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Matem tica e Realidade

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Matemˊatica e Realidade
GUIA DE ESTUD OS
Guia de Estudos
escrito por
Deividi Pansera
2020
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Conteúdo
Prólogo
Matemática e Realidade
1
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1.1 Apologia da Matemática
3
1.2 Da Necessidade de se Estudar Outras Áreas
4
1.3 Sobre a Beleza e a Matemática
5
1.4 Matemática e Humildade
6
Como estudar matemática?
9
Conceitos
11
Demonstrações
13
3.1 Estrutura Geral
13
3.2 A Atenção
15
Considerações Finais
Listas de Estudo
Tópicos de Matemática
5.1 Nı́vel Elementar
5.1.1 Divulgação Matemática
5.1.2 Noções Preliminares
17
19
21
21
21
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5.2 Nı́vel Básico
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5.2.1 Geometria
22
5.2.2 Teoria dos Conjuntos
23
5.2.3 Teoria dos Números
23
5.2.4 Álgebra Linear
23
5.2.5 Álgebra
24
5.2.6 Cálculo Diferencial e Integral
24
5.2.7 Probabilidade e Estatı́stica
24
5.3 Nı́vel Intermediário
25
5.3.1 Análise Real e Complexa
25
5.3.2 Topologia
25
5.3.3 Geometria Diferencial
25
5.3.4 Equações Diferenciais
26
5.4 Nı́vel Avançado
26
5.4.1 Análise Funcional
26
5.4.2 Teoria da Medida
27
5.4.3 Sistemas Dinâmicos e Teoria do Caos
27
5.4.4 Teoria de Categorias
28
5.4.5 Grupos Quânticos e Álgebras de Hopf
28
Tópicos de Lógica, Fundamentos e História da Matemática
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6.1 Lógica
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6.2 Fundamentos da Matemática
30
6.3 História da Matemática
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Tópicos de Filosofia da Matemática, Filosofia da Ciência,
Filosofia da Natureza e Filosofia da Linguagem
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7.1 Filosofia da Matemática
33
7.2 Filosofia da Ciência e Filosofia da Natureza
34
7.3 Filosofia da Linguagem
37
Literatura
8.1 Literatura
Considerações Finais
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iv
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Prólogo
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Prólogo
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1. Matemática e Realidade
Bem-vindo ao seu guia de estudos matemática e realidade. Este guia
é um compilado de indicações de livros de matemática e, correlacionado
com ela, de filosofia. O objetivo deste guia, completamente embasado
na minha experiência pessoal e na estrutura da alma humana, é fazer
com que você potencialize a sua capacidade de cognição e apreensão de
conceitos, de raciocı́nio, de emissão de juı́zos etc.
Obviamente, isso só ocorrerá se você, ao mesmo tempo, levar uma
vida intelectual séria, estudar matemática com profundidade e estudar
outros assuntos, especialmente a filosofia.
1.1. Apologia da Matemática
Matemática é essencial para a vida intelectual e estrutura do pensamento. Todo intelectual sério, até bem pouco tempo, sabia do que se
tratava Os Elementos de Euclides e, mais ainda, sabia demonstrar teoremas nele presentes. Segundo uma tradição, na Academia de Platão
existia uma inscrição que proibia a entrada de pessoas que não sabiam
geometria. Ademais, ao longo da República, alguns argumentos em favor
do aprendizado da matemática são dados. Aristóteles, no Órganon, √
em
Primeiros Analı́ticos, utiliza a demonstração da irracionalidade de 2
como um exemplo de um argumento Reductio ad Absurdum. Aliás,
todo o pensamento filosófico grego está, de uma forma ou de outra,
entrelaçado com o pensamento matemático e vice-versa.
Diversos foram os filósofos que estudaram, e alguns até desenvolveram, matemática. Platão, Aristóteles, Boécio, Hugo de São Vitor, Ro3
Prólogo
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Capı́tulo 1: Matemática e Realidade
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berto Grosseteste, Thomas Bradwardine, Santo Alberto Magno, Santo
Tomás de Aquino, Duns Scotus, Francisco Suárez, João de São Tomás,
Descartes, Leibniz, Frege, Edmund Husserl, Alfred Whitehead, Henri
Poincaré, Charles Peirce, Pascal, Hilary Putnam, Alfred Tarski, Bernard
Lonergan, James Franklin etc. A matemática, devidamente estudada e
compreendida, além de ser, muitas vezes, um elemento de validação de
sistemas filosóficos (por exemplo, Kant e as geometrias não-euclidianas),
potencializa o intelecto para as abstrações e, consequentemente, para a
absorção de conceitos e universais, desenvolve o raciocı́nio e a capacidade argumentativa. Isto é, é uma disciplina basilar na vida intelectual
e compreensão da realidade. Tão basilar que as quatro disciplinas que
compõem o Quadrivium - Aritmética, Geometria, Música e Astronomia
-, precedidas pelas disciplinas do Trivium e consideradas fundamentos
para o estudo da Filosofia e da Teologia, são, essencialmente, o estudo
dos números (aritmética), números no espaço (geometria), números no
tempo (música) e números no espaço e tempo (astronomia). O problema
moderno, que deixa turvo o intelecto para a importância da matemática,
penso eu, é compreender a matemática apenas a partir de sua utilidade, o
que é evidente nos nossos tempos. Não podemos deixar a beleza e a importância da matemática se perderem no meio do útil e, assim, do ponto
de vista humano, torná-la inútil. Resgatar a cultura também significa resgatar a matemática como disciplina basilar na estrutura do pensamento.
