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eBook-Economia-para-Investidores

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Tudo o que você precisa saber sobre
S u n o
Re s e a r c h
O conhecimento sobre Economia é essencial ao
investidor de valor que busca resultados consistentes
no longo prazo.
Entender
as
nuances
do
mercado
e
seu
relacionamento com seus investimentos e crucial para
sua segurança e para a sua tomada de decisão.
Neste livro você entenderá o essencial sobre
economia para investidores.
Suno Research
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Introdução
A macroeconomia é um tema apaixonante, mas
também bastante complexo. Somos o tempo todo
afetados pelo ambiente econômico em que vivemos.
Isso ocorre seja você trabalhador da construção civíl,
do setor de serviços, profissional liberal ou
empresário. E até mesmo decisões econômicas
distantes podem impactar as nossas vidas.
A economia global está cada vez mais interligada.
Dessa forma, qualquer decisão traz como
consequência uma reação em cadeia. Por essas e por
outras razões a economia é um tema tão importante
para todos, mas mais ainda para os investidores.
O objetivo deste e-Book é simplificar ao máximo os
conceitos de economia mais importantes para o
investidor. A intenção também é fugir das fórmulas
complexas e de difícil entendimento para o grande
público, bem como das discussões filosóficas que
envolvem a Ciência Econômica. Queremos tornar
mais claros conceitos que podem parecer difíceis
para os investidores iniciantes. É para eles que esse
livro se destina.
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Ao ler esse livro, você poderá saber, por exemplo,
como as notícias que você vê nos jornais no seu dia a
dia impactam a sua carteira de investimentos.
A bem da verdade, é importante relativizar o papel
que a macroeconomia tem para um investidor de
longo prazo. O que de fato irá determinar o sucesso
de um investidor são os aspectos microeconômicos.
Afinal, a macroeconomia passa sempre por períodos
de expansão e de recessão (em média ocorre uma
recessão a cada 10 anos). Porém, ainda assim, é
importante ter o conhecimento dos aspectos
macroeconômicos para se tornar um investidor mais
consciente e sábio de sua tomada de decisão, além
de isso permitir uma maior leitura do momento da
economia.
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O Sistema Financeiro Nacional
Antes de entrar nos aspectos práticos da economia
para investidores, é crucial entender como está
estruturado o Sistema Financeiro Nacional. Em geral
todos os países seguem uma estrutura financeira
bastante similar à adotada pelo Brasil.
São diversas as instituições financeiras presentes em
uma economia. Elas podem ser órgãos reguladores,
como a CVM, braços ativos do governo, como o
Banco Central, e entes privados, como os bancos.
Todas essas instituições atuam no sentido de cumprir
o principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional
(SFN), que é fazer o elo entre poupadores de
recursos e tomadores de empréstimos.
Iremos focar aqui no papel desempenhado pelas
principais instituições que atuam no Sistema
Financeiro Nacional.
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O Conselho Monetário Nacional
O Conselho Monetário Nacional é a maior
autoridade do sistema financeiro brasileiro. Ele
determina, por exemplo, as ações que serão tomadas
em relação à concessão de crédito na economia, à
dívida pública e ao cenário fiscal do país.
Este órgão é composto pelo Ministro da Economia,
pelo Secretário Especial da Fazenda do Ministério da
Economia e pelo Presidente do Banco Central.
O CMN pode ser considerado o cérebro do governo
nas questões relacionadas à moeda e ao credito. Ou
seja, é ele quem comanda e toma as decisões.
O Banco Central
O Banco Central, ou Bacen como também é
conhecido, é o principal braço executor das políticas
econômicas do governo.
Ele é responsável, por exemplo, por determinar a
taxa de juros básica da economia brasileira, através
do COPOM, o Conselho de Política Monetária. É
também de sua atribuição a determinação da
quantidade de moeda disponível na economia.
A meta do Bacen é assegurar a estabilidade do poder
de compra da moeda, ou seja, conter a inflação, e ao
mesmo assegurar o desenvolvimento da economia
do país.
