depende apenas de uma das variáveis (x ou t), ambos devem ser constantes. Chamando -ω² a essa constante, chega-se a duas equações diferenciais: W II ( x ) + ω 2W ( x ) = 0 (A5) q&&(t ) + ω 2 c 2 q (t ) = 0 (A6) A solução para a equação (A5) é: W ( x) = a1 senωx + a 2 cos ωx (A7) As condições de contorno para um cabo fixo nos dois extremos são: W(0) = 0, para qualquer t: deslocamento zero do lado x=0 W(L) = 0, para qualquer t: deslocamento zero do lado x=L Será convencionado que I e II indicam derivadas primeira e segunda em relação a x enquanto . e . . indicam derivadas primeira e segunda em relação a t. 44 Apêndice A – Modelo teórico da corda vibrante flexível 148 Substituindo em (A7) tem-se: a2 = 0 e a1 senωL = 0 ⇒ sen ωL = 0 ⇒ ωn = nπ , n = 1, 2, 3 ... L ⎛ nπ ⎞ x ⎟ , n = 1, 2, 3 ... ⎝ L ⎠ E a solução para (A7) toma a forma: Wn(x) = an sen ⎜ A solução para a (A6) é: q (t ) = b1 sen ωct + b2 cos ωct (A8) Sendo ω função de n pode-se escrever: q n (t) = b1 senωn ct + b2 cos ωn ct n = 1, 2 ... Como ambas as funções W(x) e q(t) dependem de n, a solução geral de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA w(x,t) = W(x)q(t) também será função de n: ⎛ nπ ⎞ ⎛ ncπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ ⎛ ncπ ⎞ wn(x,t) = cn sen ⎜ x ⎟ sen ⎜ t ⎟ + d n sen ⎜ x ⎟ cos ⎜ t ⎟ n = 1, 2 L L L L ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ L ⎠ Como a equação da corda é linear, qualquer combinação linear de soluções é também uma solução. Assim a solução geral para w(x,t) tem a forma: ∞ w( x, t ) = ∑ (c sen ω x sen ω ct + d sen ω x cos ω ct ) n n n n n n (A9) n =1 Supondo a condição inicial w(x,0) = w0(0): ∞ w( x, t ) = w0 ( x) = nπx ∑ d sen L cos(0) n n =1 O conceito de ortogonalidade das funções seno estabelece que: L ∫ 0 sen ⎧L n=m nπx mπx ⎪ sen dx = ⎨ 2 L L ⎪⎩0 n ≠ m Aplicando o conceito de ortogonalidade, multiplicando ambos os lados da equação por sen L ∫ w0 ( x)sen 0 mπx , e integrando ao longo da corda: L L ∞ mπx nπx mπx ⎛L⎞ dx = ∑ d n ∫ sen sen dx = d m ⎜ ⎟ L L L ⎝2⎠ n =1 0 Por conveniência, o índice m é trocado por n, de modo a se ter dn como em (A9): Apêndice A – Modelo teórico da corda vibrante flexível 149 L 2 nπx dn = w0 ( x) sen dx L L ∫ n = 1, 2, 3 K (A10) 0 A constante cn é obtida de modo similar, a partir da condição inicial para a velocidade e da diferenciação do somatório da equação (A9): ∞ w& ( x,0) = w& 0 ( x) = nπx ∑ c ω csen L cos(0) n n n =1 Aplicando o conceito de ortogonalidade, multiplicando ambos os lados da equação por sen cn = mπx , e integrando ao longo da corda: L L nπx ∫ w& ( x)sen L dx 2 nπc m = 1, 2, 3 K 0 (A11) 0 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA As equações (A9), (A10) e (A11) compõem a solução completa para a vibração corda flexível. A freqüência de vibração é obtida a partir das considerações abaixo: Supondo as seguintes condições iniciais para o deslocamento e velocidade da corda: w0 ( x) = sen πx L Para esse caso: w& 0 ( x) = 0 e cn = 0 para ∀ n e d1 = 1 e dn = 0 para n > 1 Substituindo na equação (A8): w( x, t ) = sen Se cos π ct L πx L cos π ct L = cos ωt ⇒ que é o primeiro termo da série. πc L = ω = 2πf ⇒ f = c 2L ou f = 1 T 2L m De uma forma geral, para um dado modo n de vibração, tem-se: fn = n 2L T m n = 1, 2 , 3 K (A12) (9) Que também pode ser escrita como: fn = nc 2L onde c = n = 1, 2 , 3 K T , como estabelecido em (A4). m (A13) (10) APÊNDICE B Modelo teórico da corda vibrante com rigidez à flexão Ao se considerar a presença de rigidez à flexão, a equação de vibração da corda tracionada toma a forma abaixo45: EI ∂4w ∂2w ∂2w ∂x ∂x ∂t 2 onde −T 4 +m 2 =0 (B1) (11) EI = rigidez à flexão [Nm²] T = tração [N] m = massa / unidade de comprimento [kg/m] PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Assumindo, como na dedução anterior para a corda flexível, que o deslocamento w(x,t) pode ser escrito como o produto de duas funções em x e t separadamente, tem-se: EIW IV (x) q(t) −T W II (x) q(t) + mW(x) q&&(t) = 0 Dividindo-se por W(x)q(t): (B2) EI W IV (x) − T W II (x) − q&&(t) = mW(x) q(t) Como cada lado da equação depende apenas de uma das variáveis (x ou t), ambos devem ser constantes. Chamando ω² a essa constante, chega-se a duas equações diferenciais: EIW IV (x) q(t) −T W II (x) = mω2W(x) (B3) q&&(t ) + ω 2 q(t ) = 0 (B4) A solução para a equação (B4) é trivial: q(t ) = qˆ cos(wt + a) (B5) Uma solução particular para a equação (B3) é: W ( x) = Ke rx 45 As deduções aqui apresentadas foram adaptadas de [Cigré, 1989]. (B6) Apêndice B – Modelo teórico da corda vibrante com rigidez à flexão 151 Substituindo (B6) em (B3) encontra-se a equação característica abaixo: r4 − T 2 mω 2 r − =0 EI EI (B7) A partir da equação característica (B7) pode-se determinar o valor de r como função da velocidade angular ω: r1, 2,3, 4 = ± T mω 2 ⎛ T ⎞ ± +⎜ ⎟ 2 EI EI ⎝ 2 EI ⎠ 2 (B8) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A equação (B8) tem 4 raízes, duas reais (r1 e r2) e duas complexas (r3 e r4): r1, 2 = ± α onde α = r3, 4 = ± jβ onde T mω 2 ⎛ T ⎞ + +⎜ ⎟ 2 EI EI ⎝ 2 EI ⎠ β= − T + 2 EI 2 mω 2 ⎛ T ⎞ +⎜ ⎟ EI ⎝ 2 EI ⎠ (B9) 2 (B10) Assim, a solução geral para (B3) pode ser escrita como em (B11) ou (B12): - usando a Fórmula de Euler46: W ( x ) = C1 e αx + C 2 e −αx + C 3 e jβx + C 4 e − jβx (B11) ou - usando funções trigonométricas e hiperbólicas: W ( x) = C1 cosh αx + C 2 senh αx + C 3 cos βx + C 4 sen βx (B12) Para determinação das condições de contorno, será assumido um vão com o cabo engastado de um lado (equivalente a uma torre de ancoragem) e apoiado do outro (torre de suspensão), como mostrado na figura B1. Com essa premissa têm-se as seguintes condições de contorno: W(0) = 0: deslocamento zero do lado engastado (x=0) W’(0) = 0: inclinação zero do lado engastado (x=0) W(L) = 0: deslocamento zero do lado apoiado (x=L) W’’(L) = 0: momento fletor (curvatura) zero do lado apoiado (x=L) 46 Leonhard Euler (1707-1783), suíço, é considerado um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Entre sua extensa contribuição à ciência estão estudos de séries infinitas e logaritmos de números complexos. Apêndice B – Modelo teórico da corda vibrante com rigidez à flexão 152 Aplicadas à equação (B12) essas condições levam a C1 = C2 = C3 = 0 e: β ⎤ ⎡ W ( x) = C 4 ⎢ sen β x − [senh αx + tanh αL(cos β x − cosh αx )]⎥ α ⎦ ⎣ (B13) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura B1 – Esquema representativo de um condutor engastado – apoiado e exemplo em um vão real Considerando que a influência da rigidez na curvatura do condutor é muito pequena, é possível aproximar C4 à flecha y0 (v. figura B1). Chega-se assim à equação (B14), a qual fornece o deslocamento transversal W(x) ao longo de uma corda tracionada com rigidez à flexão: β ⎡ ⎤ W ( x) = y0 ⎢ sen βx − [ senh αx + tanh αL ( cos β x − cosh αx ) ]⎥ α ⎣ ⎦ (B14) Aplicando a condição de contorno W(L) = 0 em (B14), é possível deduzir a equação de freqüência, conforme abaixo: W ( L) = 0 ⇒ β tg βL = α tanh αL Para os valores típicos de cabos de linhas de transmissão, α >> β. Assim: β tg βL =0= α tanh αL ⇒ tg βL = 0 Cuja solução é: β= nπ , L ⇒ senβ L =0 cos βL ⇒ senβL = 0 n = 1, 2, 3K nπ T = − + Substituindo β pela equação (B10): L 2 EI mω 2 ⎛ T ⎞ +⎜ ⎟ EI ⎝ 2 EI ⎠ 2 Apêndice B – Modelo teórico da corda vibrante com rigidez à flexão 153 Chega-se à equação das freqüências naturais de vibração para a corda rígida: fn = n 2L T EI ⎛ nπ ⎞ 1+ ⎜ ⎟ m T ⎝ L ⎠ 2 (B15) (12) Comparando com a equação (A12) (8): EI ⎛ nπ ⎞ f n corda rígida = f n corda flexível 1 + ⎜ ⎟ T ⎝ L ⎠ Como f = 2 (B16) nc onde c é a velocidade de propagação da onda na corda, 2L tem-se: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA c= T EI ⎛ nπ ⎞ 1+ ⎜ ⎟ m T ⎝ L ⎠ Como c = 2 (B17) (13) T para a corda flexível: m ccorda rígida = ccorda flexível 1 + EI ⎛ nπ ⎞ ⎜ ⎟ T ⎝ L ⎠ 2 (B18) Em outras palavras, tanto a freqüência quanto a velocidade da onda na corda rígida irão diferir dos valores para a corda flexível por um fator 2 EI ⎛ nπ ⎞ 1+ ⎜ ⎟ . T ⎝ L ⎠ O apêndice F oferece um exemplo matemático das freqüências naturais de um cabo típico de linhas de transmissão de extra alta tensão, quando calculadas pelos modelos de corda flexível e corda com rigidez à flexão. APÊNDICE C Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro Os testes no Inmetro foram realizados no dia 21 de setembro de 2004. O resultado é mostrado no quadro C1, no qual são apresentados os dados brutos obtidos, em ordem cronológica. Os dados de saída do módulo do acelerômetro são um sinal em corrente contínua (DC) e outro em corrente