UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS WILLIAM SALSA GUEDES PROPOSTA DE DOCUMENTAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO DE EVENTOS: APLICAÇÃO EM UM EVENTO DESPORTIVO NITERÓI 2019 WILLIAM SALSA GUEDES PROPOSTA DE DOCUMENTAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO DE EVENTOS: APLICAÇÃO EM UM EVENTO DESPORTIVO Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação MBA – Gerenciamento de Projetos da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gerenciamento de Projetos Orientadora: Profª DENISE TEREZINHA LISBOA BASSANI, M.Sc. Niterói 2019 Ficha catalográfica automática - SDC/BEE Gerada com informações fornecidas pelo autor G924c Guedes, William Salsa O caso "1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro": Uma proposta de documentação para o planejamento de um evento desportivo. / William Salsa Guedes; Denise Terezinha Lisboa Bassani, orientador. Niterói, 2019. 97 f.: il. Monografia (Especialização em Gerenciamento de Projetos) – Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia, Niterói, 2019. 1. Gerenciamento de projetos. 2. Planejamento. 3. Evento desportivo. 4. Produção intelectual. I. Bassani, Denise Terezinha Lisboa, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia. III. Título. CDD - Bibliotecário responsável: Débora do Nascimento - CRB7/6368 WILLIAM SALSA GUEDES PROPOSTA DE DOCUMENTAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO DE EVENTOS: APLICAÇÃO EM UM EVENTO DESPORTIVO Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação MBA – Gerenciamento de Projetos da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gerenciamento de Projetos. Aprovada em07 de dezembro de 2019. BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Profª Denise Terezinha Lisboa Bassani, M.Sc. – Orientadora __________________________________________________ Prof Luiz Carlos Brasil de Brito Mello, D.Sc. __________________________________________________ Profª Isa Gomes da Costa, M.Sc. – UFF __________________________________________________ Prof. Sérgio Machado, M.Sc. – UFF A Nolan Delgado Guedes (in memoriam), Maria Syrley Moreira Guedes (in memoriam) e Mércia Maria Salsa de Aguiar. AGRADECIMENTOS A evolução da humanidade é em grande medida fruto de uma capacidade ímpar de somarmos esforços, e o desenvolvimento deste trabalho não foi diferente. Diversas pessoas contribuíram para que hoje este estudo esteja publicado. Agradeço a Jesus Lino por compartilhar e me permitir adotar, cuidar e transformar seu projeto de evento esportivo em prol do desenvolvimento desta pesquisa, e a toda a comunidade do Vidigal pelo acolhimento e apoio ao projeto. A querida professora Denise Bassani pela generosidade na condução da orientação desta monografia. A todos os colegas e mestres do curso de Gestão de Projetos pela troca de experiências, e a toda a equipe de Coordenação e apoio do LabCEO/UFF, sempre profissional, cordial e prestativa. Por fim, agradeço a Márcia Frias, Paulo Frias, Neyliane Santos, Gustavo Samico e todos que sabem ter feito parte desta jornada, direta ou indiretamente. O mundo é um lugar melhor com vocês. Sapere aude. Horácio Flaco RESUMO Esta pesquisa trata do estudo de caso de uma competição desportiva, com o objetivo de demonstrar a aplicação de boas práticas de gerenciamento de projetos no planejamento de um evento desta natureza, particularmente nas áreas de Integração, Escopo, Cronograma e Custos. Inicia com a revisão bibliográfica acerca do tema abordado para então ser apresentado o conceito inicial do evento em questão, que emerge espontaneamente dos praticantes da modalidade denominada “altinha”, e culmina na realização da primeira edição. O autor desta pesquisa então auxilia o planejamento de uma reedição. Os registros de planejamento destas duas edições são analisados e embasam a sugestão de novos protótipos de documentos e processos que atendam às necessidades de planejamento de uma nova edição do evento. A importância da pesquisa reside na sua contribuição para um setor da economia que responde por quase 5 % do PIB nacional e que, devido à sua rápida expansão, ainda apresenta lacunas importantes no que diz respeito a práticas de gestão. A pesquisa procura aproximar as melhores práticas em gestão de projetos do público interessado na gestão de eventos, com o intuito de reduzir estas lacunas. Palavras-chave: Gestão de Eventos. Gerenciamento da Integração. Gerenciamento de Escopo. Gerenciamento de Cronograma. Gerenciamento de Custos. ABSTRACT This research is about the case study of a sport event and has a goal to demonstrate Project management best practices applied to an event of this nature, particularly in the Integration, Scope, Schedule and Cost Management areas. It starts from a bibliographic review about the theme, then the initial concept of the event is shown. It emerges spontaneously from “altinha” players and culminates in the event’s first edition. This author then helps them in planning a new edition. The registries of both editions are then analyzed and serve as basis to the suggestion of document prototypes and processes needed for a new edition to be planned. The importance of this research resides in its contribution to a sector of the economy that responds for almost 5 % of NDP (Net Domestic Product) and which, due to its rapid expansion, still has important gaps in its management practices. This research aims to fill these gaps by bringing Project Management best practices closer to the event management public. Keywords: Event Management. Integration Management. Scope Management. Schedule Management. Cost Management. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Rodas simultâneas de altinha ao longo da praia de Ipanema. ................... 14 Figura 2: Jogador de altinha acertando um shark-attack. ......................................... 14 Figura 3: Processos por grupo e área de conhecimento. .......................................... 21 Figura 4: Exemplo de interações de grupos de processos dentro de um projeto ou fase. .......................................................................................................................... 30 Figura 5: O framework EMBOK, ................................................................................ 33 Figura 6: Apresentação do projeto da 1ª Liga de Altinha do Vidigal à SEELJE/RJ. .. 38 Figura 7: Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto. ........................................... 46 Figura 8: Definir o Escopo. ........................................................................................ 47 Figura 9: Maquete Eletrônica I. ................................................................................. 47 Figura 10: Maquete Eletrônica II. .............................................................................. 48 Figura 11: Criar a EAP. ............................................................................................. 48 Figura 12: Desenvolver o Cronograma. .................................................................... 49 Figura 13: Estimar os Custos. ................................................................................... 51 Figura 14: Determinar o Orçamento. ......................................................................... 52 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS EAP Estrutura Analítica do Projeto EMBOK Event Management Body of Knowledge NASA National Aeronautics and Space Administration PMBOK Project Management Body of Knowledge PMI Project Management Institute SEELJE/RJ Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro TAP Termo de Abertura do Projeto SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 13 1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA ..................................................................................... 15 1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................... 15 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16 1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 16 1.5 QUESTÕES DE PESQUISA ............................................................................... 16 1.6 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 17 1.7 METODOLOGIA DO TRABALHO ....................................................................... 17 1.8 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ....................................................................... 17 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 19 2.1 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETO ................................................ 19 2.1.1 Áreas de Conhecimento ................................................................................ 22 2.1.1.1 Gerenciamento da Integração ....................................................................... 22 2.1.1.2 Gerenciamento do Escopo ............................................................................ 23 2.1.1.3 Gerenciamento do Cronograma .................................................................... 23 2.1.1.4 Gerenciamento dos Custos ........................................................................... 24 2.1.1.5 Gerenciamento da Qualidade ........................................................................ 25 2.1.1.6 Gerenciamento dos Recursos ....................................................................... 25 2.1.1.7 Gerenciamento das Comunicações............................................................... 26 2.1.1.8 Gerenciamento dos Riscos ........................................................................... 27 2.1.1.9 Gerenciamento das Aquisições ..................................................................... 