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Os Bancos Comerciais
O papel de uma instituição bancária é justamente o
de ser um intermediador entre um poupador e um
tomador. Você deposita recursos em um banco, seja
através da caderneta de poupança, depósitos à vista
ou de um CDB. Em qualquer uma dessas formas,
você está emprestando dinheiro para essa
instituição, financiando as operações desta empresa.
O que o banco faz é pegar este dinheiro e emprestálo novamente para quem precisa. Pois é, o dinheiro
que você deixa na sua conta ou deposita na
caderneta de poupança, por exemplo, não fica lá com
seu nome. O banco só é obrigado a deixar uma
pequena parcela do recurso depositado guardada,
que é chamada de compulsório. Todo o resto, o
banco pode emprestar para pessoas que desejam
tomar recursos. Essas pessoas podem ser desde
empresário com projetos de expansão a pessoas
tomando empréstimo para financiar o pagamento de
seu cartão de crédito.
O banco, obviamente, cobra um juro mais alto ao
emprestar o dinheiro do que ele paga para o
poupador. Esta diferença é chamada de spread
bancário, e é dela que vem o lucro da operação de
crédito dos bancos.
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Logo, fica fácil entender como o banco ganha
dinheiro em cima dos recursos emprestados e
porque os produtos mais comumente oferecidos são
ruins para o cliente. Quanto mais esses produtos
proporcionarem spread para o banco, mais lucrativa
a instituição será e melhor remunerará acionistas,
diretores e gerentes, que oferecem esses produtos.
Por isso estes últimos costumam oferecer produtos
como a poupança, um Certificado de Depósito
Bancário que paga 80% do CDI ou títulos de
capitalização para seus clientes.
Outro papel importante dos bancos é que eles
podem estender o prazo de operações na economia.
Os bancos podem captar recursos à vista, através por
exemplo dos depósitos, e emprestar esses recursos
com um prazo de pagamento de, por exemplo, 20
anos. Esta capacidade de captar a curto prazo e
emprestar a longo prazo quando gerida de forma
responsável se torna uma propulsora do
desenvolvimento da economia.
Os bancos ainda são divididos em pelo menos quatro
tipos:
•
Comerciais
•
De Investimento
•
De Desenvolvimento
•
Múltiplos
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Demais instituições
As citadas acima são apenas algumas das instituições
que compõem o SFN. Existem diversas outras, tais
como:
•
Corretoras de valores mobiliários
•
Bancos de Investimentos
•
Fundos de investimento
•
Entidades de previdência complementar
•
Empresas de seguro
•
CVM
•
Bolsa de Valores
•
Susep
•
Anbima
•
Casas de análise de investimento
Dentre essas, cabe destacar duas instituições que
estão presentes no dia a dia de qualquer investidor
de ações. São elas a bolsa de valores, que permite
que investidores se tornem sócios de grandes
empresas, e a corretora de valores mobiliários, que
intermedeia essa operação.
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A Taxa de Juros
Para entender o funcionamento da economia e a sua
relação para os investidores, talvez nenhum conceito
seja mais importante do que o de taxa de juros.
A taxa de juros pode ser melhor definida como o
custo de oportunidade do dinheiro. Ou seja, é
quanto o poupador cobra por abdicar de usar o seu
dinheiro no momento presente.
Pense bem, as pessoas poderiam gastar todos os
seus recursos no momento presente. Porém, as mais
conscientes não fazem isso. Isso porque elas
vislumbram que esse dinheiro pode ser importante
no futuro.
Seja qual for o motivo, quem poupa abdica de um
consumo no presente. Esta pessoa, obviamente,
espera ter uma recompensa por estar deixando de
usar o dinheiro no momento.
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Esta recompensa se materializa justamente na taxa
de juros. Ao abdicar de consumir “X” hoje um
poupador espera poder consumir “2X” amanhã. Em
suma, o poupador sempre estará buscando um
benefício.
Por que alguns países têm taxas de juros mais altas
que outros?
