29/04/2018 PERDA DE CARGA CONTÍNUA INTRODUÇÃO E CONCEITOS INICIAIS Prof. Miguel Toledo del Pino 1. INTRODUÇÃO Condutos forçados ou condutos sob pressão são aqueles que o líquido escoa sob uma pressão diferente da pressão atmosférica as seções dos condutos são sempre fechadas e ficam totalmente preenchidas pelo líquido normalmente apresentam seção circular TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 1 29/04/2018 1. ESTUDO DA PERDA DE CARGA Situação 1 – registro fechado: A B Plano de Carga Linha de energia Linha piezométrica H Registro TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 1. ESTUDO DA PERDA DE CARGA Situação 1 – registro fechado: Princípio dos vasos comunicantes Líquido parado (sem movimento) Velocidade = 0 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 2 29/04/2018 1. ESTUDO DA PERDA DE CARGA Situação 2 – registro aberto: A B Plano de Carga 𝑣2 2𝑔 Linha de energia H C Linha piezométrica Registro TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 1. ESTUDO DA PERDA DE CARGA Situação 2 – registro aberto: Diâmetro constante Velocidade constate Regime permanente Linha AC : linha piezométrica (resistência ao escoamento) TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 3 29/04/2018 1. ESTUDO DA PERDA DE CARGA Situação 2 – registro aberto: Aplicando Bernoulli entre duas seções quaisquer 𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22 𝑧1 + + = 𝑧2 + + + ℎ𝑓 𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔 Diâmetro constante: v1 = v2 ℎ𝑓 = 𝑧1 + 𝑃1 𝛾 − 𝑧2 + 𝑃2 𝛾 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 2. EQUAÇÃO GERAL DE PERDA DE CARGA As equações de perda de carga, na maioria de natureza empírica, são apresentadas em variadas formas pelos autores, mas, de forma geral pode ser expressa por: 𝐿 𝑚 𝐻𝑓 = 𝛽 𝑛 𝑄 𝐷 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 4 29/04/2018 2. EQUAÇÃO GERAL DE PERDA DE CARGA 𝐿 𝐻𝑓 = 𝛽 𝑛 𝑄𝑚 Em que: 𝐷 HF : perda de carga contínua em tubulações, m L : comprimento da tubulação, m Q : vazão, m3 s-1 D : diâmetro interno da tubulação, m m : expoente da vazão, adimensional n : expoente do diâmetro, adimensional : coeficiente que depende da equação TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Osborne Reynolds (1883): Regime laminar Regime crítico Regime turbulento TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 5 29/04/2018 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Na experiência, Reynolds definiu que três parâmetros influenciam o regime de escoamento: V: velocidade mínima Viscosidade cinemática (água e outros fluidos) Diâmetro do tubo em que ocorre o escoamento TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Número de Reynolds A resistência que os líquidos oferecem ao escoamento é um fenômeno de inérciaviscosidade e é caracterizado pelo número de Reynolds (NR), que exprime a relação entre as forças de inércia e de atrito interno (forças de cisalhamento) durante o escoamento. TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 6 29/04/2018 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Número de Reynolds 𝑁𝑅 = 𝑉. 𝐷 𝜗 NR: Número de Reynolds, adimensional V: velocidade do fluido, m s-1 D: diâmetro do conduto, m q: viscosidade cinemática, m2 s-1 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Número de Reynolds A grandeza V (velocidade) representa a força de inércia e q caracteriza a força da viscosidade Quanto maior o número de Reynolds, maior a influência das forças de inércia e maior a tendência do regime ser turbulento TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 7 29/04/2018 3. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS Número de Reynolds Classificação: Laminar: NR 2000 Zona crítica ou de transição: 2000 NR 4000 Turbulento: NR 4000 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 4. EQUAÇÃO DE DARCY-WEISBACH (Fórmula Universal) A representação geral da equação é: 𝐿 𝑉2 ℎ𝑓 = 𝑓. . 𝐷 2𝑔 Em que o fator “f” representa o coeficiente de atrito e é função do NR e da rugosidade relativa 𝜀Τ𝐷 Rugosidade absoluta () do conduto, em m (Tabela) TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 8 29/04/2018 4. EQUAÇÃO DE DARCY-WEISBACH (Fórmula Universal) A equação de Darcy-Weibach pode ser representada por: Em que: 𝑄2 ℎ𝑓 = 0,0826. 