Significa entendê-la como uma das maiores conquistas da inteligência
humana.
1.2. Da Necessidade de se Estudar Outras Áreas
O estudo da matemática apenas do ponto de vista técnico e utilitarista,
como dito anteriormente, a torna completamente inútil do ponto de vista
humano e, paradoxalmente, cria no estudante uma tendência muito elevada a erros de raciocı́nio lógico e argumentativo a respeito da realidade,
outras disciplinas de humanidade e, inclusive, sua própria experiência
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Prólogo
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Capı́tulo 1: Matemática e Realidade
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pessoal. Com efeito, pois o sujeito fica preso em construções simbólicas
que estão, para ele, fechadas em si mesmas e, assim, são apenas isso,
sı́mbolos desprovidos de significados. Subjacente à essa visão, embora o
sujeito não perceba, está pressuposta uma filosofia da matemática nominalista. É assim, por exemplo, que se forma a mentalidade cientificista
moderna, uma verdadeira ofensa à razão e cheia de erros ginasianos.
É devido à essa má filosofia da matemática vigente, embora não professada, e a igualmente má educação matemática dos nossos tempos.
Se estudada devidamente, porém, o estudo da matemática estrutura o
próprio pensamento e, como consequência, potencializa o poder da razão.
Quando o estudo da matemática é acompanhado do estudo de outras
disciplinas, especialmente das de humanidades, a capacidade dedutiva,
inclusive na busca pela verdade, é potencializada. Um bom curso de
lógica clássica e geometria euclidiana, para exemplificar, acompanhando
de um estudo das artes, da filosofia e da antropologia, já livraria o estudante da sedução dos sofistas de hoje. Ao estudar a prova da infinidade
do conjunto dos números primos, feita por Euclides há muitos séculos,
o estudante já começaria a identificar pressupostos em argumentos filosóficos, polı́ticos, sociais etc. e, assim, não ser enganado por sofismas
e erros argumentativos, que muitas vezes são de chorar.
1.3. Sobre a Beleza e a Matemática
G. H. Hardy, um dos grandes matemáticos do século passado, em seu
livro A Mathematician’s Apology, escreveu que “os padrões criados por
um matemático, como os do pintor ou do poeta, devem ser bonitos; as
idéias, como as cores ou as palavras, devem se entrelaçar de maneira
harmoniosa. A beleza é o primeiro critério: não há lugar no mundo para
a matemática feia.”
Veja bem, a beleza como critério. Na fı́sica, a beleza matemática
também é critério. Paul Dirac, o fı́sico que uniu as matrizes de Heisenberg
com as ondas de Schöredinger, afirmou que “os fı́sicos teóricos aceitam
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Prólogo
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Capı́tulo 1: Matemática e Realidade
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a necessidade da beleza matemática como um ato de fé. . . Por exemplo,
a principal razão pela qual a teoria da relatividade é tão universalmente
aceita é a sua beleza matemática.” Matemáticos relatam experiências
estéticas genuı́nas, às vezes os levando às lágrimas, com o seu objeto de
estudo. Eu, por exemplo, já cheguei a lacrimar diante do que eu conhecia.
Por que isso? O critério não deveria ser a verdade?
Depois de estudar os transcendentais do Ser, eu pude compreender
perfeitamente o que acontece e encontrar uma explicação para Beleza na
matemática e, inclusive, para entendê-la como critério. Como a Beleza, a
Bondade e a Verdade são três aspectos do Ser, ao contemplarmos a Beleza,
estamos contemplando a Verdade e também a Bondade. Quando enxergamos beleza na matemática, o fazemos por estarmos contemplando a
verdade. Sim, a verdade, que, na matemática, tem a caracterı́stica de se
manifestar de maneira apodı́tica. É assim que eu compreendi Aristóteles
quando disse que “erram os que afirmam que as ciências matemáticas
nada dizem sobre a Beleza e a Bondade” e afirmou que ela - a matemática
- fala desses transcendentais em supremo grau.
Os objetos matemáticos são imutáveis e eternos. Eles não sofrem
com a queda. Neles, Verdade, Bondade e Beleza são uma coisa só. Assim,
ao enxergarmos a Beleza na matemática, estamos pura e simplesmente
contemplando a Verdade. Hardy está certo. Quando a matemática é feia,
não há verdade.
É por isso que se você estudar matemática corretamente, além de
treinar o seu intelecto, você estará contemplando a Verdade e, quem
sabe, lacrimando aqui e acolá.
1.4. Matemática e Humildade
Obrigado por apontar meu erro. Essa foi a frase dita por Edward Nelson,
um matemático americano, que percorreu o mundo da internet.
Contextualizando, no final de setembro de 2011, uma notı́cia abalou o
submundo dos fundamentos da matemática. Nelson alegou que ele havia
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Capı́tulo 1: Matemática e Realidade
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provado - veja bem!, DEMONSTRADO - a inconsistência da aritmética.
A inconsistência da aritmética. Isso mesmo. Esqueça Bóson de Higgs.
Esqueça Teoria das Cordas. Esqueça multiversos. Memore inconsistência
da aritmética. Isso seria um estrondo, um desastre, um desmoronamento
intelectual em nosso tempo. Seria. Não foi. Não é. Um outro matemático,
Terence Tao, encontrou um erro na demonstração do Edward Nelson.
Tao apontou o erro e, depois de uma discussão, Nelson enxergou, e
reconheceu, que estava errado e escreveu: “You are quite right, and my
original response was wrong. Thank you for spotting my error.”