Imagine, por exemplo, que você fosse aplicar seu
dinheiro nos títulos da dívida norte-americana, o país
que tem um dos menores riscos de crédito do
mundo. Neste caso, talvez você aceitasse um retorno
de 2% ao ano, que pode ser considerado baixo e que
é o que estes títulos lhe pagam em média. Isso
porque você sabe que a chance de receber um calote
é mínima.
Mas e se fosse oferecido o mesmo retorno por um
país com alta chance de não honrar a sua dívida?
Neste caso, você não toparia emprestar, não é?
Afinal, para obter um rendimento de 2%, você pode
comprar títulos americanos que são bem mais
seguros.
Nesse caso, talvez o retorno exigido fosse de 10% ou
30%, ou até maior. Isto irá depender de quão
arriscado é aquele investimento.
Esse é o motivo pelo qual alguns países possuam
taxas de juros maiores que outros, por conta da
diferença do risco de crédito.
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Isso também acontece com as pessoas.
Normalmente, quem tem um score de crédito pior –
quem já deixou de pagar uma dívida, por exemplo –
tem dificuldades de cosneguir taxas de juros mais
baixas. Os bancos enxergam nesse tipo de dado uma
chance maior de receber calote.
A taxa de juros real
A taxa de juros real nada mais é do que a diferença
entre a taxa de juros e a inflação. É ela quem vai
determinar o quanto o poder de compra do
investidor irá aumentar em um investimento.
Suponha que você investiu em um título que lhe
rendeu 100% em um ano. Ou seja, você dobrou o
seu dinheiro. Ótimo negócio, não?
Mas suponha também que a inflação no período
também foi de 100%. Ou seja, os preços todos
dobraram. Neste caso, o seu ganho real foi de 0%,
pois todo o ganho que você teve no seu investimento
foi anulado pelo aumento dos preços. Em suma, você
não teve um aumento do poder de compra.
Lembre-se que os investidores, ao aplicar seu
dinheiro, estão sempre buscando um aumento do
poder de compra. Por isso, é sempre crucial levar em
conta a inflação.
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As Taxas de Juros Mais Utilizadas no Brasil
No Brasil, existem diversas taxas de juros. Duas delas,
porém, são as mais importantes no contexto de um
investidor: a taxa Selic e o CDI.
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia
nacional. Ela é determinada pelo COPOM, que é o
Comitê de Política Monetária do Banco Central. Este
conselho se reúne periodicamente para definir a
meta da taxa Selic. Então, a partir desta definição, o
Banco Central passa a operar no mercado de títulos
de forma a fazer a taxa Selic convergir para a meta
estabelecida.
Uma outra taxa muito relevante para a economia é a
taxa DI, também conhecida como CDI - sigla para
Certificado de Depósito Interbancário. Esta é a taxa
na qual os bancos emprestam dinheiro uns aos
outros quando precisam de recursos. A Taxa CDI, via
de regra, é sempre bastante similar à Selic. O CDI
também é a taxa mais utilizada para servir como
indexador aos títulos de renda fixa.
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O Efeito de Alterações da Taxa de Juros no Mercado
de Ações
Você já entendeu como a taxa de juros afeta o
rendimento dos títulos de renda fixa.
O que é mais interessante, porém, é que a taxa de
juros também pode afetar o rendimento do mercado
acionário.
Mas de que forma isto ocorre?
Para entender isto você precisa compreender que os
investidores têm uma escolha entre aplicar em
títulos de renda fixa ou em ativos de renda variável.
O mercado de renda variável, historicamente,
apresenta um rendimento em torno de 7% acima da
inflação.
Imagine, então, que o mercado de renda fixa está
oferecendo títulos com retorno de 15% acima da
inflação. Neste caso, qual é a motivação que o
investidor teria para aplicar no mercado de ações?
Esta motivação seria muito baixa. Visto que o
mercado de renda variável, como o próprio nome
indica, oscila e apresenta retornos incertos. Sendo
assim, se títulos de renda fixa pagam um retorno
muito acima do projetado no mercado de ações, a
aplicação em ativos de renda variável é
desestimulada.
