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FF2022 - Apresentação 27 de outubro

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FONTES DE FINANCIAMENTO
- Sónia Carvalho -
27 de outubro de 2022
TEMA: FONTES DE FINANCIAMENTO
1.
2.
3.
4.
5.
Valor temporal do Dinheiro
Principais caraterísticas do crédito
Fontes de financiamento bancário de médio e longo prazo
Fontes de financiamento bancário de curto prazo
Fontes de financiamento através dos mercados de capitais
2
TEMA: FINANCIAMENTO
BANCÁRIO, CARATERÍSTICAS E
PRINCIPAIS
PRODUTOS DE MÉDIO E LONGO PRAZO
1. Valor temporal do Dinheiro
2. Principais caraterísticas do crédito
3. Risco de crédito e garantias
4. Soluções de financiamento bancário de médio e longo prazo
1.
2.
3.
4.
Crédito clássico
Locação financeira
Micro crédito
Crédito protocolado
5. Exemplo prático
3
VALOR TEMPORAL DO DINHEIRO
4
VALOR TEMPORAL DO DINHEIRO
•
Qualquer capital que seja aplicado, não tem o mesmo valor consoante
fique disponível/exigível imediatamente ou após algum tempo;
• Sr. XPTO, contemplado com um prémio no valor de 100000€, tem a
possibilidade de escolher se recebe o valor imediatamente ou daqui a 3
meses;
• Sr. XYZ, foi apanhado em excesso de velocidade e poderá liquidar a sua multa
no valor de 500€ imediatamente ou daqui a 3 meses.
5
PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS DO CRÉDITO
6
PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS
1.
2.
3.
4.
TAXA DE JURO
COMISSÕES E DESPESAS
REEMBOLSO
PRAZO
7
TAXA DE JURO
• Taxa Anual Nominal (TAN) – retorno que a instituição obtém por
emprestar o dinheiro durante um ano
•
Risco de crédito da empresa
• Avaliação de solvabilidade
• Garantias prestadas
•
Custo de financiamento da própria instituição
As instituições divulgam nos seus preçários as taxas de juro indicativas para
cada tipo de crédito.
8
TAXA DE JURO
Convenção de contagem de dias
•
•
•
O cálculo dos juros a pagar depende do período de tempo em que o capital está
divido e a determinação deste período de tempo obedece a convenções de contagem
de dias
Quando o capital ou prazo são elevados, o impacto de diferentes convenções pode
ser importante
Para a contagem de dias poderá considerar-se:
•
•
•
O número de dias de calendário efetivamente decorrido (Actual) ou assumir que os meses têm 30 dias
O número de dias que o ano tem efetivamente ( Actual) ou assumir que o ano tem 360 dias (ou 365 dias)
As convenções mais comuns são:
•
Actual/360 ou 30/360
9
TAXA DE JURO
Exemplo de cálculo de juros e do impacto da convenção de contagem de dias
• O Banco XYZ contratou com a empresa XPTO, um empréstimo com as seguintes
caraterísticas:
• Capital: 15000€ a reembolsar na data de termo
• Data de início: 1 de janeiro de 2022
• Data de termo: 5 de junho de 2022
• TAN: 10%
Juro = Capital * tempo* TAN
Convenção
Juros
TAN
Capital em dívida Nº de dias em proporção do ano
30/360
632,88€
10%
15000
(29+30+30+30+30+5)/360 = 154
dias
Actual/360
645,83€
10%
15000
(30+28+31+30+31+5)/360 = 155
dias
10
TAXA DE JURO
• Taxa fixa
•
•
•
Permanece inalterada durante o prazo do empréstimo
Protege quanto às subidas das taxas de mercado mas não permite usufruir das
descidas
Em condições normais, a TAN fixa proposta pela instituição é mais elevada do que
a TAN variável inicial
• Taxa variável
•
O Indexante é a taxa de juro de referência
• A Euribor é a mais comum (valor spot ou valor médio mensal)
• Está definida para vários prazos ( 1 semana, 1, 3, 6 ou 12 meses) e é revista com essa
periodicidade
•
O Spread é a margem aplicada sobre o indexante
• Definido pela instituição com base no risco de crédito
11
TAXA DE JURO
• EURIBOR (European Interbank Offered Rate)
•
A Euribor é a taxa de juro à qual os bancos de reconhecida qualidade de crédito
(“prime banks”) da zona euro disponibilizam fundos uns aos outros. É calculada
para 5 prazos e resulta da média das contribuições diárias, enviadas por um
painel de bancos. Excluem-se do cálculo 15% das contribuições mais altas e mais
baixas.
• É cotada com base na convenção Actual/360 e fixada às 11.00 am (CET). As Euribor são
publicadas pelo Instituto Europeu de Mercados Monetários (EMMI)
• Valor spot da Euribor – corresponde à cotação da Euribor num determinado dia (T) e
vigora pelo prazo correspondente (ex: 6 meses) a contar a partir de (T+2)
• Valor médio mensal da Euribor – corresponde à média aritmética simples das cotações
diárias observadas em cada mês de calendário ( jan, fev, mar….nov, dez).
12
EURIBOR A 3M, 6M E 12 M
13
Abr-03
Eur3M
2,5%
TAN 4%
479€/mês
Impacto na
Prestação
Mensal
Out-06
Eur3M3,5%
TAN 5%
530€/mês
Evolução Euribor
Empréstimo M/L prazo
contratado em maio 2003,
100 000 €, 30 anos, spread
1,5%
Jan-08
Eur3M4,5
%
TAN 6%
596€/mês
Euribor 3M
COMISSÕES
E DESPESAS
2
Comissão
montantes cobrados
pela instituição como
forma de retribuição
por serviços prestados
• comissão de montagem
• avaliação
• formalização
• renovação
• reembolso antecipado
•…
Despesa
encargos suportados
pela instituição, por
conta do cliente, que
lhe são exigíveis por
terceiros
• pagamentos a
Conservatórias e Cartórios
Notariais
• impostos
A empresa pode ainda ter de pagar prémios de seguros exigidos pela instituição
15
TAXAS DE JURO
TAXA ANUAL EFETIVA (TAE)
•
A TAE é medida do custo do crédito em percentagem anual do montante total de
crédito
•
A TAE não inclui despesas porque estas não dependem da instituição
•
A TAE pode ser utilizada para comparar produtos idênticos mas que tenham
custos diferentes
16
EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DA TAE
Empréstimo de M/L prazo de 25 000 €, 20 trimestres,
– Proposta 1: TAN de 3,5%, comissão inicial 300€, comissão de cobrança trimestral 5 € e seguro de
60 €
– Proposta 2: TAN de 4%, comissão de cobrança trimestral 5€ e seguro de 30€
TAE
TAN
Prestação
Encargos
incluídos na
TAE
Juros
Comissões
Dos quais:
Seguros
1:
6,0%
3,5%
1 368 €
3 960 €
2 360 €
400 €
1200 €
2:
5,0 %
4,0%
1 385 €
3 408 €
2 708 €
100 €
600 €
17
REEMBOLSO
3
•
O reembolso do empréstimo é o processo através do qual o cliente extingue a dívida e paga os juros
•
Este é livremente acordado entre o cliente e a instituição, mas obedece a princípios de
racionalidade financeira
•
As formas de reembolso mais comuns são:
Reembolso do
capital ao longo do
empréstimo
Prestações
constantes de
capital e juros
Amortizações
constantes de
capital
Reembolso do
capital no fim do
empréstimo
Juros no início
Juros no fim
Juros ao longo
do empréstimo
18
REEMBOLSO
• Quando o reembolso do capital ocorre ao longo do empréstimo o capital em dívida
vai diminuindo e por essa razão o valor dos juros pagos também diminui
Prestações constantes de capital e juros
Amortizações constantes de capital
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Trimestre
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Trimestre
O plano financeiro do empréstimo oferece detalhe sobre o reembolso
19
REEMBOLSO
Prestações constantes de capital e juros
Trimestre
Prestação
Capital
amortizado
Juros
0
1
2
3
4
5
6
7
8
…
18
19
20
Total
568 €
568 €
568 €
568 €
568 €
568 €
568 €
568 €
…
568 €
568 €
568 €
11.364 €
443 €
449 €
454 €
460 €
466 €
472 €
478 €
483 €
…
547 €
554 €
561 €
10.000 €
125 €
119 €
114 €
108 €
102 €
97 €
91 €
85 €
…
21 €
14 €
7€
1.364 €
Amortizações constantes de capital
Capital em
dívida
Trimestre
10.000 €
0
9.557 €
9.108 €
8.654 €
8.194 €
7.728 €
7.256 €
6.779 €
6.295 €
…
1.115 €
561 €
0€
1
2
3
4
5
6
7
8
…
18
19
20
Total
Prestação
Capital
amortizado
Juros
Capital
em