Isso pode parecer insignificante, mas não é. Veja, o coração da matemática está nas demonstrações. O que um matemático faz é provar
teoremas, buscar argumentos para justificar uma proposição de tal forma
que o êxtase surge com a beleza do resultado final, completamente necessário. E mais ainda, nessa busca de encadeamentos, extremamente
ordenados, de raciocı́nios, o matemático deposita algo seu, ı́ntimo, que
transparece em um estilo. Portanto, quando um erro demonstrativo é
apontado, ele perfura a superfı́cie do matemático e atinge o seu interior.
Logo, dizer “obrigado por apontar meu erro” é um ato de humildade.
São exemplos como o do Nelson que me fazem pensar a matemática
como uma disciplina da humildade da razão, um antı́doto para a soberba,
pois os erros cometidos nas demonstrações não podem ser racionalizados,
não podem ser contra-argumentados. Obriga-me a aceitar a fraqueza do
meu pensar. Anteriormente, recomendei o estudo da matemática pelos
seus efeitos no intelecto. Dessa vez, recomendo o seu estudo para o
crescimento da virtude da humildade, indispensável a uma verdadeira
vida intelectual.
A matemática é a disciplina da humildade.
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Capı́tulo 1: Matemática e Realidade
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Como estudar matemática?
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Como estudar matemática?
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2. Conceitos
Na etapa inicial do estudo da matemática, a primeira coisa necessária
é a clareza dos conceitos. E essa claridade acontece com definições bem
formuladas. Livres de dubiedades.
Assim, aqui, você precisa apreender os conceitos da disciplina, o que,
às vezes, exigirá pre-requisitos. Por exemplo, na seguinte definição de
função contı́nua, o que podemos extrair de pré-requisito?
Definição 1. Uma função f : X → Y entre dois espaços topológicos
X e Y é dita contı́nua se, para qualquer conjunto aberto V ⊆ Y , a
imagem inversa
f −1 (V ) = {x ∈ X : f (x) ∈ V }
é um conjunto aberto de X.
Veja bem, para compreender essa definição e o conceito de função
contı́nua, você precisa saber o que é um espaço topológico e um conjunto
aberto nele. E também entender o que é a imagem inversa.
É essencial que você faça essa análise conceitual a cada definição e
conceito novo encontrado.
Depois, faça os exercı́cios sugeridos. Pois é com os exercı́cios que
os conceitos serão apreendidos e propriedades deles serão derivadas.
Em seguida, a cada definição, tente definir com as suas palavras.
Tanto a própria definição quanto os conceitos necessários para que você
entenda a definição que está em jogo.
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Como estudar matemática?
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Capı́tulo 2: Conceitos
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Como estudar matemática?
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3. Demonstrações
Diz-se que Abraham Lincoln levava uma cópia dos Elementos de
Euclides consigo a todo lugar. Tarde da noite, à luz de lamparinas, botavase a estudar. ”Você nunca poderá ser um advogado se não entender o
que significa demonstração”, dizia ele.
O coração da matemática está nas demonstrações. Mas, afinal, o que
é uma demonstração? Ora, de maneira breve, é uma inferência dedutiva a
partir de um conjunto de hipóteses. O resultado obtido é uma conclusão
necessária. Assim, se as hipóteses são verdadeiras, a conclusão também
o será.
Com elas, aprende-se a fazer um raciocı́nio dedutivo e a provar o
que se afirma. Em suma, aprende-se a raciocinar e argumentar; eleva o
espı́rito que, com o pensamento, chega em verdades necessárias.
3.1. Estrutura Geral
A estrutura geral de uma demonstração foi desenvolvida por Aristóteles
no Órganon e, depois, sumarizada e aperfeiçoada com Euclides. Consiste,
essencialmente, em três partes:
• A Enunciação;
• A Prova;
• A Conclusão.
E essas três partes, por claridade, podem ser abertas em outras seis.
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Como estudar matemática?
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Capı́tulo 3: Demonstrações
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Protasis
Nessa primeira fase, dá-se a enunciação, em termos gerais, da proposição que queremos provar. Quanto mais claros os conceitos envolvidos e mais unı́vocos os termos, melhor.
Ecthesis
Especificação dos dados particulares com letras pelas quais a demonstração, a prova, será desenvolvida.
Diorismos
Declaração das condições de possibilidade do que deve ser provado
ou feito em termos dos dados particulares, que, às vezes, é seguida por
uma discussão dos limites da prova.
Kataskeve
Construção de elementos adicionais necessários para a demonstração.
Apodeixis
A prova, que extrai a verdade do enunciado por meio da variedade de
dados fornecidos ou construı́dos, com o auxı́lio de proposições, hipóteses
e definições anteriores.
Symperasma
Conclusão afirmando que a declaração original satisfaz as condições
da prova.
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Como estudar matemática?
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Capı́tulo 3: Demonstrações
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Essa metodologia, conforme já mencionado, está, em certo sentido,
na base do verdadeiro pensamento filosófico (a gênese está em Platão
e Aristóteles, que se inspiraram nas deduções matemáticas dos seus
tempos e foram aperfeiçoadas e sintetizadas por Euclides). Ela possui semelhanças diretas com a metodologia dos escolásticos, que, sem dúvidas,
representa o auge do pensamento filosófico humano.
Ademais, a variedade de teorias matemáticas, em que todas trabalham com conceitos, permitem um campo argumentativo realmente
vasto. Imagine, então, o que o estudo da matemática pode fazer com
a sua capacidade de compreensão de conceitos, capacidade argumentativa e dedutiva. Em suma, com o seu intelecto.
