NEGÓCIOS & SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ÍNDICE 3 - Risco Cibernético e Segurança: os CISOs estão preparados para essa aliança? 11 - A visão dos CISOs sobre o tema EXECUTIVE REPORT - EXPEDIENTE DIREÇÃO E EDIÇÃO EXECUTIVA Graça Sermoud gsermoud@conteudoeditorial.com.br EDITORA Leia Machado lmachado@conteudoeditorial.com.br DIREÇÃO DE MARKETING Sérgio Sermoud ssermoud@conteudoeditorial.com.br DESIGN Rafael Lisboa rlisboa@conteudoeditorial.com.br Esse conteúdo foi desenvolvido a partir do painel de debates realizado pela TVD em 12 de abril de 2022, com oferecimento da Tanium. O vídeo na íntegra pode ser acessado no botão abaixo: ASSISTA AO PAINEL NA ÍNTEGRA Risco Cibernético e Segurança: os CISOs estão preparados para essa aliança? 3 EXECUTIVE REPORT RISCO CIBERNÉTICO E SEGURANÇA >> TANIUM Líderes da Energisa, Grupo Boticário, Riachuelo e Oiti debatem sobre o que priorizar, como gerenciar e mitigar riscos cibernéticos. Para eles, trata-se de um trabalho colaborativo entre equipes e uma relação de confiança com a alta direção O relatório anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) destacou, no início desse ano, quatro áreas de risco emergente: segurança cibernética, transição climática desordenada, pressões migratórias e competição no espaço. Para evitar danos irreversíveis e garantir uma transformação de negócios bem-sucedida, as lideranças do WEF chamam atenção para a importância do fortalecimento de medidas de proteção do ciberespaço e reforça que os riscos cibernéticos são agora riscos de negócio. Os quase 1.000 líderes entrevistados para o Global Risks Report 2022 apontam que existe uma falha de Segurança Cibernética e isso está entre os 10 principais riscos que mais se agravam desde o início da crise do COVID-19. Inteligência artificial, exploração do espaço, ciberataques além das fronteiras e desinformação são algumas das áreas em que a maioria dos entrevistados acredita que o estado atual dos esforços de mitigação de risco está aquém do desafio. EXECUTIVE REPORT 4 De acordo com o relatório, à medida em que a sociedade continua a migrar para o mundo digital, incluindo o trabalho remoto e o avanço de tecnologias atuando em conjunto, ampliam as superfícies de ataques devido à imensidão de dispositivos conectados. Esse cenário traz grandes avanços, mas também abre espaço para uma alta significativa de ataques cibernéticos, custando às organizações dezenas ou até centenas de milhões de dólares. Os custos não são apenas financeiros: infraestrutura crítica, coesão social e bem-estar mental também estão em risco. Isso demonstra ainda mais a importância de uma atuação conjunta entre as áreas de Segurança da Informação e as equipes de Gestão de Risco, principalmente os cibernéticos. Durante muito tempo foi debatido na comunidade de profissionais de SI o quanto essas duas equipes precisavam estar interligadas e os constantes ataques demonstram que não é mais possível adiar essa integração. O que priorizar? Na visão de líderes da Energisa, Grupo Boticário, Riachuelo e Oiti, é preciso traçar estratégias para um trabalho mais colaborativo e entender que gestão de risco cibernético passa hoje por três importantes etapas: priorização, gerenciamento e mitigação. “É uma dor de cabeça priorizar o risco, mas é uma atividade que está na lista dos TOP 5 da Segurança”, destaca Leonardo Ovídio, CISO da Energisa, durante painel de debates promovido pela TVD em parceria com a Tanium. 5 EXECUTIVE REPORT RISCO CIBERNÉTICO E SEGURANÇA >> TANIUM Mas antes de priorizar, Ovídio acrescenta que se deve primeiro conhecer o negócio da empresa, o setor de atuação, como os colaboradores se comportam e qual é o apetite ao risco de acordo com as demandas e estratégias da companhia. “A partir desse mapeamento teremos condições de identificar os riscos mais pertinentes e partir para um plano de priorização”, reflete o executivo. Esse processo está alinhado com o ponto central da discussão do painel, pautado principalmente em analisar o quanto o CISO está preparado para uma aliança junto às equipes de risco. Para Rodrigo Godoi, Head de Segurança Cibernética da Riachuelo, os ataques cibernéticos que impactaram várias empresas do setor de Varejo nos últimos meses, além da própria regulamentação da LGPD, fizeram com que a alta direção colocasse na lista de prioridades esse trabalho em conjunto das áreas de Segurança e Risco. “O ato da priorização não é uma decisão somente do CISO, devemos envolver as áreas de negócio pois se trata de uma ação conjunta. Quando colocamos risco cibernético na mesma esteira do risco corporativo, deixamos a alta direção envolvida com o que é mais importante priorizar”, diz Godoi. “Ou seja, traduzimos para o negócio os principais pontos de atenção e temos mais clareza para identificar os GAPs e desenhar melhor o mapa de risco”, acrescenta Marco Túlio, CISO da Oiti. EXECUTIVE REPORT 6 Como gerenciar? A conformidade foi outro ponto levantado pelos líderes presentes no debate. Para Leonardo Ovídio, é preciso atenção redobrada para não confundir maturidade em Segurança com conformidade e gestão de risco. O processo de priorização deve considerar o cenário regulatório em que a empresa está inserida e adicionar essas demandas no ecossistema de gerenciamento. A Lei Geral de Proteção de Dados trouxe luz para esse trabalho conjunto entre equipes, exigindo não só colaboração entre as áreas, mas também visibilidade e controle das ações. Ou seja, é uma trajetória que virou uma verdadeira máquina com engrenagens que atuam juntas: o CISO precisa ter visibilidade completa dos principais ativos distribuídos em ambientes distintos, ao mesmo tempo, entender que o cenário hoje é complexo devido à agilidade da inovação e, em meio disso tudo, é preciso atender aos requisitos de conformidade. De fato, são muitas questões a serem endereçadas e é por isso que os líderes destacam a importância das alianças entre as áreas para uma gestão eficaz do risco. “Temos de um lado a Segurança da Informação com muito conhecimento técnico dos riscos cibernéticos. Do outro, um padrão de conformidade sendo exigido que muitas vezes não conversa com a realidade da empresa, gerando conflitos de priorização e gerenciamento”, reflete Marcelo Miola, Diretor de Segurança da Informação no Grupo Boticário. 