dívida
10.000 €
625 €
619 €
613 €
606 €
600 €
594 €
588 €
581 €
…
519 €
513 €
506 €
11.313 €
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
500 €
…
500 €
500 €
500 €
10.000 €
125 €
119 €
113 €
106 €
100 €
94 €
88 €
81 €
…
19 €
13 €
6€
1.313 €
9.500 €
9.000 €
8.500 €
8.000 €
7.500 €
7.000 €
6.500 €
6.000 €
…
1.000 €
500 €
0€
20
REEMBOLSO - Principais caraterísticas
Carência de capital
•Período de tempo durante o qual não se amortiza capital
Carência de capital e juros
•Período de tempo durante o qual não se amortiza capital nem
se paga juros
Diferimento de capital
• Adiar a amortização de uma parte do capital para a última
prestação
21
A escolha de uma solução de financiamento
REEMBOLSO - Principais caraterísticas
3
Durante a carência apenas se paga juro
mas depois a prestação é maior
capital No fim pagam-se mais juros
Durante a carência não se paga nada, mas o
montante em dívida aumenta, depois a
prestação é maior
No fim pagam-se mais juros
A prestação ao longo do empréstimo é menor,
Mas a última é muito superior
No fim pagam-se mais juros
22
REEMBOLSO - Principais caraterísticas
• Exemplo: Empréstimo de médio prazo com as seguintes caraterísticas TAN de 5%, capital de
10 000 € e prazo de 5 anos
Modalidade de
Modalidade
reembolso de
reembolso
Padrão
Carência de capital (12
meses)
Diferimento de
capital (30%)
de juros
TotalTotal
de juros
pagos
pagos
Prestação trimestral
568 €
No período de
carência
1 364 €
Após o período
de carência
125 €
693 €
Até à penúltima
Última prestação
435 €
3 435 €
1 595 €
1 705 €
23
REEMBOLSO
•
3
Na modalidade de reembolso do capital no fim do empréstimo (reembolso bullet) os
juros podem ser pagos no início (“à cabeça”), no fim ou periodicamente
 Tem como principal vantagem o facto dos pagamentosao longo do empréstimo serem
reduzidos ou inexistentes
 Nestas modalidades o valor de juros é o mais elevado
Juros no início
Juros no fim
Juros ao longo do empréstimo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Trimestre
Trimestre
Trimestre
24
PRAZO
•
Fatores a considerar na escolha do prazo
 Tipo ou finalidade do crédito
 Dicotomia entre maior/menor valor da prestação e menor/maior montante total de juros
pagos
•
Exemplo: Empréstimo de 10 000 € com TAN de 5%.
Prazo
Prestação
Trimestral
Total de juros
1 ano
2 579 €
314 €
+4 anos
-2 010€
+1 050€
5 anos
569 €
1 364 €
25
PLANO FINANCEIRO DO EMPRÉSTIMO
•
O plano financeiro do empréstimo (ou quadro de amortizaçãodo empréstimo) é uma tabela
que mostra, para os diferentes períodos de tempo, informação sobre:





Prestação paga no fim período
Capital amortizado no fim do período
Juros pagos no fim do período
Capital em dívida no início ou no fim do período
Outros encargos (comissões, despesas ou seguros)
O plano financeiro inicial pode sofrer alterações ao longo do tempo, por exemplo:
 Aquando da revisão do indexante da taxa de juro variável
 Sempre que o cliente reembolse antecipadamente parte do crédito
 Quando sejam renegociadas as condições inicialmente estabelecidas
26
EXEMPLO DE PLANO FINANCEIRO
Trimestre Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
…
18
19
20
Total
568
568
568
568
568
568
568
568
568
568
…
568
568
568
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
11.364 €
Capital Amortizado Juro
443
449
454
460
466
472
478
483
490
496
…
547
554
561
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
€
10.000 €
Capital em dívida
Outros Enc.
125 €
119 €
114 €
108 €
102 €
97 €
91 €
85 €
79 €
73 €
…
21 €
14 €
7€
10.000 €
9.557 €
9.108 €
8.654 €
8.194 €
7.728 €
7.256 €
6.779 €
6.295 €
5.806 €
5.310 €
…
1.115 €
561 €
0€
320 €
10 €
10 €
10 €
10 €
9€
9€
9€
9€
8€
8€
…
6€
6€
5€
1.364 €
0€
479 €
Condições financeiras:
TAN: 5%
Capital: 10 000 €
Prazo: 5 anos
Comissões:
250 € de abertura
5 € trimestralmente
27
2
8
O QUE É O RISCO DE CRÉDITO?
Perda potencial com
um crédito estimada
pela instituição
Medida da
probabilidade de
incumprimento do
contrato de crédito
por parte da empresa
Presente ao longo da
vigência do contrato
de crédito
Condiciona a
propensão da
instituição a conceder
um crédito e o custo
do mesmo
28
RISCOS NO RECURSO AO CRÉDITO
Custo do crédito superior à rentabilidade da
respetiva utilização
Endividamento excessivo
Não adequação do produto de crédito à
necessidade de financiamento/finalidade
Perda ou redução do património da empresa
e/ou dos garantes em caso de incumprimento
29
AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO
Antes de conceder
um
crédito,
as
instituições
avaliam o risco associado ao
cliente (rating/notação de
risco) e à operação
Avaliação do risco
de crédito
Garantias
prestadas
Avaliação da
solvabilidade
(Análise qualitativa e
quantitativa)
30
GARANTIAS EXIGÍVEIS
forma de
garantir o
pagamento do
crédito
concedido
Garantia Geral
podem ser
acionadas em
caso de
incumprimento
Garantias Especiais
visam limitar o
risco para as
instituições de
crédito
31
GARANTIA GERAL
Património do devedor
Garantia geral
•
Em caso de incumprimento, todos os bens e direitos que integram o património
do devedor respondem pelo pagamento da dívida
Sociedade
unipessoal
Sociedade por
quotas
Sócio
Empresário
Sócio
ENI
Sociedade
anónima
Sócio
32
GARANTIAS ESPECIAIS
Garantias pessoais
Fiança
• o fiador
•
compromete-se a
pagar a dívida do
devedor, caso este
não o faça
Garantias reais
Aval
Hipoteca
Penhor
o avalista
• permite ao credor • permite ao credor
compromete-se
obter o pagamento
obter o pagamento
a pagar o valor
com o produto da
com o produto da
inscrito num
venda ou o
venda ou o
título de crédito
rendimento gerado
rendimento gerado
em benefício do
por certos bens
por certos bens
devedor
imóveis
móveis ou direitos
33
GARANTIAS PESSOAIS DOS SÓCIOS, GERENTES OU
ADMINISTRADORES
•
Quando se assume como fiador ou avalista de dívidas da empresa, o sócio, gerente ou
administrador passa a responder com o seu património pelo cumprimento daquelas
dívidas
•
As garantias prestadas não findam com a venda da participação social (no caso dos
sócios), nem com o termo das funções de gerência ou administração, salvo acordo com
a instituição de crédito
Sociedade de
responsabilidade
limitada
Sócio fiador ou
avalista
34
GARANTIA MÚTUA
•
Sistema de cariz mutualista, que visa facilitar a obtenção de crédito por micro,
pequenas e médias empresas através da prestação de garantias financeiras
•
A concessão da garantia depende do preenchimento de critérios pré-estabelecidos e
da avaliação desenvolvida pela Sociedade de Garantia Mútua (SGM)
•
A garantia prestada pela SGM cobre 50 a 75% do capital dos financiamentos bancários
e é paga à primeira solicitação no prazo de 10 dias
A empresa torna-se acionista da SGM
(participação de 2% do valor da garantia
emitida)
Empresa
SGM
Após a extinção ou a caducidade da garantia,
a empresa pode vender as ações pelo valor
nominal (€ 1)
SGM ou
Empresa
outra
empresa
35
SOCIEDADES DE GARANTIA MÚTUA
•
As garantias são prestadas pelas sociedades de garantia mútua que intervêm nos setores
industrial, energético, construção, turismo, comércio, serviços e transportes
 Norgarante (Porto) - http://www.norgarante.pt
 Garval (Santarém) - http://www.garval.pt
 Lisgarante (Lisboa)
 Agrogarante para os setores agrícola e agro- florestal (Coimbra) -
http://www.agrogarante.pt
•
As SGM são instituições de crédito e o seu capital social é detido por empresas,
associações empresariais, instituições de crédito, IAPMEI, Turismo de Portugal e pela
Sistema Português de Garantia Mútua (SPGM – Sociedade de Investimentos, S.A.