𝑓. 𝐿. 5 𝐷 hf: perda de carga, m ou m.c.a. L: comprimento da tubulação, m Q: vazão, m3 s-1 D: diâmetro, m TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 9 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME LAMINAR Quando o regime é considerado laminar, o fator f é função apenas de NR e independe da rugosidade relativa. Nesse caso, o seu valor é dado pela equação de Pouseuille: 𝑓= 64 𝑁𝑅 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO Quando o regime é turbulento, o fator f passa a depender do NR e da rugosidade relativa 𝜀Τ 𝐷 até chegar ao extremo de depender exclusivamente da rugosidade relativa, quando o regime é fortemente turbulento, como se vê no diagrama de Moody. TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 10 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS LISOS E REGIME TURBULENTO Quando a rugosidade absoluta da parede () é menor que a espessura da camada limite ou camada viscosa aderente (). A rigor isso ocorre quando 𝜀 1 < 𝜁 3 dado por: 𝜁= 32,5.𝐷 e segundo PRANDTL, é 𝜁 𝑁𝑅 𝑓 Em que: Parede do conduto 𝜁 : espessura da camada laminar f : coeficiente de atrito D : diâmetro da tubulação, m. TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO Valores da rugosidade absoluta (), em mm, para diversos tipos de materiais Material Material Aço laminado novo 0,0015 Cobre ou vidro Aço comercial 0,046 Concreto centrifugado 0,0015 Aço rebitado 0,92 Cimento alisado 0,3 ~ 0,8 Aço asfaltado 0,04 Ferro fundido novo 0,26 ~ 1,0 Aço galvanizado 0,15 Ferro fundido enferrujado 1,0 ~ 1,5 Aço soldado liso 0,1 Ferro fundido incrustado 1,5 ~ 3,0 Aço muito corroído 2,0 Ferro fundido asfaltado 0,12 ~ 0,26 0,07 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 11 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS LISOS: As irregularidades () ficam totalmente cobertas pela camada laminar 𝜁 3 𝜀 < ou 𝜀 < 100. 𝜗 𝑣 CONDUTOS RUGOSOS: O valor da rugosidade absoluta influencia a turbulência. Divide-se em: regime turbulento de transição e plena. TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS: Regime turbulento de transição: 𝜁 3<𝜀 <8𝜁 Neste tipo de regime e conduto, o valor de f depende da natureza do fluido e da rugosidade 𝜀 relativa 𝐷 Apenas uma parte das asperezas atravessa a camada laminar, contribuindo para a turbulência TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 12 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS: Regime turbulento plena: 𝜀 > 8𝜁 As irregularidades da parede do conduto perfuram, totalmente, a camada laminar e concorrem para o aumento e a manutenção da turbulência Neste regime o coeficiente de atrito f depende da 𝜀 rugosidade relativa 𝐷 e independe do número de Reynolds (NR) TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS LISOS: BLASIUS: 𝑓 = 0,316. 𝑁𝑅 −0,25 para 3000 < NR < 100.000 NIKURADSE: 𝑓 = 0,0032 + 0,221. 𝑁𝑅 −0,237 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 13 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS LISOS: KONAKOV: 1 𝑓 5,62 = −2. 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑅 0,9 PRANDTL-von KARMAN: 1 𝑓 = 2. 𝑙𝑜𝑔 𝑁𝑅 𝑓 − 0,8 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS (regime turbulento de transição) COLEBROOK-WHITE: 1 𝑓 = −2. 𝑙𝑜𝑔 válida para 0 14 < 𝑁𝑅 𝑓 𝐷 𝜀 < 2𝜀 3,71𝐷 𝜀 𝐷 + 2,51 𝑁𝑅 𝑓 ≤ 10−2 e 4000 ≤ 𝑁𝑅 ≤ 107 < 200 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 14 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS (regime turbulento de transição) MOODY 1 𝑓 = 0,0055. 1 + válida para 0 𝜀 20.000. 𝐷 + 1.106 3 𝑁𝑅 𝜀 < 𝐷 ≤ 10−2 e 4000 ≤ 𝑁𝑅 ≤ 107 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS (regime turbulento de transição) SWAMEE-JAIN: 0,25 𝑓= 𝑙𝑜𝑔 𝜀 5,74 + 3,7𝐷 𝑁𝑅0,9 Válida para 10−6 ≤ 𝜀 𝐷 2 ≤ 10−2 e 3000 ≤ 𝑁𝑅 ≤ 108 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 15 29/04/2018 ESCOAMENTO REGIME TURBULENTO CONDUTOS RUGOSOS (regime turbulência plena) NIKURADSE: 1 𝑓 = 1,74 − 2. 𝑙𝑜𝑔 2 Válida para 𝑁𝑅 𝑓 𝐷 𝜀 𝜀 𝐷 ≥ 200 TOLEDO DEL PINO, M. A. I. Hidráulica. IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes 16