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Por outro lado, imagine um país que paga apenas 1%
de juro sobre seus títulos. Nesse local, a população
que poupa é, mesmo que indiretamente, incentivada
a alocar seus recursos na renda variável, visto que ela
provavelmente oferecerá um retorno maior, ainda
que com suas oscilações naturais.
Para provar esta relação, veja esses dois exemplos.
Observe como o cenário de alta da bolsa de valores a
partir de junho de 2016 se deu simultaneamente à
redução da taxa Selic.
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Alta da bolsa e Queda da Taxa de Juros
Selic Tx mes
Diário de 01/06/2016 ate 07/03/2019
Economatica
Fonte: Economatica
Isto ocorre pois conforme a taxa de juros cai e os
títulos se tornam menos atrativos, os investidores
passam a entrar mais no mercado de renda variável,
elevando assim os preços das ações. O inverso
também é verdadeiro.
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A Inflação
Uma vez entendido o conceito de taxa de juros, está
na hora de conhecer outro tema crucial e que está
diretamente ligado ao nível do juros de um país, que
é a inflação.
O que seria a inflação?
A inflação pode ser definida como o aumento
gradual no nível de preços. Ou ainda, como a
diminuição no poder de compra de uma moeda. Este
aumento no nível de preços, no geral, ocorre por
conta da expansão da base monetária, ou seja, pelo
aumento da quantidade de moeda disponível na
economia.
Imagine que em uma economia todos os preços
subiram 10% em um ano. E que você, neste ano, não
teve um aumento de seu salário. Neste caso se diz
que você perdeu poder de compra. Pois embora seu
salário não tenha se alterado os produtos ficaram
10% mais caros. Ou seja, o seu salário agora compra
menos produtos do que ele comprava no início do
ano.
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A Relação Entre Inflação e Taxa de Juros
Lembre-se que o objetivo do Banco Central é
assegurar a estabilidade do poder de compra da
moeda. Em outras palavras, a sua meta é manter a
inflação em um nível razoável.
Assim, a taxa de juros estabelecida pelo Bacen
desempenha um papel muito importante na hora de
controlar a inflação. A taxa de juros, na prática, é o
custo do dinheiro. Se a taxa de juros é baixa, digamos
que de 1% ao ano, isto irá estimular as famílias e
empresas a tomarem dinheiro emprestado, e assim,
haverá mais dinheiro circulando na economia. O que
por um lado é bom, pois causa desenvolvimento
econômico, por outro é péssimo, pois pode
pressionar os preços, criando a uma pressão
inflacionária.
Da mesma forma, imagine agora que a taxa de juros
seja muito alta, de digamos 20% ao ano. Neste caso
serão poucas as famílias e empresas que tomarão
recursos emprestados. Assim, haverá menos dinheiro
circulando na economia. Por um lado, isto é bom,
pois causa uma redução da inflação, mas por outro
lado isto é ruim pois causa uma diminuição da
atividade econômica.
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Essa é a ideia que está por trás da relação entre taxa
de juros e inflação de forma geral. No entanto, não
acontece em todos os casos. Existe, por exemplo, a
“estagflação”, que acontece quando o país não
cresce, mas ainda assim tem altas taxas de inflação.
Ou também há os casos de países desenvolvidos
onde mesmo com taxa de juros zerada ou negativa
não apresentam inflação. Mais do que isso, alguns
apresentam deflação, como falaremos mais para
frente.
O Mercado de Ações Está Protegido da Inflação?
Um questionamento natural por parte do investidor
no mercado de renda variável é se ao aplicar em
ações ele estará protegido da inflação.
Na prática, não há nenhum mecanismo que garanta
com certeza que o investidor terá um ganho acima
da inflação.
No entanto, ao avaliar o histórico do mercado, é
possível afirmar que em uma janela de período de
longo prazo o mercado de ações sempre superou o
aumento no nível de preços.