36
SOCIEDADES DE GARANTIA MÚTUA
•
As SGM são instituições de crédito e o seu capital social é detido por
empresas, associações empresariais, instituições de crédito, IAPMEI,
Turismo de Portugal e pela Sistema Português de Garantia Mútua
(SPGM – Sociedade de Investimentos, S.A.
•
03 DE NOVEMBRO DE 2020 o Banco Português de Fomento, S.A., uma
instituição que resulta da fusão, por incorporação, da PME
Investimentos - Sociedade de Investimento S.A., e da IFD Instituição Financeira de Desenvolvimento S.A., na SPGM Sociedade de Investimento S.A., conforme descrito no Decreto-Lei
n.º 63/2020 de 7 de setembro.
Uma instituição ímpar que cria soluções inovadoras para apoiar
projetos nacionais e internacionais, promovendo a sustentabilidade e o
desenvolvimento económico.
37
AVALIAÇÃO DE SOLVABILIDADE
•
Avaliação da probabilidade de cumprimento das obrigações financeiras assumidas
ao abrigo de um contrato de crédito
Análise quantitativa e qualitativa
Considera todas a informações disponíveis para atribuir
uma classificação à empresa (rating)
Baseia-se em critérios objetivos e também considera
elementos subjetivos
38
PRINCIPAIS DOCUMENTOS SOLICITADOS
• Plano de negócios
• Pacto social
• Certidão permanente
• Demonstrações financeiras
• Últimos balancetes
39
ANÁLISE QUANTITATIVA
Relações entre rubricas de balanço e da conta de resultados
Indicadores de
risco de negócio
Indicadores
económicos e
financeiros
Rácios de
estrutura
financeira
Rentabilidade
líquida das vendas:
RL/vendas
Rácio de
endividamento:
passivo/ativo
Alavancagem
Financeira:
AF=RO/RAI
Rentabilidade do
ativo:
RO/ativo
Retorno do
investimento:
RL/ativo
Rácio de
solvabilidade
geral:
capital próprio/
passivo
Rácios de
liquidez
Rácio de liquidez
corrente:
ativos correntes/
passivos correntes
40
ANÁLISE QUALITATIVA
Gestão
• Idoneidade
• Experiência
• Disponibilidade
• Estabilidade
Setor de
atividade
• Fornecedores
• Compradores
• Produtos substitutos
• Concorrentes
• Mercado
Envolvente
externa
• Política
• Geográfica
• Quadro regulamentar
• Tecnológico
• Demográfico
Estratégia
empresarial
• Forças
• Fraquezas
• Oportunidades
• Ameaças
41
MODELO DE AVALIAÇÃO DE RISCO
• Modelo adotado por cada instituição de crédito para a avaliação do risco de cada
empresa e operação
• Quer a análise quantitativa quer a análise qualitativa estão incorporadas no nível de
risco atribuído
• A cada empresa e operação de crédito é atribuída uma notação de risco, objetiva e de
leitura fácil, de acordo com a política de crédito da instituição
• O modelo considera as caraterísticas específicas do cliente associadas a parâmetros
estatísticos pré-definidos (ex. nível de incumprimento no setor de atividade em que se
insere, informações de bases de dados – CRC, Central de Balanços, outras bases)
42
CENTRAL DE RESPONSABILIDADES DE CRÉDITO
• Instrumento fundamental utilizado pelas instituições de crédito no âmbito da
avaliação da solvabilidade
• Contém informação sobre todas as responsabilidades de crédito
Pessoas singulares
Responsabilidades
efetivas
Créditos em
situação regular
Pessoas coletivas
Responsabilidades
potenciais
Créditos em
incumprimento
43
CENTRAL DE RESPONSABILIDADES DE CRÉDITO
• A Informação constante da CRC é prestada ao respetivo titular ou a
quem demonstrar ter poderes para o representar
• Pode ser obtida:
 Através do Portal do Cliente Bancário
 Nos postos de atendimento presencial
 Através de pedido escrito
Consulte: Portal do Cliente Bancário > Serviços > Central de Responsabilidades de crédito
44
CENTRAL DE RESPONSABILIDADES DE CRÉDITO
45
CENTRAL DE BALANÇOS
Base de dados de
informação
económica e
financeira sobre as
empresas
Baseada nos
dados
contabilísticos
anuais
Informação útil para a
gestão da empresa e
enquadramento no
respetivo setor
Central de
Balanços
https://www.bportugal.pt/page/quadros-daempresa-e-do-setor
Consulte: Banco de Portugal > Empresas > Quadros da empresa e do setor
46
QUADROS DA EMPRESA E DO SETOR
Posicionamento da
empresa
•No seu setor e classe de dimensão, ou noutro
agregado à escolha
Dashboards organizados
por temas
•Atividade e rendibilidade; decomposição de
resultados; liquidez e tesouraria; fluxos de
caixa; fontes de financiamento; risco; etc.
Inclui comparação
internacional
•Com alguns países europeus que dispõem de
informação comparável
Dados disponíveis para
download para Excel
•Num conjunto de cerca de 150 indicadores
de balanço, demonstração de resultados e
rácios-económico financeiros
Relatório em formato
PDF
•Com um conjunto de indicadores mais
vasto do que o apresentado graficamente
Informação auxiliar
•Que permite descodificar os indicadores
apresentados
Dados
comparáveis
Posicionamento no
setor e classe de
dimensão
Informação
gratuita
47
SOLUÇÕES DE FINANCIAMENTO
- Sónia Carvalho -
Fontes de Financiamento
Revolving
Leasing
Protocolado
Factoring
Micro
Crédito
Confirming
Curto prazo
Clássico
49
FINANCIAMENTOS A MÉDIO E LONGO PRAZO
50
Crédito para o investimento
INVESTIMENTO DE MÉDIO/LONGO PRAZO
Vida útil
Início de atividade
Substituição ou modernização
Expansão na mesma ou em novas áreas de negócio
entre 1
e 5 anos
superior
a 5 anos
Ativo tangível afeto ou não afeto à exploração
Participações financeiras
Médio
Longo
Ativo intangível
51
CRÉDITO CLÁSSICO
O que é?
Contrato com montante e duração fixados no início,
e reembolso ao longo do empréstimo
Como funciona?
Habitualmente, o montante financiado é disponibilizado ao
cliente, na sua totalidade, no momento inicial;
O cliente reembolsa o crédito através de prestações periódicas
que incluem capital e juros
52
LOCAÇÃO FINANCEIRA
Contrato pelo qual uma das partes se obriga (locador), mediante o pagamento de uma
renda periódica, a ceder à outra (locatário) o gozo temporário de um bem, móvel ou
imóvel, adquirido ou construído por indicação desta. No fim do contrato, o locatário
poderá adquirir o bem pelo valor residual, que se encontra determinado no contrato ou
entregá-lo.