27 2.1.1.10 Gerenciamento das Partes Interessadas .................................................... 28 2.1.2 Grupos de Processos .................................................................................... 29 2.2 EVENTOS E GESTAO DE EVENTOS ................................................................ 30 2.2.1 Evento ............................................................................................................. 30 2.2.2 Gestão de Eventos ......................................................................................... 33 3. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 36 3.1 O TORNEIO ALTINHA-EQUILÍBRIO DO VIDIGAL (2014) .................................. 36 3.2 A PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL (2017) ........................................ 36 3.2.1 Escopo ............................................................................................................ 38 3.2.1.1 Gestão do Projeto ......................................................................................... 39 3.2.1.2 Torneio .......................................................................................................... 39 3.2.1.3 Arena Vidigal ................................................................................................. 40 3.2.1.4 Marketing....................................................................................................... 40 3.2.1.5 Captação de Recursos .................................................................................. 41 3.2.1.6 Atrações ........................................................................................................ 41 3.2.1.7 Documentação .............................................................................................. 42 3.2.1.8 Evento ........................................................................................................... 42 3.2.1.9 Encerramento ................................................................................................ 42 3.2.2 Cronograma .................................................................................................... 42 3.2.3 Orçamento ...................................................................................................... 43 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 44 4.1 RESULTADO DA ANÁLISE DE DOCUMENTOS ................................................ 44 4.2 PLANO DE GERENCIAMENTO DO PROJETO ................................................. 45 4.2.1 Integração ....................................................................................................... 45 4.2.1.1 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto ............................................... 45 4.2.2 Escopo ............................................................................................................ 46 4.2.2.1 Definir o Escopo ............................................................................................ 46 4.2.2.2 Criar a EAP ................................................................................................... 48 4.2.3 Cronograma .................................................................................................... 49 4.2.3.1 Desenvolver o Cronograma ........................................................................... 49 4.2.4 Custos ............................................................................................................. 50 4.2.4.1 Estimar os custos .......................................................................................... 50 4.2.4.2 Determinar o Orçamento ............................................................................... 51 5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 53 5.2 ANÁLISE DAS QUESTÕES ................................................................................ 54 5.3 RECOMENDAÇÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................................ 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 55 APÊNDICES ............................................................................................................. 58 APÊNDICE A: TERMO DE ABERTURA DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ............................................................................................... 58 APÊNDICE B: DECLARAÇÃO DE ESCOPO DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ............................................................................... 61 APÊNDICE C: EAP DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ................................................................................................................... 62 APÊNDICE D: DICIONÁRIO DA EAP DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ..................................................................................................... 63 APÊNDICE E: CRONOGRAMA DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ............................................................................................................. 66 APÊNDICE F: ORÇAMENTO DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ............................................................................................................. 67 ANEXOS ................................................................................................................... 69 ANEXO A: PROJETO DO 1º TORNEIO ALTINHA-EQUILÍBRIO DA PRAIA DO VIDIGAL (2014) ......................................................................................................... 69 ANEXO B: APRESENTAÇÃO DA REUNIÃO DE KICK OFF DO PROJETO PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM 2 DE AGOSTO DE 2017 .............. 72 ANEXO C: APRESENTAÇÃO DO PROJETO PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL À SECRETARIA ESTADUAL DE ESPORTE, LAZER E JUVENTUDE (SEELJE/RJ) EM OUTUBRO DE 2017 ..................................................................... 80 ANEXO D: EAP DA 1ª LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL .......................................... 92 ANEXO E: CRONOGRAMA DA 1A LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM OUTUBRO DE 2017 ................................................................................................. 93 ANEXO F: ORÇAMENTO DA PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM OUTUBRO DE 2017 ................................................................................................. 97 1. INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O setor de eventos movimentou em 2013, R$ 209 bilhões, ou 4,3 % do Produto Interno Bruto nacional (OBSERVATÓRIO, 2013, p. 37). Depois desta pesquisa, o Brasil ainda foi palco da Copa do Mundo de Futebol em 2014, cujo impacto na economia nacional foi estimado em R$ 183,2 bilhões (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2010, p. 4), e o Rio de Janeiro sediou pela primeira vez os Jogos Olímpicos de Verão em 2016, com impacto estimado em US$ 24,4 bilhões (AGUIAR, 2012, p. 49). Segundo Giacaglia (2010, p. 4), “o setor apresenta crescimento médio de 7 % ao ano”, o que reforça a relevância do setor de eventos para a economia. As competições esportivas são apenas um dentre vários tipos de eventos possíveis no campo dos eventos voltados para o lazer, turismo e cultura. Para Watt (2004, p. 16), cada tipo de evento tem “suas características e necessidades próprias, que devem ser identificadas e atendidas”. O futebol, esporte mais praticado no mundo (SAWE, 2018), inspirou também a criação de outras modalidades, como o futsal, futebol de areia, futevôlei etc., sendo este último considerado um esporte genuinamente carioca por ter sido criado por um grupo de amigos devido à proibição da prática do futebol nas areias da praia de Copacabana no ano de 1965 (DACOSTA, 2005, p. 740). Rondinelli (2019) explica que “qualquer esporte que não utilizasse rede e um espaço seguramente delimitado, não poderia ser praticado naquele local”, então o grupo decidiu adaptar o jogo à quadra de voleibol de praia. As regras inicialmente permitiam cinco atletas de cada lado, sendo adaptada com o tempo para duplas e até mesmo um contra um. O esporte ganhou popularidade e viveu seu auge nos anos 90, com o surgimento de entidades esportivas (associações e federações) e disputas em circuitos nacional e mundial da modalidade (DACOSTA, 2005, p. 465). Já o surgimento da altinha é escasso em documentação, mas acredita-se que tenha surgido concomitantemente ao futevôlei ainda nos anos 60 (CASTRO, 2017). De fato, o exercício de manter o controle da bola no ar sozinho, em dupla ou até mesmo em grupo é bastante difundido e intuitivo para praticantes de futebol e/ou futevôlei. 14 Do objetivo de simplesmente manter a bola no ar, a altinha evoluiu nas últimas décadas até chegar à dinâmica que pode ser observada hoje em praticamente toda a orla da zona sul carioca, com destaque particular para a região do posto 9 na praia de Ipanema (Figura 1). Figura 1: Rodas simultâneas de altinha ao longo da praia de Ipanema. Fonte: JOSEPH, 2017. A plástica do esporte hoje reside nos movimentos adaptados do futevôlei, como o “shark-attack” (quando o jogador salta e golpeia a bola com a planta do pé – Figura 2), escorpião (quando a bola passa pela cabeça do jogador e ele a busca atrás de si com o calcanhar) e outros mais conhecidos como bicicleta, toque “de letra” etc., além de uma dinâmica de forte ataque e defesa que aumenta o desafio e privilegia o espectador (JOSEPH, 2017). Figura 2: Jogador de altinha acertando um shark-attack. Fonte: CHAGAS, 2019 15 No entanto, diferente de outras modalidades derivadas do futebol, incluindo o já mencionado futevôlei, até o momento a altinha não atraiu a mesma atenção do público nem da iniciativa privada como modalidade a ser explorada comercialmente por empresas ligadas ao mercado de produtos esportivos. Nem mesmo um evento dedicado aos esportes praticados em praias e patrocinado por uma empresa de telecomunicações realizado em 2018 no Rio de Janeiro contemplou a modalidade (OI, 2018). Uma fabricante de bebidas realizou duas edições de um torneio de altinha no Rio de Janeiro nos anos de 2010 (MILANTONI, 2010) e 2012 (GLOBO, 2012), cuja participação, no entanto, ficou restrita à quartetos exclusivamente femininos. Observando este cenário, praticantes de altinha da Prainha do Vidigal dedicaram-se à realização de um torneio da modalidade, tendo uma edição realizada em 2014 e outra planejada no ano de 2017. A presente pesquisa trata de uma proposta de reedição do evento, planejada seguindo boas práticas em gestão de projetos difundidas pelo Project Management Institute (PMI). 