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Observe, por exemplo, na imagem abaixo uma
comparação da inflação acumulada em comparação
com o retorno do índice acionário:
Fonte: Economatica
É natural observar a razão do retorno acima da
inflação. Além do fato de que as empresas geram
valor, e por isso valorizaram, há de se notar que a
inflação ocorre por conta de um aumento de preços.
Esse aumento de preço, ao fim, causa um aumento
na linha de faturamento das empresas.
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Os Indicadores de Inflação
Existem vários indicadores de inflação. Cada um
possui uma metodologia de cálculo diferentes, que
busca se adequar ao objetivo do indicador específico.
Os 2 mais comuns indicadores de inflação no Brasil e
que permeiam o cotidiano dos investidores e da
população em geral são o IPCA e o IGPM.
O IPCA é o Índice de Preços do Consumidor Amplo.
Ele é a inflação que atinge o consumidor. Ele é
medido através do estabelecimento de uma cesta de
bens, essa cesta consiste no perfil de consumo médio
do brasileiro. Uma vez definida esta cesta os seus
preços são monitorados, e a partir do aumento de
preço desses bens em conjunto é definido o IPCA.
É importante ressaltar que o IPCA é uma média. Ou
seja, ele não quer dizer que a inflação que você sente
no seu bolso será especificamente aquela divulgada.
Por isso, não se surpreenda se a sua inflação pessoal
for um pouco divergente da divulgada no IPCA.
O IGPM, por sua vez, é conhecido como a inflação do
atacado. Ele possui em sua metodologia de cálculo
fatores distintos do IPCA, que buscam melhor
retratar a inflação experimentada pelos produtores e
empresários. Por isso o IPGM é muitas vezes
utilizado para reajustar contratos automaticamente
na economia.
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A Deflação e Porque ela é temida pelas autoridades
Agora que você já está familiarizado com o conceito
de inflação, será muito simples entender o que é
uma deflação.
A deflação pode ser encarada, de certa forma, como
o oposto da inflação. Ou seja, se a inflação
representa o aumento no nível de preços, a deflação
representa sua redução. Da mesma forma, se a
inflação representa a perda do poder de compra da
moeda, uma deflação significa que o poder de
compra da moeda está aumentando. Isto seria
ótimo, não é mesmo? Não é tão simples assim.
O que aconteceria em uma economia em uma
constante deflação? As pessoas simplesmente
deixariam de consumir. Lembre-se, em uma deflação
os preços se reduzem ao longo do tempo. Ou seja, as
pessoas tenderiam a adiar o consumo buscando
pagar mais barato. Afinal, por que pagar R$ 100 por
um bem quando você pode aguardar e comprar o
mesmo produto por R$ 90? Esta redução no
consumo irá causar o empresário a produzir menos.
Uma menor produção faz com que o empresário
contrate menos pessoas. O que, por sua vez, faz com
que aumente o nível de desemprego, reduzindo o
consumo... Cria-se, assim, um ciclo vicioso na
economia.
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A Política Monetária
A política monetária é um dos instrumentos mais
utilizados pelo governo para guiar a economia.
Ela diz respeito à gestão da quantidade de moeda
disponível na economia. O governo pode atuar com
uma política monetária expansionista ou
contracionista, a depender dos seus objetivos.
A Política Monetária Expansionista e os Seus Efeitos
A política monetária expansionista consiste na
intenção da autoridade monetária de elevar a
quantidade de moeda circulante na economia. As
autoridades tipicamente utilizam isto como uma
forma de induzir o crescimento.
No entanto, esta é uma estratégia que deve ser
utilizada com muito cautela, pois pode causar danos
estruturais à economia.
Suno Research
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A política monetária expansionista irá consistir no
uso dos de um ou mais dos três instrumentos de
política monetária (open marketing, compulsório e
redesconto). Portanto, o governo comprará títulos do
mercado para inserir moeda na economia (open
marketing). Reduzirá o depósito compulsório para
permitir que os bancos emprestem mais dinheiro
(compulsório). E irá, também, reduzir a taxa de
redesconto para propiciar que os bancos tomem
mais riscos e utilizem as reservas do Bacen se
necessário (redesconto).
