Gestão de ideias O Guia completo | Coleção Mynnovation “ O poder da ideação está no processo em si - como você envolve as pessoas, como comunica e, por fim, como você trata elas. - Jannie Van Zyl Head de Inovação da Vodacom Sobre o eBook - Autores Sulivan Santiago, Partner na ACE. De acordo com uma pesquisa de 2018 da InnoSight, uma consultoria de inovação, o tempo de vida médio das empresas em 2027 vai cair para 12 anos. Inovar portanto não é uma opção, mas uma imposição do mercado. Este eBook tem como objetivo apresentar um framework completo, além de servir como guia para ajudar executivos, gestores e entusiastas da inovação a implementar um programa de ideias completo, que realmente traga resultados de sucesso. Feito com por quem vive e respira inovação Sulivan ajudou mais de 1.000 empreendedores e intraempreendedores a adotar frameworks lean e de inovação. Trabalhou com startups, scale-ups e enterprises com zero de faturamento até 10Bi+ . É um expert em inovação corporativa e fundador da Suite Mynnovation. Vítor Chammas, Product Manager Expert em gestão da inovação e gestão de ideias. Designer premiado e Product Manager da Suíte de Gestão de Inovação ACE. Co-criador da plataforma online de aceleração da ACE, por onde passaram mais de 500 empreendedores. 2 Sumário 1. O framework IDEIAS 2. Interação 3. Desafios 4. Estrutura 5. Ideias 6. Avaliação 7. Seleção 8. O que vem depois Tático Operacional IDEIAS Simples, mas poderoso! O framework IDEIAS contém os elementos fundamentais para um programa de ideias efetivo. Ele contém o pilar estratégico, tático e operacional embutido. VAMOS COMEÇAR! O FRAMEWORK Estratégico Nível do Negócio IDEIAS - Interno: Busca ideias para melhorar produtos atuais, abrir novos canais de vendas e aumentar a eficiência operacional. - Externo: Desenvolve novos produtos para mercados que já atua ou cria novos produtos para novos mercados (modelo de negócio) Nível Relacionamento - Interno: Colaboradores, Parceiros e Fornecedores - Externo: Clientes, Universidades, Centros de Pesquisas... O FRAMEWORK I de Interação = A interação tem dois níveis. Um com olhar de negócio e outro de relacionamento. Um programa de ideias precisa ter clareza se vai operar em ambos os níveis.. Desafio = Como? IDEIAS Onde Quero Chegar Onde estou GAP O FRAMEWORK D de Desafio = Baseado no olhar interno e externo, vamos entender onde estamos e onde queremos chegar. A linha executiva, então, comunica e publica o desafio e assim nossos stakeholders podem propor ideias para solucionar o gap. CEO IDEIAS RH TI VEN MKT CS IS FS 3 1 JUR SUP 2 O FRAMEWORK E de Estrutura = O desafio pode ser publicado para a organização como um todo (1), uma unidade de negócios, um departamento (2), inter-departamental (3)… e até mesmo considerar uma estrutura externa (clientes por exemplo). IDEIAS I Melhores e Desejável + Factível Riscos O FRAMEWORK I de Ideias = O coração de tudo. Boas ideias não querem dizer melhores ideias. Para gerar uma ideia de potencial precisamos que seja desejável pelo cliente/negócio e que seja tecnicamente/financeiramente factível. Que seja criticada e melhorada pelo processo de engajamento e que por fim não traga riscos significativos financeiros ou de imagem. IDEIAS Teste binário (sim/não) Análise de Especialistas Análise Executiva O FRAMEWORK A de Avaliação = Avaliar é um processo importante. Não adianta ter as melhores ideias se não soubermos identificá-las. Os passos abaixo garantem que vamos abordar cada uma, analisando sua viabilidade e desejabilidade. Utilizamos aqui o método PERE para escolher as ideias que serão implementadas. IDEIAS POTENCIAL ESFORÇO RISCO EXPERIÊNCIA O FRAMEWORK S de Seleção = Se a ideia tem potencial para gerar valor para o negócio ou cliente e com um