1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA A situação problema é, dentro do contexto do setor de eventos, refletir sobre a adoção de boas práticas em gerenciamento de projetos no planejamento de um evento desportivo, tendo como exemplo o caso do planejamento de um torneio de altinha na praia de Ipanema. 1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO Este estudo é uma contribuição para organizadores de eventos esportivos, com objetivo de apoiar a elaboração de um planejamento estratégico de um evento esportivo realizado na praia, utilizando boas práticas em gestão de projetos propostas pelo PMI (2017). 16 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho é propor a aplicação das boas práticas de gerenciamento de projetos preconizadas pelo PMI nas áreas de conhecimento de integração, escopo, cronograma e custos no planejamento do um evento esportivo denominado 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro. 1.4.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos desta pesquisa são: • Revisar a bibliografia sobre gerenciamento de projetos referentes às áreas de conhecimento de integração, escopo, prazo e custo; • Revisar a bibliografia sobre gerenciamento de eventos; • Propor protótipos de documentos padronizados que atendam às necessidades de planejamento do projeto 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro. 1.5 QUESTÕES DE PESQUISA Tendo esta monografia o objetivo geral de aplicar as boas práticas de gerenciamento de projetos preconizadas no PMBOK (PMI, 2017), foram elaboradas respostas para as seguintes questões de pesquisa: • Como o planejamento de um evento desportivo pode se beneficiar do conhecimento já existente sobre gerenciamento de projetos? • Quais os processos e documentos de apoio necessários para a entrega do produto proposto? 17 1.6 DELIMITAÇÃO DO TEMA O estudo foi limitado ao gerenciamento do projeto do evento esportivo denominado 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro, a ser realizado na orla do Rio de Janeiro durante o verão, devido à ligação da modalidade com a localidade e a cultura em torno da estação. Foram considerados os processos de gerenciamento das áreas de conhecimento de integração, escopo, prazo e custo, não sendo consideradas, para fins deste trabalho, as demais áreas de conhecimento propostas pelo PMI. 1.7 METODOLOGIA DO TRABALHO Por se tratar de um evento relativamente inédito, não foram encontradas referências bibliográficas suficientes versando sobre a modalidade esportiva em questão. Portanto, com o objetivo de compreender a situação problema e propor processos gerenciais e documentos de apoio que orientem as ações necessárias para a realização do evento objeto deste trabalho, além de constituir material bibliográfico acerca da temática, optou-se por realizar pesquisa exploratória que, segundo Selltiz et al. apud Gil (2002, p. 41) envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”. O estudo inicia-se com a revisão bibliográfica sobre os temas gestão de eventos e gerenciamento de projetos, para, em seguida, analisar o planejamento do evento objeto deste trabalho através de estudo de caso na modalidade instrumental, que, segundo Stake apud Gil (2002, p. 139) “é desenvolvido com o propósito de auxiliar no conhecimento ou redefinição de determinado problema”, uma vez que o objetivo é propor o aprimoramento do planejamento de um projeto de evento esportivo. 1.8 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O presente estudo é composto de cinco capítulos. O primeiro introduz o assunto abordado e justifica a escolha do tema para em seguida definir a situação 18 problema, delimitar o tema, descrever os objetivos e formular as questões de pesquisa. O segundo capítulo traz a fundamentação para o trabalho através de referencial teórico que embase o desenvolvimento de soluções para as questões da pesquisa. No terceiro capítulo são apresentados os casos que inspiraram e servem de base para o desenvolvimento do projeto em questão. O quarto capítulo traz a análise dos resultados obtidos do caso e as sugestões de processos e protótipos de documentos sugeridos para o evento proposto. Por fim, o quinto capítulo conclui com as respostas para as questões de pesquisa, considerações finais e recomendações para trabalhos futuros. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETO O Project Management Institute (PMI) é atualmente a instituição líder global na “disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades de gestão profissional de projetos” (TORREÃO, 2007). Fundado nos Estados Unidos por seus 5 primeiros voluntários em 1969 no auge dos projetos espaciais da NASA devido à necessidade de organizar, estudar e compartilhar as boas práticas em gerenciamento de projetos, o instituto hoje contabiliza mais de 565 mil filiados em 301 Chapters ao redor do mundo, sendo mais de 10 mil membros em 15 Chapters no Brasil (SOTILLE, 2019). Outras organizações ao redor do mundo também estudam, compilam e distribuem conhecimento em projetos e também oferecem certificações, sendo a PRINCE2 uma das mais populares, principalmente no Reino Unido. No entanto, em números absolutos de profissionais certificados, o PMI ainda lidera ao redor no mundo (SANTOS, 2016). Segundo o PMI, “projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMI, 2017). Nesse sentido, gerenciar projetos é uma atividade que o homem enquanto animal social já exerce desde a pré-história, uma vez que são incontáveis os exemplos [de esforço temporário empreendido pela humanidade afim de alcançar resultados únicos desde a revolução cognitiva, entre 30 mil e 70 mil anos atrás (HARARI, 2017, p. 30). Da construção das pirâmides de Gizé, da grande muralha da China e do Taj Mahal ao envio de seres humanos ao espaço (retornando em segurança), todos são considerados pelo PMI (2017, p. 1) como resultados únicos alcançados pela humanidade através do gerenciamento de projetos, ainda que de forma arcaica. Vargas (2009) define projeto como empreendimento não repetitivo com sequência clara e lógica de eventos e conduzidos por pessoas dentro de parâmetros previamente estabelecidos de tempo, custos, recursos e qualidade. Estes conceitos são simplificados por Meredith apud Vargas (2009): “projeto é uma atividade única e exclusiva com um conjunto de resultados desejáveis em seu término”. 20 No contexto moderno, a gestão de projetos teve seu marco inicial em demandas nos setores aeroespacial, defesa e indústrias de construção civil há pelo menos 50 anos (KERZNER, 2015, p. 1). Além de certificações reconhecidas no mundo todo, o esforço do PMI em organizar e compartilhar o conhecimento em projetos culmina no guia de boas práticas em gerenciamento de projetos “Project Management Body of Knowledge” (PMBOK). As boas práticas são apresentadas em 47 processos que cobrem 10 áreas de conhecimento, separados em 5 grupos de acordo com sua função ao longo do (Figura 3). As áreas de conhecimento são: • Gerenciamento da Integração • Gerenciamento do Escopo • Gerenciamento do Cronograma • Gerenciamento dos Custos • Gerenciamento da Qualidade • Gerenciamento dos Recursos • Gerenciamento da Comunicação • Gerenciamento dos Riscos • Gerenciamento das Aquisições • Gerenciamento das Partes Interessadas Os grupos de processos são: • Grupo de processos de Iniciação • Grupo de processos de Planejamento • Grupo de processos de Execução • Grupo de processos de Monitoramento e Controle • Grupo de processos de Encerramento 21 Figura 3: Processos por grupo e área de conhecimento. Fonte: PMI, 2017. 22 2.1.1 Áreas de Conhecimento 2.1.1.1 Gerenciamento da Integração Gerir a integração do projeto significa “estruturar todo o projeto de modo a garantir que as necessidades dos envolvidos sejam atendidas pelo projeto” (VARGAS, 2009). É através dos processos de Integração que o gerente de projetos busca identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os demais processos e atividades do projeto do projeto. Ou seja, o grupo abrange processos que devem ser aplicados desde o início do projeto até a sua conclusão (PMI, 2017). Os processos de Gerenciamento da Integração são: ➢ Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto, que formaliza a autorização e o início dos trabalhos do projeto; ➢ Desenvolver o Plano de Gerenciamento do Projeto, que é a definição, preparação, coordenação e consolidação de um plano integrado de gerenciamento do projeto; ➢ Orientar e Gerenciar o Trabalho do Projeto, ou seja, liderar a execução do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto, bem como liderar mudanças aprovadas para atingir os objetivos do mesmo; ➢ Gerenciar o Conhecimento do Projeto, visando utilizar o conhecimento existente e criar novos conhecimentos necessários para atingir os objetivos do projeto; ➢ Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto, cujo objetivo é acompanhar, analisar e relatar o progresso do projeto em relação aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto; ➢ Realizar o Controle Integrado de Mudanças, processo essencial pois através dele são gerenciadas as mudanças do projeto; e ➢ Encerrar o Projeto ou Fase, processo que finaliza as atividades do projeto, fase ou contrato. Os processos de Gerenciamento da Integração utilizados neste projeto são abordados no item 4.2.1. 