alternada (AC), ambos oriundos dos fotodetectores, como descrito no capítulo 4.3. Foram utilizados os valores de saída dos fotodetectores 1 e 4, por PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA proporcionarem um melhor resultado para determinação da aceleração. a) Sinal DC O sinal DC está diretamente ligado à área inicial da intersecção filtro-rede de Bragg. Isso significa que o sinal DC é o valor obtido pelo módulo básico em repouso (0 Hz); nessa condição, a leitura só irá variar com a temperatura. Como a temperatura no laboratório foi mantida estável, o sinal DC no experimento sofreu apenas pequenas variações que podem ser atribuídas ao aquecimento do excitador ao qual o módulo foi fixado. b) Sinal AC O sinal AC está ligado à variação da área de intersecção filtro-rede de Bragg em relação ao valor inicial e indica movimento (compressão / extensão) da rede. A grandeza aqui apresentada é o valor eficaz do sinal AC, proporcional à amplitude de aceleração imposta pelo excitador. Devido à resposta não totalmente plana do acelerômetro em relação à freqüência, esta também influi no valor do sinal AC. Os quadros neste anexo apresentam os sinais DC e AC demodulados de acordo com técnica proposta por [Nunes, 2004], segundo a qual as relações logarítmicas entre esses sinais são lineares aos deslocamentos espectrais, ou aceleração aplicada (v. nota de rodapé 32). Por serem resultado do logaritmo de Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 155 uma razão, os valores dos sinais DC e AC aqui apresentados são adimensionais. Os valores de freqüência e aceleração são aqueles fornecidos pelo Interferômetro de Quadratura. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro C1 – Resultados brutos do teste no Inmetro n° 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 11:43:25 11:44:05 11:44:09 11:44:13 11:44:16 11:44:20 11:44:24 11:44:28 11:44:31 11:44:35 11:47:02 11:47:06 11:47:10 11:47:13 11:47:17 11:47:21 11:47:25 11:50:58 11:51:02 11:51:05 11:51:09 11:51:13 11:55:22 11:55:25 11:55:29 11:55:33 11:55:37 11:55:40 11:55:44 11:55:48 11:55:52 11:56:33 11:56:37 11:57:03 11:58:05 11:58:08 11:58:12 11:58:16 11:58:19 11:58:45 11:58:49 11:58:53 11:58:56 11:59:00 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0059 1,4160 0,0060 1,4157 0,0059 1,4158 0,0058 1,4162 0,0056 1,4164 0,0057 1,4166 0,0058 1,4163 0,0058 1,4160 0,0060 1,4157 0,0058 1,4159 0,0137 1,4149 0,0138 1,4151 0,0138 1,4151 0,0137 1,4151 0,0138 1,4152 0,0137 1,4150 0,0626 1,3851 0,0174 1,4105 0,0174 1,4095 0,0173 1,4094 0,0175 1,4098 0,0175 1,4100 0,0090 1,4054 0,0089 1,4054 0,0090 1,4060 0,0089 1,4060 0,0089 1,4056 0,0089 1,4058 0,0089 1,4059 0,0090 1,4060 0,0088 1,4062 0,0090 1,4064 0,0091 1,4070 0,0091 1,4071 0,0140 1,4085 0,0140 1,4084 0,0139 1,4082 0,0141 1,4079 0,0140 1,4083 0,0142 1,4092 0,0140 1,4091 0,0140 1,4086 0,0140 1,4086 0,0140 1,4088 Freqüência (Hz) 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 Aceleração (m/s² pico) 1,915 1,920 1,920 1,920 1,920 1,920 1,920 1,920 1,920 1,922 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 8,871 8,871 8,871 8,871 8,871 3,309 3,309 3,309 3,309 3,309 3,309 3,309 3,309 3,309 3,313 3,313 3,313 6,813 6,813 6,813 6,813 6,813 6,815 6,815 6,815 6,815 6,815 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 45 46 47 48 49 50 51 052 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 12:01:27 12:01:30 12:01:34 12:01:38 12:01:41 12:01:45 12:01:49 12:01:52 12:01:56 12:02:00 12:02:03 12:04:50 12:04:53 12:04:57 12:05:01 12:05:04 12:05:08 12:05:12 12:05:55 12:05:59 12:06:02 12:06:06 12:06:10 12:07:27 12:07:31 12:07:34 12:07:38 12:08:54 12:11:24 12:11:28 12:11:31 12:11:35 12:11:39 12:11:42 12:11:46 12:12:15 12:12:19 12:12:23 12:12:26 12:12:30 12:12:34 12:12:37 12:18:09 12:18:12 12:18:16 12:18:20 12:18:23 12:18:27 12:18:31 12:18:34 12:23:14 12:23:18 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0225 1,4092 0,0226 1,4089 0,0225 1,4084 0,0227 1,4084 0,0227 1,4087 0,0225 1,4090 0,0229 1,4094 0,0226 1,4089 0,0225 1,4094 0,0225 1,4077 0,0226 1,4082 0,0121 1,4051 0,0123 1,4052 0,0121 1,4054 0,0122 1,4048 0,0121 1,4051 0,0123 1,4050 0,0119 1,4052 0,0120 1,4072 0,0120 1,4067 0,0119 1,4065 0,0119 1,4066 0,0120 1,4061 0,0226 1,4087 0,0228 1,4086 0,0225 1,4090 0,0227 1,4088 0,0226 1,4101 0,0280 1,4081 0,0281 1,4079 0,0280 1,4078 0,0279 1,4077 0,0280 1,4081 0,0280 1,4085 0,0281 1,4082 0,0281 1,4074 0,0282 1,4073 0,0282 1,4069 0,0283 1,4069 0,0280 1,4069 0,0280 1,4069 0,0282 1,4067 0,0127 1,4051 0,0128 1,4051 0,0128 1,4052 0,0130 1,4055 0,0128 1,4055 0,0129 1,4056 0,0128 1,4058 0,0129 1,4065 0,0168 1,4029 0,0168 1,4024 Freqüência (Hz) 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 156 Aceleração (m/s² pico) 11,888 11,888 11,888 11,888 11,888 11,888 11,880 11,880 11,880 11,880 11,887 5,524 5,524 5,524 5,524 5,524 5,524 5,524 5,525 5,525 5,525 5,525 5,525 11,409 11,409 11,409 11,409 11,409 15,089 15,089 15,089 15,089 15,089 15,089 15,089 15,094 15,094 15,094 15,094 15,094 15,094 15,094 6,552 6,552 6,552 6,552 6,552 6,552 6,552 6,552 8,865 8,865 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 12:23:22 12:23:25 12:23:29 12:23:33 12:23:36 12:23:40 14:07:12 14:07:16 14:07:19 14:08:28 14:08:32 14:08:35 14:08:39 14:08:50 14:08:54 14:08:57 14:09:01 14:10:07 14:10:10 14:10:14 14:10:18 14:10:21 14:10:25 14:10:43 14:10:47 14:10:50 14:10:54 14:10:57 14:11:01 14:11:05 14:11:08 14:11:12 14:13:48 14:13:52 14:13:56 14:13:59 14:14:03 14:14:07 14:14:12 14:14:15 14:14:19 14:14:23 14:16:33 14:16:36 14:16:40 14:16:44 14:16:47 14:16:51 14:16:55 14:16:59 14:17:03 14:17:06 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0166 1,4021 0,0168 1,4022 0,0167 1,4021 0,0167 1,4021 0,0167 1,4020 0,0167 1,4018 0,0144 1,4020 0,0145 1,4014 0,0143 1,4015 0,0187 1,4037 0,0184 1,4024 0,0185 1,4024 0,0186 1,4029 0,0184 1,4025 0,0184 1,4025 0,0183 1,4026 0,0186 1,4028 0,0237 1,4043 0,0237 1,4047 0,0236 1,4048 0,0236 1,4051 0,0234 1,4053 0,0237 1,4056 0,0237 1,4049 0,0236 1,4048 0,0237 1,4049 0,0237 1,4048 0,0238 1,4052 0,0237 1,4054 0,0237 1,4051 0,0238 1,4047 0,0238 1,4045 0,0146 1,4060 0,0145 1,4058 0,0147 1,4059 0,0146 1,4062 0,0145 1,4061 0,0146 1,4060 0,0146 1,4059 0,0271 1,2712 0,0146 1,4064 0,0147 1,4064 0,0190 1,4060 0,0192 1,4061 0,0191 1,4059 0,0192 1,4062 0,0192 1,4063 0,0193 1,4066 0,0192 1,4069 0,0192 1,4066 0,0191 1,4065 0,0191 1,4066 Freqüência (Hz) 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 157 Aceleração (m/s² pico) 8,865 8,865 8,865 8,865 8,865 8,865 6,564 6,564 6,564 8,813 8,813 8,813 8,813 8,826 8,826 8,826 8,826 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,879 11,879 11,879 11,879 11,879 11,879 11,879 11,879 11,879 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 6,556 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 14:18:29 14:18:33 14:18:36 14:18:40 14:18:51 14:18:55 14:18:58 14:19:02 14:19:06 14:24:02 14:24:06 14:24:09 14:24:13 14:24:17 14:24:20 14:24:24 14:24:27 14:24:31 14:25:39 14:25:43 14:25:46 14:25:50 14:25:54 14:25:57 14:26:01 14:26:04 14:26:08 14:26:58 14:27:01 14:27:05 14:27:09 14:27:12 14:27:16 14:27:20 14:27:23 14:27:27 14:27:44 14:30:01 14:30:04 14:30:08 14:30:12 14:30:15 14:30:19 14:30:23 14:30:26 14:30:30 14:31:21 14:31:25 14:31:28 14:31:32 14:31:35 14:31:39 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0243 1,4058 0,0243 1,4060 0,0240 1,4061 0,0242 1,4059 0,0243 1,4064 0,0242 1,4066 0,0243 1,4063 0,0242 1,4063 0,0241 1,4063 0,0148 1,4052 0,0148 1,4049 0,0147 1,4043 0,0147 1,4051 0,0148 1,4049 0,0148 1,4049 0,0150 1,4052 0,0148 1,4055 0,0148 1,4054 0,0193 1,4052 0,0193 1,4051 0,0192 1,4051 0,0191 1,4053 0,0192 1,4056 0,0193 1,4053 0,0192 1,4051 0,0193 1,4059 0,0193 1,4056 0,0246 1,4053 0,0245 1,4053 0,0246 1,4054 0,0245 1,4056 0,0244 1,4058 0,0244 1,4059 0,0246 1,4053 0,0247 1,4048 0,0245 1,4052 0,0245 1,4054 0,0151 1,4071 0,0149 1,4071 0,0149 1,4069 0,0148 1,4069 0,0149 1,4062 0,0149 1,4059 0,0149 1,4066 0,0151 1,4066 0,0148 1,4063 0,0197 1,4074 0,0197 1,4070 0,0198 1,4075 0,0198 1,4073 0,0198 1,4077 0,0199 1,4079 Freqüência (Hz) 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 30,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 158 Aceleração (m/s² pico) 11,824 11,824 11,824 11,824 11,837 11,837 11,837 11,837 11,837 6,546 6,546 6,546 6,546 6,546 6,546 6,546 6,546 6,546 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 8,815 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 11,857 6,563 6,563 6,563 6,563 6,563 6,563 6,563 6,563 6,563 8,846 8,846 8,846 8,846 8,846 8,846 