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Regimes de neutro em instalações de muito alta, média e

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27/10/22, 09:10
Regimes de neutro em instalações de muito alta, média e
Baixa Tensão (RTIEBT) – Secção 312.2, sendo definidos três regimes:
Regime TT
Regime TN
Regime IT
a) Regime TT
Neste regime o neutro da instalação e as massas metálicas são ligados à terra separadamente (terra de serviço e terra de
protecção, respectivamente), como se representa na Figura 7.
Figura 7 – Sistema TT
O neutro da instalação é ligado à terra de serviço, não no ponto de neutro do transformador, mas sim no barramento de
neutro do Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT).
Os eléctrodos de terra de serviço e de terra de protecção devem ser electricamente distintos (suficientemente afastados para
que a corrente máxima susceptível de ser escoada por um deles não modifique, de forma significativamente, o potencial do
outro).
De acordo com o Regulamento de Segurança de Subestações e Postos de Transformação e Seccionamento (RSSPTS) os
valores das resistências da terra não devem ultrapassar os seguintes valores:
- Terra de serviço: 10 Ω
- Terra de protecção: 20 Ω
A generalidade das instalações de utilização BT usa o regime TT.
Se o defeito não for sólido a corrente de defeito é baixa e a protecção contra curto-circuitos pode não “ver” o defeito ou actuar
num tempo demasiado longo..
Assim, a protecção das pessoas contra contactos indirectos é complementada com aparelhos de corte sensíveis à
corrente diferencial-residual (interruptores e disjuntores diferenciais – sensibilidades habituais: 10 mA; 30 mA; 300 mA; 500
mA; 1 A).
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Regimes de neutro em instalações de muito alta, média e
Figura 8 – Aparelho de corte sensível à corrente diferencial-residual
Em situações normais, sem defeito, verifica-se que a soma das correntes que é vista pelo toro é nula, isto é:
I1+I2+I3+IN = 0
Em caso de defeito tal não acontece, isto é:
Onde IF representa a corrente de defeito.
b) Regime TN
Neste regime o neutro da instalação é ligado à terra e a ligação das massas metálicas à terra é feita através do condutor de
neutro, que se designa por PEN, como se representa na Figura 9.
Figura 9 – Sistema TN
O regime TN divide-se em dois esquema – Esquema TN-C, Esquema TN-S e Esquema TN-C-S.
i) Esquema TN-C
Neste esquema o condutor de neutro é também utilizado como condutor de protecção (PEN), como se representa na Figura
10, apenas podendo ser utilizado quando a secção do condutor de neutro é ≥ 10 mm2.
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Regimes de neutro em instalações de muito alta, média e
Figura 10 – Esquema TN-C
Fonte: RTIEBT
Neste esquema o condutor de neutro não pode ser cortado pelos aparelhos de corte e manobra.
Em Portugal o regime de neutro da rede pública de distribuição BT é o TN-C, verificando-se as seguintes condições (8):
Nas redes aéreas o neutro é ligado à terra em vários postes ao longo do trajecto da rede (pontos singulares da rede tais
como derivações, fins-de-linha, etc., e distâncias não superiores a 300 m nas canalizações principais).
Nas redes subterrâneas o neutro é ligado à terra em cada armário de distribuição.
A resistência global da terra de neutro, por cada saída do posto de transformação, não deve exceder 10 Ω.
Nas instalações de utilização com esquema TN-C o valor da corrente de defeito fase-terra é habitualmente elevado, pelo que a
protecção contra curto-circuitos é, na generalidade dos casos, suficiente para complementar a protecção das pessoas
contra contactos indirectos, desde que o tempo de corte não seja superior a 0,20 s para a tensão nominal fase-neutro de
230 V (RTIEBT).
Caso tal não possa ser garantido deverão ser usadas protecções diferenciais.
As vantagens mais significativas da utilização do esquema TN-C são a supressão de um pólo nos aparelhos de corte e de um
condutor nos cabos (o condutor PE).
Em contrapartida este esquema requer pessoal mais qualificado, aumenta os custos de manutenção/exploração
(necessidade de controlo periódico da continuidade do neutro) e aumenta o risco de incêndio devido ao facto de as correntes
de defeito fase-terra terem valores mais elevados.
ii) Esquema TN-S
Neste esquema os condutores de neutro (N) e de protecção (PE) são separados, como se representa na Figura 11. Este
esquema utiliza-se quando a secção do condutor de neutro é ˂ 10 mm2 e não pode ser instalado a montante do regime TNS.