No curto prazo, em teoria, a tendência é que isso
coloque mais dinheiro em circulação na economia, o
que faz com que haja maior produção e nível de
emprego.
Este aumento na base monetária, porém, se não
acompanhado de um aumento da produtividade da
economia ao fim, irá ocasionar pressões
inflacionárias. Essas pressões tendem a minar a
confiança no sistema econômico, e assim reverter
todos os benefícios positivos de uma política
monetária expansionista irresponsável.
Suno Research
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A história econômica demonstra que a imensa
maioria das ocasiões em que se apostou no
crescimento econômico com inflação terminaram em
fracasso. O Brasil, inclusive, sofreu batente com
autoridades que confiaram no desenvolvimento
através da expansão da base monetária, o que ao fim
levou o país a uma inflação descontrolada.
A Política Monetária Contracionista e os Seus
Efeitos
A política monetária contracionista é, em geral, o
remédio amargo usado para curar a doença da
recessão. O mais curioso é que, no curto prazo,
tende a agravar ainda mais os efeitos de uma crise
econômica. Porém, tem se mostrado, na maioria dos
casos, uma forma eficaz de estabilizar as expectativas
do mercado e retomar o controle da economia.
Para por esta política em prática, o governo também
utiliza um ou mais dos três instrumentos de política
monetária. Portanto, ele irá vender títulos no
mercado de open market. Elevará a exigência sobre o
depósito compulsório dos bancos, trazendo mais
segurança à estrutura do sistema financeiro. E, por
fim, poderá elevar a taxa de redesconto, fazendo
com que os bancos se tornem mais conservadores.
Suno Research
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Essas medidas farão com que haja menos dinheiro
em circulação na economia. Assim, é de se esperar
que, no curto prazo, a produção diminua e também o
desemprego aumente.
Porém, essas políticas farão também com que ocorra
um controle no nível de preços. Ou seja, farão com
que a inflação fique sob controle. Isto é importante
para que a iniciativa privada retome a confiança na
economia e volte a investir. A política monetária
contracionista desempenha um papel especial na
expectativa de inflação, que deve estar ancorada
para o país retomar o crescimento. Afinal, um
cenário de inflação alta traz muitas incertezas e
afasta os investidores.
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Política Fiscal
A política fiscal é o conceito que abrange como o
governo arrecada recursos e como ele os gasta. Uma
gerência responsável da política fiscal é muito
importante para o que as contas públicas estejam
bem, o que por sua vez é muito importante para o
desenvolvimento econômico do país.
O Que Acontece se o Governo Gasta Mais do que
Arrecada?
Algumas pessoas podem pensar que as contas do
governo são extremamente complexas e expostas a
variáveis completamente diferentes das que estão
presentes no dia a dia de uma pessoa comum.
De fato, as contas dos governos apresentam um grau
de complexidade muito acima do que um orçamento
familiar, por exemplo. No entanto, um governo deve,
ou ao menos deveria, gerir seu orçamento da mesma
forma que uma família toma conta de suas finanças.
Isto é, buscando sempre arrecadar mais do que
gasta. Ou então se utilizando de alavancagem
(dívidas) apenas quando isto for produtivo.
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Para ilustrar este argumento vamos demonstrar o
que acontece se um governo gasta mais do que
arrecada durante muito tempo e de forma irracional.
Suponha que um governo esteja inicialmente em
estágio de pleno equilíbrio em suas contas públicas.
Ou seja, gasta exatamente a mesma quantia que
arrecada com tributos. De uma hora para outra, o
governante em exercício decide gastar mais, como
uma forma de incentivar a economia, sem aumentar
os tributos. Portanto, agora o governo passa a gastar
mais do que ele arrecada, entrando assim em uma
situação de déficit fiscal.
Para financiar este déficit o governo irá utilizar do
mesmo mecanismo que empresas e famílias usam
quando gastam mais do que arrecadam. Isto é,
emitirá títulos de dívida. O que ocorre, porém, é que
com a situação de déficit do governo, o risco de ele
não honrar com os seus pagamentos de dívida
aumentou.