esforço baixo de implementação é um big win. Escolhendo os níveis certos para trabalhar em negócio e relacionamento. INTERAÇÃO INTERAÇÃO “ O resultado final de um jogo já pode ser, praticamente, previsto pelas peças que foram escolhidas no início para jogar. - Sulivan Santiago | Partner @ ACE Você deve focar em ideias de eficiência operacional, aumento de vendas ou criação de novos produtos e negócio? Esta é uma decisão difícil de ter clareza e extremamente importante. A tendência natural é dar mais atenção para a eficiência operacional do que para as demais. Mas isso pode ser um tiro no pé dado o contexto de mercado e como a empresa está posicionada. Não vemos organizações que morreram por serem eficientes. Elas morrem porque não há uma necessidade de mercado ou existem opções melhores e mais baratas.. E como encontrar a melhor forma de se posicionar? Utilizamos o modelo de quatro zonas do Geoffrey Moore, um guru do Vale do Silício, que escreveu o livro Zone to Win. Basicamente, ele divide a inovação em duas categorias: inovação disruptiva, aquela que cria novos negócios, ou inovação de sustentação, que cuida do core business. - Interno (Core Business): Busca ideias para melhorar produtos atuais, abrir novos canais de vendas e aumentar a eficiência operacional. - Externo (Disruptiva): Desenvolve novos produtos para mercados que já atua ou cria novos produtos para novos mercados (modelo de negócio). Não vemos organizações que morreram por serem eficientes! Elas morrem porque não há uma necessidade de mercado ou há opções melhores e mais baratas. INTERAÇÃO 1. Interação no Nível do Negócio O mo de lo 4 Zonas da Inovação novos negócios core business Interação no Nível do Negócio INTERAÇÃO Modelo das 4 Zonas São inovações no core business, com impacto direto no faturamento. Isso é: produtos atuais e canais de vendas (loja física, eCommerce, Marketplaces…) INTERAÇÃO DEFINIÇÃO DA ZONA DE PERFORMANCE - Novo canal de vendas Serviço cujo resultado seja um incremento no faturamento; Nova linha de produtos da empresa. Accounting Faturamento, margem de contribuição, churn/retorno e taxa de crescimento. Interação no Nível do Negócio Exemplos Roun d 3º São inovações core business, com impacto direto Rouno nd nos processos internos. É o que trará recursos para reduzir trabalhos “não-core” para concentrar esforços nos “core” INTERAÇÃO DEFINIÇÃO DA ZONA DE PRODUTIVIDADE 2º - Otimização do processo de recrutamento; Diminuição do lead time; Diminuição do ciclo de vendas. Accounting Taxa de efetividade, custo e tempo. Interação no Nível do Negócio Exemplos ound 3º Ronascidas und São inovações em mercados e clientes não existentes, e que podem representar ao menos 10% da receita futura da empresa. INTERAÇÃO DEFINIÇÃO DA ZONA DE 2º INCUBAÇÃO R - Novos mercados e clientes não existentes; Portfólio de oportunidades. Accounting Progresso: interações com clientes, % de uso da solução, % de conversão, entre outros. Interação no Nível do Negócio Exemplos º (1) A 2Youse, startup criada pela Caixa Roun d º Seguradora,Ré3um exemplo de inovação ound incubada que depois foi levada para transformação. (2) O iti do Itaú foi uma inovação necessária, dado o contexto de fintechs que surgiu no Brasil. O banco trouxe essa inovação para Zona de Transformação, o que quer dizer que a empresa vai adotar esta tecnologia e ser suportada pelo core do negócio (incluindo marketing, vendas, operação e etc). Interação no Nível do Negócio São inovações que vêm da Zona de Incubação (1) e/ou trazidas de mercado (2). É chamada transformação, pois a empresa vai adotar esta iniciativa e torná-la um produto/serviço oficialmente distribuído. INTERAÇÃO DEFINIÇÃO DA ZONA DE TRANSFORMAÇÃO O mo de lo 4 Zonas da Inovação Estratégias Uma empresa