Aprenda e melhore a sua performance CHAPTERoONE 2. A automação, controle e a instrumentação Antes de começar falar de instrumentação, vou abordar a diferença entre as três áreas e a relação entre elas. Dessa forma, você, leitor, nunca mais terá dúvidas no momento de se expressar se posicionar quando na sua profissão discutir-se um desses três assuntos. Figura 1 - Automação na Indústria A automação deriva da palavra em Latim Automatus, que significa mover por si só, ou seja, todo sistema seja na computação com os softwares ou na engenharia com máquinas que não dependem da interferência humana de forma permanente, é um sistema automatizado. A instrumentação é a área responsável pelas medidas, transmissão, indicação e registros de todo que acontece com um sistema. A instrumentação pode estar presentes em sistemas automatizados como um avião com piloto automático e também em não automatizados como uma estação hidrometereológica de campo. Como iremos abordar sistemas automatizados então nesse caso a instrumentação é responsável por enviar uma informação para que o sistema tome uma decisão, ou seja, a instrumentação é o “sentido” de um sistema. O controle recebe as informações da instrumentação e processa adequando a informação recebida ao que foi previamente definido. Num processo, o controle é reponsável pelo rendimento máximo. 3 CHAPTER ONE 3. Sensores, transdutores e detectores Todos os dias temos percepções no nosso meio graças ao olfato, visão, tímpanos, paladar e tato. Essas percepções só são possíveis graças a esses sensores naturais que respondem à variações do meio ou sensações provocadas por nós tal como degustar algum alimento ou ligar o ar-condicionado do seu carro. Todas esses sensores fazer com que executemos uma ação em função do nosso conforto, como por exemplo, desligar o ar condicionado ou não comer um alimento estragado. Figura 2 - Sensores naturais Os sensores industriais não são diferentes, sua função é gerar sinais elétricos a partir da variação de uma variável a ser medida em um sistema e dessa forma gerar uma informação para alguma tomada de decisão. Figura 3 - Sensores industriais Existem também outras nomenclaturas para definir dispositivos para medição tais como transdutores e detectores. Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) o sensor é um elemento que é afetado por um fenômeno, corpo ou substância que contém uma grandeza a ser medida como por exemplo uma bóia de nível; o transdutor é um dispositivo que fornece uma grandeza que se correlaciona com a grandeza de entrada, como por exemplo, uma célula de carga que possui um extensômetro (strain-gauge). Os detectores são dispositivos que detectam a presença de um fenômeno sempre que o limite de mobilidade de uma grandeza for detectado, como por exemplo, o detector de fumaça ou detector de presença. 4 CHAPTER 3.1 Fotoresistor e ONE a fotocondução O fotoresistor é um sensor que quando exposto à luz aumenta sua condução, esse efeito é denominado de fotocondução. Basicamente esse princípio consiste em absorção de um fóton (partícula da luz) pelo sensor ocasionando o surgimento de corrente elétrica quando conectado a uma fonte de alimentação externa. A corrente é proporcional a fluxo de fótons. Figura 4 - Fotoresistor O foto resistor varia sua resistência de acordo com a intensidade luminosa, quando está num ambiente opaco a sua resistência é da ordem de MΩ e quando exposto à luz a sua resistência diminui para a faixa de Ω. Figura 5 - Circuito condicionador para foto resistor 5 CHAPTER ONE 3.2 Medição Pressão Figura 6 - Manômetro A pressão é uma grandeza que é definida como a força aplicada perpendicularmente por unidade de área. No dia a dia geralmente encontrado essa grandeza sendo representada por unidades como o psi quando vamos calibrar os pneus. No sistema internacional (SI) utiliza-se Pa (N/m²). A pressão pode ser medida de forma absoluta ou diferencial. A pressão absoluta considera a pressão atmosférica exercida quando deseja-se obter a pressão de um ponto específico num fluido, já a pressão manométrica desconsidera a pressão exercida pela atmosfera, ou seja, apenas admite a pressão exercida pelo fluido, por exemplo. Os meios mais simples para se medir pressão são os medidores mecânicos que podem ser feitos de vidro com um fluido conhecido, os manômetros com o princípio da deformação mecânica, os capacitivos, os piezoelétricos e os piezoresistivos. Existem outras técnicas mais avançadas, porém serão abordadas posteriormente, mas as técnicas já citadas compreende praticamente mais de 90% das aplicações que são realizadas atualmente. 