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MÓDULO 1
Introdução ao Tarot
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O QUE É O TAROT?
Antes de mais nada, é importante que você saiba o que é o Tarot e como essa ferramenta
funciona. E, claro, é importante que você saiba explicar tudo isso com clareza e segurança.
O TAROT É UM ORÁCULO
A primeira coisa que você precisa saber é que o Tarot é um Oráculo – e que Oráculo é tudo
aquilo que é consultado em busca de respostas sábias e elevadas. No caso do Tarot, trata-se
de um Oráculo em forma de baralho.
Ou seja, por ser uma ferramenta usada para trazer respostas para a nossa vida, o Tarot pode
ser chamado de "Oráculo" ou de "Ferramenta Oracular".
Contudo, as cartas do Tarot não trazem "respostas prontas", estáticas e fechadas. As cartas
precisam ser interpretadas dentro de um contexto para que tragam conselhos que vão nos
conduzir ao nosso crescimento pessoal – e para fazer bem essa interpretação, é necessário
estudo, prática e intuição. É por isso que o Tarot é considerado uma Arte.
O TAROT É UMA ARTE DIVINATÓRIA
Dizemos ainda que o Tarot pertence ao grupo das Artes Divinatórias – ou seja, está ligado à
"arte de adivinhar", de revelar segredos, trazer informações e iluminar aspectos da sua vida
que estão ocultos para que sejam melhor enxergados e observados.
O Tarot tem como objetivo proporcionar o autoconhecimento, a autoanálise e a tomada de
boas decisões em nossa vida. Ele mostra "aquilo que precisamos saber". Através das cartas,
conseguimos analisar a individualidade, a personalidade e o momento atual que alguém está
vivendo.
Um grande erro, no entanto, é achar que essa "adivinhação" do Tarot tem mais a ver com o
futuro do que com o presente… A verdade é que o Tarot sempre parte do momento presente!
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Ao vermos o que está acontecendo hoje, também conseguimos enxergar aspectos que
levaram tal pessoa até a presente situação (ou seja, conseguimos desvendar informações
sobre o passado); bem como somos capazes de extrair conselhos de como essa pessoa deve
agir, de agora em diante, para que sua vida tome rumos mais positivos (ou seja, revelamos
conselhos e direções para o futuro).
Ou seja, ao ver as circunstâncias em que você está vivendo atualmente, o Tarot mostra para
onde a sua vida está caminhando e aconselha as melhores direções a serem tomadas.
E são essas tendências e conselhos para o futuro que muitas vezes dão a sensação de que o
Tarot está “lendo o futuro”; quando, na verdade, ele está simplesmente apontando as
prováveis consequências do que já está acontecendo hoje.
O TAROT É UM REFLEXO DO SEU MOMENTO
Quando nós abrimos um jogo de Tarot, é como se nós tivéssemos colocado um espelho na
nossa frente, que vai refletir o nosso momento de vida!
O TAROT RESPEITA O LIVRE ARBÍTRIO
Lembre-se que o Tarot nunca vai “ditar” o futuro de alguém e que as cartas nunca nos
"obrigam" a nada. O Tarot sempre respeita o nosso Livre Arbítrio – isto é, a ideia de que todos
nós somos os protagonistas das nossas vidas e donos das nossas próprias decisões –
cabendo a nós mesmos a responsabilidade das nossas escolhas e atitudes.
O Tarot ilumina questões, traz conselhos, respostas e direcionamentos… Mas a decisão final,
as escolhas e atitudes é algo que cabe a nós. O Tarot dá a orientação, mas cabe a você
decidir se vai seguir pelos caminhos indicados ou não.
E mais: as cartas indicam e aconselham, mas não determinam! Ainda que traga mensagens
sobre o futuro, uma leitura de Tarot jamais revelará um futuro fatídico, estático e insuscetível
a mudanças. Suas adivinhações nos oferecem vislumbres de tendências, perspectivas e
possíveis eventos no futuro, que sempre podem ser alterados pelas nossas ações e vontades.
Sendo assim, o Tarot é uma "janela para o que potencialmente pode acontecer amanhã", e não
para um destino imutável e pré-estabelecido.
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O TAROT NOS CONVIDA AO PROTAGONISMO
Há pessoas que chegam até o Tarot com perguntas como:
– "Eu vou casar?"
– "Eu vou conseguir um emprego?"
Mas esse é um tipo de pergunta que nos coloca em uma postura passiva em relação à vida.
E, desta forma, desperdiçamos muito do potencial de análise e profundidade que o Tarot pode
nos oferecer.
É claro que podemos usar as nossas cartas para checar se as energias estão mais favoráveis
ou desfavoráveis para um determinado objetivo neste momento… Mas, de forma geral, é
muito mais poderoso perguntarmos ao Tarot algo como:
– "O que eu posso fazer para conseguir um bom emprego?"
– "O que eu posso fazer para ter um bom relacionamento?"
E, então, o Tarot vai mostrar as análises, conselhos e possíveis direções… E, desta forma, você
está se colocando como protagonista e agente transformador da sua vida. O Tarot não é
sobre simplesmente "ler o futuro", mas sobre saber como construir o melhor futuro possível.
O TAROT É COMO UM GPS
Ele vai indicar o caminho, mas quem vai definir o destino e dirigir o carro é você!
O TAROT FUNCIONA ATRAVÉS DA SINCRONICIDADE
Uma pergunta que intriga muitas pessoas é "Por que o Tarot funciona?" ou "Como o Tarot
funciona?". Para responder esta pergunta, usamos o conceito de Sincronicidade, de Carl Jung
(fundador da Psicologia Analítica).
A Sincronicidade são aquelas "coincidências significativas" – isto é, são coincidências
externas que não são um mero acaso. Elas trazem mensagens e significado que se ligam ao
que estamos vivendo dentro de nós.
Por exemplo, imagine que você estava em dúvida se fazia ou não uma viagem e, naquele
mesmo dia, você ganhou de presente, inesperadamente, um livro chamado "viaje mais". Ou
você estava pensando em uma pessoa e ela, de repente, manda uma mensagem para você.