Afinal, emprestar para uma entidade com
desequilíbrio nas contas é mais arriscado do que
emprestar para uma entidade com contas sanadas.
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O que irá ocorrer, então, é que os juros pelos quais
as pessoas estarão dispostas a emprestar para o
governo subirão para compensar este maior risco.
Porém, e aqui está a chave do entendimento, o que
ocorre quando os juros sobem para uma empresa
privada sob a ótica do investimento? O investimento
na economia real se torna menos atrativo.
Suponha que você trabalhe em uma empresa que irá
investir em uma fábrica que poderá render um
retorno sobre o investimento de 8% ao ano. Este
projeto é viável desde que a taxa de juros do governo
seja inferior a este valor. Caso contrário uma opção
de investimento mais prática seria aplicar nos títulos
do governo. Se o título do governo oferece, por
exemplo, 6% ao ano, esta fábrica é mais rentável e,
portanto, viável. Porém, se a taxa de juros do
governo subir para 10% ao ano, investir nesta fábrica
deixa de fazer sentido.
Suno Research
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Fica claro, então, que quando um governo entra em
sucessivos déficits, causando um aumento da taxa de
juros, isto inibe o investimento do setor privado.
Anulando, assim, os ganhos de um maior gasto do
governo. Este é o processo conhecido na economia
como “crowding-out”, que é a expressão que
representa saída do setor privado da economia. Esse
ciclo acontece na maioria dos casos de déficit fiscal
recorrente e sem uma programação de longo prazo.
É, também, um exemplo perfeito de uma política
fiscal expansionista.
Ainda assim, há correntes que argumentam que é
possível ter aumento de gastos do governo sem
gerar o efeito crowding-out.
É por isso que a maioria dos investidores enxergam
como um péssimo sinal o aumento dos déficits
governamentais. É também por isso que sempre se
cobra responsabilidade fiscal por parte das
autoridades.
Do outro lado, existe a política fiscal contracionista.
Ela envolve uma redução no gasto do governo ou a
elevação de tributos. Ou ainda ambos
simultaneamente. Ao fim, sua intenção é gerar um
superávit para o governo, ou seja, ter mais receita do
que gastos, ou simplesmente reduzir o déficit.
Suno Research
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Esta política é um remédio amargo que poucos
governantes gostam de utilizar. Afinal, os seus efeitos
no curto prazo não são vistos como positivos pela
população.
Se uma política fiscal expansionista leva, em teoria, a
um surto de crescimento de curto prazo uma política
contracionista produz o efeito contrário. Afinal, ao
governo reduzir os seus gastos ou elevar os tributos
haverá menos moeda em circulação na economia,
sendo assim menos consumo, que é um dos
principais motores do PIB.
Logo você pode pensar “por que então algum
governo lançaria mão desta política?”. É bastante
simples. Isto é muitas vezes necessário pois os seus
efeitos de longo prazo também são reversos em
relação ao de uma política expansionista.
Isto é, uma política contracionista quando bem
gerida irá aumentar a arrecadação do governo e
reduzir os seus gastos. Ou seja, ela estará
melhorando a situação econômica do Estado. Com
isso, o governo poderá pagar menores juros por sua
dívida. O que é um grande motor de incentivo ao
investimento privado.
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Política Cambial
A política fiscal e monetária são os dois principais
instrumentos para as autoridades econômicas
intervirem na economia de um país. São, também, os
dois mecanismos mais utilizados no Brasil.
Existe, porém, uma outra forma pela qual um
governo pode interferir diretamente na economia.
Esta é através da política cambial. Embora não
utilizada de forma extremamente ativa no Brasil,
alguns países, como a China, utilizam da política
cambial para gerar maiores incentivos à economia.
Além disso, com o governo intervindo ou não, o
câmbio é uma variável extremamente importante
para a economia e para os investidores. Portanto,
será dedicado um capítulo exclusivo para discutir os
efeitos do câmbio e da política cambial.