3.2. A Atenção
Na etapa do estudo das demonstrações, a atenção deve estar concentrada no sentido de não deixar escapar nenhum detalhe da demonstração.
Não deixe passar uma implicação sem entender o porquê dela. Abra a
explicação, se necessário. Por exemplo, se, estudando teoria dos números,
digamos, você se depara com a seguinte frase no meio de uma demonstração:
Como p | ab, segue que p | a.
Por que p - b? Qual é a relação entre p e b para que isso aconteça?
Ademais, da mesma forma que você vai tentar definir os conceitos
com as suas palavras, enuncie os lemas, proposições, teoremas etc. com
as suas palavras também.
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Como estudar matemática?
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Capı́tulo 3: Demonstrações
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Como estudar matemática?
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4. Considerações Finais
Não podemos ler matemática de maneira passiva. A matemática exige
uma leitura ativa. No sentido que Mortimer Adler coloca no seu livro
Como Ler Livros. E, mais ainda, dos quatro nı́veis de leitura descritos
por Adler, a leitura da matemática deve ser sempre analı́tica.
Isso se dá com a reserva de um horário diário, sentado e com um
caderno ao lado. Como dito anteriormente, a cada definição, tente definir
com as suas palavras. Tanto a própria definição quanto os conceitos
necessários para que você entenda a definição que está em jogo. Nas
demonstrações, abra os resultados ocultos e não deixe passar uma linha
sem entendimento.
Ademais, além das listas de matemática, coloquei listas de estudos
de alguns tópicos especı́ficos de filosofia que estão conectados com a
matemática.
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Como estudar matemática?
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Capı́tulo 4: Considerações Finais
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Listas de Estudo
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Listas de Estudo
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5. Tópicos de Matemática
Segue, inicialmente, organizada por tópicos, uma lista de livros para
cada tópico de matemática. Não há a necessidade de se estudar todos os
livros de um tópico e não há a necessidade de se ler na ordem. O que
há entre os diversos livros é uma relação de complementariedade.
Ademais, as listas estão divididas por nı́veis. São quatro nı́veis: Elementar, Básico, Intermediário e Avançado. Ressalto, porém, que mesmo
um tema de nı́vel básico pode se tornar avançado, como, por exemplo,
Teoria dos Conjuntos.
5.1. Nı́vel Elementar
5.1.1 Divulgação Matemática
• A Tour fo the Calculus - David Berlinski;
• Tio Petros e a Conjectura de Goldbach - Apostolos Doxiadis;
• How Not to be Wrong: The Power of Mathematical Thinking
- Jordan Ellenberg;
• A Mathematician’s Apology - G. H. Hardy;
• The Music of the Primes - Marcus du Sautoy;
• O Último Teorema de Fermat - Simon Singh;
• Letters to a Young Mathematician - Ian Stewart.
• O Homem que Calculava - Malba Tahan;
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Listas de Estudo
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Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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5.1.2 Noções Preliminares
• Temas e Problemas Elementares - Elon Lages Lima, Paulo Cezar Pinto Carvalho, Eduardo Wagner e Augusto César Morgado;
• A Matemática do Ensino Médio (todos os volumes) - Elon Lages
Lima, Paulo Cezar Pinto Carvalho, Eduardo Wagner e Augusto
César Morgado;
• Fundamentos de Matemática Elementar (todos os volumes) Gelson Iezzi e Carlos Murakami;
• Tópicos de Matemática Elementar (todos os volumes) - Antonio
Caminha Muniz Neto;
• Proof in Mathematics: An Introduction - James Franklin.
5.2. Nı́vel Básico
5.2.1 Geometria
• Elementos - Euclides;
• Construções Geométricas - Eduardo Wagner;
• Introduction to Geometry - H. S. Coxeter;
• Elementary Geometry from an Advanced Standpoint - Edwin
E. Moise;
• Geometry: Euclid and Beyond - Robin Hartshorne.
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Listas de Estudo
Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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5.2.2 Teoria dos Conjuntos
• Introdução à Teoria dos Conjuntos - Gilmar Pires Novaes;
• Teoria Ingênua dos Conjuntos - Paul Halmos;
• Set Theory: A First Course - Daniel W. Cunningham;
• Introduction to Set Theory - K. Hrbaceck e T. Jech.
5.2.3 Teoria dos Números
• Introdução à Teoria dos Números - José Plı́nio de Oliveira Santos;
• Fundamentos da Aritmética - Hygino H. Domingues;
• Elementary Number Theory - Gareth A. Jones e Josephine M.
Jones;
• An Invitation to Modern Number Theory - Steven J. Miller e
Ramin Takloo-Bighash;
• An Introduction to the Theory of Numbers - G. H. Hardy e
Edward M. Wright;
• Teoria dos Números Transcendentais - Diego Marques;
• Teoria dos Números Algébricos - Otto Endler.
5.2.4 Álgebra Linear
• Geometria Analı́tica e Algebra Linear - Elon Lages Lima;
• Álgebra Linear - Elon Lages Lima;
• The Four Pillars of Geometry - John Stillwell;
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Listas de Estudo
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Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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• Linear Algebra - Kenneth Hoffmann e Ray Kunze;
• Linear Algebra Done Right - Sheldon Axler.
5.2.5 Álgebra
• Introdução à Álgebra - Adilson Gonçalves;
• Elementos de Álgebra - Arnaldo Garcia e Yves Lequain;
• Contemporary Abstract Algebra - Joseph Gallian;
• Basic Algebra (Vol. 1 e 2) - Nathan Jacobson;
• Abstract Algebra - David S. Dummit e Richard M. Foote;
5.2.6 Cálculo Diferencial e Integral
• Um Curso de Cálculo (Vol. 1-4) - Hamilton Luiz Guidorizzi;
• Calculus - Michael Spivak;
• Calculus (Vol. 1 e 2) - Tom M. Apostol.