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Jung observou que essas coincidências significativas iam além de uma probabilidade de
acasos. Elas revelam uma conexão entre nós e o mundo: é quando nossa realidade interior se
encontra com uma realidade exterior.
É isso que acontece num jogo de Tarot! No instante em que escolhemos uma carta, o poder
da Sincronicidade entra em ação. Não é por acaso que você escolhe justamente aquela carta
que traz determinada mensagem que se encaixa tanto com o seu momento de vida. Da
mesma forma que você escolheu aquela carta, ela escolheu você… Porque nós atraímos as
mensagens que precisamos escutar!
Não foi uma coincidência, foi uma Sincronicidade. E aquela carta vai dizer aquilo que você
precisa ouvir no momento.
O TAROT É UMA LINGUAGEM
Não é necessário ter um “dom”, uma “vidência” ou uma “mediunidade aflorada” para poder
jogar Tarot. Antes de mais nada, precisamos ter em mente que o Tarot é como uma
linguagem.
Primeiro, nós estudamos os significados das cartas e aprendemos a interpretar os símbolos
nelas ilustrados. Em seguida, vamos aprender a juntar os significados de diferentes cartas
entre si e a interpretar jogos completos… Extraindo deles grandes mensagens e conselhos!
Esta é a parte "teórica" do Tarot. E esse estudo, por si só, já é um baita mergulho de
autoconhecimento. Mas além da teoria, também é preciso prática: quanto mais você exercitar
as suas tiragens, mais você vai se familiarizar e ficar fluente nessa linguagem das cartas.
É como uma pessoa aprendendo um novo idioma… Por mais que tenha estudado o
vocabulário e a gramática, ela só ficará cada vez melhor nessa nova língua se estiver sempre
praticando a conversação, não é verdade?
E aí, nós chegamos na cereja do bolo: com o estudo e a prática do Tarot, você vai cada vez
mais abrir a sua intuição para interpretar mensagens cada vez mais certeiras.
Usando novamente a comparação com um novo idioma, no início, é normal ficarmos meio
receosos sobre qual palavra é melhor usar em uma frase. Mas, com o tempo, nós
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simplesmente já sabemos intuitivamente qual é o melhor termo para se usar... Vamos ficando
cada vez mais afiados, assertivos e seguros nesta nova linguagem!
POR FIM…
Quando alguém perguntar para você o que é o Tarot, você pode dizer que é uma ferramenta
de autoconhecimento e direcionamento. Que as cartas mostram o nosso momento de vida
atual e dão conselhos sobre os melhores caminhos a serem tomados nas mais diversas
áreas da nossa vida.
ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:
"Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida
e você vai chamar isso de destino".
CARL JUNG
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TERMOS BÁSICOS
CARTOMANCIA ("MANCIA" = ADIVINHAÇÃO)
Na teoria, é qualquer técnica de adivinhação na qual se utiliza cartas – que podem ser cartas
comuns, de Baralho Cigano, Tarot e outros oráculos em forma de baralho. Contudo,
culturalmente, normalmente remete a trabalhos cujo foco é a adivinhação do futuro ou "leitura
da sorte" nas cartas.
CARTOMANTE
Quem pratica ou trabalha com a Cartomancia. É um título muito utilizado por aqueles que
jogam o Baralho Cigano.
TAROMANCIA ("MANCIA" = ADIVINHAÇÃO)
Técnica de adivinhação na qual se utiliza cartas, especificamente, cartas de Tarot.
TAROMANTE
Quem pratica ou trabalha com a Taromancia.
TAROLOGIA ("LOGIA" = ESTUDO)
Estudo da teoria e prática do Tarot. Da mesma forma que a Astrologia estuda os astros e faz
uma leitura da vida através do céu, a Tarologia estuda os símbolos das cartas de Tarot e faz
uma leitura do momento de vida através delas.
TARÓLOGO
Na teoria, é quem estuda e pratica a Tarologia. Termo usado tanto por aqueles que aplicam o
Tarot profissionalmente, como por aqueles que usam apenas para si e para pessoas do seu
convívio. Aqueles que querem destacar sua atuação profissional, por vezes usam o termo
"Tarólogo Profissional".
TAROTISTA ("ISTA" = OCUPAÇÃO, OFÍCIO, STATUS DE ESPECIALISTA)
Termo criado para designar aqueles que atuam profissionalmente com o Tarot – no entanto,
não costuma ser muito usado.
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ORACULISTA
Aquele que usa mais de um oráculo em seus atendimentos.
TAROT TERAPÊUTICO
Termo usado para frisar uma abordagem do Tarot mais voltada para o autoconhecimento,
aconselhamento e reflexão em busca de crescimento pessoal. Essa abordagem também
pode ser chamada de "Tarot de Aconselhamento" ou "Tarot Psicológico".
TAROT DIVINATÓRIO
Abordagem do Tarot mais voltada para trazer revelações a respeito do futuro. De toda forma,
é importante lembrar que, mesmo trazendo vislumbres sobre o futuro, o ideal é que o
Tarólogo nunca trate as energias das cartas como um destino fatídico e imutável.
GLOSSÁRIO
DECK DE TAROT = BARALHO DE TAROT
Deck e Baralho são sinônimos e você pode se referir ao seu Tarot de ambas as formas.
CARTAS = LÂMINAS = CAMINHOS
Lâminas e Caminhos são dois termos que muitas vezes encontramos nas literaturas de Tarot
para se referir às Cartas.
ARCANOS ("ARCANUM" = SEGREDO, MISTÉRIO, ENIGMA)
É o termo mais tradicional e oficial para se referir a uma Carta do Tarot.
ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:
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A ESTRUTURA DO TAROT
Um Tarot é composto por um total de 78 cartas.