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 14:32:44 14:32:48 14:32:52 14:32:55 14:32:59 14:33:03 14:33:06 14:33:10 14:33:14 14:33:17 14:33:21 14:33:25 14:37:47 14:37:51 14:37:55 14:37:58 14:38:02 14:38:06 14:38:09 14:38:13 14:38:16 14:38:20 14:38:24 14:38:27 14:39:26 14:39:29 14:39:33 14:39:37 14:39:40 14:39:44 14:39:48 14:39:51 14:42:42 14:42:46 14:42:49 14:42:53 14:42:57 14:43:00 14:43:04 14:43:08 14:43:11 14:43:15 14:43:19 14:43:43 14:47:09 14:47:12 14:47:16 14:47:20 14:47:23 14:47:27 14:47:31 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0243 1,4067 0,0242 1,4070 0,0241 1,4068 0,0244 1,4063 0,0243 1,4058 0,0244 1,4058 0,0242 1,4060 0,0243 1,4064 0,0242 1,4065 0,0244 1,4056 0,0243 1,4054 0,0243 1,4058 0,0151 1,4072 0,0151 1,4072 0,0151 1,4077 0,0152 1,4079 0,0153 1,4079 0,0152 1,4079 0,0152 1,4079 0,0151 1,4079 0,0154 1,4083 0,0153 1,4086 0,0151 1,4083 0,0152 1,4082 0,0197 1,4085 0,0198 1,4085 0,0198 1,4085 0,0196 1,4089 0,0196 1,4089 0,0198 1,4089 0,0197 1,4090 0,0197 1,4089 0,0241 1,4094 0,0242 1,4097 0,0241 1,4097 0,0238 1,4094 0,0242 1,4092 0,0241 1,4091 0,0240 1,4093 0,0240 1,4093 0,0241 1,4092 0,0240 1,4093 0,0240 1,4094 0,0241 1,4096 0,0153 1,4095 0,0153 1,4089 0,0150 1,4081 0,0150 1,4075 0,0151 1,4073 0,0151 1,4075 0,0150 1,4074 Freqüência (Hz) 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 159 Aceleração (m/s² pico) 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 11,802 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,550 6,55 6,550 8,800 8,800 8,800 8,800 8,800 8,800 8,800 8,800 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 11,811 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 14:49:10 14:49:13 14:49:17 14:49:20 14:49:24 14:49:28 14:49:31 14:49:35 14:50:29 14:50:33 14:50:37 14:50:40 14:50:44 14:50:47 14:50:51 14:52:59 14:53:03 14:53:07 14:53:10 14:53:14 14:53:18 14:53:21 14:53:25 14:53:29 14:54:15 14:54:19 14:54:23 14:54:26 14:54:30 14:54:34 14:55:42 14:55:46 14:55:49 14:55:53 14:55:57 14:56:00 14:56:04 14:56:08 14:56:11 14:56:32 14:58:10 14:58:13 14:58:17 14:58:21 14:58:24 14:58:28 14:58:32 15:00:05 15:00:09 15:00:13 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0199 1,4085 0,0199 1,4080 0,0199 1,4082 0,0199 1,4083 0,0200 1,4085 0,0199 1,4088 0,0201 1,4089 0,0199 1,4091 0,0245 1,4081 0,0244 1,4084 0,0246 1,4080 0,0245 1,4079 0,0245 1,4082 0,0247 1,4080 0,0246 1,4079 0,0152 1,4074 0,0151 1,4078 0,0151 1,4078 0,0152 1,4076 0,0153 1,4080 0,0152 1,4079 0,0151 1,4080 0,0154 1,4085 0,0151 1,4087 0,0200 1,4085 0,0200 1,4085 0,0199 1,4079 0,0200 1,4081 0,0201 1,4081 0,0200 1,4096 0,0246 1,4078 0,0247 1,4072 0,0246 1,4072 0,0246 1,4077 0,0247 1,4071 0,0246 1,4076 0,0249 1,4070 0,0246 1,4073 0,0246 1,4074 0,0246 1,4073 0,0397 1,4047 0,0401 1,4054 0,0401 1,4057 0,0399 1,4061 0,0400 1,4057 0,0399 1,4056 0,0401 1,4054 0,0591 1,4051 0,0588 1,4052 0,0589 1,4054 Freqüência (Hz) 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 160 Aceleração (m/s² pico) 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 6,562 6,562 6,562 6,562 6,562 6,562 6,562 6,562 6,562 8,839 8,839 8,839 8,839 8,839 8,839 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 11,798 19,860 19,860 19,860 19,860 19,860 19,860 19,860 29,980 29,980 29,980 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315 316 317 318 319 320 321 322 323 324 325 326 327 328 329 330 331 332 333 334 335 336 337 338 339 340 341 342 343 344 345 346 347 348 349 350 351 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 15:00:16 15:00:20 15:00:23 15:00:27 15:03:27 15:03:31 15:03:35 15:03:38 15:03:42 15:03:46 15:03:49 15:03:53 15:03:57 15:05:05 15:05:20 15:05:23 15:05:27 15:05:30 15:05:34 15:05:38 15:05:41 15:05:45 15:05:49 15:06:55 15:06:58 15:07:02 15:07:06 15:07:09 15:07:13 15:07:17 15:09:38 15:09:41 15:09:45 15:09:49 15:09:52 15:09:56 15:10:00 15:10:03 15:11:01 15:11:05 15:11:08 15:11:12 15:11:15 15:11:19 15:11:23 15:13:11 15:13:15 15:13:18 15:13:22 15:13:25 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0590 1,4056 0,0590 1,4060 0,0589 1,4047 0,0590 1,4046 0,0773 1,4028 0,0775 1,4032 0,0775 1,4032 0,0775 1,4032 0,0772 1,4031 0,0775 1,4031 0,0775 1,4026 0,0774 1,4027 0,0774 1,4031 0,0970 1,4012 0,0971 1,4020 0,0970 1,4006 0,0971 1,4009 0,0970 1,4010 0,0971 1,4010 0,0968 1,4008 0,0971 1,4011 0,0970 1,4013 0,0967 1,4011 0,1149 1,3979 0,1148 1,3981 0,1149 1,3980 0,1150 1,3980 0,1148 1,3982 0,1149 1,3982 0,1149 1,3981 0,0151 1,3999 0,0151 1,3999 0,0150 1,4000 0,0150 1,4003 0,0151 1,4003 0,0150 1,4002 0,0150 1,4003 0,0151 1,4002 0,0194 1,4008 0,0192 1,4008 0,0194 1,4007 0,0192 1,4006 0,0192 1,4010 0,0194 1,4009 0,0193 1,4007 0,0256 1,4031 0,0258 1,4030 0,0255 1,4028 0,0257 1,4029 0,0257 1,4030 Freqüência (Hz) 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 161 Aceleração (m/s² pico) 29,980 29,980 29,980 29,980 40,052 40,052 40,052 40,052 40,052 40,052 40,052 40,052 40,052 50,176 50,149 50,149 50,149 50,149 50,149 50,149 50,149 50,149 50,149 60,177 60,177 60,177 60,177 60,177 60,177 60,177 6,526 6,526 6,526 6,526 6,526 6,526 6,526 6,526 8,791 8,791 8,791 8,791 8,791 8,791 8,791 11,865 11,865 11,865 11,865 11,865 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 352 353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 391 392 393 394 395 396 397 398 399 400 401 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 15:13:29 15:15:13 15:15:17 15:15:21 15:15:24 15:15:28 15:15:32 15:15:35 15:16:44 15:16:47 15:16:51 15:16:55 15:16:58 15:17:02 15:17:06 15:17:09 15:18:25 15:18:29 15:18:32 15:18:36 15:18:40 15:20:13 15:20:17 15:20:21 15:20:28 15:20:32 15:20:35 15:22:32 15:22:35 15:22:39 15:22:43 15:22:46 15:22:50 15:22:54 15:22:57 15:24:42 15:24:46 15:24:49 15:24:53 15:24:56 15:25:00 15:25:04 15:25:07 15:25:11 15:25:15 15:25:18 15:27:39 15:27:42 15:27:46 15:27:50 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0257 1,4030 0,0414 1,4032 0,0412 1,4029 0,0413 1,4030 0,0413 1,4030 0,0413 1,4030 0,0413 1,4028 0,0415 1,4028 0,0604 1,4039 0,0605 1,4036 0,0604 1,4039 0,0604 1,4043 0,0603 1,4043 0,0604 1,4047 0,0603 1,4050 0,0603 1,4050 0,0786 1,4032 0,0785 1,4031 0,0784 1,4034 0,0785 1,4035 0,0785 1,4032 0,0991 1,4015 0,0991 1,4015 0,0993 1,4016 0,0992 1,4018 0,0992 1,4017 0,0990 1,4015 0,0150 1,4018 0,0149 1,4016 0,0148 1,4012 0,0149 1,4013 0,0149 1,4017 0,0150 1,4018 0,0148 1,4017 0,0148 1,4013 0,0192 1,4022 0,0192 1,4024 0,0189 1,4023 0,0191 1,4024 0,0189 1,4029 0,0190 1,4029 0,0191 1,4031 0,0192 1,4029 0,0190 1,4022 0,0193 1,4021 0,0191 1,4024 0,0253 1,4019 0,0252 1,4024 0,0253 1,4024 0,0252 1,4024 Freqüência (Hz) 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 75,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 162 Aceleração (m/s² pico) 11,865 20,516 20,516 20,516 20,516 20,516 20,516 20,516 30,295 30,295 30,295 30,295 30,295 30,295 30,295 30,295 39,920 39,920 39,920 39,920 39,920 50,562 50,562 50,562 50,542 50,542 50,542 6,534 6,534 6,534 6,534 6,534 6,534 6,534 6,534 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 8,825 11,829 11,829 11,829 11,829 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418 419 420 421 422 423 424 425 426 427 428 429 430 431 432 433 434 435 436 437 438 439 440 441 442 443 444 445 446 447 448 449 450 451 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 15:27:53 15:27:57 15:28:00 15:28:04 15:28:08 15:28:11 15:28:15 15:28:19 15:29:52 15:29:55 15:29:59 15:30:03 15:30:06 15:30:10 15:30:14 15:32:16 15:32:20 15:32:24 15:32:27 15:32:31 15:32:34 15:32:38 15:32:42 15:32:45 15:34:26 15:34:30 15:34:33 15:34:37 15:34:41 15:34:44 15:34:48 15:34:52 15:36:07 15:36:11 15:36:15 15:36:18 15:36:22 15:36:26 15:38:43 15:38:47 15:38:51 15:38:54 15:38:58 15:39:02 15:39:05 15:39:09 15:39:13 15:39:16 15:39:20 15:40:15 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0253 1,4026 0,0253 1,4029 0,0253 1,4029 0,0252 1,4030 0,0252 1,4020 0,0255 1,4017 0,0252 1,4026 0,0252 1,4026 0,0399 1,4008 0,0398 1,4014 0,0399 1,4014 0,0400 1,4015 0,0399 1,4009 0,0399 1,4012 0,0398 1,4014 0,0586 1,4020 0,0585 1,4015 0,0586 1,4011 0,0585 1,4016 0,0583 1,4018 0,0584 1,4021 0,0586 1,4019 0,0585 1,4025 0,0585 1,4024 0,0773 1,4013 0,0775 1,4016 0,0774 1,4008 0,0774 1,4008 0,0775 1,4009 0,0775 1,4005 0,0774 1,4007 0,0775 1,4003 0,0969 1,3999 0,0968 1,3996 0,0968 1,3999 0,0968 1,4000 0,0969 1,3998 0,0970 1,3998 0,0143 1,4006 0,0144 1,4009 0,0142 1,4008 0,0143 1,4007 0,0144 1,4011 0,0144 1,4009 0,0144 1,4008 0,0143 1,4011 0,0144 1,4014 0,0144 1,4014 0,0144 1,4016 0,0184 1,4017 Freqüência (Hz) 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 