5.2.7 Probabilidade e Estatı́stica
• Instroductory Statistics - Neil A. Weiss;
• Statistics - David Freedman, Robert Pisani e Roger Purves;
• Introduction to Probability Models - Sheldon M. Ross;
• An Introduction to Probability Theory and its Applications William Feller;
• Probability Theory: The Logic of Science - E. T. Jaynes.
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Listas de Estudo
Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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5.3. Nı́vel Intermediário
5.3.1 Análise Real e Complexa
• Curso de Análise (Vol. 1 e 2) - Elon Lages Lima;
• The Elements of Real Analysis - R. Bartle;
• Principles of Mathematical Analysis - Walter Rudin;
• Elementary Classical Analysis - J. E. Marsden;
• Real and Complex Analysis - Walter Rudin;
• A First Course in Complex Analysis with Applications - Dennis Zill e Patrick Shanahan;
• Visual Complex Analysis - Tristan Needham.
5.3.2 Topologia
• Espaços Métricos - Elon Lages Lima;
• Elementos de Topologia Geral - Elon Lages Lima;
• Introduction to Topology and Modern Analysis - George F.
Simmons;
• Introduction to Topology - Bert Mendelson.
5.3.3 Geometria Diferencial
• Geometria Diferencial de Curvas e Superfı́cies - Manfredo Perdigão do Carmo;
• Elementary Differencial Geometry - B. O’Neill;
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Listas de Estudo
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Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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• Differential Geometry - Will Merry;
• Manifolds and Differential Geometry - Jeffrey Lee;
• Introduction to Manifolds - Loring Tu;
• Variedades Diferenciáveis - Elon Lages Lima.
5.3.4 Equações Diferenciais
• Equações Diferenciais Ordinárias - Clauss I. Doering e Artur
O. Lopes;
• EDP: Um Curso de Graduação - Valéria Iório;
• Differential Equations With Applications and Historical Notes - George Simmons;
• Equações Diferenciais Aplicadas - Djairo Guedes de Figueiredo
e Aloisio Freiria Neves;
• Elementary Differential Equations and Boundary Value Problems - W. E. Boyce e R. C. DiPrima;
• Stability, Instability and Chaos: An Introduction to the Theory
of Nonlinear Differential Equations - P. Glendinning.
5.4. Nı́vel Avançado
5.4.1 Análise Funcional
• Fundamentos de Análise Funcional - Geraldo Botelho, Daniel
Pellegrino e Eduardo Teixeira;
• Introdução à Análise Funcional - César R. de Oliveira;
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Listas de Estudo
Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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• Functional Analysis - Walter Rudin;
• Introduction to Banach Spaces and Algebras - Graham R. Allan;
• Topology and Normed Spaces - G. J. O. Jameson.
5.4.2 Teoria da Medida
• Introdução à Medida e Integração - Carlos Isnard;
• Curso de Teoria da Medida - A. Armando de Castro Jr.;
• Medida e Integração - Pedro J. Fernandez;
• An Introduction to Measure Theory - Terence Tao;
• Measure Theory - D. H. Fremlin.
5.4.3 Sistemas Dinâmicos e Teoria do Caos
• Introdução aos Sistemas Dinâmicos - Jacob Palis Jr. e Weligton
de Melo;
• Introduction to Modern Theory of Dynamical Systems - Anatole Katok e A. B. Katok;
• An Introduction to Dynamical Systems - D. K. Arrowsmith e
C. M. Place;
• An Introduction to Dynamical Systems and Chaos - G. C. Layek;
• Differential Equations, Dynamical Systems, and an Introduction to Chaos - Morris W. Hirsch, Stephen Smale e Robert L.
Devaney;
• Laws of Chaos - Abraham Boyarsky e Pawel Góra.
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Listas de Estudo
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Capı́tulo 5: Tópicos de Matemática
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5.4.4 Teoria de Categorias
• Categories for the Working Mathematician - Saunders MacLane;
• Category Theory - Steve Awodey;
• Abstract and Concrete Categories: The Joy of Cats - Jiřı́ Adámek,
Horst Herrlich e George E. Strecker;
• Categorical Logic and Type Theory - Bart Jacobs;
• Fibred categories à la Bénabou - Thomas Streicher;
• Sheaves in Geometry and Logic: A First Introduction to Topos
Theory - Saunders MacLane e Ieke Moerdijk;
• Categories and Sheaves - Masaki Kashiwara e Pierre Schapira.
5.4.5 Grupos Quânticos e Álgebras de Hopf
• Quantum Groups and Their Representations - Anatoli Klimyk
e Konrad Schmudgen;
• A Guide to Quantum Groups - Vijayanthi Chari e Andrew Pressley;
• Foundations of Quantum Group Theory - Shahn Majid;
• Quantum Groups - Christian Kassel;
• Hopf Algebras - Moss E. Sweedler;
• Hopf Algebras and Their Actions on Rings - Susan Montgomery;
• Hopf Algebras - David Radford.
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Listas de Estudo
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6. Tópicos de Lógica, Fundamentos e História
da Matemática
Aqui, não há mais uma divisão por nı́veis, apenas uma divisão pelas
áreas de Lógica, Fundamentos da Matemática e História da Matemática.