A IC compra ou manda
A empresa paga a renda
construir o bem móvel ou
periódica e, eventualmente,
4
imóvel
o VR
Empresa
( Locatário)
1
IC ( Locador)
3
A IC aluga o bem móvel ou
arrenda o bem imóvel à
empresa
Fornecedor
2
O Fornecedor entrega ou
constrói o bem móvel ou
imóvel
53
LOCAÇÃO FINANCEIRA
Locação financeira mobiliária
Finalidade
Prazo máximo
Montantes
Valor residual
Modalidade de
reembolso
Veículos, equipamentos agrícolas,
industriais,
construção
civil
Equipamento de escritório Outros
O prazo não deve superar o período
presumível de utilização económica do
bem
Até 100%
Livremente definido, é comum de
2% a 6%
Locação financeira imobiliária
Armazéns e instalações industriais
Lojas, escritórios
Outros
30 anos
Até 100%, pode incluir IMT, custos com
registos e escritura
Livremente definido, é comum de 10%
Livremente definido, é comum o reembolso em prestações constantes
54
MICROCRÉDITO
Empréstimos
de
montante
reduzido
destinados
a
pequenos
empreendedores e microempresas, que geralmente não têm acesso ao
financiamento tradicional
As instituições, ou entidades terceiras em parceria com estas, apoiam as empresas,
aconselhando e acompanhando o desenvolvimento dos respetivos projetos
As instituições de crédito disponibilizam diversos produtos de microcrédito,
entre os quais o Programa Nacional de Microcrédito desenvolvido pelo IEFP
e pela CASES
55
PROGRAMA NACIONAL DE MICROCRÉDITO
Destinatários
•pessoas com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho
•microentidades e cooperativas com 10 trabalhadores ou menos
Projetos
•ideias de negócio ou projetos viáveis
•criadores de postos de trabalho sustentáveis
Financiamento
•empréstimo concedido ao abrigo da Linha Microinvest
56
5
3
Crédito para o investimento
PROGRAMA NACIONAL DE MICROCRÉDITO
As SGM
prestam
uma
garantia
A CASES
valida o
projeto
O IEFP
bonifica o
empréstimo
Os Bancos
Comerciais
concedem o
empréstimo
57
Microcrédito
Linha Microinvest
Montante máximo
com assinatura do contrato
com a entrega de documentos (2x)
Prazo
carência de capital
amortizações constantes de capital
acrescidas de juros
Taxa de juro
Taxa de juro a suportar pelo cliente
Bonificação
1.º ano
2.º e 3.º anos
Garantias
garantia mútua
garantia prestada pelo cliente
20 000 €
50 %
25%
84 meses
24 meses
60 meses
Euribor 1M + 2,50%
Euribor 1M + 0,25%, com mínimo 1,5%
e máximo 3,5%
Total
2,25%
100% (até um limite global para o Banco)
Livrança avalizada até 25% do capital
58
Crédito protocolado
Crédito concedido ao abrigo de um acordo entre uma instituição de crédito e uma
entidade pública ou privada
Tipicamente, beneficiam de uma garantia prestada por terceiros e/ou bonificação à
taxa de juro ou outros custos
Existem critérios de elegibilidade ligados à finalidade do crédito, ao tipo de empresa,
à sua condição económico-financeira, entre outros
59
FINANCIAMENTOS A CURTO PRAZO
60
ÍNDICE
1. A importância do financiamento bancário de curto prazo (CP) na atividade
empresarial
2. Empréstimos bancários clássicos de CP:
3. Letra e livrança
4. Crédito stock
5. Revolving: Conta corrente caucionada (CCC), descoberto bancário autorizado
(DBA) e cartão de crédito
6. Factoring e confirming
7. Crédito documentário de importação e desconto de documentos de
exportação
8. Garantias bancárias
9. Consequências do incumprimento dos contratos de crédito
61
FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO
Importância do financiamento de curto prazo
•
Equilíbrio financeiro da empresa - Ter uma estrutura de financiamento que
permita à empresa assegurar o cumprimento dos seus compromissos de curto prazo
(liquidez);
•
Aumento da rendibilidade da empresa – Dotar a empresa da capacidade financeira
adequada para realizar as operações correntes que permitam maximizar a sua
rendibilidade (Ex: aproveitar os descontos comerciais e financeiros de fornecedores).
62
FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO
•
Empréstimos bancários clássicos de curto prazo
•
Letra/livrança
•
Crédito stock
•
Revolving: Conta corrente caucionada (CCC), descoberto bancário autorizado
(DBA) e cartão de crédito
•
Factoring e confirming
•
Crédito documentário de importação e desconto de documentos de exportação
•
Garantia bancária (crédito por assinatura)
63
LETRA E LIVRANÇA
O que são?
• Títulos de crédito
pessoa sobre outrem)
(documentos representativos de um crédito detido por uma
• Títulos executivos (permitem a execução imediata da dívida em tribunal)
• Instrumentos de planeamento de tesouraria
Letra
Ordem de pagamento emitida pelo
sacador a um devedor (sacado), de uma
determinada
importância
(valor
nominal) numa data futura (data de
vencimento da letra) em favor de uma
terceira pessoa ou à sua ordem.
Livrança
Promessa de pagamento de uma dada
quantia (valor nominal) pelo devedor
(subscritor da livrança) a favor do credor
(tomador), numa data futura (data de
vencimento).
64
LETRAS E LIVRANÇA - DESCONTO
 Realização antecipada do valor da letra ou livrança junto de uma instituição de crédito,
mediante o pagamento de juros e comissões
Contrato de Desconto – operação pontual de desconto
Linhas de desconto – contratação de um limite
determinado para o desconto de títulos de crédito
máximo
e
com
prazo
 Forma rápida e fácil a antecipação de fundo de maneio
65
LETRAS E LIVRANÇA – REFORMA E ENDOSSO
• Reforma
 Substituição de uma letra ou livrança por outra antes do seu vencimento,
adiando- se a respetiva data de vencimento, mediante o pagamento de juros e
encargos
Parcial – pagamento de uma parte do valor nominal da letra ou livrança pelo
aceitante, emitindo-se nova letra ou livrança apenas pelo valor remanescente
Total – substituição integral da letra ou livrança antiga, não havendo lugar a
qualquer pagamento
•
Endosso
 Possibilidade de transferência do título de crédito a outrem
66
CRÉDITO STOCK
O que é?
Disponibilização de um limite de capital para aquisição e stock
de produtos;
Limite
(plafond)
Montante máximo de crédito cuja utilização poderá estar
sujeita a aprovação prévia da instituição de crédito;
Duração
Tipicamente, são celebrados por um prazo fixo renovável;
Juros
Cobrados sobre o capital utilizado e de acordo com a
periodicidade definida;
Reembolso
O capital é amortizado à medida que o stock é vendido ou no
prazo estipulado contratualmente.
67
REVOLVING OU CRÉDITO RENOVÁVEL
Duração
Disponibilização de um limite de crédito que pode ser utilizado
ao longo do tempo e reutilizado à medida que vai sendo
reembolsado
Montante máximo de crédito, previamente acordado,
disponível de forma permanente e cuja utilização é gerida
pelo cliente
Duração indeterminada ou com prazo fixo eventualmente
renovável
Juros
Cobrados apenas sobre o capital utilizado e de acordo com a
periodicidade definida
Reembolso
Tipicamente, não tem um plano de reembolso definido, mas o
capital tem de ser amortizado no final do prazo do contrato
O que é?
Limite
(plafond)
68
REVOLVING OU CRÉDITO RENOVÁVEL
Modalidades
• Conta corrente caucionada (CCC)
• Descoberto bancário autorizado (DBA) ou Overdraft
• Cartão de crédito
69
CONTA CORRENTE CAUCIONADA (CCC)
O que é?
• Conta paralela à conta à ordem (caucionada por uma garantia, ex.
livrança avalizada) onde é disponibilizado o limite contratado
Como funciona?
•Permite movimentações a débito (utilizações) e a crédito
(amortizações), efetuadas entre a conta à ordem e a conta
corrente, conforme as instruções da empresa
•Normalmente são cobradas comissões pela não utilização da
conta caucionada
70
FACILIDADE DE DESCOBERTO
• Descoberto bancário autorizado (DBA) ou Overdraft
O que é?
• Limite de crédito associado a uma conta à ordem, previamente
contratado com uma instituição de crédito
Como funciona?
•Mobilizada pela simples movimentação da conta à ordem da empresa
para além do saldo disponível
•É reembolsada sempre que sejam depositados fundos na conta à ordem
71
CARTÃO DE CRÉDITO
•
•
Consiste na concessão de um limite de crédito (plafond) através de um cartão (que,
precisamente por esta razão, se designa) de crédito e que, na prática, permite às
empresas a obtenção de um crédito gratuito até 50 dias, pagando apenas juros caso
não liquidem os montantes em causa dentro do prazo estabelecido. A desvantagem é
que os juros são muito elevados em relação às outras modalidades de crédito de
curto prazo.
Como funciona?
Data da
compra
●
Data do
extrato
Data de
pagamento
Data do
extrato
Data de
pagamento
72
FACTORING
•
É uma atividade parabancária que consiste na cedência de créditos proveniente da
comercialização de bens ou da prestação de serviços por parte de uma empresa
(aderente), a uma instituição financeira (factor ou sociedade de factoring), que
adianta dinheiro sobre esses valores até à data de vencimento e/ou procede à sua
cobrança.
•
Exemplo: Uma empresa vendeu produtos ou prestou serviços e negociou o
recebimento a 120 dias. Durante este período, a empresa apresentou dificuldades de
tesouraria porque o prazo de recebimento negociado com o seu cliente é muito
dilatado. Para resolver este problema, a empresa poderá celebrar um contrato com
uma empresa da factoring, de forma a que esta adiante parte ou a totalidade dos
valores faturados até ao seu vencimento pagando a empresa um conjunto de
despesas (comissões, juros…).