23 2.1.1.2 Gerenciamento do Escopo O gerenciamento do escopo congrega os processos que delimitam o trabalho a ser realizado para que o projeto seja entregue com sucesso. Gerenciar o escopo é “definir e controlar o que está e o que não está incluído no projeto” (PMI, 2017). Os processos de gerenciamento do escopo do projeto são: ➢ Planejar o gerenciamento do escopo, ou seja, documentar o plano para controlar como o escopo do projeto será definido, validado e controlado; ➢ Coletar os requisitos, que significa entender, documentar e gerenciar as necessidades das partes interessadas; ➢ Definir o escopo, ou seja, gerar uma descrição minuciosa do projeto/produto; ➢ Criar a EAP, processo que subdivide o trabalho do projeto em pacotes de trabalho menores e mais fáceis de gerenciar; ➢ Validar o escopo, processo no qual é formalizada a aceitação das entregas concluídas do projeto; e ➢ Controlar o escopo, que significa monitorar o status do projeto, bem como as alterações operadas na linha de base do escopo. Os processos de Gerenciamento do Escopo utilizados neste projeto serão detalhados no item 4.2.2. 2.1.1.3 Gerenciamento do Cronograma O gerenciamento do cronograma (e também a gestão de custos, item 2.2.4) é uma das áreas mais visíveis do gerenciamento de projetos. “O principal objetivo desta área é garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo determinado” (VARGAS, 2009). Esta área de conhecimento agrega os processos necessários para que o projeto seja entregue no prazo estipulado (PMI, 2017). Os processos de gerenciamento de cronograma são: ➢ Planejar o Gerenciamento do Cronograma, ou seja, estabelecer e documentar as diretrizes que guiarão o planejamento, gerenciamento, execução e controle dos prazos do projeto; desenvolvimento, 24 ➢ Definir as atividades, ou seja, identificar e documentar as atividades específicas que devem ser concluídas para produzir as entregas do projeto; ➢ Sequenciar as atividades, que significa identificar e documentar as interdependências entre as atividades do projeto; ➢ Estimar as durações das atividades, o processo que avalia a quantidade de tempo de trabalho necessário para concluir as atividades com os recursos estipulados; ➢ Desenvolver o cronograma, que é a análise e documentação da sequencia de atividades, durações, requisitos de recursos e restrições de cronograma, a fim de executar, monitorar e controlar o tempo de execução do projeto; e ➢ Controlar o Cronograma, ou seja, monitorar o status do projeto e gerenciar mudanças na linha de base do cronograma. Os processos de Gerenciamento do Cronograma utilizados neste projeto serão detalhados no item 4.2.3. 2.1.1.4 Gerenciamento dos Custos Os processos da área de gerenciamento dos custos têm o objetivo de planejar, estimar, orçamentar, financiar, gerenciar e controlar dos custos a fim de realizar o projeto dentro do orçamento estimado e aprovado (PMI, 2017). Os processos são: ➢ Planejar o Gerenciamento dos custos, onde é definido como serão feitas as estimativas, o orçamento, o gerenciamento, o monitoramento e o controle dos custos; ➢ Estimar os custos, processo no qual são calculados aproximadamente os recursos monetários necessários para concluir o projeto; ➢ Determinar o orçamento, ou seja, agregar os custos estimados das atividades individualmente a fim de estabelecer uma linha de base do orçamento autorizado; e ➢ Controlar os custos, no qual o status do projeto é monitorado a fim de atualizar custos e gerenciar mudanças na linha de base orçada. 25 Os processos de Gerenciamento de Custos utilizados neste projeto serão detalhados no item 4.2.4. 2.1.1.5 Gerenciamento da Qualidade A área de conhecimento concentra os processos necessários para o planejamento, gerenciamento e controle dos requisitos de qualidade, de modo a atender os objetivos das partes interessadas (PMI, 2017). Os processos de gerenciamento da qualidade são: ➢ Planejar o Gerenciamento da Qualidade, onde são identificados e documentados os requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e das entregas intermediárias que o compõem. ➢ Gerenciar a Qualidade, ou seja, transformar o planejamento da qualidade em atividades executáveis que traduzam no projeto as políticas de qualidade da organização; e ➢ Controlar a Qualidade, no qual as expectativas do cliente sejam atendidas por meio o monitoramento, registo e avaliação do desempenho das atividades de gerenciamento da qualidade executadas. Os processos de Gerenciamento da Qualidade não fazem parte do escopo desta monografia, portanto não serão mencionados adiante. 2.1.1.6 Gerenciamento dos Recursos O recurso certo disponível na hora e no local certo. Este é o objetivo do grupo de processos responsável pela identificação, aquisição e gerenciamento dos recursos necessários para a conclusão do projeto (PMI, 2017). Os processos são: ➢ Planejar o Gerenciamento dos Recursos, traduzido na identificação, aquisição e gerenciamento dos recursos físicos e humanos; ➢ Estimar os Recursos das Atividades, sejam pessoas, materiais equipamentos ou suprimentos (quantidade e especificações) necessários para concluir o projeto; 26 ➢ Adquirir Recursos, captar membros da equipe, obter instalações equipamentos, materiais e suprimentos necessários; ➢ Desenvolver a equipe, ou seja, adquirir competências, melhorar a interação da equipe e, consequentemente, o ambiente e assim favorecer o desempenho. ➢ Gerenciar a equipe, que na pratica significa acompanhar o desempenho da equipe, fornecer feedback, solucionar conflitos e gerenciar mudanças; e ➢ Controlar os recursos, que garante que os recursos estimados estejam disponíveis conforme planejado, assim como monitorar o uso planejado versus o uso real destes recursos, além de executar ações corretivas conforme a necessidade. Os processos de Gerenciamento da Qualidade não fazem parte do escopo desta monografia, portanto não serão mencionados adiante. 2.1.1.7 Gerenciamento das Comunicações O Gerenciamento das Comunicações do projeto visa desenvolver uma estratégia que garanta uma comunicação eficaz para as partes interessadas e realizar as atividades necessárias para a implementação desta estratégia (PMI, 2017). De acordo com Vargas (2009), o gerente de projeto usa os processos de gerenciamento das comunicações para “assegurar que o time de projeto trabalhe de maneira integrada” na solução de problemas e aproveitamento de oportunidades. Os processos desta área de conhecimento são: ➢ Planejar o Gerenciamento das Comunicações, ou seja, desenvolver um plano adequado para as atividades de comunicação de acordo com as necessidades de cada parte interessada; ➢ Gerenciar as Comunicações, traduzido na “coleta, distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento, monitoramento e disposição final das informações de forma oportuna e adequada”; e ➢ Monitorar as Comunicações, processo que busca garantir que sejam atendidas as necessidades de informação das partes interessadas. Os processos de Gerenciamento das Comunicações não fazem parte do escopo desta monografia e, portanto, não serão mencionados adiante. 27 2.1.1.8 Gerenciamento dos Riscos O Gerenciamento dos Riscos visa aumentar a probabilidade/impacto dos riscos positivos e reduzir a probabilidade/impacto dos riscos negativos (PMI, 2017). Os riscos estão associados a incertezas, portanto quanto mais conhecimento a equipe do projeto adquire ao longo do mesmo, menores se tornam as incertezas e, consequentemente, menores os riscos (KERZNER, 2015). Os processos de gerenciamento dos riscos são: ➢ Planejar o gerenciamento dos riscos, que define como será conduzido o gerenciamento dos riscos do projeto; ➢ Identificar os riscos, que abrange a identificação dos riscos individuais, fontes de riscos gerais e documentação das características dos mesmos; ➢ Realizar a análise qualitativa dos riscos, ou seja, priorizar os riscos e avaliar probabilidade de ocorrência e impacto caso ocorram, além de outras características; ➢ Realizar a análise quantitativa dos riscos, que significa analisar numericamente o efeito combinado dos riscos e outras fontes de incerteza nos objetivos gerais do projeto; ➢ Planejar as respostas aos riscos, ou seja, levantar alternativas, selecionar estratégias e desenvolver ações para lidar com os riscos do projeto; ➢ Implementar respostas a riscos, por em prática as ações acordadas na ocorrência de cada risco; e ➢ Monitorar os riscos, traduzido no acompanhamento dos riscos, das respostas implementadas, bem como na constante identificação e análise de novos riscos e avaliação da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos ao longo do projeto. Os processos de Gerenciamento dos Riscos não fazem parte do escopo desta monografia, portanto não serão mencionados adiante. 2.1.1.9 Gerenciamento das Aquisições Área de conhecimento que abrange “os processos necessários para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto” (PMI, 2017). 28 Os processos de gerenciamento das aquisições são: ➢ Planejar o gerenciamento das aquisições, ou seja, documentar as decisões de compras do projeto, especificar abordagem e identificar potenciais fornecedores; ➢ Conduzir as aquisições, onde se obtém respostas e selecionam-se os fornecedores e adjudicam-se contratos; e ➢ Controlar as aquisições, ou seja, gerenciar relacionamentos com fornecedores, monitorar o desempenho, fazer alterações e correções conforme apropriado e encerrar contratos. Os processos de Gerenciamento das Aquisições não fazem parte do escopo desta monografia, portanto não serão mencionados adiante. 