E, R M E I G E RO TOKH D DA I C TRI ES E L M E CAÇÕ E S I CA MUN I S Á S B ELECO E AD E T D I ICA BIL HA TRÔN ELE A C I N Ô R T E L L E GITA I D E D S O T N E M A D N FU O ÇÃ I D E 7ª IS A I NC E U EQ S S A EM T S I S 2 E LUM O V O autor Durante décadas, Roger L. Tokheim publicou muitos livros-texto, manuais de laboratório e a série de livros Schaum nas áreas de eletrônica digital e microprocessadores. Seus livros foram traduzidos em nove idiomas. O autor ensinou tópicos variados relacionados à eletrônica por mais de 35 anos em instituições públicas. T646f Tokheim, Roger. Fundamentos de eletrônica digital [recurso eletrônico] : sistemas sequenciais / Roger Tokheim ; tradução: Fernando Lessa Tofoli ; revisão técnica: Antonio Pertence Júnior. – 7. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. ISBN 978-85-8055-195-2 1. Engenharia – Eletrônica. 2. Sistemas sequenciais. I. Tí­tulo. CDU 621 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB10/2052 Tradução: Fernando Lessa Tofoli Engenheiro Eletricista Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Professor do Departamento de Engenharia Elétrica (DEPEL) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição: Antonio Pertence Júnior, MSc Mestre em Engenharia pela Universidade Federal de Minas Gerais Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Pós-graduado em Processamento de Sinais pela Ryerson University, Canadá Professor da Universidade FUMEC Membro da Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo Versão impressa desta obra: 2013 2013 Obra originalmente publicada sob o título Digital Electronics: Principles and Applications, 7th Edition ISBN 0073222755 / 9780073222752 Original edition copyright © 2008, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, New York 10020. All rights reserved. Portuguese language translation copyright © 2013, AMGH Editora Ltda. All rights reserved Gerente editorial – CESA: Arysinha Jacques Affonso Colaboraram nesta edição: Editora: Verônica de Abreu Amaral Capa e projeto gráfico: Paola Manica Imagem da capa: Shutterstock/silver tiger Leitura final: Bianca Basile Parracho Editoração eletrônica: Techbooks Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à AMGH Editora Ltda, uma empresa do Grupo A Educação S. A. A série Tekne engloba publicações voltadas à educação profissional, técnica e tecnológica. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Agradecimentos Agradeço os diversos instrutores, estudantes e representantes da indústria que contribuíram com este livro. Agradecimentos especiais vão para Darrell Klotzbach, engenheiro de software da empresa Adobe Systems, Inc, por sua ajuda em diversas seções cobrindo tópicos como DSP e aplicações de câmeras digitais, JTAG e transmissão de dados. Agradeço também os membros da família Marshall, Rachael, Dan e Carrie pelo auxílio neste projeto. O autor e a editora também gostariam de agradecer os revisores que ajudaram a avaliar este livro; sua dedicação e experiência foram fundamentais para a conclusão desta obra. Jon Brutlag Chippewa Valley Technical College (WI) Ronald G. Dreucci California University of Pennsylvania (PA) Larry E. Dukes Wichita Technical Institute (KS) Robbie Edens ECPI College of Technology (SC) Harmit Kaur Sinclair Community College (OH) Randy Owens Henderson Community College (KY) Andrew F. Volper San Diego JATC (CA) Página propositalmente deixada em branco Apresentação A série Habilidades Básicas em Eletricidade, Eletrônica e Telecomunicações foi proposta no sentido de promover competências básicas relacionadas a várias disciplinas da eletricidade e eletrônica. A série consiste em materiais instrucionais coordenados e especialmente preparados para estudantes que planejam seguir tais carreiras. Um livro, um manual de experimentos e um manual do instrutor fornecem o suporte necessário para cada grande área abordada nesta série. Todas essas ferramentas são focadas na teoria, prática, aplicações e experiências necessárias para preparar o ingresso dos estudantes na carreira técnica. Há dois pontos fundamentais a serem considerados na elaboração de uma série como esta: as necessidades do estudante e as necessidades do empregador. Esta série vai ao encontro desses requisitos de forma eficiente. Os autores e os editores utilizam sua ampla experiência de ensino aliada às experiências técnicas para interpretar as necessidades e corresponder às expectativas do estudante adequadamente. As necessidades do mercado e da indústria foram identificadas por meio de entrevistas pessoais, publicações da indústria, divulgações de tendências ocupacionais por parte do governo e relatos de associações industriais. Os processos de produção e refinamento desta série são contínuos. Os avanços tecnológicos são rápidos e o conteúdo foi revisado de modo a abordar tendências atuais. Aspectos pedagógicos foram reformulados e implementados com base em experiências de sala de aula e relatos de professores e alunos que utilizaram esta série. Todos os esforços foram realizados no sentido de criar o melhor material didático possível. Isso inclui apresentações em PowerPoint, arquivos de circuitos para simulação, um gerador de testes com bancos de questões relacionadas aos temas, endereços eletrônicos dedicados tanto aos instrutores quanto aos alunos e diversos outros itens. Todo esse material foi preparado e organizado pelos autores. A grande aceitação da série Habilidades Básicas em Eletricidade, Eletrônica e Telecomunicações e as respostas positivas dos leitores confirmam a coerência básica do conteúdo e projeto de todos os componentes, assim como sua eficiência enquanto ferramentas de ensino e aprendizagem. Os instrutores encontrarão os textos e manuais acerca de cada assunto estruturados de forma lógica e coerente, segundo um ritmo adequado na apresentação de conteúdos, por sua vez desenvolvidos sob a ótica de objetivos modernos. Os estudantes encontrarão um material de fácil leitura, adequadamente ilustrado de forma interessante. Também encontrarão uma quantidade considerável de itens de estudo e revisão, bem como exemplos que permitem uma autoavaliação do aprendizado. Charles A. Schuler, editor da série Habilidades básicas em eletricidade, eletrônica e telecomunicações Apresentação Livros da série: Fundamentos de Eletrônica Digital: Sistemas Combinacionais. Vol. 1, 7.ed., Roger L. Tokheim Fundamentos de Eletrônica Digital: Sistemas Sequenciais. Vol. 2, 7.ed., Roger L. Tokheim Fundamentos de Eletricidade: Corrente Contínua e Magnetismo. Vol. 1, 7.ed., Richard Fowler Fundamentos de Eletricidade: Corrente Alternada e Instrumentos de Medição. Vol. 2, 7.ed., Richard Fowler Fundamentos de Eletrônica Básica: Eletrônica Básica. Vol. 1, 7.ed., Charles A. Schuler Fundamentos de Eletrônica Básica: Eletrônica Avançada. Vol. 2, 7.ed., Charles A. Schuler Fundamentos de Comunicação Eletrônica: Modulação, Demodulação e Recepção, 3.ed., Louis E. Frenzel Jr. Fundamentos de Comunicação Eletrônica: Linhas, Micro-ondas e Antenas, 3.ed., Louis E. Frenzel Jr. viii Prefácio O livro Eletrônica Digital: Princípios e Aplicações, sétima edição, representa um texto introdutório para estudantes novatos da eletrônica. O objetivo deste livro e dos materiais auxiliares é fornecer conhecimentos fundamentais e desenvolver habilidades básicas necessárias em uma vasta gama de profissões. Pré-requisitos para o estudo consistem em conhecimentos gerais sobre matemática e eletricidade/eletrônica básica. A matemática binária, a lógica booleana, conceitos simples sobre programação e códigos variados são progressivamente introduzidos e explicados ao longo do livro. Os conceitos são relacionados a aplicações práticas e uma abordagem de sistemas é adotada, seguindo tendências práticas da indústria. As edições anteriores do livro em inglês foram satisfatoriamente empregadas em uma ampla série de cursos, a exemplo de: Tecnologia Eletrônica, Treinamento & Aprendizado de Eletricidade Geral, Manutenção de Computadores, Eletrônica de Comunicações e Ciência da Computação. Este livro-texto conciso e prático pode ser utilizado em qualquer curso em que se deseje realizar uma abordagem rápida e didática dos princípios digitais. Destaques Alguns destaques deste livro incluem: • Introdução precoce e simplificada a instrumentos de laboratório e teste • Abordagem atualizada sobre memórias e tecnologia de armazenamento • Abordagem expandida sobre sistemas de computadores/digitais • Aplicações de DSPs em câmeras digitais • Abordagem expandida sobre transmissão de dados • Programação expandida de microcontroladores (Módulos BASIC Stamp 2) • Arquivos mais completos contendo circuitos de simulação no MultiSIM Características de aprendizagem Este livro inclui um sistema de aprendizado integrado que é utilizado nos demais títulos da série Habilidades Básicas em Eletricidade, Eletrônica e Telecomunicações. O objetivo consiste em apresentar informações básicas da forma mais compreensível possível por meio de exemplos, ilustrações e testes, tornando o processo de aprendizagem mais simples e permitindo a absorção da maior quantidade de conceitos possível. Essas estratégias compreendem: • • • • • • Objetivos simples Tópicos divididos em seções curtas Testes para as seções dos capítulos Questões de revisão dos capítulos Questões de pensamento crítico Respostas das questões de teste Recursos para o estudante Prefácio No ambiente virtual de aprendizagem estão disponíveis vários recursos para potencializar a absorção de conteúdos. Visite o site WWW.GRUPOA.COM. BR/TEKNE para ter acesso a jogos, diversos arquivos do MultiSIM relacionados aos circuitos descritos na sétima edição; Tutorial do MultiSIM com explicações em inglês passo a passo, telas capturadas do aplicativo e diversos exemplos da utilização de eletrônica digital no MultiSIM; apresentações em PowerPoint direcionadas ao estudante para revisão e estudo em inglês; apresentações especiais sobre matrizes de contatos, soldagem e interruptores de circuito. O programa Solucionador de Circuitos; e itens adicionais para estudo e revisão. x Recursos para o professor Na Área do Professor (acessada pelo ambiente virtual de aprendizagem ou pelo portal do Grupo A) é disponibilizado um conjunto de materiais para o professor, como apresentações em PowerPoint com aulas estruturadas e o Manual do Instrutor (em inglês). Visite o site WWW.GRUPOA.COM.BR, procure o livro no nosso catálogo e acesse a exclusiva Área do Professor por meio de um cadastro. Segurança Circuitos elétricos e eletrônicos podem ser perigosos. Práticas de segurança são necessárias para prevenir choque elétrico, incêndios, explosões, danos mecânicos e ferimentos que podem resultar a partir da utilização inadequada de ferramentas. Talvez a maior ameaça seja o choque elétrico. Uma corrente superior a 10 mA circulando no corpo humano pode paralisar a vítima, sendo impossível de ser interrompida em um condutor ou componente “vivo”. Essa é uma parcela ínfima de corrente, que corresponde a apenas dez milésimos de um ampère. Uma lanterna comum é capaz de fornecer uma corrente superior a 100 vezes esse valor. Lanternas, pilhas e baterias podem ser manuseadas com segurança porque a resistência da pele humana é normalmente alta o suficiente para manter a corrente em níveis muito pequenos. Por exemplo, ao tocar uma pilha ou bateria de 1,5 V há uma corrente da ordem de microampères, o que corresponde a milionésimos de ampère. Assim, a corrente é tão pequena que sequer é percebida. Por outro lado, a alta-tensão pode gerar correntes suficientemente grandes de modo a ocasionar um choque. Se a corrente assume a ordem de 100 mA ou mais, o choque pode ser fatal. Assim, o perigo do choque aumenta com o nível de tensão. Profissionais que trabalham com altas-tensões devem ser devidamente equipados e treinados. Quando a pele humana está úmida ou possui cortes, sua resistência elétrica pode ser drasticamente reduzida. Quando isso ocorre, mesmo tensões moderadas podem causar choques graves. Técnicos experientes estão cientes desse fato e ainda têm consciência de que equipamentos de baixa tensão podem possuir uma ou mais partes do circuito que trabalham com altas-tensões. Esses profissionais seguem procedimentos de segurança o tempo todo, considerando que os dispositivos de proteção podem não atuar adequadamente. Mesmo que o circuito não esteja energizado, eles não consideram que a chave esteja na posição “desligado”, pois este componente pode apresentar falhas. Mesmo um sistema em baixa tensão e alta corrente como um sistema elétrico automotivo pode ser perigoso. Curtos-circuitos causados por anéis ou relógios de pulso durante eventuais manutenções podem causar diversas queimaduras severas – especialmente quando esses dispositivos metálicos conectam os pontos curto-circuitados diretamente. À medida que você adquirir conhecimento e experiência, muitos procedimentos de segurança para lidar com eletricidade e eletrônica serão aprendidos. Entretanto, cuidados básicos devem ser adotados: 1. Sempre seguir os procedimentos de segurança padrão. 2. Consultar os manuais de manutenção sempre que possível. Esses materiais contêm informações específicas sobre segurança. Leia e siga à risca as instruções sobre segurança contidas nas folhas de dados. 3. Investigar circuito antes de executar ações. 4. Se estiver em dúvida, não execute qualquer ação. Consulte seu instrutor ou supervisor. Regras gerais de segurança para eletricidade e eletrônica Segurança Práticas de segurança irão protegê-lo, assim como seus colegas de trabalho. Estude as seguintes regras, discuta-as com outros profissionais e tire as dúvidas com seu instrutor. xii 1. Não trabalhe quando estiver cansado ou tomando remédios que causem sonolência. 2. Não trabalhe em ambientes mal iluminados. 3. Não trabalhe em áreas alagadas ou com sapatos e/ou roupas molhadas ou úmidas. 4. Use ferramentas, equipamentos e dispositivos de proteção adequados. 5. Evite utilizar anéis, braceletes e outros itens metálicos similares quando trabalhar em áreas onde há circuitos elétricos expostos. 6. Nunca considere que um circuito esteja desligado. Verifique com um instrumento próprio para identificar se o equipamento encontra-se operacional. 7. Em alguns casos, deve-se contar com a ajuda de colegas de modo a impedir que o circuito não seja energizado enquanto o técnico estiver realizando a manutenção. 8. Nunca modifique ou tente impedir a ação de dispositivos de segurança como intertravas (chaves que automaticamente desconectam a alimentação quando uma porta é aberta ou um painel é removido). 9. Mantenha ferramentas e equipamentos de testes limpos e em boas condições. Substitua pontas de prova isoladas e terminais ao primeiro sinal de deterioração. 10. Alguns dispositivos como capacitores podem armazenar carga elétrica por longos períodos de tempo, o que pode ser letal. Deve-se ter certeza de que esses componentes estejam descarregados antes de manuseá-los. 11. Não remova conexões de aterramento e não utilize fontes que danifiquem o terminal terra do equipamento. 12. Utilize apenas extintores de incêndio devidamente inspecionados para apagar incêndios 13. 14. 15. 16. 17. 18. em equipamentos elétricos e eletrônicos. A água pode ser condutora de eletricidade e causar sérios danos aos equipamentos. Extintores à base de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) ou halogenados são normalmente recomendados. Extintores com pó químico seco também são utilizados em alguns casos. Extintores de incêndio comerciais são classificados de acordo com o tipo de material incendiado a que se destinam. Utilize apenas os tipos adequados para suas condições de trabalho. Siga estritamente as instruções quando lidar com solventes e outros compostos químicos, que podem ser tóxicos, inflamáveis ou causar danos a certos materiais como plásticos. Sempre leia e siga rigorosamente as instruções de segurança contidas nas folhas de dados. Alguns materiais utilizados em equipamentos eletrônicos são tóxicos. Como exemplo, pode-se citar os capacitores de tântalo e encapsulamentos de transistores formados por óxido de berílio. Esses dispositivos não devem ser amassados ou friccionados, devendo-se lavar adequadamente as mãos após seu manuseio. Outros materiais (como tubos termoretráteis) podem produzir gases que causam irritação quando são sobreaquecidos. Sempre leia e siga rigorosamente as instruções de segurança contidas nas folhas de dados. Determinados componentes do circuito afetam o desempenho de equipamentos e sistemas no que tange à segurança. Utilize apenas peças de reposição idênticas ou perfeitamente compatíveis. Utilize roupas de proteção e óculos de segurança quando lidar com dispositivos com tubos a vácuo como tubos de imagem e tubos de raios catódicos. Não efetue a manutenção em equipamentos antes de conhecer os procedimentos de segurança adequados e potenciais riscos existentes no ambiente de trabalho. Muitos acidentes são causados por pessoas apressadas que “pegam atalhos”. Leve o tem- Circuitos e equipamentos devem ser tratados com respeito. Aprenda o funcionamento desses dispositivos e também os procedimentos de manutenção adequados. Sempre pratique a segurança, pois sua saúde e sua vida dependem disso. Profissionais da eletrônica utilizam conhecimentos especializados de segurança. Segurança po necessário para proteger a si mesmo e outras pessoas. Correrias e brincadeiras são estritamente proibidas em ambientes profissionais e laboratórios. 19. Nunca olha diretamente para os feixes de diodos emissores de luz ou cabos de fibra ótica. Algumas fontes luminosas, embora invisíveis, podem causar dano ocular permanente. xiii Página propositalmente deixada em branco Sumários resumidos Fundamentos de Eletrônica Digital: Sistemas Sequenciais é o segundo livro de Tokheim. Além deste, está disponível o título Fundamentos de Eletrônica Digital: Sistemas Combinacionais. Para conhecer os assuntos abordados em cada um deles, apresentamos os sumários resumidos a seguir. Sistemas Combinacionais capítulo 1 ELETRÔNICA DIGITAL capítulo 2 NÚMEROS UTILIZADOS EM ELETRÔNICA DIGITAL capítulo 3 PORTAS LÓGICAS capítulo 4 COMBINAÇÃO DE PORTAS LÓGICAS capítulo 5 ESPECIFICAÇÕES DE CIs E INTERFACEAMENTO SIMPLES capítulo 6 CODIFICADORES, DECODIFICADORES E DISPLAYS DE SETE SEGMENTOS capítulo 7 FLIPFLOPS capítulo 8 CONTADORES Sistemas Sequenciais capítulo 9 REGISTRADORES DE DESLOCAMENTO capítulo 10 CIRCUITOS ARITMÉTICOS capítulo 11 MEMÓRIAS capítulo 12 SISTEMAS DIGITAIS capítulo 13 SISTEMAS DE COMPUTADORES Sumários resumidos capítulo 14 CONEXÃO COM DISPOSITIVOS ANALÓGICOS xvi Sumário SISTEMAS SEQUENCIAIS capítulo 9 REGISTRADORES DE DESLOCAMENTO Registradores de deslocamento com carga serial 271 Registradores de deslocamento com carga paralela 273 Registrador de deslocamento universal 275 Utilização do CI registrador de deslocamento 74194 277 269 Registrador de deslocamento CMOS de 8 bits 280 Utilização de registradores de deslocamento – roleta digital 282 Encontrando problemas em um registrador de deslocamento 286 capítulo 10 CIRCUITOS ARITMÉTICOS 293 Soma binária 294 Meios somadores 295 Somadores completos 296 Somadores de 3 bits 298 Subtração binária 299 Subtratores paralelos 301 CIs somadores 303 Multiplicação binária 304 Multiplicadores binários 308 Representação, soma e subtração na forma complemento de 2 311 Somadores/subtratores de números na forma de complemento de 2 317 Encontrando problemas em um somador completo 317 capítulo 11 MEMÓRIAS 323 Visão geral sobre memórias 324 Memória de Acesso Randômico (RAM) 328 CIs memórias RAM estáticas 329 Utilizando uma memória SRAM 333 Memória de somente leitura (ROM) 334 Utilizando uma memória ROM 337 Memória de somente leitura programável (PROM) 340 Memória de leitura/gravação não volátil 344 Encapsulamentos de memória 347 Dispositivos de armazenamento de dados em computadores 351 Potenciômetro digital – utilização de memória NV 359 capítulo 12 SISTEMAS DIGITAIS 365 Elementos de um sistema 366 Sistema digital de um CI 366 Jogos digitais 367 Relógio digital 372 Relógio digital LSI 376 Sistema prático de um relógio digital LSI 380 Contador de frequência 384 Exemplo de um contador de frequência experimental 389 Temporizador LCD com alarme 391 Tecnologia JTAG/boundary scan 395 capítulo 13 SISTEMAS DE COMPUTADORES 405 O computador 406 O microcomputador 408 Operação de um microcomputador 411 Decodificação de endereço em um microcomputador 415 Transmissão de dados 418 Detecção de erros na transmissão de dados 423 Transmissão de dados em um sistema de computador 426 Controladores lógicos programáveis (PLCs) 430 Microcontroladores 434 Módulos microcontroladores BASIC Stamp 440 Processamento digital de sinais 446 Utilização de um DSP em uma câmera digital 450 capítulo 14 CONEXÃO COM DISPOSITIVOS ANALÓGICOS 457 Conversão D/A 458 Amplificadores operacionais 460 Exemplo de um conversor D/A básico 461 Conversor D/A do tipo escada 462 Exemplo de um conversor A/D 464 Comparadores de tensão 467 Voltímetro digital elementar 467 APÊNDICES A1 GLOSSÁRIO G1 CRÉDITOS Sumário ÍNDICE xviii I1 C1 Outros conversores A/D 470 Especificações de conversores A/D 474 Exemplo de um CI conversor A/D 475 Medidor de intensidade luminosa digital 478 Digitalização da temperatura 479 capítulo 9 Registradores de deslocamento Um registrador é um conjunto de células de memória arranjadas como um único dispositivo. Por exemplo, um registrador de 8 bits pode ser utilizado para armazenar informações que serão posteriormente utilizadas, ou o registrador pode ser projetado para manipular os dados, como no caso do registrador de deslocamento. Este último dispositivo pode modificar o conteúdo dos dados, deslocando-os para a direita ou para a esquerda. Objetivos deste capítulo Desenhar o circuito de um registrador de deslocamento com carga serial utilizando flip-flops D. Definir termos como deslocamento à direita, deslocamento à esquerda, carga paralela e carga série e descrever os procedimentos que permitem aos vários registradores de deslocamento desempenhar tais funções. Interpretar folhas de dados de diversos CIs registradores de deslocamento TTL e CMOS. Prever a operação de CIs registradores de deslocamento TTL e CMOS com base em uma série de entradas. Analisar a operação de um jogo de roleta digital contendo um oscilador controlado por tensão, um contador em anel, um circuito de energização e um amplificador de áudio. Encontrar falhas em um registrador de deslocamento defeituoso. Sistemas Sequenciais 270 O termo latch pode usado para descrever o registrador que armazena dados. Diversos latches transparentes foram empregados no volume 1, sendo normalmente constituídos por flip-flops (como o flip-flop D). Um registrador buffer consiste na aplicação específica de um dispositivo de armazenamento que mantém dados que serão posteriormente transferidos. Por exemplo, um buffer é utilizado para armazenar dados temporariamente, os quais serão enviados em seguida para uma impressora. dedica-se ao estudo de registradores de deslocamento e à explicação de seu respectivo princípio de funcionamento. Um exemplo típico de registrador de deslocamento é encontrado em uma calculadora. À medida que cada dígito é inserido no teclado, os números se deslocam para a esquerda do display. Em outras palavras, o seguinte procedimento deve ser adotado para inserir o número 268. Primeiramente, a tecla 2 é pressionada e liberada, enquanto o dígito 2 aparece na extrema direita do display. Em seguida, a tecla 6 é pressionada e liberada, sendo que o dígito 2 desloca-se uma casa para a esquerda e o número 6 aparece à direita do display; o número 26 é então exibido. Finalmente, a tecla 8 é pressionada e liberada, o número completo 268 é exibido no display. Esse exemplo mostra duas características importantes do registrador de deslocamento: (1) trata-se de um dispositivo de memória temporária e, desta forma, os números são mantidos no display (mesmo que uma tecla seja liberada) e (2) os números são deslocados para esquerda sempre que um novo dígito é inserido no teclado. Estas CARACTERÍSTICAS DE MEMÓRIA E DESLOCAMENTO tornam os registradores de deslocamento extremamente importantes na maioria dos sistemas eletrônicos digitais. Este capítulo Registradores em geral são frequentemente empregados no armazenamento de dados. A Figura 9-1 mostra um exemplo típico de como esses dispositivos são utilizados em um sistema digital, o qual nesse caso pode ser uma calculadora. Note que registradores são utilizados para manter os dados provenientes do codificador, que serão enviados para a unidade de processamento. Um registrador também é empregado para armazenar os dados entre a unidade de processamento e o decodificador. Registradores também são utilizados em outros pontos de um sistema digital. 7 8 9 4 5 6 1 2 3 Codificador Registrador REGISTRADORES DE DESLOCAMENTO são implementados a partir da conexão de flip-flops entre si. Anteriormente, mencionou-se que um flip-flop possui característica de memória, que por sua vez é utilizada nos registradores de deslocamento. Em dispositivos digitais de larga escala (como microcontroladores e microprocessadores), os registradores são integrados no mesmo encapsulamento. Outro método utilizado para descrever as características de um registrador de deslocamento consiste em analisar como os dados são carregados e lidos a partir de uma unidade de armazenamento. Quatro categorias de registradores de deslocamento são ilustradas na Figura 9-2, onde cada dispositivo de armazenamento corresponde a um registrador de 8 bits. Os registradores são classificados desta forma: 1. ENTRADA SERIAL E SAÍDA SERIAL [Figura 9-2(a)] 2. ENTRADA SERIAL E SAÍDA PARALELA [Figura 9-2(b)] Unidade de processamento 0 Figura 9-1 Sistema digital utilizando registradores. Registrador Decodificador 3. ENTRADA PARALELA E SAÍDA SERIAL [Figura 9-2(c)] 4. ENTRADA PARALELA E SAÍDA PARALELA [Figura 9-2(d)] Registradores de deslocamento com carga serial Os diagramas da Figura 9-2 representam o conceito básico relacionado a cada tipo de registrador, e essas classificações são normalmente adotadas por fabricantes. Um registrador de deslocamento básico é mostrado na Figura 9-3, construído a partir de quatro flip-flops. Esse dispositivo é denominado registrador Entrada serial Saída serial 01 1 0 0 1 0 01 1 1 0 (a) Saída paralela MSB 0 1 1 1 LSB 0 1 1 1 Entrada serial 10 0 1 1 1 0 1 1 1 (b) Entrada paralela MSB 1 1 0 0 LSB 1 0 1 0 Saída serial 1 0 1 0 1 01 0 1 0 Entrada paralela MSB 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 LSB 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 Registradores de deslocamento (c) (d ) Figura 9-2 Características de um registrador de deslocamento. (a) Entrada serial e saída serial. (b) Entrada serial e saída paralela. (c) Entrada paralela e saída serial. (d) Entrada paralela e saída paralela. capítulo 9 Saída paralela 271 SAÍDAS A Entrada de dados D Q B D CLK ENTRADAS C Q D CLK FF A CLR Q D D Q CLK FF B CLR CLK FF C CLR FF D CLR Clock Reinicializar Figura 9-3 Registrador de deslocamento com carga serial de 4 bits utilizando flip-flops D. de DESLOCAMENTO DE 4 BITS porque possui quatro valores posicionais para o armazenamento de dados: A, B, C, D. Com o auxílio da Tabela 9-1 e da Figura 9-3, esse registrador de deslocamento pode ser operado. Primeiramente, todas as saídas (A, B, C, D) são reinicializadas (entrada CLR em 0) para 0000, o que é mostrado na linha 1 da Tabela 9-1. As saí- das permanecem em 0000 enquanto aguardam a aplicação de um pulso de clock. Um pulso é aplicado na entrada CLK e a saída se torna 1000 (linha 3 da Tabela 9-1), pois o nível 1 proveniente da entrada D de FF A foi transferido para a saída Q durante o pulso de clock. Agora, níveis 1 são inseridos na entrada de dados (pulsos de clock 2 e 3 na Tabela 9-1), os quais são deslocados para a direita no display. Então, níveis 0 são inseridos na Tabela 9-1 Operação de um registrador de deslocamento serial de 4 bits Saída Entradas Sistemas Sequenciais Prefixo 272 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Reinicializar Dados Número do pulso de clock 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 FF A FF B FF C FF D A B C D 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 entrada de dados (pulsos de clock 4 a 8 na Tabela 9-1), de modo que é possível constatar que esses níveis são deslocados para a direita (linhas 6 a 10 da Tabela 9-1). Durante o pulso de clock 9 (Tabela 9-1), um nível 1 é inserido na entrada de dados. No pulso 10, a entrada de dados possui nível 0 novamente. Os pulsos 9 e 10 mostram um único dígito 1 no display sendo deslocado para a direita. A linha 15 mostra que o valor 1 é deslocado para a extrema direita do registrador de deslocamento e é perdido. Lembre-se que o flip-flop D também é denominado flip-flop com atraso, sendo capaz de transferir os dados da entrada D para a saída Q após o atraso correspondente a um pulso de clock. O circuito representado na Figura 9-3 é denominado registrador de deslocamento com carga serial. O termo “carga serial” refere-se ao fato de que um www único bit de dados pode ser inserido por vez no registrador. Por exemplo, para inserir 0111 no registrador, deve-se repetir a sequência representada nas linhas 3 a 6 da Tabela 9-1. Assim, são necessários quatro passos para carregar 0111 em série no dispositivo. Para inserir 0001, de acordo com a Tabela 9-1, é necessário seguir as linhas 11 a 14. Segundo as classificações da Figura 9-2, esse seria um registrador com entrada serial e saída paralela. Entretanto, se os dados forem retirados apenas de FF D, o dispositivo se torna um registrador com entrada serial e saída serial. O dispositivo da Figura 9-3 pode se tornar um registrador de deslocamento de 5 bits adicionando-se um flip-flop D. Os registradores de deslocamento normalmente possuem 4, 5 e 8 bits, podendo ser implementados a partir da utilização de outros tipos de flip-flops, como R-S e J-K. Teste seus conhecimentos (Figura 9-4) O diagrama do REGISTRADOR DE DESLOCAMENTO RECIR4 BITS é mostrado na Figura 9-5(b). Note que há linhas de recirculação que conectam as saídas Q e Q do FF D às entradas J e K do FF A. Essas linhas de realimentação A Tabela 9-2 auxilia a compreensão do funcionamento do registrador de deslocamento com carga paralela. Quando o dispositivo é ligado, as saídas podem assumir qualquer combinação. A linha 2 mostra que o registrador é reinicializado por meio CULANTE COM CARGA PARALELA DE capítulo 9 O registrador de deslocamento com carga serial estudado na última seção possui duas desvantagens: apenas um único bit de informação pode ser inserido por vez e todos os dados são perdidos quando há o deslocamento à direita. A Figura 9-5(a) mostra um sistema que permite CARGA PARALELA de 4 bits simultaneamente. Esse sistema também pode incorporar uma CARACTERÍSTICA RECIRCULANTE, que pode levar os dados da saída novamente à entrada de modo que estes não sejam perdidos. permitem aos dados que seriam normalmente perdidos em FF D recircularem no registrador de deslocamento. A entrada CLR reinicializa as saídas para 0000 quando é ativada com um nível 0. As entradas de carga paralela de dados A, B, C e D são conectadas às entradas de pré-ajuste (PS) ativas-BAIXAS dos flip-flops para atribuir níveis 1 a qualquer posição de saída (A, B, C e D). Se as chaves conectadas nas entradas de carga paralela de dados forem temporariamente abertas assumindo níveis 0, a saída será pré-ajustada em um nível lógico 1. O pulso de clock aplicado às entradas CLK dos flip-flops J-K provocará o deslocamento dos dados para a direita. Os dados existentes em FF D recircularão novamente para FF A. Registradores de deslocamento com carga paralela Registradores de deslocamento Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. 273 SAÍDAS A A Dados ENTRADAS B C D C D QA QB Registrador de deslocamento recirculante com carga paralela de 4 bits Clock Reinicializar B QC QD (a) D Dados Carga paralela SAÍDAS C B A A ENTRADAS J PS Q FF A CLK Q K CLR QA J PS Q FF B CLK K QB J PS Q FF C CLK Q K Q CLR CLR QC J PS Q FF D CLK K B C D QD Q CLR Clock Reinicializar (b) Sistemas Sequenciais Figura 9-5 Registrador de deslocamento recirculante com carga paralela de 4 bits. (a) Diagrama de blocos. (b) Diagrama esquemático. 