Saber a quantidade de cartas do Tarot é importante para que você não acabe adquirindo
outros baralhos ou oráculos achando que é um Tarot. Por vezes, o Baralho Cigano é vendido
com o nome de Tarot Cigano, o que acaba confundindo algumas pessoas. Mas embora
ambos sejam Artes Divinatórias, trata-se de baralhos diferentes e que possuem abordagens
tradicionalmente diferentes:
TAROT
BARALHO CIGANO
78 cartas no total (ou 22 Arcanos Maiores)
36 cartas no total
Abordagem mais terapêutica
Abordagem mais preditiva
Linguagem mais reflexiva
Linguagem mais direta
As 78 cartas são divididas entre dois grupos principais:
●
22 são Arcanos Maiores
●
56 são Arcanos Menores
ARCANOS MAIORES
Os Arcanos Maiores (também chamados de "Trunfos" ou "Triunfos Maiores") são as principais
cartas do Tarot. Essas são as cartas mais profundas, poderosas e reflexivas do deck… São
elas que carregam a essência terapêutica do jogo, pois representam qualidades arquetípicas
e os caminhos nos quais todos nós andamos durante nossas vidas.
Em um jogo de Tarot usando todas as cartas, os Arcanos Maiores sempre falam mais alto e
representam as grandes energias que nos envolvem no momento: traços marcantes de
personalidade, grandes acontecimentos, grandes mudanças que precisamos promover,
grandes desafios a serem superados e/ou grandes conquistas nossas.
São os Arcanos Maiores que transformam um baralho em um deck de Tarot; e eles são
numerados de 0 a 21, e são, respectivamente:
O Louco, O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz, O Imperador, O Hierofante,
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Os Enamorados, O Carro, A Força, O Eremita, A Roda da Fortuna, A Justiça,
O Enforcado, A Morte, A Temperança, O Diabo, A Torre,
A Estrela, A Lua, O Sol, O Julgamento e O Mundo.
Lembre-se que:
●
Os nomes e imagens das cartas podem ter variações, mas o arquétipo e significado
daquela carta permanecem os mesmos.
●
As cartas A Força e A Justiça podem trocar de numeração entre si, podendo aparecer
tanto no número 8 como no 11.
●
Os 3 elementos que compõem uma carta são: a imagem, o nome e o número.
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ARCANOS MENORES
Os Arcanos Menores, por sua vez, são cartas mais simples e diretas, que representam
questões práticas do dia a dia, aspectos que podem ser resolvidos de forma rápida,
acontecimentos e interferências de pessoas em nossa jornada. Isto é, enquanto os Arcanos
Maiores são mais profundos e terapêuticos, os Menores são mais objetivos e agregam
detalhes e especificidade aos Arcanos Maiores
Os Arcanos Menores são divididos em quatro naipes:
●
Copas: que representa o elemento Água e, por isso, normalmente envolve questões
relacionadas às emoções, sentimentos e relacionamentos;
●
Paus: que representa o elemento Fogo e, por isso, normalmente envolve questões
relacionadas à criatividade, vontade, impulso e trabalho;
●
Ouros: que representa o elemento Terra e, por isso, normalmente envolve questões
relacionadas à vida material e financeira, corpo físico e conquistas;
●
Espadas: que representa o elemento Ar e, por isso, envolve questões relacionadas aos
pensamentos, sabedoria, dilemas e conflitos internos.
Cada naipe é numerado de Ás a 10 e possui mais quatro Cartas da Corte: o Rei, a Rainha, o
Cavaleiro e o Pajem.
Dito tudo isso, é importante que, neste momento, você guarde os seus Arcanos Menores,
pois o seu foco inicial precisa ser, exclusivamente, os Arcanos Maiores. E, após ter pleno
domínio e segurança nas leituras com os Maiores, aprender os Arcanos Menores (se você
sentir que é a hora) vai ser muito mais simples e rápido!
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LINHA DO TEMPO DAS ORIGENS
E A HISTÓRIA DO TAROT
Não há como se afirmar, precisamente e com absoluta certeza, de onde as cartas do Tarot
vieram… Nem quando ele surgiu exatamente… Existem as mais variadas hipóteses sobre as
raízes históricas do Tarot e, por isso, esse é um assunto que costuma gerar boas discussões
entre os tarólogos. Algumas teorias são mais prováveis, enquanto outras são mais
fantasiosas… Mas todas são bem interessantes e divertidas de se conhecer!
Desde os primórdios da humanidade
O SER HUMANO SEMPRE BUSCOU ORÁCULOS
Desde os tempos mais remotos das Antigas Civilizações, o ser humano usa práticas
oraculares e divinatórias… O homem sempre quis buscar formas de saber mais sobre
si, sobre a vida superior e sobre o sentido da sua existência. Dentre os oráculos mais
antigos, estão: o formato das nuvens, a fumaça das fogueiras, a visualização de
reflexos em lagos, o formato da cera da vela ou da borra de café, e vários outros
sinais, elementos e ferramentas que eram observadas para trazerem presságios e
respostas específicas para a vida humana.
Com o passar do tempo, essas práticas oraculares mais simples foram ganhando um
status de "superstições" ou de "simpatias". Em contrapartida, foram florescendo
instrumentos e técnicas mais complexas, como as Artes Divinatórias.
Hoje em dia, embora praticamente todos os elementos naturais e ferramentas
mágicas possam ser utilizadas de forma oracular, quando se fala em Oráculos, o que
vem na mente das pessoas são baralhos – em especial, o Tarot.
Século X
INVENÇÃO DAS CARTAS DE JOGAR NA CHINA E INFLUÊNCIAS ORIENTAIS
Acredita-se que foi no Oriente que os primeiros baralhos de cartas numeradas para
jogar surgiram – mais especificamente, na China. Alguns defendem que isso
aconteceu ainda na Antiguidade, após a invenção do papel; mas o mais provável, de
acordo com registros chineses, é que as cartas de jogar foram criadas por volta do
século X.
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Essas primeiras cartas que se tem conhecimento eram diferentes do baralho comum
que conhecemos hoje. Elas não eram divididas em naipes e seus desenhos eram mais
parecidos com o dominó – tanto que hoje são chamadas de cartas chinesas de
dominó.