2.1.1.10 Gerenciamento das Partes Interessadas Os processos de gerenciamento das partes interessadas buscam identificar todas as pessoas, grupos ou organizações que podem impactar ou serem impactados pelo projeto, analisar suas expectativas e potencial impacto no resultado do projeto e traçar estratégias de gerenciamento que mantenham um grau apropriado de engajamento dos mesmos, a fim de que impactem positivamente no resultado do projeto (PMI, 2017). Os processos desta área de conhecimento são: ➢ Identificar as partes interessadas, traduzido na identificação, análise e documentação contínua das partes interessadas e informações relevantes sobre seus interesses, envolvimento, interdependências, influência e impacto potencial no sucesso do projeto; ➢ Planejar o engajamento das partes interessadas, ou seja, desenvolver abordagens para envolvê-las no projeto com base em suas necessidades, expectativas, interesses e potencial impacto no projeto; ➢ Gerenciar o engajamento das partes interessadas, ou seja, trabalhar para atender as expectativas das mesmas, lidar com suas questões e promover seu engajamento; e ➢ Monitorar o engajamento das partes interessadas, sua relação com o projeto e adaptar as estratégias de engajamento. 29 Para fins desta monografia, as Partes Interessadas serão somente identificadas no Termo de Abertura do Projeto (Apêndice A), não sendo o item aprofundado no trabalho. 2.1.2 Grupos de Processos Além do agrupamento por área de conhecimento, os processos de gerenciamento de projetos são também classificados de acordo com sua função no cumprimento dos objetivos do projeto. Os grupos de processos, descritos abaixo, não devem ser confundidos com fases do projeto, estas descritas pelo PMBOK como parte do Ciclo de Vida do projeto: ➢ Grupo de processos de Iniciação: definem e autorizam um novo projeto ou fase do projeto; ➢ Grupo de processos de Planejamento: definem o escopo, refinam os objetivos e traçam uma linha de ação necessária para alcançá-los; ➢ Grupo de processos de Execução: processos necessários para concluir o trabalho definido no planejamento do projeto e satisfazer seus requisitos; ➢ Grupo de processos de Monitoramento e Controle: acompanham, analisam e controlam o progresso do trabalho do projeto, de modo a identificar e implementar mudanças necessárias ao longo da execução do projeto; ➢ Grupo de processos de Encerramento: concluem formalmente o projeto, uma das suas fases ou contratos. A Figura 4 apresenta um exemplo de interações possíveis entre os grupos de processos ao longo do projeto. 30 Figura 4: Exemplo de interações de grupos de processos dentro de um projeto ou fase. Fonte: PMI, 2017. 2.2 EVENTOS E GESTAO DE EVENTOS 2.2.1 Evento Maquiavel, quando afirma que os governantes “precisam manter o povo entretido com festas e espetáculos, nas épocas convenientes” evidencia que a importância estratégica dos eventos já é objeto de reflexão há quase 500 anos (Maquiavél, 1532). No dicionário, “evento” é “aquilo que acontece; acontecimento” (EVENTO, 2018). Watt (2004, p. 15) acrescenta que “evento” é “qualquer coisa que aconteça, diferentemente de qualquer coisa que exista”. Já Goldblatt apud Paiva e Neves (2008, p. 5) define um evento como “um momento único no tempo, com cerimônia e ritual, para satisfazer necessidades específicas”. Estas definições se assemelham aos conceitos de projetos citadas no item 2.1, especialmente pelo aspecto de temporalidade presente nos conceitos de ambos os termos, evidenciando uma possível correlação entre a gestão de eventos e a gestão de projetos. A definição de Getz apud Paiva e Neves (2008, p. 7) enfatiza esta perspectiva: “eventos são projetos que visam atender objetivos ou motivações de diversos clientes: financiadores, sociedade, turistas e visitantes”. O setor de eventos no Brasil vem crescendo desde os anos 90, década que marca o início da realização de eventos com objetivos comerciais (GIACAGLIA, 2010, p. 3). Pesquisa de 2013 no setor informa um número de mais de 590 mil eventos realizados naquele ano em todo o país, gerando receita de R$ 209,2 bilhões, o que 31 representa 4,3 % do PIB do ano em questão. Deste total, 27 % foram categorizados como eventos esportivos (OBSERVATÓRIO, 2013). Esta expansão acelerada do setor levou à observação de alguns fenômenos negativos. Em primeiro lugar, evidenciou-se um certo amadorismo quanto a boas práticas de gestão, gerando a necessidade de formação de novos profissionais especializados no gerenciamento de eventos. Outra consequência da expansão foi a pulverização do público: se antes os eventos eram acontecimentos esporádicos, o que aguçava a curiosidade e facilitava a concentração de público, agora ocorrem com frequência muito maior, fazendo o público ter que decidir entre um e outro que, por vezes, ocorrem simultaneamente. Por último, as empresas, que tinham recursos por vezes bastante limitados para patrocínio de eventos, agora recebem um volume de propostas muito superior, o que naturalmente aumenta as exigências de qualidade para fechar esse tipo de acordo (GIACAGLIA, 2010, p. 5-6). As reflexões decorrentes desta realidade indicam a exigência crescente de qualificação e alinhamento dos eventos a uma estratégia organizacional. Seja qual for o tamanho ou atividade exercida pela organização, os eventos tomam tempo, recursos e compromisso de diversos recursos em prol de um resultado específico (WATT, 2004), e, portanto, os eventos hoje são alvo de mecanismos de mensuração de resultados como qualquer outro projeto das empresas (GIACAGLIA, 2010, p. 11), além de ferramenta cada vez mais importante de comunicação entre empresa e público-alvo, conforme Melo Neto apud Martin (2015, p. 36): O que torna o evento uma atividade de marketing é a sua capacidade de juntar o negócio do patrocinador com os consumidores potenciais em um ambiente interativo [...]. Ao dele participarem, tais pessoas interagem com o negócio do patrocinador, tomam conhecimento do seu produto e aprendem a valorizar sua marca. Para tratar de cada evento respeitando suas particularidades, é essencial saber classificar e distinguir os tipos de eventos. Martin (2015, p. 37-41) assim os classifica: ➢ Por abrangência: mundiais, internacionais, latino-americanos, brasileiros, regionais, municipais etc.; ➢ Para competição: esportiva, cultural, artística, concurso, campeonato, torneio, Olimpíadas, etc.; 32 ➢ Para demonstração ou exposição: desfiles, inaugurações, exposições, leilões, shows etc.; ➢ Por data ou frequência: permanentes, esporádicos, únicos ou de oportunidade; ➢ Por categoria e função estratégica: órgão governamental ou privado; ➢ Por dimensão, porte ou tamanho: Macro (ou megaevento), grande, médio ou pequeno; ➢ Por objetivo ou área de interesse: artístico, assistencial, beneficente, científico, cívico, cultural, desportivo, divulgação, educativo, empresarial, filantrópico, folclórico, gastronômico, institucional etc.; ➢ Pelo perfil dos participantes: geral, dirigido, específico ou especializado; ➢ Por tipo de adesão: fechado ou aberto. Cada uma destas classificações pode agrupar inúmeros tipos de eventos, de modo que se faz oportuna a menção aos tipos de eventos mais comuns e utilizados pelo mercado: • Almoço ou jantar; • Bazar; • Campanha; • Casamento; • Comemorações, inaugurações, lançamentos; • Competições, campeonatos, copas, torneios, Olimpíadas; • Concurso; • Conferência, congresso, convenção, fórum, palestra, simpósio; • Desfile, feira, exposição, mostra; • Oficina, workshop; • Festival, show etc. Ainda segundo Martin (2015), compreender tais especificidades é fundamental para embasar o início de um trabalho de organização de eventos. 33 2.2.2 Gestão de Eventos Como observado, a Gestão de Eventos ganhou nas últimas décadas lugar de destaque nas estratégias de relacionamento entre empresa e público-alvo, tornandose uma ferramenta fundamental na comunicação entre as partes. Com este aumento de relevância, diversos autores vêm fomentando estudos com o objetivo de compilar boas práticas para a gestão de eventos. A proposta de framework de gerenciamento de evento denominada Event Management Body of Knowledge (EMBOK) teve início quando William O’Toole o citou em tese sobre a aplicabilidade dos princípios de gestão de projetos no gerenciamento de eventos (RAMALHO et al, 2013, p. 123). É um modelo desenvolvido com estrutura análoga ao PMBOK, principalmente em dois aspectos: ciclo de vida e áreas de conhecimento. O modelo categoriza os processos de gerenciamento de eventos em cinco áreas de conhecimento (Administração, Design, Marketing, Operações e Riscos) e as distribui ao longo das cinco fases do ciclo de vida do evento (Iniciação, Planejamento, Implementação, Evento e Encerramento). Além das áreas de conhecimento e fases do ciclo de vida, na figura 5 observamos também cinco valores (Melhoria contínua, Criatividade, Ética, Integração e Pensamento Estratégico) e cinco processos (Avaliar, Selecionar, Monitorar, Comunicar, Documentar). Figura 5: O framework EMBOK, Fonte: O’TOOLE et al., 2005. 