274 da entrada CLR. A linha 3 mostra que o valor 0100 é carregado no registrador por meio de chaves de carga paralela de dados. A carga paralela assíncrona ocorre quando uma entrada de carga paralela se torna BAIXA. Note na linha 3 que a entrada B é levada ao nível 0, de modo que a saída B correspondente é ajustada em 1. As linhas 4 a 8 da Tabela 9-2 mostram cinco pulsos de clock (t1t5) deslocando dados para a direita. Analisando as saídas nas linhas 5 e 6, constata-se que o nível 1 proveniente de FF D (à direita) na linha 5 é recirculado novamente para FF A à esquerda na linha 6. A linha 9 mostra o registrador sendo novamente reinicializado pela entrada CLR. Os novos dados (0110) são carregados nas entradas de dados na linha 10. As linhas 11 a 15 mostram que o registrador desloca os dados cinco vezes em virtude dos pulsos de clock. Note que são necessários quatro pulsos de clock para que os dados originais retornem ao registrador (compare as linhas 11 e 15 ou as linhas 4 e 8 na Tabela 9-2). O dispositivo da Figura 9-5 pode ser classificado como registrador com entrada paralela e saída paralela. A característica recirculante do registrador de deslocamento da Figura 9-5(b) pode ser desativada ao Tabela 9-2 Operação de um registrador de deslocamento recirculante com carga paralela de 4 bits Entradas Modo de operação Energização Reinicialização (assíncrona) Carga paralela (assíncrona) Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Reinicialização (assíncrona) Carga paralela (assíncrona) Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Deslocamento à direita Número da linha Reinicializar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 eliminar as duas conexões de recirculação. Como foi mencionado, esse registrador possui entrada paralela e saída paralela. Entretanto, se apenas a Carga paralela A B C D 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pulso de clock t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 FF A FF B FF C FF D A 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 B C Saídas aleatórias 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 D 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 saída de FF D é considerada, o dispositivo então se torna um registrador com entrada paralela e saída serial. Registrador de deslocamento universal Ao analisar folhas de dados de fabricantes, verifica-se que há muitos registradores de deslocamento na forma de CIs. Nesta seção, o CI REGISTRADOR DE DESLOCAMENTO BIDIRECIONAL UNIVERSAL DE 4 BITS 74194 será estudado. O CI 74194 é um registrador de deslocamento versátil que possui praticamente todas as características apresentadas até o momento em um único encapsulamento. Um CI registrador 74194 pode deslocar dados para a direita ou esquerda, com carga de dados serial ou paralela. Diversos CIs 74194 de 4 bits podem ser conectados em cascata para gerar um registrador de deslocamento com 8 ou mais bits, de modo que a característica recirculante pode ser agregada ao dispositivo. Leia a descrição do registrador de deslocamento 74194 na Figura 9-7(a) para descobrir quais são características de um dispositivo desse tipo. O diagrama lógico do registrador 74194 é mostrado na Figura 9-7(b). Como se trata de um registrador de 4 bits, há quatro flip-flops. Alguns circuitos de disparo adicionais podem ser necessários para que o registrador de deslocamento universal desempenhe outras funções. O diagrama de pinos da Figura 9-7(c) apresenta a descrição das entra- Registradores de deslocamento Teste seus conhecimentos (Figura 9-6) capítulo 9 www Saída 275 O registrador de deslocamento bidirecional é projetado para incorporar virtualmente todas as características desejáveis em um dispositivo registrador. O circuito utiliza 45 portas equivalentes e possui entradas paralelas, saídas paralelas, entradas seriais com deslocamento à direita, entradas para controle do modo de operação e um terminal de reinicialização. O registrador possui diversos modos de operação: Carga paralela; Deslocamento à direita (De QA para QD); Deslocamento à esquerda (De QD para QA); Inibir clock (sem ação). O carregamento paralelo síncrono ocorre ao se aplicar 4 bits de dados e manter ambas as entradas de controle de modo S0 e S1 em nível ALTO. Os dados são carregados nos flip-flops associados e são transferidos à saída após a transição positiva da entrada de clock. Durante o carregamento paralelo, o fluxo serial de dados é interrompido. O deslocamento à direita ocorre de forma síncrona com a borda positiva do pulso de clock quando S0 é ALTA e S1 é BAIXA. Neste modo, os dados seriais são inseridos na entrada de dados com deslocamento à direita. Quando S0 é BAIXA e S1 é ALTA, os dados são deslocados sincronamente à esquerda e novos dados são inseridos na entrada serial de deslocamento à esquerda. O pulso de clock do flip-flop é desativado quando ambas as entradas de controle de modo são BAIXAS. O modo de operação do CI S54194/N74194 só deve ser modificado quando a entrada de clock é ALTA. (a) Descrição Entrada serial de deslocamento à direita S0 Controle de modo A (2) (9) Entrada serial de deslocamento à esquerda D (6) (7) Entradas paralelas B (3) C (5) (4) (10) S1 (11) Clock (1) Reinicializar R CLR R S CLR R CLK CLK S QA (15) (14) R CLK S QC QB QA CLR QB (13) S CLR CLK QD QC (12) QD Saídas paralelas Reinicializar Entrada serial (deslocamento à direita) A 1 ENTRADAS 2 3 15 QA 13 QC C 5 12 Q D D 6 11 Entrada serial (deslocamento à esquerda) GND 7 10 S1 B 8 MODO 9 Clock S0 (c) Diagrama de pino Entradas paralelas de dados QA QB QC X L L L L X X QA0 QB0 QC0 QD0 c d a b c d X X X H QAn QBn QCn X X X L QAn QBn QCn X X X QBn QCn QDn H X X X X QBn QCn QDn L X X X X QA0 QB0 QC0 QD0 B C D X X X X X X X X X X a b H X H X H X L X L H X X H L L X L L X X CLOCK L X X X X H X X L H H H H L H L H H H H X (d) Tabela verdade S0 S1 Reinicializar Entradas seriais de dados PARALELAS A S0 Clock Entradas de controle de modo SAÍDAS SERIAIS ESQUERDA DIREITA S1 REINICIALIZAR 14 QB 4 Entradas paralelas (b) Diagrama lógico 16 VCC QD H nível ALTO (regime permanente) L nível BAIXO (regime permanente) X condição irrelevante (qualquer entrada, incluindo transições) transição de nível BAIXO para ALTO a,b,c,d, nível da entrada de regime permanente em A, B, C ou D, respectivamente níveis de QAO, QBO, QCO, QDO, respectivamente, anteriores ao estabelecimento das condições de regime permanente indicadas níveis de QAO, QBO, QCO, QDO, respectivamente, anteriores à última transição do pulso de clock. R L A B H L C D H L Q A Sistemas Sequenciais Q 276 Saidas B Q C Q D Reinicializar carga Deslocamento à direita Deslocamento à esquerda Inibição Reinicializar (e) Reinicialização típica, sequência de deslocamento e carga. Figura 9-7 Registrador de deslocamento TTL universal de quatro bits (74194). (a) Descrição. (b) Diagrama lógico. (c) Configuração dos pinos. (d) Tabela de funções (tabela verdade). (e) Formas de onda. das e saídas. O uso deste diagrama é fundamental para a utilização do CI 74194. A tabela verdade e os diagramas de forma de onda mostrados na Figura 9-7(d) e (e), respectivamente, são muito úteis na análise do funcionamento do CI registrador 74194, onde os modos de operação Teste seus conhecimentos Nesta seção, o registrador de deslocamento universal 74194 será utilizado de diversas formas. A Figura 9-8(a) e (b) mostra o CI 74194 utilizado como um registrador com carga serial. Um registrador de deslocamento com DESLOCAMENTO À DIREITA E CARGA SERIAL é representado na Figura 9-8(a), o qual opera da mesma maneira que o dispositivo da Figura 9-3. A Tabela 9-1 também pode ser empregada para analisar o funcionamento desse registrador. Note que as ENTRADAS DE CONTROLE DE MODO DE OPERAÇÃO (S0, S1) devem possuir os níveis lógicos mostrados no diagrama para que o registrador opere com deslocamento à direita. O deslocamento à direita é definido pelo Sobre a eletrônica Orientando a construção de fibra óptica Guias de luz utilizadas em telecomunicações (cabos de fibra óptica) devem ser unidas cuidadosamente de modo que a menor quantidade de luz possível escape na junção. Na figura a seguir, tem-se uma guia de luz pronta para ser unida a outra fibra. A fibra é mantida fixa pelas ranhuras existentes em um par de pastilhas de silício. Dessa forma, a junção das fibras ocorre com alinhamento quase perfeito. fabricante como o deslocamento de QA para QD. O registrador da Figura 9-8(a) desloca os dados para a direita, os quais são perdidos após deixarem QD. Na Figura 9-9, o CI 74194 é utilizado como um registrador de deslocamento à direita/à esquerda com carga paralela. Com um único pulso de clock, os dados das entradas de carga paralela A, B, C e D são exibidos no display. A carga ocorre apenas quando ambas as entradas de controle de modo de operação (S0, S1) possuem nível 1. Há três modos de operação possíveis: deslocamento à direita, deslocamento à esquerda ou inibição. As entradas seriais de deslocamento à direita e à esquerda devem possuir níveis 0 para que estes sejam inseridos no registrador nos respectivos modos de funcionamento. Quando a entrada de controle do modo de funcionamento encontra-se na posição de inibição Registradores de deslocamento Utilização do CI registrador de deslocamento 74194 capítulo 9 www de reinicialização, carga, deslocamento à direita, deslocamento à esquerda e inibição são representados. Quando o registrador de deslocamento universal 74194 for utilizado, deve-se analisar cuidadosamente a tabela verdade e os diagramas de forma de onda respectivos. 277 Entrada serial de deslocamento à direita Clock QA SAÍDAS A B C D QB Registrador de deslocamento à direita com Q C carga serial ENTRADAS Reinicializar QD CLR (74194) Controle de modo 1 0 S0 S1 (Posição do deslocamento à direita) (a) Entrada serial de deslocamento à esquerda Clock ENTRADAS Reinicializar QA SAÍDAS A B C D QB Registrador de deslocamento à esquerda com Q C carga serial QD CLR (74194) Controle de modo 0 1 S0 S1 (Posição do deslocamento à esquerda) (b) Sistemas Sequenciais Figura 9-8 (a) CI 74194 utilizado como um registrador de deslocamento à direita com carga serial. (b) CI 74194 utilizado como um registrador de deslocamento à esquerda com carga serial. 278 (S00, S10), os dados não são deslocados para a esquerda ou direita, permanecendo estáticos no registrador. Quando o CI 74194 é utilizado, deve-se atentar às entradas de controle do modo de funcionamento, que por sua vez controlam a operação do registrador. A entrada CLR reinicializa o registrador para 0000 quando é ativada por um nível 0. A entrada assíncrona CLR sobrescreve os estados de todas as demais entradas. Dois CIs registradores de deslocamento 74194 são conectados entre si na Figura 9-10 formando um REGISTRADOR DE DESLOCAMENTO COM CARGA PARALELA DE 8 BITS. A entrada CLR reinicializa as saídas para 0000 0000. As entradas de carga paralela A a H permitem a inserção de todos os 8 bits de dados em um único pulso de clock (controle de modo: S01, S11). No modo de deslocamento à direita (S01, S10), o registrador provoca o deslocamento para QA A B C D Entradas de carga paralela SAÍDAS A B C D QB Registrador de deslocamento com carga QC paralela ENTRADAS Entrada serial de deslocamento à direita 0 Entrada serial de deslocamento à esquerda 0 Clock Reinicializar CLK CLR QD (74194) Controle de modo Carga paralela Deslocamento à direita Deslocamento à esquerda Inibição S0 1, S1 1 S0 1, S1 0 S0 0, S1 1 S0 0, S1 0 S0 S1 Figura 9-9 CI 74194 utilizado como um registrador de deslocamento à direita/à esquerda com carga paralela. Entrada serial de deslocamento à direita QA Clock B C E D F G A B C D E F G H ENTRADAS Entrada serial de deslocamento à direita QA QB Registrador de QC deslocamento 2 (74194) QD CLK CLR S0 S1 Linha de recirculação S0 S1 Figura 9-10 Dois CIs 74194 utilizados como um registrador de deslocamento com carga paralela de 8 bits. Registradores de deslocamento QB CLR Registrador de deslocamento 1 QC (74194) A B QD C D S1 S0 capítulo 9 A B C D Controle de modo H CLK Limpar Carga paralela SAÍDAS A 279 a direita a cada pulso de clock. Note que a linha recirculante conecta a saída H (saída QD do registrador 2) à entrada serial de deslocamento à direita do registrador 1. Os dados que normalmente seriam perdidos na saída H recirculam novamente para a posição A do registrador. Quando ambas as entradas S0 e S1 possuem nível 0, o deslocamento de dados será desativado no registrador. Como foi visto, o registrador de deslocamento universal bidirecional de 4 bits é muito útil. Os circuitos apresentados nesta seção mostram alguns exemplos de sua utilização. Lembre-se que todos os registradores de deslocamento utilizam www Teste seus conhecimentos Registrador de deslocamento CMOS de 8 bits Esta seção apresenta a operação de um dos vários registradores de deslocamento CMOS existentes comercialmente. As informações sobre o REGISTRADOR DE DESLOCAMENTO COM ENTRADA SERIAL E SAÍDA PARALELA DE 8 BITS 74HC164 são mostradas na Figura 9-11. Sistemas Sequenciais O CI CMOS 74HC164 é um registrador de 8 bits disparado pela borda. Há saídas paralelas disponíveis a partir de cada flip-flop D. O diagrama lógico detalhado da Figura 9-11(a) mostra a utilização de oito flip-flops D com as respectivas saídas paralelas de dados (Q0 a Q7). 280 O CI 74HC164 da Figura 9-11 possui entrada serial, de modo que os dados são inseridos em série por meio de uma das duas entradas (Dsa e Dsb). Observe na Figura 9-11(a) que as entradas de dados (Dsa e Dsb) são interligadas por meio de uma porta AND. www flip-flops que possuem característica de memória. Esses dispositivos também podem ser empregados na conversão de dados seriais em paralelos e vice-versa, sendo também adequados para promover atrasos na informação (linhas de atraso). Registradores de deslocamento também são utilizados em alguns circuitos aritméticos. Sistemas microprocessados e microcontrolados também empregam registradores de deslocamento semelhantes àqueles que foram apresentados neste capítulo. Há modelos semelhantes ao CI 74194, como é o caso dos CIs 74S194, 74LS194A, 74F194 e 74HC194. As entradas de dados podem ser conectadas entre si como um único terminal, ou uma delas pode ser mantida com nível ALTO enquanto os dados são inseridos na outra entrada. A entrada de reinicialização mestre (MR) do CI 74HC164 é mostrada na parte superior à esquerda da Figura 9-11(a) e é do tipo ativa-BAIXA. A tabela verdade da Figura 9-11(b) mostra que a entrada MR se sobrepõe aos estados das demais entradas e reinicializa todos os flip-flops para 0 quando é ativada. O CI 74HC164 desloca os dados uma posição para a direita a cada transição do pulso de clock do nível BAIXO para ALTO aplicado na entrada CP. O pulso de clock ainda insere os dados provenientes das entradas de dados (Dsa e Dsb) na saída Q0 de FF 1, de acordo com a Figura 9-11(a). O diagrama de pinos do CI 74HC164 é reproduzido na Figura 9-11(c). A tabela útil da Figura 9-11(d) descreve a função de cada pino desse CI CMOS. Teste seus conhecimentos (Figura 9-12) 281 FF1 RD CP D Q Q0 FF2 RD CP D H H H H Deslocamento à direita X CP X l h l h l l h h Dsb X Dsa L L L H L Q0 q0–q6 q0–q6 q0–q6 q0–q6 L–L Q1–Q7 SAÍDAS Q Q1 4 5 6 7 Q2 Q3 GND 3 2 1 Q1 Q0 Dsb Dsa FF3 RD CP D Q Q2 (c) 164 (a) FF4 RD CP D Q 8 CP 9 MR 10 Q4 11 Q5 12 Q6 13 Q7 14 Vcc Q3 Q Q4 FF6 RD CP D Q5 14 9 8 Vcc MR CP GND Q0 to Q7 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12, 13 7 Dsa,Dsb SÍMBOLO Q 1,2 NÚMERO DO PINO DESCRIÇÃO DOS PINOS FF5 RD CP D Q Q6 FF8 RD CP D Q Q7 (d) Tensão de alimentação positiva Entradas mestre de reset (ativas-BAIXAS) Entradas de clock (disparadas pela borda, mudança do nível BAIXO para ALTO) Terra (0 V) Saídas Entradas de dados NOMENCLATURA E FUNÇÃO FF7 RD CP D capítulo 9 Registradores de deslocamento Figura 9-11 Registrador de deslocamento CMOS com entrada serial e saída paralela de 8 bits (74HC164). (a) Diagrama lógico detalhado. (b) Tabela verdade. (c) Diagrama de pinos. (d) Descrições dos pinos. (b) H nível de tensão ALTO h tempo de ajuste do nível de tensão ALTO anterior à mudança de estado do pulso de clock de BAIXO para ALTO L nível de tensão BAIXO l tempo de ajuste do nível de tensão BAIXO anterior à mudança de estado do pulso de clock de BAIXO para ALTO q letras minúsculas indicam o estado da anterior à mudança de estado do pulso de clock de BAIXO para ALTO transição do pulso de clock de nível BAIXO para ALTO L MR Reinicializar (limpar) Modos de operação ENTRADAS Tabela verdade – Registrador de Deslocamento 74HC164 MR CP Dsb Dsa Sobre a eletrônica Dispositivos para os “cegos” O sistema pessoal de visualização NOMAD™ consiste em um visor de alta resolução que pode ser utilizado de forma fixa na cabeça. O dispositivo permite que uma pessoa em movimento visualize informações em uma tela independentemente das condições de iluminação do ambiente. O sistema NOMAD impõe imagens de alto contraste no campo de visão do usuário. As informações podem consistir em diagramas, registros de manutenção ou manuais de forma geral. Assim, equipes de manutenção podem acessar informações mesmo trabalhando em andaimes ou posições críticas sem utilizar propriamente as mãos para a consulta de dados. Sistemas Sequenciais Utilização de registradores de deslocamento – roleta digital 282 O jogo da roleta costuma fascinar pessoas de todas as idades, e formas variadas desse jogo são utilizadas em programas de televisão e cassinos. Esta seção apresenta uma versão eletrônica do jogo da roleta e é um dos projetos favoritos dos estudantes de eletrônica digital. O diagrama de BLOCOS DE UMA ROLETA DIGITAL é representado na Figura 9-13. Essa versão simples utiliza a marcação de apenas oito números. Um único LED (correspondendo a um número) deverá permanecer aceso por vez. Um CONTADOR EM ANEL é um circuito que permitirá acender um LED de cada vez de forma sequencial. Esse dispositivo consiste em um registrador de deslocamento associado a alguns circuitos adicionais. Ao energizar o circuito, o registrador de deslocamento da Figura 9-13 deve ser inicialmente reinicializado para zero. Note que a chave liga-desliga não é representada no diagrama de blocos. Em seguida, quando a chave que “gira a roleta” é acionada, um único nível ALTO deve ser carregado na Amplificador de áudio 0 7 Circuitos de energização 5 V 2 6 5 Entrada da roleta Oscilador controlado por tensão 1 4 3 Contador em anel Registrador de deslocamento de oito bits O oscilador controlado por tensão também envia pulsos de clock para o amplificador de áudio, sendo que cada pulso é amplificado de modo a soar como o movimento da roleta. A frequência progressivamente é reduzida até que a sequência seja interrompida, simulando a parada de um dispositivo mecânico em uma determinada posição numérica. O bloco contador em anel do jogo de roleta digital é representado detalhadamente na Figura 9-14(a). Note que o contador em anel utiliza um CI registrador de deslocamento com entrada serial e saída paralela de 8 bits 74HC164, o qual foi anteriormente estudado. Quando o circuito é energizado, o bloco de inicialização reinicializa todas as saídas em zero (todos os LEDs estão apagados). Quando se pressiona o botão para “girar a roleta”, o primeiro pulso carrega um único nível ALTO no registrador de deslocamento, como mostra a Figura 9-14(a). Os pulsos de clock seguintes movem a única luz existente ao longo do display, de acordo com a Figura 9-14(b). Note que a cada transição de nível BAIXO para ALTO do pulso de clock um único nível ALTO no CI registrador de deslocamento de 8 bits 74HC164 desloca uma posição para a direita. Quando o nível ALTO chega à saída Q7 (após o oitavo pulso de clock na Figura 9-14(b)), a LINHA DE RECIRCULAÇÃO (REALIMENTAÇÃO) transfere o nível ALTO para as entradas de dados de modo a acender o LED à esquerda (saída Q0). No exemplo da Figura 9-14(b), a chave é aberta após o décimo segundo pulso, de modo que a luz para em Q3 e este é o “número vencedor” do jogo para esta rodada. O CI REGISTRADOR DE DESLOCAMENTO DE 8 BITS 74HC164 é utilizado como um contador em anel na Figura 9-14(a). Esse circuito possui duas características que o tornam um contador em anel. Primeiro, existe uma realimentação do último flip-flop (Q7) para o primeiro (Q0). Segundo, o dispositivo é carregado com um dado padrão de níveis 1 e 0 que recirculam à medida que pulsos de clock são aplicados na entrada CP do registrador de deslocamento. Nesse caso, um único nível 1 é carregado no registrador de deslocamento e é recirculado. capítulo 9 posição 0 do display a LEDs 0. O OSCILADOR CONTROLADO POR TENSÃO emite uma sequência de pulsos de clock que progressivamente reduzem a frequência até parar. Os pulsos de clock são aplicados no contador em anel (registrador de deslocamento) e no AMPLIFICADOR DE ÁUDIO da roleta. A sequência de iluminação deve ser 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 0, 1, e assim por diante, até que o oscilador interrompa o fornecimento dos pulsos. Quando isso ocorre, um único LED deve permanecer aceso na roleta em uma posição aleatória. Registradores de deslocamento Figura 9-13 Diagrama de blocos simplificado de uma roleta eletrônica digital. 283 Botão para girar a roleta 5 V VCC CP Clock Contador em anel Energização do circuito Dsb Inicialização da limpeza MR Q7 Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Dsa Carregar um único nível ALTO LEDs indicadores de saída Q0 (74HC164) GND Q6 Q7 Linha de realimentação (a) Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Após o primeiro pulso (inicialização) Após o segundo pulso Após o terceiro pulso Após o quarto pulso Após o quinto pulso Após o sexto pulso Após o sétimo pulso Após o oitavo pulso Após o nono pulso Após o décimo pulso Após o décimo primeiro pulso Após o décimo segundo pulso "Vencedor" PARADA (b) Sistemas Sequenciais Figura 9-14 (a) Circuito contador de anel em uma roleta digital. (b) Saída do contador de anel para os primeiros 12 pulsos de clock. 284 Em resumo, o circuito da Figura 9-14(a) consiste em um jogo de roleta eletrônica muito simples. Quando se pressiona o botão para girar a roleta, uma única luz circula pelos LEDs. Quando a chave é aberta, a roleta para. de modo que a roleta continue a girar mesmo depois que o botão é liberado. É possível incluir sons para tornar a simulação mais realista. A Figura 9-15 mostra que ambas as características supracitadas foram adicionadas ao circuito. Para melhorar o jogo, o circuito da Figura 9-14 pode ser modificado incluindo-se um pulso clock O versátil CI temporizador 555 é utilizado como um oscilador controlado por tensão na Figura 9-15. Ao 285 100 47 F 10 F 47 k B 100 k 2N3904 NPN Q1 2 6 7 0,01 F E C 5 V 5 (555) Oscilador controlado por tensão 4 3 Inicialização da limpeza 1 k capítulo 9 Registradores de deslocamento B MR Dsb Dsa Contador em anel VCC GND (74HC164) CP Q2 5 V E C 5 V 2N3904 NPN Linha de realimentação Carregar um único nível ALTO Inicialização do circuito 1 8 Figura 9-15 Circuito oscilador controlado por tensão utilizado em uma roleta digital. 5 V Entrada da roleta Q7 Q6 Q5 Q4 Q3 Q2 Q1 Q0 Q0 LEDs indicadores de saída Q7 pressionar o botão para girar a roleta, o transistor Q1 é ligado. O CI 555 opera como um MV astável, de modo que a onda quadrada em sua saída aciona tanto a entrada CP do contador em anel quanto o amplificador de áudio. Os pulsos provenientes do oscilador ligam e desligam o transistor Q2 de forma alternada, acionando o alto-falante. Quando a chave que gira a roleta é aberta, o capacitor de 47 μF mantém uma carga positiva durante certo tempo, a qual é aplicada à base (B) do transistor Q1. Assim, o transistor permanece ligado por vários segundos antes de o capacitor se descarregar totalmente. À medida que isso ocorre, a tensão na base de Q1 torna-se menor e a resistência do transistor (entre emissor e coletor) aumenta. Por sua vez, isso reduz a frequência do oscilador e reduz a velocidade de deslocamento da luz na roleta. O som proveniente do alto-falante também tem sua respectiva frequência reduzida. Dessa forma, simula-se a redução da velocidade da esfera girante em uma roleta real. Revisando o procedimento, tem-se que o CIRCUITO DE ENERGIZAÇÃO E INICIALIZAÇÃO da Figura 9-15 primeiramente reinicializa o registrador de deslocamento e depois ajusta apenas a primeira saída com nível ALTO. Esses dois circuitos foram adicionados à roleta digital na Figura 9-16. Um CIRCUITO DE REINICIALIZAÇÃO AUTOMÁTICA foi incluído na Figura 9-16, consistindo em uma combinação entre resistor e capacitor (R7 e C4). Quando o circuito é energizado, a tensão no terminal superior Sistemas Sequenciais www 286 do capacitor de 0,01 μF assume inicialmente nível BAIXO, mas rapidamente atinge nível ALTO à medida que é carregado através de R7. A entrada de reinicialização mestre (MR) do registrador 74HC164 é mantida em um nível BAIXO por um tempo suficiente para que a saída do registrador de deslocamento seja reinicializada para 00000000. Neste ponto, todos os LEDs permanecem desligados. O circuito que carrega um único nível 1 no contador em anel consiste em quatro portas NAND e dois resistores (R5 e R6). As portas NAND são conectadas como um flip-flop R-S. Os dois resistores (R5 e R6) levam a saída da porta NAND (CIa) a assumir nível ALTO quando o circuito é inicialmente energizado. Esse nível ALTO é aplicado às entradas de dados (Dsa e Dsb) do CONTADOR EM ANEL. Na primeira transição de nível BAIXO para ALTO do pulso de clock, o nível ALTO nas entradas de dados é transferido para a saída Q0 do CI 74HC164. Imediatamente, esse nível ALTO é realimentado na entrada de CId e reinicializa o latch, de modo que um nível BAIXO passa a ser aplicado nas entradas de dados (Dsa e Dsb). Um único nível ALTO foi carregado no contador em anel. Os pulsos de clock repetidos deslocam o nível ALTO (luz) ao longo do display até que a saída Q7 do contador em anel se torne ALTA, sendo que este nível é realimentado na entrada de CIc inicializando o latch. Assim, um nível 1 surge nas entradas de dados do contador em anel. Portanto, verifica-se que um único nível ALTO recircula novamente para Q0. Teste seus conhecimentos Encontrando problemas em um registrador de deslocamento Considere o registrador de deslocamento com carga serial defeituoso da Figura 9-17. Quatro flip- -flops D (dois CIs 7474) são conectados entre si formando um registrador de 4 bits. Após a busca de problemas óbvios relacionados às características mecânicas e térmicas, a seguinte sequência de testes é realizada para identificar a natureza do problema: 287 C1 R1 100 CId CIc 10 k C2 100 k 5 V R5 47 F 10 F R2 B 47 k 2N3904 NPN Q1 2 6 7 CIb CIa 0,01 F R3 E C 5 V 5 R6 C3 (555) 1 8 3 10 k Oscilador controlado por tensão 4 C4 R7 Q2 5 V E C MR Dsb GND (74HC164) VCC CP Contador Dsa em anel Linha de realimentação 0,01 F 100 k 5 V R4 B 2N3904 NPN 1 k 5 V capítulo 9 Registradores de deslocamento Figura 9-16 Representação de uma roleta digital completa, onde circuitos de inicialização foram incluídos. 5 V Entrada da roleta Q6 Q7 Q4 Q5 Q1 Q2 Q3 Q0 Q0 LEDs indicadores de saída Q7 INDICADORES DE SAÍDA Dados 2 3 ENTRADAS Clock 10 D Q CLK FF A (7474) CLR 1 5 12 11 D 14 PS V cc 9 Q CLK FF B (7474) CLR 13 7 D 4 2 3 GND 4 PS CC B 5 V 10 PS D Q CLK FF C (7474) CLR 1 5 12 11 D 14 PS V cc 9 Q CLK FF D (7474) CLR 13 GND A 7 Reinicialização Figura 9-17 Registrador de deslocamento à direita com carga serial defeituoso mencionado no exemplo. 1. Ação: Reinicializar a entrada para 0 e depois novamente para 1. Resultado: Indicadores de saída0000 (não acendem). Conclusão: Reinicialização funcionando corretamente. 2. Ação: Entrada de dados1. Um único pulso é aplicado por um gerador de pulsos na entrada CLK dos flip-flops. Resultado: Indicadores de saída1000. Conclusão: FF A carrega os níveis 1 adequadamente. Sistemas Sequenciais 3. Ação: Entrada de dados1. Um único pulso é aplicado por um gerador de pulsos na entrada CLK dos flip-flops. Resultado: Indicadores de saída1100. Conclusão: FF A e FF B carregam os níveis 1 adequadamente. 288 Resultado: Indicadores de saída1110. Conclusão: Suspeita-se da ocorrência de problemas nas proximidades de FF D ou neste próprio componente, pois um nível ALTO não foi carregado adequadamente. 6. Ação: Ponteira lógica utilizada na entrada D de FF D para verificar se D1. Resultado: D1 em FF D. Conclusão: O nível ALTO é corretamente aplicado na entrada D de FF D. 7. Ação: Um pulso é aplicado por um gerador de pulsos na entrada CLK (pino 11) do flip-flop D. Resultado: Os indicador de saída permanece em 1110. Conclusão: Não há transferência de dados da entrada D de FF D para a saída Q durante um pulso de clock. 4. Ação: Entrada de dados1. Um único pulso é aplicado por um gerador de pulsos na entrada CLK dos flip-flops. Resultado: Indicadores de saída1110. Conclusão: FF A, FF B e FF C carregam os níveis 1 adequadamente. 8. Ação: Ponteira lógica utilizada na saída Q de FF D (pino 9). Resultado: Ambos os indicadores ALTO e BAIXO da ponteira lógica não acendem. Conclusão: A saída Q de FF D (pino 9) flutua entre os níveis ALTO e BAIXO. Provavelmente, há um FF D defeituoso no segundo CI 7474. 5. Ação: Entrada de dados1. Um único pulso é aplicado por um gerador de pulsos na entrada CLK dos flip-flops. 9. Ação: Remove-se o segundo CI 7474 (FF C e FF D), substituindo-o por um componente com as mesmas características. 10. Ação: Testa-se o circuito novamente, iniciando no passo 1. Resultado: Todos os flip-flops carregam níveis 1 e 0. Conclusão: O registrador de deslocamento agora está funcionando corretamente. De acordo com a sequência de testes, a saída Q de FF D parece apresentar um nível BAIXO constante, quando na verdade esse nível flutuava entre BAIXO e ALTO. Esse fato invalida a conclusão obtida no passo 1, pois a falha era ocasionada por um circuito aberto no interior do próprio CI 7474. Novamente, o conhecimento técnico sobre o fun- Algumas vezes, dúvidas sobre o nível lógico apropriado podem persistir. Em um CIRCUITO COM REDUNDÂNCIA (onde a utilização de componentes é repetida continuamente), pode-se retornar para FF A e FF B e comparar as leituras dos níveis lógicos com aquelas obtidas para FF C e FF D. Sistemas digitais muitas vezes apresentam circuitos redundantes e essa técnica é útil na localização de falhas. Registradores de deslocamento Teste seus conhecimentos capítulo 9 www cionamento do circuito e a capacidade de observação ajudaram a localizar o problema. A ponteira lógica e o gerador de pulsos digitais são ferramentas auxiliares que ajudam a obter conclusões significativas. 289 QUESTÕES DE REVISÃO DO CAPÍTULO Resumo 1. 2. 3. 4. 5. www Registrador é o termo genérico utilizado para descrever um grupo de células de memória (como flip-flops) considerado como um único dispositivo. Outros termos utilizados para representar registradores são registrador de buffer, registradores de deslocamento e latches. Flip-flops são conectados entre si para formar registradores de deslocamento. Um registrador de deslocamento possui as características de memória e deslocamento de dados. Um registrador de deslocamento com carga serial permite que apenas um único bit de dados seja inserido a cada pulso de clock. Um registrador de deslocamento com carga paralela permite que apenas todos os bits de dados sejam inseridos de uma única vez (considerando um pulso de clock). 6. 7. 8. 9. 10. Um registrador recirculante realimenta os dados da saída na entrada. Registradores de deslocamento podem ser projetados para deslocar dados para a direita ou para a esquerda. Fabricantes disponibilizam muitos registradores de deslocamento universais versáteis comercialmente. Registradores de deslocamento são amplamente utilizados como dispositivos de memória temporária e deslocamento de dados, possuindo também outras aplicações em sistemas eletrônicos digitais. Um contador em anel é um registrador de deslocamento que (1) possui linha de recirculação e (2) é carregado com um padrão de níveis 0 e 1, o qual se repete continuamente ao longo do pulso de clock. Questões de revisão do capítulo (Figura 9-19) Questões de pensamento crítico 9-1 9-2 Sistemas Sequenciais 9-3 290 9-4 9-5 9-6 O registrador de deslocamento da Figura 9-5(b) requer a aplicação de pulsos de clock para carregar dados através das entradas de dados paralelas? Se sim, quantos pulsos de clock são necessários? O registrador de deslocamento da Figura 9-5(b) pode carregar quais níveis através das entradas de dados paralelas? Cite diversas aplicações de registradores de deslocamento em sistemas digitais. Determine o conteúdo do registrador da Figura 9-18 após a aplicação de cada um dos oito pulsos de clock (Abit à esquerda, Dbit à direita). Descreva de forma geral a natureza da saída do oscilador controlado por tensão na Figura 9-13. Observe a Figura 9-5. Descreva o procedimento que deve ser adotado ao se carregar os dados 1101 no registrador de deslocamento com carga paralela de 4 bits. Dica: lembre-se de reinicializar o registrador antes de ativar as entradas paralelas assíncronas. 9-7 Observe a Figura 9-9. Quando o CI registrador de deslocamento 74194 é utilizado, a carga paralela de dados é uma operação de que tipo? 9-8 O que é um contador em anel? 9-9 Desenhe o diagrama de blocos de uma roleta digital de 16 bits utilizando blocos representativos do oscilador controlado por tensão, amplificador de áudio, circuito de inicialização e energização e contador em anel. O circuito deve ser semelhante à roleta eletrônica de 8 bits da Figura 9-13. 9-10 A critério do seu instrutor, utilize o aplicativo de simulação de circuitos elétricos e eletrônicos INDICADORES DE SAÍDA Dados paralelos 1 1 0 0 A A B C D 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 (Deslocamento à esquerda) t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 Clock Reinicialização 0 1 1 1 1 1 1 1 Entradas seriais D QB C (Deslocamento à direita) C QA A B B Registrador D QC de deslocamento SR QD (74194) SL CLK CLR S0 S1 S0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 Controle de modo S1 Figura 9-18 Registrador de deslocamento mencionado no enunciado da Questão de pensamento crítico 4. Electronics Workbench® (EWB) ou MultiSIM® para (1) desenhar o registrador de deslocamento com carga serial de 8 bits mostrado na Figura 9-20, (2) testar a operação do registrador de 5 V A B deslocamento e (3) salvar o circuito e mostrar o funcionamento para seu instrutor. 9-11 A critério do seu instrutor, utilize o aplicativo de simulação de circuitos elétricos e C D E A B QA QB QC QD GND VCC QH QG QF QE CLR CLK F G H Reinicialização 0 Deslocamento 1 74HC164 Gerador de funções Entrada de clock 1 Hz, 5 V Figura 9-20 Circuito simulador no aplicativo EWB (utilizando a versão 5 do Electronics Workbench®). capítulo 9 Registradores de deslocamento Entrada de dados 291 eletrônicos Electronics Workbench® (EWB) ou MultiSIM® para (1) adicionar uma linha de recirculação ao registrador de deslocamento com carga serial de 8 bits projetado na Questão 9-10 (Dica: Utilize uma porta OR para Sistemas Sequenciais www 292 Respostas dos testes conectar a linha de recirculação e a entrada de dados), (2) testar a operação do registrador de deslocamento com a linha de recirculação e (3) salvar o circuito e mostrar o funcionamento para seu instrutor. capítulo 10 Circuitos aritméticos Os olhos humanos estão voltados para computadores e calculadoras modernos, provavelmente porque esses dispositivos são capazes de desempenhar tarefas aritméticas com velocidade e precisão incríveis. Naturalmente, a soma e a subtração ocorrem na forma binária. Portas lógicas convencionais são conectadas entre si para formar somadores e subtratores, os quais são circuitos lógicos combinacionais que muitas vezes são empregados em conjunto com latches e registradores para armazenar dados. Objetivos deste capítulo Desenhar o circuito de um registrador de deslocamento com carga serial utilizando flip-flops D. Memorizar e desenhar diagramas de blocos de meios somadores, somadores completos, meios subtratores e subtratores completos. Resolver problemas de soma e subtração binária manualmente e a partir de uma tabela verdade. Projetar e desenhar diagramas lógicos para diversos circuitos somadores e subtratores paralelos utilizando meios somadores, somadores básicos e portas lógicas. Utilizar o CI 7483 como um somador de 4 bits e conectar dois CIs 7483 em cascata para obter um somador de 8 bits. Resolver diversos problemas de multiplicação binária. Converter números decimais na forma complemento de 2 e vice-versa. Somar e subtrair números com sinal utilizando a soma e subtração na forma de complemento de 2. Encontrar falhas em um circuito somador completo defeituoso. Na UNIDADE DE PROCESSAMENTO CENTRAL (CPU) de um computador, os cálculos são realizados em uma seção normalmente denominada UNIDADE LÓGICA ARITMÉTICA (ULA ou, em inglês, ALU – Arithmetic-Logic Unit). A ação conjunta dessa unidade e da CPU permite realizar a soma, subtração, multiplicação, divisão, complementação comparação, deslocamento e rotação, incremento e decremento, bem como diversas operações lógicas como AND, OR e XOR. Muitos microprocessadores mais antigos e diversos MICROCONTROLADORES mais recentes (que podem ser considerados microprocessadores miniaturizados utilizados em aplicações de controle) não possuem a multiplicação e a divisão contidas em seus conjuntos de instruções. Esta seção apresenta o processo simples de soma de números binários. Como apenas dois dígitos (0 e 1) estão envolvidos, as tabelas de soma binária são simples, como mostra a Figura 10-1(a). Assim como na soma de números decimais, as três somas iniciais são triviais. A soma seguinte é 11, a qual em números decimais seria igual a 2. Em números binários, 210 é representado por 11. Portanto, em números binários a soma 11 fornece um dígito 0 à esquerda, sendo que 1 é transportado para o valor posicional mais significativo. A Figura 10-1(b) mostra alguns exemplos da soma de números binários. Para facilitar a compreensão do processo, os números também são representados na forma decimal. O primeiro problema consiste na soma dos números binários 101 e 10, resultando em 111 (número decimal 7). Esse processo torna-se simples quando as regras da soma mencionadas na Figura 10-1(a) são utilizadas. No segundo problema da Figura 10-1(b), deve-se somar 1010 e 11. Deve-se notar que 110 e um dígito 1 será transportado da casa 2s para a casa 4s de acordo com o diagrama. A resposta do problema é 1101 (número decimal 13). No terceiro problema, deve-se somar 11010 e 1100. Na figura, note que dois dígitos 1 são transportados, resultando em 100110 (número decimal 38). Soma binária Lembre-se que, em um número binário como 101011, o dígito mais à esquerda corresponde ao MSB, enquanto o dígito mais à direita representa o LSB. Além disso, os valores posicionais para o número binário são 1s, 2s, 4s, 8s, 16s e 32s. Certamente você ainda se recorda do aprendizado das tabuadas da soma e subtração no ensino fundamental. Essas operações são complexas no sistema decimal porque há muitas combinações. 