Outras teorias
INFLUÊNCIAS INDIANAS
Na Índia, havia um antigo jogo de tabuleiro chamado Chaturaji – que é uma espécie de
ancestral do Xadrez. Mas diferente do Xadrez, o Chaturaji era chamado de "Jogo dos
Quatro Reis" e possuía uma quadruplicidade de peças (isto é, quatro reis, quatro
cavaleiros…). Por isso, há estudiosos que levantam a teoria de que as cartas que
surgiram na China receberam, de alguma forma, a influência deste jogo.
A hipótese é de que esses baralhos foram sendo levados para Europa, sendo
modificados e recebendo outras influências ao longo do caminho. Depois, já na
Europa, foram espalhados até se tornarem o baralho com os quatro naipes que
conhecemos hoje – e que correspondem à parte que chamamos de Arcanos
Menores no Tarot.
Outras teorias
ORIGEM ÁRABE
Também há uma hipótese muito forte de que as cartas com os quatro naipes são de
origem árabe – sendo baseadas nas “Cartas Sarracenas” que os antigos guerreiros
mamelucos jogavam.
Mas embora as Cartas Sarracenas sejam muito parecidas com o que posteriormente
se tornaram os baralhos europeus, não há registros árabes oficiais da época
mencionando as cartas.
Diante disso, a principal tese é que houve um intercâmbio entre o Extremo Oriente e a
Ásia Central: as cartas e o hábito de jogá-las surge, primeiramente, na China; e vai
migrando, cruzando a Ásia Central, até chegar na Europa, no século XIV, através de
mercadores Árabes.
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Teorias improváveis
CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E CIGANOS DO HINDUSTÃO
Já foi levantada a tese de que os baralhos foram levados para a Europa pelos
Cavaleiros Templários, durante o tempo das Cruzadas – mas esta hipótese é
considerada improvável pelo grande intervalo de tempo que existe entre a última
Cruzada, em 1290, e as primeiras cartas surgindo na Europa, por volta de 1367.
Já houve ainda uma teoria de que o baralho tenha sido levado para Europa pelos
Ciganos – mais especificamente, pelos Ciganos Originários do Hindustão –, que
estavam peregrinando e encontraram as cartas na rota. Porém, essa hipótese
também é bastante refutada pelo fato de que, quando os Ciganos chegaram na
Europa, no início do século XV, as cartas já haviam chegado antes, no século XIV.
Século XIV
OS BARALHOS CHEGAM À EUROPA
Além dos baralhos comuns, os primeiros baralhos de Tarot europeus que se tem
conhecimento também surgiram do final do século XIV para início do século XV –
mais especificamente, na Itália e na França. Dentre os decks mais antigos, estão: o
Tarot de Gringonneur (pintado para o Rei Carlos VI da França, em 1392), o Tarocchi
Visconti Sforza (criado por volta de 1440 para o Duque de Milão) e o Tarot de
Mantegna (desenhado entre 1470 e 1485). Confira abaixo cartas dos três baralhos,
respectivamente:
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Século XV
SURGE O TAROT DE MARSELHA
É por volta do final do século XV que se acredita ter surgido o clássico Tarot de
Marselha, na França, que trouxe o padrão do Tarot com 78 cartas (sendo 22 Arcanos
Maiores e 56 Arcanos Menores). E é dessa estrutura "oficial" do Marselha que
praticamente todos os decks de Tarot posteriores vão derivar.
Séculos XIV a XVII
USO LÚDICO E ARTÍSTICO
As origens das figuras alegóricas dos Arcanos Maiores são ainda mais misteriosas do
que as das cartas com os quatro naipes. A hipótese mais provável é que os Trunfos
(os Arcanos Maiores) foram feitos para representar figuras comuns da época, já que o
Tarot era pintado à mão para figuras da nobreza. E é possível ainda que algumas
cartas inseridas do Tarot tenham sido criadas com propósitos educativos cristãos –
isto porque se ligam diretamente às Virtudes Cardinais Bíblicas da Justiça,
Temperança, Fortaleza e Prudência.
Desde que havia aparecido na Europa, no final do século XIV, acredita-se que o
principal uso do Tarot era lúdico – ou seja, para jogos e entretenimento. E, claro, as
cartas também eram consideradas obras de arte.
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Séculos XVI e XVII
PRODUÇÃO EM MASSA E POPULARIZAÇÃO
Até então, a produção de baralhos de Tarot era pequena, exclusiva e artesanal.
Contudo, entre os séculos XVI e XVII, inicia-se a produção de baralhos em massa. O
Tarot de Marselha, em especial, começa a se espalhar e se popularizar.
Século XVIII
OLHAR MÍSTICO SOBRE O TAROT
É só no século XVIII que a cartomancia começa a florescer na Europa e, portanto,
começa a surgir um olhar mais místico sobre as cartas de Tarot.
Um grande nome da história do Tarot foi o francês Etteilla, considerado o primeiro
Tarólogo Profissional. Em 1770, ele publicou uma obra destinada a explicar o uso de
cartas convencionais para adivinhação, trazendo, inclusive, significados das cartas em
posição normal e invertida. Ele também começa a unir os saberes das cartas do Tarot
com a Astrologia e, em cerca de 1788, lança o Tarot de Etteilla – que muitos acreditam
ter sido o primeiro baralho feito, exclusivamente, para fins esotéricos e não lúdicos.
Nesta época, também surge a teoria de que os 22 Arcanos Maiores eram originários
do Egito e que correspondiam a um antigo livro egípcio de sabedoria mística: O Livro
de Thoth.
Essa teoria das origens egípcias foi lançada em 1773, pelo suíço Antoine Court de
Gébelin, na obra "Monde primitif". Embora Gébelin não tenha dado nenhuma prova ou
argumento para comprovar sua teoria, ela acabou sendo um sucesso e despertou o
interesse de muitos estudiosos pelo Tarot. E nessa publicação, ele também afirmava
que os quatro naipes simbolizavam grupos sociais. Sendo Espadas a classe guerreira;
Copas a classe sacerdotal; Ouros os comerciantes; e Paus os Agricultores.