6 3.2.1 Medição de pressão CHAPTER ONE baseada em deformação mecânica Os principais tipos quando se fala em medição de pressão utilizando o princípio de deformação mecânica são os manômetros baseados em fole, diafragma e tubo de Bourdon, sendo este último o mais conhecido. Figura 7 - Tubo de Bourdon O manômetro tubo de Bourdon feitos com um tubo de seção elíptica são largamente empregados devido ao seu baixo custo. A configuração mais comum é em formato C como representa a figura. Uma de suas extremidades é conectada a entrada de pressão e a outra é conectada a um sistema de engrenagens que está ligado a um ponteiro. Ou seja, a entrada de pressão causa a deformação do tubo que causa um movimento de extremidade que é amplificado por uma engrenagem que movimenta um ponteiro para assim indicar o valor de pressão. O diafragma é um dispositivo de medição de pressão que é constituído de uma superfície ondulada que deflete de acordo com o aumento da pressão na sua superfície. Sendo assim, qualquer técnica que detecte o deslocamento dessa superfície pode ser aplicada para medir a pressão exercida. Pode ser aplicado strain-gauges (extensômetros), efeitos capacitivo, indutivo e piezoelétrico. Figura 8 -Diafragma 7 3.2.2 Medição de pressão CHAPTER ONE baseada em deformação mecânica Figura 9 - Fole A figura ao lado mostra o design de um fole, neste elemento o fluido entra em uma câmara que deforma proporcionalmente à pressão de entrada aplicada. Assim, da mesma forma que o diafragma, o fole pode ser adaptado a um elemento transdutor, que converte essa deformação em um sinal elétrico, possibilitando a medida de pressão através de um sistema de aquisição eletrônico. A especificação do tipo de sensor utilizado vai depender da aplicação, ou seja, se a medição for utilizada para a medição de pressão em uma tubulação, utiliza-se por exemplo o manômetro de Bourbon, se for para a detecção de pressão no fundo de um tanque utiliza-se por exemplo o diafragma. 8 CHAPTER ONE 3.2.3 Sensor de pressão capacitivo Os sensores capacitivos, como o próprio nome já diz, é baseado no princípio da capacitância. Um diafragma com propriedades condutivas é o elemento sensor e constituí um dos eletrodos do capacitor de placas paralelas o outro eletrodo é formado por um metal depositado sobre um substrato cerâmico ou de vidro. Quando o sistema é submetido a uma pressão a membrana movimenta-se e altera-se a distância entre as placas paralelas, dessa forma modificando o valor da capacitância. Figura 10 - Transmissor de pressão capacitivo Esse sensores são largamente utilizados principalmente pela grande faixa de medição (range) em que atuam. Sua precisão está da ordem de 0,1% da leitura e 0.01% do fundo de escala. Figura 11 - Sensor capacitivo internamente e um circuito condicionador simplificado 9 CHAPTER ONE 3.2.4 Sensor de pressão piezoelétrico Figura 12 -Sensor de pressão piezoelétrico Os sensores de pressão piezoelétricos não necessitam de fonte externa, sendo uma vantagem a sua aplicação. O seu princípio baseia-se na construção de uma pilha de elementos piezoelétricos que transformam a deformação sofrida em um sinal elétrico. Devido à sua característica de geração de sinal elétrico diretamente pela aplicação de uma força, quando a variação dessa força é cessada, as cargas voltam ao equilíbrio e o sinal elétrico vai à zero. Ou seja, o sensor piezoelétrico detecta pulsos de pressão. Por essa razão esse sensor não é utilizado para medições de pressões estáticas, mas sim de pressões dinâmicas, como por exemplo batimentos cardíacos, como observa-se nas figuras. Existe a possibilidade de aplicação desse elemento em sistemas onde a pressão é “quase estática” através da utilização de um circuito RC para aumentar a constante de tempo de descarga. 