163 Aceleração (m/s² pico) 11,829 11,829 11,829 11,829 11,829 11,829 11,829 11,829 20,258 20,258 20,258 20,258 20,258 20,258 20,258 29,981 29,981 29,981 29,981 29,981 29,981 29,981 29,981 29,981 40,195 40,195 40,195 40,195 40,195 40,195 40,195 40,195 50,238 50,238 50,238 50,238 50,238 50,238 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 8,794 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 452 453 454 455 456 457 458 459 460 461 462 463 464 465 466 467 468 469 470 471 472 473 474 475 476 477 478 479 480 481 482 483 484 485 486 487 488 489 490 491 492 493 494 495 496 497 498 499 500 501 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 15:40:18 15:40:22 15:40:25 15:40:29 15:40:33 15:40:36 15:41:45 15:41:49 15:41:52 15:41:56 15:42:00 15:42:03 15:42:07 15:42:11 15:43:30 15:43:33 15:43:37 15:43:41 15:43:44 15:43:48 15:43:52 15:43:55 15:43:59 15:44:03 15:44:06 15:44:10 15:45:44 15:45:47 15:45:51 15:45:55 15:45:58 15:46:02 15:46:06 15:46:09 15:46:13 15:47:36 15:47:40 15:47:43 15:47:47 15:47:50 15:47:54 15:47:58 15:48:01 15:48:05 15:49:39 15:49:42 15:49:46 15:49:50 15:49:53 15:49:57 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0182 1,4019 0,0183 1,4011 0,0183 1,4004 0,0182 1,4002 0,0182 1,4007 0,0182 1,4013 0,0243 1,4019 0,0243 1,4020 0,0244 1,4022 0,0243 1,4024 0,0245 1,4025 0,0244 1,4024 0,0243 1,4024 0,0242 1,4025 0,0382 1,4007 0,0383 1,4009 0,0382 1,4003 0,0381 1,4006 0,0381 1,4008 0,0382 1,4010 0,0382 1,4012 0,0380 1,4014 0,0382 1,4011 0,0381 1,4005 0,0936 1,3603 0,0383 1,3998 0,0564 1,4009 0,0564 1,4003 0,0564 1,4005 0,0564 1,4002 0,0566 1,4006 0,0565 1,4007 0,0565 1,4004 0,0566 1,3998 0,0565 1,3998 0,0735 1,4003 0,0737 1,4003 0,0737 1,4003 0,0738 1,4003 0,0738 1,4004 0,0736 1,4006 0,0737 1,4005 0,0737 1,4008 0,0736 1,4007 0,0929 1,3986 0,0930 1,3988 0,0929 1,3987 0,0928 1,399 0,0929 1,3988 0,0929 1,3985 Freqüência (Hz) 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0 164 Aceleração (m/s² pico) 8,794 8,794 8,794 8,794 8,794 8,794 11,824 11,824 11,824 11,824 11,824 11,824 11,824 11,824 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 19,972 30,156 30,156 30,156 30,156 30,156 30,156 30,156 30,156 30,156 39,914 39,914 39,914 39,914 39,914 39,914 39,914 39,914 39,914 50,073 50,073 50,073 50,073 50,073 50,073 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 502 503 504 505 506 507 508 509 510 511 512 513 514 515 516 517 518 519 520 521 522 523 524 525 526 527 528 529 530 531 532 533 534 535 536 537 538 539 540 541 542 543 544 545 546 547 548 549 550 551 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 15:50:01 15:52:21 15:52:25 15:52:29 15:52:32 15:52:36 15:52:40 15:52:43 15:52:47 15:52:50 15:52:54 15:54:18 15:54:21 15:54:25 15:54:29 15:54:32 15:54:36 15:54:40 15:54:43 15:54:47 15:54:51 15:54:54 15:54:58 15:55:01 15:55:05 15:55:59 15:56:03 15:56:07 15:56:10 15:56:14 15:56:18 15:56:21 15:56:25 15:56:29 16:07:18 16:07:22 16:07:25 16:07:29 16:07:32 16:07:36 16:07:40 16:07:43 16:09:03 16:09:07 16:09:10 16:09:14 16:09:17 16:09:21 16:09:25 16:09:28 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0928 1,3984 0,0137 1,4000 0,0137 1,4001 0,0136 1,4002 0,0138 1,4005 0,0137 1,4003 0,0137 1,4009 0,0137 1,4006 0,0138 1,4006 0,0137 1,4000 0,0137 1,3999 0,0174 1,4017 0,0173 1,4013 0,0173 1,4003 0,0172 1,4003 0,0172 1,4002 0,0173 1,4005 0,0172 1,4008 0,0174 1,4007 0,0173 1,4002 0,0172 1,3996 0,0173 1,4004 0,0172 1,4006 0,0174 1,4007 0,0173 1,4007 0,0228 1,4007 0,0229 1,4007 0,0229 1,4008 0,0230 1,4002 0,0229 1,4006 0,0230 1,4009 0,0229 1,4010 0,0230 1,4010 0,0231 1,4010 0,0363 1,3992 0,0364 1,3995 0,0364 1,3991 0,0363 1,3989 0,0364 1,3990 0,0363 1,3986 0,0363 1,3987 0,0371 1,3987 0,0530 1,3982 0,0529 1,3982 0,0529 1,3982 0,0530 1,3982 0,0529 1,3981 0,0531 1,3985 0,0530 1,3986 0,0530 1,3985 Freqüência (Hz) 125,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 165 Aceleração (m/s² pico) 50,073 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 6,591 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 8,799 11,851 11,851 11,851 11,851 11,851 11,851 11,851 11,851 11,851 20,074 20,074 20,074 20,074 20,074 20,074 20,074 20,074 29,970 29,970 29,970 29,970 29,970 29,970 29,970 29,970 Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro n° 552 553 554 555 556 557 558 559 560 561 562 563 564 565 Dia 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 21/9/2004 Hora 16:10:37 16:10:40 16:10:44 16:10:48 16:10:51 16:10:55 16:10:58 16:12:54 16:12:57 16:13:01 16:13:04 16:13:08 16:13:12 16:13:15 Log Ch1/Ch4 Log Ch1/Ch4 (AC) (DC) 0,0703 1,3949 0,0703 1,3954 0,0703 1,3957 0,0702 1,3954 0,0703 1,3953 0,0701 1,3957 0,0722 1,3954 0,0879 1,3941 0,0877 1,3942 0,0878 1,3942 0,0878 1,3943 0,0879 1,3935 0,0877 1,3934 0,0878 1,3939 Freqüência (Hz) 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 166 Aceleração (m/s² pico) 39,964 39,964 39,964 39,964 39,964 39,964 39,964 49,912 49,912 49,912 49,912 49,912 49,912 49,912 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA C.1 Tratamento dos dados do sinal DC Tomando todas as 565 leituras realizadas: DC = ∑ log10 Ch1DC Ch4 DC n =x DC = 1,40385823, com desvio-padrão de 0,007159992. O cálculo desses parâmetros não considera a possibilidade de existirem leituras de qualidade duvidosa. Para eliminação de valores duvidosos foi aplicado o Critério de Chauvenet47, segundo o qual um determinado ponto de uma série de n leituras pode ser rejeitado se a probabilidade de sua ocorrência nessa série for inferior a 1 [Holman, 1966]. 2n O Critério de Chauvenet considera que o conjunto de n pontos experimentais obtidos faz parte de uma distribuição gaussiana. Assim, a leitura pode ser rejeitada se sua distância da média x for maior que um dado múltiplo do desvio-padrão σ48. 47 William Chauvenet (1820-1870), matemático norte-americano com trabalhos em geometria, estatística, astronomia e navegação. 48 O critério dos 3 sigma ( 3σ ou 3 desvios-padrão), muito comum no controle de qualidade de processos de fabricação em série [ABCQ, 1995], é uma simplificação do Critério de Chauvenet, já que para conjuntos com número muito grande de amostras (n > 100) o múltiplo de desviospadrão que determina a rejeição de amostras é aproximadamente igual a 3. Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 167 Para o conjunto de amostras em questão (onde n = 565) tem-se: P( x > x ) = 1 2n ⇒ P( x > x ) = 1 = 0,0885% 2.565 Em uma distribuição gaussiana, tal probabilidade equivale a um desvio em relação à média da ordem de 3,4 σ. Agrupando-se o quadro C1 por ordem crescente de desvio em relação à média, verifica-se a existência de duas leituras ― n° 136 e 476 ― com desvio superior a 3,4 σ: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA n° Dia 136 21/9/2004 476 21/9/2004 Hora 14:14:15 15:44:06 Onde Desvio = x−x σ Retirando-se essas Log Ch1/Ch4 Desvio (DC) 1,2712 -18,52770633 1,3603 -6,083558439 leituras e Freqüência (Hz) 25,0 125,0 recalculando-se os Aceleração (m/s² pico) 6,556 19,972 parâmetros da distribuição gaussiana tem-se: DC = 1,404171226 σ DC = 0,004081696 Este valor está associado a uma temperatura ambiente de 19,8 ºC. Neste trabalho, por estar sendo investigado o comportamento do módulo quanto à aceleração a ele imposta, sem considerações sobre a influência da temperatura, não foi investigada a sensibilidade do sinal DC para essa grandeza. C.2 Tratamento dos dados do sinal AC Devido a problemas no registro dos dados de aceleração medidos pelo interferômetro no início do ensaio, foi necessário desprezar as medições do sinal AC de números 1 a 86. As leituras remanescentes foram inicialmente tratadas para correção do efeito da freqüência e posterior ajuste da curva de calibração. a) Correção dos valores do sinal AC pela freqüência A resposta do sinal AC do acelerômetro não é completamente independente da freqüência. Embora em escala logarítmica seja observada uma resposta plana (v. figura 29), ensaios preliminares realizados no Laboratório de Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 168 Sensores à Fibra Óptica da PUC-Rio [Braga et al, 2003-2005] já haviam mostrado a existência de uma queda na amplitude medida próximo a 120 Hz, em virtude do corte gerado pelos componentes eletrônicos (fotodetectores). Dessa forma foi necessário efetuar a correção do sinal AC para a freqüência antes de se procederem aos cálculos de calibração. Para isso, as leituras foram agrupadas por freqüência e, em cada intervalo, foi calculada razão entre o sinal AC e as acelerações fornecidas pelo interferômetro (isto é, log AC / aceleração rms). O quadro C2 mostra, a título de exemplo, o subconjunto para valores de freqüência iguais a 45 Hz. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro C2 – Subconjunto de dados para freqüência de 45 Hz n° Dia 245 21/9/2004 246 21/9/2004 247 21/9/2004 248 21/9/2004 249 21/9/2004 250 21/9/2004 251 21/9/2004 252 21/9/2004 253 21/9/2004 254 21/9/2004 255 21/9/2004 256 21/9/2004 257 21/9/2004 258 21/9/2004 259 21/9/2004 260 21/9/2004 261 21/9/2004 262 21/9/2004 263 21/9/2004 264 21/9/2004 265 21/9/2004 266 21/9/2004 Hora 14:47:09 14:47:12 14:47:16 14:47:20 14:47:23 14:47:27 14:47:31 14:49:10 14:49:13 14:49:17 14:49:20 14:49:24 14:49:28 14:49:31 14:49:35 14:50:29 14:50:33 14:50:37 14:50:40 14:50:44 14:50:47 14:50:51 Log Ch1/Ch4 (AC) 0,0153 0,0153 0,0150 0,0150 0,0151 0,0151 0,0150 0,0199 0,0199 0,0199 0,0199 0,0200 0,0199 0,0201 0,0199 0,0245 0,0244 0,0246 0,0245 0,0245 0,0247 0,0246 Freqüência (Hz) 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 450 45,0 45,0 45,0 45,0 45,0 Aceleração (m/s² pico) 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 6,544 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 8,795 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 11,847 Log AC / Aceler. rms 0,0033 0,0033 0,0032 0,0032 0,0033 0,0033 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0032 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 Para cada subconjunto assim criado, foram calculados a média e o desviopadrão. Para o exemplo do quadro C2: AC 6,53 m/s² = 0,0031373 σ AC = 1,4841720. 10-04 Para eliminação de valores duvidosos usou-se o Critério de Chauvenet, já descrito. Tal critério levou à eliminação das leituras n° 136 e 476, com recálculo das médias relativas aos subconjuntos de freqüência igual a 25 e 125 Hz. Dessa forma foram obtidos os resultados mostrados no quadro C3. Os valores em laranja foram interpolados. Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 169 Quadro C3 – Valores médios de Log AC / Aceleração rms por freqüência Log AC / Acel rms Médio 0,00272 0,00281 0,00290 0,00304 0,00307 0,00307 0,00310 0,00314 0,00290 0,00291 0,00292 0,00294 0,00295 0,00296 Freqüência (Hz) 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Log AC / Acel rms Médio 0,00295 0,00295 0,00294 0,00293 0,00292 0,00290 0,00287 0,00285 0,00282 0,00280 0,00277 0,00275 0,00272 0,00270 0,00267 Esses resultados podem ser visualizados nos gráficos das figuras C1 (eixo vertical em escala linear) e C2 (idem, em escala logarítmica). Novamente, os pontos interpolados são exibidos na cor laranja. Verifica-se que a resposta do sinal AC para a freqüência não é totalmente plana. Não obstante, a diferença entre o maior e menor valor da relação Log AC / Acel rms é inferior a 20 %. Pode-se observar que na escala logarítmica a resposta em freqüência aparece quase plana, com pequena atenuação nas extremidades. 0,00320 0,00310 Log AC / Aceleração rms PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Freqüência (Hz) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 0,00300 0,00290 0,00280 0,00270 0,00260 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Freqüência (Hz) Figura C1 – Resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala linear Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 170 Log AC / Aceleração rms 0,01000 0,00100 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Freqüência (Hz) Figura C2 – Resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala logarítmica Com esses dados foi possível estabelecer uma equação para correção dos valores do sinal AC pela freqüência. Para isso foi inicialmente calculada uma curva de tendência pelo método PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA dos mínimos quadrados49. Para tal usou-se o programa apresentado no apêndice D. A curva que proporcionou o melhor ajuste foi a parábola a seguir: y(f) = -4,23987 . 10-8 f2 + 5,06228. 10-6 f + 0,0028362 onde y (f ) = 10 ≤ f ≤ 100 LogAC aceleraçãoRMS A aplicação da curva de tendência sobre os resultados anteriores pode ser visualizada nos gráficos das figuras C3 (escala linear) e C4 (eixo vertical na escala logarítmica). Os fatores de correção dos valores do sinal AC em função da freqüência foram obtidos aplicando-se a seguinte equação, que toma como referência a mediana das freqüências (75 Hz): k= k= k= y(75 ) y(f ) - 4,23987 . 10 -8 . 75 2 + 5,06228. 10 -6. 75 + 0,0028362 - 4,23987 . 10 -8 f 2 + 5,06228. 10 -6 f + 0,0028362 0,002977378 - 4,23987 . 10 -8 2 f + 5,06228. 10 - 6 f + 0,0028362 O quadro C4 relaciona os fatores de correção resultantes. 49 Para uma explicação sobre o método dos mínimos quadrados, ver apêndice D ou, com maior detalhe, [Holman, 1966]. Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 171 0,00320 Log AC / Aceleração rms 0,00310 0,00300 0,00290 0,00280 0,00270 0,00260 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Freqüência (Hz) 0,01000 Log AC / Aceleração rms PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Figura C3 – Tendência da resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala linear 0,00100 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Freqüência (Hz) Figura C4 – Tendência da resposta em freqüência do módulo do acelerômetro: escala logarítmica Quadro C4 – Fatores de correção do sinal AC pela freqüência Freqüência (Hz) Fator de correção k 10 1,0269 20 1,0135 25 1,0081 30 1,0034 35 0,9995 40 0,9963 Freqüência (Hz) Fator de correção k 45 0,9939 50 0,9922 75 0,9942 100 1,0142 125 1,0547 150 1,1205 b) Eliminação de valores duvidosos para o sinal AC corrigido As leituras válidas do sinal AC foram corrigidas para o efeito da freqüência pela aplicação sobre essas leituras dos fatores k do quadro C4. Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 172 Sendo o sinal AC proporcional à aceleração à qual o módulo está submetido, os dados corrigidos foram então agrupados em ordem crescente de aceleração. A seguir, foram definidos subconjuntos com a mesma aceleração, tomando-se os valores com duas casas decimais (isto é: 1,91 m/s² ≠ 1,92 m/s²). O quadro C5 mostra, a título de exemplo, o subconjunto para valores de aceleração iguais a 6,53 m/s². Vale observar que um mesmo subconjunto contém leituras de diferentes freqüências, uma vez que os valores do sinal AC já estão corrigidos para esse parâmetro. Para cada subconjunto, foram calculados a média e o desvio-padrão. Para o exemplo do quadro C5: ACCORR 6,53 m/s² = 0,01503 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA σCORR AC = 9,8444 . 10-05 Quadro C5 – Subconjunto de dados para aceleração 6,53 m/s² n° Dia 332 21/9/2004 333 21/9/2004 334 21/9/2004 335 21/9/2004 336 21/9/2004 337 21/9/2004 338 21/9/2004 339 21/9/2004 379 21/9/2004 380 21/9/2004 381 21/9/2004 382 21/9/2004 383 21/9/2004 384 21/9/2004 385 21/9/2004 386 21/9/2004 Hora 15:09:38 15:09:41 15:09:45 15:09:49 15:09:52 15:09:56 15:10:00 15:10:03 15:22:32 15:22:35 15:22:39 15:22:43 15:22:46 15:22:50 15:22:54 15:22:57 Log Ch1/Ch4 (AC) 0,0151 0,0151 0,0150 0,0150 0,0151 0,0150 0,0150 0,0151 0,0150 0,0149 0,0148 0,0149 0,0149 0,0150 0,0148 0,0148 Log Ch1/Ch4 (AC) corrigido 0,0150 0,0150 0,0149 0,0149 0,0150 0,0149 0,0149 0,0150 0,0152 0,0151 0,0150 0,0151 0,0151 0,0152 0,0150 0,0150 Freqüência (Hz) 75 75 75 75 75 75 75 75 100 100 100 100 100 100 100 100 Aceleração (m/s² pico) 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 6,53 A eliminação de valores duvidosos foi feita usando-se o Critério de Chauvenet, já descrito. Tal critério levou à eliminação das seguintes leituras: 151, 236, 292, 310, 324, 407, 543 e 558 O quadro C6 apresenta as médias e desvios-padrão dos subconjuntos e serviu de base para o cálculo da curva de calibração (sinal AC x aceleração) do módulo do acelerômetro, discutido no apêndice D. Apêndice C – Resultados dos testes de calibração absoluta no Inmetro 173 Quadro C6 – Médias e desvios-padrão do sinal AC para os subconjuntos de aceleração PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Log Ch1/Ch4 (AC) corrigido Média Desvio-Padrão 0,015031 9,8444 . 10-5 0,015022 1,3370 . 10-4 0,014509 8,4690 . 10-4 0,014943 2,0578 . 10-4 0,015363 6,3607 . 10-5 0,019222 9,4850 . 10-5 0,019561 2,0912 . 10-5 0,018801 1,3085 . 10-4 0,019313 7,7335 . 10-5 0,019179 3,3945 . 10-4 0,019844 6,2751 . 10-5 0,019774 7,5241 . 10-5 0,017174 7,2610 . 10-5 0,024327 1,5669 . 10-4 0,023970 7,5076 . 10-5 0,025244 8,7386 . 10-5 0,025605 5,2223 . 10-5 0,024416 8,4343 . 10-5 0,024807 7,9570 . 10-4 0,024614 9,5193 . 10-5 0,025517 1,0268 . 10-5 0,024043 6,7569 . 10-5 0,039704 9,8319 . 