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 vai 1 (a) Sistemas Sequenciais transporte 294 101 5 10 2 111 7 1 1 0 10 11 1 1 01 10 3 13 transporte transporte 11 26 11010 1 1 0 0 1 2 38 100110 (b) Figura 10-1 (a) Regras da soma binária. (b) Exemplos de somas binárias. transporte transporte 11 3 11 1 1 3 6 110 (a) 0 0 0 1 0 1 1 1 0 vai 1 1 1 1 1 vai 1 (b) Figura 10-2 (a) Exemplo de uma soma binária. (b) Regras da soma binária. Outro exemplo de soma binária é apresentado na Figura 10-2(a). A solução parece simples até se chegar à casa 2s, onde se encontra a soma binária 111, correspondendo ao número 3 no sistema decimal ou 11 no sistema binário. Esta situação não é representada na tabela de soma binária. Analisando a Figura 10-2 cuidadosamente, verifica-se que a situação 111 pode surgir em qualquer coluna, exceto na casa 1s. Assim, a tabela de soma binária está completa apenas no que se refere à coluna www 1s. A nova tabela da Figura 10-2(a) inclui a outra combinação possível correspondente a 111. A tabela da Figura 10-2(b) é válida para todos os valores posicionais (2s, 4s, 8s, 16s e assim por diante), exceto para 1s. Para ser um profissional eficiente em eletrônica digital, deve-se dominar os conhecimentos da soma binária. Alguns problemas são apresentados a seguir. Teste seus conhecimentos A tabela da soma na Figura 10-1(a) pode ser considerada uma tabela verdade. Os números somados representam as entradas da tabela verdade, correspondendo às entradas A e B na Figura 10-3(a). A tabela verdade possui duas colunas, uma utilizada na soma e a outra para armazenar o dígito acumulado (transporte ou “vai 1”). A coluna da soma é representada pelo símbolo Σ, enquanto a coluna de transporte é denominada CO. Um bloco representativo do circuito somador na Figura 10-3(b) realiza a operação descrita na tabela verdade. Esse circuito é denominado meio somador e possui duas entradas (A, B) e duas saídas (Σ, CO). Analise cuidadosamente a tabela verdade do meio somador na Figura 10-3(a). Qual é a expressão booleana que representa a saída CO? Verifica-se que é necessária uma porta AND de duas entradas para representá-la, de modo que A⋅BCO. Agora, qual é a expressão booleana que corresponde à saída da soma (Σ) do meio somador na Figura 10-3(a)? A expressão booleana é A B capítulo 10 Meios somadores Circuitos aritméticos Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. 295 ENTRADAS SAÍDAS B A CO 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 Soma Saída de transporte A XOR AND B Dígitos binários a serem somados ENTRADAS SAÍDAS Meio somador (a) (Soma) CO (Saída de transporte) (b) Meio somador ENTRADAS A B SAÍDAS XOR (Soma) AND CO (Saída de transporte) (c) Figura 10-3 Meio somador. (a) Tabela verdade. (b) Bloco representativo. (c) Diagrama lógico. A B = Σ, onde duas portas AND, dois inversores e uma porta OR são necessárias para implementar o circuito. Analisando cuidadosamente essa expressão, constata-se que esta representa uma porta XOR. De forma simplificada, pode-se escrever A ⊕ B = Σ, de modo que é necessária uma porta XOR com duas entradas para gerar essa saída. www Teste seus conhecimentos (Figura 10-4) Sistemas Sequenciais Somadores completos 296 Utilizando uma porta AND de duas entradas e uma porta XOR de duas entradas, tem-se o circuito meio somador da Figura 10-3(c), o qual é capaz de somar apenas a coluna 1s (LSB) em um problema de soma binária. Um circuito denominado somador completo deve ser empregado para somar os valores posicionais 2s, 4s, 8s e assim por diante. A Figura 10-2(b) representa a forma simplificada da tabela de soma binária, onde o caso 111 é representado. A tabela verdade da Figura 105(a) mostra todas as situações possíveis para A, B e Cin (entrada de transporte). Essa tabela verdade representa um somador completo, que é um dis- positivo utilizado na soma de todos os valores posicionais, com exceção de 1s. Um somador completo deve ser empregado quando é necessária uma entrada de transporte adicional. Seu bloco representativo é mostrado na Figura 10-5(b), onde se constata a presença de três entradas A, B e Cin que devem ser combinadas de modo a se obter as saídas Σ e CO. SAÍDAS ENTRADAS Cin B A CO 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 Soma Saída de transporte Cin Transporte B A ENTRADAS A B Somador completo SAÍDAS CO (b) (a) Somador completo A B Meio B somador CO A Cin A Meio B somador CO CO (c) Meios somadores e somadores completos são utilizados em conjunto. Para resolver o problema da Figura 10-2(a), são necessários um meio somador para a casa 1s e dois somadores para os valores posicionais 2s e 4s. Esses circuitos são extremamente simples, embora seja necessário um número maior de dispositivos quando se deseja somar números com uma grande quantidade de dígitos. Muitos circuitos semelhantes a meios somadores e somadores completos constituem a unidade lógica aritmética (ALU) de um microprocessador, sendo utilizados para somar números binários de 8, 16 e 32 bits em um microcomputador. Posteriormente neste capítulo, serão utilizados somadores para realizar a subtração binária. capítulo 10 Uma das formas mais simples para se obter o circuito combinacional correspondente a um somador completo é apresentada na Figura 10-5(c), onde dois circuitos meios somadores e uma porta OR são utilizados. Assim, a expressão resultante para esse arranjo é A ⊕ B ⊕ C Σ. A saída de transporte é representada por A B Cin (A ⊕ B) CO. O circuito lógico da Figura 10-6(a) representa um somador completo, o qual é baseado no diagrama de blocos que utiliza dois meios somadores na Figura 10-5(b). Abaixo desse circuito, tem-se um arranjo mais simples. A Figura 10-6(b) possui duas portas XOR e duas portas NAND, de modo que o circuito se torna menos complexo. Note que o circuito da Figura 10-6(b) é estritamente o mesmo da Figura 10-6(a), embora as portas NAND tenham sido substituídas por portas AND e OR. Circuitos aritméticos Figura 10-5 Somador completo. (a) Tabela verdade. (b) Símbolo representativo. (c) Implementação a partir de meios somadores e uma porta OR. 297 Meio somador A Cin B Meio somador A B A B CO CO CO (a) Cin A B CO (b) Figura 10-6 Somador completo. (a) Diagrama lógico. (b) Diagrama lógico utilizando portas XOR e NAND. www Teste seus conhecimentos (Figura 10-7) Sistemas Sequenciais Somadores de 3 bits 298 Meios somadores e somadores completos são utilizados para formar circuitos capazes de somar números com vários dígitos binários (bits). O sistema da Figura 10-8 é capaz de somar dois números binários de 3 bits, sendo representados por A2A1A0 e B2B1B0. Números correspondentes ao valor posicional 1s são inseridos no meio somador 1s. As entradas do somador 2s são a saída de transporte do meio somador e os novos bits A1 e B1 do problema. O somador 4s adiciona os bits A2 e B2 à saída de transporte do somador 2s. A soma binária total é mostrada no canto inferior direito. A saída ainda possui um valor posicional 8s para que seja possível considerar a representação de números superiores a 111. Note que a saída de transporte do somador 4s (CO) corresponde ao indicador de saída 8s. O somador binário de 3 bits opera de forma semelhante ao processo de soma e transporte manual. O somador eletrônico da Figura 10-8 é muito mais rápido que a operação manual. Note que somadores com múltiplos bits empregam um meio somador apenas para a coluna 1s, sendo que somadores completos são necessários para os demais valores posicionais. Problema A2 A1 A0 B2 B1 B0 A0 B0 ENTRADAS A B Meio somador 1s Cin A1 B1 A B Somador completo 2s Cin A2 B2 A B CO CO Somador completo 4s CO 8s 4s 2s 1s RESULTADO DA SOMA NA SAÍDA Figura 10-8 Somador paralelo de 3 bits. Em um somador paralelo, todos os bits são aplicados nas entradas simultaneamente. O resultado da soma é exibido na saída quase imediatamente. O somador Subtração binária Somadores e subtratores são muito semelhantes entre si. Meios subtratores e subtratores completos são dispositivos análogos aos meios somadores e somadores completos, respectivamente. As tabelas de subtração binária são representadas na Figura 10-9(a) e essas regras são exibidas na forma de tabela verdade na Figura 10-9(b). No lado da entrada, B é subtraída de A resultando na saída Di (resto ou diferença). Se B for maior que A como na linha 2, é necessário o empréstimo, representado pela coluna BO. O diagrama de blocos de um meio subtrator é mostrado na Figura 10-9(c). As entradas A e B estão localizadas à esquerda e as saídas Di e BO encontram-se à direita. Observando a tabela verdade da Figura 10-9(b), é possível determinar a expressão booleana para o meio subtrator, que corresponde a A ⊕ B = Di para a coluna Di e é idêntica para o meio somador (de acordo com a Figura 10-3(a)). A expressão booleana para a coluna BO é A B = BO. A combinação de ambas as expressões resulta no circuito lógico Figura 10-9(d), que representa o meio subtrator e é bastante semelhante ao circuito meio somador da Figura 10-4. Circuitos aritméticos Teste seus conhecimentos capítulo 10 www paralelo da Figura 10-8 é um circuito lógico combinacional que requer o uso de vários registradores para bloquear os dados nas entradas e nas saídas. 299 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 0 empresta 1 (a) ENTRADAS SAÍDAS A 0 B 0 Di 0 BO 0 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 Diferença 0 Empréstimo A B (b) ENTRADAS A B SAÍDAS Meio subtrator Di (Diferença) 10-10(b). Por exemplo, a linha 5 da tabela representa a situação da coluna 1s na Figura 10-10(a). As colunas 2s, 4s, 8s, 16s e 32s correspondem às linhas 3, 6, 3, 2 e 6 da tabela verdade, respectivamente. O diagrama de blocos de um subtrator completo é mostrado na Figura 10-11(a), onde as entradas A, B e Bin são mostradas à direita e as saídas Di e BO são mostradas à direita. Analogamente ao somador completo, o subtrator completo pode ser implementado a partir de dois meios subtratores e uma porta OR, o que é efetivamente mostrado na Figura 10-11(b). O diagrama lógico do subtrator completo é apresentado na Figura 10-11(c), o qual possui a tabela verdade da Figura 10-10(b). O circuito AND-OR da saída BO pode ser convertido a três portas NAND caso seja necessário, sendo semelhante ao arranjo da Figura 10-6(b). BO (Empréstimo) 32s 16s (c) 8s 4s 2s 1s 10 10 0 10 0/ 0/ 1/ 0/ 1 1 0 1 0 A B 1 0 1 1 Di 1 A Di (Diferença) B 1/ 1 BO (Empréstimo) (a) (d) Sistemas Sequenciais Figura 10-9 (a) Regras da subtração binária. (b) Tabela verdade de um meio subtrator. (c) Diagrama de blocos de um meio subtrator. (d) Diagrama lógico de um meio subtrator. 300 Quando as diversas colunas de dígitos binários são subtraídas, deve-se considerar o empréstimo. Considere a subtração dos números na Figura 10-10(a), onde é possível verificar as diferenças e empréstimos. Observe o problema cuidadosamente e descubra se você é capaz de realizar a subtração binária através desse método, aplicado às questões do Teste a seguir. A tabela verdade que considera todas as possibilidades da subtração binária é apresentada na Figura SAÍDAS ENTRADAS A B Bin Di BO 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 Diferença Empresta 1 A B Bin (b) Figura 10-10 (a) Exemplo de uma subtração binária. (b) Tabela verdade de um subtrator completo. ENTRADAS Bin A B Di Subtrator completo SAÍDAS BO (A B Bin) (a) Subtrator completo Bin Di A A B B Meio subtrator (A B) B Di A Meio subtrator BO (A B) Di BO BO (b) Meio subtrator B Bin Di A Di Meio subtrator A B BO A Di B BO BO www Teste seus conhecimentos Subtratores paralelos Meios subtratores e subtratores completos são conectados entre si para formar um SUBTRATOR PARALELO. Anteriormente, somadores foram conectados na forma de um somador paralelo, a exemplo do dispositivo da Figura 10-8. Esse circuito é considerado um somador paralelo porque todos os dígitos do problema podem ser inseridos simultaneamente nas entradas. A Figura 10-12 mostra um único meio subtrator e três subtratores completos. Esses dispositivos são capítulo 10 Figura 10-11 (a) Subtrator completo. (a) Bloco representativo. (b) Implementação a partir de meios subtratores e uma porta OR. (c) Diagrama lógico. Circuitos aritméticos (c) 301 Sobre a eletrônica Localizador remoto Um dos aspectos mais perigosos relacionados à exploração de locais desertos e remotos sempre foi a dificuldade de procurar ajuda em caso de acidentes – pelo menos até pouco tempo. Novos dispositivos portáteis, a exemplo do aparelho mostrado na figura ao lado fabricado por Magellan, utilizam tecnologia de satélite para enviar mensagens como pedidos de socorro e fornecer as coordenadas exatas de localização para as equipes de resgate. Problema A3 A2 A1 A0 B3 B2 B1 B0 Di A0 B0 A B Meio subtratror 1s Bin A A1 B1 B BO Di Subtrator completo 2s BO ENTRADAS Bin A2 B2 A B Di Subtrator completo 4s Sistemas Sequenciais Bin 302 A3 B3 A B BO Di Subtrator completo 8s 8s 4s 2s 1s RESULTADO DA DIFERENÇA NA SAÍDA Figura 10-12 Subtrator paralelo de 4 bits. arranjados na forma de um subtrator paralelo de 4 bits, capaz de subtrair dois números B3B2B1B0 e A3A2A1A0. Note que o circuito na parte superior (meio subtrator) subtrai os bits menos significativos (casa 1s). A saída BO do subtrator 1s é conectada à entrada Bin do subtrator 2s. Cada saída BO de um dado subtrator é conectada à entrada de empréstimo que corresponde ao bit mais significativo seguinte. Essas linhas de empréstimo desempenham as funções que foram abordadas anteriormente na tabela. www Sobre a eletrônica Armazenamento compacto de dados O armazenamento de informações torna-se mais rápido e mais compacto a cada dia. Atualmente, pesquisadores transpõem os limites do silício para encontrar formas de transmitir, armazenar e acessar dados por meio de moléculas. O primeiro passo para a combinação de sistemas moleculares e eletrônicos consiste na magnetização de moléculas únicas separadas. Teste seus conhecimentos CIs somadores Fabricantes de CIs disponibilizam diversos somadores, a exemplo do CI SOMADOR BINÁRIO COMPLETO DE 4 BITS TTL 7483, cujo símbolo é representado na Figura 10-13. A adição de dois números binários de 4 bits (A3A2A1A0 e B3B2B1B0) é mostrada a partir das oito entradas do CI 7483. Note a diferença entre numeração dos dígitos do problema e do CI, de modo que os subíndices utilizados nos dois casos não são os mesmos. Para somar apenas dois números de 4 bits, a entrada CO é mantida em zero, a qual também pode ser designada como Cin por alguns fabricantes. As saídas da soma são conectadas aos indicadores Problema A3 A2 A1 A0 B3 B2 B1 B0 5 V ENTRADAS A1 VCC 1 Somador de 4 bits alternativo=CI CMOS 4008 B1 A3 Somador completo de 4 bits 4 B3 A4 B4 Entrada de transporte C0 3 C4 Saída de transporte (7483) GND 16s 8s 4s SAÍDA GND GND Figura 10-13 CI somador binário de 4 bits 7483. 2s 1s capítulo 10 B2 Circuitos aritméticos 2 A2 303 de saída. A saída C4 é conectada ao indicador 16s, sendo também representada como a saída CO por alguns fabricantes. O somador binário pode indicar um resultado de até 11110 (número decimal 30) quando são somados os números 1111 e 1111. B7B6B5B4B3B2B1B0, resultando em um número de 9 bits cujo valor máximo é 1111111102 (1FE16 ou 51010). Por exemplo, se as entradas são 000111002 e 111000112, então a saída será 111111112 (em hexadecimal, tem-se 1CE3FF). A organização interna do CI somador 7483 é mostrada na Figura 10-14. Esse é um circuito lógico combinacional sem característica de memória. A numeração dos pinos utilizada no CI 7483 é mostrada entre parênteses no diagrama lógico da Figura 10-14. Por exemplo, a entrada de dados A1 corresponde ao pino 10 na versão DIP do CI somador 7483. Constata-se no diagrama lógico da Figura 10-14 que o circuito é deveras complexo. Outros modelos semelhantes de somadores são os CIs 74LS83, 74C83 e 4008. Outros somadores de 4 bits que possuem as mesmas funções que o CI 7483 com uma configuração de pinos distinta são os CIs 74283, 74LS283, 74S283, 74F283 e 74HC283. O somador 7483 pode ser conectado em cascata interligando-se a saída C4 (saída de empréstimo) do CI1 à entrada CO (entrada de transporte) do CI 7483 seguinte (CI2). Essa conexão em cascata é representada na Figura 10-15, onde se obtém um SOMADOR BINÁRIO DE 8 BITS. Esse circuito é capaz de somar dois números binários A7A6A5A4A3A2A1A0 e www Teste seus conhecimentos Multiplicação binária Sistemas Sequenciais No ensino fundamental, você aprendeu o processo da multiplicação de forma semelhante ao mostrado na Figura 10-16(a). O número de cima é denominado MULTIPLICANDO, enquanto o número de baixo representada o MULTIPLICADOR. A solução do problema é denominada PRODUTO. No caso da Figura 10-16(a), tem-se o produto 7×428. 304 Um circuito aritmético mais complexo é o CI 74LS181, o qual juntamente com o modelo 74LS381 é descrito como um gerador de funções/ unidade lógica aritmética. Esses CIs desempenham o papel de ALUs em microprocessadores e microcontroladores simples. As funções incluem a soma, subtração, deslocamento, comparação de magnitude, operações lógicas XOR, AND, NAND, OR, NOR e várias outras. O CI 74LS181 possui dispositivos CMOS semelhantes como 74HC181 e MC14581. A Figura 10-16(b) mostra que efetivamente a multiplicação corresponde a um processo de somas sucessivas ou repetidas. O processo é representado pelo multiplicando (7) sendo somado quatro vezes porque o multiplicador é igual a 4. O produto é igual a 28. Quando se deseja multiplicar 54×14, o processo de somas sucessivas torna-se complexo e persiste por um tempo excessivamente longo. O multiplicando (54) deve ser somado 14 vezes para se obter o produto igual a 576. A maioria das pessoas tentará multiplicar 54 por 14 utilizando o procedimento mostrado na Figura 10-17(a). Para resolver este problema, inicialmente multiplica-se o multiplicando 54 por 4. Isso resulta no primeiro produto parcial (216) mostrado na Figura 10-17(b). Em seguida, multiplica-se o multiplicando 54 por 1. Na verdade, o multiplicando é multiplicado por um fator de 10 segundo a Figura 10-17(c), resultando em um segundo produto parcial de 540. Ambos os produtos parciais (216 e 540) são somados, resultando no produto final de 756. É comum omitir o número 0 na extrema direita do segundo produto parcial, como mostra a Figura 10-17(a). É importante entender o processo reproduzido na Figura 10-17. O multiplicando é inicialmente multiplicado pelo LSD do multiplicador, fornecendo o primeiro produto parcial. Então, o segundo produto parcial é calculado multiplicando-se o Saída de transporte (14) A4 B3 A3 B2 A2 B1 (1) (15) (4) (3) (2) A1 C0 3 (7) (8) (6) 2 (11) (9) LSBs 4 MSB (10) 1 LSB (13) Entrada de transporte Figura 10-14 Diagrama lógico detalhado do CI somador binário de 4 bits 7483. multiplicador pelo MSD do multiplicador. Ambos os produtos parciais são somados resultando no produto final. Esse mesmo processo é utilizado na MULTIPLICAÇÃO BINÁRIA. A multiplicação binária é muito mais simples que a multiplicação decimal, pois o sistema binário possui apenas dois dígitos (0 e 1). As regras da multiplicação binária são apresentadas na Figura 10-18(a). Circuitos aritméticos MSBs (16) capítulo 10 B4 C4 305 306 B6 A6 B5 B4 B3 B2 B1 A1 B0 A4 B3 A3 B2 A2 B1 A1 16 B 13 4 C Entrada de 0 transporte 1 4 3 7 8 11 10 C4 4 3 2 1 14 2 1 6 9 GND 12 2 Somador 3 binário 15 completo 4 de 4 bits 14 C5 (7483) CI2 5 VCC 5 V 2 6 9 15 Conexão de transporte A7 A6 A5 A4 A3 A2 A1 A0 B7 B6 B5 B4 B3 B2 B1 B0 Soma de 9 bits A0 5 V 5 10 VCC A1 11 B1 CI1 8 A2 7 B2 Somador 3 A3 binário 4 completo B3 de 4 bits 1 A4 (7483) 16 B4 13 C Entrada de 0 GND transporte 12 MSB 256s Saída de transporte Saída de transporte 128s Figura 10-15 Conexão de dois somadores 7483 em cascata formando um circuito somador binário de 8 bits. B7 A7 ENTRADAS (dois número binários de 8 bits) A5 A4 A3 A2 Sistemas Sequenciais 32s 16s 8s 4s Resultado da soma binária na saída 64s 2s 1s LSB 7 4 28 Multiplicando Multiplicador Produto (a) Multiplicando Produto 7 7 7 7 28 Multiplicador 4 (b) Figura 10-16 (a) Exemplo de multiplicação decimal. (b) Multiplicação usando o método das somas sucessivas. Esse processo é semelhante ao que ocorre com números decimais. A Figura 10-18(b) mostra uma exemplo onde 1112 é multiplicado por 1012. Inicialmente, o multiplicando (111) é multiplicado pelo bit 1s do multiplicador, resultando no primeiro PRODUTO PARCIAL correspondente a 111, como mostra a Figura 10-18(b). Em seguida, o multiplicando é multiplicado Multiplicando Multiplicador Produto À medida que se resolve problemas de multiplicação binária a exemplo das questões do Teste, adquire-se certa prática no processo. 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 Primeiro produto parcial Decimal 7 5 35 Primeiro produto parcial Segundo produto parcial (c) Figura 10-17 (a) Exemplo de multiplicação decimal. (b) Cálculo do primeiro produto parcial. (c) Cálculo do segundo produto parcial. Binária 1 1 1 00 111 10 0 0 11 01 11 0 Multiplicando Multiplicador Primeiro produto parcial Segundo produto parcial Circuitos aritméticos (a) (b) 54 1 216 54 Outro problema de multiplicação binária é apresentado na Figura 10-19. À esquerda, tem-se a representação na forma decimal, sendo que o problema é repetido à direita na forma binária onde se multiplica 11011 por 1100. Assim como na multiplicação decimal, os zeros no multiplicador podem ser representados no resultado na parte inferior para corresponder aos valores posicionais 1s e 2s do número binário. O produto final é igual a 101000100, sendo igual ao número decimal 324. Regras da mulplicação binária (a) 54 14 216 Note que o mesmo problema de multiplicação é representado à esquerda da Figura 10-18(b) para efeito de comparação. O produto binário 100011 equivale ao número decimal 35. Terceiro produto parcial 11 Produto (b) Figura 10-18 CI CMOS (a) Regras da multiplicação binária. (b) Exemplo de multiplicação binária. capítulo 10 54 14 216 54 756 pelo bit 2s do multiplicador, resultando no segundo produto parcial (0000). Note que o LSB do segundo produto parcial é omitido na Figura 10-18(b). Então, multiplica-se o multiplicando pelo bit 4s do multiplicador, resultando no terceiro produto parcial 11100, que é escrito na forma 111. Finalmente, o primeiro, o segundo e o terceiro produtos parciais são somados, resultando no número binário 100011. 307 Decimal 2 1 5 27 32 Binária 11 1 1101 11011 4 101000 7 2 4 011 100 100 Multiplicando Multiplicador Terceiro produto parcial Quarto produto parcial 100 Produto Figura 10-19 Exemplo de multiplicação binária. www Teste seus conhecimentos Multiplicadores binários É possível multiplicar números pelo processo das somas sucessivas, como mostra a Figura 10-16(b). O multiplicando (7) pode ser somado quatro vezes para se obter o produto (28). O diagrama de blocos do circuito que desempenha essa função é mostrado na Figura 10-20. O multiplicando é mantido no registrador da parte superior da figura. Nesse exemplo, o multiplicando é o número decimal 7 ou binário 111. O multiplicador é mantido no contador decrescente mostrado à esquerda da Figura 10-20. O multiplicador corresponde ao número decimal 4 ou binário 100. O registrador do produto armazena o valor correspondente a 28. Registrador do multiplicando Sistemas Sequenciais Contagem decrescente do multiplicador 308 Somador Registrador do produto Figura 10-20 Diagrama de blocos de um sistema multiplicador por somas sucessivas. A técnica das somas sucessivas é representada na Figura 10-21, onde o quadro mostra como o multiplicando (número binário 111) é multiplicado pelo multiplicador (número binário 000). O registrador do produto é reinicializado para 00000. Após uma contagem decrescente, um produto parcial 00111 (número decimal 7) surge no registrador de produtos. Após a segunda contagem decrescente, um produto parcial 01110 (número decimal 14) surge no registrador de produtos. Após a terceira contagem decrescente, um produto parcial 10101 (número decimal 21) surge no registrador de produtos. Após a quarta contagem decrescente, o produto final 11100 (número decimal 28) surge no registrador de produtos. Assim, o problema da multiplicação (7×428) foi resolvido, de modo que o circuito da Figura 10-20 foi capaz de somar o número 7 quatro vezes para fornecer o produto 28. Esse tipo de circuito não é muito usado porque o processo de somas sucessivas requer um tempo longo à medida que números maiores são multiplicados. Um método mais prático utilizado por circuitos eletrônicos digitais consiste na soma e deslocamento (ou MÉTODO DE DESLOCAMENTO E SOMA). A Figura 1022 apresenta um problema de multiplicação binária. Nesse caso, o número binário 111 é multiplicado por 101 (7×5 em números decimais). Esse procedimento manual é padrão, exceto pelo produto temporário na linha 5. A linha 5 foi acrescentada para que seja possível compreender melhor como o processo ocorre em circuitos digitais. A observa- Carga com número binário Após uma contagem decrescente Após duas contagens decrescentes Após três contagens decrescentes Após quatro contagens decrescentes Registrador do multiplicando 111 111 111 111 111 Contador do multiplicador 100 011 010 001 000 00000 00111 01110 10101 11100 Registrador do produto Carga Interrupção Figura 10-21 Multiplicação dos números binários 111 e 100 utilizando o circuito de somas sucessivas. 1. Os produtos parciais são sempre iguais a 000 se o multiplicador é 0, sendo iguais ao multiplicando se o multiplicador é 1. 2. O registrador do produto requer um número de bits duas vezes maior que o registrador do multiplicando quando o multiplicador possui o mesmo ou um número menor de bits. 3. O primeiro produto parcial é deslocado uma casa para a direita (em relação ao segundo produto parcial) quando a soma é realizada. Pode-se constatar cada uma dessas características no problema exemplo da Figura 10-22. As características importantes da multiplicação foram fornecidas, de modo que um circuito pode ser projetado. A Figura 10-23(a) mostra um circuito que realiza a multiplicação binária. Note que o multipli- Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Linha 6 Linha 7 1 1 1 00 01 111 1000 1 0 1 0 1 1 1 1 Utiliza-se o circuito da Figura 10-23(a) para demonstrar o procedimento detalhado da multiplicação. O diagrama da Figura 10-23(b) mostra o processo de multiplicação de 111 por 101 passo a passo utilizando método de soma e deslocamento. O número 111 é carregado no registrador do multiplicando. Os registradores do acumulador e do multiplicador são carregados no passo A representado na Figura 1023(b). O passo B mostra a soma dos números 0000 e 111 dos registradores do acumulador e do multiplicador quando o nível 1 é aplicado na conexão de controle. Isso é semelhante à linha 3 do problema de multiplicação da Figura 10-22. No passo C, ambos os Multiplicando Multiplicador Primeiro produto parcial Segundo produto parcial 1 Produto temporário (linha 3 + linha 4) Terceiro produto parcial 11 Figura 10-22 Exemplo de multiplicação binária. Produto capítulo 10 Linha 1 cando (111) é carregado no registrador no canto superior esquerdo. Por sua vez, o multiplicador (101) é carregado no registrador no canto superior direito. Além disso, verifica-se que o acumulador e o multiplicador estão unidos, o que é representado pela região sombreada que conecta os dois registradores. Circuitos aritméticos ção da multiplicação binária chama a atenção para três fatos importantes: 309 (a) Registrador do multiplicando 1 1 Conexão de controle 1 1=Somar 0=Não somar 1s 2s 4s 1s 2s 4s 8s Somador paralelo Registrador do acumulador 0 (b) 0 0 Registrador do multiplicador 0 Registrador do acumulador Limpar+Carregar A 0 0 0 1 0 Registrador do acumulador 0 1 1 0 0 1 0 1 1 Controle 1 Registrador do multiplicador 1 Registrador do acumulador Deslocamento à direita C 1 Registrador do multiplicador Somador paralelo Somar B 0 1 0 1 Registrador do multiplicador 1 1 1 1 0 0 Registrador do acumulador Somar D 0 Deslocamento à direita 0 1 Registrador do multiplicador 1 Registrador do acumulador E 0 0 0 1 1 0 Registrador do multiplicador 1 1 1 0 1 1 Somar Registrador do acumulador F Sistemas Sequenciais 1 310 0 0 Registrador do multiplicador 0 Registrador do acumulador Deslocamento à direita G 0 MSB 1 0 1 1 1 Registrador do multiplicador 0 0 Registrador do produto final 1 1 1 LSB Figura 10-23 (a) Diagrama de um circuito multiplicador do tipo soma e deslocamento. (b) Conteúdos dos registradores do acumulador e do multiplicador no circuito multiplicador por soma e deslocamento. registradores do acumulador e do multiplicador são deslocados uma casa à direita. O dígito menos significativo do multiplicador (1) é deslocado para a extrema direita e então perdido. O passo D representa uma nova soma, onde um nível 0 é aplicado à conexão de controle de modo que nenhuma ação deve ser executada. Assim, o conteúdo do registrador permanece o mesmo. O passo D é semelhante às linhas 4 e 5 na Figura 10-22. O passo E mostra o deslocamento dos registradores em uma casa para a direita. Dessa vez, o bit 2s do multiplicador é perdido à medida que é deslocado para a extrema direita do registrador. O passo F mostra que o bit 4s do multiplicador (1) inicia o processo de soma. Então, os conteúdos do acumulador (0001) e do multiplicando (111) são somados, sendo que o resultado é inserido no registrador acumulador (1000). Esse passo é semelhante à seção esquerda das linhas 5 a 7 na Figura 10-22. No passo final G, ocorre MULTIPLICAÇÃO POR SOMA E DESLOCAMENTO, onde um único deslocamento à direita ocorre em ambos os registradores. O bit 4s do multiplicador é perdido na extrema direita do registrador. O produto final aparece em ambos os registradores como sendo 100011. Portanto, a multiplicação dos números binários 111 e 101 resulta em 100011 (isto é, 7×535 no sistema decimal). O produto final calculado pelo circuito multiplicador é o mesmo obtido na linha 7 da Figura 1022, onde o método manual foi utilizado. Em muitos computadores, procedimentos como o método da soma e deslocamento podem ser programados. Em vez de utilizar um circuito permanente para essa finalidade, programa-se uma série de instruções que representem o procedimento da Figura 10-23(b). Assim, utiliza-se um aplicativo computacional ou software para realizar a multiplicação. Essa prática reduz o número de circuitos eletrônicos existentes na CPU de um computador. MICROPROCESSADORES mais simples de 8 bits como os modelos obsoletos Intel 8080/8085, Motorola 6800 e 6502/65C02 não empregam circuitos na ALU para a realização da multiplicação. Para essa finalidade, o programador deve escrever um programa (lista de instruções) que multiplique os números. Ambos os métodos das somas sucessivas e da soma e deslocamento podem ser implementados nos microprocessadores. Dispositivos mais avançados possuem instruções de multiplicação, o que também pode ser encontrado em microcontroladores com custo mais elevado. Representação, soma e subtração na forma complemento de 2 O método complemento de 2 é muito utilizado na representação de números em microprocessadores. Por enquanto, vamos considerar apenas números positivos, embora microprocessadores sejam capazes de lidar tanto com números positivos quanto negativos. Utilizando COMPLEMENTO DE 2, é possível determinar o sinal e a magnitude de um número. Complemento de 2 de números de 4 bits Como forma de simplificação, considera-se que um processador de quatro bits seja utilizado. Isso implica que todos os dados são transferidos em grupos de quatro. O bit MSB representa o BIT DE SINAL do número, como mostra a Figura 10-24(a). Um bit de sinal igual a 0 representa um número positivo, ao passo que um bit de sinal igual a 1 corresponde a um número negativo. A tabela da Figura 10-24(b) mostra a representação de todos os números positivos e negativos de Circuitos aritméticos Teste seus conhecimentos capítulo 10 www Dois tipos de circuitos multiplicadores foram apresentados. O primeiro utiliza o processo das somas sucessivas para obter o produto, como é mostrado na Figura 10-20. O segundo arranjo emprega o método da soma e deslocamento para a multiplicação, exibido na Figura 10-23. 311 4 bits na forma de complemento de 2 entre 7 e 8. Os dígitos MSB dos números positivos na forma de complemento de 2 mostrados na Figura 10-24(b) são todos iguais a 0. Todos os número negativos (de 1 a 8) começam com 1. Note que a representação dos números positivos é idêntica àquela utilizada no sistema binário. Portanto, tem-se que 7 (decimal)0111 (complemento de 2)0111 (binário). A representação de um número negativo na forma de complemento de 2 é obtida adotando-se o complemento de 1 de um determinado número, ao qual então deve ser somado um dígito 1. Um exemplo desse processo é mostrado na Figura 10-25(a). O número decimal 4 é convertido na forma de complemento de 2 adotando-se o seguinte procedimento: 2. Converte-se o número binário resultante na forma de complemento de 1 trocando-se todos os dígitos 1 por 0 e vice-versa. Neste exemplo, 01002 corresponde a 1011 (complemento de 1). 3. Soma-se 1 ao número na forma complemento de 1, resultando no número equivalente na forma complemento de 2. Neste exemplo, 101111100, sendo que a resposta corresponde à representação na forma complemento de 2. Logo, 4101100 (complemento de 2). Essa resposta pode ser conferida na tabela da Figura 10-24(b). Para converter da forma complemento de 2 para binária, deve-se seguir o procedimento da Figura 10-25(b). Neste exemplo, o número complemento de 2 (1100) é convertido no número binário equivalente, sendo que assim o número decimal correspondente pode ser facilmente encontrado. 0 () Bit de sinal 1 () MSB 1. Converte-se o número decimal na forma binária. Neste exemplo, 410 é igual a 01002. LSB Sistemas Sequenciais (a) 312 Número decimal com sinal Representação de números de 4 bits na forma de complemento de 2 4 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0111 0110 0101 0100 0011 0010 0001 0000 1111 1110 1101 1100 1011 1010 1001 1000 0100 (Decimal) 1º passo – Conversão do número decimal em binário Mesma representação utilizada no sistema binário (b) Figura 10-24 (a) Bit mais significativo (MSB) de um registrador de 4 bits representado por um bit de sinal. (b) Representação de números positivos e negativos na forma de complemento de 2. (Binário) 2º passo – Complemento de 1 1011 (complemento de 1) passo – Soma-se 1 ao número 3º (1011 1 1100) 410 1100 (complemento de 2) (a) 1100 (complemento de 2) 1º passo – Complemento de 1 0011 (complemento de 1) 2º 410 0100 passo – Soma-se 1 (0011 1 0100) (Binário) (b) Figura 10-25 (a) Conversão de números decimais com sinais na forma de complemento de 2. (b) Conversão da forma de complemento de 2 em números binários. Como o dígito MSB do número na forma de complemento de 2 (1100) é 1, o número é negativo. Portanto, o número 1100 na forma de complemento de 2 é igual a 410. Soma de números na forma de complemento de 2 A representação na forma de complemento de 2 é muito utilizada porque torna-se fácil somar e subtrair números com sinais. Quatro exemplos de soma são mostrados na Figura 10-26. Dois números positivos são somados na Figura 10-26(a), onde se constata que o processo é semelhante ao que ocorre com números binários. Dois números negativos (110 e 210) são somados na Figura 10-26(b), sendo que esses números na forma de complemento de 2 são representados por 1111 e 1110, respectivamente. O dígito MSB (decorrente do estouro* do registrador de 4 bits) é descartado, restando apenas o número 1101 ou 3 no sistema decimal. Observe os exemplos (c) e (d) na Figura 10-26 para entender o processo de soma de números com sinal na forma de complemento de 2. 