10 CHAPTER ONE 3.2.5 Sensor de pressão piezoresistivos Nos sensores de pressão piezoresistivos há uma variação de resistência quando submetidos a uma força que deforma a estrutura de seus elementos sensores. Um dos mais utilizados e que estão presentes no nosso dia-dia não os extensômetros (strain gages) largamente utilizado em células de carga que estão em balanças comerciais e industriais para a medição de massa. Figura 13 - Strain Gauge Os extensômetros são fixados em um diafragma com área definida e mede as deformações causadas pela aplicação de uma pressão. A maioria desses elementos são construídos de forma encapsulada , possibilitando a construção de sensores menores, o que diminui bastante o custo desses componentes e aumenta a sua confiabilidade e precisão. Porém as desvantagens é que possuem muita sensibilidade à variações de temperatura, fazendo-se necessário muito cuidado em relação a implementação de circuitos eletrônicos para o condicionamento do sinal desse sensores. 11 CHAPTER ONE 3.3 Medição de Nível A medição de nível é imprescindível em muitos processos, como por exemplo, sistemas de abastecimento de água, tanques de combustíveis, rios, produtos industrializados, grãos em silos, etc. Uma técnica de medição de nível mal aplicada pode comprometer não só o processo, mas custos finais envolvidos. Devido aos vários tipos de processos e produtos, existe uma variedade de técnicas e tecnologias empregadas para mensurar essa grandeza. Desde técnicas visuais à técnicas que utilizam circuitos integrados são empregadas nos medidores disponíveis atualmente. Os métodos de medição de nível são classificados em medição direta e indireta Figura 14 – Escala de nível A medição direta utiliza técnicas que possui uma referência, que é geralmente o fundo, e o ponto em que se deseja medir, que é geralmente a superfície. Ou seja, a altura é medida de forma direta.Alguns exemplos são: bóias, visores e réguas. Já na medição direta o nível é determinado em função de uma segunda variável. Alguns exemplos são: pressão diferencial, ultra-som, pesagem, capacitância, borbulhador, radiação, lasers, entre outros. 12 CHAPTER 3.3.1 Régua de nível ONE e medidores de nível Os medidores tipo régua, geralmente também chamados de gabaritos, são inseridos no interior de tanque que logicamente seja de uma altura menor que o comprimento da régua, de modo que o zero da régua coincida com o fundo do tanque. A leitura é realizada diretamente pelo nível marcado na régua. Esses instrumentos são simples e de baixo custo permitindo a leitura de forma fácil e instantânea. Figura 15 - Régua de nível Os visores de nível baseiam-se na técnica dos vasos comunicantes, no qual a igualdade de pressão na superfície, mantém o líquido do tanque no mesmo nível do líquido visualizado no visor. Sua extremidade inferior é fixada na base do reservatório e a superior na parte mais alta. São utilizados em vasos, colunas, reatores, tanques, entre outros. Dependendo de sua característica construtiva permite a utilização em tanques pressurizados e com temperaturas não tão elevadas. Geralmente quando o comprimento do tanque excede a do visor, utiliza-se a utilização de dois ou mais. Figura 16 - Visor de nível 13 CHAPTER ONE 3.3.2 Boias de nível Figura 17 - Chave de nível Outro método direto é a utilização de bóias, para identificar o nível através de detectores ou chaves que podem ser mecânicos ou magnéticos. A chave de nível consiste em um “elemento bóia” que funciona como alavanca e é fixado a um braço. Quando no nível da água sobe a alavanca se movimenta e realiza um chaveamento (reedswitch) através de um imã que a bóia possui internamente. Esse tipo de elemento pode ser facilmente instalado para definir pontos limites de operação em níveis de reservatórios. Figura 18 - Detectores de nível Ainda com chaveamento do tipo reedswitch existe os detectores de nível quasecontínuo que consiste numa bóia com um imã deslizando sobre um eixo que possui vários reed-switches que são chaveados segundo o deslocamento da bóia (flutuador) imantada 14 CHAPTER ONE 3.3.3 Medidor Displacer Figura 19 - Medidor de nível deslocador Este tipo de medidor é baseado no princípio físico do empuxo, o qual diz que um corpo imergido em um fluido sofre uma força vertical para cima. Logo, sabendo-se o peso de um objeto mergulhado e a força de empuxo causada por um certo líquido sabe-se a força resultante aplicada sobre esse corpo. Para isso, a massa específica do corpo deve ser menor que a do líquido para que o corpo possa flutuar. Este medidor possui um corpo oco no formato cilíndrico que flutua sobre o líquido a ser medido, quando maior o nível do líquido maior será a força resultante sobre este corpo, fazendo com que haja um torque no braço do instrumento, que é acoplado a um material magnético, e um sensor do tipo efeito Hall gere um sinal analógico proporcional ao deslocamento do corpo, ou seja, é um tipo de medição indireta. 