34 Para Mallen e Adams (2013, p. 31), o gerente de eventos é, antes de mais nada, um facilitador, alguém que oferece liderança sem assumir o controle. O modelo de planejamento de eventos esportivos, recreativos e turísticos proposto pelos autores atende a 4 fases: ➢ Desenvolvimento, quando o gerente facilita o desenvolvimento de estruturas de governança, redes de relacionamento, políticas, práticas de voluntariado do evento e participação em um programa de responsabilidade social corporativa; ➢ Planejamento Operacional, onde são elaborados os planos operacionais, lógico, sequenciais, detalhados e integrados, bem como planos de contingência e um processo de aprimoramento dos planos; ➢ Execução, monitoramento e gestão, na qual o plano operacional é posto em prática e as atividades são monitoradas a fim de identificar irregularidades e administrar desvios dos planos e; ➢ Avaliação e Reedição, quando ocorre a seleção dos elementos do evento passíveis de avaliação, a a execução de atividades de avaliação e o cumprimento das recomendações de avaliação. Já Paiva e Neves (2008, p. 86-87) defendem, defendem um roteiro de planejamento de projetos de eventos baseado nas seguintes fases: ➢ Preparação do evento, na qual são sugeridas atividades tais como levantar as necessidades do evento, elaborar alternativas para tais, identificar objetivos específicos, coletar informações sobre participantes, patrocinadores, listar resultados desejados, estimar exequibilidade econômica e técnica, estimar tempo e recursos necessários, estabelecer diretrizes e elaborar contornos do projeto; ➢ Estruturação do Projeto do Evento, que visa o detalhamento do projeto, por exemplo definir o produto, escolher local, definir data, elaborar estratégia de comunicação e marketing, definir cronograma básico, definir programação social, cultural e artística, etc. Maximiano apud Paiva e Neves (2008) afirma que “a proposta do projeto deve conter três elementos essenciais”: produto, prazo e custo, “acrescentando-se outras informações como justificativa, equipe, currículo e a forma de administração”; ➢ Execução, etapa na qual o plano do evento é posto em prática e que recebe dos autores um destaque em relação a pesquisa de opinião, que deve preferencialmente ser realizada o quanto antes para evitar que o passar do tempo 35 distancie os participantes do evento, acarretando em pouca quantidade e qualidade das respostas; ➢ Conclusão, etapa na qual é feita a desmobilização dos recursos, apresentação de relatórios e balanços do evento e onde devem estar previstas ações de divulgação do pós-evento, serviços complementares, análise e avaliação dos resultados obtidos em comparação com o que foi esperado no planejamento. Por fim, a abordagem proposta por Martin (2015, p. 75), para quem o trabalho de organização de um evento é separado em três etapas: ➢ Pré-evento, fase essencial onde ocorre a definição do projeto, os objetivos gerais e específicos que nortearão o planejamento de todas as atividades e o detalhamento do orçamento, além da tomada de decisões importantes sobre os fornecedores, equipe a ser mobilizada, produtos e serviços que serão oferecidos e o desenvolvimento de controles administrativos e financeiros; ➢ Evento, também chamada por alguns autores de “trans-evento”, onde é acionado o esforço planejado na fase anterior, como montagem da estrutura do evento, operacionalização de fornecedores, atendimento ao público e equipe do evento; ➢ Pós-evento, caracterizada principalmente pela desmobilização de toda a estrutura, acertos financeiros, pagamento de fornecedores, devolução de materiais não utilizados e apresentação de relatórios financeiro e de desempenho ao cliente (dono do evento). A revisão bibliográfica evidencia a relevância de alguns processos em comum entre as abordagens citadas, como a definição dos objetivos a serem alcançados, compreensão das necessidades das partes envolvidas nos eventos (patrocinador, equipes, público, terceiros etc.), precisão no detalhamento do escopo e clareza na elaboração do cronograma e orçamento, além de ressaltar a importância dos processos de monitoramento e controle durante o evento e os processos relacionados ao encerramento do mesmo. Por opção metodológica, o trabalho deste estudo restringe-se ao apoio à fase inicial de planejamento de um evento desportivo, não avançando sobre as fases de execução e pós-evento. 3. ESTUDO DE CASO 3.1 O TORNEIO ALTINHA-EQUILÍBRIO DO VIDIGAL (2014) Idealizado e produzido por dois moradores do Morro do Vidigal, o 1º Torneio Altinha-Equilíbrio ocorreu em dezembro de 2014 na Praia do Vidigal, faixa de areia pouco conhecida localizada às margens da Avenida Niemeyer, entre os bairros do Leblon e São Conrado no Rio de Janeiro, onde se encontra também um hotel de conhecida rede internacional de hospedagens. O local, que por muitos anos foi divulgado como praia particular do hotel e, por isto, alvo de incansáveis protestos da comunidade, foi batizado oficialmente como Prainha do Vidigal em 2015 pelo então prefeito Eduardo Paes (RIO DE JANEIRO, 2015). Hoje os moradores buscam associar o local à comunidade. Ainda que com acesso pouco facilitado por uma escadaria de mais de 140 degraus, é comum ver banhistas locais compartilhando o espaço na areia e na água com os hóspedes do hotel, que acessam o local por um dos seis elevadores ou da escada rolante do resort (DAFLON, 2017). O planejamento inicial do evento (Anexo A) previa, além da competição, atrações artísticas e oficinas de paisagismo e grafite oferecidas por profissionais locais, além de sonorização com DJ. Apesar da solidariedade de comerciantes locais, o orçamento de 800 reais e a pouca experiência da dupla em organização de eventos não foi suficiente para garantir a execução de toda a agenda programada. Mesmo assim, seis quartetos se apresentaram para dois árbitros e público local estimado pelos organizadores em cerca de 100 pessoas. 3.2 A PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL (2017) A centelha do projeto da 1ª Liga de Altinha surgiu em junho de 2017, quando o autor desta monografia conheceu o idealizador do projeto e enxergou na realização de uma nova edição do evento uma oportunidade de colaborar com a comunidade, propondo boas práticas em gestão de projetos preconizadas pelo PMI (2017) no planejamento e realização de uma nova edição no verão seguinte. 37 Durante o mês de julho do mesmo foram realizadas reuniões semanais com o objetivo de levantar ideias, estudar a viabilidade e formatar um escopo inicial do trabalho a ser feito. A reunião de Kick-Off em 2 de agosto de 2017 (Anexo B) apresentou à equipe inicial de quatro voluntários os termos iniciais do projeto, estabelecendo: • Missão, visão e valores; • Escopo com lista de requisitos; • Esboço da área do evento; • EAP; • Cronograma inicial para realizar o evento nos dias 09 e 10 de dezembro de 2017. Nas reuniões seguintes, a principal alteração no escopo foi o aumento da capacidade do torneio de 16 para 48 equipes, adicionando um dia de qualify à agenda do torneio para que apenas os 16 quartetos mais qualificados seguissem para as Finais, a serem disputadas em outros dois dias algumas semanas depois. A apresentação encaminhada em outubro (Figura 6) para obtenção de apoio da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro (SEELJE-RJ), integralmente disponível no Anexo C, deu contornos finais à linha de base do planejamento do evento, contendo: • Escopo Final; • Entregas previstas; • EAP; • Cronograma; • Diagrama de Rede; • Agenda do Evento (prevendo fase de qualificação e finais); • Maquete digital; • Orçamento Bruto; • Planos de patrocínio. 38 Figura 6: Apresentação do projeto da 1ª Liga de Altinha do Vidigal à SEELJE/RJ. Fonte: O autor. O evento acabou não sendo realizado por motivo de força maior relacionado à segurança pública do local (BUSTAMANTE, 2017). Mesmo assim, o planejamento demonstrou a viabilidade do projeto e deixou contribuição relevante para a proposta deste estudo e possível realização no futuro. 3.2.1 Escopo O trabalho de definição do escopo foi direcionado pelos mesmos propósitos que motivaram o projeto do Torneio Altinha-Equilíbrio (item 3.1): dar visibilidade a uma modalidade criada no Rio de Janeiro e praticada há pelo menos 60 anos sem qualquer tipo de incentivo ou organização formal, usar a atratividade do esporte para fomentar ações socioculturais e oferecer entretenimento de qualidade aos frequentadores da Praia do Vidigal no verão, o que daria visibilidade ao local além de impactar positivamente na imagem da comunidade. Para atingir estes objetivos, o trabalho do projeto especificado na EAP (Anexo D) é decomposto em nove grupos: • Gestão do Projeto; • Torneio; • Arena Vidigal; • Marketing; 39 • Captação de recursos; • Atrações; • Documentação; • Evento; • Encerramento. 3.2.1.1 Gestão do Projeto O grupo de tarefas de gestão do projeto reuniu as atividades e documentação julgadas à época essenciais ao planejamento e gerenciamento do trabalho do projeto. Devido à sua relativa simplicidade, o projeto seria gerido e documentado através das seguintes atividades: • Elaborar e controlar EAP; • Elaborar e controlar Cronograma; • Elaborar e controlar planilha de Controle Financeiro; • Elaborar e monitorar Matriz de Engajamento das Partes Interessadas; • Elaborar, monitorar e controlar Análise de Risco; • Elaborar Matriz de Responsabilidades; • Elaborar e controlar Matriz de Comunicações; • Elaborar e controlar planilha de Controle de Aquisições; • Elaborar e controlar Matriz de Requisitos. 