Suno Research
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Tipos de Flutuação Cambial
Existem 3 principais tipos de flutuação cambial, são
elas:
•
Câmbio Flutuante
•
Câmbio Fixo
•
Bandas Cambias (Ou flutuação suja)
Câmbio Flutuante
Um país que adota câmbio flutuante permite que o
valor da moeda oscile livremente de acordo com as
forças de mercado. Ou seja, o valor da moeda será
determinado pelas forças de oferta e demanda.
A maioria dos países desenvolvidos adotam este tipo
de flutuação cambial.
Câmbio Fixo
Na estratégia de câmbio fixo o governo
arbitrariamente define a taxa de câmbio que mais lhe
convém. Por exemplo, imagine que o governo
brasileiro define que o dólar a partir de hoje passará
a custar R$ 1,50. Ele então atua no mercado de
forma a garantir que a moeda será comprada e
vendida no valor estabelecido.
Suno Research
33
Isto pode trazer sérios desequilíbrios econômicos a
um país. Por isso, poucos países adotam esta
estratégia. No entanto, alguns países adotam esta
abordagem como forma de favorecer o seu
desenvolvimento. A China durante muito tempo
adotou uma política de câmbio fixo. Ela deixou esta
política oficialmente de lado, porém ainda atua de
forma agressiva sobre o câmbio. A ideia dos chineses
foi depreciar a sua moeda. Pois, dessa forma, o país
poderia exportar muito mais produtos, pois seus
preços se tornariam extremamente competitivos.
Isso gerou superávits na balança comercial chinesa e
impulsionou o seu crescimento durante muitos anos.
No entanto, este modelo foi bastante criticado por
alguns países que acusavam a China de vantagem
indevida no comércio exterior.
Flutuação Suja
O modelo de flutuação suja é um meio termo entre o
câmbio flutuante e o câmbio fixo. Este é o modelo
que vigora no nosso país.
O Banco Central permite a oscilação do câmbio
dentro de certas bandas, a partir das quais ele
começa a atuar para evitar um grande distúrbio
econômico.
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O Bacen pode, por exemplo, definir com bandas
cambias o valor do dólar entre R$2 e R$ 4. Isto
significa que ele irá comprar dólares sempre que o
valor se aproximar de R$ 2, para fazer com que o
valor do dólar suba. E irá vender dólares toda vez
que a moeda se aproximar de R$ 4, para fazer com
que o seu valor se reduza.
O argumento por trás desta intervenção do Bacen é
aumentar a previsibilidade do sistema para os
agentes econômicos.
A Correlação Negativa Entre o Ibovespa e o Dólar
Foi discutido em capítulos anteriores o fato de existir
uma correlação negativa entre o Ibovespa e a taxa de
Juros. Pois bem, de forma similar, existe uma
correlação negativa entre o Ibovespa e a cotação do
dólar.
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Observe, na imagem abaixo, como em boa parte do
tempo essas duas variáveis se movem em direções
opostas.
Fonte: Economatica
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É necessário, portanto, entender o motivo por trás
de tal dinâmica. Considere que o Brasil é uma
economia emergente e sujeita ao fluxo estrangeiro
de capital.
O que ocorre quando os investidores estrangeiros
resolvem aplicar no Brasil? Eles vendem os seus
dólares para comprar reais e então aplicar nos ativos
brasileiros. Ou seja, a venda de dólares deprecia o
valor desta moeda, ao mesmo tempo em que a
compra dos ativos brasileiros valoriza o seu valor.
Portanto, os ativos seguem em direções opostas.
Invertendo este raciocínio o que ocorre quando os
estrangeiros resolvem por sair do Brasil? Eles irão
vender os seus ativos nacionais, causando queda em
suas cotações, e comprar dólares para repatriar os
seus recursos, causando um aumento do preço do
dólar. Mais uma vez é demonstrado como e porque
essas variáveis se movem para caminhos distintos.
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A c o m p a n h e
a
S u n o
N a s
Re d e s
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