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Figura 11 – Esquema TN-S
Fonte: RTIEBT
Tal como no regime TT, o esquema TN-S requer a utilização de aparelhos de corte sensíveis à corrente diferencial-residual
como complemento da protecção das pessoas contra contactos indirectos.
iii) Esquema TN-C-S
Este esquema, que se representa na Figura 12, combina a utilização dos esquemas TN-C e TN-S (TN-S sempre a jusante do
TN-C)
Figura 12 – Esquema TN-C-S
Fonte: RTIEBT
c) Regime IT
Neste regime o neutro da instalação (distribuído ou não) é isolado da terra ou ligado através de uma impedância de
elevado valor óhmico (1500-2000 Ω) – neutro impedante, sendo as massas metálicas ligadas à terra de serviço, como se
representa na Figura 13.
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Figura 13 – Sistema IT
As redes com regime IT são utilizadas quando o disparo ao primeiro defeito à terra pode conduzir a situações de perigo
para a vida humana (caso das salas de operações e recobro dos hospitais, por exemplo), causar danos materiais
importantes (caso de instalações de fundição de metal, por exemplo) ou quando, por questões operacionais é necessário
garantir o funcionamento dos equipamentos (caso dos navios de guerra, por exemplo).
Com este tipo de regime é necessário utilizar um dispositivo de “Controlo Permanente de Isolamento”(CPI), equipamento de
que se mostra um exemplo na Figura 14, que deve obedecer ao estipulado na Norma IEC 61557, com o objectivo de sinalizar o
primeiro defeito à terra.
Figura 14 – Controlador permanente de isolamento
O equipamento envia um impulso de tensão cc para o sistema a ser controlado, calculando a resistência de isolamento. A forma
desse impulso altera-se de acordo
com a resistência de isolamento e a capacidade de fuga à terra, permitindo assim prever o valor da resistência de isolamento.
Quando a resistência calculada é inferior ao valor de regulação é gerado um alarme.
Apresentam-se as critérios base de aplicação dos vários regimes de neutro de acordo com vários parâmetros
característicos das redes e equipamentos.
7. REDES DE DISTRIBUIÇÃO E UTILIZAÇÃO BT (NOTAS FINAIS)
Exceptuando os casos indicados para o regime IT não é recomendável utilizar numa mesma instalação regimes de neutro
diferentes.
Na Tabela 3 apresentam-se as critérios base de aplicação dos vários regimes de neutro de acordo com vários parâmetros
característicos das redes e equipamentos.
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Regimes de neutro em instalações de muito alta, média e
Tabela 3 – Critérios base de aplicação dos regimes de neutro BT de acordo com vários parâmetros
Fonte: Guide de l’ installation eléctrique – Merlin Gerin – edição de Janeiro de 1982
......................................................................................................
(1) Regime de neutro de um equipamento (gerador ou transformador) ou de uma rede – forma como o neutro desse
equipamento ou dessa rede está ligado à terra.
(2) MAT: Muito Alta Tensão – Un ≥ 150 kV (em Portugal: 150 kV; 220 kV; 400 kV. AT: Alta Tensão: 49,5 kV < Un < 150 kV (em
Portugal: 60 kV), MT: Média Tensão – 1 kV < Un ≤ 49,5 kV (em Portugal: 6 kV (só em instalações industriais)10 kV; 15 kV; 30
kV. BT: Baixa Tensão – Un ≤ 1 kV (em Portugal: 0,4/0,23 kV).
(3) Neste paper a designação “linha”, sem qualquer outra indicação adicional, tanto se refere a linhas aéreas como a linhas
subterrâneas (cabos isolados).
(4) Valor estipulado (para equipamentos): Valor de uma grandeza fixado, em regra, pelo fabricante para um dado
funcionamento especificado de um componente, de um dispositivo ou de um equipamento – RTIEBT – Capítulo 212.1; este valor
corresponde ao anteriormente designado por “valor nominal”, designação que actualmente é apenas utilizada para redes.
(5) Tensão composta.
(6) Tensão simples.
(7) IEC: International
Electrotechnical
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