UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: MEDIDAS ELÉTRICAS E INSTRUMENTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO PROF. FABRICIO P. S. MEDIR? MEDIÇÕES NO DIA-A-DIA? Potência da lâmpada Tempo de cozimento Volume de leite Velocidade do automóvel Dimensões das peças Horário do despertador Volume de combustível Pressão dos pneus Rotação do motor Comprimento da calça Temperatura da geladeira Consumo de energia Tamanho do peixe Quantidade de arroz 2 IMPORTÂNCIA DE MEDIR "O conhecimento amplo e satisfatório sobre um processo ou fenômeno somente existirá quando for possível medi-lo e expressá-lo através de números". Lord Kelvin, 1883 3 EXEMPLO DE MEDIÇÃO 1 mensurando indicação 2,4 unidades unidade 0 1 2 3 4 instrumento de medição 4 EXEMPLO DE MEDIÇÃO 2 tensão do gerador: 12 V constante do sistema de medição: 8,33 (km/h)/V Velocidade 12 V * 8,33 (km/h)/V = 100,0 km/h 5 O QUE É MEDIR? Medir é o procedimento experimental através do qual o valor momentâneo de uma grandeza física (mensurando) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade, estabelecida por um padrão, e reconhecida internacionalmente. 6 ALGUMAS DEFINIÇÕES • Mensurando é o objeto da medição. É a grandeza específica submetida a medição. • Indicação é o valor de uma grandeza fornecido por um sistema de medição. • Indicação direta é o número mostrado pelo sistema de medição. A indicação direta pode ou não ser apresentada na unidade do mensurando. 7 tensão do gerador: 12 V Indicação Direta constante do sistema de medição: 8,33 (km/h)/V Velocidade 12 V * 8,33 (km/h)/V = 100,0 km/h 8 MEDIR PARA QUE? • Monitorar • Observar passivamente grandezas; • Controlar • Observar, comparar e agir para manter dentro das especificações; • Investigar • Descobrir o novo, explicar, formular. 9 MEDIR PARA MONITORAR... • Compra e venda de produtos e serviços: • consumo de água, combustíveis, etc. energia • Sinais vitais: • pressão arterial, temperatura, nível de colesterol; • Atividades desportivas: • desempenho, recordes; elétrica, taxímetro, MEDIR PARA CONTROLAR... Especificações xxxx ± xx yyyy ± yy zzz ± z Medir Comparar Agir 11 MEDIR PARA CONTROLAR... 12 MEDIR PARA CONTROLAR... rota pressão altitude temperatura velocidade 13 CONTROLE E OPERAÇÃO EM TEMPO REAL Sistemas Elétricos de Potencia (SEP) SCADA 14 MEDIR PARA INVESTIGAR... 15 MEDIR PARA INVESTIGAR... Pequenas diferenças nas medidas podem levar a conclusões completamente diferentes. 16 MEDIR PARA INVESTIGAR... • Compreender; • Descobertas científicas, estudar fenômenos; • Dominar; • Validar; • Evoluir; • Melhorar continuamente, expandir limites. 17 ELEMENTOS DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Ideia invento oportunidade pesquisa aplicada Controle qualidade patenteamento ensaios certificação desenvolvimento prototipagem marketing design plano produção processos fabricação Produto Serviço Inovador produção Onde tem metrologia? 18 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO Dispositivo usado para fazer a comparação entre a quantidade medida de uma uma grandeza física e a quantidade padrão internacional 19 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO Em qualquer modo de uso ele não pode, de forma alguma, alterar ou perturbar o corpo ou o sistema sob medida. Por isso, cada instrumento de medida deve ser projetado e utilizado para sua aplicação especifica, uma vez que, quase sempre, o seu uso para outros fins costuma gerar erro na medida e perturbações no sistema. 