15 CHAPTER ONE 3.3.4 Nível por pressão diferencial O transmissor de pressão diferencial mede diferencial de pressão de uma coluna líquida , nos quais há uma tomada de alta pressão , abaixo da coluna de líquido (fundo do reservatório), e uma tomada de baixa pressão acima da coluna de líquido. Tendo-se a pressão hidrostática de um líquido, pode-se obter a altura desse líquido conhecendo-se sua massa específica, logo facilmente obtém-se o nível através dessa técnica. Figura 20 - Medição de nível por pressão diferencial Quando mede-se o nível em um tanque fechado, se a pressão dentro do tanque for diferente da pressão atmosférica, os lados de alta e baixa pressão são conectados individualmente por tubos na parte baixa e alta do tanque respectivamente para obter. Na existência de líquidos que vaporizem faz-se necessário inserir uma coluna de água na tomada de baixa para evitar que se tal vapor se condense e provocasse uma medição falsa. Quando mede-se o nível em um tanque aberto, o lado de alta pressão do transmissor é ligado ao fundo do tanque e o lado de baixa pressão é conectado à atmosfera. 16 CHAPTER ONE 3.3.5 Nível por capacitância O principio de medição de nível por capacitância considera que a haste do sensor é um eletrodo do capacitor e a parede do tanque é o outro eletrodo do capacitor. Quando o líquido é condutor deve-se utilizar uma capa isolante na haste do sensor e considerar essa capa nos cálculos. Quando o líquido é isolante, pode-se colocar a haste em contato direto com o líquido a ser medido. Figura 21 - Transmissor de nível capacitivo Quando o nível do líquido varia, ocorre também a variação da constante dielétrica (líquido) e consequentemente o valor da capacitância. Como a maioria dos tanques são cilíndricos, portanto deve-se utilizar os cálculos para capacitores cilíndricos. Pela figura observa-se que a haste é montada diretamente ao sensor e é montada verticalmente até o fundo do tanque. São medidores simples e sua manutenção é reduzida. O principal ponto de atenção que deve-se ter é em relação à temperatura , pois a capacitância é uma medida que é afetada pela temperatura. Conhecendo-se a massa específica e a pressão de um líquido em um tanque pode-se estimar o seu nível, ou seja, sensores de pressão podem ser utilizados também para medir nível. 17 CHAPTER ONE 3.4 Medição de Temperatura Figura 22 - Termômetro O controle de temperatura é imprescindível tanto no dia a dia quanto em processos industriais. Ele está presente no ar-condicionado, na geladeira, nas caldeiras, na fabricação do metal, na conservação de alimentos, etc. O avanço da eletrônica e da computação elevou-se muito os padrões de medição de temperatura que vão desde a dilatação de líquidos, como num termômetro caseiro simples à equipamentos que utilizam princípio ótico para a medição. O medição e controle de temperatura, está diretamente ligada ao consumo energético de uma residência ou indústria afetando significativamente o custo. 18 CHAPTER ONE 3.4.1 Termômetros de dilatação Figura 23 - Termômetro de mercúrio O indicador de temperatura mais elementar é o termômetro de mercúrio que consiste simplesmente num tubo capilar de vidro com uma de suas extremidades cheia de mercúrio num bulbo que quando aquecido se dilata na direção da outra extremidade até atingir um certo nível de dilatação A escala graduada no corpo do instrumento demonstra o valor da temperatura no bulbo. As escalas termométricas mais utilizadas é a Celsius (ºC) e Fahrenheit (ºF). Figura 24 - Termômetro bimetálico As termômetros bimetálicos consistem em dois metais de coeficientes de dilatação diferentes colados formando uma barra que quando exposta a uma dada temperatura se deformará. Ou seja, há a deformação da barra se dá proporcionalmente à variação da temperatura. O termômetro bimetálico é mais resistente e preciso que o termômetro de mercúrio. No termômetro da figura a barra bimetálica é no formato helicoidal com uma de suas extremidades ligadas a uma haste que está ligada a um ponteiro que variará proporcionalmente à deformação do bimetálico. 