Muitas teorias começaram a surgir: havia quem dissesse que os registros sobre as
raízes do Tarot foram perdidos na destruição da biblioteca de Alexandria, na
Antiguidade… Ou que o primeiro Tarot foi criado em folhas de ouro na antiga cidade de
Mênfis… Que o Tarot foi criação dos Alquimistas… Ou até mesmo dos boêmios.
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Século XIX
A LIGAÇÃO DO TAROT COM A CABALA
Já no século XIX, o ocultista Eliphas Levi apresenta estudos que relacionam as raízes
do Tarot à Cabala, mostrando que os 22 caminhos dos Arcanos Maiores
correspondem às letras do alfabeto hebraico e à "Árvore da Vida" da Cabala.
A partir disso, surge uma hipótese de que o Tarot teria vindo de antigos estudos da
Torá e falava sobre "um caminho de limpeza da alma para receber Deus", com cada
carta representando um estágio para a nossa purificação. Segundo essa linha de
pensamento, os cabalistas teriam codificado mensagens em cartas de jogar para que
passassem despercebidas durante perseguições.
Essa é mais uma teoria sem comprovação. No entanto, conseguir fazer uma
correspondência direta entre o Tarot e a Cabala, além de já haver a possibilidade de
ligar as cartas à antiga mitologia egípcia, e também às figuras cotidianas da Europa
da época, mostra que o Tarot é uma Ferramenta Universal – isto é, ele é capaz de
abraçar simbolismos presentes ao redor de todo o mundo.
Século XX
A ORDEM HERMÉTICA DA AURORA DOURADA
Diante de todo esse olhar mais místico, o Tarot passa a ser visto como uma
ferramenta esotérica. No final do século XIX e início do século XX, essa ferramenta
começa a ganhar força… O interesse pelo mundo do misticismo, esoterismo e
ocultismo aumentava e se espalhava cada vez mais.
Começaram a surgir sociedades mágicas, teosóficas, herméticas, maçônicas… E elas
estavam garantindo cada vez mais prestígio! Seus membros eram grandes magos,
estudiosos e escritores que se interessavam pelo ocultismo. Assim, surgia o
movimento de desenvolver grandes estudos de Tarot, Numerologia, Astrologia, Magia
Cerimonial e vários outros conhecimentos ocultos que uniam simbolismos
cabalísticos, alquímicos, pitagóricos, herméticos e muitas outras vertentes.
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Na Inglaterra, havia um grupo de místicos bem famosos, chamado Ordem Hermética
da Aurora Dourada (a famosa "Golden Dawn"). Lá, em 1910, o místico Arthur Edward
Waite e a artista Pamela Colman Smith criaram o primeiro baralho moderno e mais
famoso de todos os tempos: o Tarot de Rider-Waite (ou Rider-Waite-Smith).
Outro famoso integrante do movimento ocultista da Aurora Dourada era Aleister Crowley, que
idealizou o famoso e clássico Tarot de Thoth (ou Tarot de Crowley) – um deck com um nível
de mistério e profundidade ainda maior, cheio de símbolos esotéricos. O Tarot de Crowley foi
desenhado pela artista Lady Frieda Harris e levou anos para ser produzido, sendo lançado
oficialmente apenas em 1969, quando Aleister Crowley não era mais vivo.
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Todo esse movimento ocultista e esotérico no final do Século XIX e início do Século
XX trouxe uma abordagem mais profunda do Tarot. A partir dos decks de Waite e de
Crowley, o Tarot passou a ser visto como uma união de signos perfeitos que vão
conversar com nosso subconsciente.
Ou seja, o Tarot esotérico tem como principal função observarmos e mergulharmos
de forma profunda em nós, buscando sentido para a nossa existência.
E vale lembrar ainda que, no século XX, também começaram a florescer as ideias de
"arquétipo", "inconsciente coletivo" e "sincronicidade" de Jung. E isso vai sendo
incorporado ao estudo e ao uso do Tarot…
A partir daí, o Tarot se espalha por todo o mundo e as correspondências entre ele e
outras áreas do conhecimento continuam sendo feitas! O Tarot é um leque de
possibilidades porque é feito de símbolos… Ou seja, metade dele é o que você vê e
estuda nas cartas, mas a outra metade é a sua interpretação. E ainda que o mundo
inteiro consiga entender seus desenhos universais, cada pessoa também terá sua
própria perspectiva de cada carta.
"O verdadeiro Tarô é o simbolismo"
ARTHUR EDWARD WAITE
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RECOMENDAÇÕES PARA
ESCOLHER O SEU TAROT IDEAL
O que não falta hoje em dia é opção na hora de comprar um Tarot. Existem decks dos mais
variados estilos e temas – e, para quem está começando, pode surgir aquela famosa dúvida
de "qual será o melhor Tarot para iniciar os meus estudos?". Para ajudar você a fazer uma
escolha bem feita, preparei esta ficha de recomendações básicas, na qual deixo alguns
esclarecimentos, cuidados e sugestões. Leia com atenção e aproveite ao máximo!
PONTOS IMPORTANTES NA HORA DE DECIDIR
Antes de mais nada, é importante que você escolha um Tarot em que você goste:
●
Do estilo das ilustrações
●
Das cores que são utilizadas
●
Do verso das cartas (a parte de trás das cartas)
OS DECKS DE TAROT CLÁSSICOS
Os três decks de Tarot considerados clássicos são:
●
Tarot de Marselha
●
Tarot de Rider-Waite (ou de Rider-Waite-Smith)
●
Tarot de Thoth (Tarot de Crowley ou de Crowley-Harris)
Sobre cada um desses clássicos:
TAROT DE THOTH (TAROT DE CROWLEY OU
CROWLEY-HARRIS): criado pelo ocultista Aleister Crowley e
ilustrado pela artista Lady Frieda Harris, esse deck foi lançado já
em 1969, na Inglaterra. Foi criado para fins esotéricos e possui
um nível de complexidade de símbolos que pode atrapalhar quem
está começando a estudar Tarot. Pessoalmente, não o
recomendo para quem está iniciando.