pode atuar em três status: Ataque Defesa Neutro Uma empresa em ataque é aquela que causa a disrupção. Ela abre novos mercados, produtos e negócios. Ela cria novas ondas tecnológicas e cria seguidores. Geralmente são empresas com saúde financeira e que não estão sendo ameaçadas. Ex: A Gol com a criação do Smiles é um exemplo. Startups por natureza são um exemplo de empresas em ataque. Uma empresa em defesa é aquela que está sendo ameaçada por novos concorrentes. Seu produto/serviço atual ficou para trás e já existem opções melhores (seja em preço ou performance), e se ela não se mexer vai perder rapidamente sua base de clientes. Ex: McDonalds criando hamburguer gourmet para combater food trucks locais. Empresas neutras seguem em modo de sobrevivência, adotaram um posicionamento de “conforto” em relação ao mercado que atuam. INTERAÇÃO Estratégias 3 1 4 “Todos deveriam acordar todas as manhãs e se perguntar: ‘ o que eu posso fazer hoje para acelerar a iniciativa transformacional?’” Uma transformação por vez. Interação no Nível do Negócio 2 INTERAÇÃO 1, 2, 3 e 4 são os níveis de prioridade quando uma companhia está em ataque. 2 3 4 Você não é o disruptor e sim o “disruptado”. Modelos transformacionais que irão proteger o seu modelo de negócio neutralizando a inovação disruptiva. Interação no Nível do Negócio 1 INTERAÇÃO 1, 2, 3 e 4 são os níveis de prioridade quando uma companhia está em defesa. (Não estou atacando nem me protegendo) INTERAÇÃO Interação no Nível do Negócio Zona Neutra = Nada O nível de relacionamento do programa de ideias em uma empresa pode abordar públicos internos ou externos. Depende, na verdade, qual zona será trabalhada, velocidade, expertise, budget, risco, cultura, processos, entre outras considerações. Ex. Para empresas em ataque, parcerias com Universidades e Centros de Pesquisa (Natura faz bastante isso) podem representar ganho de velocidade e expertise. Porém, isso exige budget, processo e tempo. Ao lado, mostramos os pontos positivos e negativos de cada interação. Interno: Colaboradores, Parceiros Atuais e Fornecedores Atuais. Alguns pontos positivos e negativos: + + + - Expertise Baixo Investimento Cultura Expertise (por vezes a expertise está fora da - Velocidade (a inovação vai competir com o dia a - empresa) dia da empresa) Cultura (a cultura atual pode ser um câncer para inovação) Externo: Clientes, Universidades, Centros de Pesquisas e Empresas. Alguns pontos positivos e negativos: + + + - Expertise Velocidade Risco Reduzido Cultura Budget Gestão Complexa INTERAÇÃO 2. Interação no Nível de Relacionamento Reflexões e Checklist Cada capítulo termina com um checklist e/ou perguntas de reflexão. Recomendamos não avançar no programa de ideias enquanto não validar as informações ou responder as reflexões. Atacar ou me defender? Se estou em ataque, tenho budget e tempo para incubar uma ideia? Se estou em ameaça, a linha executiva comunicou a importância de focar na transformação da empresa? Conheço o contexto de mercado em que estou Estou alinhado com a linha executiva Tenho clareza se vou atacar/defender Budget já está separado para inovação nas zonas Sei qual público ideal para trabalhar de acordo com meu desafio Escrevendo desafios de maneira poderosa DESAFIO DESAFIO “ O esforço é feito para garantir que os desafios sejam estruturados de maneira a trazer ideias de qualidade para dentro do sistema. - Gregg Lister | Innovation Unit Leader @ Deloitte Com clareza da zona na qual sua empresa vai jogar, o passo seguinte é lançar os desafios. Sem sombra de dúvida, é uma das partes mais importantes de um programa de ideias. Gestores e líderes são os responsáveis por lançar os desafios, portanto precisam ser treinados em como criá-los de forma estruturada, trazendo, assim, mais