20 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO PODEM SER DIVIDIDOS EM DOIS TIPOS: Instrumentos padrão: são projetados para simular ou reproduzir uma grandeza ou uma unidade de medida e seu uso é restrito a laboratórios ou à avaliações de instrumentos de medida. Pelo fato de serem usados como referencia, são bem construídos, mais complexos e requerem condições especiais de uso, manutenção, posicionamento, transporte, montagem etc. 21 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO PODEM SER DIVIDIDOS EM DOIS TIPOS: Instrumentos de medida: são projetados e usados para se obter a medida de uma grandeza. Não tem o grau de sofisticação de um instrumento padrão e, por isso, o seu erro é considerável, normalmente entre ± 0,5% e ± 5% Voltímetros, amperímetros, termômetros, barômetros etc. 22 ERRAR É INERENTE MEDIÇÕES GERAM ERROS mensurando má definição do mensurando condições ambientais imperfeições do sistema de medição Sistema de medição procedimento de medição indicação ± ERROS influência do operador 23 O PROCESSO DE MEDIÇÃO definição do mensurando procedimento de medição resultado da medição condições ambientais operador sistema de medição 24 O RESULTADO DA MEDIÇÃO DEFINIÇÃO • Conjunto de valores atribuídos a um mensurando, completado por todas as outras informações pertinentes disponíveis. • Ex: Medição do volume de água (projeto CNPq). 25 mensurando RESULTADO DA MEDIÇÃO Legenda: RB - Resultado base; IM - Incerteza da medição; VV - valor verdadeiro; RM - Resultado da medição. Sistema de medição -IM indicação RB +IM VV 26 RESULTADO DA MEDIÇÃO • Resultado da medição é a faixa de valores dentro da qual deve se mensurando. situar o valor verdadeiro do RM = (RB ± IM) unidade • Resultado base é a estimativa do valor do • mensurando que, acredita-se, mais se aproxime do seu valor verdadeiro. Incerteza da medição é o tamanho da faixa simétrica, e centrada em torno do resultado base, que delimita a faixa onde se situam as dúvidas associadas à medição. 27 Bom-senso Conhecimento Honestidade PILARES DA METROLOGIA 28 MEDIDAS ELÉTRICAS NA MANUTENÇÃO • Um instrumento de medição elétrica é um dispositivo que permite um estado de um fenômeno físico (intensidade da corrente elétrica, por exemplo) corresponda a outro (movimento, aquecimento, etc.), sendo esse, porém, accessível aos sentidos humanos (à visão, geralmente). 29 OPERAÇÃO DE MEDIÇÃO •A operação de medição elétrica constitui-se, basicamente em: • Se a medida tem a finalidade de manter uma máquina em um determinado regime de funcionamento, o esquema de medição é acrescido de mais uma etapa, ou seja: 30 MEDIDAS ELÉTRICAS NA MANUTENÇÃO • Portanto, um instrumento é um dispositivo utilizado para uma medição, sozinho ou em conjunto, com dispositivo(s) complementar(es), sendo um conjunto completo destes instrumentos e outros equipamentos acoplados para executar uma medição específica denominado de sistema de medição. • O método de medição, por sua vez, é uma sequência lógica de operações, descritas aplicadas na execução das medições. genericamente, 31 CATEGORIAS BÁSICAS DE INSTRUMENTOS De uma forma geral os instrumentos de medição elétrica podem ser: a) analógicos, nos quais o sinal de saída ou a indicação apresenta uma variação contínua no tempo da grandeza que está sendo medida ou do sinal de entrada; ou, b) digitais, nos quais o sinal de saída ou a indicação apresenta uma variação com valores fixos em períodos de tempo da grandeza que está sendo medida ou do sinal de entrada. 32 CATEGORIAS BÁSICAS DE INSTRUMENTOS Para ilustrar a diferença entre ambos: Voltímetro analógico Observa-se que o voltímetro analógico possui um ponteiro indicador (também conhecido por cabelo) que se deslocará em movimento constante ao efetuar uma medida. Voltímetro digital O digital por outro lado, apresenta sua indicação das tensões medidas através de números que mudam de intervalo em intervalo. 33 CATEGORIAS BÁSICAS DE INSTRUMENTOS É importante ressaltar que os termos analógico e digital referem-se à forma de apresentação do sinal ou da indicação e não ao princípio de funcionamento do instrumento. Considerando-se o exposto, tem-se que os instrumentos de medição elétrica se dividem em duas categorias básicas, ou seja, em instrumentos eletromecânicos, os quais são sempre analógicos, e eletrônicos, os quais podem ser analógicos ou digitais (ou ambos). 