19 CHAPTER ONE 3.4.2 Termômetros de pressão Os termômetros de pressão utilizam o princípio de dilatação térmica dos fluido que está correlacionado à variação da temperatura e a pressão exercida por um fluido hermeticamente fechado. Logo, um termômetro de pressão é simplesmente um instrumento que mede a pressão em um sistema onde há um gás confinado. A grande vantagem desse termômetro em relação ao de dilatação é que há a possibilidade de se realizar leituras remotas. Figura 25 - Vaso de pressão Figura 26 - Aparato para medição de pressão 20 3.4.3 Termopar Figura 27 - Termopares O princípio de funcionamento do termopar consiste na geração de uma pequena força eletromotriz produzida pela junção de dois metais diferentes que quando colocados a uma dada temperatura. Quanto maior for a diferença de temperatura, maior será a força eletromotriz produzida. Uma das suas vantagens é a possibilidade de utilização em grandes distâncias sem a perda de precisão utilizando fios de compensação. Existem vários tipos de termopares no mercado, sendo definidos pelo tipo do metal do par condutor. Todos os tipos possuem uma relação linear entre a força contra eletromotriz produzida, é necessário apenas estabelecer a equação da curva de calibração para converter os valores em mV (milivolts) para ºC (graus celsius). Figura 28 -Termopar Os termopares mais utilizados são os termopares do tipo T que são utilizados em baixas temperaturas; do tipo J que são utilizados em indústrias em geral; do tipo E que são mais utilizados na indústria química e petroquímica; e do tipo K que utiliza-se na maioria das aplicações. Ainda há também termopares mais nobres que são constituídos de platina que são de altíssima precisão devido a sua pureza e homogeneidade dos fios. 21 CHAPTER ONE 3.4.4 Termoresistência Figura 29 -Termoresistência Figura 30- Medidor infravermelho de temperatura O princípio de medição dos por termoresistência é baseado simplesmente na medição de uma resistência que varia em função da temperatura do meio em que está inserido. Considera-se que a resistência varia linearmente com a temperatura a partir de um ajuste da curva de calibração. Porém essa linearidade é definida para cada faixa de temperatura. Geralmente o material utilizado é um fio metálico de platina ou níquel. A diferença principal dos termômetros de radiação em relação aos outros é a sua atuação em longas distâncias, ou seja, sem contato físico com o objeto. Este instrumento pode ser utilizado para medir a temperatura de qualquer sistema que emite radiação eletromagnética na forma de luz visível ou radiação infravermelha. Através da radiação infravermelha pode-se fazer uma imagem de distribuição de temperatura de qualquer sistema físico. 22 CHAPTER ONE 3.5 Medição de Fluxo Figura 31 - Tubulação O termo vazão é definido como a quantidade volumétrica de um líquido, gás ou um sólido granulado que passa em uma tubulação. Logo, a vazão é a multiplicação de uma área seccional pela velocidade média do fluido. A quantificação de um fluxo é essencial para controle e monitoramento de transporte de energia e massa. Destacam-se os processos industriais, a distribuição de água, combustíveis, extração de óleo e sistemas de injeção eletrônica. Portanto a medição de vazão garante a eficiência e economia de todos esses processos citados anteriormente. Assim como há diversos processos, há diversos métodos para a medição de fluxo tais como: pressão diferencial, área variável, efeito Coriolis, eletromagnético, ultrassom, turbina e medidores do tipo turbina. A utilização do medidor correto deve ser feita considerando o tipo de fluido medido e suas características tais como a viscosidade, limpeza e condutividade. Basicamente os medidores se dividem em três grandes áreas. A medição de vazão é complexa e nem sempre possui uma equação matemática exata. Um fluido possui um campos com acelerações e velocidades diferentes 23 3.5.1 PlacaCHAPTER de orifício e tubo de ONE Venturi Uma placa de orifício, como mostra a figura, é uma restrição na tubulação com um ou mais pequenos furos. É o dispositivo mais simples para se medir vazão utilizando pressão diferencial. A maior desvantagem da placa de orifício é a sua limitação em relação à faixa de fluxo e sua sensibilidade a distúrbios. Figura 32 - Placa de orifício O tubo de Venturi é similar à placa de orifício, tendo como principal diferença em relação àquela uma restrição mais suave. A alteração de área no tubo de Venturi causa uma alteração de pressão entre a secção convergente e a “garganta”, Figura 33 - Tubo de Venturi dessa forma podendo-se determinar a vazão por diferença de pressão. Devido ao seu formato, o tubo de Venturi é menos sensível à erosão do que à placa de orifício podendo ser utilizado com gases e líquidos sujos. Devido ao seu alto custo de fabricação, o tubo de Venturi é mais utilizado em instalações complexas ou de grande fluxo. 