Uploaded by Felipe Pugian

Resenha livro

advertisement
Resenha livro – Private Money & Public Currencies – The 16th Century Challenge
O livro tentará descrever o desenvolvimento dos meios de pagamento desde o final do período
renascentista até o início do período moderno. Essa descrição se limita, em sua maior parte, à chamada
“cristandade latina” – notadamente: França, Itália e Espanha. O trabalho descreve ambos o
desenvolvimento de um circuito de pagamento integrado intra-europeu através de letras de câmbio
negociadas através de trocas e das feiras de pagamento e a emergência dos sistemas monetários de conta
nacionais e moedas metálicas nas mãos dos monarcas do emergente sistema estatal.
As principais teorias históricas econômicas alemãs afirmam que a economia progrediu da troca para o uso
do dinheiro e por fim para a utilização do crédito. Essa visão foi vigorosamente negada por dois grandes
historiadores econômicos: M. M. Postan e Fernand Braudel, que enfatizaram o fato de todos os 3 modelos
de facilitação da troca de bens e serviços existiram simultaneamente pela maior parte do milênio anterior.
A troca estava presente na economia campesina do interior, o uso do dinheiro nas cidades e vilarejos, e o
crédito no comércio internacional. Ainda mais, antes do desenvolvimento das notas bancárias nos séculos
XVI e XVII, três tipos de dinheiro eram utilizados simultaneamente: ouro, prata e cobre (esse último na
forma de billion – liga metálica constituída de prata e principalmente cobre.
O crédito passou a ser utilizado dentro da Europa, primariamente em pagamentos internacionais, dado
que seu uso dentro de um país era condenado pela igreja como usura. O uso de espécie (ouro e prata) no
comércio internacional era em sua maior parte para negócios fora do território europeu, ou ao menos
para fora da cristandade latina europeia – comércio com Egito, Índia e China por um lado, e Inglaterra e
os estados bálticos, organizados através da Liga Hanseática pelo outro.
Os autores do livro consideram esse uso de dinheiro em espécie basicamente como troca (‘barter’), porque
se tratava basicamente de um caminho único. Alguma prata era cambiada com os egípcios por ouro, mas
as luxuosas especiarias e seda vinda do extremo leste – ao qual o chá e a China foram posteriormente
adicionados -tinham que ser comerciados contra o ouro e a prata porque os europeus não produziam
nenhum bem ordinário que pudesse pagar o custo do transporte até o Leste e lá encontrar um mercado.
De maneira similar, as importações feitas pelo Oeste europeu dos países bálticos, como grãos e madeira,
tinham que ser pagas em espécie. Nesse caso parece estranho que as cidades hanseáticas não estivessem
dispostas ou aptas a aprender dos mercantes banqueiros italianos como estender a gama do comércio
através da utilização das letras de câmbio.
Download