34 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS A. À grandeza a ser medida a) b) c) d) a) Amperímetros (corrente); b) Voltímetros (tensão); c) Ohmímetros (resistência); d) Wattímetros (potência ativa), etc...; 35 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS B. À apresentação da medida a) Instrumentos indicadores apresentam os valores de uma ou mais grandezas simultaneamente no instante em que ocorrem, não os retendo no seguinte. Podem, também, fornecer um registro; b) Instrumentos com mostrador, os quais apresentam uma indicação, como no caso de um voltímetro analógico ou um frequencímetro digital, entre outros; Exemplo de instrumento com mostrador indicador (frequencímetro digital). Exemplo de instrumento indicador (digital). 36 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS B. À apresentação da medida c) Instrumentos registradores - apresentam o valor da medida no instante em que está sendo feita e registra-o de modo que ele não seja perdido. Os registros podem ser analógicos (linha contínua ou descontínua) ou digitais. Naturalmente, várias grandezas podem ser registradas simultaneamente; Exemplo de instrumentos registradores 37 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS B. À apresentação da medida d) Instrumentos integradores - apresentam o valor acumulado das medidas efetuadas em um determinado intervalo de tempo, como um medidor de energia elétrica (kWh), por exemplo; Exemplo de instrumento integrador (medidor de kWh eletromecânico). Exemplo de instrumento integrador (medidor de kWh digital). 38 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS B. À apresentação da medida e) Instrumentos totalizadores que determinam o valor medido através da soma dos valores parciais da grandeza, obtidos, simultânea ou consecutivamente, de uma ou mais fontes, como, por exemplo, um medidor totalizador de potência elétrica (medidor de demanda). Vista de um instrumento totalizador (medidor de demanda eletromecânico). Medidor digital 39 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS C. Ao uso Instrumentos industriais Instrumentos de laboratório. 40 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS D. À corrente Instrumentos de corrente contínua (DC) Instrumentos de corrente alternada (AC) 41 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS Quanto aos instrumentos eletromecânicos, é usual classificá-los quanto ao princípio de funcionamento do elemento motor, ou seja, eles podem ser: a) Instrumentos eletromagnéticos, os quais se baseiam nos efeitos magnéticos da corrente. Existem dois tipos, ou seja, instrumentos de bobina novel e imã fixo e instrumentos de ferro móvel; b) Instrumentos baseados no efeito térmico da corrente elétrica; c) Instrumentos eletrodinâmicos, os quais se baseiam nos efeitos eletrodinâmicos da corrente elétrica; d) Instrumentos de indução, os quais se baseiam, como o próprio nome indica, nos fenômenos de indução. Também são conhecidos pelo nome de instrumentos de campo girante; e) Instrumentos eletrostáticos, cujo funcionamento se explica pelos efeitos de cargas elétricas em repouso (eletricidade estática). 42 ESCALA DOS INSTRUMENTOS Escala, range ou faixa de indicação são termos empregados como sinônimos e referem-se ao conjunto de valores compreendidos entre os de máximo e os de mínimos capazes de serem medidos por um determinado instrumento. A amplitude entre os valores final e inicial da escala é conhecida por span (amplitude de medição). Ex: O frequencímetro, da figura ao lado, apresenta um valor mínimo de leitura igual a 45 Hz e, como máximo, 65 Hz. Dessa forma, tem-se: a) escala (range): 45 a 65 Hz; b) span: 20 Hz. 43 ESCALA DOS INSTRUMENTOS Observa-se que muitos instrumentos, digitais ou analógicos, apresentam mais de uma escala, ou seja, de faixa de medição. Nesse sentido, a figura da esquerda mostra um amperímetro analógico, onde se visualiza duas escalas, as quais devem ser lidas dependendo do terminal a que se conecta a o circuito. Amperímetro analógico com duas escalas Voltímetro analógico com escala fixa e multiplicadores 44 ESCALA DOS INSTRUMENTOS A figura da direita, por outro lado, apresenta um voltímetro analógico, onde se tem uma escala fixa e uma chave comutadora, a qual permite a mudança para os valores mostrados em um indicador. A leitura, nesse caso, se faz diretamente, porém