24 CHAPTER ONEe tubo 3.5.2 Placa de orifício de Venturi Figura 34 - Tubo de Pitot O tubo de Pitot mede a diferença de pressão entre um ponto de fluxo e um ponto próximo a superfície. Esse instrumento é construído de maneira que meça a pressão de estagnação ou pressão total. O tubo de Pitot é bastante utilizado para a medição de velocidade de deslocamento, uma aplicação bastante utilizada na aviação. Além de poderem ser utilizados também em instalações permanentes e como sensores de fluxo. É considerado um dos mais simples sensores de vazão, sua precisão é baixa e pode ser uma alternativa em relação à placa de orifício. A principal diferença que deve ser ressaltada é que a placa de orifício mede o fluxo total e o tubo de Pitot detecta a velocidade local do fluxo Figura 35 - Bocal de vazão O medidor de pressão do tipo bocal possui uma geometria com seção elíptica como mostra a figura. A diferença de pressão entre o diâmetro anterior e o diâmetro posterior do bocal é medida. Sua qualidade é intermediária em relação à placa de orifício e ao tubo de Venturi. A vantagem é que apresenta maior capacidade de fluxo do que a placa de orifício e um menor custo em relação ao tubo de Venturi. 25 CHAPTER ONE 4 Calibração de instrumentos de medição Não é só automatizar. Quando se fala em instrumentação e controle devemos nos preocupar com a medição SIM. É ela quem vai definir as melhores estratégias aplicadas ao controle do seu processo que resultará num melhor desempenho e consequentemente economia para gerar o produto final desejado. Figura 36 - Osciloscópio Existem algumas terminologias que já adotada entre todas as entidades desenvolvidas que classificam as características dos indicadores, transmissores, válvulas e registradores. A seguir serão listadas essas características. Alcance (Span): o span é a diferença entre o limite superior e o limite inferior do alcance. Faixa de medida (Range): é a faixa de indicação delimitada pelo valor mínimo e pelo valor máximo que o instrumento identifica. Zero do instrumento: o zero do instrumento é o valor mínimo a ser medido. Exatidão: é a capacidade do instrumento fornecer respostas próximas ao verdadeiro Classe de exatidão: é definida por um número ou ´símbolo com o objetivo de manter as incertezas de medição dentro de certos limites Repetitividade: é a capacidade de um instrumento fornecer valores próximos em repetidas aplicações do mesmo mensurando sob as mesmas condições de medição. Sensibilidade: é a resposta de instrumento de medição relacionada a um estímulo. Resolução: é a menor medida entre indicações de um instrumento. 26 CHAPTER ONE Calibração de instrumentos de medição Num processo existe o erro máximo admitido e este erro esta em função dos instrumentos que são utilizados, portanto, os instrumentos apresentam erros e é importante conhecer como eles interferem no processo para tentar mitigá-los. Existem tipos de erros de medição e eles são listados abaixo: Linearidade: a linearidade indica o máximo desvio da curva de resposta do sistema em relação aos pontos reais. Figura 37 - Multímetro Histerese: a linearidade indica o máximo desvio da curva de resposta do sistema em relação aos pontos reais. Zona morta: é intervalo máximo que um estímulo pode variar em ambos os sentidos sem produzir variação da resposta de um instrumento de medição. Tempo morto: é o tempo entre o instante de aplicação de um sinal (degrau) e o início em que o sistema começa a apresentar uma resposta. Constante de tempo: é o tempo para o valor da resposta atingir 62,3% do valor em regime permanente (valor final). Tempo de subida: é o tempo necessário para a resposta do instrumento excursionar de 10% a 90% do valor em regime permanente. 