0100 0011 0111 (a) ( 1) ( 2) 310 1111 1110 11101 (Soma na forma de complemento de 2) (Soma na forma de complemento de 2) Descartar (b) ( 1) ( 3) 210 0001 1101 1110 (c) ( 5) ( 4) 110 0101 1100 1 0001 (Soma na forma de complemento de 2) (Soma na forma de complemento de 2) Descartar (d) Figura 10-26 Quatro exemplos de soma de números com sinais utilizando 4 bits na forma complemento de 2. A representação na forma de complemento de 2 também é útil na subtração de números com sinais. Quatro exemplos de subtração são apre- sentados na Figura 10-27. O primeiro problema é (7)(3)410. O subtraendo (3 neste caso) é convertido para a forma binária. Em seguida, obtém-se o complemento de 2 desse número como sendo 1101. Soma-se 0111 a 1101, resultando em 1 0100. O dígito MSB (decorrente do estouro do registrador de 4 bits) é descartado, resultando no resto ou diferença de 0100 ou 410. Note que um somador é utilizado na subtração, que é realizada convertendo-se o subtraendo na forma de complemento de 2, e esse número resultante é então somado. Qualquer dígito de transporte ou resultante do estouro existente na quinta casa binária deve ser desprezado. * O termo estouro ou overflow refere-se a um erro que ocorre quando um número, geralmente resultado de uma operação aritmética, é grande demais e requer um número maior de bits que aquele reservado para sua representação. Observe os problemas de subtração de números na forma de complemento de 2 utilizando um somador na Figura 10-27(b), (c) e (d). Verifique se você consegue reproduzir o procedimento nos demais problemas restantes. Subtração de números na forma de complemento de 2 Circuitos aritméticos 2. Soma-se 1 ao número na forma complemento de 1 considerando as regras da soma binária. Neste exemplo, 001110100. A resposta encontra-se na forma binária. Portanto, 00102410. ( 4) ( 3) 710 capítulo 10 1. Obtém-se o complemento de 1 do número trocando-se todos os dígitos 1 por 0 e vice-versa. Neste exemplo, converte-se 1100 para 0011. 313 ( 7) ( 3) 410 0011 0111 1101 1 0100 Representação na forma de complemento de 2 e soma (Diferença na forma de complemento de 2) Descartar (a) ( 8) ( 3) 510 1101 1000 0011 1011 Representação na forma de complemento de 2 e soma (Diferença na forma de complemento de 2) (b) ( 3) ( 3) 610 1101 0011 0011 0110 Representação na forma de complemento de 2 e soma (Diferença na forma de complemento de 2) (c) ( 4) ( 2) 610 0010 1100 1110 1 1010 Representação na forma de complemento de 2 e soma (Diferença na forma de complemento de 2) Descartar (d) Figura 10-27 Quatro exemplos de subtração de números com sinais utilizando 4 bits na forma complemento de 2. Sistemas Sequenciais Complemento de 2 de números de 8 bits 314 Apenas a representação de números de 4 bits na forma de complemento de 2 foi utilizada nos exemplos anteriores. A maioria dos microprocessadores e dos microcontroladores utiliza números de 8, 16 e 32 bits. Os procedimentos descritos para os números de 4 bits na forma de complemento de 2 também são válidos para números de 8, 16 e 32 bits. Em um número de 8 bits na forma de complemento de 2, o dígito MSB representa o bit de sinal, como mostra a Figura 10-28(a). Assim, tanto o sinal quanto a magnitude do número podem ser representados. Exemplos da representação de alguns números positivos e negativos de 8 bits na forma de complemento de 2 são mostrados na Figura 10-28(b). Note que a faixa de números varia entre 128 e 127. É possível verificar na parte superior da tabela da Figura 10-28(b) que números decimais de 0 a 127 (números positivos) possuem representação na forma de complemento de 2 idêntica à binária. Por exemplo, 125 é igual a 0111 1101 tanto na representação de complemento de 2 quanto binária. A conversão de um número decimal negativo (de 1 a 128) na forma de complemento de 2 de 8 bits ocorre da mesma forma que no processo demonstrado na Figura 10-25(a). Deve-se seguir os três passos a seguir: 1. Converte-se o número decimal 126 no número binário equivalente. Exemplo: 126100111 11102. 1. Converte-se o número na forma de complemento de 2 para a forma de complemento de 1. Exemplo: 1001 1100 (complemento de 2)0110 0011 (complemento de 1). 2. Soma-se 1 ao número obtido para representá-lo na forma binária. Exemplo 0110 0011 (complemento de 1)10010 01002. 3. Converte-se o número binário na forma decimal. Exemplo: 0110 0100 2 (64324100)10010. Resultado: 1001 1100 (complemento de 2)10010. Nos exemplos anteriores, um número decimal negativo foi convertido para a forma de complemento de 2. Depois, o processo foi invertido e um número na forma de complemento de 2 foi convertido em um número decimal negativo. Como essas conversões demandam uma quantidade de tempo considerável e estão sujeitas a erros, o Apêndice A apresenta uma tabela para conversão de números na forma de complemento de 2, compreendendo valores decimais entre 1 e 128. Diversos problemas de SOMA de números de 8 bits na forma de COMPLEMENTO DE 2 são resolvidos na Figura 10-29(a). Lembre-se que quando ocorre o estouro (número com mais de oito bits), os dígitos adicionais são descartados. As somas encontram-se na forma de complemento de 2, mas a representação é a mesma utilizada no sistema binário quando números positivos são considerados. Revise esses problemas de soma para conferir se efetivamente você aprendeu o procedimento, que será praticado mais adiante. Diversos problemas de SUBTRAÇÃO de números de 8 bits na forma de COMPLEMENTO DE 2 são resolvi- Representação do número 64s 32s 16s 8s 4s 2s MSB 1s LSB (a) Número decimal com sinal Representação de números de oito bits na forma de complemento de 2 127 126 125 • • • 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 • • • 125 126 127 128 0111 1111 0111 1110 0111 1101 • • • 0000 0101 0000 0100 0000 0011 0000 0010 0000 0001 0000 0000 1111 1111 1111 1110 1111 1101 1111 1100 1111 1011 1111 1010 • • • 1000 0011 1000 0010 1000 0001 1000 0000 Mesma representação em números binários (b) Figura 10-28 (a) Bit mais significativo de um registrador de 8 bits representado por um bit de sinal. (b) Representação de números positivos e negativos na forma de complemento de 2. dos na Figura 10-29(b). Lembre-se que quando ocorre o estouro (número com mais de oito bits), os dígitos adicionais são descartados. Note que são obtidos os complementos de 2 apenas para os subtraendos, que posteriormente são somados aos minuendos. As diferenças ou restos encontram-se na forma de complemento de 2, mas a representação é a mesma utilizada no sistema binário quando números positivos são considerados. Revise esses problemas de subtração para conferir se efetivamente você aprendeu o procedimento, que será praticado mais adiante. Circuitos aritméticos A seguir, converte-se um número na forma de complemento de 2 para seu número decimal equivalente adotando-se o seguinte processo: Bit de sinal capítulo 10 2. Converte-se o número binário na forma de complemento de 1. Exemplo: 0111 111021000 0001 (complemento de 1). 3. Soma-se 1 ao número formando o complemento de 2. Exemplo: 1000 0001 (complemento de 1)1000 0010 (complemento de 2). Resultado: 126101000 0010 (complemento de 2). 315 (60) (20) 8010 0011 1100 0001 0100 0101 0000 (50) (30) 8010 1100 1110 1110 0010 1 1011 0000 Descartar (30) (90) 6010 0001 1110 1010 0110 1100 0100 (90) (80) 1010 0101 1010 1011 0000 1 0000 1010 Descartar (Soma na forma de complemento de 2) (Soma na forma de complemento de 2) (Soma na forma de complemento de 2) (Soma na forma de complemento de 2) (a) (65) (35) 3010 0010 0011 0100 0001 1101 1101 1 0001 1110 Conversão na forma de complemento de 2 e soma Descartar (78) (35) 1101 1101 4310 Sistemas Sequenciais (40) (21) 1110 1011 6110 316 (45) (22) 0001 0110 6710 1011 0010 0010 0011 1101 0101 Conversão na forma de complemento de 2 e soma 0010 1000 0001 0101 0011 1101 Conversão na forma de complemento de 2 e soma 1101 0011 1110 1010 1 1011 1101 Conversão na forma de complemento de 2 e soma Descartar (Diferença na forma de complemento de 2) (Diferença na forma de complemento de 2) (Diferença na forma de complemento de 2) (Diferença na forma de complemento de 2) (b) Figura 10-29 (a) Quatro exemplos de soma de números com sinais utilizando 8 bits na forma complemento de 2. (b) Quatro exemplos de subtração de números com sinais utilizando 8 bits na forma complemento de 2. Em resumo, a representação na forma de complemento de 2 é utilizada porque é capaz de representar tanto o sinal quanto a magnitude de um número. Lembre-se que nas formas de complemento de 2 e binária os números são idênticos quando posi- Teste seus conhecimentos Um SISTEMA SOMADOR/SUBTRATOR DE NÚMEROS DE 4 BITS na forma de complemento de 2 é mostrado na Figura 10-30. Note que quatro somadores completos são usados para lidar com dois números de 4 bits. Portas XOR foram incluídas nas entradas B de cada somador para controlar o modo de operação do dispositivo. Quando o controle de modo é 0, o sistema soma os números na forma complemento de 2 A3A2A1A0 e B3B2B1B0. A soma é representada na forma de complemento de 2 nos indicadores de saída localizados no canto inferior direito. O nível BAIXO nas entradas A das portas XOR permite que os dados da entrada B sejam transferidos pela porta sem que haja a inversão. Se um nível ALTO é inserido na entrada B0 da porta XOR, então um nível alto existe na saída Y da porta. A entrada Cin no somador completo 1s é mantida em 0 durante o intervalo de tempo no qual persiste o modo de www soma. Assim, o somador complemento de 2 opera de forma semelhante ao somador binário, exceto pelo fato de que a saída de transporte (CO) do somador completo 8s é descartada. Na Figura 10-30, a saída CO do somador completo 8s permanece desconectada. A entrada de controle de modo é mantida em um nível lógico 1 para que o dispositivo subtraia números na forma de complemento de 2. Assim, as portas XOR invertem os dados nas entradas B. A entrada Cin do somador completo 1s também possui nível ALTO. A combinação da inversão realizada pela porta XOR e a soma de um valor 1 na entrada Cin equivalem à complementação e soma de 1. Por outro lado, isso é semelhante à obtenção do complemento de 2 do subtraendo (número B na Figura 10-30). Lembre-se que o sistema da Figura 10-30 utiliza apenas números na forma de complemento de 2. O sistema somador/subtrator de 4 bits pode ser adaptado para lidar com números maiores de 8, 16 ou 32 bits. Teste seus conhecimentos Encontrando problemas em um somador completo Um circuito somador defeituoso é mostrado na Figura 10-31(a). O estudante ou técnico que checa inicialmente o circuito não detecta problemas de forma visual ou mesmo relacionados ao superaquecimento. Aparentemente, não há problemas. O somador completo é um CIRCUITO LÓGICO COMBINACIONAL, cuja tabela verdade com as saídas normais é mostrada na Figura 10-31(b). O estudante ou técnico manipula as entradas do somador completo e verifica os estados das saídas (Σ e CO) com uma ponteira lógica. Os resultados exibidos na saída da ponteira lógica são mostrados nas colunas da direita da tabela verdade na Figura 10-31(b). As letras H e L representam níveis lógicos ALTOS e BAIXOS, Circuitos aritméticos Somadores/subtratores de números na forma de complemento de 2 capítulo 10 www tivos. Números na forma de complemento de 2 podem ser empregados com somadores para somar ou subtrair números com sinais. A próxima seção do livro apresentará um sistema somador/subtrator que utiliza a representação de complemento de 2. 317 A3 B3 A2 A1 A0 B2 B1 B0 ENTRADAS na forma de complemento de 2 Cin A0 A B0 Y A Somador completo B 1s A Somador completo Cin A1 A B1 Y B 2s Cin A2 A B2 Y A Controle do modo de operação B3 Y Subtrair=1 Somar=0 CO A Somador completo B 4s A Somador completo Cin A3 CO CO B 8s CO Sinal 4s 2s 1s Resultado da soma ou subtração na forma de complemento de 2 na saída Sistemas Sequenciais Figura 10-30 Comparador de magnitude mencionado no enunciado da questão 61 do Teste. 318 respectivamente. Aparentemente, há dois erros na coluna CO referentes às linhas 6 e 7 da tabela verdade, como é verificado na Figura 10-31(b). A verificação da tabela verdade mostra que o somador completo defeituoso não apresenta problemas relacionados à coluna Σ. O circuito que representa Σ emprega duas portas XOR, denominadas 1 e 2 na Figura 10-31(a). Aparentemente, a operação dessas portas está correta. Espera-se que o problema esteja na porta OR ou nas duas portas AND. A linha inferior da tabela demonstra que aparentemente as portas AND e OR operam de forma correta. A porta AND superior (denominada 4) é suspeita. O técnico manipula as entradas na linha 6 da tabela verdade (Cin1, B0, A2). Os pinos 1 e 2 da porta AND 4 indicam um nível ALTO quando a ponteira toca os pinos 1 e 2. A saída da porta AND 4, que corresponde ao pino 3, é verificada e permanece com nível BAIXO. Isso quer dizer que há um nível BAIXO permanente na saída dessa porta. O técnico verifica cuidadosamente o CI 7408 e os circuitos adjacentes na busca de possíveis curtos-circuitos com o terminal terra GND, mas não é verificada qualquer ocorrência desse fato. Simplesmente, considera-se que esse nível BAIXO permanente é decorrente de um defeito na porta AND 4 do CI 7408, o qual deve ser prontamente substituído por uma duplicata exata. ENTRADAS B 3 2 2 A SAÍDAS 7486 1 Cin 7486 5 6 1 4 1 5 4 2 7408 7408 3 4 1 6 3 2 7432 5 3 CO (a) SAÍDAS NORMAIS ENTRADAS SAÍDAS VERDADEIRAS Cin B A CO CO 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 L H H L H L L H L L L H L L L H ? (b) A título de revisão, seis dicas podem ser seguidas nas busca e localização de defeitos: www Teste seus conhecimentos 1. Conhecer a operação normal do circuito. 2. Tocar a parte superior do CI para identificar um possível sobreaquecimento. 3. Observar a existência de possíveis conexões rompidas ou sinais de aquecimento excessivo. 4. Utilizar o olfato para identificar eventuais sobreaquecimentos. 5. Verificar a fonte de alimentação e respectivas conexões no CI. 6. Determinar o perfil de funcionamento do dispositivo lógico e isolar a seção defeituosa. capítulo 10 Após a substituição do CI 7408, o técnico verifica a operação do circuito somador completo, o qual funciona de acordo com sua tabela verdade. Portanto, tabelas verdades são bastante úteis na localização de falhas em circuitos, definindo como um circuito normal deve funcionar. A tabela verdade deve fazer parte do conhecimento técnico sobre o funcionamento do circuito. Esse fato é fundamental para a identificação adequada de falhas. Circuitos aritméticos Figura 10-31 (a) Circuito somador completo defeituoso. (b) Tabela verdade do somador completo com as saídas normais e verdadeiras. 319 RESUMO E REVISÃO DO CAPÍTULO Resumo 1. 2. 3. 4. 5. www Circuitos aritméticos como somadores e subtratores são arranjos lógicos combinacionais implementados a partir de portas lógicas. O circuito básico que realiza a soma é denominado meio somador. Dois meios somadores e uma porta OR podem ser empregados para formar um somador completo. O circuito básico que realiza a subtração é denominado meio subtrator. Dois meios subtratores e uma porta OR podem ser empregados para formar um subtrator completo. Somadores (ou subtratores) podem ser empregados para formar somadores paralelos. Um somador paralelo de 4 bits permite a adição de dois números binários de 4 bits de uma única vez. Esse somador contém um único meio somador (casa 1s) e três somadores completos. 6. 7. 8. 9. 10. Fabricantes disponibilizam diversos CIs aritméticos. Arranjos somadores/subtratores normalmente fazem parte da CPU de máquinas calculadoras. A multiplicação binária realizada por circuitos digitais pode utilizar o método das somas sucessivas ou da soma e deslocamento. Microprocessadores utilizam a representação de complemento de 2 para trabalhar com números com sinais. Somadores e subtratores podem ser utilizados para realizar a soma e a subtração de números na forma de complemento de 2. Tabelas verdades consistem em ferramentas auxiliares úteis para identificar falhas em circuitos lógicos combinacionais, pois definem a operação normal dos circuitos. Questões de revisão do capítulo Sistemas Sequenciais Questões de pensamento crítico 320 10-1 Desenhe o diagrama lógico de um somador paralelo de 2 bits utilizando portas XOR, AND e OR. 10-2 Desenhe o diagrama lógico de um subtrator completo utilizando portas XOR, AND e OR. Utilize a Figura 10-11 como referência. 10-3 Desenhe o diagrama lógico de um somador binário de 8 bits utilizando dois CIs somadores de 4 bits 7483. 10-4 Converta o número com sinal 127 em um número de 8 bits na forma de complemento de 2. Lembre-se que o dígito na extrema esquerda deve ser 0, ou seja, o número é positivo. 10-5 Converta o número com sinal 25 em um número de 8 bits na forma de complemento de 2. Lembre-se que o dígito na extrema esquerda deve ser 1, ou seja, o número é positivo. 10-6 Números na forma de complemento de 2 são amplamente utilizados em sistemas digitais (como microprocessadores) porque podem ser utilizados para representar quais números? 10-7 Descreva como é possível obter um número binário na forma de complemento de 2. 10-8 A representação negativa de um número binário corresponde ao seu a qual de seus complementos? 10-9 Por que se diz que o número decimal 0 pode ser representado como um número positivo na forma de complemento de 2? 10-10 A critério do seu instrutor, utilize um aplicativo de simulação de circuitos elétricos e eletrônicos para (1) implementar um somador binário de 4 bits utilizando um CI somador (observe a Figura 10-13), (2) testar o circuito somando diversos números de 4 bits e (3) mostrar o circuito e os resultados da simulação para seu instrutor. Pode-se substituir o CI somador de 4 bits 4008 pelo CI TTL 7483. 10-11 A critério do seu instrutor, utilize um aplicativo de simulação de circuitos elétricos e eletrônicos para (1) implementar um sistema soma- Circuitos aritméticos Respostas dos testes capítulo 10 www dor/subtrator utilizando números na forma de complemento de 2 (observe a Figura 10-30), (2) testar o circuito somando e subtraindo diversos números na forma de complemento de 2 e (3) mostrar o circuito e os resultados da simulação para seu instrutor. 321 Página propositalmente deixada em branco capítulo 11 Memórias Anteriormente, mencionou-se que a vantagem mais importante de um sistema digital sobre um sistema analógico é sua capacidade de armazenar dados por períodos curtos ou longos. A disponibilidade e a utilização da memória impulsionaram o que diversos autores definem como revolução da informação*. Todo o sistema internacional depende da transferência de dados de um dispositivo de armazenamento de memória para outro. Naturalmente, sistemas de computadores e telecomunicações dependem do armazenamento de grandes quantidades de dados. * A revolução da informação também é denominada Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científica-Informacional. Objetivos deste capítulo Citar e caracterizar dispositivos de memória e armazenamento existentes em um microcomputador. Definir a estrutura de um microcomputador, incluindo a CPU, barramentos de controle, de endereço e de dados, memórias RAM, ROM e NVRAM internas e dispositivos de armazenamento de memória. Associar determinados tipos de células de memória semicondutora às respectivas características e aplicações comuns. Associar dispositivos de armazenamento específicos com o tipo de tecnologia, como magnética, mecânica, óptica ou semicondutora. Representar a memória em forma de tabela, desenhar seu respectivo símbolo lógico e explicar seu processo de programação, dada a organização de uma pequena memória semicondutora. Definir os processos de memória e gravação e descrever seu funcionamento em dispositivos específicos. Identificar diversas características associadas a memórias semicondutoras. Identificar diversos tipos de encapsulamento de memória. Citar e descrever métodos de armazenamento de dados. Citar diversos tipos de tecnologias recentes e potenciais vantagens associadas ao armazenamento de memória. Sistemas Sequenciais O CD-ROM (Compact Disc Read-Only Memory – Disco Compacto com Memória Somente de Leitura) é um exemplo de dispositivo de armazenamento de dados com grande capacidade e baixo custo. Um único CD-ROM pode armazenar uma quantidade de dados equivalente a 200.000 páginas de texto digitado, o que supera a capacidade de armazenamento de mais de 400 disquetes. O CD-ROM possui capacidade de armazenamento de 650 MB (megabytes) para cada disco cujo diâmetro é cerca de 12 cm (4,75”)*. Um disco compacto com maior capacidade que o CD-ROM é o DVD (Digital Versatile Disc – Disco Digital Versátil). 324 O disquete, o qual foi anteriormente estudado, consiste em uma “célula de memória” básica que existe em determinados tipos de MEMÓRIA SEMICONDUTORA. Em capítulos anteriores, foi analisado o funcionamento de latches, registradores de deslocamento e contadores que empregam flip-flops como dispositivos temporários de memória. Diversos outros tipos de dispositivo de armazenamento de dados serão estudados neste capítulo, os quais são classificados como magnéticos, mecânicos, ópticos ou semicondutores. Os barramentos de endereço e controle correspondem a conexões de comunicação de via única que instruem os dispositivos de memória, armazenamento e periféricos adequadamente. O barramento de dados é um canal de conexão de via dupla que envia e recebe informações de dispositivos de memória, armazenamento e periféricos. O diagrama de blocos simplificado da Figura 11-1 mostra alguns tipos internos de memória semicondutora utilizados em microcomputadores, como RAM, ROM e NVRAM. Note que os dados provenientes do barramento de dados podem entrar (gravação na memória) ou sair (leitura da memória) das memórias de acesso randômico ou aleatório (Random Access Memory – RAM) e RAM não volátil (Nonvolatile Random Access Memory – NVRAM). A memória de somente leitura (Read Only Memory – ROM) é diferente, pois é permanentemente programada, de modo que os dados saem do dispositivo, como mostra a seta na Figura 11-1. Há outros tipos de memória semicondutora de somente leitura como PROM ou EPROM, que podem substituir perfeitamente a memória ROM no sistema de computador supracitado. Visão geral sobre memórias Outros tipos de componentes de memória existentes em microcomputadores modernos são citados na Figura 11-1, classificados segundo o tipo de tecnologia de armazenamento de dados como magnética, óptica ou semicondutora. A Figura 11-1 representa a visão geral de um microcomputador típico com diversos tipos de dispositivos de memória e armazenamento existentes. A CPU representa a unidade de processamento central, que contém as seções aritmética, lógica e de controle do microcomputador. A CPU é o alvo da maioria das transferências de dados. É possível identificar na Figura 11-1 as conexões que representam os barramentos de endereço e de dados. Um barramento é um grupo de condutores paralelos cuja função é transferir dados para outras seções do computador ou do microprocessador. * Atualmente, é possível encontrar também CDs capazes de armazenar 700 MB de dados. Armazenamento magnético Leitores de disquetes eram muito utilizados em computadores até pouco tempo, sendo encontrados em modelos de microcomputadores mais antigos. O disquete de 3,5” é o tipo mais comum, capaz de armazenar dados em uma camada fina de óxido metálico existente em um disco plástico flexível. Valores digitais 0 e 1 são normalmente representados pelo alinhamento dos domínios magnéticos em uma determinada direção na superfície do óxido metálico. Uma cabeça de gravação insere valores 0 e 1 no material magnético, ao passo que uma cabeça de leitura identifica a presença de tais o ent le ramontro r a B de c nto o medereç a r r o Bade en ent ram dos Barde da NVAM R M RO RAM CPU W D-R D eC DV CR-R / OM e D-R or d : e C ravad a d c r i : t B Óp Leito tor e g utora sh US ória • Lei icond es fla flash em • m artõ ória s m e e t e S ue od • C Mem isq SB a: ent • étic r de d ido U m n a g o g n Ma Leit co rí ígido tica aze is • né or arm • D Disc a mag e d • it vos • F siti po Dis Figura 11-1 Visão simplificada de um sistema de computador típico mostrando os diversos tipos de memória ou dispositivos de armazenamento. No disco rígido, um material magnético com grão fino reveste discos metálicos que giram com velocidades superiores às dos leitores de disquete. Por sua vez, os disquetes possuem a vantagem da portabilidade, pois podem ser removidos e transportados facilmente. Atualmente, discos rígidos compactos portáteis (normalmente discos rígidos USB) são muito utilizados como dispositivos portáteis. Em redes de computadores corporativas e governamentais de grande porte, fitas magnéticas podem ser utilizadas com a finalidade de armazenar cópias de segurança (backup) de arquivos importantes. A maioria dos sistemas de computadores atuais emprega leitores de CD capazes de acessar a informação existente em discos compactos (CDs). A indústria fonográfica passou a utilizar o CD no início da década de 1980. Exemplos comuns de mídia óptica incluem o CD-ROM (CD read only memory – disco compacto com memória de somente leitura), CD-DA (CD digital audio – CD de áudio digital), CD-R (CD recordable – CD gravável), CD-RW (CD rewritable – CD regravável) e DVD (digital versatile disc – disco digital versátil). Existem diversos tipos de DVD, como DVD vídeo (disco de vídeo digital), DVD áudio, DVD-ROM e DVD-RAM. Discos do tipo CD-ROM e DVD são fabricados com o uso de equipamentos industriais de injeção de plástico que possuem custo elevado. Durante o processo de fabricação, sulcos e cavidades são inseridos na superfície brilhante do CD. Um feixe laser é emitido pelo leitor de CD, que é capaz de acessar as informações existentes no CD em mo- Memórias O disco rígido é um dispositivo magnético de armazenamento praticamente universal existente em computadores pessoais. Possui o mesmo princípio de funcionamento do disquete, mas com capacidade de armazenamento muito maior. Discos rígidos internos em microcomputadores possuem capacidade de armazenamento entre 60 GB e 500 GB ou maior. Armazenamento óptico capítulo 11 valores à medida que o disco se movimenta. Um disquete típico possui capacidade de armazenamento entre 1 e 2 MB. 325 vimento. A luz que é refletida a partir de sulcos e cavidades é interpretada como níveis lógicos 0 e 1. O DVD é uma versão do CD-ROM com elevada capacidade de armazenamento, normalmente associada à produção de vídeos ou filmes. O padrão DVD vídeo normalmente é empregado quando o disco armazena apenas informações de áudio/vídeo. O padrão DVD-ROM é utilizado quando o disco armazena arquivos genéricos em um computador. Os sulcos e cavidades em um DVD são menores que aqueles existentes em CD-ROMs, agregando dessa forma uma maior capacidade de armazenamento. Um DVD simples com camada e lado únicos e diâmetro de aproximadamente 12 cm (4,75") é capaz de armazenar 4,7 GB de informação. Sistemas Sequenciais Armazenamento semicondutor 326 Dispositivos de armazenamento semicondutor existentes em microcomputadores são citados na Figura 11-1. Memórias flash existem na forma de encapsulamentos de CIs ou cartões de memória. Um cartão de memória se assemelha a um cartão de crédito com espessura maior. São dispositivos normalmente utilizados por câmeras digitais para o armazenamento de dados. Há algum tempo, existiam apenas memórias flash com capacidades de armazenamento reduzidas, embora atualmente haja dispositivos com elevadas capacidades. Mais recentemente, memórias flash têm sido utilizadas na forma de discos de estado sólido em alguns computadores portáteis e dispositivos diversos substituindo discos rígidos convencionais. Memórias flash normalmente empregam conexões USB na forma de pen drives, que são utilizados como se fossem disquetes. Células de armazenamento semicondutor Dispositivos de armazenamento semicondutor são classificados aproximadamente em seis categorias: SRAM, DRAM, ROM, EPROM, EEPROM e memória flash (EEPROM flash). Alguns tipos de tecnologia são mais adequados que outros para determinados tipos de aplicações em sistemas digitais. Uma breve descrição acerca desses dispositivos é apresentada a seguir. • SRAM (Static Random Access Memory – Memória Estática de Acesso Randômico ou Aleatório): elevada velocidade de acesso, leitura ou gravação, requer uma fonte de alimentação permanente (volátil), baixa densidade, alto custo, normalmente associada à memória cache* de alta velocidade existente em microcomputadores. • DSRAM (Dynamic Random Access Memory – Memória Dinâmica de Acesso Randômico ou Aleatório): boa velocidade de acesso, leitura ou gravação, volátil, alta densidade, menor custo, normalmente o tipo de memória RAM utilizado na maioria dos PCs modernos. • ROM (Read Only Memory – Memória de Somente Leitura): alta densidade, não volátil (não pode ser alterada) e possui custo reduzido, especialmente quando há grandes volumes de armazenamento envolvidos. • EPROM (Electrically Programmable Read Only Memory – Memória de Somente Leitura Eletricamente Programável): alta densidade, não volátil (pode ser alterada, mas não de forma simples), devendo ser apagada por meio do uso de luz ultravioleta antes da reprogramação. • EEPROM (Electrically Erasable Programmable Read Only Memory – Memória de Somente Leitura Eletricamente Programável e Apagável): memória não volátil que pode ser eletri* Em computadores, cache é um dispositivo de acesso rápido interno a um sistema, que serve de intermediário entre um operador de um processo e o dispositivo de armazenamento ao qual esse operador acede. A vantagem principal na sua utilização consiste em evitar o acesso ao dispositivo de armazenamento, armazenando os dados em meios de acesso mais rápidos. O uso de memórias cache visa obter uma velocidade de acesso à memória próxima da velocidade de memórias mais rápidas, disponibilizando também no sistema uma memória de grande capacidade com custo semelhante ao de memórias semicondutoras mais baratas. te). A memória flash é um tipo de tecnologia em pleno desenvolvimento, esperando-se que maiores densidades sejam atingidas à medida que os custos são reduzidos em virtude de sua ampla disseminação. Considere as vantagens do uso de memórias flash no sistema da Figura 11-1. Em um microcomputador comum, a unidade de controle é responsável por transferir os dados de um arquivo existente em um disquete para a memória RAM (que normalmente é do tipo DRAM em muitos sistemas), sendo que esse processo demora certo tempo. Se o leitor de disquetes é substituído por uma memória flash, esse tempo de busca (correspondente ao carregamento dos dados do disquete na memória DRAM) é eliminado, obtendo-se alta velocidade de operação. ALTA DENSIDADE EPROM ROM O diagrama da Figura 11-2 indica três características importantes de uma memória semicondutora, segundo a representação no interior dos círculos: não volatilidade, alta densidade e capacidade de atualização de forma elétrica. Note no diagrama da Figura 11-2 que a memória flash agrega as melhores características combinadas em termos de não volatilidade, alta densidade e capacidade de leitura/armazenamento (atualizável eletricamen- www NÃO VOLÁTIL DRAM FLASH MRAM EEPROM SRAM FRAM ALIMENTADA POR BATERIA ATUALIZÁVEL ELETRICAMENTE Figura 11-2 Características importantes das memórias semicondutoras. Teste seus conhecimentos Memórias camente apagável em grupos de bytes para ser reprogramada, possuindo menor densidade e alto custo. • Memória flash: densidade muito alta, baixo consumo de energia, não volátil e regravável (bit a bit) no sistema digital. É uma tecnologia relativamente recente e promissora no que tange ao desenvolvimento dos discos de estado sólido, podendo ser portátil (como disquetes) na forma de cartões de memória ou memória flash USB. • FRAM (Ferroelectric RAM – Memória de Acesso Randômico Ferroelétrica): memória RAM não volátil, possui circuitos internos programáveis, com boa velocidade de acesso (leitura e gravação), baixa densidade e alto custo. Emprega células de memória FRAM baseadas em capacitores ferroelétricos e transistores MOS. • MRAM (Magnetosresistive RAM – Memória de Acesso Randômico Magnetoresistiva): memória RAM não volátil, possui circuitos internos programáveis, com excelente velocidade de acesso e alta densidade. Emprega nanotecnologia em sua fabricação. O custo ainda não foi determinado de forma precisa por se tratar de uma tecnologia relativamente recente. capítulo 11 Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. 327 Memória de Acesso Randômico (RAM) Um tipo de dispositivo de memória semicondutora empregado em eletrônica digital é a MEMÓRIA DE ACESSO RANDÔMICO ou aleatório. A memória RAM funciona com base em um processo de “ensino-aprendizado” denominado gravação, após o qual as informações armazenadas podem ser acessadas ou “relembradas”. A memória RAM também é denominada MEMÓRIA DE ESCRITA/GRAVAÇÃO ou bloco de rascunho. Uma memória semicondutora com 64 células onde valores 0 e 1 são inseridos é representada na Figura 11-3. Os 64 retângulos (que estão em branco na grande maioria) representam 64 bits que são organizadas em 16 grupos denominados palavras. Cada uma das palavras é composta por 4 bits de informação. Portanto, diz-se que essa é uma memória do tipo 16×4, isto é, há 16 palavras de 4 bits cada. Uma memória de 64 bits pode ser organizada na forma 32×2 (32 palavras com 2 bits cada), 64×1 (64 palavras com 1 bit cada) ou 8×8 (8 palavras com oito bits cada). Endereço Bit D Bit C Bit B Bit A 0 1 1 0 Palavra 0 Palavra 1 Palavra 2 Palavra 3 Palavra 4 Palavra 5 Palavra 6 Palavra 7 Palavra 8 Sistemas Sequenciais Palavra 9 328 Palavra 10 Palavra 11 Palavra 12 Palavra 13 Palavra 14 Palavra 15 Figura 11-3 Organização de uma memória de 64 bits. A memória da Figura 11-3 assemelha-se a uma tabela verdade desenhada em um bloco de rascunho. Na linha da tabela que corresponde à palavra 3, o conteúdo 0110 foi escrito. Diz-se então que a palavra foi armazenada ou gravada na memória por meio de um processo de escrita ou GRAVAÇÃO. Para acessar o conteúdo existente na posição da palavra 3, deve-se acessar a informação da tabela por meio de um processo denominado LEITURA. A operação de gravação consiste em inserir novas informações na memória. A operação de leitura equivale a copiar informações a partir da memória, correspondendo à detecção do conteúdo da memória. Pode-se escrever qualquer combinação de valores 0 e 1 na tabela da Figura 11-3 de forma semelhante a um bloco de rascunho. Qualquer palavra ou informação pode ser lida a partir da memória, como quando se consulta o bloco de rascunho. Naturalmente, a memória se comporta como se fosse um bloco de rascunho de 64 bits, a partir do qual as informações podem ser inseridas ou retiradas. A memória da Figura 11-3 é chamada de memória com acesso aleatório porque é possível acessar diretamente a palavra 3 ou 15 e ler o respectivo conteúdo. Em outros termos, qualquer bit (ou palavra) pode ser acessado a qualquer instante. Uma localização de memória como a palavra 3 é chamada de local ou de ENDEREÇO de armazenamento. No caso da Figura 11-3, o endereço da palavra 3 é 00112 (310). Entretanto, os dados armazenados correspondem a 0110. A memória RAM não pode ser usada como dispositivo de armazenamento permanente porque os dados são perdidos quando o PC é desligado. Este é um tipo de MEMÓRIA VOLÁTIL porque há a perda dos dados. Entretanto, algumas memórias possuem caráter permanente, de modo que os dados não são perdidos ou “esquecidos” quando o computador é desligado. Esses dispositivos são denominados NÃO VOLÁTEIS. Computadores pessoais modernos possuem memórias RAM de ambos os tipos SRAM (memória RAM estática) ou DRAM (memória RAM dinâmica). Sobre a eletrônica Gravadores de CD-RW Gravadores de CD-RW consistem em dispositivos de hardware versáteis que agregam três funções distintas em um único equipamento: (1) Um CD-RW pode ser utilizado como um disquete de 700 megabytes. (2) Utilizando aplicativos especiais, um gravador de CD-RW pode gravar CDs de áudio. (3) Por fim, um gravador de CD-RW pode se comportar como um leitor de CD-ROM. Teste seus conhecimentos A MEMÓRIA RAM DE LEITURA/GRAVAÇÃO TTL 7489 é um tipo de dispositivo de armazenamento de 64 bits na forma de CI. As células de memória são arranjadas na forma da tabela mostrada na Figura 11-3. A memória pode armazenar 16 palavras, cada uma possui comprimento de 4 bits. A memória RAM 7489 é organizada na forma 16×4 e seu respectivo diagrama de pinos é apresentado na Figura 11-4(b). A tabela verdade simplificada da memória RAM 7489 é mostrada na Figura 11-4(c). A entrada de ativação de memória ME (memory enable) é utilizada para ligar o dispositivo, permitindo a leitura e gravação de dados. A primeira linha da tabela verdade mostra que os estados de ambas as entradas ME e WE (write enable – ativação de gravação) são BAIXAS. Os 4 bits armazenados nas entradas de dados (D1 a D4) são armazenados na localização de memória selecionada pelas entradas de endereço (A3 a A0). A memória RAM encontra-se no modo de gravação. Vamos gravar dados na memória do CI 7489. Suponha que se deseje gravar os dados 0110 na palavra 3 representada na Figura 11-3. O endereço da palavra 3 é A30, A20, A11 e A01. A palavra 3 é localizada na memória inserindo-se um valor binário 0011 nas entradas de endereço do CI (de acordo com a Figura 11-4(a)). Em seguida, os dados corretos são inseridos nas ENTRADAS DE DADOS, de modo que o valor 0110 pode ser inserido aplicando-se 0 à entrada A, 1 à entrada B, 1 à entrada C e 0 à entrada D. Em seguida, aplica-se um nível BAIXO Memórias CIs memórias RAM estáticas capítulo 11 www 329 SAÍDAS +5 V Saídas de dados D C B A 1k Entradas de dados A D1 Q4 B D2 Q3 C D3 Q2 D D4 Q1 RAM ENTRADAS Ativar memória ME Ativar gravação (Leitura 1) (Gravação 0) WE (7489) A3 A2 A1 A0 D Entradas de endereço C B A (a) (VISTA SUPERIOR) Tabela verdade–7489 RAM A0 1 16 VCC ME 2 15 A1 WE 3 14 A2 D1 4 13 A3 Q1 5 12 D4 D2 6 11 Q4 Q2 7 10 D3 GND 8 9 Q3 ENTRADAS MODO DE OPERAÇÃO CONDIÇÃO DAS SAÍDAS ME WE Gravar L L Complemento das entradas de dados Ler L H Complemento da palavra selecionada Inibir armazenamento H L Complemento das entradas de dados Sem ação H H Todas as saídas são ALTAS L = nível lógico BAIXO H = nível lógico ALTO (c) (b) Sistemas Sequenciais Figura 11-4 CI TTL 7489 do tipo memória RAM de 64 bits. (a) Diagrama lógico. (b) Diagrama de pinos. (c) Tabela verdade. 