deve ser multiplicada por um fator indicado no próprio instrumento. Amperímetro analógico com duas escalas Voltímetro analógico com escala fixa e multiplicadores 45 ESCALA DOS INSTRUMENTOS Instrumento digital com escalas Range e Auto Range em instrumento digital microprocessado 46 ESCALA DOS INSTRUMENTOS Ainda em relação às escalas, um componente imprescindível na maioria dos instrumentos analógicos é o “ajuste de zero”, como o ilustrado nas figuras. Ajuste de zero em instrumento digital. Instrumento analógico com ajuste de zero. 47 ERROS EM MEDIDAS Considerando-se um determinado instrumento analógico, por exemplo, tem-se que para que ele responda à grandeza que se quer medir, é necessário que o sistema medido forneça ao medidor a energia necessária para deslocar suas partes móveis. Isso indica que o processo de medição frequentemente provoca uma perturbação na grandeza a ser avaliada. Sendo assim, uma vez que não se pode evitar a modificação introduzida pelo instrumento de medida, procura-se minimizá-la. Pelo exposto, verifica-se que a leitura ou indicação de um medidor sempre estará sujeita a erros e incertezas, tanto nos instrumentos analógicos, quanto nos digitais. Define-se erro (ou erro absoluto da medição) à diferença entre o valor real (verdadeiro) e o medido. 48 ERROS EM MEDIDAS Erros sistemáticos Os erros sistemáticos aparecerão em todas as medidas e sempre com o mesmo valor. Eles surgem, em geral, devido às características inerentes da fabricação do instrumento (tais como, tolerâncias de componentes) ou, também, como resultado do método utilizado na medição, emprego inadequado do instrumento e distúrbios ambientais. Em princípio, os erros sistemáticos podem ser reduzidos a valores desprezíveis por aferição com um padrão. 49 ERROS EM MEDIDAS Erros acidentais Os erros acidentais surgem de forma aleatória para cada medição, ou seja, variam de leitura para leitura e afetam as medidas de modo imprevisível. Em função desses aspectos, eles são de difícil eliminação. Em instrumentos analógicos, por exemplo, eles podem surgir em função do atrito mecânico e desbalanço do sistema móvel, entre outros motivos. 50 ERROS EM MEDIDAS Erros grosseiros Erros classificados como grosseiros surgem devido a erros do ser humano. Como exemplo tem-se a má utilização dos instrumentos (instrumentos não adequados ou conectados de forma errada) e erros de leitura em equipamentos analógicos, dentre outros. Estes, geralmente, são os maiores erros encontrados em medições e são possíveis de ser diminuídos ou eliminados. 51 ERROS EM MEDIDAS Classificação das Medidas Erros relativo Classificação Baixa precisão Precisão normal Precisão média Alta precisão Muito alta precisão Em termos práticos, as medidas são Erro relativo 10% ou mais 5 a 10% 1 a 5% 0,1% a 1% inferior a 0,1% 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 % = classificadas em função do chamado erro relativo, o qual se refere ao erro de medição dividido pelo valor real ou verdadeiro, ou seja: 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒍 − 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒐 𝟏𝟎𝟎 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒍 52 CLASSE DE EXATIDÃO É conveniente conhecer o erro em cada ponto da escala de um instrumento para se ter exatidão na medida. Naturalmente, isso é impraticável nas medições cotidianas, o que leva à ideia de se conhecer, ao menos, uma ordem de grandeza dos erros cometidos. Desta forma, emprega-se a chamada classe de exatidão, a qual se constitui em uma classificação dos instrumentos que estabelece a exatidão de uma medida dentro de uma faixa de valores. Observa-se que o erro que define a citada faixa é sempre expresso em relação ao valor final da escala, ou ao valor nominal ou a um campo nominal. 