engajamento. Não existe uma regra de quando deve-se lançar um desafio. O ideal é dar liberdade à liderança, para quando surgir uma necessidade. Todo desafio precisa de contexto e dados! Contexto é a visão, ou seja, por que estamos buscando isso. Já os dados são a base fundamental que permitirá uma boa análise e proposta da solução. Elementos fundamentais em um desafio: Objetivo Tempo Estratégia Objetivo: Conciso, claro e específico. Tempo: Tenha um prazo. Evitamos deixar em aberto sugestões que ultrapassem o tempo disponível. Estratégia: Precisa mover o ponteiro estratégico da empresa, ser relevante e motivacional. A gestão de ideias começa pelas perguntas corretas. DESAFIO Desafio DESAFIO Objetivo Aumentar a receita em 20% para o Mercado X no fim de Q4 Estratégico Temporal Desafio: Como podemos aumentar o faturamento anual da empresa em 5% com soluções de eficiência operacional nas lojas físicas? Contexto: Hoje, somos reconhecidos por ter os melhores produtos no mercado X. Entretanto, nossas lojas físicas sofrem com processos de compra demorados e os clientes acabam desistindo na fila. Estamos trazendo um excelente fluxo, mas convertendo pouco. Dados importantes: Tempo de Compra: 45min Número de visitas por dia na loja: 300 Conversão de vendas: 13% Colaboradores na loja: 10 Quais tipos de desafios você poderia lançar? Veja alguns exemplos: Como podemos aumentar a receita em 20% para o mercado X no fim de Q4? Que tecnologias poderíamos utilizar para melhorar nosso serviço de suporte ao cliente em 1 ano? Que modelos de negócio poderíamos lançar para atacar o setor Y nos próximos 5 anos? Como podemos reduzir a zero o risco de produção do equipamento Z? DESAFIO Exemplo Completo Checklist Quem vai publicar os desafios já foi treinado. Os desafios são objetivos, específicos e mensuráveis. Os desafios têm tempo para imprimir senso de urgência. Os desafios são estratégicos e motivacionais. Publicando os desafios de maneira inteligente para criar um ambiente de geração de ideias ESTRUTURA ESTRUTURA “ Somos todos geniais. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores, ele passará sua vida inteira acreditando ser estúpido. - Albert Einstein Saber qual estrutura considerar ao publicar um desafio é essencial para receber as ideias mais acionáveis. Não faz sentido, por exemplo, pedir para que o departamento de marketing traga ideias para diminuir custos no departamento de logística. Por outro lado, vale levar em consideração o departamento de suprimentos. Existem cinco estruturas básicas que podemos trabalhar: 1. 2. 3. 4. 5. Toda a Empresa; Uma unidade de negócio; Um departamento; Interdepartamental; Externa (universidades por exemplo). 2/3. Uma unidade de negócio ou departamento: O foco já pode ser em aumentar vendas, diminuir custos ou aumentar a produtividade. As pessoas serão mais cientes do processo e, portanto, a qualidade das ideias aumentam. O desafio aqui é gerar engajamento suficiente. 4. Interdepartamental: Formado por diferentes divisões dentro da empresa. Pode ser focado em projetos interessantes de inovação, como, por exemplo, reestruturação de processos, lançamentos de novos produtos, atualização de produtos existentes, estratégias de go-to-market e etc. 5. Externa: Quando a busca é por expertise, redução de riscos e velocidade, por exemplo. Lançar desafios em estruturas externas é bem efetivo, como publicar desafios para universitários que estão muito ligados à pesquisa de um determinado tema. ESTRUTURA Estrutura 1. Toda a empresa: As ideias serão mais genéricas e, talvez, com menor qualidade por conta do volume. Entretanto, há espaço para criar desafios interessantes na área de cultura, benefícios, saúde e segurança dos colaboradores. (1) Toda a