330 à entrada de ativação de gravação (WE). Por fim, a entrada de ativação de memória (ME é habilitada com um nível BAIXO. Dessa forma, os dados 0110 são gravados na memória na posição designada pela palavra 3. Agora, vamos ler os dados existentes na memória. Inicialmente, deve-se ajustar as entradas de ende- reço no número binário 0011 (número decimal 3). A entrada de ativação de gravação (WE) deve se encontrar no modo de leitura possuindo, portanto, nível ALTO. A entrada de ativação de memória (ME) deve possuir nível BAIXO. As saídas de dados indicarão o valor 1001, que corresponde ao complemento do conteúdo efetivo da memória (0110). A memória 7489 possui saídas em modo coletor aberto, o que pode ser visto a partir da utilização de resistores pull-up na Figura 11-4(a). Um modelo semelhante ao CI 7489 É A MEMÓRIA RAM DE 64 BITS 74189, que por sua vez possui as saídas de três estados em vez de modo coletor aberto. Uma saída em três estados pode assumir três níveis distintos: ALTO, BAIXO e alta impedância. Embora os fabricantes utilizem nomenclaturas variadas para as entradas e saídas, todos os CIs do tipo 7489 possuem as entradas e saídas mostradas na Figura 11-4. Mesmo memória RAM de tamanho como o CI 7489 são descritos em folhas de dados relacionadas com memórias semicondutoras. A memória RAM 7489 é um tipo CI obsoleto utilizada apenas para propósitos didáticos em laboratório, sendo possível compreender os processos de endereçamento, leitura e gravação. Equipamentos que possuem microprocessadores empregam muitas memórias RAM na forma de CIs. CIs do tipo memórias RAM semicondutoras são classificados como estáticos e dinâmicos pelos fabricantes. A memória RAM estática armazena dados em um elemento semelhante a um disquete, possuindo esse nome porque são capazes de arwww Teste seus conhecimentos Um exemplo de memória RAM estática é o CI 2114, capaz de armazenar 4096 bits na forma de 1024 palavras de 4 bits. O diagrama lógico da memória RAM 2114 é representado na Figura 11-5(a), o qual apresenta 10 linhas de endereço capazes de aces10 sar 1024 palavras (2 ). O dispositivo possui entradas de controle CS (chip select – seleção do chip) e WE. A entrada CS é semelhante à entrada ME na memória RAM 7489. Os quatro pinos de entrada/ saída (E/S1, E/S2, E/S3, E/S4) comportam-se como entradas ou saídas quando o CI está em gravação ou leitura, respectivamente. A memória RAM 2114 é alimentada com tensão de 5 V. O diagrama de blocos da memória RAM 2114 é ilustrado na Figura 11-5(b). O tempo de acesso corresponde ao intervalo de tempo necessário para localizar e ler (ou gravar) uma pequena quantidade de dados, sendo igual a aproximadamente 33 ns no CI 7489. Para a memória MOS RAM 2114, o tempo de acesso é da ordem de 100 a 250 ns, dependendo da versão do dispositivo. Assim, diz-se que a memória 2114 é mais rápida em virtude de possuir menor tempo de acesso. Memórias Nas últimas duas linhas da tabela verdade da Figura 11-4(c), os processos de leitura e gravação são inibidos. Quando ambas as entradas WE e ME são ALTAS, todas as saídas passam a assumir nível ALTO. Quando a entrada ME é ALTA e a entrada WE é BAIXA, as saídas correspondem aos complementos das entradas, mas não ocorre a gravação ou a leitura. mazenar valores 0 e 1 apenas enquanto o CI possui tensão de alimentação. O CI do tipo memória RAM dinâmica armazena o estado lógico na forma de carga elétrica armazenada em um dispositivo MOS. Após um curto intervalo de tempo, essa carga é dissipada e deve ser restaurada repetidas vezes por segundo. Esse processo requer a utilização de circuitos de atualização de custo elevado. A memória RAM dinâmica possui elementos de memória mais simples que ocupam menor espaço no interior do CI. As memórias RAM dinâmicas são comercializadas em tamanhos maiores que aqueles das memórias RAM estáticas. Este último tipo será utilizado neste capítulo porque são de fácil utilização. capítulo 11 Inversores podem ser conectados nas saídas do CI 7489 para tornar os dados da saída idênticos aos existentes na memória. Assim, tem-se o modo de leitura da memória RAM 7489. 331 +5 V VCC A0 A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 Entradas de endereço I/O4 I/O3 I/O2 I/O1 RAM (1024 x 4) (2114) CS Entradas de controle WE GND (a) 4 18 VCC A3 3 9 A4 GND 2 A5 1 Seleção da linha Arranjo de memória (64 linhas 64 colunas) A6 17 A7 16 A8 14 E/S1 Circuitos da coluna de entrada/saída de dados 13 E/S2 12 Controle dos dados de entrada Seleção da coluna E/S3 11 E/S4 A0 15 7 6 5 A1 A2 A9 Sistemas Sequenciais 8 332 CS Números dos pinos 10 WE (b) Figura 11-5 Memória RAM estática MOS 2114. (a) Diagrama lógico. (b) Diagrama de blocos de um CI memória RAM. Provavelmente, você não se lembra de como é feita a contagem de 0 a 15 em CÓDIGO GRAY. Assim, a memória RAM fornecerá os valores no código Gray. Esse dispositivo também será utilizado para converter números binários em código Gray. A Tabela 11-1 mostra os números de 0 a 15 em código Gray e os respectivos números binários correspondentes também são representados. Os 64 valores lógicos 0 e 1 existentes na coluna correspondente ao código Gray serão gravados na memória RAM de 64 bits. O CI 7489 é perfeito para essa função porque possui 16 palavras de 4 bits cada. Este é o mesmo padrão utilizado na representação do código Gray na tabela. Os números decimais mostrados na tabela representarão o número da palavra (observe a Figura 11-3). O número binário corresponde ao número aplicado na entrada de endereço da memória RAM 7489 (observe a Figura 11-4). Quando as entradas ME e WE são ativadas, o código Gray é gravado na memória 7489, que mantém os valores armazenados enquanto o dispositivo permanecer ligado. A memória RAM 7489 torna-se um dispositivo conversor de código depois que ocorre a programação com o código Gray. A Figura 11-6(a) representa esse sistema, onde um número binário é inserido na entrada e fornece um valor correspondente em código Gray. Dessa forma, tem-se um conversor de código binário em código Gray. Como é possível converter o número binário 0111 (número decimal 7) em código Gray? A Figura 11-6(b) mostra o número 0111 aplicado na entrada de endereço da memória RAM 7489. A entrada ME possui nível lógico 0, enquanto a en- Número decimal Número binário Código Gray 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110 0111 1000 1001 1010 1011 1100 1101 1110 1111 0000 0001 0011 0010 0110 0111 0101 0100 1100 1101 1111 1110 1010 1011 1001 1000 trada WE encontra-se em modo de leitura (nível 1). Então, O CI 7489 lê a palavra armazenada 7 na forma invertida, de modo que quatro inversores complementam os estados das saídas. A saída em código Gray correspondente ao número binário 0111 é 0100, como mostra a Figura 11-6(b). Assim, é possível inserir qualquer número binário entre 0000 e 1111 e obter a representação correta em código Gray. O CONVERSOR DE CÓDIGO BINÁRIO EM CÓDIGO GRAY mostrado na Figura 11-6 funciona perfeitamente, mostrando como é possível programar e utilizar a memória RAM 7489. Não se trata de um circuito prático, pois essa é uma memória RAM volátil. Se o dispositivo for desligado ainda que por um instante, todos os dados serão perdidos e “esquecidos” pela memória, que então foi apagada. Novamente, deve-se programar o código Gray na memória. Sempre que seu computador é inicializado, códigos e/ou programas são carregados em sua respectiva memória RAM. Esse processo é semelhante à programação do código Gray na memória RAM 7489. Memórias É necessário possuir alguma prática na utilização da memória RAM de leitura/gravação 7489. Dessa forma, vamos programá-la com alguma informação útil, isto é, gravar a informação desejada em uma célula de memória. Tabela 11-1 Código Gray capítulo 11 Utilizando uma memória SRAM 333 ENTRADA Conversor de números binários em código Gray (utilizando memória RAM) Número em código binário Número em código Gray SAÍDA (a) SAÍDA EM CÓDIGO GRAY +5 V RAM (código Gray armazenado na memória) Habilitar memória 0 ME Q4 Habilitar gravação 1 (leitura = 1) WE Q3 1k 0 1 0 0 Q2 ENTRADA BINÁRIA 0 1 1 (7489) 1 A3 A2 A1 Q1 A0 Entradas de endereço (b) Figura 11-6 Conversor de números binários em código Gray. (a) Representação do sistema. (b) Diagrama esquemático utilizando memória RAM. www Teste seus conhecimentos Sistemas Sequenciais Memória de somente leitura (ROM) 334 Muitos dispositivos digitais a exemplo de microcomputadores devem armazenar informações de caráter permanente. Isso pode ser feito com o uso de memórias de somente leitura ou ROM, as quais são programadas pelos fabricantes de acordo com as necessidades do usuário. Memórias ROM com tamanhos reduzidos podem ser empregadas na solução de problemas lógicos combinacionais como a decodificação. Memórias ROM são classificadas como NÃO VOLÁTEIS porque os dados não são perdidos quando o dispositivo é desligado, sendo também chamadas de memórias de somente LEITURA PROGRAMADAS POR MÁSCARA. Esse tipo de memória só é utilizado em aplicações de grande porte devido ao elevado custo inicial de implementação. Memórias de somente leitura programáveis (PROMs) são utilizadas em aplicações de menor porte quando há a necessidade de uma memória permanente. O circuito primitivo a diodos que representa uma memória ROM na Figura 11-7 desempenha o papel As memórias 3D RAM baseadas em proteínas são futurísticas? Um pequeno cubo composto por proteína opticamente sensível (como a rodopsina) suspensa em um plástico transparente pode ser a base para a concepção de uma memória RAM de 20 gigabits. Dois feixes laser podem se interceptar em um determinado ponto do cubo de proteínas para permitir uma mudança de estado lógico nesta “célula de memória orgânica”. da conversão de números binários em código Gray. A correspondência entre esses códigos é apresentada na Tabela 11-1. Se a chave rotativa da Figura 11-7(a) estiver na posição decimal 6, o que será exibido na saída da memória ROM? As saídas (D, C, B, A) indicará LHLH ou 0101. As saídas D e B são conectadas diretamente ao terminal de terra por meio de resistores e possuem nível BAIXO. Por outro lado, as saídas C e A são conectadas a 5 V por meio de dois diodos polarizados de modo que a tensão de saída encontra-se entre 2 e 3 V, representando um nível lógico ALTO. Note que o padrão da matriz de diodos na Figura 11-7(a) é semelhante ao de valores 1 na coluna do código Gray na Tabela 11-1. Cada nova posição da chave rotativa fornece o código Gray correto. Em dispositivo como memória ROM da Figura 117, cada posição da chave rotativa é tida como um ENDEREÇO. Uma melhoria da memória ROM a diodos é mostrada na Figura 11-7(b). O circuito em questão utiliza um DECODIFICADOR 1 DE 10 (CI TTL 7442) e inversores para a seleção da linha. Esse exemplo mostra uma entrada binária 0101 (número decimal 5), de modo que a saída 5 do CI 7442 é ativada com um nível BAIXO. Por sua vez, isso aciona o inversor, que fornece um nível ALTO capaz de polarizar os três diodos conectados à linha 5. As As MEMÓRIAS ROM A DIODOS possuem muitas DESVANTAGENS, pois seus respectivos níveis lógicos variam ao longo de uma ampla faixa. Além disso, esses dispositivos não contêm buffers na entrada e na saída capazes de acionar sistemas que possuem barramentos de dados e de endereços. Memórias ROM práticas são disponibilizadas por diversos fabricantes, variando desde pequenas unidades bipolares TTL até dispositivos com grande capacidade como ROMs CMOS ou NMOS. Memórias ROM comerciais podem se adquiridas na forma de encapsulamentos DIP, a exemplo da memória TTL 74S370 de 512 palavras com 4 bits cada. Um dispositivo de grande capacidade consiste na memória ROM CMOS TMS47C512, que possui 524.288 bits organizados na forma de 65.536 palavras de 8 bits cada. O dispositivo de 65.536×8 possui tempo de acesso de 250 a 350 ns, dependendo da versão adquirida. Na prática, computadores pessoais possuem memórias ROM com grandes capacidades de armazenamento. Como exemplo de um produto comercial, considera-se a memória ROM TMS4764, que possui 8192 PALAVRAS DE 8 BITS. Sua organização de memória é adequada para sistemas onde há a necessidade de armazenamento de dados em grupos de 8 bits ou um byte. O diagrama de pinos da memória ROM TMS4764 é ilustrado na Figura 11-8(a) e esse dispositivo pode ser acomodado em um soquete DIP de 24 pinos. A nomenclatura e as funções dos pinos são dadas na Figura 11-8(b). Note que são necessárias 13 linhas de endereço para endereçar (A0 a A12) para as 8192 posições de memória (213), de modo que A0 e A12 correspondem ao LSB e MSB do endereço da palavra, respectivamente. O tempo de acesso da memória ROM TMS4764 varia entre 150 e 250 ns, dependendo do tipo de CI. O acesso aos dados permanentemente armazenados ocorre através dos pinos denominados Q1 a Q8. Memórias Memória baseada em proteínas saídas devem ser LHHH ou 0111, sendo este o código Gray para o número binário 0101 de acordo com a Tabela 11-1. capítulo 11 Sobre a eletrônica 335 0 +5 V 1 2 ENTRADA DECIMAL 3 4 5 6 9 7 8 Saída Saída Saída Saída C B A 1,5 k D INDICADORES DE SAÍDA (CÓDIGO GRAY) (a) +5 V ENTRADA 1 0 0 8s 4s 2s VCC 1 0 1 1s A 2 B 3 C Decodificador D 1 de 10 4 (7442) 5 6 7 8 GND 9 Sistemas Sequenciais 7404s 336 Saída Saída Saída Saída D C B A 1,5 k (b) INDICADORES DE SAÍDA (CÓDIGO GRAY) Figura 11-7 Memórias ROM a diodos. (a) Memória ROM primitiva a diodos programada com o código Gray. (b) Memória ROM a diodos com decodificação na entrada (programada com o código Gray). (VISTA SUPERIOR) A7 1 24 VCC A6 2 23 A8 A5 3 22 A9 A4 4 21 A12 A3 5 20 E/E/S/S A2 6 19 A10 A1 7 18 A11 A0 8 17 Q8 Q1 9 16 Q7 Q2 10 15 Q6 Q3 11 14 Q5 VSS 12 13 Q4 (a) NOMENCLATURA DOS PINOS A0–A12 E/E/S/S Q1–Q8 VCC VSS Entradas de endereço Habilitar chip/desligar ou selecionar chip Saída de dados Alimentação de +5 V Terra Por sua vez, as saídas Q1 a Q8 representam o LSB e o MSB, respectivamente. Os pinos de saída (Q1 a Q8) são habilitados através do pino 20, que pode ser programado pelo fabricante para representar uma entrada CS ou CE ativa-BAIXA ou ativa-ALTA. Quando as saídas de três estados estão desativadas, elas assumem um estado de alta impedância, ou seja, podem ser conectadas diretamente ao barramento de dados de um microcomputador. Memórias de somente leitura podem ser empregadas no armazenamento permanente de dados e programas. Programas de computadores, tabelas de consulta, decodificadores e geradores de caracteres são apenas algumas aplicações das memórias ROM. De forma geral, os computadores alocam a maior parte da memória interna à RAM. Um levantamento recente indica que há aproximadamente 500 tipos de memória ROM disponíveis. Um programa de computador é normalmente chamado de SOFTWARE. Entretanto, quando um programa é armazenado em uma memória ROM, utiliza-se o termo FIRMWARE em virtude da dificuldade da realização de mudanças. Em resumo, observe novamente a Figura 11-2. Note que a memória ROM possui alta densidade e é não volátil, sendo um dispositivo de armazenamento permanente que não pode ser reprogramado. (b) Figura 11-8 CI memória ROM TMS4764. (a) Diagrama de pinos. (b) Nomenclatura dos pinos. Utilizando uma memória ROM mente reiniciada em 1. Esses números serão exibidos em displays de sete segmentos na ordem supracitada. Suponha que se deseje projetar um dispositivo que realizará a contagem decimal mostrada na Tabela 11-2: 1, 117, 22, 6, 114, 44, 140, 17, 0, 14, 162, 146, 134, 64, 160, 177, sendo então nova- Sabendo-se que circuitos digitais serão utilizados, converter-se os números decimais na forma BCD, como mostra a Tabela 11-2. Então, descobre-se que há 16 colunas e sete linhas como valo- Memórias Teste seus conhecimentos capítulo 11 www 337 Tabela 11-2 Sequência de contagem mencionada no enunciado das questões do Teste Leitura decimal na saída 100s 10s 1 1 2 1 1 4 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 6 4 3 6 6 7 7 Número decimal codificado em binário 1s 100s 10s 1s 1 7 2 6 4 4 0 1 0 0 1 0 000 001 010 000 001 100 001 111 010 110 100 100 0 7 0 4 2 6 4 4 0 7 7 1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 100 001 000 001 110 100 011 110 110 111 111 000 111 000 100 010 110 100 100 000 111 111 res lógicos 0 e 1, constituindo assim uma tabela verdade. Observando-se essa tabela, o problema é aparentemente muito complexo para ser resolvido apenas com portas lógicas ou seletores de dados. Decide-se então utilizar uma memória ROM, considerando que a tabela será armazenada no interior do dispositivo. A seleção de números BCD existente na Tabela 11-2 remete ao uso de uma unidade de armazenamento organizada na forma 16×7, a qual por sua vez possui 16 palavras para as 16 colunas da tabela. Cada palavra conterá 7 bits para cada uma das sete colunas existentes na tabela verdade. Portanto, é necessária uma memória ROM de 112 bits. Uma memória ROM de 112 bits é ilustrada na Figura 11-9, onde é possível verificar que há quatro entradas de endereço para selecionar uma das 16 palavras possíveis armazenadas na memória ROM. Os 16 endereços diferentes são mostrados nas colunas à esquerda da Tabela 11-3. Considere que as entradas de endereço contenham o valor binário 0000. Assim, a primeira linha dessa tabela mostra Leitura digital 100s Sistemas Sequenciais ROM 16 x 7 338 A B C a Decodificador b c d Decodificador e f g Decodificador 10s 1s D Entrada de endereço Figura 11-9 Diagrama esquemático para a sequência de contagem mencionada no enunciado das questões do Teste utilizando memória ROM. Tabela 11-3 Sequência de contagem mencionada no enunciado das questões do Teste Saídas da memória ROM D 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 C 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 B 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 A 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 10s 1s 1s 4s 2s 1s 4s 2s 1s a 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 b 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 c 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 d 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 e 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 1 f 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 g 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 que a palavra armazenada é 0 000 001 (de a a g). Após a decodificação na Figura 11-9, a palavra armazenada exibida no display digital corresponde ao número decimal 1 (100s0, 10s0, 1s1). Vamos considerar outro exemplo, onde o número binário 0001 é aplicado nas entradas de endereço da memória ROM na Figura 11-9. A segunda linha da Tabela 11-3 mostra que a palavra armazenada é 1 001 111 (de a a g). Após a decodificação, o número decimal 117 será exibido (100s1, 10s1, 1s7). Lembre-se que os valores lógicos 0 e 1 existentes na parte central da Tabela 11-3 estão permanentemente armazenados na memória ROM. Quando o endereço à esquerda é inserido na entrada de endereço da memória RAM, uma linha com valores 0 e 1 (palavra de 7 bits) surge nas saídas. Assim, o problema de contagem sequencial complexo foi resolvido. A Figura 11-9 mostra o esquema básico que deve ser utilizado. A informação da Leitura decimal na saída 100s 10s 1 1 2 1 1 4 4 1 1 1 1 1 1 1 1 6 4 3 6 6 7 1s 1 7 2 6 4 4 0 7 0 4 2 6 4 4 0 7 Tabela 11-3 mostra o endereçamento e a programação da memória ROM de 112 bits, bem como o número BCD decodificado na forma decimal. Na prática, deve-se fornecer as informações contidas na Tabela 11-3 para um fabricante, que por sua vez fabricará memórias ROM personalizadas para atender a essa necessidade particular. O custo para a fabricação de um número reduzido de memórias ROM para aplicações específicas é relativamente alto. Provavelmente, você não encomendará memórias personalizadas para um fabricante, a menos que um grande número de unidades seja necessário e o custo seja drasticamente reduzido. Lembre-se que esse problema também poderia ser resolvido utilizando um circuito lógico combinacional com portas lógicas. Existem memórias em tamanhos correspondentes n a 2 , ou 64, 256, 1024, 4096, 8192 bits e capacidades maiores. Uma memória de 112 bits consiste em um tamanho incomum, sendo que esse tipo foi Memórias 100s Localização do endereço ou palavra capítulo 11 Entradas 339 utilizado no exemplo porque sua tabela verdade é exatamente aquela do CI 7447. Anteriormente, o CI 7447 foi utilizado com um decodificador BCD para sete segmentos, o qual poderá ser empregado como memória ROM no laboratório. www Teste seus conhecimentos Memória de somente leitura programável (PROM) Memórias ROM PROGRAMÁVEIS POR MÁSCARA são programadas por fabricantes, que utilizam máscaras fotográficas para expor a marcação do silício. Assim, esse tipo de memória, em geral chamado simplesmente de memória ROM, requer um tempo de fabricação longo com elevados custos iniciais. Sistemas Sequenciais Há também MEMÓRIAS ROM PROGRAMÁVEIS EM CAMPO (PROMS), que possuem tempo de fabricação e custo agregados reduzidos. Além disso, é muito mais fácil corrigir erros de programação quando as memórias PROM são gravadas (programadas) pelo projetista. A memória PROM convencional pode ser programada uma única vez, mas sua principal vantagem reside no fato de poder ser produzida em pequenas quantidades e programada pelo usuário de acordo com suas necessidades. Esse tipo de memória também é chamado de PROM com elos fusíveis. 340 Memórias de somente leitura são utilizadas como codificadores, conversores de códigos, tabelas de consulta, geradores de caracteres, geradores de função e firmware em sistemas de computadores e microcontroladores. A MEMÓRIA EPROM (ERASABLE PROGRAMMABLE READ-ONLY MEMORY – MEMÓRIA DE SOMENTE LEITURA PROGRAMÁVEL APAGÁVEL) é uma variação da memória PROM, sendo programada ou gravada de acordo com as necessidades do usuário utilizando um dispositivo gravador. Se ume memória EPROM precisa ser reprogramada, utiliza-se uma janela existente na parte superior do CI e um feixe de luz ultravioleta (UV) para apagá-la. A luz UV apaga a memória atribuindo apenas valores lógicos 1 às células de memória de modo a reprogramá-la. Um CI EPROM DIP de 24 pinos é mostrado na Figura 11-10, onde se constata a existência de um chip visível através da janela na parte superior do CI. Esses dispositivos são por vezes denominados memórias PROM apagáveis por luz UV ou EPROM UV. A EEPROM é um terceiro tipo de memória de somente leitura programável, sendo chamada de 2 MEMÓRIA PROM ELETRICAMENTE APAGÁVEL ou E PROM. Como o próprio nome sugere, podem ser apagadas eletricamente, de modo que é possível reprogramá-las sem que sejam removidas da placa do circuito. A memória EEPROM pode ser reprogramada um byte por vez. A memória flash EEPROM é o quarto tipo de memória de somente leitura programável. É semelhante à memória EPROM no que tange à possibilidade de ser apagada e reprogramada sem a necessidade de remoção do dispositivo da placa do circuito. Memórias flash EEPROM têm se tornado muito populares porque permitem a utilização de um maior número de células de memória em um único chip, de modo que possuem elevada densidade. Enquanto parte do código pode ser apagada e reprogramada em Figura 11-10 Memória EPROM. Observe o orifício na parte superior utilizado para apagar a memória EPROM com luz ultravioleta. A memória PROM na Figura 11-11(b) foi programada com sete valores 0. Para programar ou GRAVAR A MEMÓRIA PROM, os elos fusíveis devem ser rompidos, de acordo com a Figura 11-11(b). Dessa forma, um fusível rompido desconecta o diodo, ou seja, um nível lógico 0 é permanentemente armazenado na célula. Devido ao caráter permanente da gravação, uma memória PROM não pode ser reprogramada, isto é, o dispositivo mostrado na Figura 11-11 pode ser programado uma única vez. A SÉRIE 27XXX É UMA FAMÍLIA popular de memórias EPROM, disponibilizada por diversos fabricantes. Um breve resumo de alguns modelos da série 27XXX é apresentado na Tabela 11-4. Note que esses dispositivos são organizados de acordo com o tamanho da palavra (8 bits), o que as torna compatíveis com diversos sistemas digitais. Muitas versões desses dispositivos básicos com mesma organização de memória existem na forma de CIs CMOS com baixo consumo de energia, memórias EPROM com tempos de acesso variados ou mesmo memórias PROM, EEPROM e ROM com diagramas de pinos compatíveis. Um exemplo de CI da série 27XXX de memórias EPROM é mostrado na Figura 11-12. O diagrama de pinos da Figura 11-12(a) representa a MEMÓRIA PROM APAGÁVEL COM LUZ ULTRAVIOLETA 32 K (4K×8) 2732A. Este CI possui 12 pinos de endereço (A0 a 12 A11), sendo capaz de acessar 4096 (2 ) palavras de um byte na memória. A memória EPROM 2732 utiliza uma tensão de alimentação de 5 V e pode ser APAGADA COM LUZ ULTRAVIOLETA. A entrada CE é se- 27XXX Memórias EPROM da Série 27XXX Organização Número de bits 2708 1024 8 8192 2716 2048 8 16384 2732 4096 8 32768 2764 8192 8 65536 27128 16384 8 131072 27256 32768 8 262144 27512 65536 8 524288 melhante às entradas CS existentes em outros dispositivos de memória, sendo ativada por um nível BAIXO. O pino OE / VPP possui dupla função, sendo utilizado para duas finalidades distintas durante os processos de leitura e gravação. Em condições de uso normais, a memória EPROM é lida. Um nível BAIXO existente no pino de ativação da saída (OE) durante a leitura da memória ativa as saídas, que acionam o barramento de dados do computador. Os oito pinos de saída são designados por O0 a O7 na memória EPROM 2732. Um diagrama de blocos é representado na Figura 11-12(b) para mostrar a organização desse dispositivo de memória. Quando a memória EPROM 2732 é apagada, todas as células de memória passam a possuir nível lógico 1. Os dados são introduzidos mudando os níveis das células de memória selecionadas para 0. O dispositivo encontra-se em modo de programação (gravação) quando o pino OE / VPP possui uma tensão de 21 V. Assim, durante a programação (gravação), os dados de entrada são transferidos para os pinos de saída de dados (O0 a O7). A palavra que será programada na memória EPROM é endereçada por meio de 12 linhas de endereço. Um pulso com nível BAIXO TTL de curta duração (inferior a 55 ms) é então aplicado à entrada CE para completar o processo de gravação. A programação da memória EPROM é realizada por um dispositivo denominado gravador de EPROM. Após o apagamento e a reprogramação, Memórias O conceito básico de uma memória PROM é ilustrado na Figura 11-11. A memória PROM de 16 bits (4x4) simplificada é semelhante à memória ROM a diodos estudada na seção anterior. Na Figura 1111(a), cada célula de memória contém um diodo e um fusível intacto, indicando que todas as células de memória possuem níveis lógicos 1. É dessa forma que uma memória PROM se encontra antes da programação. Tabela 11-4 Memórias EPROM da Série capítulo 11 uma memória EEPROM, toda a memória flash EEPROM deve ser apagada e reprogramada. 341 Um fusível intacto representa um nível lógico 1 armazenado ENTRADA BINÁRIA 0 1s 2s 1 Decodificador de coluna 2 1 de 4 3 D C SAÍDAS B A (a) Um fusível rompido representa um nível lógico 0 armazenado ENTRADA BINÁRIA 0 1s 2s 1 Decodificador de coluna 2 1 de 4 Sistemas Sequenciais 3 342 D C SAÍDAS B A (b) Figura 11-11 Representação simplificada da memória PROM. (a) Memória PROM antes da programação. Todos os fusíveis estão intactos (níveis 1 armazenados). (b) Memória PROM após a programação. Sete fusíveis estão rompidos (níveis 0 são programados). A7 1 24 VCC A6 2 23 A8 A5 3 22 A9 A4 4 21 A11 A3 5 20 OE/VPP A2 6 19 A10 A1 7 18 CE A0 8 17 O7 O0 9 16 O6 O1 10 15 O5 O2 11 14 O4 GND 12 13 O3 2732A NOMENCLATURA DOS PINOS A0–A11 Endereços CE Habilitar chip OE/VPP Habilitar saída OE/VPP O0–O7 Saídas (a) CE Programação da lógica OE e CE Buffers de saída Decodificador Y Portas Y Decodificador X Matriz com 32.768 bits Entrada de endereço A0–A11 (b) Figura 11-12 CI EPROM 2732. (a) Diagrama de pinos. (b) Nomenclatura dos pinos. (c) Diagrama de blocos. capítulo 11 OE/VPP Memórias Saídas de dados O0–O7 343 é comum proteger a janela da memória EPROM (observe a Figura 11-10) com uma etiqueta opaca, de modo a evitar a incidência de luz fluorescente e UV proveniente do sol no CI. A EPROM pode ser www Teste seus conhecimentos Memória de leitura/ gravação não volátil Ambas as memórias RAM estáticas e dinâmicas possuem a desvantagem da volatilidade. Quando o dispositivo é desligado, os dados são perdidos e, para resolver esse problema, memórias de leitura/ gravação não voláteis foram desenvolvidas. Esses dispositivos podem ser implementados utilizando (1) uma bateria de suporte em uma memória SRAM CMOS, (2) uma memória RAM estática não volátil, (3) uma memória EEPROM flash ou memória flash (4) ou uma memória FRAM (ferroelectric random-access memory – memória de acesso randômico ferroelétrica). O novo tipo de memória denominado MRAM possui alta velocidade, alta densidade, não volatilidade, baixo consumo de energia e vida útil longa (permitindo vários ciclos de leitura e gravação). Sistemas Sequenciais Memória SRAM com suporte de bateria 344 apagada em virtude da incidência direta da luz solar em cerca de uma semana, ou pela luz fluorescente do ambiente artificialmente iluminado em cerca de três anos. O suporte de baterias é um método comum para resolver o problema da volatilidade de uma memória SRAM. Baterias são normalmente utilizadas com memórias RAM CMOS porque esses dispositivos apresentam consumo de energia reduzido. Em geral, baterias de lítio-íon são empregadas em virtude de sua elevada vida útil, que pode chegar a 10 anos. Além disso, as baterias podem ser incluídas juntamente com a memória em um mesmo encapsulamento. Quando a tensão de alimentação torna-se menor que um nível pré-determinado, circuitos que medem essa tensão ativam o modo de suporte de bateria para manter o conteúdo armazenado na memória RAM até que o nível de tensão convencional seja restaurado. Esse tipo de memória é normalmente empregado em microcomputadores. NVSRAM Memórias RAM não voláteis podem resolver o problema da volatilidade, sendo denominadas NVRAM ou NOVRAM (nonvolatile RAM – memória de acesso randômico não volátil), ou NVSRAM (nonvolatile static RAM – memória de acesso randômico estática não volátil). A memória NVRAM combina as características de leitura/gravação da memória SRAM com a não volatilidade de uma memória EEPROM. Um diagrama de blocos que representa esse dispositivo é mostrado na Figura 11-13, onde se verifica a existência de dois arranjos de memória paralelos. O arranjo frontal é do tipo SRAM, enquanto o arranjo traseiro consiste em uma memória EEPROM. Durante a operação normal, a memória SRAM de leitura/gravação é utilizada. Quando a tensão de alimentação é reduzida, todos os dados armazenados na memória SRAM são duplicados no arranjo EEPROM não volátil. A operação de armazenamento é representada na Figura 11-13 pela seta que aponta em direção ao arranjo EEPROM. Quando a tensão é restaurada, a memória NVSRAM automaticamente executa a operação de chamada, que copia todos os dados da memória EEPROM para o arranjo SRAM. Essa operação é representada pela seta que aponta em direção ao arranjo SRAM frontal. Aparentemente, memórias NVSRAM apresentam uma pequena vantagem sobre suas contrapartes SRAM com suporte de bateria, pois Arranjo de memória EEPROM DIAGRAMA DE BLOCOS FUNCIONAL Decodificação da linha CHAMADA (durante inicialização do circuito) A4–A8 Lógica de controle NV CS WE OE ARMAZENAMENTO (durante desligamento do circuito) Arranjo de memória RAM estática Decodificação da coluna E/S D0–D7 A0–A3 NOMES DOS PINOS A0–A8 Entradas de endereço WE Habilitar Gravação D0–D7 E/S de Dados OE Habilitar Saída CS Selecionar chip VCC 5 volts 10% NV Habilitar modo não volátil Memórias flash Memórias FLASH EEPROM tornaram-se uma alternativa às memórias SRAM com suporte de bateria e NVSRAM que possui menor custo. Memórias flash são amplamente empregadas em computadores do tipo laptop. A memória flash comercial fabricada pela Intel é mostrada na Figura 11-14. A memória flash CMOS 28F512 512K (64K×8) armazena 524.288 (219) bits organizados em 65.536 (216) palavras de 8 bits cada. O diagrama de blocos e a descrição dos pinos dados na Figura 11-14 fornecem uma visão geral de uma memória flash. A memória 28F512 age como um dispositivo somente de leitura quando a tensão no pino de alimentação é BAIXA. Quando a tensão no pino VPP é BAIXA (aproximadamente 12 V), a memória pode ser rapidamente apagada ou programada com base nos comandos enviados para o registrador de comandos existente no microprocessador ou microcontrolador. A memória flash 28F512 utiliza uma fonte de alimentação de 5 V, mas uma tensão de 12 V é necessária no pino VPP durante o processo de apagamento e programação. capítulo 11 possuem maior velocidade de acesso e vida útil mais longa. Além disso, os encapsulamentos dos CIs NVSRAM são menores, implicando redução de espaço. Atualmente, memórias NVSRAM são mais caras e são fabricadas apenas em tamanhos limitados. Memórias Figura 11-13 Diagrama de blocos e nomenclatura dos pinos de uma memória NVSRAM típica. 