27 CHAPTER ONE 5. Sistemas de aquisição e controle Figura 38 - Arduino Figura 39 - CLP Figura 40 - NI-Rio Muitos sistemas de aquisição e controle de dados veem sendo desenvolvidos tanto para o setor industrial quando para área científica e hoje em dia até para aplicações IoT de baixo custo como é o caso do Arduino. A crescente evolução do desenvolvimento desses hardwares dá-se principalmente pelo crescente encapsulamento de componentes em circuitos integrados que ocupam muito pouco espaço. A microeletrônica não impõem limites à capacidade de criar todos os dias a possibilidade de dispositivos cada vez menores e interfaces gráficas cada vez melhores. A miniaturização desses dispositivos acompanham o seu desempenho que consequentemente proporcionam maiores precisões na medição e reflete em economia e produtividade na indústria. A escolha de um sistema de aquisição deve contemplar sempre a necessidade específica de um projetos. As especificações mais importantes que deve-se atentar é a quantidade de entradas e saídas necessárias, o tipo de ambiente onde o sistema de aquisição ou controle irá operar, a taxa de aquisição do sistema e a interface com os sensores, linguagem de programação, acessibilidade no mercado, confiabilidade e suporte. Não há uma padronização para a utilização desses dispositivos, cada fabricante determina operacionalidade e programação. 28 CHAPTER ONE 6. Técnicas de Controle Após entender todos os fundamentos dos equipamentos utilizados para controlar um processo, é necessário o estudo do sistema que será controlado, ou seja, a planta do processo. Basicamente existem dois caminhos, o estudo matemático do processo, partindo de equações físicas dos processos envolvidos até chegar a um modelo final da planta ou partir para métodos empíricos que identificam o sistema e sintonizam a malha de controle. O que é importante definir é a estratégia de controle proposta, a dinâmica do processo envolvida, o desempenho desejado do processo e o algoritmo de controle utilizado. Observa-se no diagrama de blocos que o controlador em amarelo recebe dois sinais, o valor desejado e o valor do processo que é ajustado de acordo com a diferença entre esses. Figura 41 - Diagrama de blocos Malha Fechada 29 CHAPTER ONE Técnicas de Controle Após a instalação da planta com todos os instrumentos e o processo pronto, o controlador é ajustado até atingir o desempenho ideal. Esse método é chamado de sintonia (Tuning). Essa técnica é feita mediante critérios de desempenho definidos. Dependendo da variável a ser controlada como vazão, pressão, nível ou temperatura, há algumas particularidades do comportamento dessas variáveis em um sistema que definem o tipo de controlador a ser utilizado. No caso da vazão a resposta é rápida e medição com ruído, logo não se utiliza o controlador D (derivativo). No controle de nível há um tempo morto que depende do tamanho do reservatório e devido à turbulência são utilizados controladores PI. Nos controle de pressão à gás, devido ao tempo de resposta pequeno normalmente são utilizados apenas os controladores PI. No controle de temperatura normalmente são utilizados controladores PID devido à inércia térmica da dinâmica do sistema. Figura 42 – Processo controlado 30 6.1 Controle ON-OFF A saída do controle ON-OFF ou está totalmente ligada ou está totalmente desligada, ou seja, é aplicado toda potência ou não é aplicado toda a potência pelo atuador. Dois exemplos de controle ON-OFF encontrados no nosso dia-a-dia são o arcondicionado e geladeira. Esse controlador possui uma banda morta, mais conhecida como histerese que é utilizada para evitar uma alta oscilação no controlador de de “liga-desliga”. Quando o erro tem abaixo do limite inferior, o controlador está desligado e ligará somente após atingir um valor positivo. A zona morta define uma região de fronteira mesmo quando o erro cai abaixo de zero para o controlador não se deligar imediatamente. Ou seja, o erro irá flutuar entre um limite inferior e um limite superior. A escolha da banda morta deve ser feita considerando a relação entre a amplitude do erro e a frequência de oscilação. Figura 43 – Diagrama de blocos controle ON-OFF 31 CHAPTER ONE 6.2 Controle Proporcional e Proporcional-Integral A resposta ligado ou desligado do controlador visto acima é adequada para sistemas com grande inércia e que se pode tolerar uma faixa de erro. Já quando desejase uma região linear de controle utiliza-se um controlador proporcional. Ao invés de uma banda morta, o controlador esse controlador possui uma banda proporcional que é a região onde o controlador responde linearmente. Pequenas variações do erro em torno do zero produzem variações proporcionais na saída do controlador. O controlador proporcional pode ter ação tanto direta quanto inversa. Quando em ação inversa, um aumento da variável de processo causa uma diminuição da variável de saída. O uso do controlador