Empresa (2)Uma unidade de negócios (3) Um departamento (4) Interdepartamental (5) Externo ESTRUTURA CEO B.U RH TI VEN B.U MKT CS JUR SUP RH TI VEN 3 IS 2 FS 4 1 MKT ESTRUTURA (1) Toda a Empresa … (5) Externo CEO RH TI VEN MKT CS IS JUR SUP Universidades Centros de Pesq. Clientes Empresas Stakeholders FS 1 5 Checklist Já tenho definido as estruturas que vão participar dos desafios. Já treinei o time que irá publicar os desafios no tema Estrutura. Tenho planos de comunicação com cada estrutura quando um desafio for lançado (ex: como publicar para universitários?). Colhendo as melhores ideias e gerando engajamento IDEIAS IDEIAS “ Inovação = Ideia + Implementação + Incentivos. - Vítor Chammas, Head de Produto @ ACE IDEIAS I Melhores engajamento Desejável + Factível Riscos Para um programa de ideias florescer, precisamos de um alto volume de sugestões de soluções, além de engajamento. Treinar os colaboradores sobre como submeter uma ideia/solução é uma excelente iniciativa (Ex: Treinamentos de Design Thinking). Do ponto de vista de quem sugere a ideia, deve-se considerar a necessidade real da empresa, assim como do cliente, (desejável) e também a viabilidade do ponto de vista financeiro e técnico (factível). Nem sempre quem sugere terá a capacidade de análise de viabilidade. Por isso, envolvemos especialistas como parte do processo. Do lado da empresa, avaliar os riscos também é fundamental. Por exemplo: riscos de segurança, de marca, de saúde psicológica, financeiros… Outro aspecto importante é o engajamento. Ele traz múltiplos olhares (feedbacks) que a ideia precisa ter, dessa forma o risco é reduzido. Para isso, é necessário pensar no canal que irá receber e interagir com estas ideias. Exemplos de canais: Email; Caixa de Sugestão; Formulários Online; Softwares; Reuniões. I Melhores e Desejável + Factível Riscos IDEIAS Ideias Quando colocamos em contexto empresarial, a fórmula vai um pouco além. Inovação = Ideação + Execução + Incentivos Comportamento = Motivação + Habilidade* + Gatilho *Habilidade = Ser capaz de (algo é difícil ou fácil) Exemplo: Vamos supor que queremos o comportamento de atender o celular. Isso pode acontecer em dois contextos diferentes. Veja como isso muda: 1. Mas, por que incentivos? Tudo que nós fazemos tem motivação como um elemento gerador de ações. BJ Fogg, pesquisador PhD de Stanford e um dos grandes estudiosos do Behaviour Design, diz que o comportamento do ser humano é o resultado de três elementos que ocorrem ao mesmo tempo. 2. Você está em reunião ○ Motivação = Alta, é um cliente ligando ○ Habilidade = Baixa, não sou capaz de atender o celular em reunião ○ Gatilho = Celular tocando ○ Comportamento = Não acontece! Você saiu da reunião e o celular toca novamente ○ Motivação = Alta, é um cliente ligando ○ Habilidade = Alta, o celular está no meu bolso e não estou em reunião ○ Gatilho = Celular tocando ○ Comportamento = Acontece, pois houve Motivação, Habilidade e Gatilho ao mesmo tempo. IDEIAS Ideia sem execução não vale nada. Logo, podemos concluir que a inovação é o resultado da soma da ideia mais a execução. Será? ● A motivação do ser humano, de acordo com BJ Fogg, parte de três coisas: ● ● ● ● Sensação = Dor e Prazer Antecipação = Esperança e Medo Pertencimento = Aceitação e Rejeição Ao lado, estão algumas ideias de benefícios que podem mexer no nível de motivação de seus colaboradores: Impactar na Carteira ○ Compensação financeira por ideia implementada; ○ Parte do resultado financeiro: 10% sobre os resultados gerados pela ideia. Impactar a Mente e/ou Coração ○ Experiência: Viagem de 3 dias para a Disney com a família, 2 dias no SPA, 10 lavagens de carro; ○ Presentes: Uma garrafa de vinho especial; ○ Presentes Virtuais: 1 Ano de assinatura netflix para