Resenha livro – Private Money & Public Currencies – The 16th Century Challenge O livro tentará descrever o desenvolvimento dos meios de pagamento desde o final do período renascentista até o início do período moderno. Essa descrição se limita, em sua maior parte, à chamada “cristandade latina” – notadamente: França, Itália e Espanha. O trabalho descreve ambos o desenvolvimento de um circuito de pagamento integrado intra-europeu através de letras de câmbio negociadas através de trocas e das feiras de pagamento e a emergência dos sistemas monetários de conta nacionais e moedas metálicas nas mãos dos monarcas do emergente sistema estatal. As principais teorias históricas econômicas alemãs afirmam que a economia progrediu da troca para o uso do dinheiro e por fim para a utilização do crédito. Essa visão foi vigorosamente negada por dois grandes historiadores econômicos: M. M. Postan e Fernand Braudel, que enfatizaram o fato de todos os 3 modelos de facilitação da troca de bens e serviços existiram simultaneamente pela maior parte do milênio anterior. A troca estava presente na economia campesina do interior, o uso do dinheiro nas cidades e vilarejos, e o crédito no comércio internacional. Ainda mais, antes do desenvolvimento das notas bancárias nos séculos XVI e XVII, três tipos de dinheiro eram utilizados simultaneamente: ouro, prata e cobre (esse último na forma de billion – liga metálica constituída de prata e principalmente cobre. O crédito passou a ser utilizado dentro da Europa, primariamente em pagamentos internacionais, dado que seu uso dentro de um país era condenado pela igreja como usura. O uso de espécie (ouro e prata) no comércio internacional era em sua maior parte para negócios fora do território europeu, ou ao menos para fora da cristandade latina europeia – comércio com Egito, Índia e China por um lado, e Inglaterra e os estados bálticos, organizados através da Liga Hanseática pelo outro. Os autores do livro consideram esse uso de dinheiro em espécie basicamente como troca (‘barter’), porque se tratava basicamente de um caminho único. Alguma prata era cambiada com os egípcios por ouro, mas as luxuosas especiarias e seda vinda do extremo leste – ao qual o chá e a China foram posteriormente adicionados -tinham que ser comerciados contra o ouro e a prata porque os europeus não produziam nenhum bem ordinário que pudesse pagar o custo do transporte até o Leste e lá encontrar um mercado. De maneira similar, as importações feitas pelo Oeste europeu dos países bálticos, como grãos e madeira, tinham que ser pagas em espécie. Nesse caso parece estranho que as cidades hanseáticas não estivessem dispostas ou aptas a aprender dos mercantes banqueiros italianos como estender a gama do comércio através da utilização das letras de câmbio.