10-5 0,040260 9,5401 . 10-5 0,040830 5,3452 . 10-5 0,040454 6,9989 . 10-5 0,041087 9,4564 . 10-5 0,059361 7,9235 . 10-5 0,058967 4,3933 . 10-4 0,059567 8,7891 . 10-5 0,060023 7,0298 . 10-5 0,077707 1,0250 . 10-5 0,078042 7,0298 . 10-5 0,078718 8,3666 . 10-5 0,076845 7,5593 . 10-5 0,078540 7,5462 . 10-5 0,098384 9,1492 . 10-5 0,097966 7,2781 . 10-5 0,096267 1,0351 . 10-4 0,096242 0,098246 8,2812 . 10-5 0,098555 1,1480 . 10-4 0,098588 1,1480 . 10-4 0,113988 6,8467 . 10-5 Aceleração (m/s² pico) 6,53 6,54 6,55 6,56 6,59 8,79 8,80 8,81 8,82 8,83 8,84 8,85 8,87 11,80 11,81 11,82 11,83 11,84 11,85 11,86 11,87 11,88 19,86 19,97 20,07 20,26 20,52 29,97 29,98 30,16 30,30 39,91 39,92 39,96 40,05 40,20 49,91 50,07 50,15 50,18 50,24 50,54 50,56 60,18 Aceleração (m/s² rms) 4,620 4,627 4,633 4,641 4,661 6,218 6,223 6,232 6,233 6,241 6,250 6,255 6,273 8,345 8,352 8,361 8,364 8,370 8,380 8,384 8,390 8,400 14,043 14,122 14,194 14,325 14,507 21,192 21,200 21,324 21,422 28,223 28,228 28,259 28,321 28,422 35,293 35,407 35,461 35,480 35,524 35,739 35,753 42,552 APÊNDICE D Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro Com base no quadro C6 (v. apêndice anterior), que apresenta as médias e desvios-padrão do sinal AC corrigido para subconjuntos de mesma aceleração, foi feito o cálculo da curva de calibração (sinal AC x aceleração) do módulo do acelerômetro. Os valores do quadro C6 são mostrados no gráfico da figura 51. Para o ajuste de curva de calibração foi usado o Método dos Mínimos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadrados. D.1 Método dos mínimos quadrados Seja50 um conjunto de pontos x1, x2, ... , xn. A soma dos quadrados de seus desvios em relação à média é: 2 n S = ∑ (xi − x m ) i =1 Para minimizar S em relação ao valor médio xm faz-se: ∂S =0 = ∂xm 1 n ⎛ n ⎞ ( ) − x − x = − x − nx ⇒ x = 2 2 ⎜ ⎟ ∑ ∑ i m⎠ ∑ xi i m m n i =1 i =1 ⎝ i =1 n Isto é, a média que minimiza a soma dos quadrados dos desvios é a média aritmética. Esse conceito pode ser estendido para o ajuste de uma curva passando por pares de pontos (xi,yi). Nesse caso, busca-se minimizar a quantidade: n 2 S = ∑ [ yi − f ( xi )] i =1 onde f(x) é uma função do tipo C1 xn + C2 xn-1 + ... + Cn x + Cn+1. 50 Para um explicação mais detalhada, ver [Holman, 1966]. Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 175 D.2 Resultado do ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados Os Métodos dos Mínimos Quadrados foi aplicado aos dados do quadro C6, para os pares de pontos (x = log Ch1/Ch4 AC corrigido) e (y = Aceleração em m/s² rms), usando as seguintes funções: (a) linear (reta pela origem) f(x) = C1 x (b) linear (reta genérica) f(x) = C1 x + C2 (c) parábola f(x) = C1 x² + C2 x + C3 (d) potência f(x) = K xz Para o cálculo dos coeficientes utilizou-se um programa escrito em MATLAB51, cujo código fonte é apresentado no capítulo D.3. Os resultados encontrados foram os seguintes: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Ajuste linear (reta pela origem): C1 = 360,7825 f(x) = 360,7825 x Ajuste linear (reta genérica): C1 = 374,1943 C2 = - 0,9174 f(x) = 374,1943 x - 0,9174 Ajuste pela parábola: C1 = 57,0865 C2 = 367,6300 C3 = - 0,7917 2 f(x) = 57,0865 x + 367,6300 x - 0,7917 Ajuste pela potência: K = 437,9236 f(x) = 437,9236 x z = 1,0740 1,0740 A figura D1 ilustra graficamente a aplicação de cada ajuste aos pontos. O desvio médio quadrático e a correlação obtida para cada ajuste são mostrados no quadro D1: Quadro D1 – Resultados dos ajustes pelo método dos mínimos quadrados Graus de liberdade Desvio médio quadrático (uCL) Correlação 51 Reta p/ origem 1 0,5850 0,9997 Reta genérica 2 0,2787 0,9997 Parábola Potência 3 0,2792 0,9997 2 0,3459 0,9995 MATLAB™ é uma linguagem de programação em alto nível em ambiente interativo para execução de algoritmos, visualização e análise de dados e cálculo numérico. Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 176 onde: uCL : desvio médio quadrático entre as acelerações medidas pelo interferômetro e aquelas calculadas a partir da curva de calibração. n uCL = ∑ 1 (aIL − aCC )2 n − g i =1 n : número de leituras = 44 (v. quadro C6) g : graus de liberdade aIL : aceleração indicada pelo interferômetro laser aIL : aceleração obtida pela curva de calibração ∑ (aIL - aCC)2 : somatório dos erros quadráticos A partir desses resultados, conclui-se que a curva que melhor aproxima os dados é reta genérica, por possuir o menor desvio médio quadrático. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Os resultados para a reta genérica apresentam também excelente correlação (≅ 1) com a as leituras de aceleração. Figura D1 – Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 177 De fato, a observação do gráfico ampliado mostrado na figura D2 permite perceber que os pontos se ajustam à parábola e à potência na região onde o comportamento dessas curvas é quase linear. Comportamento dos Ajustes 1000 900 Aceleração rm s (m /s ²) 800 700 600 500 400 Região de Medição 300 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA 200 100 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 Sinal AC corrigido Reta Genérica Parábola Potência Figura D2 – Comparação entre as curvas de ajuste D.3 Programa em MATLAB para ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados %================================================================= % PUC-Rio % % Programa em MATLAB para ajuste de curva de calibraçao % Apendice D da Dissertaçao de Mestrado % Autor: MURILO MAGALHAES NOGUEIRA % Mestrado em Metrologia % % 11-04-2005 %================================================================= % % Ajuste de curva de calibraçao pelo Metodos dos Minimos Quadrados % usando as seguintes funçoes: % (a) linear (reta pela origem) f(x) = C1.X % (b) linear (reta generica) f(x) = C1.X + C2 % (c) parabola f(x) = C1.X^2 + C2.X + C3 % (d) potencia f(x) = K.X^z % % O programa elabora um grafico com os resultados para cada funçao % e determina qual a curva que fornece a melhor aproximaçao, Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 178 % atraves do somatorio dos erros quadraticos de cada ajuste. % % X : Leituras de Aceleraçao do Interferometro % Y : Leituras da Saida AC do modulo do acelerometro % %================================================================= % Comandos de inicializaçao: limpeza da memoria e do ambiente MatLab clear all clc PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA % Mostrar na tela titulo do programa disp(' '); disp('=============================================='); disp('AJUSTE DE CURVAS DE CALIBRAÇAO'); disp(' '); disp('DISSERTAÇAO DE MESTRADO - APENDICE D'); disp(' '); disp('Ajuste pelo metodo de minimos quadrados'); disp(' '); disp('Autor : MURILO MAGALHAES NOGUEIRA'); disp('=============================================='); disp(' '); disp('Pontos da Curva a ser Ajustada') disp(' '); disp('total de pontos: 44 '); disp('X = Leituras de Aceleraçao do Interferometro'); disp('Y = Leituras corrigidas da Saida AC modulo do acelerometro'); disp(' '); % Inicializaçao dos vetores com os pontos da curva a ser ajustada : X[44] e Y[44] X = xlsread('pontosx.xls'); % Le arquivo Excel com leituras de aceleraçao do Interferometro Y = xlsread('pontosy.xls'); % Le arquivo Excel com leituras da saida AC do modulo do acelerometro %================================================================= % Inicializaçao de variaveis n = 44; G(1) = 1; G(2) = 2; G(3) = 3; G(4) = 2; % numero de pontos % graus de liberdade da reta pela origem % graus de liberdade da reta generica % graus de liberdade da parabola % graus de liberdade da potencia for i=1:4 % vetor que armazena o somatorio dos erros quadraticos para cada ajuste ErroQuad(i) =0; % ErroQuad(1): reta pela origem, % ErroQuad(2): reta generica, % ErroQuad(3): parabola, % ErroQuad(4): potencia end Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 179 for i = 1:4 % vetor que armazena o desvio medio quadratico para cada ajuste DesvQuad(i) = 0; % DesvQuad(1): reta pela origem, % DesvQuad(2): reta generica, end % DesvQuad(3): parabola, % DesvQuad(4): potencia %================================================================= disp('-------------------------------------------------'); disp(' '); disp('Primeira tentativa: Ajuste Linear (reta pela origem)') disp(' '); disp('Aperte qualquer tecla para continuar ...') disp(' '); pause % Para o ajuste linear (reta pela origem) resolve-se a equaçao C1 = SomXY / SomX2 % Inicializaçao de variaveis PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA SomX2 = 0; n = 44; C1 = 0; SomXY = 0; % numero de pontos for i = 1:n SomX2 = SomX2 + X(i)^2; SomXY = SomXY + X(i)*Y(i); end % Calcula o somatorio de X^2 % Calcula o somatorio de X*Y % Soluçao do sistema de equaçoes e obtençao dos coeficientes C1(1,1) = SomXY/SomX2; C1 = C1(1,1); C1rto = C1; % Impressao do grafico dos pontos e da curva ajustada plot(X, Y, '+', X(:), C1*X(:), 'b') xlabel('X') ylabel('Y') title('Ajuste pela Reta passando pela origem') % calculo do erro quadratico do ajuste linear for i = 1:n ErroReta(i) = ( Y(i) - (C1*X(i)) )^2; ErroQuad(1) = ErroQuad(1) + ErroReta(i); end %================================================================= clc disp('Segunda tentativa: Ajuste Linear (reta generica)') disp(' '); disp('Aperte qualquer tecla para continuar ...') disp(' '); pause Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 180 % Para o ajuste linear (reta generica) resolve-se o sistema de matrizes A*C = B, encontrando os coeficientes Cn % A * % | SomX2 % | SomX SomX | n | C = B | C1 | = | SomXY | | C2 | | SomY | % Inicializaçao de variaveis SomX2 = 0; SomX = 0; n = 44; C1 = 0; SomXY = 0; C2 = 0; SomY = 0; % numero de pontos for i = 1:n SomX = SomX + X(i); SomX2 = SomX2 + X(i)^2; SomY = SomY + Y(i); SomXY = SomXY + X(i)*Y(i); end % Calcula o somatorio de X % Calcula o somatorio de X^2 % Calcula o somatorio de Y % Calcula o somatorio de X*Y PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA % Soluçao do sistema de equaçoes e obtençao dos coeficientes A(1,1) = SomX2; A(2,1) = SomX; A(1,2) = SomX; A(2,2) = n; B(1,1) = SomXY; B(2,1) = SomY; C = inv(A)*B; C1 = C(1,1); C2 = C(2,1); C1rtg = C1; C2rtg = C2; % Impressao do grafico dos pontos e da curva ajustada hold on plot(X, Y, '+', X(:), C1*X(:) + C2, 'r') xlabel('X') ylabel('Y') title('Ajuste pelas Retas (p/ origem e generica') % calculo do erro quadratico do ajuste linear for i = 1:n ErroReta(i) = ( Y(i) - (C1*X(i)+C2) )^2; ErroQuad(2) = ErroQuad(2) + ErroReta(i); end %================================================================= clc C1; C2; disp('Terceira tentativa: Ajuste pela Parabola') disp(' '); disp('Aperte qualquer tecla para continuar ...') disp(' '); pause Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 181 % Para o ajuste pela parabola resolve-se o sistema de matrizes A*C = B, encontrando os coeficientes Cn % % | SomX4 % | SomX3 % | SomX2 A SomX3 SomX2 SomX * SomX2 | SomX | n | C = B | C1 | = | SomX2Y | | C2 | | SomXY | | C3 | | SomY | % Inicializaçao de variaveis SomX4 = 0; n = 44; SomX3 = 0; C1 = 0; SomX2 = 0; C2 = 0; SomX = 0; C3 = 0; % numero de pontos SomX2Y = 0; SomXY = 0; SomY = 0; PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA A(:)=0; B(:)=0; C(:)=0; for i = 1:n SomX = SomX + X(i); SomX2 = SomX2 + X(i)^2; SomX3 = SomX3 + X(i)^3; SomX4 = SomX4 + X(i)^4; SomY = SomY + Y(i); SomXY = SomXY + X(i)*Y(i); SomX2Y = SomX2Y + X(i)^2*Y(i); End % Calcula o somatorio de X % Calcula o somatorio de X^2 % Calcula o somatorio de X^3 % Calcula o somatorio de X^4 % Calcula o somatorio de Y % Calcula o somatorio de X*Y % Calcula o somatorio de X^2*Y % Soluçao do sistema de equaçoes e obtençao dos coeficientes A(1,1) = SomX4; SomX2Y; A(2,1) = SomX3; A(3,1) = SomX2; A(1,2) = SomX3; A(1,3) = SomX2; B(1,1) = A(2,2) = SomX2; A(3,2) = SomX; A(2,3) = SomX; A(3,3) = n; B(2,1) = SomXY; B(3,1) = SomY; C = inv(A)*B; C1 = C(1,1); C2 = C(2,1); C3 = C(3,1); % Impressao do grafico dos pontos e da curva ajustada hold on plot(X(:), C1*X(:).*X(:) + C2*X(:) + C3, 'k') xlabel('X') ylabel('Y') title('Ajuste pelas Retas e Parabola') % calculo do erro quadratico do ajuste pela parabola for i = 1:n ErroParab(i) = ( Y(i) - (C1*X(i)*X(i)+C2*X(i)+C3) )^2; ErroQuad(3) = ErroQuad(3) + ErroParab(i); end %================================================================= clc disp('Quarta tentativa: Ajuste pela Potencia') disp(' '); disp('Aperte qualquer tecla para continuar ...') Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro disp(' 182 '); pause % Para o ajuste pela potencia faz-se uma mudança na equaçao: % Y = K.X^z ==> ln Y = z ln X + ln K % Assim, pode-se usar o modelo Y' = C1'.X' + C2' % O sistema de matrizes A*C = B fica como abaixo: % A * % | SomXlinha2 % | SomXlinha SomlinhaX | n | C = B | C1linha | = | SomXlinhaYlinha | | C2linha | | SomYlinha | % Inicializaçao de variaveis for i = 1:n Xlinha(i) = log(X(i)); Ylinha(i) = log(Y(i)); end % transformaçao dos pontos X para X' % transformaçao dos pontos Y para Y' PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA SomXlinha2 = 0; C1linha = 0; SomXlinhaYlinha = 0; SomXlinha = 0; C2linha = 0; SomYlinha = 0; n = 44; % numero de pontos A = A([1 2], [1 2]); B = B([1 2], 1); C = C([1 2], 1); % redefine a matriz A como 2x2 % redefine a matriz B como 2x1 % redefine a matriz A como 2x1 A(:)=0; B(:)=0; C(:)=0; for i = 1:n SomXlinha = SomXlinha + Xlinha(i); % Calcula o somatorio de Xlinha SomXlinha2 = SomXlinha2 + Xlinha(i)^2; % Calcula o somatorio de Xlinha^2 SomYlinha = SomYlinha + Ylinha(i); % Calcula o somatorio de Ylinha SomXlinhaYlinha = SomXlinhaYlinha + Xlinha(i)*Ylinha(i); Calcula o somatorio de Xlinha*linhaY end % Soluçao do sistema de equaçoes e obtençao dos coeficientes A(1,1) = SomXlinha2; SomXlinhaYlinha; A(2,1) = SomXlinha; A(1,2) = SomXlinha; B(1,1) = A(2,2) = n; B(2,1) = SomYlinha; C = inv(A)*B; C1linha = C(1,1); C2linha = C(2,1); % Recupera o valor das constantes da equaçao de potencia z = C1linha; K = exp(C2linha); for i = 1:n % Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro 183 KXn(i) = X(i)^z * K ; % A matriz KXn armazena os valores da funçao potencia para plotagem end % Impressao do grafico dos pontos e da curva ajustada hold on plot(X(:), KXn(:), 'g') xlabel('X') ylabel('Y') title('Ajuste pelas Retas, Parabola e Potencia') % calculo do erro quadratico do ajuste pela potencia PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA for i = 1:n ErroPot(i) = ( Y(i) - KXn(i) )^2; ErroQuad(4)= ErroQuad(4) + ErroPot(i); end clc disp('========================================='); disp(' '); disp(' Coeficientes obtidos nos Ajustes '); disp(' '); disp(' Reta Origem C1'); disp(C1rto); disp(' Reta Generica C1, C2'); disp(C1rtg); disp(C2rtg); disp(' Parabola C1, C2 , C3'); disp(C1); disp(C2); disp(C3); disp(' Potencia z, K '); disp(z); disp(K); disp('=========================================='); disp(' '); disp('Aperte qualquer tecla para continuar ...') disp(' '); pause % calculo do desvio medio quadratico for i = 1:4 DesvQuad(i) = ( ErroQuad(i)/(n-G(i)) )^0.5; end clc disp('========================================='); disp(' '); disp(' Resultado dos Ajustes '); disp(' Desvio Medio Quadratico') disp(' '); disp(' Reta Org Reta Gen Parabola Potencia '); disp(DesvQuad); disp('=========================================='); disp(' '); disp('A partir dos resultados acima, conclui-se'); Apêndice D – Curva de calibração do módulo básico do acelerômetro disp('que a curva que melhor aproxima os dados e'); if min(DesvQuad) == DesvQuad(1) curva = 'a Reta pela origem'; end if min(DesvQuad) == DesvQuad(2) curva = 'a Reta generica'; end if min(DesvQuad) == DesvQuad(3) curva = 'a Parabola'; end if min(DesvQuad) == DesvQuad(4) curva = 'a Potencia'; end PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA disp(curva); disp(' '); disp('=========================================='); disp(' '); 184 APÊNDICE E Avaliação da histerese do acelerômetro em cabo vibrante A histerese é definida como: “Fenômeno representado por uma curva característica que apresenta um ramo para valores crescentes da variável de entrada (ramo ascendente) e um ramo distinto para valores decrescentes da variável de entrada (ramo descendente)” [Dic. Bras. Eletricidade, 1986], Para averiguar a possibilidade de histerese nas medições do acelerômetro PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA óptico foram realizados testes em cabo vibrante, no Laboratório de Propriedades Mecânicas do Cepel. E.1 Metodologia A metodologia adotada consistiu na realização de medições nas quais os valores de aceleração impostos pelo excitador ao cabo eram, inicialmente, aumentados e, em seguida, reduzidos, enquanto a freqüência de vibração era mantida constante. A aceleração imposta pelo excitador era acompanhada através da resposta do acelerômetro piezoelétrico. Os pontos resultantes em cada caso formaram as curvas de subida e descida, cuja diferença, caso significativa, indicaria a existência de histerese. Devido à dificuldade em se manter constante a aceleração imposta pelo excitador, não foi viável manter os mesmos pontos de