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TAROT DE RIDER-WAITE (OU RIDER-WAITE-SMITH): criado pelo
ocultista Arthur Edward Waite e ilustrado pela artista Pamela
Colman Smith, esse deck foi lançado em 1909/1910, na Inglaterra,
voltado para fins esotéricos. Dentre todas as opções, esse é o que
mais facilita o estudo inicial do Tarot por conter simbolismos
universais de forma clara em suas cartas. O Rider-Waite contém
todos os símbolos que são necessários para entender os Arcanos e,
até hoje, é o Tarot mais famoso e vendido do mundo. Além disso,
ele foi o primeiro deck a trazer todos os 56 Arcanos Menores
ilustrados com situações (o que facilita o estudo) e é a base para a
grande maioria dos baralhos de Tarot modernos – ou seja,
estudando o Rider-Waite, depois fica muito simples entender qualquer outro Tarot.
Atualmente, há uma grande variedade de decks Rider-Waite-Smith no mercado, confira
algumas opções:
●
O Grande Tarô de Waite (da editora Artha): costuma ter o valor mais acessível e possui
também versão com os 22 Arcanos Maiores. Embora o livreto que o acompanha seja
em português, as cartas são com nomes em inglês.
●
The Original Rider-Waite Tarot Deck (da editora Random House): o exato deck
desenhado por Pamela Colman Smith com sua paleta original de cores, que traz tons
mais suaves do que as versões mais modernas. Possui cartas com nomes em inglês.
●
Tarot Original 1909 Deck (editora Lo Scarabeo): também reproduzido exatamente
como o original na sua 1ª Edição de dezembro de 1909. Possui cartas com nomes em
inglês.
●
O Novo Tarô de Waite (editora Alfabeto): possui cartas sem bordas (o que as deixa
com visual mais moderno) e as cartas em que aparecem casais vêm com versões
hetero e homoafetivas. Possui cartas com nomes em português.
●
O Universal Tarô de Waite (editora Isis): traz ilustrações com aspecto um pouco mais
digitalizado, porém mantém a estrutura tradicional. Possui cartas com nomes em
português.
●
Universal Waite Tarot (editora U. S. Games Systems): as cartas tradicionais foram
recoloridas de forma mais clara e luminosa. Possui cartas com nomes em inglês.
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● Radiant Rider Waite Tarot (editora U. S. Games Systems): as cartas tradicionais aqui
aparecem com mais brilho e profundidade. Possui cartas com nomes em inglês.
●
●
Outras boas opções presentes no mercado (com nomes das cartas em inglês):
○
The Rider Tarot (editora U. S. Games Systems);
○
Rider Waite Tarot (editora AG Muller);
○
Radiant Wise Spirit Tarot (editora Lo Scarabeo);
○
Smith-Waite Centennial Tarot Deck (editora U. S. Games Systems);
○
Universal Tarot Professional (editora Lo Scarabeo).
Há também versões com cartas gigantes (Giant Rider-Waite Tarot Deck) e com
versões mini (Rider Waite Pocket Edition e Rider Waite Miniature Edition).
TAROT DE MARSELHA: criado por volta do século XV para fins lúdicos,
na França, esse é o mais clássico de todos e foi o que trouxe o padrão
atual do Tarot de 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. É muito
querido por muitos tarólogos e considero uma boa opção para estudo
dos Arcanos Maiores. Contudo, se futuramente você desejar estudar
os Arcanos Menores, pode encontrar um pouco de dificuldade com o
estilo do Marselha (pois suas cartas dos Menores não são ilustradas
com situações, mas com ícones vetoriais). Além disso, por usar
apenas variações das mesmas cores básicas em todas as cartas, não
há como usar o recurso de analisar as cores para fixar ainda melhor os
significados dos Arcanos.
Obs: assim como o Rider-Waite, o Tarot de Marselha possui diferentes decks lançados por diferentes
editoras. Inclusive, O Novo Tarô de Marselha (editora Alfabeto) possui as lâminas dos 56 Arcanos
Menores ilustradas também.
UM "QUASE-CLÁSSICO"
TARÔ MITOLÓGICO: o Tarô Mitológico foi lançado em 1988 e se
tornou quase um clássico no Brasil por ter sido rapidamente lançado
em português também. Esse Tarot traz associações entre os arcanos
tradicionais e divindades de mitologia greco-romana. Para quem
gosta do tema, é uma boa opção de deck, além de trazer
similaridades com o Rider-Waite.
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DECKS MODERNOS
Além dos clássicos, existem muitos baralhos de Tarot lindos hoje em dia – dos mais variados
estilos e dos mais diversos temas! O mais importante de tudo é que você opte por aquele
Tarot que você acha lindíssimo e que "conversa" com você. Afinal de contas, se você gostar
das imagens, cores e temática das cartas, irá conseguir decifrar as suas mensagens com
muito mais facilidade e empolgação.
10 BOAS INDICAÇÕES PARA QUEM ESTÁ INICIANDO:
●
Tarô das Bruxas (versão original em inglês: Witches Tarot)
●
Tarô da Bruxa Verde (versão original em inglês: The Green Witch Tarot)
●
Tarô dos Magos (versão original em inglês: Wizards Tarot Deck)
●
Tarô da Bruxa Moderna (versão original em inglês: Modern Witch Tarot)
●
Everyday Witch Tarot (na versão em português desse deck colocaram o nome "Tarô Diário de
uma Bruxa", porém, não é um deck criado ou produzido pela minha empresa Diário da Bruxa)
●
Tarô Místico das Fadas (versão original em inglês: Mystic Faerie Tarot)
●
Tarô da Floresta Encantada (versão original em inglês: Forest of Enchantment Tarot)
●
O Bom Tarô (versão original em inglês: The Good Tarot)
●
Tarô Dourado Real (versão original em inglês: Gilded Tarot Royale)
●
Tarô Videntes da Luz (versão original em inglês: Light Seers Tarot)
10 OUTROS QUERIDINHOS DOS ALUNOS ❤
●
Tarô das Musas (versão original em inglês: The Muse Tarot)
●
Santa Muerte Tarot (até o momento só existe versão em inglês)
●
Art Nouveau Tarot (até o momento só existe versão em inglês)
●
Steampunk Tarot (até o momento só existe versão em inglês)
●
Ethereal Visions Illuminated Tarot Deck (até o momento só existe versão em inglês)
●
The Linestrider Tarot (até o momento só existe versão em inglês)
●
Nosotras Tarot (deck brasileiro)
●
Tarot of The Divine (até o momento só existe versão em inglês)
●
Tarot De La Nui (até o momento só existe versão em inglês)
●
Shadowscapes Tarô - Fuga das Sombras (versão original em inglês: Shadowscapes Tarot)
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PARA QUEM GOSTA DE DECKS COM REPRESENTAÇÕES DE ANIMAIS:
The Wild Unknown Tarot; Spiritsong Tarot; Tarot Familiars; Animal Totem Tarot
(só existem em inglês até o momento)
O TAROT PARA ACOMPANHAR O CURSO
Em nossas aulas sobre as cartas, o Rider-Waite será a nossa principal base, mas não é uma
obrigação usá-lo. O meu objetivo com este Curso é que você consiga ler todo e qualquer Tarot
que você tenha – e para isso, eu também vou usar o meu método comparativo ao longo das
aulas. Por isso, sinta-se livre para optar por aquele deck que mais chama a sua atenção!