73
FACTORING
• Modalidades
•
Factoring Completo (Full Factoring): Corresponde a um acordo assinado entre a
sociedade de factoring e a empresa aderente no qual a primeira se compromete
a fornecer um serviço de cobrança sobre os clientes da empresa aderente, a
cobrir o risco de crédito e a antecipar fundos. A empresa de factoring, além disso,
compromete-se a classificar os devedores da empresa aderente, gerir os créditos,
fazer todos os esforços necessários para efetuar a cobrança (que pode ser feita na
data ou antecipada) e pagá-los ao aderente. O factor cobre o risco inerente aos
créditos das dívidas adquiridas. Note-se, no entanto, que a empresa de factoring
pode recusar alguns devedores que lhe são propostos pela empresa aderente.
74
FACTORING
• Modalidades
•
Factoring com Recurso: Neste tipo de acordo, a sociedade de factoring não
assume o risco de crédito sobre os devedores. O factor simplesmente fornece um
serviço de cobrança e de antecipação de fundos mas é a empresa aderente que é
responsável pelos créditos. Se o cliente não pagar na data prevista, o factor tem
direito de regresso sobre a aderente.
•
Factoring sem Recurso: a sociedade de factoring assume o risco de insolvência ou
de falência dos devedores. Se estes não pagarem o que devem, o factor não pode
exigir esse montante à empresa aderente. O risco pode ser assumido na
totalidade pela sociedade de factoring ou ser partilhado entre os dois
intervenientes.
75
FACTORING
• Modalidades
•
Maturity Factoring: nesta modalidade não existem adiantamentos sobre os
valores da faturação. A sociedade de factoring apenas paga à empresa o valor das
mesmas quando estas se vencerem e forem cobradas, podendo assumir o risco
de crédito.
•
Bulk Factoring: nesta modalidade, a sociedade de factoring apenas procede ao
adiantamento dos valores não efetuando qualquer outro tipo de prestação de
serviços.
•
Factoring Confidencial: consiste numa antecipação de fundos por parte da
sociedade de factoring mas sem que o devedor da empresa aderente, o seu
cliente, se aperceba que o factor está envolvido no processo. Isto implica que a
empresa terá que, em nome do factor, efetuar a cobrança do montante devido na
data prevista.
76
FACTORING – FORMA DE UTILIZAÇÃO E REEMBOLSO
•
•
•
•
O aderente envia ao factor a proposta de cedência de créditos, incluindo a
cópia da(s) fatura(s) relativas às vendas e/ou prestação de serviços efetuadas
aos devedores previamente definidos no contrato;
O factor aprova a proposta, efetuando o adiantamento dos valores nos
termos estabelecidos, tipicamente entre 80 a 100% do valor proposto, tendo
em consideração os limites dos créditos concedidos aos devedores do
aderente;
A diferença entre o valor da fatura e o valor adiantado permite cobrir
eventuais despesas em que o factor possa incorrer na cobrança do crédito;
O factor notifica o devedor (cliente do aderente) da cessão de créditos, o
qual procederá ao pagamento da fatura na data acordada.
77
FACTORING – JUROS E OUTROS ENCARGOS
•
Sobre os adiantamentos recebidos, o aderente remunera o factor nos termos
da taxa de juros negociada e acordada;
•
Os juros são calculados sobre o valor adiantado, com base no período de
tempo decorrido entre o adiantamento de fundos e a liquidação da fatura
pelo devedor do aderente;
•
Pelos serviços prestados, poderão ser cobradas comissões, por exemplo,
comissão de cobrança, desde que previstas contratualmente e constantes no
preçário
78
FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO
CONFIRMING
Serviço de pagamento a fornecedores, através do qual a empresa transmite a uma instituição
de crédito ordens de pagamento a prazo que poderão ser antecipadas pelos fornecedores.
2
Dá ordem para pagar ao fornecedor
4
Paga a fatura na data prevista
Instituição crédito
Empresa
1
3
Efetua o pagamento da fatura
Fornecedor
Compra produtos ou recebe serviços
1
79
CONFIRMING – VANTAGENS:
•
•
Para a Empresa
•
Redução dos custos e da carga administrativa, pois é a instituição de crédito que
gere os pagamentos dos fornecedores;
•
Melhoria da capacidade negocial com os fornecedores.
Para os Fornecedores
•
Eliminação do risco de cobrança;
•
Redução dos custos administrativos com as cobranças;
•
Melhoria da liquidez sem endividamento adicional.
80
GARANTIA BANCÁRIA (CRÉDITO POR ASSINATURA)
•
As garantias bancárias são prestadas por uma instituição de crédito (banco garante),
com vista a satisfazer determinadas obrigações da empresa que a solicita
(ordenante), se estas não forem pontual e integralmente cumpridas perante o credor
(beneficiário).
•
Finalidades:
• Garantia de obrigações contratuais;
• Apoio à atividade económica (por vezes, são exigidas garantias para a admissão a
concursos, realização de obras, contratos de arrendamento, etc.);
• Acesso a melhores condições financeiras na contratação de produtos de crédito.
81
GARANTIA BANCÁRIA (CRÉDITO POR ASSINATURA)
• Tipos de garantias bancárias
•
Garantia simples:
• O garante exige ao beneficiário a prova do incumprimento do contrato-base por
parte do devedor.
•
Garantia “à primeira solicitação” – first demand:
• O garante paga a quantia garantida à primeira solicitação, ou seja, assim que o
pagamento lhe for exigido pelo beneficiário.
82
GARANTIA BANCÁRIA
Tipos de garantias bancárias
•
Quanto ao prazo, as garantias bancárias podem ser:
•
Sem termo certo: quando no texto da garantia não é mencionado qualquer
prazo de validade para a garantia ou para a instituição de crédito ser interpelada
para pagar.
•
Com termo certo: quando se indica o prazo de validade no texto da garantia,
podendo estar prevista, ou não, a sua renovação.
83
GARANTIA BANCÁRIA
Custos
•
As garantias têm associadas, em regra, três tipos de custos:
 Custos de emissão da garantia
 Custos de manutenção da garantia
 Custos de execução da garantia, se acionada
84
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO
•
As empresas que adquirem mercadorias no mercado externo de elevado valor
utilizam frequentemente esta modalidade. Não é uma forma de financiamento
“pura” para as empresas, mas uma forma segura das empresas tentarem
assegurarem que vão receber os montantes faturados aos seus clientes estrangeiros.
Trata-se, portanto, de uma garantia que as empresas vendedoras exigem aos seus
clientes de outras nacionalidades.
•
É uma operação pela qual uma instituição de crédito (o banco emitente) se
compromete perante um seu cliente (o ordenante), a pagar uma certa quantia a um
terceiro (o beneficiário), contra entrega de determinados documentos previamente
estipulados.
•
Fases dos créditos documentários:
• 1 – Elaborar contrato de compra e venda;.
• 2 – Abertura do Crédito Documentário;.
• 3 – Utilização do Crédito Documentário.
85
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO
• Fases
1. Elaboração do Contrato de Compra e Venda
• É celebrado um contrato de uma transação comercial e a empresa compradora
informa o seu banco que pretende abrir um crédito documentário associado a esse
contrato. O comprador denomina-se ordenante e o vendedor beneficiário;
• O banco decide se aceita efetuar ou não a operação - risco do cliente;
• Se o banco aceitar, abre o crédito documentário a favor do vendedor estrangeiro
recorrendo a uma entidade bancária (banco intermediário) no país do vendedor para
transferência dos valores.
86
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO
• Fases
2.
Abertura do Crédito Documentário
• A empresa vendedora expede a mercadoria para o seu cliente (nacional);
• Deposita junto do seu banco a documentação exigida relacionada com a venda;
• Solicita o pagamento do montante em causa ao banco do cliente nacional.
87
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO
• Fases
3. Utilização do Crédito Documentário
•
Banco do país do vendedor (banco notificador)
•
Analisa, de forma detalhada, toda a documentação enviada pela empresa sua
cliente.
•
Procede ao pagamento dos montantes ao vendedor (seu cliente), se tudo estiver
em conformidade.
•
Este banco envia a documentação para o banco do país do comprador (banco
emitente) que:
•
Analisa toda a documentação e, se esta estiver correta, transfere para o banco
notificador o montante que este adiantou ao seu cliente (vendedor);.
•
Procede ao débito do valor da operação ao seu cliente.
88
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO
•Quanto à possibilidade de modificação/ revogação
• irrevogável: o banco emitente deve cumprir a obrigação assumida,
submetendo qualquer alteração ou eventual cancelamento à
aprovação do beneficiário;
• revogável: o banco emitente pode modificar ou resolver o contrato de
crédito a todo o tempo.
• Quanto à transferência de risco
• confirmado: o beneficiário solicita a um banco, em regra, o banco
intermediário, que assuma o risco de pagamento;
• não confirmado: apenas o banco emitente assume essa obrigação.