controle nas curvas de subida e descida. Assim, para permitir a comparação das curvas, foi realizado seu ajuste pelo Método dos Mínimos Quadrados. As equações resultantes foram então comparadas, para 21 pontos arbitrariamente escolhidos, determinando-se o ponto onde a diferença D entre as curvas fosse maior. Apêndice E – Avaliação da histerese do acelerômetro em cabo vibrante 186 A histerese é considerada significativa caso seja satisfeita a condição abaixo: D ≥ USUBIDA + UDESCIDA (E1) Um valor de D que atenda à condição da expressão (E1) indica que o afastamento encontrado não pode ser explicado pela incerteza associada às curvas ajustadas. E.2 Resultados dos testes Foram realizadas medições para duas freqüências de excitação: 16 e 40 Hz. Para cada freqüência a aceleração foi variada na faixa de 0,3 a 4,3 m/s² PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA (valores lidos pelo acelerômetro piezoelétrico, usado para o controle do experimento). Devido à grande quantidade de pontos lida, a leituras obtidas não são reproduzidas nesta dissertação. O ajuste pelo método dos Mínimos Quadrados foi feito para retas genéricas do tipo f(x) = C1 x + C2 . Um resumo dos resultados é mostrado no quadro E1. Quadro E1 – Resultados dos ajustes das curvas de subida e descida Freqüência (Hz) 16 40 Ramo n° pontos equação de ajuste subida descida subida descida 1895 942 1870 984 f(x) = 0,9347 x + 0,0035 f(x) = 0,9643 x - 0,0253 f(x) = 0,9888 x - 0,0179 f(x) = 0,9899 x - 0,0032 desvio médio quadrát. 0,0060 0,0114 0,0053 0,0125 O valor do desvio médio quadrático foi adotado como a incerteza padrão do ajuste para cada curva. Considerando uma distribuição gaussiana e o nível da confiança de 95,45% (k = 2), a incerteza expandida será: UC = k . uC onde ⇒ UC = 2 uC uC = desvio médio quadrático Apêndice E – Avaliação da histerese do acelerômetro em cabo vibrante 187 ∑ UC 16 = 2 . 0,0060 + 2 . 0,0114 ⇒ ∑ UC 16 = 0,0348 ∑ UC 40 = 2 . 0,0053 + 2 . 0,0125 ⇒ ∑ UC 40 = 0,0356 O valor de D foi determinado a partir da diferença algébrica entre as curvas de subida e descida em cada caso, na faixa de valores de x (leitura do acelerômetro piezoelétrico) comuns a ambas. Para a freqüência de 16 Hz, as entradas variaram de 0,3 a 1,7 m/s² (subida) e 2,8 a 0,4 m/s² (descida). A faixa de leituras comum a ambas as curvas, portanto, foi de 0,4 a 1,7 m/s². Para a freqüência de 40 Hz, as entradas variaram de 0,4 a 5,0 m/s² (subida) e 4,0 a 0,4 m/s² (descida). A faixa de leituras comum a ambas as curvas, portanto, foi de 0,4 a 4,0 m/s². O quadro E2 resume os resultados da avaliação da histerese. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro E2 – Resultados da avaliação de histerese Freqüência (Hz) D (subida - descida) xÆ maior | D | D máx ∑ UC 16 40 f(x) = - 0,0296 x + 0,0288 f(x) = - 0,0011 x - 0,0147 1,7 4,0 0,0213 0,0191 0,0348 0,0356 Os resultados do quadro E2 mostram que, para ambas as freqüências, a maior diferença entre as curvas de subida e descida (DMÁX) é inferior à soma das incertezas de ajustes dessas curvas (∑ UC ). Esse resultado comprova que não há histerese significativa na operação do acelerômetro em cabo vibrante. APÊNDICE F Freqüências naturais esperadas em cabos de linha de transmissão Neste apêndice se buscou oferecer um exemplo matemático das freqüências naturais esperadas um cabo típico de linhas de transmissão de extra alta tensão. São apresentados cálculos pelos modelos de corda flexível (v. apêndice A) e corda com rigidez à flexão (v. apêndice B). O quadro F1 mostra parâmetros mecânicos dos cabos CAA Ruddy 900 MCM e cabo de aço EHS 3/8“, muito usados em linhas de transmissão de 500 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA kV respectivamente como condutor e pára-raios52. Quadro F1 – Parâmetros de cabos típicos de LTs 500 kV Dados Tipo Código Bitola Número de fios de alumínio (nAL) Número de fios de aço (nA) Diâmetro dos fios de alumínio (dAL) Diâmetro dos fios de aço (dA) Diâmetro total do cabo (D) Área total do cabo (A) Massa por unidade de comprimento [m] Carga de Ruptura (CR) Modulo de Elasticidade (E) Coeficiente de Dilatação Linear Tração de instalação (T) Rigidez à flexão máxima (E.IMÁX) Rigidez à flexão mínima (E.IMÍN) Condutor Pára-raios CAA aço RUDDY EHS 900 MCM 3/8” 45 7 7 3,592 . 10-3 m 2,395 . 10-3 m 3,048 . 10-3 m 28,727 . 10-3 m 9,144 . 10-3 m -4 2 4,874. 10 m 0,5108 m2 1,5075 kg/m 0,407 kg/m 11.067 kgf ou 6.985 kgf ou 108,53 kN 68,50 kN 2 6.679 kgf/mm ou 21.087 kgf/mm2 ou 6,55 . 1010 N/m2 20,68 . 1010 N/m2 20,88 x 10-6 ºC-1 12 x 10-6 ºC-1 20% ou 21,71 kN 14% ou 9,59 kN 2 1.717 N.m 48 N.m2 28 N.m2 6 N.m2 Sobre a rigidez à flexão, cabe observar que materiais de seção uniforme têm sua rigidez à flexão definida como o produto do módulo de elasticidade (E) e do momento de inércia (I). 52 Esses cabos são usados, por exemplo, nas linhas de transmissão 500 kV Samambaia – Itumbiara e Samambaia – Emborcação, da concessionária Expansion Transmissão. Apêndice F – Freqüências naturais esperadas em cabos de linha de transmissão 189 No caso de cabos formados pelo encordoamento de fios, contudo, não há equação matemática para o cálculo preciso do momento de inércia. É possível apenas determinar valores extremos (mínimo e máximo) de acordo com o modelo assumido para o comportamento dos fios. Apesar da grande diferença entre os valores mínimo e máximo de EI (da ordem de 42 vezes para o cabo Ruddy), o impacto dessa variável na determinação das freqüências naturais é pequena, como demonstrado a seguir. Com os dados do quadro F1 aplicados às equações (A12) ou (9) e (B15) ou (12), obtém-se as freqüências naturais mostradas nos quadros F2 a F7. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro F2 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 150 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,4000 Hz 0,8000 Hz 1,1999 Hz 1,5999 Hz 1,9999 Hz 3,9998 Hz 5,9997 Hz 7,9996 Hz 0,4000 Hz 0,8000 Hz 1,1999 Hz 1,5999 Hz 1,9999 Hz 3,9999 Hz 6,0001 Hz 8,0005 Hz 0,4000 Hz 0,8000 Hz 1,2001 Hz 1,6004 Hz 2,0008 Hz 4,0067 Hz 6,0231 Hz 8,0550 Hz Quadro F3 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 450 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,1333 Hz 0,2667 Hz 0,4000 Hz 0,5333 Hz 0,6666 Hz 1,3333 Hz 1,9999 Hz 2,6665 Hz 0,1333 Hz 0,2667 Hz 0,4000 Hz 0,5333 Hz 0,6666 Hz 1,3333 Hz 1,9999 Hz 2,6666 Hz 0,1333 Hz 0,2667 Hz 0,4000 Hz 0,5333 Hz 0,6667 Hz 1,3335 Hz 2,0008 Hz 2,6686 Hz Quadro F4 – Cabo Ruddy: freqüências naturais para vão de 1.000 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,0600 Hz 0,1200 Hz 0,1800 Hz 0,2400 Hz 0,3000 Hz 0,6000 Hz 0,9000 Hz 1,1999 Hz 0,0600 Hz 0,1200 Hz 0,1800 Hz 0,2400 Hz 0,3000 Hz 0,6000 Hz 0,9000 Hz 1,1999 Hz 0,0600 Hz 0,1200 Hz 0,1800 Hz 0,2400 Hz 0,3000 Hz 0,6000 Hz 0,9000 Hz 1,2001 Hz Apêndice F – Freqüências naturais esperadas em cabos de linha de transmissão 190 Quadro F5 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 150 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,5117 Hz 1,0233 Hz 1,5350 Hz 2,0467 Hz 2,5584 Hz 5,1167 Hz 7,6751 Hz 10,2334 Hz 0,5117 Hz 1,0233 Hz 1,5350 Hz 2,0467 Hz 2,5584 Hz 5,1168 Hz 7,6753 Hz 10,2340 Hz 0,5117 Hz 1,0233 Hz 1,5350 Hz 2,0467 Hz 2,5584 Hz 5,1173 Hz 7,6770 Hz 10,2379 Hz PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0312417/CA Quadro F6 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 450 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,1706 Hz 0,3411 Hz 0,5117 Hz 0,6822 Hz 0,8528 Hz 1,7056 Hz 2,5584 Hz 3,4111 Hz 0,1706 Hz 0,3411 Hz 0,5117 Hz 0,6822 Hz 0,8528 Hz 1,7056 Hz 2,5584 Hz 3,4112 Hz 0,1706 Hz 0,3411 Hz 0,5117 Hz 0,6822 Hz 0,8528 Hz 1,7056 Hz 2,5584 Hz 3,4113 Hz Quadro F7 – Cabo EHS 3/8”: freqüências naturais para vão de 1.000 m Modo Corda flexível Corda EIMÍN Corda EIMÁX 1 2 3 4 5 10 15 20 0,0768 Hz 0,1535 Hz 0,2303 Hz 0,3070 Hz 0,3838 Hz 0,7675 Hz 1,1513 Hz 1,5350 Hz 0,0768 Hz 0,1535 Hz 0,2303 Hz 0,3070 Hz 0,3838 Hz 0,7675 Hz 1,1513 Hz 1,5350 Hz 0,0768 Hz 0,1535 Hz 0,2303 Hz 0,3070 Hz 0,3838 Hz 0,7675 Hz 1,1513 Hz 1,5350 Hz Consultando os resultados apresentados nos quadros F1 a F7, observa-se que há uma diferença insignificante entre as freqüências naturais calculadas com o modelo da corda flexível e aquelas encontradas com o modelo de corda rígida, qualquer que seja a rigidez escolhida. Também se pode observar que a diferença entre os vários harmônicos é inferior a 1 Hz. A grande proximidade entre os harmônicos, aliada à excitação irregular do cabo ao longo do vão pela ação do vento, dá lugar na prática ao surgimento de um batimento.