6.1. Lógica
• Órganon - Aristóteles;
• An Introduction to Traditional Logic - Michael M. Sullivan;
• Socratic Logic - Peter Kreeft;
• Introdução à Lógica - Cezar A. Mortari;
• O Desenvolvimento da Lógica - William Kneale e Martha Kneale;
• Logic: A Very Short Introduction - Graham Priest;
• A Concise Introduction to Logic - Patrick J. Hurley e Lori Watson;
• Logic and Structure - Dick van Dalen;
• Introduction to Metamathematics - Stephen Cole Kleene;
• Introduction to Mathematical Logic - Elliot Mendelson;
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Listas de Estudo Capı́tulo 6: Tópicos de Lógica, Fundamentos e História da Matemática
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• Fundamentals of Mathematical Logic - Peter G. Hinman;
• Mathematical Logic - Joseph R. Shoenfield;
• A Mathematical Introduction to Logic - Herbert B. Enderton;
• Mathematical Logic and Model Theory: A Brief Introduction
- Alexander Prestell e Charles N. Delzell;
• Logic, Induction and Sets - Thomas Forster:
• Language, Proof and Logic - John Etchemendy e Jon Barwise
6.2. Fundamentos da Matemática
• The Foundations of Mathematics - Thomas Q. Sibley;
• The Foundations of Mathematics - Kenneth Kunen;
• Classic Set Theory for Guided Independent Study - Derek C.
Goldrei;
• Set Theory and Its Philosophy: A Critical Introduction - M.
Potter;
• Set Theory and the Continuum Hypothesis - Paul Cohen;
• Set Theory, Logic and their Limitations - Moshe Machover;
• The Higher Infinite - Akihiro Kanamori;
• Computability and Logic - George S. Boolos, John P. Burgess e
Richard C. Jeffrey.
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6.3. História da Matemática
• Mathematics: From the Birth of Numbers - Jan Gullberg;
• Mathematics and its History - John Stillwell;
• Mathematical Thought from Ancient to Modern Times - Morris Kline;
• A Short Account of the History of Mathematics - W. W. Rouse
Ball;
• The History of Mathematics: An Introduction - David Burton;
• An Introduction to the History of Mathematics - Howard Eves;
• A History of Mathematics: An Introduction - Victor J. Katz;
• A History of Mathematics - Carl B. Boyer;
• The History of the Calculus and Its Conceptual Development
- Carl B. Boyer;
• A History of Greek Mathematics - Thomas Heath;
• The Science of Conjecture: Evidence and Probability before
Pascal - James Franklin.
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7. Tópicos de Filosofia da Matemática, Filosofia da Ciência, Filosofia da Natureza
e Filosofia da Linguagem
Aqui, continuamos sem a divisão por nı́veis, apenas uma divisão pelas áreas de Filosofia da Matemática, Filosofia da Ciência, Filosofia da
Natureza e Filosofia da Linguagem.
7.1. Filosofia da Matemática
• The Nature of Mathematical Knowledge - Philip Kitcher;
• The Foundations of Arithmetic - G. Frege;
• Thinking about Mathematics: the Philosophy of Mathematics
- Stewart Shapiro;
• Philosophy of Mathematics: Structure and Ontology - Stewart
Shapiro;
• Platonism and Anti-Platonism in Mathematics - Mark Balaguer;
• Wittgenstein, Finitism, and the Foundations of Mathematics Mathieu Marion;
• Naturalism in Mathematics - Penelope Maddy;
• Realism in Mathematics - Penelope Maddy;
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• The Philosophy of Mathematics - Edward A. Maziarz;
• Greek Mathematical Philosophy - Edward A. Maziarz e Thomas
Greenwood;
• Philosophy of Mathematics: A Contemporary Introduction to
the World of Proofs and Pictures - James Robert Brown;
• Uncertainty: The Soul of Modeling, Probability and Statistics
- William Briggs;
• From an Ivory Tower: A Discussion of Philosophical Problems
Originating in Modern Mathematics - Bernard Hausmann;
• An Aristotelian Realist Philosophy of Mathematics: Mathematics as the Science of Quantity and Structure - James Franklin;
• St. Thomas on the Object of Geometry - Vincent Edward Smith;
• La Filosofı́a de las Matemáticas en Santo Tomás - Jose Alvarez
Laso.
7.2. Filosofia da Ciência e Filosofia da Natureza
• Metafı́sica - Aristóteles;
• Fı́sica - Aristóteles;
• Understanding Philosophy of Science - James Ladyman;
• What Science Knows: And How it Knows it - James Franklin;
• Modern Physics and Ancient Faith - Stephen M. Barr;
• The Mathematization of Physics and the Neo-Thomism of
Duhem and Maritain - Stephen M. Barr;
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• The Science Before Science - Anthony Rizzi;
• The Modeling of Nature - William A. Wallace;
• Causality and Scientific Explanation - William A. Wallace;
• Philosophical Physics - Vincent Edward Smith;
• The Philosophy of Physics - Vincent Edward Smith;
• The General Science of Nature - Vincent Edward Smith;
• La Mente del Universo - Mariano Artigas;
• Karl Popper: Búsqueda sin Término - Mariano Artigas;
• Galileo em Roma - Mariano Artigas;
• Filosofia da Natureza - Mariano Artigas;
• The Metaphysical Foundations of Modern Science - Edwin A.