toda família; ○ Reconhecimento: Anúncio no All-hands para toda empresa, vaga especial na garagem, foto no hall da empresa, presença em evento com os C-Levels. O desafio, no fim do dia, será conciliar o que a empresa pode e quer oferecer como incentivo versus o que o colaborador entende que é importante para ele. Portanto, se possível, aconselho que o colaborador tenha a opção final como quer ser reconhecido, dentre possibilidades.. Sulivan Santiago, partner @ ACE IDEIAS Ou seja, a motivação é parte essencial do comportamento e, portanto, é necessário conhecê-la para incentivar, de maneira apropriada, os colaboradores a inovarem. Checklist Treinei meus colaboradores na sugestão de ideias/solução? (desejável) Existe uma maneira fácil de capturar as ideias. Existe um plano de engajamento para receber feedbacks para as ideias propostas. Treinei os líderes/gestores no engajamento com ideias. Tenho incentivos claros para motivar os stakeholders a proporem ideias. Analisando a fundo cada ideia, do aspecto técnico ao negócio AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO “ Decidir o que não fazer é tão importante quanto decidir o que fazer. Isso é verdadeiro para companhias e também para produtos. - Steve Jobs, Fundador da Apple - Existe alguma prática para que as melhores ideias sejam selecionadas e convertidas em projetos? Sim, é a chamada análise triangular. - Análise triangular é o feedback de três pontos de vista diferentes que precisam concordar entre si sobre a qualidade da ideia. A tríade: - Teste binário: Será o primeiro olhar. A ideia precisa passar em critérios básicos definidos no desafio. Está dentro do budget? Tempo estimado de implementação? O segredo é focar no corte básico, para receber o próximo olhar do especialista. Análise do Especialista: A ideia será criticada sob uma ótica de viabilidade. É necessário envolver um ou mais especialistas da empresa para analisar o aspecto financeiro, técnico, de usabilidade e de negócio. Após esta análise, a linha executiva deverá ser capaz de julgar o potencial e risco de cada ideia. - É possível tirar, tecnicamente, a ideia do papel? Qual o esforço envolvido? A quais riscos estamos expostos? Juridicamente, há algum impedimento? Temos recursos internos para seguir? Financeiramente, conseguimos financiar toda a jornada? Análise Executiva: A ideia será criticada sob uma ótica executiva de desejabilidade (valor gerado ao cliente e/ou empresa). - Valor para Marca (branding, awareness, alcance…); Valor de Empresa (valuation, lucro por ação…); Posicionamento Competitivo (marketshare, mindshare…); Fit Cultural; Engajamento dos Colaboradores; Alavancagem operacional e etc. AVALIAÇÃO Avaliação Teste binário (sim/não) Análise de Especialistas Análise Executiva Desejabilidade Teste Binário Viabilidade Ideia pronta para o comitê de seleção da próxima fase Checklist Já tenho definido, por temas/desafios, os especialistas que farão as análises. Os especialistas foram treinados em análise de ideias. Tenho definido o tempo de análise de cada etapa (Ex: 3 semanas, 1 para cada ponto da tríade). Tenho reuniões entre os proponentes das ideias e os especialistas. Demos feedback para cada ideia submetida para os proponentes. Selecionando as melhores ideias para execução SELEÇÃO SELEÇÃO “ Novos tempos requerem novas formas de trabalhar e pensar em inovação. - Pedro Waengertner, Fundador da ACE A fase de avaliação preparou as ideias para uma sessão de seleção bem mais robusta. Nesta fase seremos capazes de analisar: - Um comitê executivo é convocado e as melhores ideias devem fazer um pitch. Uma sessão de Q&A e Feedback ocorre e então o comitê entra em votação para escolher as melhores ideias. - O gestor da unidade, departamento ou área tem 100% do