7 EXECUTIVE REPORT RISCO CIBERNÉTICO E SEGURANÇA >> TANIUM O executivo chama atenção para a gestão eficaz pautada em automação e inteligência, especialmente em um cenário complexo de riscos, com envolvimento de outros fatores como terceiros e a própria conformidade com regulamentações. “A agilidade da digitalização trouxe um aspecto negativo, que é a falta de profundidade das análises e de processos que envolvem a gestão do risco. Isso pode resultar em um gerenciamento conflituoso entre os times”, alerta Miola. “Em muitos casos, a conformidade tira a nossa visão do real risco cibernético, isso porque existe uma grande preocupação em atuar de acordo com as regulamentações, mas nem sempre significa que estar conforme é estar seguro”, acrescenta Ovídio. Segundo o executivo, para resolver essas questões e gerenciar melhor todo o ecossistema, é preciso dividir o risco em três cadeiras: uma para a área de cyber, com uma visão da parte técnica, cruzando também com a tecnologia; uma cadeira para o risco corporativo; e a outra para o operacional, com uma visão mais cross correlacionando as demais áreas. EXECUTIVE REPORT 8 Esse equilíbrio no gerenciamento olhando todos os pilares estratégicos se traduz em um trabalho mais colaborativo. Na visão dos líderes que participaram do debate, o CISO não precisa ser um super-herói, mas sim engajar outras áreas, estando mais próximo do negócio e ampliando a visibilidade dos principais ativos que precisam de proteção. Para Felipe Nascimento, Diretor de Engenharia de Soluções para LATAM da Tanium, tudo começa na visibilidade, principalmente diante do mundo moderno da tecnologia, com uma diversidade de endpoints, jornadas para a cloud e ambientes híbridos. “Esse cenário dinâmico não permite mais uma atuação sem visibilidade, eu não posso proteger o que não vejo. É preciso ressignificar a Segurança e a gestão de riscos com foco nessa premissa”, destaca o executivo. Como mitigar? Com tudo mapeado, priorizado e gerenciado, tem a última etapa dessa jornada: a mitigação. Marco Túlio chama atenção que nem sempre as empresas irão conseguir mitigar todos os riscos, pois alguns já são calculados de acordo com o apetite da companhia. “Existem alguns riscos que nós aceitamos, outros transferimos para terceiros ou outras áreas. Mas o que importa no final do dia é contar com um ciclo ágil de detecção e resposta”, diz. Para os líderes, é fundamental adicionar nessa equação a Cyber Higiene da Segurança, com processos pautados na proteção, na visibilidade e nas atualizações. “A complexidade do cotidiano exige uma série de indicadores e às vezes temos pontos cegos nos controles, isso é importante ter em mente, pois não tem como mitigar tudo, seja por questões de custo ou processos”, pontua Rodrigo Godoi. 9 EXECUTIVE REPORT RISCO CIBERNÉTICO E SEGURANÇA >> TANIUM Reduzir a superfície de ataques, com gerenciamento correto de patches, atualizações e correções de vulnerabilidades também foram pontos abordados durante a discussão para mitigar os riscos. “As ferramentas que estamos acostumados a usar não comportam mais o cenário complexo da Segurança hoje. Existem maneiras de obter visibilidade total para melhor controle, gestão e mitigação, mesmo em ambientes híbridos com máquinas espalhadas em vários ambientes ou em multiclouds”, completa Felipe Nascimento. Ele acrescenta que é possível sair do caos e contar com a clareza dos controles de gerenciamento unificado dos riscos. Organizações em todos os setores foram forçadas a quebrar paradigmas e colocar quase 100% da empresa trabalhando de casa por quase dois anos de pandemia. As lacunas críticas de visibilidade estão por toda parte e podem aumentar seriamente o risco de segurança cibernética. “Felizmente, a tecnologia também evoluiu e é possível obter visibilidade e controle sobre o ambiente operacional, além de aplicar políticas e manter a higiene básica de TI. Com isso, teremos condições de priorizar o que é mais importante, gerenciar os riscos identificados e mitigar aqueles que podem impactar o negócio”, conclui Nascimento. EXECUTIVE REPORT 10 Risco Cibernético e Segurança na visão dos CISOs “Para conhecer o risco, é preciso entender do negócio, da área de atuação da empresa e como todos se comportam internamente, inclusive com parceiros e terceiros” Leonardo Ovídio, CISO da Energisa “O que não pode faltar nessa fórmula é um trabalho em conjunto entre as equipes com o máximo possível de automação e inteligência” Marcelo Miola, Diretor de Segurança da Informação no Grupo Boticário “É um trabalho colaborativo entre as equipes e a alta direção. Até porque, o tema é de extrema importância para todos que atuam com SI” Marco Túlio, CISO da Oiti “Quando você coloca risco cibernético na mesma esteira de risco corporativo, praticamos um processo de transparência e clareza para a alta direção fazer parte de todo o processo” Rodrigo Godoi, Head de Segurança Cibernética da Riachuelo 11 EXECUTIVE REPORT