Burtt;
• How the Laws of Physics Lies - Nancy Cartwright;
• Philosophy and the New Physics - Jonathan Powers;
• Physics and Phylosophy - Werner Heisenberg;
• Against Method - Paul Feyerabend;
• A Estrutura das Revoluções Cientı́ficas - Thomas Kuhn;
• Conjecturas e Refutações - Karl Popper;
• A Crise das Ciências Europeias e a Fenomenologia Transcendental - Edmund Husserl;
• A Imagem Cientı́fica - Bas van Fraassen;
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• Imposturas Intelectuais - Alan Sokal e Jean Bricmont;
• The Rationality of Induction - David Stove;
• Popper and After: Four Modern Irrationalists - David Stove;
• Darwinian Fairytales - David Stove;
• Structural Realism - Elaine Landry e Dean Rickles;
• A Metaphysics for Scientific Realism: Knowing the Unobservable - Anjan Chakravartty;
• Aristotle on Method and Metaphysics - Edward Feser;
• Aristotle’s Revenge: the Metaphysical Foundations of Physical
and Biological Science - Edward Feser;
• The Limits of a Limitless Science: and Other Essays - Stanley
L. Jaki;
• The Saviour of Science - Stanley L. Jaki;
• The Hollow Universe - Charles de Koninck;
• Philosophy of Nature - Jacques Maritain e Yves Simon;
• The Degrees of Knowledge - Jacques Maritain;
• Thomism and Mathematical Physics - Bernard I. Mullahy;
• Fı́sica e Realidade - Carlos A. Casanova;
• O Enigma Quântico - Wolfgang Smith;
• Ciência e Mito - Wolfgang Smith.
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7.3. Filosofia da Linguagem
• De Magistro - Santo Agostinho;
• Philosophy of Language - A. Miller;
• Philosophy of Language: A Contemporary Introduction - W.
G. Lycan;
• Sourcebook in the History of Philosophy of Language - M.
Cameron, B. Hill e R. J. Stainton;
• La Búsqueda del Significado - L. V. Villanueva;
• Las Palabras, las Ideas y las Cosas - M. G.-Carpintero;
• Filosofı́a del Lenguaje - F. Conesa e J. Nubiola;
• Quantifiers and Propositional Attitudes - W.V.O. Quine;
• Two Dogmas of Empiricism - W.V.O. Quine;
• Proper Names - John Searle;
• The Structure of Illocutionary Acts - John Searle;
• Thomist Realism and the Linguistic Turn: Toward a More
Perfect Form of Existence - John O’Callaghan;
• Aristotle’s Theory of Language and Meaning - Deborah K. W.
Modrak.
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8. Literatura
Aqueles que, como eu, acompanham Olavo de Carvalho há um tempo
sabem que a educação da imaginação tem caráter basilar na atividade
filosófica. Olavo argumenta que a construção do real se dá, acima de tudo,
por imaginação. O estudo da matemática por si só não é capaz de formar
o imaginário de uma pessoa, embora ele desenvolva a imaginação.
Imaginação e memória são caracterı́sticas da alma que, entre outras
funções, permitem uma compreensão da realidade sem a experiência
sensı́vel. Os sentidos fornecem conhecimentos individuais e particulares que, ao entrarem na alma, fornecem o que Santo Tomás chama de
“fantasmas”, que são imagens. O intelecto, então, opera nos sentidos interiores da alma (onde residem a imaginação e a memória) e é capaz
de fazer abstrações, de captar universais. Por exemplo, o conceito de
triangularidade. O conceito em si é completamente compreensı́vel para
o intelecto. Mas a imagem é sempre de um particular. Quando pensamos em um triângulo, pensamos em um triângulo isósceles, escaleno,
retângulo etc. Não temos uma ”imagem”do conceito de triângulo, que é
um universal. Mas temos imagens (fantasmas) de triângulos particulares.
Uma boa obra de literatura, que é aquela ligada à realidade, ao enriquecer o imaginário, esse horizonte de consciência de uma pessoa,
fornece uma porção de imagens (fantasmas) para o intelecto poder operar. Portanto, fica muito mais fácil conhecer a verdade sobre a realidade.
Especialmente a que nos cerca.
Uma literatura de fantasia, ou um bom conto de fadas (penso em
Tolkien aqui), fornece imagens para a compreensão de um outro estrato
da realidade, o metafı́sico. Quando eu falo em estratos da realidade, eu só
faço essa divisão no meu intelecto. Isto é, de forma abstrata para compreensão dela. Quando eu falo em “metafı́sica” e “fı́sica”, só faço essa divisão
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no intelecto. Na realidade, os dois estratos estão agindo ao mesmo tempo
e estão na totalidade dela. A realidade é extremamente complexa e envolve todos os estratos (matemáticos, metafı́sicos, cientı́ficos, linguı́sticos
etc.). Depois de Descartes, porém, o mundo ocidental começou a fazer
uma divisão ”atual”na realidade entre “metafı́sica” e “fı́sica”. E isso se
espalhou como um vı́rus. Pense, por exemplo, nos conceitos de alma e
corpo que você tem na cabeça.
Eles não são duas coisas que têm substância em si mesmo. Antes,
eles, juntos, corpo e alma, matéria e forma, dão a substância dos seres
vivos. Somente juntos. A alma é a forma substancial dos seres vivos. Sim,
um cachorro tem alma e uma árvore tem alma.
