As fontes de alimentação ininterrupta (UPS) são dispositivos cruciais que fornecem energia de reserva durante interrupções ou flutuações elétricas, garantindo a operação contínua de sistemas críticos. Um dos principais fatores a considerar ao selecionar um UPS é a autonomia da bateria, que se refere à duração durante a qual o UPS pode fornecer energia de reserva. Compreender a autonomia da bateria do UPS e como ela é calculada é essencial para determinar a configuração apropriada do UPS para necessidades específicas. Neste artigo iremos nos aprofundar no conceito de autonomia da bateria do UPS e explorar os fatores envolvidos no seu cálculo. A autonomia da bateria do UPS é a quantidade estimada de tempo que um UPS pode sustentar a energia dos dispositivos conectados sem energia de entrada da fonte principal da rede elétrica. Representa o período durante o qual os sistemas críticos podem permanecer operacionais durante uma queda de energia. A autonomia da bateria é um fator crítico em indústrias onde a energia ininterrupta é vital, como centros de dados, hospitais e instalações de produção. O cálculo da autonomia da bateria do UPS envolve vários fatores principais: Capacidade da bateria: A capacidade da bateria do UPS, geralmente medida em volt-ampère-hora (VAh) ou ampere-hora (Ah), representa a quantidade total de energia que ela pode armazenar. Uma maior capacidade da bateria geralmente permite um maior período de autonomia. Requisito de carga: O consumo total de energia ou carga dos dispositivos conectados é um fator crucial no cálculo da autonomia da bateria. É medido em watts (W) ou volt-amperes (VA). É necessário entender os requisitos de energia dos equipamentos para estimar a duração que a bateria do UPS pode sustentar a carga. Eficiência: Os sistemas UPS não são 100% eficientes; há uma certa perda de energia durante a conversão da energia CC da bateria em energia CA utilizável. A eficiência do UPS deve ser considerada no cálculo da autonomia da bateria. Taxa de descarga: A taxa na qual a bateria é descarregada durante uma interrupção afeta o período de autonomia. A taxa de descarga é normalmente expressa como uma porcentagem da capacidade da bateria por hora ou minuto. Uma taxa de descarga mais elevada reduzirá o tempo de autonomia geral. Para calcular a autonomia da bateria do UPS, pode ser utilizada a seguinte fórmula: Autonomia da bateria (em horas) = Capacidade da bateria (em VAh ou Ah) x Eficiência da bateria (%) / Requisito de carga (em watts ou VA) x Taxa de descarga (% por hora) É importante ressaltar que o tempo de autonomia calculado fornece uma estimativa baseada em condições ideais. Em cenários do mundo real, fatores como a idade da bateria, a temperatura ambiente e o estado da bateria podem influenciar a duração real da autonomia. A manutenção regular da bateria, incluindo testes e substituição quando necessário, é essencial para garantir um desempenho confiável e cálculos precisos de autonomia. Além disso, é crucial considerar os requisitos específicos do equipamento alimentado pelo UPS. Certos sistemas críticos podem ter diferentes níveis de tolerância para interrupções de energia, e as suas necessidades únicas de energia devem ser levadas em conta ao determinar a autonomia necessária da bateria. A ABNT NBR 14039 define que o relé secundário deve possuir um sistema de alimentação com autonomia de 2 horas em situações de queda de energia do sistema elétrico, para cumprir este item da norma pode ser utilizado banco de baterias ou nobreak. Segundo a ABNT NBR 15014 define nobreaks como combinação de conversores, chaves e armazenamento de energia por baterias, constituindo um sistema de alimentação de potência capaz de assegurar a continuidade da alimentação à carga, em caso de falha da alimentação de entrada, podendo ser de 3 tipos de topologias: ⦁ On-line Esse Nobreak tem como característica o fato da tensão e frequência de entrada ser independentes das respectivas grandezas de saída. Esse arranjo utiliza um inversor responsável por 100% da potência entregue a carga por todo o tempo de operação, sendo o tempo de transferência da rede para a bateria igual ou próximo a zero. ⦁ Dupla conversão Esta topologia de nobreak quando está no modo rede, a carga do sistema passa pelo retificador/inversor realizando uma dupla conversão da corrente elétrica de C.A. para C.C. no e posteriormente C.C para C.A no inversor o que faz com que a saída seja independente da entrada do Nobreak. Na situação de não conformidade da tensão em relação aos padrões pré-estabelecidos pelo nobreak, o modo bateria é acionado onde a energia armazenada na bateria vai para os inversores para alimentar as cargas conectadas. ⦁ Interativo Estes nobreaks, no modo rede mantém a tensão de saída estabilizada independente da tensão da rede de entrada, porém a frequência de saída do sistema depende da frequência da entrada da rede. A transferência do modo rede para o modo bateria pode possuir um tempo de transferência. ⦁ Interativo convencional Esta topologia de nobreak quando está em modo rede a tensão de entrada passa por um estabilizador de tensão, porém a frequência de saída depende da frequência de entrada. Na situação de não conformidade da tensão em relação aos padrões pré-estabelecidos pelo nobreak, o modo bateria é acionado onde a energia armazenada na bateria vai para os inversores para alimentar as cargas conectadas. ⦁ Interativo ferrorressonante Esta topologia de nobreak quando está em modo rede a tensão de entrada passa por um transformador ferrorressonante que estabiliza a tensão de saída, porém a frequência de saída depende da frequência de entrada. Na situação de não conformidade da tensão em relação aos padrões pré-estabelecidos pelo nobreak, o modo bateria é acionado onde a energia armazenada na bateria vai para os inversores para alimentar as cargas conectadas, a chave do nobreak irá abrir para evitar a retroalimentação a partir do inversor. ⦁ Interativo de simples conversão Nesta topologia o conversor irá realizar a função do inversor, retificador e carregador. No momento em que o nobreak trabalhar no modo rede a tensão de saída é estabilizada pelo conversor, porém a frequência de entrada será a mesma frequência de saída. Na situação de não conformidade da tensão em relação aos padrões pré-estabelecidos pelo nobreak, o modo bateria é acionado onde a energia armazenada na bateria vai para o conversor para alimentar as cargas conectadas. ⦁ Stand-by (off-line) A tensão e frequência de entrada é a mesma da saída possuindo uma chave de transferência que apresenta um intervalo de tempo para transferência do modo rede para o modo bateria. Na situação de não conformidade da tensão em relação aos padrões pré-estabelecidos pelo nobreak, o modo bateria é acionado onde a energia armazenada na bateria vai para os inversores para alimentar as cargas conectadas, a chave do nobreak irá abrir para evitar a retroalimentação a partir do inversor. Conclusão Os Nobreaks possuem diversas aplicações em instalações elétricas prediais, comerciais e industriais. No âmbito de subestações, principalmente de média tensão, esse dispositivo é adotado para garantir o funcionamento do sistema de proteção e controle durante um tempo mínimo definido pela NBR14039. É importante saber a topologia do nobreak para realizar seu dimensionamento, pois ela irá interferir diretamente no rendimento do nobreak. As topologias interativas convencionais e online de dupla conversão de grande porte possuem um rendimento maior do que os nobreaks de interativos de simples conversão e stand-by de pequeno porte, lembrando que a eficiência dos nobreaks depende do tipo de aplicação e do produto. Gostou deste conteúdo? Tem dúvidas sobre nobreaks em subestações? Deixe nos comentários!