89
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO - VANTAGENS
• Para o exportador
•
•
Mitigação do risco comercial, garantindo o pagamento da mercadoria;
Maior facilidade de obtenção de crédito, através da antecipação do
pagamento.
• Para o importador
•
•
•
•
Meio direto e fácil de pagamento à distância;
Redução do risco, garantindo a receção da mercadoria no prazo acordado e
nas condições negociadas;
Evita o pagamento antecipado;
Em caso de o pagamento ser diferido, é uma forma de obter financiamento
do exportador.
90
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO - RISCOS
• Para o exportador
•
•
•
Risco de falsificação de documentos
Falha ou atraso no pagamento por parte do banco emitente
Dificuldade no cumprimento das condições de crédito estabelecidas
• Para o importador
•
•
•
Possibilidade de não entrega das mercadorias ou em condições defeituosas
Atraso na remessa ou ocorrência de danos durante o transporte
Intervenção ineficiente por parte do banco emitente
91
CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS DE IMPORTAÇÃO - RISCOS
• Para o exportador
•
•
•
Risco de falsificação de documentos
Falha ou atraso no pagamento por parte do banco emitente
Dificuldade no cumprimento das condições de crédito estabelecidas
• Para o importador
•
•
•
Possibilidade de não entrega das mercadorias ou em condições defeituosas
Atraso na remessa ou ocorrência de danos durante o transporte
Intervenção ineficiente por parte do banco emitente
92
DESCONTO DE DOCUMENTOS DE EXPORTAÇÃO
• Utilizado quando a empresa procede à venda de produtos ou
serviços a prazo para o estrangeiro.
• Como o pagamento só é efetuado à posteriori, a empresa
vendedora solicita ao seu banco um adiantamento para
colmatar as dificuldades de tesouraria. Quando receber o valor
da venda, reembolsa os montantes adiantados à instituição
financeira.
93
CASO PRÁTICO
“OS MELHORES COGUMELOS, LDA.”
94
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
Abílio Jordão, professor de biologia, desempregado, decide instalar uma unidade de
produção de cogumelos na propriedade que herdou.
Desenvolvido o plano de negócios e aferida a viabilidade
financeira do projeto, Abílio Jordão procedeu à constituição
de sociedade por quotas unipessoal, mas não dispõe,
contudo, de capitais próprios suficientes para implementar o
projeto.
Decidiu, assim, deslocar-se ao Banco X, onde é cliente há mais de 10 anos, para
solicitar financiamento para (i) a construção de um pavilhão e para (ii) a aquisição
de um veículo comercial de carga.
95
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
1. Que produto ou produtos de crédito serão mais adequados ao financiamento:
(i) da construção do pavilhão?
• Crédito clássico de longo prazo com hipoteca;
• Locação financeira imobiliária
ii) da aquisição do veículo?
• Crédito clássico de médio prazo;
• Locação financeira mobiliária.
96
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
2. Que documentos poderá o Banco X solicitar?
• Empresa: plano de negócios, pacto social, certidão permanente;
• Sócio: documentos de identificação, declaração de IRS.
3. Será relevante, para a análise do risco de crédito a realizar pelo Banco, o facto
de Abílio Jordão ser cliente nesse Banco há mais de 10 anos?
• O histórico da relação estabelecida entre Abílio Jordão e o Banco será
relevante para a avaliação da solvabilidade que será efetuada pelo Banco
de modo a determinar o risco de crédito, na vertente da informação
qualitativa considerada.
97
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
4. Deverá Abílio Jordão consultar outras instituições de crédito, atendendo a que
apenas é cliente do Banco X?
• Sim, sempre. O Abílio deve identificar as necessidades da empresa, definir as
instituições de crédito a visitar (shopping around); recolher e avaliar
informação; negociar com os bancos; decisão final informada.
5. Que informações deverá Abílio Jordão solicitar por forma a tomar a melhor
decisão do ponto de vista financeiro?
• Condições de aprovação do crédito (montante financiado, reembolso e prazo,
taxas de juros e outros encargos);
• custos associados a cada serviço (comissões e impostos aplicáveis);
• garantias exigidas.
98
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
6. No caso de a instituição de crédito solicitar, que garantias poderia Abílio Jordão
prestar?
• Fiança
• Aval
• Hipoteca
• Penhor
99
OS MELHORES COGUMELOS, LDA.
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
Abílio Jordão precisará de recorrer ao crédito bancário para adquirir inicialmente as
matérias-primas que necessita, atendendo a que o ciclo de produção dos cogumelos
varia entre 1 e 36 semanas. O facto dos futuros clientes terem já avisado que só
conseguem pagar a 90 dias, após a entrega dos cogumelos, é algo que também
preocupa Abílio Jordão pois poderá ter dificuldades de tesouraria.
Será, também, necessário criar uma solução que
lhe permita disponibilizar ao motorista, que
contratou para a distribuição dos seus produtos,
um meio para pagamento de gasóleo e
alimentação, sendo difícil estimar quais os
montantes que serão pagos.
100
CASO PRÁTICO “OS MELHORES
COGUMELOS, LDA.”
7. Que produto(s) aconselharia para colmatar as necessidades pontuais de
tesouraria que Abílio Jordão poderá sentir em função do ciclo de produção da
sua empresa?
• Conta corrente caucionada;
• Factoring
• Confirming
• Descoberto autorizado
8. Para corresponder à necessidade de facultar um meio de pagamento de
despesas de representação do motorista, qual será a melhor solução?
• Cartão de crédito
101
SOLUÇÕES DE FINANCIAMENTO NO
MERCADO CAPITAIS
102
AGENDA
TEMA: Soluções de no Mercado de Capitais
1. Financiamentos no mercado de capitais
103
CAPITAL PRÓPRIO E CAPITAL ALHEIO
Formas de
Financiamento
Capital Próprio
Corresponde ao
património líquido da
empresa
Capital Alheio
Capital Alheio
Todo o tipo de
financiamento
assegurado por
terceiros
104
CAPITAL PRÓPRIO E CAPITAL ALHEIO
Capital
Próprio
• Capital social – montante das entradas, fornecidas pelos sócios ou
acionistas da empresa, para o início da atividade da sociedade;
• Reservas – resultantes da retenção de parte dos lucros pela
empresa ou de certas operações como a reavaliação do ativo;
• Prestações suplementares – representam um reforço do Capital
Próprio da sociedade, contribuindo para a capitalização da empresa
e para a proteção dos credores;
• Resultados transitados – resultados, lucros ou prejuízos que
vão sendo acumulados ao longo dos exercícios económicos da
empresa.
105
CAPITAL PRÓPRIO E CAPITAL ALHEIO
Capital
próprio
Importância do financiamento em capitais próprios
Boa saúde financeira da empresa - para garantir uma
estrutura de financiamento que garanta ao empreendedor
que não terá dificuldade em assegurar o cumprimento dos
seus compromissos,
Pela credibilidade do projeto junto dos possíveis
financiadores – o empreendedor não pode esperar que
outros invistam e arrisquem capital no seu negócio se o
próprio empreendedor não o fizer
106
CAPITAL PRÓPRIO E CAPITAL ALHEIO
Capital
Alheio
Capital assegurado por terceiros
(pessoas ou entidades externas à
empresa
Taxas de remuneração e planos de reembolso associados.
Curto prazo: para resolver situações pontuais de falta de liquidez
Médio e longo prazo: para suprir necessidades de investimento
107
SOLUÇÕES DE FINANCIAMENTO NO MERCADO DE
CAPITAIS
108
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Estrutura
• Mercado primário - onde os títulos são colocados e
transacionados pela primeira vez, aquando da sua emissão. É aqui
que as empresas se financiam.
• Mercado secundário - onde os títulos são transacionados pela
segunda e demais vezes. A sua principal função é a formação dos preços
e proporcionar liquidez.
109
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Operadores no mercado de capitais
Emitentes
Sociedades de capital de risco
Intermediários Financeiros
Fundos de Investimento e
Titularização de Créditos
Consultores de Investimentos
Investidores
Regulador
Sociedades gestoras de mercado
Sistemas de compensação e
liquidação de valores mobiliários
Peritos avaliadores de Imóveis
Regulador
Analistas Financeiros
Auditores
110
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Operadores no mercado de capitais
EMITENTES
•
•
Entidades que emitem valores mobiliários (ações, obrigações…)
Utilizam o mercado de valores mobiliários como fonte de financiamento, em
alternativa ao recurso a empréstimos bancários
Exemplos de informação a prestar pelos emitentes | mercado primário
1. Informação relativa à Oferta Pública de Venda (OPV) de ações;
2. Informação relativa a aumento de capital
3. Informação relativa à emissão de obrigações (dívida)
Estas operações obrigam à
elaboração de um prospeto,
sujeito a análise e aprovação
pela CMVM. É composto por
dois blocos de informação: um
sobre o emitente e outro sobre o
valor mobiliário.