poder de decisão desta seleção. Então, ele convoca os proponentes das melhores ideias para uma sessão de perguntas e respostas e também feedbacks. Ele junta os artefatos e seu conhecimento para tomar uma decisão final. - Gestor pré filtra e comitê executivo bate o martelo, esta prática já endereça casos onde o número de ideias ainda é grande para fase de seleção. É uma mistura do melhor mundo dos dois itens acima. POTENCIAL ESFORÇO RISCO EXPERIÊNCIA SELEÇÃO Neste momento, é possível seguir algumas variações de quem faz a seleção: Seleção O sistema de seleção leva em consideração notas de 1 a 4 para cada um dos tópicos ao lado. Assim, podemos, de certa forma, traduzir dados qualitativos em quantitativos para direcionar nossas escolhas. Em uma sessão de votação, imagine cinco pessoas no comitê. Cada uma, individualmente, lança sua nota para cada sugestão e então é calculada a média. Percebemos que, nestas sessões, é saudável que as pessoas que deram as notas mais discrepantes se justifiquem. Assim, todos podem ganhar ciência de eventuais pontos cegos. É importante lembrar que a votação ocorre sempre antes das justificativas, de maneira a não influenciar ninguém. Potencial: Aumento de receita, redução de custo, crescimento da base (market share), valuation da empresa. Quanto maior o potencial, maior a nota. Risco: Se implementado, quais são os riscos de marca, imagem, negócio, tecnológico, jurídico… Quanto maior o risco, menor a nota. Esforço: Pessoas (quantidade e know how), tempo, tecnologia, investimento… Quanto maior o esforço, menor a nota. Experiência: Sua experiência pessoal, o sexto sentido, contexto reputacional da pessoa que deu a ideia, impacto socioambiental… Quanto maior a nota de experiência, melhor. SELEÇÃO Seleção 1 - 4 (exemplo) aio om ant ro ial enc pot , ra io ma a not e r aio to m uan Qu Q Potencial Risco 4 a nor 1 o o, m risc a not ro aio to m uan , rço esfo nor me ota an to m uan Q Esforço 4 ra aio a, not or lh me Q Experiência Total 4 4 3 3 4 4 3,5 2 1 1 3 1,5 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Melhores ideias para implementação Checklist Definimos o modelo de seleção (comitê, gestor ou ambos). Os selecionadores têm clareza nos critérios de votação. Os selecionadores sabem como funciona o sistema de pontuação de ideias. Temos uma data final para anunciar os ganhadores das ideias. Temos clareza dos próximos passos após a seleção (como será executado?). O QUE VEM DEPOIS? Treinar as pessoas em métodos de validação de problema, Design Thinking, Lean Startup e Agile é primordial. Outro detalhe importante, é que não necessariamente a pessoa que propôs a ideia tem capacidade de banda de trabalho ou de competência para a realização. Portanto, é necessário time focado em pessoas (RH) selecionar as melhores cabeças e garantir que terão banda de trabalho para inovar. Colocar uma ideia em execução traz a tona questões complexas como: E se der certo, o que eu ganho? E se der errado, o que acontece comigo? Serei demitido? Promovido? Como meus colegas vão me ver? Enfim, o cuidado aqui é crucial e tudo isso precisa estar definido. Outro detalhe importante é entender que as ideias selecionadas não são garantia de sucesso. Muita coisa precisa ser validada e como diz nosso guru Steve Blank, criador do movimento Lean Startup: Nenhum plano de negócios sobrevive o primeiro contato com cliente! O QUE VEM DEPOIS O que vem depois é a execução. Aqui, vale lembrar que uma ideia é apenas uma ideia. Sem execução não tem valor. Então, escolher o método da execução e selecionar as pessoas que farão parte de tirar a ideia do papel é fundamental. “ O processo para chegar ao sucesso passa por uma série de hipóteses e testes. - Pedro Waengertner, Fundador da ACE mynnovation.com