ONDE COMPRAR
De forma física, costumamos encontrar decks de Tarot à venda em livrarias comuns e em
feiras místicas. Caso vá comprar online, dê preferência às lojas conhecidas (como Amazon,
por exemplo) ou aos sites das próprias editoras especializadas em decks de Tarot. Tenha
atenção a decks pirateados (normalmente vendidos a um valor muito abaixo que as demais
lojas), pois além desse tipo de venda ser uma prática criminosa e desvalorizar o trabalho dos
artistas criadores dos baralhos originais, a qualidade dos decks é muito inferior às versões
autênticas.
ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:
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A JORNADA DOS
ARCANOS MAIORES
Existe uma razão pela qual as cartas do Tarot seguem uma ordem específica, começando do
Louco e indo até o Mundo, e essa razão é simples: o Tarot conta uma história. Essa jornada
que os Arcanos Maiores contam também é chamada de Jornada do Louco – porque é como
se o Louco despertasse para uma nova aventura e fosse partir em uma viagem. Ao longo da
estrada, ele vai passar por cada carta e aprendendo algo novo a cada estágio.
Existe ainda um conceito chamado Jornada do Herói (ou "Monomito''), criado pelo mitologista
Joseph Campbell, em 1949. A Jornada do Herói é um modelo narrativo que inspirou inúmeros
contos ao longo da história da humanidade. Campbell observou que mitos antigos ao redor
de todo o mundo sempre seguiam uma mesma estrutura na hora de contar a história de um
personagem – e esse mesmo modelo é muito utilizado até hoje em filmes, novelas, seriados
e livros.
Veja se essa história não parece familiar:
Um herói solitário está tentando se encontrar. Ele vive em seu mundo, mas ainda não
tem um grande propósito. Surge uma missão, uma nova aventura… Esse herói, mesmo
um pouco relutante, segue esse "chamado" – e, ao longo do caminho, vai encontrando
amigos e outros personagens com os quais vai aprendendo novas coisas. Ele também
passa por vários testes de virtudes e habilidades, como uma espécie de "treinamento", e
vai descobrindo cada vez mais a sua força.
Depois, aparece um grande desafio à sua frente, é o momento de uma "grande batalha".
Ele a enfrenta com determinação e a vence: conquistando e concluindo a sua missão.
Ao final, ele está de volta ao seu antigo mundo, mas nada será como antes, porque ele
mesmo aprendeu muito e mudou ao longo da jornada.
Essa história tão familiar é uma versão resumida do que é a Jornada do Herói e costumamos
nos identificar com ela não só porque é muito replicada em filmes e séries, mas porque nós
passamos várias vezes por ela em nossa própria vida também.
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A Jornada do Louco do Tarot também possui similaridades com a Jornada do Herói. Mas
para que você não se preocupe em memorizar os passos descritos por Joseph Campbell (até
porque isso é desnecessário para o estudo do Tarot), eu criei uma versão simplificada de 4
estágios que podemos facilmente identificar no Tarot:
PASSO 1 - CONHECENDO OS PERSONAGENS E DESCOBRINDO QUEM SOU
Quando começamos a Jornada dos Arcanos Maiores, percebemos que as primeiras cartas
todas apresentam personagens.
O Louco é brincalhão, o Mago é sagaz, a Sacerdotisa é misteriosa… Conhecemos a
personalidade de cada um desses personagens e, com isso, refletimos sobre a nossa própria
personalidade também. Essas cartas vão nos mostrar como despertar as maiores qualidades
delas e os defeitos que precisamos ter cuidado.
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PASSO 2 - FERRAMENTAS PARA DESENVOLVER VIRTUDES E HABILIDADES
Ao chegar no segundo estágio, encontramos cartas que nos passam testes e ferramentas
para que possamos desenvolver nossas forças, caráter e habilidades.
Os Enamorados vai mostrar a importância de saber estar em parceria, o Carro vai dizer que é
preciso de motivação e foco, a Força vai aconselhar que saibamos ter autocontrole… Cada
estágio aqui traz um teste: uma virtude a ser trabalhada e colocada em prática.
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PASSO 3 - GRANDES DESAFIOS, CRISES E PROVAÇÕES
Agora que sabemos bem quem somos e estamos treinados em nossas virtudes, estamos
então preparados para enfrentar as cartas do terceiro estágio, que mostram grandes desafios
que teremos que superar.
PASSO 4 - ALCANÇANDO CONQUISTAS MAIS ALTAS
E depois que passamos pelos desafios, chegamos naquelas cartas que simbolizam as
grandes conquistas e os lugares mais altos que desejamos alcançar – conquistas que são
mais espirituais, que exigem confiança em algo maior e em nós mesmos.
Ou seja, nós entramos na Jornada construindo a nossa personalidade como ser humano;
desenvolvemos as nossas maiores virtudes e habilidades para vencer na vida; temos que
aprender a encarar e superar grandes desafios; e, então, estamos prontos para buscar e
alcançar nossas conquistas mais altas.