53 CLASSE DE EXATIDÃO Classe de exatidão e erros. Classe de Exatidão 0,05 0,1 0,2 0,5 1,0 1,5 2,5 5,0 Limites de Erro + 0,05% + 0,1% + 0,2% + 0,5% + 1,0% + 1,5% + 2,5% + 5,0% Como se nota na tabela, um instrumento da classe 1 poderá ter, no máximo, um erro de +1% sobre o valor final da escala. No caso, por exemplo, de um voltímetro com escala 0-100 V, o erro em uma medida é de, no máximo, +1V em qualquer ponto da escala, pois: +1% de 100V = +1V Assim, se em uma medição, a indicação do instrumento for: 98 V O valor real estará compreendido na faixa entre: 98 - 1 = 97 V; e 98 + 1 = 99 V. Ou seja, o valor real correspondente à leitura de 98 V está entre: 97 e 99 V. 54 CLASSE DE EXATIDÃO 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 % = 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒂𝒃𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐 𝟏𝟎𝟎 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒍 Dessa forma, no exemplo anterior, tem-se: 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 % = ± 𝟏𝑽 𝟏𝟎𝟎 = ±𝟏, 𝟎𝟐% 𝟗𝟖𝑽 Se, entretanto, a indicação do instrumento é de: 21V e, como se sabe, erro absoluto é sempre menor ou igual a +1V, o valor real estará compreendido na faixa entre: 21 – 1 = 20 V; e 21 + 1 = 22 V. Ou seja, o valor real correspondente à leitura de 21 V está entre: 20 e 22 V. O erro cometido em relação à medida (erro relativo), por sua vez é: 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 % = ± 𝟏𝑽 𝟏𝟎𝟎 = ±𝟒, 𝟕𝟔% 𝟐𝟏𝑽 55 CLASSE DE EXATIDÃO 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒂𝒃𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒐 𝑬𝒓𝒓𝒐 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 % = 𝟏𝟎𝟎 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒂𝒍 Classe de exatidão e erros. Classe de Exatidão 0,05 0,1 0,2 0,5 1,0 1,5 2,5 5,0 Limites de Erro + 0,05% + 0,1% + 0,2% + 0,5% + 1,0% + 1,5% + 2,5% + 5,0% Assim, verifica-se que a Classe de Exatidão estabelece, na realidade, os limites de um erro absoluto. Entretanto, o erro que se comete em relação à leitura (erro relativo) é, na prática, muito mais interessante na definição da exatidão, mas, como ilustrado, seus valores variam com a leitura. 56 CLASSE DE EXATIDÃO Os exemplos apresentados mostraram claramente que, quanto menor é a quantidade a ser medida em relação ao fim da escala do instrumento, tanto maior é o erro cometido. Em função do exposto, emprega-se para os instrumentos analógicos uma regra pratica fundamental, ou seja: “O valor da grandeza a ser medida não deve ser inferior ao valor da metade da escala do instrumento”. 57 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Instrumentos Analógicos Instrumentos Digitais 58 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS 59 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto às unidades de medidas 60 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto ao princípio de funcionamento 61 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto ao princípio de funcionamento 62 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto ao princípio de funcionamento 63 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à posição de funcionamento Os instrumentos de medidas elétricas são construídos para funcionar em três posições: Vertical, horizontal e inclinada 64 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à posição de funcionamento Há instrumentos que não trazem o símbolo característico da posição de funcionamento. Eles podem funcionar em qualquer posição. 65 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à posição de funcionamento Note que na posição inclinada o símbolo assinala também os graus da inclinação. Além dos símbolos normalizados, você poderá encontrar outras formas de representar a posição do instrumento: 66 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto ao tipo de corrente 67 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à tensão de isolação Tensão de isolação ou tensão de prova. É o valor máximo de tensão que um instrumento pode receber entre sua parte interna (de material condutor) e sua parte externa (de material isolante). Esse valor é simbolicamente representado nos instrumentos pelos números 1, 2 ou 3, contidos no interior de uma estrela. 