O imaginário moderno é repleto de cientismo e cartesianismo. O
conjunto de sı́mbolos e imagens que existe hoje é muito pobre e completamente materialista, incapaz de entender os estratos mais profundos da
realidade. Um exemplo: caridade cristã. Hoje, pela pobreza de sı́mbolos
e imagens da nossa cultura (onde a literatura tem papel fundamental),
quando você fala de “caridade cristã”, as pessoas estarão pensando em
doações materiais no máximo. Em doar dinheiro, essas coisas. Essas
são as imagens que elas têm na cabeça. Agora, um medieval compreenderia perfeitamente o conteúdo do conceito “caridade cristã”. Porque
dentro dos elementos do imaginário medieval, estava a santidade.Todo
mundo tinha imagens muito bem formadas da santidade. Hoje, se você
fala em santidade para uma pessoa normal, a imagem que, na cabeça
dela, possivelmente, estará atrelada ao conceito de santidade será a de
uma estátua em uma Igreja. E a estátua raramente indicará, para aquela
pessoa, um elemento da realidade. Ela não tem sı́mbolos e imagens, por
falta de literatura, de ensinamento de virtudes, de pessoas reais que vivem a santidade etc., que possibilitem a ela que o intelecto compreenda
o conteúdo real da palavra “santidade”. Isto é, quando você fala “santidade”, a pessoa não faz a mı́nima ideia do que você está falando na
realidade. O conteúdo real para ela é o conteúdo linguı́stico. É só um
termo da lı́ngua. Isso jamais aconteceria no Mundo Medieval. E tudo
graças ao imaginário.
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Capı́tulo 8: Literatura
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Ou seja, a compreensão da realidade em si, por causa do empobrecimento do imaginário, sofre uma carência. Por mais que o conhecimento
especı́fico de um estrato dela esteja avançado. Sobre a questão do gosto,
eu não vou tocar.
C.S. Lewis, juntamente com Tolkien, grande defensor da importância
da literatura no imaginário, em seu livro A Abolição do Homem, escreveu:
“Numa espécie de mórbida ingenuidade extirpamos o órgão e exigimos
sua função. Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e
iniciativa. Caçoamos da honra e nos chocamos ao encontrar traidores
entre nós. Castramos e ordenamos que os castrados sejam férteis”.
O ponto é que, entre outros elementos, boa literatura, inclusive fantasia, também fornece os “fantasmas” necessários para aterrorizar este
mundo hodierno.
8.1. Literatura
• Ilı́ada - Homero;
• Odisséia - Homero;
• Antigo Testamento - Vários Autores;
• Tragédias - Ésquilo;
• História das Guerras Persas - Heródoto;
• Tragédias - Eurı́pedes;
• Comédias - Aristófanes;
• Da Amizade - Cı́cero;
• Eneida - Virgı́lio;
• Meditações - Marco Aurélio;
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Capı́tulo 8: Literatura
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• Novo Testamento - Vários Autores;
• Beowulf - Autor Desconhecido;
• Sir Gawain e o Cavaleiro Verde - Autor Desconhecido;
• A Canção de Rolando - Autor Desconhecido;
• A Canção de Nibelungo - Autor Desconhecido;
• A Saga Njal - Autor Desconhecido;
• A Divina Comédia - Dante Alighieri;
• Os Contos de Canterbury - Geoffrey Chaucer;
• O Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam;
• Utopia - São Thomas More;
• Ensaios - Michel de Montaigne;
• Dom Quixote - Miguel de Cervantes;
• Obras Completas - William Shakeaspeare;
• Paraı́so Perdido - John Milton;
• As Viagens de Gulliver - Jonathan Swift;
• Orgulho e Preconceito - Jane Austen;
• Emma - Jane Austen;
• Fausto - Goethe;
• Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe;
• Comédias - Moliere;
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Capı́tulo 8: Literatura
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• Robinson Crusoé - Daniel Defoe;
• Poemas - William Wordsworth;
• Poemas - Samuel Taylor Coleridge;
• O Vermelho e o Negro - Stendhal;
• Obras - Charles Dickens;
• Moby Dick - Herman Melville;
• O Idiota, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamázov - Fiódor
Dostoiévski;
• Madame Bovary - Gustave Flaubert;
• A morte de Ivan Ilitch, Guerra e Paz e Anna Karenina - Liev
Tolstói;
• O Homem que foi Quinta-Feira, Manalive, A Taberna Ambulante, Contos do Padre Brown - G.K. Chesterton;
• As Aventuras de Huckleberry Finn - Mark Twain;
• Coração das Trevas - Joseph Conrad;
• Em Busca do Tempo Perdido - Marcel Proust;
• O Pavilhão dos Cancerosos - Alexander Soljenı́tsin;
• O Primeiro Cı́rculo - Alexander Soljenı́tsin;
• Crônicas de Narnia e Trilogia Cósmica - C.S. Lewis;
• O Hobbit, O Senhor dos Anéis, Contos Inacabados e O Silmarillion - J.R.R. Tolkien;
• A Morte de Virgı́lio - Hermann Broch;
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• O Mundo é dos Violentos, Um Bom Homem é Difı́cil de Encontrar e Tudo o que Sobe Deve Convergir - Flannery O’Connor;
• Meridiano de Sangue, A Estrada e “No Country for Old Men”
- Cormac McCarthy.
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9. Considerações Finais
Obviamente, muitas e muitas áreas poderiam ser adicionadas nas
listas de matemática. Assim como nas áreas de Filosofia. Omiti, aqui,
diversas outras áreas do conhecimento propositalmente. Decidi deixar
algumas que, além de presentes na minha formação pessoal, também
estão interconectadas com a matemática.
Lembre-se, este guia é para você treinar o intelecto, que é um atributo
da alma, e, com ele, compreender melhor a realidade que o cerca. Para
isso, porém, é necessário complementariedade de estudos. Isto é, estude
outras áreas do conhecimento. Estude e estude sempre!
Inseri, ao final, uma lista de literatura. Obviamente, a lista não tem a
pretensão de ser completa. Ela apenas apresenta algumas obras basilares
no Ocidente.
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