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relatório bromelia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
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RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS:
FISIOLOGIA VEGETAL
MIKAELLY DELARMELINO ARAUJO
Relatório de aula prática apresentado
como parte das exigências da
disciplina de Fisiologia Vegetal, do
Curso
de
Agronomia
da
UFES/Campus São Mateus.
Professor: Antelmo Ralph Falqueto
São Mateus – ES
14 de dezembro de 2023
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INTRODUÇÃO
A luz solar é indispensável para as plantas conseguirem a fotossíntese: processo
capaz de converter a energia luminosa e transformá-la para sintetizar os seus próprios
alimentos. Pode ser considerada como um dos processos biológicos mais importantes
na Terra. Por liberar oxigênio e consumir dióxido de carbono, a fotossíntese
transformou o mundo no ambiente habitável que conhecemos hoje. De forma direta
ou indireta, supre todas as nossas necessidades alimentares e nos fornece inúmeras
fibras e materiais de construção.
Apesar da necessidade de captação de luz para a realização da fotossíntese, as
plantas que se desenvolvem na sombra alimentam-se maximizando os recursos que
obtêm e conseguem isso através do desenvolvimento de certas características. Em
primeiro lugar, adaptaram-se para fazer um uso eficiente da energia solar que são
capazes de obter. Essas plantas tendem a ter folhas mais largas, porém mais finas.
Isto permite-lhes ter uma maior quantidade de clorofila para que possam fazer o
máximo uso dos raios solares. Por este motivo também apresentam a coloração mais
verde escura quando comparada com as plantas diretamente expostas ao sol.
MATERIAL E MÉTODOS
As aulas práticas foram conduzidas no laboratório de fisiologia vegetal da
universidade com o auxílio do professor e do monitor da disciplina. Foram analisadas
folhas de bromélias expostas ao sol e à sombra para serem feitas as futuras
comparações em relação à eficiência fotoquímica, diferenças morfológicas como
formas de adaptação, entre outros. Para a medição do teor de clorofila para as
análises de fotossíntese foi utilizado o aparelho eletrônico ClorofiLOG (CFL 1030) da
empresa Falker. Para analisar a área foliar, foi medido a largura e o comprimento das
folhas com o auxílio de uma trena métrica. Para obter a espessura das folhas foi
utilizado um paquímetro digital.
Os procedimentos e cálculos das variáveis dos
atributos morfológicos foram realizados pelo monitor da disciplina e posteriormente foi
enviado os dados estatísticos prontos para analisarmos.
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FOTOSSÍNTESE
A razão entre a fluorescência variável e a máxima (Fv/Fm) é uma medida da eficiência
dos centros de reação na utilização dos fótons capturados em reações fotoquímicas
primárias do fotossistema II (PSII). Em outras palavras, diz respeito à eficiência
fotoquímica do PSII. Fatores de estresse que afetam o funcionamento do PSII,
reduzem o valor de Fv/Fm.
A razão ABS/RC diz respeito à absorção de energia por centro de reação. Esse
processo depende da razão RC/CS que indica o número de centro de reações ativos
na planta. Portanto, quanto menor RC/CS maior será a taxa de absorção.
O índice DI/RC indica a dissipação por calor. Neste caso, quanto mais luz solar a
planta receber, menor a eficiência e maior a dissipação, pois há um melhor
aproveitamento do fluxo de energia pelo FSII. Já o índice Pi indica o desempenho
geral da planta. Quanto maior este valor, melhor o desempenho. Os resultados obtidos
nas análises de variância estão dispostos abaixo, na tabela 1.
Variável analisada:
FV_FM
ABS_RC
DI_RC
RC_CS
PI
CLOROFILA A
CLOROFILA B
Tratamento
Média
Resultado do teste
Sol
0.656025
a1
Sombra
0.810150
a2
Sol
3.095100
a2
Sombra
1.404875
a1
Sol
1.063500
a2
Sombra
0.267625
a1
Sol
97.271475
a1
Sombra
325.808450
a2
Sol
5.202375
a1
Sombra
66.472650
a2
Sol
15.550000
a1
Sombra
38.225000
a2
Sol
2.775000
a1
18.625000
a2
Sombra
Tabela 1 - Análise estatística: fotossíntese
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Como mostrado na tabela acima, a planta que se desenvolveu na sombra apresentou
maior eficiência fotoquímica do PSII, menor absorção de energia por centro de reação
devido a maior quantidade de centros de reação ativos. Além disso, a dissipação por
calor foi menor visto que recebeu menor incidência solar. As clorofilas a e b também
apresentaram maiores concentrações na planta à sombra, isso ocorre pela
necessidade de captar a maior quantidade de luz solar possível para manter sua
eficiência fotossintética. Sendo assim, de modo geral, houve um melhor desempenho
da planta cultivada na sombra em relação à que se desenvolveu a pleno sol.
ÁREA FOLIAR
O comprimento é obtido através da medição da folha longitudinalmente. Já na largura,
a medição é feita no sentido transversal da folha.
Na tabela 2, estão apresentadas as médias obtidas de comprimento e largura das
folhas.