111
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Operadores no mercado de capitais
EMITENTES
Exemplos de informação a prestar pelos emitentes | mercado secundário
•
Informação económico-financeira de caráter periódico em que se inclui a
publicação das contas e a descrição da atividade da empresa em
determinado período
•
Informação de caráter contínuo sobre os negócios ou outros factos com
influência na vida da empresa que possam alterar a avaliação que os
investidores fazem do investimento realizado, ou seja, informação privilegiada
•
Todas as informações são divulgadas no Sistema de Difusão de Informação no
site da CMVM e no site do próprio emitente.
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Operadores no mercado de capitais
INVESTIDORES
• Pessoas ou empresas que participam no mercado de
capitais, comprando e vendendo valores mobiliários, com o
objetivo de valorizarem as suas poupanças ou ativos.
• Distinguem-se entre:
o Investidores qualificados (Profissionais);
o Investidores não qualificados (não Profissionais).
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Operadores no mercado de capitais
INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS
• Só podem iniciar e exercer a atividade após o registo na CMVM e depois de
demonstrarem possuir meios e idoneidade para a prestação de cada serviço
• Podem desempenhar funções de colocação de emissões, execução de
ordens de compra e de venda dos valores mobiliários,
aconselhamento, gestão de carteiras de investidores e custódia
• Principais deveres na prestação de serviços financeiros:
o Informar sobre a existência de mecanismos de proteção dos investidores;
o Informar o custo do serviço a prestar;
o Definir o perfil dos investidores e a definição do investimento
o Informar sobre a execução e os resultados das operações que efetue por conta deles,
bem como a ocorrência de dificuldades especiais ou a inviabilidade de execução das
mesmas
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Requisitos legais para aceder ao mercado de capitais português
•O Código dos Valores Mobiliários define a par de outros instrumentos
legislativos (como regulamento da CMVM, Regulamentos Europeus,
Regulamentos dos mercados regulamentados) as regras relativas à
organização, funcionamento e acesso ao mercado.
•Em concreto o Tema IV – Negociação do Cód. VM e, e em especial os
artigos 217 e seguintes que estabelecem as normas aplicáveis à
autorização, à estrutura e funcionamento dos mercados regulamentados,
ao seu funcionamento, bem como à admissão e à negociação de
instrumentos financeiros nos mesmos.
•Os instrumentos financeiros são negociados em diferentes mercados que
se encontram legalmente estabelecidos, sobre os quais impendem regras
de admissão e funcionamento diferenciadas
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Papel da CMVM enquanto Regulador do mercado de capitais
• Missão de supervisionar e regular os mercados de instrumentos
financeiros e a atividade de todos os agentes que neles atuam
• A principal missão da atividade da CMVM é a proteção dos investidores
• A CMVM tem de aprovar as operações públicas, sobretudo os
prospetos, bem como a informação relacionada
• A CMVM zela pela formação adequada de preços
• A supervisão exercida pela CMVM consiste nomeadamente:
 Desenvolvimento de regulamentação
 Acompanhamento da atuação das pessoas ou entidades que intervêm no
mercado de capitais
 Fiscalização do cumprimento de regras
 Verificação na concessão de registos a pessoas e operações do cumprimento das regras
aplicáveis
 Punição de infrações detetadas
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Ações
são títulos representativos de frações do capital social de uma
empresa, constituída sob a forma de uma sociedade anónima e
cotada em Bolsa de Valores. O detentor destes títulos é
denominado acionista, e a empresa que os emite é uma sociedade
emitente
Rendibilidade obtida com um financiamento através de ações
depende:
• Da evolução da sua cotação (mais ou menos valias)
• Da politica de distribuição de dividendos
• Dos custos envolvidos na transação.
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Ações
Empresa X quer crescer
e/ou internacionalizar-se
Abre o capital a novos acionistas, dispersando parte em
bolsa, através de uma oferta de ações para subscrição
pública
Cada ação representa uma % (uma
parcela) da totalidade da empresa
Edifícios, imobilizado, recursos humanos, inventários, etc
118
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Ações
Muitas empresas não recorrem ao mercado de capitais para se
financiarem, porém o mercado de capitais é:
• Alternativa ao crédito bancário para obtenção de capitais
• Incorporação de novos acionistas que podem trazer quatro
principais tipos de mais valias
Conhecimento
Rede de contactos
Novas oportunidades
Monitorização da gestão
• Capitalização e consequente reforço da estrutura financeira
• Exigências relacionadas com disponibilização de informação são
conducentes a arrumação, racionalização e reorganização;
119
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Obrigações
são títulos de dívida, negociáveis, através do qual a entidade emitente se
compromete a pagar a quem os detenha (obrigacionista) para além do
reembolso de capital, um certo rendimento periódico (juro do cupão).
As empresas que emitem obrigações contraem um empréstimo junto dos
investidores que nelas investem
• Quem subscreve obrigações fica credor da entidade emitente
• O preço das obrigações admitidas à negociação está sujeito a flutuações
no mercado, lei da oferta e da procura
• A rendibilidade obtida depende:
o Capital garantido
o Maturidade
o Rendibilidade esperada
o Resgate antecipado
120
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Obrigações
Empresa X quer
construir uma fábrica
Emite obrigações no
total de 5.000.000€
Condições
da emissão
 Maturidade: 10 Anos
(2031) - Cupão: 8%
João investe 10.000
€ em obrigações
Por ano recebe
cupão de 8%
800 €/ano
Em 2031:
 Empresa X devolve os
10.000€ ao João
 E ao fim de 10 anos, o João
ganhou 8.000€
121
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Fatores de resistência
Ações e
Obrigações
• Inexistência de investidores
• Ideia pré concebida que os custos de
institucionais especializados em
estar cotado são elevados
empresas < dimensão
• Fraca cultura do mercado de capitais
• Níveis reduzidos de poupança interna
• Empresas de pequena dimensão
• Não utilização do mercado de capitais pelas
e/ou fortemente endividadas
entidades de capital de risco como estratégia
• Inexistência de incentivos à
de saída
separação da gestão e da
• Bancos mais centrados em concessão de
propriedade
crédito do que em serviços de apoio à
• Fraca literacia sobre o mercado de
capitalização das empresas
capitais
• Desinteresse dos intermediários
financeiros por empresas de menor
dimensão.
122
FONTES DE FINANCIAMENTO – MERCADO DE CAPITAIS
Capital de
Risco
Via aquisição, por tempo limitado, de instrumentos de capital próprio e de
instrumentos de capital alheio, em sociedades com elevado potencial de
desenvolvimento, com o objetivo de beneficiar da respetiva valorização para
posterior saída apoiando desta forma o crescimento da empresa.
• Quais os veículos que podem ser utilizados na oferta de fundos às
empresas?



•
Fundos de Capital de Risco (FCR) - veículo de investimento
Sociedades de Capital de Risco/ Sociedades Gestoras de Fundos de Capital de Risco
(SGFCR) – Sociedade Gestora
Investidores em capital de Risco (ICR)
Quais as entidades que podem disponibilizar capital de risco?

Sociedades de capital de risco, bancos comerciais ou bancos de investimento entre
outras entidades habilitadas a gerir fundos de capital de risco
123
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Modalidades do capital de risco
Capital de
Risco
• Venture capital - investe em empresas em estádio inicial
com potencial de geração de receitas ainda incerto e
produto/serviço frequentemente em teste. Tendencialmente
estas entidades têm maior apetência pelo risco
• Private equity - tende a investir em empresas mais maduras,
tipicamente com operações comerciais consolidadas
que
podem oferecer rendimentos resultantes de reorganização
societária, alterações na
estrutura de capitais
e outras
alterações a nível do negócio.