345 DIAGRAMA DE BLOCOS VCC VSS VPP WE DQ0–DQ7 Chave de apagamento Controle de estado Registrador de comandos Temporizador de interrupção integrado Buffers de entrada/saída Conexão com a fonte do arranjo Chave de tensão PGM Habilitar chip Lógica de habilitação da saída STB A0–A15 Bloqueio de endereços CE OE STB Bloqueio de dados Decodificador Y Portas Y Decodificador X Matriz com 524.288 bits FUNÇÕES DOS PINOS Sistemas Sequenciais Símbolo 346 Tipo Nome e Função A0–A15 ENTRADA ENTRADAS DE ENDEREÇO para endereços de memória. Os endereços são bloqueados internamente durante um ciclo de gravação. DQ0–DQ7 ENTRADA/SAÍDA ENTRADA/SAÍDA DE DADOS: Dados são disponibilizados na entrada durante os ciclos de gravação da memória; dados são disponibilizados na saída durante os ciclos de leitura da memória. Os pinos de entrada possuem estados ativos-ALTOS e flutuam em um terceiro estado DESLIGADO quando o chip não está selecionado ou as saídas estão desabilitadas. Os dados são bloqueados internamente durante um ciclo de gravação da memória. CE ENTRADA HABILITAR CHIP: Ativa a lógica de controle do dispositivo, buffers de entrada, decodificadores e amplificadores sensores. CE é ativa-BAIXA; no estado ALTO, CE desativa o dispositivo de memória e reduz o consumo de energia a níveis de standby (espera). OE ENTRADA HABILITAR SAÍDA: Aciona a saída do dispositivo por meio dos buffers de entrada durante um ciclo de leitura. CE é ativa-BAIXA. WE ENTRADA HABILITAR GRAVAÇÃO: Controla a gravação no registro de comando e no arranjo. WE é ativa-BAIXA. Os endereços são bloqueados na borda negativa e os dados são bloqueados na borda positiva do pulso WE. Nota: Para VPP 6,5 V, o conteúdo da memória não pode ser alterado. VPP APAGAR/PROGRAMAR: Utilizada para gravar o registro de comando, apagar o arranjo completo ou programar bytes no arranjo. VCC FONTE DE ALIMENTAÇÃO DO DISPOSITIVO (5 V ± 10%). VSS TERRA NC SEM CONEXÃO INTERNA com o dispositivo. O pino pode permanecer flutuante. Figura 11-14 Diagrama de blocos e descrição dos pinos de uma memória flash CMOS 28F512 de 512K (Cortesia de Intel Corporation). Em resumo, memórias flash EEPROM ou flash representam uma tecnologia emergente que tem se tornado cada vez mais popular. Possuem diversas características desejáveis que incluem a não volatilidade, capacidade de regravação (leitura/gravação), elevada confiabilidade e baixo consumo de energia. Memórias flash agregam altas densidades, pois as células de armazenamento que consistem em um único transistor são muito pequenas. Avanços recentes reportados pelo fabricante Intel indicam que é possível obter densidades ainda maiores. A memória Strata-Flash™ desenvolvida por esse fabricante é capaz de armazenar múltiplos bits de informação em uma única célula. Atualmente, a Intel encontra-se em processo de produção de memórias Strata-Flash™ de 128 bits. Memória RAM ferroelétrica A memória RAM ferroelétrica (FeRAM ou FRAM) é um tipo de memória com alta velocidade semelhante à SRAM ou DRAM, mas é não volátil. A memória FRAM é mais rápida que a memória EEPROM, não sendo necessária a utilização de uma bateria de suporte como no caso da SRAM. O baixo consumo de energia torna esse dispositivo uma escolha excelente para aplicações em dispositivos digitais portáteis. Uma memória do tipo FRAM pode ser integrada em microcontroladores e outros dispositivos de forma simples, e consiste em um capacitor ferroelétrico associado a um transistor MOS. Os capacitores ferroelétricos (células de memória) não precisam ser frequentemente atualizados como é o caso das me- Atualmente, memórias FRAM possuem baixas densidades e elevados custos. Entretanto, essa tecnologia é relativamente recente e espera-se que essas desvantagens sejam progressivamente superadas. Um fabricante de destaque desse tipo de dispositivo é a empresa Ramtron International. Memória RAM magnetorresistiva A memória RAM magnetorresistiva (MRAM) consiste em uma tecnologia de semicondutores emergente. Possui as características promissoras da elevada velocidade de acesso das memórias SRAM aliadas à não volatilidade das memórias EEPROM. A célula de memória de tamanho reduzido utilizada nesse dispositivo consiste em um único transistor em com junção de túnel magnético (magnetic tunnel junction – MTJ). A célula tem sua resistência modificada para representar estados lógicos distintos (0 ou 1). A memória MRAM possui altas velocidades de leitura e gravação, e esses ciclos podem ser repetidos de forma praticamente ilimitada com baixo consumo de energia. As memórias MRAM são compatíveis com processos CMOS, de modo que processadores (como um microcontrolador) podem ser incorporados em um mesmo CI. Algumas fontes bibliográficas sugerem que a memória MRAM possui o potencial para se tornar a “memória semicondutora universal”, sendo por vezes denominada memória de acesso randômico magnética. Encapsulamentos de memória A evolução dos encapsulamentos de memórias é mostrada na Figura 11-15. O encapsulamento em linha dupla (DIP) é representado na Figura 1115(a), que é um dos tipos mais tradicionais, mas ocupa uma área considerável na placa de circuito impresso. O encapsulamento DIP da Figura 1115(a) pode ser do tipo para montagem em superfície ou encaixe. Encapsulamentos SOIC (small outline IC) são menores e ocupam menor espaço que suas contrapartes DIP. Em sistemas de menor complexidade (como placas de circuito de sistemas Memórias Teste seus conhecimentos capítulo 11 www mórias DRAM. A atualização só é necessária após a leitura de uma dada célula. 347 (a) (b) (c) (d) Figura 11-15 Evolução dos encapsulamentos das memórias. (a) Encapsulamento DIP. (b) Encapsulamento SIP. (c) Encapsulamento ZIP. (d) Encapsulamento SIMM. Sistemas Sequenciais como microprocessadores), encapsulamentos DIP e SOIC são inseridos diretamente na placa principal. Por outro lado, isso não ocorre em sistemas mais complexos (como microcomputadores). Módulos de memória (placas contendo muitos CIs SOIC e DIP) são inseridos nos soquetes existentes na placa-mãe do computador. 348 Dois tipos de módulos de memória utilizados em computadores antigos são representados na Figura 11-15(b) e (c), correspondendo aos encapsulamentos SIP (single in-line package – encapsulamento em linha simples) e ZIP (zig-zag in-line package – encapsulamento em linha zigue-zague). Esses arranjos podem ser encontrados em computadores muito antigos, mas não em equipamentos mais recentes. Alguns microcomputadores antigos contêm módulos de memória SIMM (single in-line memory module – módulo de memória em linha simples), sendo que um módulo SIMM de 72 pinos é mostrado na Figura 11-15(d). Note os 72 pontos de contato na parte inferior do módulo, os quais existem em uma única face. Uma versão mais antiga desse arranjo consistia no módulo SIMM de 30 pinos. Observe a existência de um chanfro no lado esquerdo, o qual facilita o processo de instalação do módulo no soquete. Computadores mais recentes utilizam módulos de memória DIMM (dual in-line memory module – módulo de memória em linha dupla) semelhantes ao mostrado na Figura 11-16(a). Esse é um módulo DIMM de 168 pinos e possui 84 contatos em cada (a) M DIM e uet Soq (b) (c) encaixado de um único lado, permitindo sua instalação correta. A memória DIMM da Figura 11-16(c) é do tipo DDR SDRAM (double data rate synchronous DRAM – memória SDRAM síncrona com dupla taxa de transferência de dados). Atualmente, a memória DDR SDRAM é o tipo de módulo mais popular utilizado em computadores. A memória RDRAM (Rambus DRAM) de 184 pinos também é amplamente em- capítulo 11 lado localizados na parte inferior. O processo de instalação desse módulo é mostrado na Figura 1116(b). Note que há orifícios laterais que permitem a fixação do módulo por meio da utilização de travas de segurança, de modo que também é possível ejetá-lo caso seja necessário retirá-lo do soquete. Note também a existência de um chanfro na parte inferior, que auxilia o encaixe do módulo na parte central do soquete. Assim, o módulo só pode ser Memórias Figura 11-16 Módulos de memória DIMM. (a) Memória DIMM de 168 pinos com SDRAM. (b) Instalação da memória DIMM no soquete. (c) Memória DIMM de 184 pinos com DDR SDRAM. 349 pregada em computadores modernos, sendo também chamada de memória RIMM pelo fabricante Rambus, Inc. Seu aspecto físico é bastante diferente da memória DDR SDRAM, e seus chanfros inferiores também possuem localização distinta. Os dois tipos de memória RDRAM e DDR SDRAM de 184 pinos não podem ser substituídos uns pelos outros porque as placas-mãe dos computadores são projetadas apenas para um tipo específico de módulo. Microcomputadores de última geração empregam memórias DDR2 SDRAM e DDR3 SDRAM de 240 pinos. Computadores portáteis utilizam módulos de memória menores que aqueles mostrados na Figura 11-16, sendo que seu aspecto físico também é diferente. A troca de módulos defeituosos ou o aumento da capacidade de memória deve considerar o modelo específico do seu computador portátil. chamado de cartão de memória flash. Por meio da utilização desse dispositivo, é possível aumentar a capacidade de memória de um laptop ou mesmo uma máquina copiadora. Cartões de memória flash podem ser utilizados como leitores de estado sólido. O cartão de memória PCMCIA padrão possui em sua extremidade um conector de 68 pinos que agregam diversas funções (conexões de endereçamento e dados, alimentação, terminal de terra, e assim por diante). O cartão de memória PCMCIA de 68 pinos possui 26 pinos para conexões de dados, o que permite o endereçamento de uma grande 26 quantidade de memória (2 64 MB). Deve-se tomar cuidado ao encaixar um cartão PCMCIA, porque há outros padrões disponíveis, como a interface PCMCIA de 88 pinos, a interface Panasonic de 34 pinos, a interface Maxwell de 36 ou 38 pinos, a interface Epson de 40 ou 50 pinos, entre outras. Outro encapsulamento de memória consiste no cartão de memória. A associação PCMCIA (Personal Computer Memory Card International Association) define padrões físicos e características elétricas dos cartões do tipo PCMCIA. A espessura desses dispositivos é maior que a de um cartão de crédito, variando entre 3 e 19 mm. O cartão de memória pode agregar arranjos de chips de memória e outros dispositivos eletrônicos na forma de praticamente qualquer tipo de memória (PROM, DRAM, SRAM com suporte de bateria, flash EEPROM, entre outras). O cartão de memória flash é muito popular devido à elevada densidade, baixo consumo de energia, capacidade de leitura/gravação, não volatilidade e custo razoável. Um dispositivo PCMCIA que contém uma memória flash é normalmente O leitor de discos (rígidos ou disquetes) é um dispositivo eletromagnético que consome grande quantidade de energia e pode apresentar danos mecânicos. Esses dispositivos são especialmente sensíveis a choques, vibrações, poeira e sujeira. O disco de estado sólido que utiliza cartões de memória flash ou dispositivos semelhantes que existem em computadores portáteis devem possuir tamanho reduzido. Além disso, consomem baixa quantidade de energia e suportam choques e vibrações. Em um computador de estado sólido, a memória DRAM tradicional e o leitor magnético (de disquetes ou disco rígido) podem ser substituídos por memórias SRAM e flash de alta velocidade. Essa combinação é muito eficiente em termos de uma transferência de dados rápida do disco de estado sólido para a memória RAM. Sistemas Sequenciais www 350 Teste seus conhecimentos Dispositivos de armazenamento de dados em computadores Geralmente, memórias semicondutoras são utilizadas para armazenamento interno de dados na maioria dos computadores modernos. Esse processo é denominado ARMAZENAMENTO PRIMÁRIO e não é possível armazenar todos os dados no interior do próprio computador. Por exemplo, não é interessante ou viável armazenar todos os dados referentes à folha de pagamentos do mês anterior se todos os valores já foram devidamente repassados e o processo já foi encerrado. Assim, muitos dados podem ser armazenados de forma externa ao computador, o que é conhecido por ARMAZENAMENTO SECUNDÁRIO. Há diversas formas para armazenar informações que podem ser acessadas imediata ou futuramente em um computador. Dispositivos de armazenamento externos podem ser classificados como mecânicos, magnéticos, ópticos ou semicondutores. Dispositivos mecânicos Dispositivos de armazenamento mecânico incluem o cartão ou a fita de papel perfurado. O papel perfurado foi criado antes de 1900 por Herman Hollerith, que o adaptou para a utilização no senso de 1890 realizado nos Estados Unidos. Esses cartões normalmente possuem orifícios que representam dados alfanuméricos. Esse dispositivo é denominado código de cartão Hollerith. Um cartão Hollerith perfurado é constituído de papel pesado e mede cerca de 8,25×19 cm (3,25×7,5”). Um cartão perfurado pode armazenar 80 caracteres, embora este dispositivo seja obsoleto. A fita de papel perfurado é outro tipo de armazenamento mecânico de dados. Consiste em uma fita estreita de papel com furos posicionados ao longo de sua extensão representando um código. A fita de papel pode ser armazenada em bobinas, embora esse método também seja obsoleto. A portabilidade alcançou níveis até então impensáveis com a utilização de diversos dispositivos móveis. A busca da redução de peso e volume é uma constante na indústria de computadores. Com a crescente popularidade dos computadores do tipo palm-top, as funções de telefonia, organização de arquivos, envio e recebimento de e-mails e mensagens instantâneas e acesso à Internet por meio de conexão sem fio foram agregadas em um único dispositivo. O modelo Handspring™ Treo mostrado à direita pesa aproximadamente 148 gramas e possui dimensões 10,92×6,86×0,18 cm, sendo alimentado por baterias recarregáveis de lítio íon. DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO MAGNÉTICO comum consistem na fita magnética, disco magnético e tambor magnético. Cada um desses dispositivos opera de forma semelhante a um gravador de fitas cassete, de modo que as informações são gravadas (armazenadas) no material magnético, a partir do qual os dados também podem ser lidos. As fitas magnéticas foram amplamente utilizadas por muitos anos como dispositivos de armazenamento secundário, sendo ainda muito populares em virtude do baixo custo. Sua principal desvantagem reside no acesso sequencial dos dados. Isto é, para acessar uma determinada informação é necessário percorrer a fita sequencialmente até localizá-la, o que torna o tempo de acesso longo. DISCOS MAGNÉTICOS tornaram-se bastante populares nos últimos anos. São dispositivos de acesso aleatório onde os dados podem ser facilmente acessados em um curto intervalo de tempo. Discos magnéticos são fabricados na FORMA RÍGIDA E FLEXÍVEL (DISQUETE). O disquete é uma forma po- capítulo 11 Sobre a eletrônica Memórias Dispositivos magnéticos 351 pular de armazenamento secundário utilizada em muitos computadores. Discos rígidos Sistemas Sequenciais Os discos rígidos* ou duros são atualmente o tipo de armazenamento de dados mais importante em sistemas de computadores modernos. Um dos primeiros discos rígidos completamente lacrados e livres de poeira foi desenvolvido pela IBM e chamado de disco Winchester (em alusão ao famoso rifle Winchester 30-30 – 30 MB com um tempo de acesso de 30 ms). O disco rígido provou ser uma forma confiável e rápida de armazenamento de dados e atualmente essa tecnologia evoluiu para grandes capacidades. A foto de um disco rígido moderno fabricado por Seagate Technology é apresentada na Figura 11-17. A tampa que cobre o disco foi removida para mostrar quatro discos rígidos de 3,5” empilhados (denominados pratos), que são constituídos de alumínio, vidro ou cerâmica. Os pratos são revestidos com filme fino, que consiste em uma camada metálica microscópica envolvendo o disco. O disco rígido da Figura 11-17 possui oito cabeças de leitura/gravação (embora apenas uma esteja visível), uma em cada lado dos quatro pra- 352 Figura 11-17 Disco rígido Cheetah fabricado por Seagate. * Os discos rígidos também são conhecidos pela sigla HD (hard drive – disco rígido). tos. Quando os pratos giram, as cabeças de leitura/ gravação flutuam acima da superfície do disco. Assim, o dispositivo se desloca para uma trilha circular específica na superfície dos pratos. A velocidade de rotação em muitos discos rígidos é de 3600 rpm ou maior. Os discos rígidos Seagate Cheetah semelhantes ao mostrado na Figura 1117 possuem velocidades de rotação da ordem de 10.000 ou 15.000 rpm. Quanto maior for essa velocidade, mais rapidamente a informação pode ser localizada pela cabeça de leitura/gravação. A folha de especificações de um disco rígido fornece informações como capacidade de armazenamento total, número de cabeças de leitura/ gravação, número e tamanho dos pratos, tempo de busca médio (leitura/gravação), latência média, velocidade de rotação, dimensões físicas, consumo de energia e temperatura de operação. A organização dos dados nos discos pode ser dada na forma de número de setores (um setor normalmente acomoda 512 bytes de dados associados a outra informação como um endereço), número de trilhas (círculos de dados concêntricos) ou número de cilindros (semelhante ao número de trilhas, sendo tridimensional porque inclui ambos os lados de todos os pratos). O disco rígido da Figura 11-17 é projetado para operar como um dispositivo de armazenamento de dados interno em um computador. Atualmente, a capacidade de discos rígidos internos varia entre 50 e 500 GB. Um disco rígido portátil semelhante ao dispositivo de bolso mostrado na Figura 11-18 é uma alternativa popular ao armazenamento de dados em disquetes. O disco rígido de bolso possui capacidades de armazenamento entre 2,5 e 5 GB**. O dispositivo possui peso e dimensões reduzidas, com um conector retrátil que pode ser conectado à porta USB de qualquer computador para transferir dados a uma taxa de 480 Mbps. O disco rígido de bolso (Figura 11-18) é alimentado pela própria ** Este tipo de tecnologia encontra-se em constante evolução e, atualmente, há discos rígidos portáteis com capacidades muito superiores. Figura 11-18 Disco rígido de bolso. porta USB. Há outros dispositivos portáteis com maiores capacidades de armazenamento, mas com maiores dimensões e eventual necessidade de fontes de alimentação auxiliares. Disquetes O disco flexível de 3,5” já foi um meio de armazenamento a longo prazo e transporte de dados muito popular. Discos flexíveis ou disquetes existem em tamanhos de 5,25” ou 3,5”, embora este último tenha se tornado padrão. O diagrama que representa um disquete de 3,5” é mostrado na Figura 11-19(a), onde é apresentada a visão da parte inferior do dispositivo. O encapsulamento de plástico rígido e a cobertura metálica deslizante são claramente identificados, os quais são responsáveis por proteger o disco. Na figura, o disco também é exibido e a cobertura retorna à posição de proteção do disco quando é liberada. As cabeças de leitura/gravação do leitor podem armazenar ou ler os dados em ambas as faces do disco. O centro possui um círculo metálico preso na parte inferior do disco que permite movimentá-lo. A abertura retangular existente nesse círculo é um orifício de índice utilizado por alguns leitores para temporização. A trava de proteção contra gravação encontra-se fechada (de acordo com o desenho), de modo que é possível realizar tanto a leitura quanto a gravação no disco. Quando o orifício é aberto (trava na posição inferior), é possível apenas ler o disco, que está protegido contra gravação. Os dados em um disquete são organizados durante o processo de formatação. Essa organização pode ser observada no disco de 3,5” da Figura 11-19(b). Note que o disco é organizado por trilhas e setores. O disco de 3,5” é organizado em 80 círculos concêntricos ou trilhas, cada uma delas divida em 18 setores. Lembre-se que ambos os lados do disco são organizados dessa forma. Cada setor pode armazenar 512 bytes de dados juntamente com outra informação como um endereço, conforme ilustra a Figura 11-9(b). Um disco DD de 3,5” mais antigo é formatado com 80 trilhas em ambos os lados, mas com apenas nove setores por trilha. Esse tipo de organização também é empregado por discos rígidos. Em resumo, o disquete de 3,5” pode ser o dispositivo de armazenamento de dados mais conhecido do mundo. Consiste em um dispositivo de leitura/ gravação de dados de baixo custo que pode ser facilmente transportado e utilizado em qualquer tipo de computador compatível. Sua capacidade de armazenamento é aproximadamente 1,4 MB. Muitos laptops e computadores de pequeno porte não possuem leitores de disquete, dependendo do uso de portas USB e FireWire (IEEE 1394) para a conexão de dispositivos de armazenamento de dados com mídia removível. Dentre esses tipos, é possível citar os leitores de disquete, discos rígidos portáteis ou dispositivos de memória flash. Memórias Conector USB 2.0 capítulo 11 Disco rígido de bolso de 3600 rpm e 1 polegada O disquete de 3.5” de alta densidade (HD – high density) mais comum pode armazenar até 2 MB de dados. O formato convencional permite o armazenamento de 1,44 MB de dados em um disco de 3.5” com alta densidade e dupla face (HD DS – high density double-sided). Disquetes de 3,5” são capazes de armazenar uma menor quantidade de dados. O leitor de discos é capaz de reconhecer qual é o tipo de disquete por meio da presença ou ausência de um orifício existente no lado esquerdo do disco, como mostra a Figura 11-19(a). Muitos disquetes de 3,5” mais antigos são chamados de discos com dupla densidade (DD – double density). Na prática, haverá problemas na tentativa de utilizar um disquete HD em leitores mais antigos projetados para ler apenas disquetes DD de 3,5”. 353 Disquete Cobertura metálica deslizante Encapsulamento de plástico rígido Círculo metálico (preso ao disco) Lado duplo com alta densidade Com orifício disco com capacidade de armazenamento de 1,4 MB Orifício de índice Lado inferior do disco de 3,5” Sem orifício disco com capacidade de armazenamento de 800 kB ou menos (mais antigo) Trava de proteção contra gravação (orifício fechado leitura ou gravação, orifício aberto leitura apenas) (a) Disquete de 3,5” Trilha 00 (1 de 80) Trilha 79 (1 de 80) Setor (1 de 18) Centro Sistemas Sequenciais Setor 1 354 Trilha 2, Setor 1 Trilha 0, Setor 1 512 bytes de dados e informações adicionais (b) Figura 11-19 Disquete de 3,5 polegadas. (a) Características físicas. (b) Formatação típica em 80 trilhas e 18 setores. O CD foi inicialmente desenvolvido para gravação de áudio e posteriormente adaptado para a utilização em computadores na forma de CD-ROM na metade da década de 1980. O CD-ROM é fabricado a partir de um molde de vidro cuidadosamente preparado. Por sua vez, este é preenchido com plástico policarbonato, formando o CD-ROM. O dispositivo resultante contém pequenos sulcos e cavidades (ausência de sulcos). A representação de um CD-ROM é mostrada na Figura 11-20(a). Quando é inserido no leitor do computador, um feixe laser localizado na parte inferior é apontado para o disco. A reflexão da luz nos sulcos e cavidades é interpretada por um dispositivo fotodetector e circuitos digitais como uma série de valores lógicos 0 e 1. A taxa de transferência de dados de um CD-ROM é indicada pelo fabricante como 1x, 2x, 16x ou 32x. O DVD-RM é uma versão mais moderna do CDROM. CDs e DVDs possuem o mesmo aspecto físico, sendo discos de plástico com diâmetro de 120 mm e espessura de 12 mm. Ambos são fabricados com a mesma tecnologia e os dados são lidos a partir de sulcos e cavidades existentes na superfície do disco. Entretanto, DVDs possuem capacidade de armazenamento muito maior, sendo que uma unidade com camada simples é capaz de armazenar uma quantidade de dados cerca de sete vezes maiores que um CD-ROM. Os sulcos e cavidades no DVD-ROM encontram-se mais próximos uns dos outros em maior quantidade, como sugere a Figura 11-20(b), que por sua vez compara um CD-ROM e um DVD-ROM. Além disso, os tamanhos dos sulcos e cavidades são muito menores no DVD-ROM. Atualmente, muitos leitores possuem feixes laser capazes de acessar dados armazenados tanto em CD-ROMs quanto em DVD-ROMs. Esses dispositivos normalmente possuem o logotipo do DVD estampado na parte frontal. DVDs podem armazenar 4,7 GB (disco com lado único e camada simples) ou 9,4 GB (disco com lado duplo e camada única), 8,5 GB (disco com lado duplo e camada simples) ou 17 GB (disco com lado duplo e camada dupla). Essas quantidades de dados são muito superiores aos 0,65 GB armazenados em um CD-ROM. Além disco, leitores de DVD-ROM possuem velocidade de transferência de dados 1,385 MB por segundo. Isso significa que um leitor de DVD-ROM com velocidade 1x possui a mesma taxa de transferência de dados de um leitor de CDROM com velocidade 9x. Memórias O DISCO ÓPTICO tornou-se um dos dispositivos de armazenamento de dados mais populares utilizados em computadores pessoais modernos. Essa tecnologia tornou-se bastante difundida em virtude da (1) confiabilidade, (2) alta capacidade de armazenamento, (3) portabilidade e (4) custo reduzido. Há discos ópticos de vários tipos, incluindo o popular CD-ROM (compact disc read-only memory – disco compacto com memória somente de leitura), CD-R (compact disc recordable – disco compacto gravável) e CD-RW (compact disc rewritable – disco compacto regravável). Discos ópticos com maior capacidade de armazenamento incluem o DVD-ROM (digital versatile disc read-only memory – disco digital versátil com memória somente de leitura), DVD-R (digital versatile disc recordable – disco digital versátil gravável), DVD-RW (digital versatile disc rewritable – disco digital versátil regravável) e DVDRW (outra versão do disco digital versátil regravável). Discos ópticos possuem diâmetros de aproximadamente 120 mm (4,72”) ou 80 mm (3,15”). Além de armazenar dados, são normalmente empregados no armazenamento de áudio e vídeo. Um leitor com a indicação 1x possui uma taxa de transferência de dados máxima de 150 kB (quilobytes) por segundo. Portanto, um leitor 16x possui máxima taxa de transferência de dados de 2400 kB por segundo (150 kB×162400 kB/seg ou 2,4 MB/ seg.) Essas são as taxas máximas de transferência de dados, mas as taxas reais são normalmente menores. Atualmente, os computadores são equipados com leitores de CD com velocidade iguais ou superiores a 48x. capítulo 11 Discos ópticos 355 OM CD-R Rótulo serigrafado Camada selada para evitar oxidação Camada reflexiva Policarbonato (limpo) com sulcos (a) Tamanho mínimo do sulco 0,83 micron Espessura da faixa 1,6 micron CD Tamanho mínimo do sulco 0,4 micron Espessura da faixa 0,74 micron Sistemas Sequenciais DVD 356 (b) Figura 11-20 (a) Construção de um CD-ROM. (b) Comparação da espessura da faixa (largura) e tamanho do sulco cm CDs e DVDs. Discos do tipo CD-R (CDs graváveis) tornaram-se bastante populares no armazenamento permanente (arquivamento) de dados. CDs são dispositivos de leitura WORM (write-once read many – gravação única e leitura múltipla) onde os dados podem ser armazenados através da utilização de um dispositivo gravador de CDs. Antes de gravar o disco CD-R, a superfície se assemelha a uma cavidade contínua (sem a existência de sulcos). Durante o processo de gravação, um feixe laser aquece uma camada reflexiva de ouro e uma camada colorida que pode ser dourada, verde ou azul dependendo do fabricante. Quando inserido no leitor de CD-R, as áreas escuras gravadas no disco (semelhantes aos sulcos existentes no CD-ROM) refletem menor quantidade de luz. As áreas brilhantes (cavidades) e opacas (gravadas) são interpretadas como níveis lógicos 0 e 1 pelo leitor de CD-R e circuitos digitais associados. O disco CD-R pode ser gravado uma única vez, sendo formatadas com capacidade de armazenamento de aproximadamente 650 MB. DVD. O DVD-RAM possui aspecto semelhante a um disquete grande. Discos DVD-RW (inicialmente designados como DVD-R/W) e DVDRW utilizam a tecnologia de mudança que permite assumir o estado cristalino (reflexivo) ou amorfo (escuro, não reflexivo). A diferença resultante entre as áreas reflexivas e escuras no disco pode ser identificada por um fotodetector e interpretada como níveis lógicos 0 e 1. Discos DVDRW são mais compatíveis com produtos eletrônicos e computadores pessoais, o que é importante em aplicações multimídia. Discos CD-RW (CDs regraváveis) são uma alternativa aos disquetes porque possuem alta capacidade de armazenamento e capacidade de leitura/gravação. Discos CD-RW são muitas vezes chamados de CDs apagáveis (erasable) ou CD-E. O CD-RW pode ser regravado 1000 vezes ou mais. Quando um CD-R é gravado, a camada colorida fotosensível é modificada permanentemente. Quando um CD-RW é gravado, a camada de gravação (que consiste em uma liga de prata, índio, antimônio e telúrio) pode ser gravada e regravada. Essa liga metálica consiste em uma superfície que é muito reflexiva no estado cristalino ou opaca no estado amorfo (de forma semelhante aos sulcos e cavidades do CD-ROM). O leitor de CD-R/ CD-RW utiliza um feixe laser para identificar as áreas reflexivas e opacas no CD-RW como níveis lógicos 0 e 1. Muitos leitores mais modernos são capazes de ler ambos os tipos de disco CD-R e CD-RW. Vários dispositivos de armazenamento de dados são comparados em termos do tempo de acesso/ capacidade de armazenamento na Figura 11-21. No gráfico, o tempo de acesso é medido em segundos e a capacidade de armazenamento é medida em megabytes. O tempo de acesso corresponde ao intervalo de tempo necessário para acessar uma pequena quantidade de dados existente na memória. O melhor desempenho (em termos do menor tempo de acesso) é apresentado pelo cartão de memória flash, cuja principal desvantagem reside no alto custo. Os métodos mecânicos de armazenamento de dados (fita de papel e papel perfurado) possuem o pior desempenho, sendo praticamente descartados na maioria das aplicações. A fita magnética e a fita cassete digital (DAT – digital audio tape) possuem tempo de acesso elevado, mas elevada capacidade de armazenamento a baixo custo. Discos rígidos são extremamente po* O disco Blu-ray também é um tipo de dispositivo óptico cuja capacidade de armazenamento pode variar entre 25 GB e 100 GB. É muito utilizado no armazenamento de arquivos de vídeo (filmes) em HD (high definition – alta definição). Memórias Tempo de acesso capítulo 11 Há três tipos de DVD com alta capacidade e características semelhantes ao CD-RW, isto é, DVD-RW, DVDRW e DVD-RAM. Os discos DVD-RAM foram desenvolvidos inicialmente, mas não são muito compatíveis com outros produtos do tipo CD-RW/ Espera-se que vários tipos e formatos de discos ópticos sejam utilizados em armazenamento de dados, áudio e vídeo em computadores e dispositivos multimídia ao longo das décadas seguintes em virtude da alta confiabilidade e capacidade de armazenamento de dados, baixo custo e portabilidade*. 357 108 107 Cartão de memória flash Tempo de acesso (segundos) 106 10 Tecnologia dos semicondutores 5 104 103 102 Disco rígido Tecnologia dos discos 101 Disquete Disco óptico 100 Fita de papel Cartões de perfuração Fita 10 0,1 1 10 100 Capacidade de armazenamento (megabytes) Tecnologia das fitas DAT 1000 10.000 Figura 11-21 Comparação entre diversos dispositivos de armazenamento de dados. Sistemas Sequenciais pulares devido à simplicidade de utilização, altas capacidades de armazenamento, ótimos tempos de acesso, custo razoável e utilização universal. Disquetes continuam sendo populares porque são de fácil utilização, possuem baixo custo agregado, são portáteis, com tempos de acesso médios e aplicação universal*. Discos ópticos como CD-ROMs, CD-Rs e CD-RW tornaram-se dispositivos padrão em termos de armazenamento de dados em computadores pessoais. Versões de elevada capacidade como DVD-ROMs são igualmente populares. O armazenamento óptico é intensamente utilizado em virtude da elevada capacidade de armazenamento de dados, baixo custo, portabilidade e confiabilida- 358 www Teste seus conhecimentos * A maioria dos microcomputadores do tipo desktop e laptop fabricados atualmente não possui leitores de disquete, principalmente em virtude da popularização e drástica redução de custos dos discos ópticos e memórias flash. de. Memórias flash consistem em uma tecnologia emergente, com excelentes tempos de acesso e ótima capacidade de armazenamento, embora o custo seja ligeiramente maior. Discos ópticos de leitura/gravação possuem elevadas capacidades de armazenamento. O leitor de DISCOS DE LEITURA/GRAVAÇÃO MAGNETO-ÓPTICOS utiliza um feixe laser e uma mola metálica para gravar, ler e apagar o disco óptico revestido de metal. Esses dispositivos regraváveis são muito semelhantes aos disquetes de 3,5”, embora possuam maior espessura e contenham um disco ópticos no interior do encapsulamento plástico. terminal inferior varia gradualmente. Se a resistência do elemento fixo é 1 kΩ, a resistência medida entre os pontos A e B pode assumir um dado valor entre 0 e 1 kΩ. Potenciômetro digital – utilização de memória NV Muitos produtos e dispositivos eletrônicos possuem memórias semicondutoras internas. Um exemplo consiste no potenciômetro digital ou POTENCIÔMETRO DE ESTADO SÓLIDO. O conceito de um potenciômetro digital é ilustrado na Figura 11-22(b), onde o elemento de resistência fixa corresponde a 10 resistores de 100 Ω associados em série, correspondendo a um valor total de 1 kΩ. Nesse caso, o contato deslizante é apenas capaz de se conectar aos terminais dos resistores. À medida que o contato é movido para cima ou para baixo, a resistência medida varia em passos Lembre-se que o potenciômetro convencional representado na Figura 11-22(a) é analógico. Se o contato se move ao longo do elemento resistivo, a resistência medida entra a posição do contato e o Contato deslizante Potenciômetro de 1k A Ohms B (a) 100 R10 R4-R9 O contato se move apenas em passos discretos 100 R2 100 R1 Ohms Memórias R3 (b) Figura 11-22 (a) Saída analógica de um potenciômetro. (b) Saída digital de um potenciômetro de estado sólido (10 passos, sendo que cada um deles corresponde a 100 Ω). capítulo 11 100 359 discretos (iguais a 100 Ω nesse caso). Ou seja, um ohmímetro é capaz de apresentar leituras de valores discretos como 0, 100, 200, 300, 400, 500, 600, 700, 800, 900 ou 1000 ohms. de um potenciômetro convencional. Na saída do diagrama de blocos da Figura 11-23(a), note que o CI DS1804 contém resistências séries designadas por R1 a R99. O contato deslizante W do potenciômetro pode ser conectado a um dos 100 pontos distintos existentes na escada de resistências conectadas em série, sendo que cada ponto é representado pelas posições de 0 a 99 no diagrama de blocos. Se esse componente representa um potenciômetro de 100 kΩ, cada resistência série corres- O diagrama de blocos de um potenciômetro digital é representado na Figura 11-23(a). O diagrama de pinos do CI DIP é mostrado na Figura 11-23(b), que pertence ao CI potenciômetro trimmer DS1804 NV fabricado por Dallas Semiconductor. Note que as três saídas H, L e W são semelhantes aos terminais Vcc SAÍDAS H terminal ALTO Posição 99 ENTRADAS R99 Multiplexador 100 para 1 CS INC U/D Lógica de controle Posição 98 R2-R98 Posição 1 R1 EEPROM Posição 0 L terminal BAIXO GND W cursor (a) INC 1 U/D H 2 3 GND 4 DS1804 8 Vcc 7 6 CS L 5 W Sistemas Sequenciais DESCRIÇÃO DOS PINOS 360 H L W VCC CS U/D INC GND - terminal SUPERIOR do potenciômetro - terminal INFERIOR do potenciômetro - cursor do potenciômetro - tensão de alimentação de 3V ou 5V - Seleção do chip - Controle de movimentação para cima/para baixo - Incrementar/decrementar o controle do cursor - Terra (b) Figura 11-23 (a) Diagrama de blocos do potenciômetro digital DS1804. (b) Diagrama de pinos e descrição dos pinos do potenciômetro digital DS1804 (CI DIP). (Cortesia de Dallas Semiconductor.) ponde a 1 kΩ. Se o contato se encontra na posição 1, a resistência entre os terminais L e W é de 1 kΩ. Por outro lado, se o contato estiver na posição 98, a resistência entre os terminais L e W será de 98 kΩ. Quando o CI DS1804 é inicialmente energizado, a posição inicial do contato armazenada em uma memória EEPROM não volátil é carregada na seção lógica de controle do dispositivo. Essa posição é repassada ao multiplexador, que efetivamente a localizará. A posição do contato pode ser alterada aplicando-se sinais às entradas CS, INC e U/D. Tente modificar a posição do contato do CI DS1804-100 (potenciômetro digital de 100 kΩ) utilizando o diagrama lógico da Figura 11-24. O primeiro exemplo (Figura 11-24(a)) mostra um nível BAIXO aplicado na entrada de seleção do chip (CS) e um nível ALTO inserido na entrada de controle de movimentação para cima/para baixo (U/D). Dessa forma, o contato se move uma posição para cima a cada pulso negativo aplicado na entrada de incremento (INC). Nesse exemplo, três pulsos negativos são aplicados na entrada INC, de forma que o contato se desloca três posições para cima a partir de sua posição inicial. Logo, com a aplicação de três pulsos nesse caso, tem-se uma resistência de 3 kΩ entre os