Variável analisada:
Tratamento
Média (cm)
Resultado do teste
COMPRIMENTO
Sol
97.450000
a1
Sombra
121.125000
a2
Sol
10.175000
a2
6.650000
a1
LARGURA
Sombra
Tabela 2 – Análise estatística: área foliar
Analisando a tabela acima, é possível observar que o comprimento da folha da
bromélia cultivada à sombra é maior, mas sua largura é menor. Isso ocorre numa
tentativa da planta de captar mais luz solar, por isso desenvolve folhas maiores que
as que recebem sol em abundância.
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ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS
A suculência foliar trata-se de uma denominação para plantas que têm a capacidade
de acumular água na folha. A massa foliar por área (MFA) é um atributo das plantas
que está relacionado a investimentos relativamente altos em defesas estruturais e
maior longevidade das folhas e como o nome sugere, diz respeito a quantidade de
massa que foi coletada de uma amostra com área conhecida. Se esta variável possuir
maior valor, quer dizer que possui mais água em seu interior. A densidade foliar indica
a razão entre a massa e o volume da folha.
O conteúdo relativo de água (CRA) pode ser estimado com precisão usando a relação
entre a diferença de peso fresco e seco com a diferença de peso túrgido e seco. Tratase de uma medida universal utilizada para estimar a quantidade de água na folha.
Permite determinar a tolerância das plantas à seca e sua adaptação a ambientes
favoráveis, pois apresenta forte relação com o volume celular.
A esclerofilia é definida como uma resposta não específica a ambientes com múltiplos
estresses ambientais. Plantas esclerófilas desenvolvem folhas resistentes como uma
medida conservativa de nutrientes e/ou massa verde.
Variável analisada:
Tratamento
Média
Resultado do teste
Espessura
Sol
1.071000
a2
Sombra
0.778000
a1
Sol
963.660193
a2
Sombra
685.690456
a1
Sol
170.499226
a2
Sombra
133.801978
a1
Sol
0.159305
a1
Sombra
0.172897
a1
Sol
170.499226
a2
Sombra
133.801978
a1
Sol
79.680977
a1
Sombra
82.309453
Tabela 3 - Análise estatística: atributos morfológicos
a1
Suculência
MFA
Densidade
Esclerofilia
CRA
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As plantas cultivadas à pleno sol, podem reduzir o tamanho de suas folhas e ao
mesmo tempo aumentar sua espessura como mecanismo de defesa ao excesso de
luminosidade. Com isso, as folhas tendem a ficar mais suculentas, já que para resistir
às altas temperaturas, armazenam mais água em seu interior. A densidade e o CRA
não diferiram estatisticamente, visto que apesar da massa ser maior na bromélia que
se desenvolveu em exposição direta ao sol, seu volume também foi maior, portanto,
a relação não foi tão expressiva.
Folhas com um maior MFA são mais vantajosas em ambientes de alta luminosidade,
pois reduzem os danos causados ao aparato fotossintéticos pela exposição excessiva
à luz. Isso explica a planta cultivada a pleno sol possuir maior valor de MFA.
Como resposta a condição de estresse causado pelas altas temperaturas e longos
tempos de exposição direta ao sol, a bromélia cultivada ao sol apresentou maior valor
de esclerofilia quando comparada com a que foi cultivada à sombra. Com isso, a folha
torna-se mais grossa e rígida. Isso se dá devido à necessidade da planta em de
adaptar às condições climáticas ao qual está inserida.
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REFERÊNCIAS
RODRÍGUEZ, Ame. Como é que as plantas de sombra se alimentam?. Be.Green.
Disponível em: https://be.green/pt/blog/como-as-plantas-de-sombra-se-alimentam.
Acesso em: 12 dezembro 2023.
VIANA, M. C. M, et al. (Fisiologia da Produção) Fluorescência da clorofila em
linhagens de milho (Zea mays L.) submetidas ao déficit hídrico. Embrapa, 2001.
Disponível
em:
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/485142/1/Fluorescenciacloro
fila.pdf. Acesso em: 12 dezembro 2023.
OLIVEIRA, C.R.M. et al. Trocas gasosas e eficiência fotoquímica do fotossistema II
de cafeeiros e seringueiras em consórcio na região de Lavras - MG. Embrapa, 2001.
Disponível
em:
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio2/agro31.pdf.
Acesso em: 12 dezembro 2023.
BROETO, S.C. et al. Estudo comparativo dos parâmetros da fluorescência da clorofila
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https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/item/175/1/ESTUDOCOMPARATIVO-DOS-PARAMETROS-DA-FLUORESCENCIA-DA-CLOROFILA-aEM-DUAS-CULTIVARES-DE-LIMAO-VERDADEIRO-CD-ANAISsmallpdf.com.pdf.
Acesso em: 12 dezembro 2023.
BERGAMINI, L.L. et al. Efeito de filtros ambientais sobre a massa foliar por área de
fanerófitas na floresta ombrófila da Mata Atlântica. USP, 2011. Disponível em:
http://ecologia.ib.usp.br/curso/2011/pdf/PO2-G4.pdf. Acesso em: 12 dezembro 2023.
Strabeli, T. F., Fiorio, P. R., Alvares, C. A., & Nakai, E. S. (2020). Conteúdo relativo de
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Forestalis, 48(128), e3326. https://doi.org/10.18671/scifor.v48n128.25
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ALMEIDA, Elaine C.S. Insetos Galhadores da APA do Rio Pandeiros (Januária/ MG)
e o efeito da esclerofilia foliar na herbivoria. Domínio público, 2009. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co
_obra=173603. Acesso em: 12 dezembro 2023.
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