68 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à tensão de isolação Tensão de isolação ou tensão de prova. É o valor máximo de tensão que um instrumento pode receber entre sua parte interna (de material condutor) e sua parte externa (de material isolante). Usar instrumentos de medidas elétricas que Esse valor é simbolicamente representado nos instrumentos pelos números 1, 2 ou 3, apresentam tensão de isolação inferior à tensão da contidos no interior rede de uma estrela. a ser medida pode causar danos aos instrumentos e risco do operador tomar choque elétrico. O instrumento pode ser utilizado, sempre que sua tensão de isolação for maior que a tensão da rede. 69 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Simbologia quanto à classe de precisão A classe de precisão (classe de exatidão) dos instrumentos é representada por números. Esses números também são impressos no visor dos instrumentos. 70 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Instrumentos Digitais Se nos instrumentos analógicos o modelo básico é o amperímetro, a operação dos aparelhos digitais tem como fundamento a medida de tensão (voltímetro). A alteração da configuração inicial permite que sejam medidas outras grandezas, como corrente, resistência, frequência, temperatura e capacitância. 71 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Características Construtivas A característica básica dos instrumentos digitais é a conversão dos sinais analógicos de entrada em dados digitais. Esta conversão analógico-digital (ou A-D) é realizada por circuitos eletrônicos. 72 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Características Construtivas A parte mais evidente em um instrumento digital é seu display (visor), que pode ser de 2 tipos: a) Display de LED: esses displays têm fundo escuro, para proporcionar maior destaque ao brilho dos LED. b) Display de cristal líquido LCD. 73 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Características Construtivas A figura mostra modelos de displays de LED e LCD respectivamente. Displays de LED Displays de LCD 74 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Principais Características Operacionais • Resolução; • Capacidade de Contagem Máxima do Display Digital; • Exatidão; • Categoria; • True RMS. 75 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Categoria Veja quais são e onde se enquadram os multímetros e as categorias: CAT I Circuitos e equipamentos eletrônicos protegidos; CAT II Aparelhos domésticos, de escritórios, laboratórios e similares; Tomadas ou pontos de alta tensão com circuitos de ramificações longas; CAT III Barramentos e linhas de alimentação de plantas industriais; Painéis de distribuição; Tomadas ou conectores com conexões curtas em relação à entrada da rede da concessionária; CAT IV Medidores de eletricidade e equipamentos de proteção de sobrecorrente primário; Linhas de baixa tensão do poste até a construção; Linhas aéreas para edifícios isolados, linhas subterrâneas para bombas; 76 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Categoria 77 SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Categorias dos instrumentos digitais de medidas elétricas. Considerando as categorias, quanto maiores estas forem mais resistentes serão a um possível Transiente ou surto da rede elétrica. Transiente, em engenharia elétrica, é um surto de tensão elétrica que ocorre num intervalo de tempo muito pequeno. 78 BIBLIOGRAFIA • Referências Básicas • • • • • • 1. SENRA, RENATO. Instrumentos e Medidas Elétricas, Editora Barauna – São- Paulo 2011. 2. ALBERTAZZI G. JUNIOR, A.; SOUSA, A. R., Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial. Barueri: Manole, 2012. 3. BALBINOT, A.; BRUSAMARELLO, V. J., Instrumentação e Fundamentos de Medidas, Volume 1. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 4. SOISSON, H. E., Instrumentação Industrial. Revisão Técnica: Luis Roberto de Godói Vidal. Curitiba: Hemus, 2002. Referências Complementares • 1. CIPELLI, A. M. V.; MARKUS, O.; SANDRINI, W. J., Teoria e Desenvolvimento de Projetos de Circuitos Eletrônicos. 23 ed. São Paulo: Érica, 2011. • • 2. FIALHO, A. 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