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Não se preocupe em "decorar" esses estágios, pois eles são apenas para você entender que o
Tarot mostra uma jornada. E quando fazemos um jogo de Tarot para alguém, nós
identificamos em que pontos da jornada aquela pessoa está…
– Será que ela está precisando desenvolver uma virtude?
– Será que precisa encarar um grande desafio?
– Ou será que está precisando trabalhar determinado ponto em sua personalidade?
Por fim, lembre-se que, em alguns decks, você pode encontrar o Louco como a carta de
número 22 e não com o número 0. Não há problema e esse deck pode ser usado da mesma
forma que os demais. Isso é um lembrete de que um fim sempre encontra um novo início:
todo final de ciclo é o início de uma nova jornada.
ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:
Precisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos,
para podermos viver a vida que nos espera. A pele velha tem que cair
para que uma nova possa nascer.
JOSEPH CAMPBELL
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CARTAS POSITIVAS E NEGATIVAS
É comum as pessoas perguntarem sobre quais são as cartas "positivas" e "negativas" do
Tarot, mas a verdade é que todas as cartas são ambivalentes – isto é, todas possuem suas
luzes e suas sombras.
Afinal de contas, se as cartas são reflexos de nós e das situações da nossa vida, é natural que
elas tragam qualidades e defeitos; forças e fraquezas; incentivos e alertas…
"A diferença entre o remédio e o veneno é a dose"
PARACELSO
Em vez de dividir as cartas entre "positivas" e "negativas", vale a pena pensar no "equilíbrio" e
"desequilíbrio" da energia de cada carta. Isto porque todos os Arcanos do Tarot trazem
energias importantes e benéficas para a nossa vida. Mas se essa energia está em excesso,
passa a ser negativa.
Exemplos:
●
O Imperador traz uma energia de organização, ordem e estratégia – mas, em excesso,
pode se tornar muito controlador, rígido e autoritário.
●
A Imperatriz traz uma energia maternal de acolhimento e amorosidade com os outros
– mas, em excesso, pode se tornar aquela pessoa que só cuida dos outros e esquece
de si.
●
O Louco traz uma energia de alegria, leveza e despreocupação – mas, em excesso,
pode ser "despreocupado demais", beirando a irresponsabilidade e infantilidade.
Ou seja, os aspectos "negativos" das cartas normalmente surgem quando elas estão
exageradas demais. Por isso, ao estudarmos carta por carta, você não precisa ficar tentando
decorar "lado positivo" e "lado negativo": basta entender a energia da carta e saber que essa
energia não deve nem estar em falta e nem em excesso. No Módulo de Tiragens, você vai
entender como descobrir se uma carta vem trazendo seu lado mais positivo ou negativo. Até
lá, seu foco principal deve ser apenas entender os seus significados.
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CARTAS INVERTIDAS
Alguns Tarólogos usam o método das "Cartas Invertidas" ou "Cartas Reversas" para definir
quando um arcano vem trazendo o seu lado mais positivo ou mais negativo à tona. Nesse
método, quando uma carta sai de cabeça para baixo, é considerado o seu sentido mais
negativo; e quando sai na posição certa, é o seu sentido mais positivo.
NOITES ESCURAS DA ALMA
Também chamadas de "Cartas Noturnas", as Noites Escuras da Alma são três cartas do Tarot
que são famosas por representarem batalhas mais árduas. Elas são: A Morte, O Diabo e A
Torre.
Essas não são "cartas ruins" como muitos dizem, mas definitivamente não são cartas fáceis
ou agradáveis. Elas representam grandes desafios, mas ao mesmo tempo, são extremamente
engrandecedoras.
Além disso, absolutamente todas as cartas que vêm em um jogo de Tarot vêm para o bem.
Por mais duro que possa parecer um conselho, ele sempre vem para nos ajudar. Afinal de
contas, o Tarot não vai dizer o que nós "queremos", mas o que PRECISAMOS ouvir.
Uma carta difícil no Tarot não é uma sentença: ela é um alerta! É justamente a chance de
recalcularmos uma rota antes de cairmos desprevenidos e desavisados em uma armadilha.
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SÍMBOLOS UNIVERSAIS DO TAROT
Para estudar e entender bem o Tarot, é importante ativar o nosso poder de observação,
olhando atentamente os elementos presentes nas cartas. É importante olhar para cada uma
das cartas, observando com calma cada detalhe ilustrado nelas.
O Tarot se comunica conosco através de uma linguagem simbólica: cada elemento presente
nas imagens, seus números e até mesmo seu nome guardam significados poderosos que
nos ajudam a entender qual é a mensagem que as cartas querem transmitir.
Nos Arcanos, encontramos aquilo que chamamos de Símbolos Universais – isto é, símbolos
que são mundialmente e culturalmente conhecidos por representarem uma ação ou energia.
Por exemplo:
●
Se na carta da Justiça vemos uma balança ilustrada, já identificamos que aquele
Arcano, de alguma forma, se refere ao equilíbrio e à ponderação.
●
Se há uma carta com o nome de Carro e vemos uma carruagem ilustrada, já sabemos
que aquela lâmina tem a ver com algo que se movimenta em direção a algum destino.
Também podemos concluir, por exemplo, que cartas ilustradas em cenários noturnos tendem
a ter uma essência muito mais introspectiva, emocional e misteriosa do que as cartas
desenhadas com a luz do dia, que são mais expansivas e vibrantes. Por isso, ao olhar para
uma carta, devemos observar aspectos como:
● O que está acontecendo na carta?
● Quais cores estão em destaque?
● Há alguma hora do dia ou estação do ano evidenciada?
● Que elementos estão ao redor do personagem principal da carta?
● Como o personagem principal da carta parece estar se sentindo?
●
O que o nome daquela carta significa?
Atenção: antes de começar o Módulo 3 do Curso, não deixe de fazer o Exercício Intuitivo
disponibilizado na Aula 07 (Os Símbolos Universais do Tarot) do Módulo 01.
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