proporcional sozinho tem uma desvantagem, pois possui um offset de erro que não se elimina com o controlador proporcional puro. No exemplo da figura os distúrbios causados pelo operador causa esse offset. Figura 44- Circuito com controle proporcional 32 6.3 Controle derivativo O modo de controle derivativo, quando combinado com a ação proporcional, tem a função de antecipar a ação de controle a fim de que a resposta ao processo seja mais rápida. Essa ação é eficaz em sistemas nos quais a taxa de mudança da variável controlada é alta. A ação derivativa amplifica mudanças no sinal de entrada do controlador, podendo causar grande variação na saída do controlador que pode ser indesejada por duas razões: a ação derivativa no sinal degrau vai para o infinito, ou de forma prática, abre ou fecha completamente uma válvula. Essa ação de controle pode levar a perturbações no processo e condições inseguras de operação. Uma solução para prevenir esse efeito é alterar o algoritmo de modo que a ação derivativa recebe a variável controlada, não o erro. Outro problema é o ruído á alta frequência na variável controlada, o qual é causado também pela excessiva variação na variável manipulada. Uma solução óbvia para isso é reduzir o tempo derivativo próximo a zero. Figura 45 – Comportamento controle derivativo 33 CHAPTER ONE 6.4 Controle proporcional + integral + derivativo (PID) Essa técnica comumente chamada de controle PID, é a soma das três ações vistas anteriormente, a ação proporcional, a ação integral e a ação derivativa. Há vários arranjos que podem ser feitos para essa técnica . O controle PID possibilita uma ação de controle mais antecipada do que o controle P e o controle PI devido à ação de D. Isso reduz o efeito de uma perturbação e diminui o tempo necessário para que a variável de processo alcance o valor do setpoint. Um controlador com o algoritmo PID possui um set point (SP) que o operador define uma determinada temperatura, a saída CO define a abertura da válvula e a variável PV (variável de processo) indica através do transmissor o valor da temperatura do processo para o controlador calcular o erro. Figura 46 – Processo com controle PID 34 CHAPTER ONE 6.5 Controle proporcional + integral + derivativo (PID) Essa técnica comumente chamada de controle PID, é a soma das três ações vistas anteriormente, a ação proporcional, a ação integral e a ação derivativa. Há vários arranjos que podem ser feitos para essa técnica . O controle PID possibilita uma ação de controle mais antecipada do que o controle P e o controle PI devido à ação de D. Isso reduz o efeito de uma perturbação e diminui o tempo necessário para que a variável de processo alcance o valor do setpoint. Um controlador com o algoritmo PID possui um set point (SP) que o operador define uma determinada temperatura, a saída CO define a abertura da válvula e a variável PV (variável de processo) indica através do transmissor o valor da temperatura do processo para o controlador calcular o erro. Figura 47 – Desempenho ações de controle 35 CHAPTER ONE 7. Simbologia Indicador local TRC auxiliar Indicador remoto CLP local Indicador auxiliar CLP remoto TRC local CLP auxiliar TRC remoto Computador local 36 CHAPTER ONE Simbologia Computador auxiliar Indicador auxiliar Computador remoto Indicador remoto Indicador luminoso local Medidor de nível local Indicador luminoso remoto Medidor de nível auxiliar Indicador luminoso auxiliar 37 CHAPTER ONE Simbologia Medidor de vazão placa de orifício Extensômetro (Strain Gauge) Medidor de pressão por diafragma Termômetro Bimetálico Medidor de pressão Termômetro à gás Manômetro (Tubo de Bourbon) 38 Termômetro geral CHAPTER ONE 7. Simbologia Termômetro termoacoplado Conversor Bocal de vazão Medidor de nível capacitivo Medidor de vazão Venturi Bóia de nível Medidor de nível por deslocamento Medidor de nível ultrassônico Sensor Vortex 39 CHAPTER 8. Fluxograma de ONE Instrumentação A figura 48 mostra um diagrama de instrumentação simplificado com uma malha de controle de nível que possui um transmissor de nível LT 100, um indicador de nível que está no campo LI 100 e um controlador indicador de nível LIC 100 que envia o sinal de nível para o posicionador da válvular que determinará o controle da abertura/fechamento da mesma Figura 48 - Malha controle de nível 40 “ Jefferson Cutrim Rocha Eng. de Controle e Automação Fazeduca © 2016 Todos os direitos reservados