124
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Como funciona
Capital de
Risco
• O investidor em capital de risco faz um investimento que se traduz na
aquisição de uma parte capital da empresa a financiar que pode ser
conjugado com a disponibilização de um empréstimo, como forma de
financiar o seu desenvolvimento
• O investidor em capital de risco assume, assim, uma participação no
capital da empresa financiada, tornando-se sócio ou acionista da
mesma, participando nas perdas e nos ganhos
• Apoia a sua gestão e tenta otimizar o seu sucesso, uma vez que o
retorno do investimento realizado está dependente dos resultados
• Ao fim de um período de tempo, a participação na empresa é
vendida, procurando realizar-se mais-valias com a venda
125
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Entradas do capital de risco
• Seed Capital – financiamento dirigido
desenvolvimento, antes mesmo da instalação
a
Capital de
Risco
projetos em fase
• Start up – empresas já existentes e a funcionar, ou em processo final de
instalação, mas que ainda não iniciaram a comercialização
• Other early stage - já iniciaram a comercialização, mas que precisam
de financiamento para melhorar os seus processos de fabrico e
comercialização, ou ainda para realizar ações de marketing
• Expansão – investimento destinado a empresas que atingiram a
maturidade, mas que não têm capacidade para expandir o seu negócio, a
sua produção, ou desenvolver técnicas de promoção
• Management Buy Out – investimento destinado ao apoio à aquisição
do controlo da empresa por parte da administração de uma empresa
• Management Buy In - investimento destinado ao apoio à aquisição do
controlo da empresa por parte de uma equipa de gestores externa.
126
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Capital de
Risco
Que empresas geralmente acedem a este tipo de financiamento?
• Por norma, empresas a operar em mercados competitivos e
caraterizados pela inovação com potencial de crescimento e
rentabilidade
• Podem ser startups com necessidades de investimento inicial ou empresas
mais maduras com necessidades de financiamento mais elevadas
• Ferramenta com especial relevo para startups e PME
Quais as condições de candidatura?
• Contacto com sociedades de capital de risco
• O capital de risco analisa sobretudo o potencial de crescimento de um
negócio, associado a uma gestão competente, credível, que demonstre
capacidade de tornar o plano de negócios numa realidade
127
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Principais diferenças
Capital de risco vs Crédito bancário
• Ganhos dos investidores de CR dependentes  Uma IC obtém remuneração pelo
juro,
sendo
o
empréstimo
do sucesso ou insucesso das empresas.
integralmente pago
• O CR é um investimento, realizado por
investidores
individuais
institucionais, com prazo limitado
ou
• O CR assume-se como parceiro de
negócios;
• A recompensa é retirada dos ganhos
decorrentes do desinvestimento. Se o
negócio for inviável, o capital de risco
fica na mesma posição de qualquer
outro sócio da empresa.
 o
endividamento
pode
diferentes maturidades
ter
 No endividamento a IF faz uma
análise do risco de solvabilidade e
exige garantias patrimoniais
 No caso dos credores as garantias
conferem-lhe uma posição credora
"privilegiada"
128
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Crowdfunding
• é o tipo de financiamento de entidades/projetos, através do seu
registo em plataformas eletrónicas acessíveis através da Internet, a
partir das quais se procede à angariação de investimento provenientes
de um ou vários investidores individuais.
• Esta atividade tem 3 atores fundamentais: aqueles que
necessitam fundos para um projeto (promotor), aqueles que se
encontram disponíveis para apoiar (investidores ou crowd) e aquele
que faz a ligação entre ambos (gestor da plataforma).
• Quem regula?
Lei nº 102/2015 de 24 de agosto define o regime jurídico, apontando a CMVM como
entidade de Supervisão
129
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Crowdfunding
• DONATIVO - pelo qual a entidade financiada recebe um donativo,
com ou sem entrega de uma contrapartida.
• RECOMPENSA - fica obrigada à prestação do produto ou serviço
financiado, em contrapartida pelo financiamento obtido.
• CAPITAL - remunera o financiamento obtido através de uma
participação no respetivo capital social, distribuição de dividendos ou
partilha de lucros.
• EMPRÉSTIMO - remunera o financiamento obtido através do
pagamento de juros fixados no momento da angariação.
130
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Crowdfunding
VANTAGENS
• Menos custo de capital
• Menores custos na preparação de
lançamento da oferta e mais
eficiência
• Divulgação redes sociais
DESVANTAGENS
 Risco de falências e fraudes
 Maior risco de a plataforma falhar
 Assimetria
de
informação
disponibilizada no lançamento
• Maior facilidade de dispersão e
obtenção de informação
 Falta de um mercado secundário, de
liquidez e informação atualizada
• Maior democratização do mercado
e diversificação
 Dilemas regulatórios: Custos versus
proteção,
difusão
versus
confidencialidade e segredo comercial.
131
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Impactos na estrutura de capital da empresa
Financiamento via ações
Ações
Aspetos positivos
•
•
•
•
É uma alternativa ao financiamento bancário
Capitalização e reforço da estrutura financeira
Ganhos reputacionais resultantes de aumento de transparência
Mais valias associadas a rede de contactos, melhor gestão.
Aspetos negativos
• Tipicamente para proprietários iniciais perdas na percentagem de
capital detido
• Dependendo do free-float (dispersão) perda de algum controlo
• Custos de informação, custos de estar cotado e custo de capital mais
elevado
• Exposição a OPAs.
132
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Impactos na estrutura de capital da empresa
Financiamento via obrigações
Obrigações
Aspetos positivos
• Para empresas de determinada dimensão em situações económicas
adversas e para maiores maturidades obtenção de financiamento
mais barato
• Manutenção da estrutura societária
• Não há partilha de capital (credores).
Aspetos negativos
• O cupão tem que ser suficientemente atrativo para atrair
investidores
• Empresa tem que garantir o pagamento periódico do cupão
• Empréstimo tem que ser devolvido na maturidade da obrigação
133
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Impactos na estrutura de capital da empresa
Financiamento via capital de risco
Capital de risco
Aspetos positivos
• Não se traduz em endividamento para as empresas
• Reforço de capitais;
• Apoio à gestão o que pode refletir-se positivamente no binómio
financiamento / investimento.
Aspetos negativos
• Pode implicar perda de controlo de gestão;
• Investimento a prazo limitado, a remuneração do capital de risco é a
mais valia a obter com alienação da participação.
134
FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Impactos na estrutura de capital da empresa
Financiamento via crowdfunding
Crowdfunding
Aspetos positivos
• Para montantes pequenos e dependendo dos projetos pode obterse financiamento em condições mais favoráveis do que na banca;
• No regime de donativo não tem contrapartidas pecuniárias;
• No regime de empréstimo o financiamento obtido gera pagamento
juros que poderão ser deduzidos em sede de IRC.
Aspetos negativos
• Existência de riscos que podem colocar em risco projeto/empresa;
• Nível de financiamento pode não ser alcançado tendo que devolver
capital já captado.
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Riscos para a empresa
Quando se contemplam atividades de financiamento via
mercado de capitais, um conjunto de princípios básicos deve
ser tido em conta:
• Importante conhecer as caraterísticas dos instrumentos escolhidos e
avaliar previamente os seus riscos
• Há que acompanhar o comportamento dos mesmos e comparar com as
alternativas disponíveis no mercado
• É vital ponderar e diversificar as aplicações financeiras.
É importante escolher as aplicações financeiras adequadas aos objetivos
definidos, não assumir riscos indesejados e que a rendibilidade
esperada se ajuste às expetativas
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FONTES DE FINANCIAMENTO - MERCADO DE CAPITAIS
Riscos
Risco de Crédito
Risco de Remuneração
A possibilidade de os deveres inerentes a
determinado instrumento financeiro normalmente o
pagamento de juros e o reembolso de capital não
serem cumpridos pelo respetivo emitente, em virtude
de uma situação de falência ou insolvência deste.
A remuneração não ser garantida
quando dependente da evolução de um
indexante, geralmente a taxa Euribor, a
rendibilidade das obrigações a taxa de
juro variável podem ser diferentes das
esperadas à partida.
Risco de Inflação
Risco de Liquidez
Risco de Mercado
Risco de que a inflação
provoque uma redução
no poder de compra
dos fluxos monetários
gerados pelo
instrumento financeiro.
Risco de ter de se esperar muito tempo
ou incorrer em custos elevados
(designadamente por ter que vender a
um preço inferior ao valor económico
real) para transformar em moeda um
dado instrumento financeiro.
Possibilidade de a
evolução da cotação do
instrumento financeiro
no mercado afetar o
montante a receber pela
entidade que se financia.
137
Para
saber
mais
http://www.todoscontam.pt/
http://clientebancario.bportugal.pt/
http://www.iapmei.pt/
http://www.anje.pt/
http://www.cases.pt/
http://www.garantiamutua.com/
http://www.sou-mais.org/
http://www.microcredito.com.pt/
http://www.empreender.aip.pt/
http://www.apb.pt/content/files/Ajude_a_Criar_OportunidadesBrochura2.pdf
138
REFERENCIAL DE FORMAÇÃO FINANCEIRA
MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Obrigada!
27 de outubro de 2022
soniacarvalho@esce.ipvc.pt
139
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