3.2.1.2 Torneio Do ponto de vista da competição desportiva, as entregas definidas para a realização foram: ➢ Regulamento e Formato da Competição, a ser elaborado em conjunto com equipe técnica formada por praticantes e profissionais de educação física, tendo como objetivo formalizar o modelo de disputa; ➢ Qualify, cuja execução traz como benefícios: a) aumentar o período de exposição do evento, que teria um dia a mais de disputa; b) maximizar a capacidade de inscrições e comportar 192 jogadores inscritos e; c) servir como filtro técnico para 40 que as finais sejam disputadas pelas equipes de melhor desempenho, privilegiando o espectador. Foi decidido então abrir inscrições para 48 quartetos com um reserva opcional, que disputariam 16 vagas para a fase final da competição, a ser disputada em dois dias (sábado e domingo) algumas semanas depois; ➢ Uniformes, planejados e elaborados com o objetivo de: a) oferecer espaço publicitário para patrocinadores; b) conferir organização estética ao evento e c) fácil identificação dos envolvidos (jogadores, comissão técnica e staff do evento); ➢ Premiação, traduzida em definir, orçar e adquirir itens de premiação (troféus, medalhas e premiação em espécie). Foi definido utilizar o valor arrecadado com as inscrições para arcar com a premiação. 3.2.1.3 Arena Vidigal O conjunto de instalações físicas temporárias para a realização do evento, incluindo área de jogo, tendas da organização e banheiros químicos foi batizado de Arena Vidigal e, para ser considerado entregue, foram planejadas as seguintes atividades: • Visitar o local e medir a área do evento; • Elaborar um esboço das instalações na área do evento; • Desenvolver estrutura octogonal para delimitar a área de jogo com uso de material ecologicamente correto; • Orçar e contratar sistema de sonorização com DJ; • Orçar e contratar tendas; • Orçar e contratar envelopamento das estruturas (área de jogo, tendas, back-drop de premiação) e; • Orçar e contratar banheiros químicos. 3.2.1.4 Marketing Com forte foco no uso de redes sociais, os objetivos de marketing seriam buscados através da seguinte estratégia: • Desenvolver identidade relacionadas); visual do evento (logo e demais artes 41 • Elaborar e produzir um vídeo de divulgação curto; • Planejar, elaborar, lançar e manter campanha nas redes sociais Facebook e Instagram; • Elaborar release e buscar contato com grandes mídias (TV, Rádio e diários impressos). 3.2.1.5 Captação de Recursos A estratégia de captação de recursos foi elaborada com o objetivo de oferecer planos de parceria atrativos para potenciais patrocinadores, notadamente marcas com produtos ou serviços associados à verão, praia e esportes, maximizando a exposição das marcas parceiras através do uso de diversos espaços publicitários como envelopamento das estruturas do evento, espaços nos uniformes, spots durante a locução do evento e convite para evento de encerramento com apresentação dos resultados do projeto. Para tal, foram definidas as atividades a seguir: • Definir Planos de Patrocínio e comissionamento de agentes de captação; • Elaborar a apresentação do projeto para captação; • Treinar agentes de captação e • Contatar possíveis interessados e negociar cotas. 3.2.1.6 Atrações O aspecto sociocultural do evento seria atingido nos intervalos da competição reservados a apresentações de grupos de dança, atrações musicais, palestras curtas com assuntos de interesse social coletivo como preservação ambiental, combate ao racismo, machismo, homofobia, violência doméstica etc. As atividades necessárias para garantir esta entrega foram definidas da seguinte forma: • Definir modelos de atrações; • Contatar atrações e levantar os requisitos das apresentações; • Contratar atrações 42 3.2.1.7 Documentação Neste item foram estabelecidas as atividades para obter e organizar os documentos exigidos para a correta execução e encerramento do evento, sendo estas: • Obtenção de alvará; • Planilha de controle de aquisições. 3.2.1.8 Evento Item que estabeleceria o roteiro a ser cumprido pela organização nos dias de evento, da montagem à desmobilização das instalações. Não chegou a ser produzido. 3.2.1.9 Encerramento O projeto previa o oferecimento de uma reunião de encerramento para equipe do evento, representantes dos parceiros, vencedores do torneio e convidados a fim de comunicar resultados finais do projeto, prestar agradecimentos e encerrar o projeto. A organização do evento esperava realizar esta confraternização em um dos dois principais restaurantes do Morro do Vidigal, no entanto esta atividade não foi iniciada. 3.2.2 Cronograma Com o escopo definido, as tarefas necessárias para o cumprimento das entregas estabelecidas foram definidas, sequenciadas e tiveram suas durações estimadas com o auxílio do software de gerenciamento de projetos OmniPlan. O Anexo E apresenta o cronograma detalhado em outubro de 2017, incluindo informações como interdependências entre tarefas, Início Planejado, Término Planejado, Início, Término, % conclusão, Custos e gráfico de Gantt. 43 3.2.3 Orçamento O orçamento (Anexo F) foi elaborado a partir de pesquisa de mercado de produtos e serviços identificados como necessários para concluir as tarefas definidas na elaboração do cronograma. No documento constam os itens e serviços, código da tarefa na EAP (não preenchido), Custo, Descrição e categoria do item. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 RESULTADO DA ANÁLISE DE DOCUMENTOS Observando os documentos do projeto é possível constatar que, apesar da significativa contribuição para o planejamento do evento em relação à primeira edição em 2014, alguns pontos podem ganhar um novo olhar e serem aprimorados através de um uso mais adequado das boas práticas em gestão de projetos propagadas pelo PMI (2017) e gestão de eventos, principalmente com o objetivo de fazer do projeto um modelo que embase o planejamento de outros eventos esportivos com aspectos semelhantes ao objeto deste estudo: 1) A apresentação de kick-off do projeto atingiu o objetivo de comunicar à equipe o trabalho a ser feito, porém não é suficiente para servir como Termo de Abertura do Projeto; 2) As Partes Interessadas não foram adequadamente identificadas e documentadas. Por opção metodológica, este item não será aprofundado neste trabalho, sendo as partes interessadas identificadas apenas preliminarmente no TAP; 3) O Plano de Gerenciamento do Projeto não foi elaborado de acordo com o planejado; 4) O Dicionário da EAP não foi elaborado. Os critérios de definição do escopo podem ser melhor documentados; 5) A elaboração do cronograma e do orçamento foram realizadas com auxílio do software OmniPlan, permitindo também o controle integrado destas áreas de conhecimento. Contudo, não foram documentados seus respectivos Planos de Gerenciamento. 6) Os riscos do projeto não foram identificados, avaliados e documentados conforme previsto no item 1.1.6 do Anexo E. Por opção metodológica, este item não será aprofundado neste preliminarmente no TAP. trabalho, sendo os riscos identificados apenas 45 4.2 PLANO DE GERENCIAMENTO DO PROJETO 4.2.1 Integração Para o PMI (2017, p. 72), o Gerente do Projeto, enquanto responsável pelo projeto como um todo, é quem integra os resultados dos esforços de cada área do projeto. As demais áreas de conhecimento podem ser gerenciadas por especialistas (por exemplo análise de custos, especialistas em cronograma ou riscos, etc.). O Plano de Gerenciamento da Integração, no entanto, é uma atribuição específica do Gerente do projeto. Entre outras funções, o gerenciamento desta a área de conhecimento visa: • Garantir que as datas finais de entrega do projeto estejam alinhadas; • Concluir todo o trabalho do projeto e encerrar formalmente cada fase; • Gerenciar o desempenho e as mudanças das atividades no PGP; • Medir e monitorar o progresso do projeto e tomar as medidas necessárias para atender aos seus objetivos etc. 4.2.1.1 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto Segundo o PMI (2017, p. 75), “o Termo de Abertura do Projeto (TAP) é o documento que formalmente autoriza a existência de um projeto”, além de indicar o Gerente do projeto e conceder a este a autoridade necessária planejar, executar e controlar o trabalho do projeto. Pode ser elaborado pelo Patrocinador ou em colaboração entre Gerente do projeto e entidade iniciadora, permitindo uma melhor compreensão da finalidade, objetivos e benefícios esperados do projeto. Não deve ser considerado um contrato, porque não há pagamento, promessa ou troca de dinheiro envolvidos na sua criação. Para o evento proposto nesta pesquisa, foi utilizado o processo de “Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto, cujas entradas, ferramentas, técnicas e saídas são observáveis na Figura 7. 46 Figura 7: Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto. Fonte: PMI, 2017. O TAP proposto para o evento 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro (Apêndice A) documenta itens como a justificativa do evento, os principais objetivos específicos, gerente do projeto, premissas, restrições, lista de partes interessadas, e identificação geral de riscos. 4.2.2 Escopo O Gerenciamento do Escopo é o processo no qual é definido e controlado todo o trabalho necessário (e apenas o necessário) para a conclusão de um projeto, incluindo informações sobre o que não está incluído no mesmo. Os processos desta área de conhecimento são apresentados pelo PMI (2017, p. 129) como “processos distintos e com interface definida, embora, na prática, eles se sobreponham e interajam de formas que não podem ser completamente detalhadas”. 4.2.2.1 Definir o Escopo De acordo com o PMI (2017, p. 129), definir o escopo é desenvolver “uma descrição detalhada do projeto e do produto”. Para Vargas (2009), a Declaração do Escopo “baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições que são documentadas durante a iniciação do projeto”. As entradas, ferramentas, técnicas e saídas deste processo são descritas na Figura 8. 47 Figura 8: Definir o Escopo. Fonte: PMI, 2017. A Declaração do Escopo do projeto 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro encontra-se no Apêndice B e baseia-se no escopo dos projetos predecessores (itens 3.1 e 3.2). Uma maquete eletrônica foi produzida a fim de permitir uma visualização inicial do produto a ser entregue (Figuras 9 e 10). Figura 9: Maquete Eletrônica I. Fonte: O autor. 