terminais L e W porque cada posição corresponde a 1 kΩ. Quando a entrada de seleção do chip é desativada (CS ALTO), todas as entradas do CI DS1804 são desativadas, permitindo que o dispositivo seja programado uma única vez. Quando a entrada CS é ALTA, a memória EEPROM não pode ser programada durante o desligamento. Assim, a memória EEPROM é capaz de armazenar a última posição do contato, que é resgatada a partir da memória não volátil durante a energização do CI. Um segundo exemplo é mostrado na Figura 1124(b), onde é possível verificar que a entrada de 5 V ENTRADAS SAÍDA ALTO U/D VCC H DS1804 INC W CS L Ohms BAIXO GND 100 k (a) 5 V U/D H DS1804 INC W CS L Ohms BAIXO GND 100 k (b) Figura 11-24 (a) Mudança na posição do cursor do potenciômetro digital DS1804-100. Memórias BAIXO SAÍDA VCC capítulo 11 ENTRADAS 361 seleção do chip (CS) é ativada com um nível BAIXO e a entrada de controle de movimentação para cima/para baixo (U/D) possui nível BAIXO. Assim, o contato pode ser deslocado para baixo. Dois pulsos negativos são inseridos na entrada INC do CI. Desse modo, o contato se move duas posições para baixo, reduzindo a resistência entre W e L em 2 kΩ. A última posição do contato é armazenada na memória EEPROM utilizando-se as entradas INC e CS. Sistemas Sequenciais www 362 Isso ocorre quando a entrada CS sofre uma transição de nível BAIXO para ALTO, enquanto a entrada INC permanece com nível ALTO. O CI DS1804 permite pelo menos 50.000 operações de gravação na memória antes que ocorra o desgaste da mesma. Após o desgaste, o CI DS1804 ainda funcionará e a posição do contato pode ser alterada naturalmente. Entretanto, a posição do contato não será armazenada e será aleatória após cada energização do CI. Teste seus conhecimentos (Figura 11-25) RESUMO E REVISÃO DO CAPÍTULO 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. A disponibilidade de memória e capacidade de armazenamento de dados são as razões pelas quais dispositivos eletrônicos são projetados com circuitos digitais em vez de analógicos. Os dispositivos internos de memória existentes em um computador existem na forma de memórias RAM, ROM e NVRAM. A CPU contém outros dispositivos de memória menores, como registradores, contadores e latches. Dispositivos externos de armazenamento de memória são normalmente classificados de acordo com o tipo de tecnologia empregada: magnéticos, mecânicos, ópticos e semicondutores. Disquetes, discos rígidos, fitas magnéticas, CD-ROMs, DVDs e memórias flash são exemplos de dispositivos de armazenamento de memória. Células de memória semicondutora são classificadas como SRAM, DRAM, SDRAM, ROM, EPROM, EEPROM, flash EEPROM, MRAM e FRAM. Algumas características importantes dos dispositivos de memória semicondutora são a densidade, confiabilidade, custo, consumo de energia, capacidade de leitura ou leitura/gravação, volatilidade/não volatilidade e atualização de forma elétrica. Uma memória RAM é um dispositivo de memória com acesso aleatório de leitura/gravação. Existe na formas SRAM (RAM estática) e DRAM (RAM dinâmica). As memórias DRAM mais rápidas e SRAM mais lentas são classificadas como dispositivos voláteis. Uma memória ROM é considerada um dispositivo de armazenamento permanente de dados que possui apenas característica de leitura. Uma memória ROM é semelhante à ROM, mas pode ser gravada uma única vez. Existem diversos tipos de memórias PROM, como EPROM, EEPROM e NVSRAM. As memórias PROM cujas siglas se iniciam com a letra “E” 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. podem ser apagadas eletricamente ou por luz ultravioleta através de uma janela especial transparente existente na parte superior do CI. O processo de gravação armazena as informações na memória. O processo de leitura detecta o conteúdo existente na célula de memória. A memória NVRAM (RAM não volátil) é implementada em microcomputadores utilizando-se memórias SRAM com suporte de baterias, FRAM (RAM ferroelétrica) ou MRAM (RAM magnetoresistiva). Uma memória flash é um novo tipo de memória EEPROM de baixo custo que pode ser rapidamente apagada e reprogramada sem a necessidade de sua remoção do circuito. CIs de memória flash são encapsulados na forma de cartões ou módulos de memória. Métodos de armazenamento externo de dados em computadores incluem fitas magnéticas, disquetes, discos rígidos, discos ópticos e módulos ou cartões de memória flash. Microcomputadores utilizam diversos tipos de dispositivos RAM, ROM e NVRAM como memória interna. Disquetes, discos rígidos, CDs/ DVDs e módulos ou cartões de memória flash são dispositivos de armazenamento comuns empregados em computadores de pequeno porte. Um byte equivale a uma palavra de 8 bits. Um gigabyte (GB) de memória representa um bilhão de bytes (na realidade, 230 bytes). Um megabyte de memória equivale a um milhão de bytes (na realidade, 220 bytes). Um quilobyte (kB) é igual a mil (na realidade, 210 ou 1024) bytes de memória. DIP, ZIP, SIP, SIMM, DIMM e RIMM são encapsulamentos de memória comuns. Cartões de memória são normalmente encapsulados de acordo com o padrão PCMCIA (Personal Computer Memory Card International Association). capítulo 11 1. Memórias Resumo 363 16. www Um potenciômetro digital, que emprega uma memória EEPROM, permite a mudança da posição do cursor deslizante de forma digital, sendo esta armazenada no interior da memória NV quando o dispositivo é desligado. Questões de revisão do capítulo Questões de pensamento crítico 11-1 Desenhe o diagrama de uma memória 32×8 na forma de uma tabela semelhante àquela da Figura 11-4. 11-2 Cite pelo menos três tipos de memória de somente leitura. 11-3 Por que muitos sistemas de computadores possuem discos rígidos e leitores de disquetes? 11-4 Cite diversos cuidados que devem ser tomados com o manuseio de disquetes. 11-5 Se um computador possui 4 MB de memória RAM, quantos bytes de leitura/gravação existem? Sistemas Sequenciais www 364 Respostas dos testes 11-6 Explique a diferença entre software e firmware. 11-7 Explique a diferença entre uma memória ROM programável por máscara e uma memória PROM com elos fusíveis. 11-8 Explique a diferença entre memória UV EPROM e EEPROM. 11-9 Por que os discos rígidos se tornaram o método de armazenamento de dados padrão na maioria dos microcomputadores? 11-10 Cite diversos tipos de memória de leitura/gravação não voláteis. capítulo 12 Sistemas digitais Muitos dispositivos utilizados no cotidiano, como calculadoras, despertadores, relógios de pulso digitais, telefones celulares, MP3 players e computadores são considerados sistemas digitais. Calculadoras, relógios digitais e computadores são conjuntos de subsistemas, que incluem contadores, memórias RAM e ROM, codificadores, decodificadores, clocks e decodificadores/ drivers com displays. A maioria desses dispositivos foi estudada em capítulos anteriores. Este capítulo dedica-se à discussão de diversos sistemas digitais incluindo aspectos como transferência de dados e princípios de operação. Sistemas digitais são constituídos de conjuntos de subsistemas digitais. Objetivos deste capítulo Identificar seis elementos presentes na maioria dos sistemas digitais. Descrever cada um dos elementos supracitados. Descrever cada uma das escalas de integração de CIs digitais. Analisar a operação dos circuitos de um jogo de dados digital. Descrever a organização de um sistema de relógio digital. Analisar a operação de um relógio digital incluindo circuitos divisores de frequência e displays multiplexados. Analisar a operação de um sistema contador de frequência digital. Analisar a operação de um sistema temporizador LCD. Responder questões relacionadas a termos utilizados na tecnologia boundary scan (JTAG). Elementos de um sistema A maioria dos sistemas mecânicos, químicos, fluidos e elétricos possui algumas características em comum. Esses sistemas possuem uma ENTRADA e uma SAÍDA, que por sua vez fornecem um produto, energia ou INFORMAÇÃO. O sistema completo é organizado e sua operação é coordenada por uma função de CONTROLE. A função de TRANSMISSÃO envia produtos, energia ou informação. Sistemas mais complexos também possuem uma função de ARMAZENAMENTO. A Figura 12-1 representa a organização geral de um sistema. Analise cuidadosamente o diagrama, o qual pode representar sistemas de qualquer natureza, seja em nível de transporte, www fluidos, escolas ou eletrônica. A transmissão de informações entre os dispositivos é representada por linhas e setas coloridas. Note que essas transferências de dados sempre ocorrem em um sentido. É comum utilizar setas duplas nas linhas de controle para mostrar que a unidade de controle coordena a operação do sistema, bem como é realimentada por suas ações. Sistemas digitais trabalham com a transmissão de dados digitais como números e códigos. O sistema genérico da Figura 12-1 auxiliará a explicação do funcionamento de diversos sistemas digitais que serão discutidos neste capítulo e no Capítulo 13 – Sistemas de Computadores. Teste seus conhecimentos Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. Sistema digital de um CI Anteriormente, aprendemos que todos os sistemas digitais podem ser representados a partir de portas AND, OR e inversores. Além disso, foi mostrado que fabricantes disponibilizam subsistemas na forma de um único CI (como contadores, registradores e assim por diante). Entretanto, há alguns CIs que também contêm sistemas digitais completos. Os circuitos integrados digitais menos complexos são classificados como INTEGRAÇÃO EM PEQUENA ESCALA (small-scale integration – SSI). A complexidade de um circuito do tipo SSI compreende menos de 12 portas lógicas ou dispositivos semelhantes. A integração em pequena escala utiliza as portas lógicas e CIs contendo flip-flops que foram anteriormente estudados. A INTEGRAÇÃO EM MÉDIA ESCALA (medium-scale integration – SSI) possui complexidade relacionada à utilização de 12 a 99 portas lógicas. CIs classificados como MSI pertencem ao grupo de pequenos subsistemas. Exemplos típicos incluem somadores, registradores, comparadores, conversores de códigos, contadores, seletores de dados/multiplexadores e pequenas memórias RAM. A maioria dos CIs que foi estudada até agora é do tipo SSI ou MSI. Sistemas Sequenciais Controle 366 Entrada Armazenamento Transmissão Figura 12-1 Elementos de um sistema. Processamento Armazenamento Saída A INTEGRAÇÃO EM GRANDE ESCALA (large-scale integration – LSI) possui complexidade relacionada à utilização de 100 a 9999 portas lógicas. Nesse caso, um subsistema de maior porte ou um sistema digital mais simples pode ser implementado em um único CI. Exemplos típicos consistem em relógios digitais, calculadoras, microcontroladores e memórias do tipo ROM, RAM, PROM, EPROM e flash. A INTEGRAÇÃO EM ESCALA MUITO GRANDE (very large-scale integration – VLSI) possui complexidade relacionada à utilização de 10.000 a 99.999 portas lógicas em um único CI. CIs VLSI normalmente consistem em sistemas digitais encapsulados em um único chip. O termo “chip” refere-se a um pequeno pedaço de silício (provavelmente correspondente a um quadrado cujos lados são de ¼ de polegada) contendo todos os circuitos eletrônicos em um CI. Chips com elevada capacidade de memória e microprocessadores avançados são exemplos de CIs VLSI. A INTEGRAÇÃO EM ESCALA ULTRAGRANDE (very ultra-large-scale integration – VLSI) possui complexidade relacionada à utilização de mais de 100.000 portas lógicas em um único CI. Vários fabricantes definem os termos SSI, MSI, LSI, VLSI e ULSI de formas distintas. Teste seus conhecimentos A eletrônica tem sido um hobby popular por mais de meio século. Um das atividades favoritas dos entusiastas do ramo é o desenvolvimento de jogos eletrônicos. Jogos e brinquedos eletrônicos têm sido objeto de interesse de muitos estudantes de eletrônica em universidades e escolas técnicas. Jogos eletrônicos podem ser classificados em jogos simples independentes ou jogos de computador, arcade (fliperama) e consoles (TV). Esses jogos independentes são desenvolvidos por estudantes e hobbystas. Diversos jogos digitais eletrônicos simples utilizando CIs digitais SSI e MSI serão abordados nesta seção. Jogo de dados simples O diagrama de blocos de um JOGO DE DADOS DIGITAL é representado na Figura 12-2. Quando o botão é pressionado, um sinal de clock é enviado para o contador, que é projetado para uma sequência de contagem 1, 2, 3, 4, 5, 6, 1, 2, 3 e assim por diante. A saída binária do contador é traduzida em código de sete segmentos pelo bloco decodificador, que também contém o driver do display de sete segmentos. Quando a chave que representa o botão é aberta, o contador interrompe a contagem em um número aleatório entre 1 e 6, simulando o arremesso de um dado. O numero binário armazenado no contador é decodificado e exibido no display como um valor decimal. Esse circuito também podem ser projeta- Sistemas digitais Jogos digitais capítulo 12 www Na década de 1960, famílias de CIs digitais foram desenvolvidas com as tecnologias SSI e MSI. No final dessa década, a tecnologia LSI foi empregada no desenvolvimento de vários CIs especializados. A elevada produção de CIs LSI incluiu relógios, calculadores e memórias em um único chip. Após o desenvolvimento de CHIPS PARA CALCULADORAS, a arquitetura de um computador foi projetada em um único chip denominado MICROPROCESSADOR, que constitui a CPU de um computador. As melhorias no projeto de microprocessadores e na fabricação de CIs possibilitaram a criação da última geração de microprocessadores que contêm o equivalente a dezenas de milhões de transistores. Na década de 1980, fabricantes combinaram diversas partes de um sistema de computador (como CPU, RAM, ROM e entrada/saída) em um único CI de baixo custo. Esses “pequenos computadores” encapsulados em um único CI foram utilizados para aplicações de controle, mas não em computadores de uso geral. Esses dispositivos são denominados MICROCONTROLADORES, o quais juntamente com os computadores serão analisados no Capítulo 13. 367 ENTRADA Clock SAÍDA Aperte para “lançar” os dados Contador (1-6) Decodificador/ driver Figura 12-2 Diagrama de blocos simples de um jogo de dados digital. do de modo a simular o arremesso de dois dados simultaneamente. O circuito que representa o jogo de dados digital é mostrado na Figura 12-3. Ao pressionar a chave de entrada, inicia-se uma sequência de contagem binária 001, 010, 011, 100, 101, 110, 001, 010, 011 e assim por diante. Quando a chave é aberta, a última contagem binária é armazenada nos flip-flops do contador 74192. O valor é então decodificado pelo CI 7447, de modo que o display de sete segmentos a LEDs é aceso. O CI temporizador 555 é utilizado como multivibrador astável na Figura 12-3, gerando uma forma de onda retangular de 600 Hz. Sistemas Sequenciais O CI 74192 é utilizado como contador mod-6 crescente (de 1 a 6). A porta NAND de três entradas é ativada quando a contagem chega ao número binário 111. Assim, o sinal BAIXO proveniente da porta NAND carrega o próximo número na sequência de contagem, que corresponde ao valor binário 001. Deve-se observar que todas as três saídas do contador (QA, QB, QC) tornam-se ALTAS apenas durante um intervalo de tempo muito curto (inferior a um microssegundo), enquanto o contador é carregado com o valor 0001. Portanto, a contagem binária temporária 111 nunca chega a ser exibida como 7 no display a LEDs. 368 O decodificador BCD para sete segmentos 7447 converte as entradas binárias (A, B, C) em código de sete segmentos. O CI 7447 aciona os segmentos com saídas ativas-BAIXAS (a até g). Os sete resistores de 150 Ω limitam a corrente nos LEDs em valores seguros. Note que o display de sete segmentos a LEDs utilizado na Figura 12-3 possui configuração anodo comum. Outro jogo de dados O jogo de dados digital da Figura 12-3 utiliza CIs TTL com um display de sete segmentos que não representa um jogo real de forma adequada. Outro jogo mais realista pode ser implementado com o circuito mostrado nas figuras 12-4 e 12-5. O diagrama de blocos do segundo jogo de dados digital é ilustrado na Figura 12-4(a), o qual emprega LEDs individuais na saída. Ao liberar o botão na Figura 12-4(a), o circuito de clock gera um sinal com forma de onda quadrada, que por sua vez aciona a contagem decrescente 6, 5, 4, 3, 2, 1, 6, 5, 4 e assim por diante. O bloco digital acende os LEDs adequados para representar valores decimais variados. O padrão de acionamento dos LEDs para cada valor é representado na Figura 12-4(b). O diagrama esquemático do segundo jogo de dados digital é apresentado em detalhes na Figura 12-5. O circuito emprega um CI CMOS da série 4000 e uma fonte de alimentação de 12 V. A chave à esquerda corresponde ao dispositivo de entrada, enquanto os LEDs (D1 a D7) à direita constituem a saída. Fisicamente, os LEDs são arranjados da forma representada no canto inferior direito da Figura 12-5. Quando a chave que permite “lançar os dados” é acionada, as duas portas NAND do tipo Schmitt trigger à esquerda da Figura 12-5 produzem um forma de onda quadrada de 100 Hz. As duas portas 369 2 6 7 1 Clock (555) 4 8 3 600 Hz ENTRADA 5 V D C B A CLR (74192) QC QB QA GND Contador (1–6) Contagem crescente Carga VCC 5 V 7410 capítulo 12 Sistemas digitais Figura 12-3 Diagrama esquemático de um jogo de dados digital prático utilizando CIs TTL. 0,033 F 10 k 33 k 5 V 4s 2s 1s C B A a Entrada D GND (7447) g g e d c b a f 150 f e Decodificador/ b driver de BCD c para sete d segmentos VCC 5 V Display a LEDs SAÍDA Anodo 5 V SAÍDA 12 V ENTRADA Contador (6–1) Clock Bloco lógico LEDs Aperte para “lançar” os dados (a) 1 2 4 3 5 6 (b) Figura 12-4 Jogo eletrônico de simulação de dados. (a) Diagrama de blocos simples. (b) Padrões dos LEDs utilizados na representação dos números 1 a 6 no dado. Sistemas Sequenciais NAND associadas com resistores e capacitores formam um MV astável. O sinal de 100 HZ é aplicado na entrada de clock do CONTADOR BINÁRIO/DE DÉCADA CRESCENTE/DECRESCENTE PRÉ-AJUSTÁVEL. Nesse circuito, o CI 4029 é empregado com um contador decrescente cujas saídas produzem a contagem binária 110, 101, 100, 011, 010, 001, 110, 101, 100 e assim por diante. 370 Considere o caso onde o contador decrescente da Figura 12-5 atinge a contagem binária 001. Na próxima transição do pulso de clock do nível BAIXO para ALTO, a saída de transporte (pino 7) do CI 4029 assumirá nível BAIXO. Esse sinal é realimentado e aciona o transistor Q1. Isso torna a entrada de ativação de pré-ajuste ALTA. Dessa forma, os dados nas entradas J4, J3, J2 e J1 são assincronamente carregados nos flip-flops dos contadores. Nesse exemplo, o valor binário 0110 é carregado no pulso de pré-ajuste. Quando os flip-flops são carregados, a saída de transporte assume nível ALTO novamente e o transistor Q1 é desligado. As seções finais do jogo de dados eletrônico à direita da Figura 12-5 possuem muitos componentes. A tabela da Figura 12-6 indica os níveis lógicos existentes na saída do contador 4029. A linha superior da tabela mostra o valor binário 110 (HHL) armazenado nas posições 4s, 2s e 1s do flip-flop. A coluna do meio na tabela menciona apenas os componentes que são ativados para acender os LEDs adequados. Observe a primeira linha da tabela da Figura 12-6. A saída da porta NAND torna-se BAIXA, o que aciona o transistor PNP Q2. Assim, todos os seis LEDs (D2 a D7) à direita da Figura 12-5 acendem, simulando o número 6 exibido na face de um dado. Considere a segunda linha da tabela da Figura 126. Os dados binários correspondem a 101 (HLH). O nível ALTO na linha 1s (pino 6) aciona o transistor Q5, acendendo o LED D1. A saída da porta NAND torna-se ALTA, de modo que ambas as chaves bilaterais são fechadas (baixa impedância entre in/out e out/in). As chaves bilaterais transferem os níveis lógicos das linhas 2s e 4s para as bases dos transistores Q4 e Q3. O transistor Q3 é ativado pelo nível ALTO e passa a conduzir. Os diodos emissores de luz D2, D3, D4 e D5 acendem. O número decimal 5 é representado quando os cinco LEDs acendem (D1 a D5). 371 Aperte para “lançar” os dados ENTRADA 100 k 2,2 k 10 F 2 1 4093 3 1N914 5 6 0,047 F 4093 330 k 68 k 4 100 Hz b 100 k 2N3906 PNP Q1 15 Clock J4 3 J2 12 (4029) Contador decrescente (6-1) VDD 16 12 V J3 Q3 Q2 Q1 4 5 9 Pulso de pré-ajuste 8 10 6 14 11 Saída de 7 transporte 13 Binário/ Crescente/ Entrada de J1 transporte VSS década decrescente c 1 Habilitar pré-ajuste e 12 V capítulo 12 Sistemas digitais Figura 12-5 Diagrama esquemático de um jogo eletrônico de simulação de dados (Cortesia de Graymark, Inc.). 12 V 4 1 47 k 9 3 4,7 k 47 k D4 D3 D6 b 2N3904 NPN D7 SAÍDA D1 b 2N3904 NPN L aberto H fechado 47 k Q5 D5 10 3 2 e c D2 4093 5 Controle out/in CHB 4016 in/out 8 out/in Controle in/out CHA 4016 b 2N3904 NPN 820 Q3 390 Q4 D7 D6 D5 D4 D3 c e 12 V D2 150 b 2N3906 PNP e c e c 680 D1 Q2 SAÍDA ENTRADAS 4s (Pino 14) 2s (Pino 11) 1s (Pino 6) H H L H L H H L L L H H L H L L L H COMPONENTES ATIVOS LEDS ACESOS DECIMAL Porta NAND com saída BAIXA Transistor Q2 ligado D2, D3, D4, D5, D6, D7 Transistor Q5 ligado D1 Chave bilateral CHB fechada Transistor Q3 ligado D2, D3, D4, D5 5 Chave bilateral CHB fechada Transistor Q3 ligado D2, D3, D4, D5 4 Transistor Q5 ligado D1 Chave bilateral CHB fechada Transistor Q4 ligado D2, D3 3 Chave bilateral CHB fechada Transistor Q4 ligado D2, D3 2 Transistor Q5 ligado D1 1 6 Figura 12-6 Explicação das seções lógica e de saída de um jogo eletrônico de simulação de dados. Pode-se analisar as demais linhas da tabela da Figura 12-6 para compreender a operação lógica desse jogo de dados digital CMOS. O CI 4016 empregado na Figura 12-5 é considerado pelo fabricante como uma CHAVE BILATERAL QUÁDRUPLA, que consiste em uma chave de polo simples e contato simples. Um nível ALTO existente na entrada de controle da chave bilateral 4016 causa seu fechamento ou ativação. Na posição “fechada”, a www Teste seus conhecimentos Sistemas Sequenciais Relógio digital 372 resistência interna entre os terminais in/out e out/ in é muito pequena (sendo 400 Ω um valor típico). Um nível BAIXO aplicado na entrada de controle do dispositivo é capaz de desativá-lo e a chave passa a estar aberta. Diferentemente de uma porta lógica, uma chave bilateral é capaz de transferir dados em ambas as direções, permitindo a transmissão de sinais CA ou CC. Uma chave bilateral também é chamada de PORTA LÓGICA DE TRANSMISSÃO. Anteriormente, mostramos um relógio eletrônico digital, o qual é constituído de diversos contadores. A Figura 12-7(a) representa o diagrama de bloco simples de um relógio digital. Alguns relógios utilizam a frequência da rede CA de 60 Hz como entrada ou padrão de frequência. Esse valor de frequência é dividido em segundos, minutos e horas pelo circuito DIVISOR DE FREQUÊNCIA do relógio. Os valores armazenados nos acumuladores de contagem (segundo, minutos e horas) são então decodificados e o horário correto é exibido nos displays de saída. O relógio digital possui todos os elementos existentes em um sistema típico. A entrada corresponde a um sinal CA de 60 Hz. O processamento ocorre no divisor de frequência, ACUMULADORES DE CONTAGEM e decodificadores. O armazenamento é SAÍDAS ENTRADA 60 Hz Divisor de frequência Acumuladores de contagem Decodificador/ drivers Displays digitais de tempo Ajuste de tempo (a) Horas SAÍDAS Minutos Segundos Decodificador/ drivers Decodificador/ drivers Decodificador/ drivers Acumulador de contagem 0–23 ENTRADA Acumulador de contagem 0–59 1 pulso/ hora 1 pulso/ minuto Divisão por 60 Divisão por 60 Acumulador de contagem 0–59 1 pulso/ segundo Divisor de frequência 60 Hz Divisão por 60 Segundos Minutos Horas Ajuste de tempo Fechado ajuste de adiantamento (b) Anteriormente, mencionamos que todos os sistemas digitais são constituídos de portas lógicas, flip-flops e subsistemas. O diagrama da Figura 12-7(b) mostra como os subsistemas são organizados para exibir o horário na forma de horas, minutos e segundos, sendo que esse diagrama mais detalhado também representa um relógio digital. A entrada ainda corresponde a um sinal de 60 Hz, que pode ser obtido a partir da baixa tensão existente no enrolamento secundário de um transformador. A frequência de 60 Hz é dividida por 60 pelo primeiro circuito divisor e sua saída corresponde a um pulso por segundo. Esse pulso é então aplicado no contador crescente, realizando uma contagem de 00 a 59 reinicializada em 00. Os contadores de segundo são então decodificados e os valores são exibidos nos dois displays de sete segmentos mostrados no canto superior direito da Figura 12-7(b). capítulo 12 realizado pelos acumuladores de contagem. A seção de controle corresponde ao controle de ajuste de tempo, como mostra a Figura 12-7(a). A seção de saída corresponde ao display digital. Sistemas digitais Figura 12-7 (a) Diagrama de blocos simplificado de um relógio digital. (b) Diagrama de blocos detalhado de um relógio digital. 373 Considere o CIRCUITO DIVISOR DE FREQUÊNCIA existente no meio da Figura 12-7(b). A entrada desse circuito divisor por 60 é 1 pulso por segundo e a saída corresponde a um pulso por minuto. Essa saída é então transferida para o contador de 0 a 59 minutos. O contador crescente em questão é responsável por realizar a contagem de minutos de 0 a 59 e depois reinicializá-la. A saída do acumulador de contagem de minutos é decodificada e o resultado é exibido nos dois displays de sete segmentos mostrados na parte superior central da Figura 12-7(b). da Figura 12-7(b). Certamente, você notou que esse é um relógio digital que exibe o horário no formato de 24 horas. O circuito pode ser facilmente convertido em um relógio que exibe o horário no formato de 12 horas trocando-se o acumulador de contagem de 0 a 23 por outro dispositivo semelhante que realize a contagem de 1 a 12. Para ajustar o horário, o controle de ajuste de tempo foi incluído no relógio digital da Figura 12-7(b). Quando a chave está fechada (uma porta lógica pode também ser empregada), o display apresenta contagem crescente com uma taxa mais rápida. Assim, o horário pode ser ajustado rapidamente. A chave em paralelo (bypass) contorna o primeiro circuito divisor de frequência por 60 de forma que o horário do relógio é adiantado cerca de 60 vezes mais rápido que o normal. Um circuito de ajuste ainda mais rápido pode ser obtido com chaves colocadas em paralelo com o primeiro e o segundo divisor de frequência. Essa Agora, vamos analisar o circuito divisor por 60 à direita da Figura 12-7(b). A entrada desse divisor de frequência corresponde a um pulso por minuto, sendo que sua saída é representada por 1 pulso por hora. Essa saída é transferida para o contador de horas à esquerda, que por sua vez realiza a contagem de horas de 0 a 23. A saída desse contador é decodificada e transferida para os dois displays de sete segmentos mostrados na parte superior esquerda 60 Hz 10 Hz 6 1 Hz 10 Contador módulo 6 Contador de década (a) Contador divisor por 6 Contador divisor por 10 1 5 V 5 3 CLR J Sistemas Sequenciais 60 Hz 374 VCC Q FF1 CLK 1 CLR J 6 FF2 CLK GND 13 CLR J 11 K Q QD Contador 5 15 FF3 CLK 1 (7476) (7476) (7476) K Q 5 V 16 5 V 5 3 8 15 3 7400 2 K GND 13 10 Hz 5 V 1 Hz Contagem crescente (74192) Carga 11 7 GND 8 Limpar 14 (b) Figura 12-8 Contador divisor por 60. (a) Diagrama de blocos. (b) Diagrama esquemático utilizando CIs TTL. última técnica é normalmente empregada em relógios digitais. o acumulador da contagem de horas corresponde a um contador de década conectado em cascata com um contador de 0 a 2. O contador de década aciona a casa 1s do display de horas, enquanto o contador mod-3 é responsável por ativar a casa 10s. O que há no interior dos circuitos divisores de frequência por 60 da Figura 12-7(b)? No Capítulo 8 do volume 1, foi mencionado que um contador pode ser utilizado como divisor de frequência. A Figura 12-8(a) representa um diagrama de blocos que mostra como esse circuito é organizado. Note que um contador divisor por 6 alimenta um contador divisor por 10, de modo que o arranjo completo divide a frequência por 60. Nesse exemplo, um sinal de 60 Hz aplicado na entrada passa a ser exibido como uma forma de onda de 1 Hz na saída. Em muitos relógios digitais práticos, a saída é apresentada apenas no formato de horas e minutos, e esses dispositivos são implementados com base em CIs de baixo custo. Chips de relógios digitais do tipo LSI possuem divisores de frequência, acumuladores de contagem e decodificadores existentes em um único encapsulamento. Por um preço um pouco maior, é possível adquirir chips que possuem muitas outras características, como exibição do horário nos formatos 12 h e 24 h, calendário, funções de alarme e rádio. O diagrama esquemático detalhado do circuito divisor de frequência por 60 é mostrado na Figura 12-8(b). Os três flip-flops J-K e a porta NAND formam um contador divisor por 6, enquanto o CI contador de década 74192 atua como um divisor por 10. Se um sinal de 60 Hz é aplicado à esquerda, a frequência na saída QD do contador 74192 será reduzida a 1 Hz. Uma característica que pode ser incluída em um relógio digital é mostrada na Figura 12-9(a). Um circuito gerador de formas de onda é inserido no diagrama de blocos do relógio digital. Os contadores do CI que representam os divisores de frequência não funcionam adequadamente com uma entrada senoidal. A forma de onda senoidal (mostrada à esquerda da Figura 12-9(a)) possui um tempo de subida pequeno que é incapaz de disparar o contador adequadamente. Assim, o sinal senoidal deve ser convertido em uma forma de onda quadrada, sendo utilizado um circuito gerador de forma de Divisores de frequência Acumuladores de contagem Decodificadores/ drivers Displays (a) SAÍDA Conexão com os divisores de frequência ENTRADAS Controle 0 Parar contagem 1 Iniciar contagem NOTA: As entradas CA correspondem a tensões baixas (b) Figura 12-9 Gerador de formas de onda. (a) Inclusão de um circuito gerador de formas de onda na entrada de um relógio digital. (b) Inversor Schmitt trigger utilizado como gerador de formas de onda. Sistemas digitais 60 Hz Circuito gerador de forma de onda capítulo 12 Os acumuladores de contagem de segundos e minutos na Figura 12-7(b) também são contadores. O contador de 0 a 59 corresponde a um contador de década conectado em cascata com um contador de 0 a 5. O contador de década aciona a casa 1s dos displays, enquanto o contador mod-6 é responsável por ativar as respectivas casa 10s. De forma semelhante, 375 onda para tal finalidade. A partir de sua utilização, a forma de onda passa a disparar o circuito divisor de frequência adequadamente. Chips LSI comerciais usados em relógios digitais possuem circuitos geradores de formas de onda internos. Em laboratório, pode-se utilizar um CI inversor Schmitt trigger para converter o sinal senoidal em uma forma de onda quadrada, de forma semelhante ao que foi feito no Capítulo 7 do volume 1. Um circuito gerador de formas de onda simples é representado na Figura 12-9(b), o qual emprega o CI INVERSOR SCHMITT TRIGGER TTL 7414 e também possui um terminal de controle de início/ www parada. Quando essa entrada de controle possui nível ALTO, a onda quadrada proveniente do inversor Schmitt trigger é aplicada na porta AND. Quando há um nível BAIXO aplicado nessa entrada, a forma de onda quadrada não é aplicada na porta AND e o contador é interrompido. É interessante adquirir conhecimento prático sobre a utilização de contadores em divisores de frequência. Lembre-se que o subsistema contador possui duas funções no dispositivo digital: DIVISÃO DE FREQUÊNCIA e contagem crescente com ACUMULAÇÃO ou armazenamento do número de pulsos aplicados em sua entrada. Teste seus conhecimentos Relógio digital LSI O chip LSI em relógios digitais consiste no coração desses dispositivos digitais modernos. Esses chips são fabricados na formas CIs MOS monolíticos. Muitas vezes, o chip é montado como um CI DIP de 18, 24, 28 ou 40 pinos. Em outros casos, o chip LSI MOS é montado diretamente na placa de circuito impresso de um módulo de relógio. A pequena pastilha de silício é selada com um revestimento 22 Display de quatro dígitos 7 Placa de circuito impresso Sistemas Sequenciais 1 376 1 Conectores na borda 12 (a) Pastilha de silício selada com epoxy (b) 6 Figura 12-10 (a) Relógio LSI em encapsulamento DIP de 24 pinos. (b) Módulo relógio típico contendo uma pastilha MOS/LSI. Entrada de 50 ou 60 Hz (pino 16) Um sinal CA puro convencional ou retificado é aplicado nessa entrada. O circuito gerador de formas de onda gera um sinal quadrado, acionando uma série de contadores responsáveis pela temporização. Entrada de seleção de 50 ou 60 Hz (pino 11) Essa entrada programa a escala de divisão do contador em 50 ou 60 Hz para se obter 1 Hz na saída ou 1 pulso por segundo. O contador é programado para operação em 60 Hz quando essa entrada é conectada em VDD (GND). Se o pino de seleção de 50 ou 60 Hz permanece desconectado, o relógio é programado em 50 Hz. Nesse CI, há entradas de ajuste lento e rápido, bem como uma entrada de bloqueio. Essas entradas são ativadas quando conectadas a VDD (GND). Em geral, uma chave normalmente aberta do tipo botão de pressão interliga esses pinos a VDD. As três portas na cadeia de contadores são utilizadas no ajuste de tempo. Para um ajuste lento, o contador de escala é contornado. Para o ajuste rápido, os contadores de escala e segundos são ambos contornados. A entrada de bloqueio impede que qualquer sinal seja transferido da porta A para o contador de escala. Dessa forma, os contadores são parados e o tempo não avança no display de saída. Entrada de seleção de modo 12 h ou 24 h (pino 10) Essa entrada é utilizada para que o contador de horas efetue a divisão por 12 ou 24. O formato 12 h é selecionado conectando-se essa entrada a VDD (GND). Se o pino encontra-se desconectado, o modo 24 h é exibido. Operação do multiplexador de saída (pinos 3 a 9 e 17 a 22) Os contadores de segundos, minutos e horas representam o tempo que transcorre continuamente. As saídas de cada contador são multiplexadas para fornecer acesso sequencial aos dados de tempo bit a bit. Em outras palavras, apenas um único display correspondendo a um dígito é ligado por um curto período de tempo, seguido pelo segundo display, terceiro display e assim por diante. Ao se multiplexar os displays em vez de utilizar 48 terminais para os seis dispositivos existentes (8 pinos×6 displays48), apenas 13 pinos de saída são necessários. Essas 13 saídas correspondem às saídas de sete segmentos multiplexadas (pinos 3 a 9) e às saídas de ativação dos dígitos (pinos 17 a 22). Sistemas digitais O diagrama de blocos do CI relógio LSI MOS MM5314 fabricado por National Semiconductor é mostrado na Figura 12-11(a). O respectivo diagrama de pinos é apresentado na Figura 12-11(b). Observe a Figura 12-11(a) e (b) para verificar a descrição funcional dos pinos do CI, de acordo com a explicação dada a seguir. Entradas de ajuste de tempo (pinos 13, 14 e 15) capítulo 12 de epoxy. Exemplos dos dois encapsulamentos são mostrados na Figura 12-10. Um CI relógio digital LSI MOS com encapsulamento DIP de 24 pinos é mostrado na Figura 12-10(a). O pino 1 do CI DIP é identificado da forma convencional, localizado considerando o sentido anti-horário a partir do chanfro. Um módulo de relógio é ilustrado na Figura 12-10(b), onde a parte traseira representa uma placa de circuito impresso com 22 conectores na borda com a devida numeração. Um display a LEDs de quatro dígitos é previamente soldado na placa. Alguns módulos de relógio possuem componentes discretos e um CI DIP montados sobre a superfície da placa. O módulo de relógio da Figura 12-10(b) possui uma pastilha ou chip pequeno montado sobre a placa que é selada com um revestimento protetor de epoxy. 