48 Figura 10: Maquete Eletrônica II. Fonte: O autor. 4.2.2.2 Criar a EAP A EAP apresenta de forma estruturada o trabalho do projeto, dividindo as entregas em pacotes de trabalho mais facilmente gerenciáveis (PMI, 2017, p. 156). As entradas, ferramentas, técnicas e saídas deste processo são descritas na Figura 11. Figura 11: Criar a EAP. Fonte: PMI, 2017 49 A EAP e o Dicionário da EAP do projeto 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro são apresentados nos Apêndices C e D. 4.2.3 Cronograma O cronograma é um plano detalhado que representa como e quando o projeto vai entregar o que está previsto no escopo, além de servir como ferramenta de comunicação, gerenciamento de expectativas das partes interessadas e base para a emissão de relatórios de desempenho (PMI, 2017, p. 175). 4.2.3.1 Desenvolver o Cronograma Segundo o PMI (2017, p. 205), é o processo no qual são analisadas a sequência, duração e requisitos de recursos das atividades e restrições de cronograma para criar um modelo que permita o cumprimento do projeto dentro do prazo estipulado. As entradas, ferramentas, técnicas e saídas deste processo são observadas na Figura 12 abaixo: Figura 12: Desenvolver o Cronograma. Fonte: PMI, 2017. 50 Para desenvolver o cronograma do projeto foi utilizado o software MS Project 2016 e seguidos os processos recomendados pelo PMI (2017, p. 175): A equipe de gerenciamento do projeto seleciona um método de elaboração de cronograma, como caminho crítico ou abordagem ágil. Em seguida, os dados específicos do projeto, como atividades, datas previstas, durações, recursos, dependências e restrições são inseridos em uma ferramenta de cronograma para criar um modelo de cronograma para o projeto. O resultado é o cronograma do projeto. O PMI (2017, p. 175) acrescenta que, em projetos menores, a definição, o sequenciamento e a estimativa das atividades são vistos como um único processo, que pode ser realizado por uma pessoa em espaço de tempo relativamente curto. As atividades necessárias para as entregas definidas na EAP foram definidas, sequenciadas e tiveram suas durações e recursos estimados, e o cronograma elaborado para o projeto 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro encontra-se no Apêndice E. 4.2.4 Custos “O gerenciamento dos Custos do projeto preocupa-se principalmente com o custo dos recursos necessários para completar as atividades do projeto” (PMI, 2017, p. 233). Para este trabalho, o gerenciamento dos custos está restrito a estimá-los e determinar a linha de base do orçamento de acordo com os requisitos das entregas elencadas na EAP, não sendo aprofundadas análises financeiras de quaisquer tipos, como por exemplo de viabilidade, rentabilidade, fluxo de caixa etc. 4.2.4.1 Estimar os custos Processo pelo qual se definem os recursos monetários necessários para o projeto. É realizado periodicamente ao longo do projeto pois “trata-se de um prognóstico baseado nas informações conhecidas em determinado momento” (PMI, 2017, p. 240-241). Na Figura 13 abaixo observam-se as entradas, ferramentas, técnicas e saídas deste processo. 51 Figura 13: Estimar os Custos. Fonte: PMI, 2017. Os custos do 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro (Apêndice F) foram estimados baseados no orçamento da 1ª Liga de Altinha do Vidigal (Anexo F), seguindo o método de pesquisa de mercado mencionado no item 3.2.3. 4.2.4.2 Determinar o Orçamento O processo de Determinar o Orçamento estabelece uma linha de base dos custos autorizada a partir das estimativas de custos das atividades ou pacotes de trabalho individualmente. “O orçamento inclui todas as verbas autorizadas para executar o projeto”. A linha de base dos custos deve incluir as reservas de contingência, excluindo, no entanto, as gerenciais. As entradas, ferramentas, técnicas e saídas do processo encontram-se na Figura 14. 52 Figura 14: Determinar o Orçamento. Fonte: PMI, 2017. O orçamento do 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro encontra-se no Apêndice F e tomou como base um modelo de orçamento apresentado em aula1. 1 Modelo apresentado pelo Prof. Nélio Gaspar à turma GPR Rio 17 em 29-08-2017 na disciplina de Orçamentação em Projetos, Rio de Janeiro. 5. CONCLUSÃO 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo buscou demonstrar os benefícios de adotar boas práticas de gerenciamento de projetos no planejamento de um evento desportivo, tendo como contexto o caso de um torneio aberto de altinha, modalidade bastante difundida, porém pouco explorada como ferramenta de comunicação para marcas aderentes à cultura do verão carioca. Inicialmente abordou-se o contexto no qual a oportunidade nasceu e foram introduzidos conceitos básicos de gerenciamento de projetos de acordo com o PMI, seguido de uma revisão bibliográfica acerca dos temas evento e gerenciamento de eventos, explorando principalmente as fases do ciclo de vida dos eventos. Então, foram apresentados e analisados cases de dois eventos antecessores e inspiradores do evento objeto deste estudo: o torneio Altinha-Equilíbrio, realizado em 2014, e a 1ª Liga de Altinha do Vidigal, planejada em 2017, porém não realizada. Observando a cronologia dos eventos nota-se a evolução do planejamento dos mesmos, concomitante a evolução deste pesquisador ao longo do curso. Por fim, foram propostos processos e protótipos de documentos que cobrissem as áreas de conhecimento de Integração, Escopo, Cronograma e Custos de acordo com o PMI no planejamento da proposta de uma nova edição do evento. Ao serem comparados os registros e documentos do planejamento dos três eventos fica evidente que, quanto mais boas práticas são aplicadas, mais robusto fica o planejamento de um evento desportivo neste contexto, o que se traduz em maior confiança no sucesso do projeto. Portanto, o objetivo geral proposto foi atingido ao indicar, no Capítulo 4, os processos das áreas de conhecimento de Integração (item 4.2.1), Escopo (item 4.2.2), Cronograma (item 4.2.3) e Custos (item 4.2.4) que, ao serem adotados, oferecem robustez ao planejamento de um evento desportivo nos moldes do 1º Aberto de Altinha do Rio de Janeiro. Os objetivos específicos foram alcançados através da revisão bibliográfica sobre projetos e gerenciamento de projetos (item 2.1), eventos e gerenciamento de eventos (item 2.2) e a proposição de protótipos de documentos padronizados para o planejamento do evento (Apêndices A, B, C, D, E e F). 54 5.2 ANÁLISE DAS QUESTÕES Como o planejamento de um evento desportivo pode se beneficiar do conhecimento já existente sobre gerenciamento de projetos? O item 4.1 aponta os pontos de melhoria observados no planejamento do evento objeto deste estudo. O item 4.2, lista sugestões de processos a serem adotados nas áreas de conhecimento de Integração, Escopo, Cronograma e Custos. Quais os processos e documentos de apoio necessários para a entrega do produto proposto? Os Apêndices A, B, C, D, E e F compõem os documentos de apoio sugeridos para o planejamento do evento objeto deste estudo. 5.3 RECOMENDAÇÕES DE TRABALHOS FUTUROS O estudo limitou-se, por opção metodológica, ao planejamento de um evento desportivo realizado em uma praia utilizando as boas práticas em gestão de projetos preconizadas pelo PMI apenas nas áreas de conhecimento de Integração, Escopo, Cronograma e Custos. Portanto, as demais áreas de conhecimento no escopo negativo tornam-se invariavelmente candidatas à abordagem em trabalhos futuros. A área de Gerenciamento dos Riscos pode ser aprofundada pois, por se tratar de um evento em praia, é bastante significativa a importância de uma análise correta dos riscos ambientais e, por ser na areia, também devem ser cuidadosamente observados os riscos das estruturas a serem montadas, além dos demais riscos de caráter administrativo, alguns listados no TAP (Apêndice F). Outra área que merece um olhar atento é o Gerenciamento das Partes Interessadas. O relativo ineditismo do evento pode gerar expectativas bastante difusas de cada uma das partes, além da possibilidade de agregar interesses variados, tanto favoráveis quanto desfavoráveis a execução do evento, elevando o nível de complexidade da construção de uma visão de projeto comum a todos os participantes, sem dúvida um fator determinante para a condução harmônica do projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Filipe P.M. O Impacto dos Jogos Olímpicos na Economia do Rio de Janeiro. 2012. 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APÊNDICES APÊNDICE A: TERMO DE ABERTURA DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO 59 60 61 APÊNDICE B: DECLARAÇÃO DE ESCOPO DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO APÊNDICE C: EAP DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO 63 APÊNDICE D: DICIONÁRIO DA EAP DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO 64 65 APÊNDICE E: CRONOGRAMA DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO APÊNDICE F: ORÇAMENTO DO PROJETO 1º ABERTO DE ALTINHA DO RIO DE JANEIRO ANEXOS ANEXO A: PROJETO DO 1º TORNEIO ALTINHA-EQUILÍBRIO DA PRAIA DO VIDIGAL (2014) 70 1. 3. 2. 4. 71 5. 6. 7. 8. 72 ANEXO B: APRESENTAÇÃO DA REUNIÃO DE KICK OFF DO PROJETO PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM 2 DE AGOSTO DE 2017 73 74 75 76 77 78 79 80 ANEXO C: APRESENTAÇÃO DO PROJETO PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL À SECRETARIA ESTADUAL DE ESPORTE, LAZER E JUVENTUDE (SEELJE/RJ) EM OUTUBRO DE 2017 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 ANEXO D: EAP DA 1ª LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL ANEXO E: CRONOGRAMA DA 1A LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM OUTUBRO DE 2017 97 ANEXO F: ORÇAMENTO DA PRIMEIRA LIGA DE ALTINHA DO VIDIGAL EM OUTUBRO DE 2017