377 Seleção de 50/60 Hz Contador de escala Manter Entrada de 50/60 Hz Circuito gerador de formas de onda Porta A 5 ou 6 10 1 pulso por segundo Ajuste de atraso Ajuste de adiantamento Reinicialização Porta B 1 pulso por Contador de minuto segundos ( 60) Contador de minutos ( 60) Porta C 1 pulso por hora Seleção de modo 12/24 horas Contador de horas ( 12 ou 24) Supressão de zero (+12 V) VSS Multiplexador de segundos, minutos e horas (GND) VDD Habilitar saída Decodificador Seleção de dígito 4/6 Entrada de temporização multiplexada Oscilador multiplicador Memória ROM programável Divisor/ decodificador multiplexado Saídas de 7 segmentos multiplexadas Saídas de habilitação de dígitos (a) Habilitar saída 1 24 Seleção de dígito 4/6 Alimentação () VDD 2 23 Temporização MUX a 3 22 M1 b 4 21 M10 c 5 20 H1 d 6 19 H10 e 7 18 S1 f 8 17 S10 g 9 16 Entrada de 50/60 Hz Sistemas Sequenciais Saídas de 7 segmentos multiplexadas 378 Seleção de modo 12/24 horas 10 Saídas de habilitação de dígitos 15 Ajuste de adiantamento Seleção de 50/60 Hz 11 14 Ajuste de atraso Alimentação () VSS 12 13 Manter (b) Figura 12-11 (a) Diagrama de blocos funcional de um relógio MOS/LSI MM5314. (b) Diagrama de pinos do CI relógio digital MM5314. 12 VSS C Clock 23 Temporização MUX (MM5314) R VDD 2 Figura 12-12 Inserção de um resistor e um capacitor externos para ajustar a frequência do oscilador multiplexador do CI relógio MM5314. Entrada de ativação da saída (pino 1) Acrescentando-se um resistor e um capacitor ao CI MM5314, obtém-se um OSCILADOR DE RELAXAÇÃO, como mostra a Figura 12-12. Valores típicos desses componentes são da ordem de 470 kΩ e 0,01 μF. Quando esse pino não está conectado, as saídas de sete segmentos estão ativadas. Ao aplicar VDD (GND) a essas entradas, as saídas são desabilitadas. Entrada de seleção de quatro/seis dígitos (pino 24) Entradas de alimentação (pinos 2 e 12) Essa entrada controla o MUX. Quando não está conectada, apenas quatro dígitos são exibidos. Por outro lado, quando essa entrada é conectada a VDD (GND), obtém-se um display com seis dígitos. Uma fonte de alimentação não regulada entre 11 e 19 V aciona o CI relógio. O terminal positivo da fonte corresponde a VSS (pino 12), enquanto o terminal negativo é representado por VDD (pino 2). www Teste seus conhecimentos Sistemas digitais Entrada de temporização do multiplexador (pino 23) 12 V capítulo 12 O multiplexador (MUX) é endereçado por um DIVISOR/DECODIFICADOR MULTIPLEXADO, acionado por um oscilador. Esse dispositivo emprega elementos externos (um capacitor e um resistor) para ajustar a frequência da função de multiplexação. A entrada de seleção de quatro/seis dígitos controla o MUX caso todos os seis ou apenas quatro displays sejam acionados em sequência. O circuito de supressão de zeros evita a exibição do algarismo 0 que normalmente apareceria no display que representa as dezenas de horas. Os endereços do MUX também se tornam as saídas de ativação dos dígitos do display (pinos 17 a 22). As saídas do MUX são aplicadas a um decodificador responsável por endereçar uma memória PROM, que por sua vez gera o código de saída na forma de sete segmentos. Os displays são ativados em sequência a partir da unidade de segundos através do display que representa as dezenas de horas. 379 Sistema prático de um relógio digital LSI o anodo comum do display S10 é ativado, isto é, conectado a VSS. Um número decimal 5 é exibido no display S10, como mostra a Figura 12-14(b). Um RELÓGIO DE SEIS DÍGITOS usando o CI MM5314 é representado na Figura 12-13(a). O dispositivo emprega seis displays de sete segmentos a LEDs na configuração anodo comum. Note também a existência de diversos componentes adicionais no circuito. O diagrama de blocos desse sistema é representado na Figura 12-13(b), sendo que o CI MM5314 fabricado por National Semiconductor é utilizado. A frequência de 60 Hz é dividida em segundos, minutos e horas pelos contadores mostrados na parte superior da Figura 12-13(b), os quais alimentam o MUX. O OSCILADOR localizado no canto superior esquerdo produz uma frequência de aproximadamente 1 kHz. Os displays são ativados um de cada vez pelo decodificador multiplexado e o driver dos dígitos. Simultaneamente, o arranjo conjunto MUX-decodificador-PROM ativa os segmentos adequados de acordo com o conteúdo dos contadores. Observe a Figura 12-14, onde é representado um ciclo completo para os seis displays. A sequência completa (de a até f) ocorre mais de 100 vezes por segundo. A multiplicação ou varredura ocorre rapidamente, de modo que o olho humano não é capaz de notar os displays piscando. Sistemas Sequenciais Externamente ao chip de relógio MM5314, há seis displays de sete segmentos a LEDs na configuração anodo comum. Em virtude das correntes mais altas que circulam pelos displays a LEDs, DRIVERS DE SEGMENTOS são utilizados para drenar a corrente dos catodos dos displays. Os drivers dos dígitos fornecem a corrente adequada para os anodos do dígito selecionado. 380 Para explicar o funcionamento do MUX, suponha que o horário seja 12:34:56 e essa informação é armazenada pelos contadores existentes no CI. I O decodificador multiplexado seleciona inicialmente o display S1. Os dados são retirados do contador S1 pelo MUX e inseridos no decodificador e na memória PROM. Os segmentos c, d, e, f e g são ativados em todos os displays. O decodificador multiplexado ativa apenas a conexão S1 do driver dos dígitos. O numero 6 é exibido por um instante, como mostra a Figura 12-14(a). Os segmentos c, d, e, f e g foram ativados em todos os displays, mas apenas o display S1 foi efetivamente acionado, cujo anodo comum foi conectado a VSS. Assim, apenas o display S1 acende. Em seguida, o decodificador multiplexado do CI seleciona o display S10. Assim, o MUX encontra o dígito 5 armazenado no contador S10. O driver dos segmentos aciona os segmentos a, c, d, f e g. Então, O diagrama esquemático do relógio digital utilizando o CI MM5314 é apresentado na Figura 12-15. Um transformador abaixador de 12 V (T1) associado a uma ponte retificadora (D1-D4) e o um capacitor de filtro (C1) constituem a fonte de alimentação CC do relógio. Uma tensão alternada proveniente do transformador é aplicada na entrada de 50/60 Hz (pino 16) do CI através do resistor R3. O capacitor C3 e o resistor R4 determinam a frequência do oscilador do multiplexador. A escolha de um valor de capacitância muito grande para C3 (entre 1 e 5 μF) reduz a velocidade do processo de multiplexação a um ponto que é possível visualizar o acendimento de cada display em sequência. As chaves normalmente abertas do tipo botão de pressão para ajuste rápido, ajuste lento e bloqueio (S2, S3 e S4) estão localizadas no canto superior esquerdo da Figura 12-15. A ação (ajuste rápido, ajuste lento e bloqueio) é ativada quando esses pinos são conectados a VDD pela chave. Os drivers dos segmentos correspondem a sete transistores NPN (Q7 a Q13) localizados à direita do CI na Figura 12-15. Esses transistores absorvem corrente dos displays quando são ativados. Os DRIVERS DOS DÍGITOS são representados por seis transistores PNP (Q1 a Q6) localizados no canto superior esquerdo da Figura 12-15. Esses transistores conectam o anodo de apenas um display de cada vez a VSS. Os drivers dos dígitos acionam os displays com uma frequência que (a) Relógio MM5314 Segundos Minutos Horas ENTRADA 60 S1 10 S10 6 M1 10 M10 6 H1 10 H10 3 Horas Multiplexador Decodificador PROM Drivers dos segmentos H10 12 V Ligar GND Minutos Segundos a b c d e f g H1 M10 M1 S10 S1 VSS Oscilador Decodificador multiplexado Drivers dos dígitos VDD (b) Sistemas digitais 60 Hz capítulo 12 Figura 12-13 (a) Esquema do projeto prático de um relógio com seis dígitos. (b) Diagrama de blocos do projeto prático de um relógio com seis dígitos utilizando o CI MM5314. 381 Horas Minutos Segundos c Acionamento d e dos segmentos f g c d e f g Ativar S1 (a) a a c Acionamento d dos segmentos f g c d f g Ativar S10 (b) Acionamento dos segmentos b c b c f g f g Ativar M1 (c) Acionamento dos segmentos a b c d a b c d g g Ativar M10 (d) a b a b Acionamento d dos segmentos e d e g g Ativar H1 Sistemas Sequenciais (e) 382 bb c c Acionamento dos segmentos Ativar H10 (f) Figura 12-14 Exemplo da multiplexação de um display de seis dígitos onde a hora marcada é 12:34:56. A sequência completa de (a) até (f) ocorre em aproximadamente 0,01 s. 383 P1 S1 T1 C2 D5 R3 C1 + D7 R4 C3 VSS 17 18 S10 1 … VDD S4 13 Manter S3 14 20 Q5 10 e d c b R11 8 R10 7 R9 6 R8 5 R7 4 R6 3 R5 Drivers dos dígitos H10 R13 Q13 Q12 R18 Q11 R17 R16 Q10 R15 Q9 R14 Q8 Q7 R12 Drivers dos segmentos 9 19 Q6 H10 a H1 Seleção de modo 12/24 f horas g H1 M10 Ajuste de atraso Manter … Ajuste de atraso S2 15 VDD Ajuste de adiantamento Seleção de 50/60 Hz 21 Q4 M10 M1 MM5314 clock 22 Q3 M1 Seleção de dígito 4/6 Temporização MUX VSS S10 S1 50/60 Hz N/C … Ajuste de adiantamento 2 11 24 23 12 16 Q2 Q1 S1 g f e d c b a ab c de f g ab c de f g Anodo H1 ab c de f g Anodo M10 ab c de f g Anodo M1 capítulo 12 Sistemas digitais Figura 12-15 Diagrama esquemático de um relógio de seis dígitos utilizando o CI MM5314. (Cortesia de Electronic Kourseware Interactive.) D1-4 R2 R1 D6 H10 Anodo ab c de f g Anodo S10 ab c de f g Anodo S1 varia entre 500 e 1500 Hz, de modo que cada display é aceso entre 100 e 200 vezes por segundo. que podem provocar o adiantamento do horário ou danificar o CI. Dois LEDs (D6 e D7 na Figura 12-15) são ativados entre 100 e 200 vezes por segundo e aparentemente estão acesos continuamente. Esses LEDs formam os dois pontos (:) que separam horas e minutos no display, o que pode ser visto na Figura 12-13(a). O resistor R3, o capacitor C2 e o diodo D5 formam um filtro RC, utilizado para remover possíveis transitórios existentes na tensão de linha CA A entrada de seleção de modo 12 h/24 h (pino 10) do CI MM5314 na Figura 12-15 é conectada a VDD e o modo 12 h é selecionado. A entrada de seleção de 50/60 Hz (pino 11) também é conectada a VDD e o CI opera em 60 Hz. A entrada de seleção de quatro/seis dígitos é conectada a VDD e o decodificador multiplexado aciona um display de seis dígitos. www Teste seus conhecimentos Contador de frequência O CONTADOR DE FREQUÊNCIA é um instrumento utilizado por técnicos e engenheiros. Um contador de frequência digital é capaz de apresentar a frequência de um circuito na forma de números decimais, sendo capazes de medir valores que variam de alguns poucos ciclos (medidos em hertz ou Hz) a altas frequências da ordem de megahertz (MHz). De forma semelhante ao relógio digital, esse dispositivo emprega contadores de década. Sistemas Sequenciais Para fins de revisão, apresenta-se o diagrama de blocos de um relógio digital na Figura 12-16(a), onde a frequência conhecida é dividida pelos contadores existentes. As saídas dos contadores são decodificadas e mostradas no display. A Figura 12-16(b) mostra o diagrama de blocos de um contador de frequência, onde é possível verificar que um valor desconhecido de frequência é inserido na entrada, de forma distinta do relógio digital. O circuito contador existente na Figura 12-16(b) também emprega um CONTROLE DE INÍCIO/PARADA. 384 O contador de frequência é reapresentado na Figura 12-17(a), onde uma porta AND foi adicionada ao circuito para controlar a entrada dos contadores de década. Quando o controle de início/parada possui nível lógico 1, os pulsos com frequência desconhecida passam pela porta AND para os contadores de década. Por sua vez, esses dispositivos desenvolvem uma contagem cres- cente até que o nível lógico se torne 0, desligando a porta de controle e impedindo que os pulsos cheguem aos contadores. A Figura 12-17(b) mostra o que ocorre no contador de frequência de forma mais detalhada. A linha A Horário Frequência conhecida Circuitos contadores Decodificadores/ drivers (a) Frequência (Hz) Frequência desconhecida Circuitos contadores Decodificadores/ drivers Controle de início/parada (b) Figura 12-16 (a) Diagrama de blocos simplificado de um relógio digital. (b) Diagrama de blocos simplificado de um contador de frequência digital. Frequência (Hz) D 100s 10s 1s Decodificadores/drivers Frequência desconhecida 100s C 10s 1s Contadores de década B Porta de controle Controle de início/parada 1 = Iniciar contagem A 0 = Parar contagem (a) Controle de A início/parada Parar contagem Iniciar contagem 1 segundo 1 0 Entrada da B frequência desconhecida 1 0 Entradas dos contadores C 1 0 Display digital D 00 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 11 11 11 (b) 1 segundo 1 0 Entrada da B frequência desconhecida 1 0 Entradas dos contadores C 1 0 Display digital D 00 00 00 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 19 19 19 (c) Figura 12-17 (a) Diagrama de blocos de um contador de frequência digital com controle de início/parada. (b) Diagrama de formas de onda para uma frequência desconhecida de 11 Hz. (c) Diagrama de formas de onda para uma frequência desconhecida de 19 Hz. Sistemas digitais Parar contagem Iniciar contagem capítulo 12 Controle de A início/parada 385 mostra o controle de início/parada em um nível lógico 0 à esquerda, o qual depois assume nível 1 durante exatamente 1 segundo. Na linha B, tem-se uma sequência de pulsos contínuos provenientes da entrada com frequência desconhecida. disparam os contadores de década durante o período de contagem de 1 s. A sequência de contagem crescente chega até 19, de acordo com a linha D. Nesse caso, a frequência desconhecida na Figura 12-17(c) é de 19 Hz. Os sinais com frequência desconhecida e o controle de início/parada são aplicados na entrada de uma porta AND, como é possível verificar na Figura 12-17(a). A linha C na Figura 12-17(b) mostra apenas os pulsos que passam através da porta AND, responsáveis por disparar os contadores crescentes. A linha D mostra a contagem exibida nos displays, que são inicializados com a contagem em 00. A contagem crescente chega a 11 durante o pulso de 1 segundo. A frequência desconhecida na linha B da Figura 12-17(b) é mostrada como 11 Hz (11 pulsos por segundo). Se a frequência desconhecida fosse 870 Hz, o contador realizaria a contagem de 000 a 870 durante o período de 1 s. O valor 870 seria exibido durante algum tempo e então os contadores seriam reinicializados para 000, de modo que a frequência seria contada novamente. Essa sequência de reinicialização-contagem-exibição é repetida continuamente. Uma frequência maior é inserida no contador de frequência da Figura 12-17(c). Novamente, a linha A mostra o controle de início/parada iniciando com um nível lógico 0, tornando-se igual a 1 durante exatamente 1 segundo e, finalmente, assumindo o valor 0 novamente. A linha B da Figura 12-17(c) mostra uma sequência de pulsos contínuos de alta frequência, sendo esta a frequência desconhecida medida pelo contador de frequência digital. A linha C mostra os pulsos que Note que o pulso de controle de início/parada (pulso de contagem) deve ser muito preciso. A Figura 12-18 mostra como um pulso de contagem pode ser gerado utilizando-se uma frequência conhecida precisa, como a frequência de 60 Hz da tensão CA da rede elétrica. O sinal senoidal de 60 Hz é convertido em uma forma de onda quadrada pelo circuito gerador de forma de onda. Essa onda quadrada de 60 Hz dispara um contador que divide a frequência por 60. A saída corresponde a um pulso com 1 s de duração, ligando o circuito de controle quando assume o nível ALTO. Dessa forma, a frequência desconhecida aplicada durante 1 s dispara os contadores. Frequência (Hz) Decodificadores/drivers Gerador de formas de onda Sistemas Sequenciais Frequência desconhecida 386 Pulso de contagem com 1 segundo de duração 60 Hz Gerador de formas de onda 60 Hz Divisão por 60 1 Hz Divisão por 10 Circuitos de controle Forma de onda para contagem/visualização 1 pulso a cada 10 segundos Figura 12-18 Diagrama de blocos detalhado de um contador de frequência digital. Contadores de década Circuito de reinicialização da contagem O contador de frequência da Figura 12-18 mede valores entre 1 e 999 Hz. Note que há a intensa utilização de contadores nos circuitos divisores por 60, divisores por 10 e nos três contadores de década. Por isso, o dispositivo recebe o nome de contador de frequência, o qual conta o número de pulsos existentes em um determinado intervalo de tempo. Uma limitação do contador da Figura 12-18 consiste no valor máximo da frequência que pode ser medida, que neste caso corresponde a 999 Hz. Existem duas formas para aumentar este valor. O primeiro método consiste em incluir um ou mais conjuntos de contadores-decodificadores-displays. O segundo método consiste em realizar a contagem em grupos de 10 em vez de 1. Esse conceito é ilustrado na Figura 12-19. Um contador divisor por 6 substitui o dispositivo divisor por 60 no circuito original. Dessa forma, o pulso de contagem passa a possuir duração de 0,1 s. Esse pulso permite que apenas um décimo da quantidade de pulsos original seja aplicado, o que equivale a realizar a contagem em grupos de 10. Apenas três displays a LEDs são utilizados. O display 1s na Figura 12-19 é utilizado apenas para mostrar que o valor 0 deve ser acrescentado à direita dos três displays a LEDs. Esse contador de frequência mede valores entre 10 e 9990 Hz. No circuito da Figura 12-19, os contadores de década realizam uma contagem crescente por durante 0,1 s. O valor é mantido no display durante 0,9 s, de modo que então os contadores são reinicializados para 000. O processo de reinicialização-contagem-exibição então se repete. O circuito da Figura 12-19 possui uma nova característica: durante o tempo de contagem, os displays permanecem apagados, sendo novamente ligados quando uma frequência desconhecida aparece no display. A sequência desse contador de frequência consiste na reinicialização, contagem (com os displays apagados) e finalmente, período de exibição maior. Essa sequência é repetida a cada segundo enquanto o instrumento estiver sendo utilizado. O contador de frequência da Figura 12-19 é semelhante a um dispositivo que pode ser montado em laboratório com portas lógicas, flip-flops e subsistemas. É recomendável que você tente montar esse circuito digital complexo porque com a experiência prática é possível aprender mais sobre o sistema contador de frequência. Teste seus conhecimentos capítulo 12 www Quando um único arranjo deste tipo é incluído, a frequência máxima chega a 9999 Hz. Sistemas digitais Lembre-se que o contador de frequência passa por uma sequência de reinicialização-contagem-exibição. Até este momento, apenas o processo de contagem dessa sequência foi apresentada. O circuito de reinicialização do contador consiste em um grupo de portas que reinicializam os contadores de década para 000 no momento correto, imediatamente antes do início da contagem. Em seguida, o pulso de contagem de 1 s permite que ocorra a contagem crescente. O pulso de contagem termina e a frequência desconhecida é exibida nos displays de sete segmentos. Nesse circuito, a frequência é mostrada em hertz, e é interessante manter o valor exibido nos displays durante algum tempo. Para isso, o contador divisor por 10 envia um pulso para o circuito de controle, que por sua vez desabilita a sequência de contagem durante 9 s. As ações então ocorrem da seguinte forma: os contadores são reinicializados para 000, a contagem crescente ocorre durante 1 s e o valor da frequência desconhecida é exibido durante 9 s sem que haja a contagem. O processo de reinicialização-contagem-exibição se repete a cada 10 s. 387 388 Gerador de formas de onda 60 Hz Gerador de formas de onda Divisão por 6 10 Hz Pulso de contagem 1/10 Divisão por 10 1 Hz Forma de onda para contagem/ visualização Circuitos de controle Contador de década 1000s Decodificador/ driver 1000s Reinicializar Reinicialização da contagem Contador de década 100s Mostrar dígito apagado Decodificador/ driver 100s 10s Contador de década 1s Decodificador/ driver Frequência (Hz) Figura 12-19 Diagrama de blocos detalhado de um contador de frequência digital cuja faixa de frequência varia entre 10 e 9990 Hz. 60 Hz Frequência desconhecida ENTRADA Sistemas Sequenciais Contagem crescente 1s A escolha do contador de frequência justifica-se por dois motivos: 1. Mostrar como CIs SSI e MSI podem ser utilizados na construção de subsistemas e sistemas. 2. Demonstrar os conceitos envolvidos no projeto e operação do contador de frequência. A Figura 12-19 representa um diagrama de blocos do contador de frequência, de modo que a maioria dos componentes está na mesma posição encontrada no diagrama esquemático. Sobre a eletrônica Visão eletrônica • Você não é capaz de enxergar seus filhos através das paredes ou objetos metálicos – mas um novo modem sem fio é. O dispositivo em miniatura, utilizado tanto pelos pais quanto pelos filhos, simultaneamente, é capaz de localizar a criança que se afastou a uma distância superior a 4,5 metros. • Dois especialistas em robótica viajaram ao longo de aproximadamente 4.500 km em um carro conduzido por meio de um notebook conectado no acendedor de cigarros. O computador observava a estrada através de uma câmera de vídeo. Os viajantes acionavam apenas o freio e o acelerador. À direita do inversor 7414 localizado na parte inferior do diagrama, encontra-se um contador divisor por 10. Três flip-flops (FF1, FF2 e FF3) e uma porta NAND são associados na forma de um contador mod-6. A frequência de entrada no CONTADOR DIVISOR POR 6 é 60 Hz. Por outro lado, a frequência na saída do contador (saída Q de FF3) corresponde a 10 Hz, e esse sinal é aplicado no CI 7493 utilizado na forma de um contador de década ou DIVISOR POR 10. A Figura 12-20 mostra que as quatro saídas do contador 7493 são interconectadas por meio de uma porta NOR (porta OR associada com um inversor). A porta NOR de quatro entradas gera um sinal de 1 Hz, denominado forma de onda de contagem/ exibição. Esse sinal é realimentado na porta de controle 7400. Quando essa forma de onda apresenta nível ALTO durante 0,1 s, a frequência desconhecida passa pela porta NAND para a entrada de clock do contador 10s. Quando a forma de onda de contagem/exibição possui nível BAIXO por 0,9 s, a frequência desconhecida é bloqueada e não passa pela porta NAND. Durante esse intervalo, é possível ler o valor de frequência exibido nos displays de sete segmentos. O contador de frequência passa por uma SEQUÊNCIA DE REINICIALIZAÇÃO-CONTAGEM-EXIBIÇÃO. O pulso de reinicialização é gerado pela porta AND de cinco entradas no canto inferior direito da Figura 12-20. Os contadores 10s, 100s e 1000s são reinicializados para zero. O pulso de reinicialização (ou limpeza dos contadores) é positivo e possui curta duração e é aplicado um instante imediatamente anterior ao início da contagem. Sistemas digitais Esta seção baseia-se no contador de frequência que pode ser implementado em laboratório. A Figura 12-20 mostra o diagrama esquemático detalhado desse instrumento, que foi especialmente projetado utilizando os componentes que foram anteriormente estudados neste livro. Esse contador de frequência experimental não é tão preciso ou estável quanto dispositivos comercialmente disponíveis. A frequência máxima é limitada em 9990 Hz e suas entradas são um tanto quanto primitivas. No canto superior esquerdo da Figura 12-20, um sinal senoidal de 60 Hz é convertido em uma ONDA QUADRADA, e é obtido a partir do lado secundário em baixa tensão de um transformador. Um inversor Schmitt trigger 7414 é responsável pela geração de formas de onda. Esse é o mesmo dispositivo que foi utilizado no Capítulo 7 do volume 1 e no relógio digital para a obtenção de uma forma de onda quadrada. Lembre-se que o contador divisor por 6 requer uma onda quadrada para operar adequadamente. capítulo 12 Exemplo de um contador de frequência experimental 389 390 7414 7414 Contador divisor por 6 J CLR Q FF1 CLK (7476) K J CLR Q FF2 CLK (7476) K Carga Contador 100s (74192) CLR 1 Contagem crescente Vai 1 QD QC QB QA Da b c d e f g C Decodificador BI /RBO B A (7447) 1000s 5 V J CLR Q FF3 CLK (7476) K 7400 10 Hz Ro (1) Contador QD QC Ro (2) divisor QB A por 10 QA B (7493) 10s 150 1s 7408 (Quatro portas) 7404 (Quatro portas) 7432 (Três portas) a b c d e f g Vai 1 D Decodificador Contador QD QC C 10s BI /RBO QB B (74192) QA A (7447) CLR Limpar contadores 5 V Frequência (Hz) a b c d e f g D Decodificador C BI /RBO B A (7447) 100s Carga Forma de onda de 1 Hz para contagem/visualização 1 contagem crescente (1/10s) 0 visualização (9/10s) 7400 Porta de controle 1 Contagem crescente Carga Contador QD QC 1000s QB Contagem (74192) QA crescente CLR 1 5 V Figura 12-20 Diagrama esquemático de um contador de frequência digital prático. 60 Hz 2-4 V ac (rms) ENTRADAS 2-4 V ac (rms) Frequência desconhecida Sistemas Sequenciais Mostrar dígito apagado O próximo evento que ocorre na sequência de reinicialização-contagem-exibição é o tempo de contagem ou amostragem. Quando a forma de onda de contagem/exibição assume nível ALTO, a porta de controle é ativada e a frequência desconhecida passa pela porta NAND até a entrada de clock do contador 10s. Quando o contador 10s conta de 9 para 10 um dígito 1 é transportado para o contador 100s. Após 0,1 s, a forma de onda de contagem/ exibição passa a assumir nível BAIXO, sendo este o término do tempo de amostragem. Verifica-se que a frequência desconhecida amostrada ocasiona um aumento de 10s na frequência. A última ação no processo de reinicialização-contagem-exibição corresponde ao tempo de exibição. Quando a forma de onda de contagem/ exibição assume nível BAIXO, a porta de controle é desabilitada, intervalo durante o qual um valor de frequência estável pode ser lido no display. Note que um display 1s adicional foi incluído na Figura 12-20 para representar um dígito 0 à direita dos três displays ativos para a leitura em hertz. Para melhorar a aparência dos displays, o APAGAMENTO ocorre durante o tempo de contagem na sequência de reinicialização-contagem-exibição. O display acende normalmente com um valor estável durante o tempo de visualização. A forma de onda de apagamento do display corresponde a um pulso negativo de 0,1 s gerado pelo inversor 7404. Assim, os três displays permanecem apagados por 0,1 s durante o tempo de contagem. Nesse processo, os A maioria dos contadores de frequência comerciais opera de forma semelhante ao dispositivo da Figura 12-20. Dispositivos comerciais normalmente empregam um número maior de displays e são capazes de medir frequências da ordem de quilohertz e megahertz. O contador de frequência experimental requer um sinal de 3 a 8 V para operar adequadamente. Equipamentos comerciais normalmente possuem um circuito amplificador inserido antes do primeiro circuito gerador de formas de onda que permite amplificar pequenos sinais. A proteção contra sobretensões também é obtida com o uso de um diodo zener. Para eliminar o efeito indesejável do apagamento do display, contadores comerciais empregam um método ligeiramente diferente para armazenar e exibir o conteúdo armazenado nos contadores. Nesse caso, utilizamos a frequência da rede CA de alimentação como o valor de referência conhecido. Dispositivos comerciais empregam cristais osciladores de alta frequência de alta precisão para gerar a frequência conhecida. Algumas das especificações mais importantes dos contadores de frequência são a determinação da faixa de frequência, sensibilidade de entrada, impedância de entrada, proteção da entrada, precisão, intervalos de atuação das portas lógicas e tempo de exibição. Temporizador LCD com alarme Muitos fornos de micro-ondas e fornos elétricos possuem um dispositivo temporizador com alarme sonoro. Aplicações mais antigas utilizavam temporizadores mecânicos, mas os dispositivos supracitados empregam temporizadores eletrônicos à base de circuitos digitais. O conceito de um sistema tem- porizador é apresentado na Figura 12-21(a). Nesse sistema, um teclado corresponde à entrada, enquanto a saída é representada pelo display digital e pelo sinal de alarme. O processamento e armazenamento de dados ocorre no interior dos blocos que representam os circuitos digitais na Figura 12-21(a). Um diagrama de bloco mais detalhado que representa um temporizador digital é mostrado na Figura 12-21(b). O bloco que corresponde aos Sistemas digitais Teste seus conhecimentos capítulo 12 www displays chegam a piscar, e esse problema pode ser resolvido com o uso de latches para bloquear os dados nas entradas dos decodificadores. 391 Display ENTRADA – Teclado 7 8 9 4 5 6 Ajuste de tempo Início 1 2 Circuitos digitais Alarme 3 0 (a) Display Clock (base de tempo) Contador decrescente com parada automática Latch/ decodificador/ driver SAÍDAS Controles de entrada Comparador de magnitude Alarme (b) Sistemas Sequenciais Figura 12-21 Sistema temporizador digital. (a) Conceito de um temporizador com alarme. (b) Diagrama de blocos simples de um temporizador com alarme. 392 circuitos digitais é dividido em quatro partes, que são o RELÓGIO BASE DE TEMPO, o contador decrescente com parada automática, o latch/decodificador/ driver e o comparador de magnitude. O bloco de controle de entrada pré-ajusta o tempo armazenado no contador decrescente. A base de tempo corresponde a um multivibrador astável que gera a frequência conhecida. Nesse caso, o sinal corresponde a uma onda quadrada de 1 Hz. A precisão do temporizador depende da precisão do relógio base de tempo. Quando a entrada de controle de início é ativada, o contador decrescente decrementa a contagem. Cada número é então bloqueado e decodificado pelo latch/decodificador/ driver, sendo que esse bloco também aciona o display. A Figura 12-21 consiste em um esboço do conceito de um sistema temporizador. O projetista deve decidir os tipos de entrada, saída e tecnologias de processamento que serão empregados no sistema que será implementado. O diagrama de blocos de um sistema temporizador eletrônico digital mais detalhado é representado na Figura 12-22. Nesse caso, um display LCD com dois dígitos é utilizado com CIs CMOS que apresentam baixo consumo de energia. O sistema foi projetado de modo a utilizar chaves lógicas na 393 256 Hz (74HC393) Contador divisor por 256 1 Hz BCD (74HC192) BCD parar Contador decrescente 10s emprestar (74HC192) Contador decrescente 1s (Dois CIs 74HC85) Comparador de magnitude Parar capítulo 12 Sistemas digitais Figura 12-22 Diagrama de blocos detalhado de um temporizador com display LCD e alarme. 4 chaves Dados 10s (BCD) 4 chaves Dados 1s (BCD) Carregar 0 Iniciar 1 Chave Carregar/Iniciar (555) Clock (base de tempo) ENTRADAS Alarme SAÍDA (555) Clock de exibição (74HC4543) Latch/ decodificador/ driver Campainha (74HC4543) Latch/ decodificador/ driver 100 Hz LCD 10s 1s SAÍDA (segundos) entrada e simplificar o arranjo. Além disso, a medição do tempo é realizada em segundos. Note que cada bloco corresponde a um CI digital MSI ou um dispositivo de entrada/saída. Um diagrama esquemático pode ser implementado a partir da representação dada na Figura 12-22. O diagrama de blocos da Figura 12-22 representa um temporizador LCD experimental com alarme que pode ser construído no laboratório. O dispositivo opera da seguinte forma: 1. O controle de carga/início é inicializado em 0 (modo de carga). 2. O contador 1s é carregado ajustando-se um valor BCD por meio das quatro chaves de entrada localizadas na parte superior. 3. O contador 10s é carregado ajustando-se um valor BCD por meio das quatro chaves de entrada localizadas na parte inferior. 4. Um número de dois dígitos será exibido no display LCD. 5. O controle de carga-início é ajustado em 1 (início do modo de contagem decrescente). O temporizador iniciará a contagem decrescente em segundos e o display mostra o tempo restante para o alarme soar. Quando ambos os contadores chegam a zero, o valor 00 é exibido e o alarme soa. Ao final, a alimentação do circuito é desconectada para desligar o alarme. O diagrama esquemático do circuito TEMPORIZADOR COM DISPLAY LCD EXPERIMENTAL é apresentado na Figura 12-23. Note que cada CI encontra-se praticamente na mesma posição relativa ocupada no diagrama de blocos da Figura 12-22. Sistemas Sequenciais A operação detalhada do dispositivo mostrado nas figuras 12-22 e 12-23 é descrita a seguir. 394 Base de tempo O clock BASE DE TEMPO corresponde a um CI 555 utilizado como MV astável, projetado para gerar uma forma de onda quadrada de 256 Hz. O circuito base de tempo utilizado nesse temporizador experimental não é muito preciso ou estável, podendo ser calibrado pelo ajuste do valor do resistor R1, cujo valor nominal deve ser aproximadamente 20 kΩ. A segunda parte da base de tempo corresponde ao BLOCO CONTADOR DIVISOR POR 256, que gera um sinal de 1 Hz na saída. Na verdade, esse bloco corresponde à associação de dois contadores de 4 bits. A Figura 12-24 mostra esses dispositivos utilizados na forma de contadores divisores por 16. Note que as entradas CP correspondem às entradas de clock e apenas as entradas QD são utilizadas. O primeiro contador divisor por 16 divide a frequência de 256 por 16 Hz (256/1616 Hz).O segundo contador divide a frequência novamente para se obter o valor de 1 Hz desejado. Contadores decrescentes com parada automática Os dois contadores de década 74HC192 correspondem ao dispositivo da série 74HCXXX análogo ao CI 74192 TTL apresentado no Capítulo 8 do volume 1. Quando as entradas de carga dos contadores do CI 74HC192 são ativadas por um nível BAIXO, os dados existentes nas entradas de dados (A, B, C, D) são transferidos imediatamente para os flip-flops do contador, posteriormente exibidos nas saídas do contador (QA, QB, QC, QD). Os dados devem se encontrar na forma BCD (decimal codificado em binário). Quando o controle de carga/início assume nível ALTO, o sinal de 1 Hz ativa a entrada de contagem decrescente do contador 1s. A contagem é então decrementada em 1 a cada transição do pulso de clock de BAIXO para ALTO. A saída de transporte do contador decrescente 1s passa do nível BAIXO para ALTO quando o contador 1s conta de 0 para 9, decrementando o contador 10s. Na verdade, os contadores decrescentes são utilizados como um dispositivo com parada automática porque a linha de interrupção de contagem é conectada à entrada CLR de ambos os contadores 74HC192. Quando essa linha assume nível ALTO, ambos os contadores param em 0000. Comparador de magnitude de 8 bits Os comparadores de magnitude de 4 bits 74HC85 são conectados em cascata na Figura 12-23 para formar um comparador de magnitude de 8 bits. A finalidade desse circuito é detectar quando as entradas dos contadores atingem o valor 0000 0000BCD. Quando ambos os contadores assumem o valor zero, a saída do comparador de magnitude de 8 bits (ABout) torna-se ALTA, o que provoca duas ações. Primeiro, isso interrompe a contagem de ambos os contadores em 0000. Segundo, o nível ALTO na saída do comparador ativa o transistor Q1, de modo que a corrente circula pelo dispositivo acionando a campainha. O diodo em anti-paralelo com a campainha elimina sobretensões que eventualmente podem ser criadas por esse dispositivo. Os dois CIs 74HC4543 utilizados no circuito temporizador possuem três funções, as quais são descritas na Figura 12-25. A entrada de desativação de bloqueio (LD – latch disable) é mantida em nível ALTO permanente no circuito temporizador (Figura 12-23), desabilitando os latches. Os dados BCD circulam do latch para o decodificador BCD para sete segmentos, o qual por sua vez converte a entrada BCD na forma de código de sete segmentos. Finalmente, o driver existente no CI 74HC4543 aciona os segmentos corretos do display LCD. O clock de exibição mostrado no canto inferior direito na Figura 12-23 gera uma onda quadrada de 100 Hz, enviado ao terminal de conexão comum (painel traseiro) do display LCD e às entradas Ph dos CIs 74HC4543. O driver existente nesse CI envia sinais invertidos ou defasados em 180° os segmentos do display LCD que serão acionados. Os segmentos que não serão ativados recebem um sinal de onda quadrada em fase proveniente do driver existente no CI 74HC4543. Teste seus conhecimentos A possibilidade de teste de sistemas digitais e subsistemas durante a fabricação e utilização desses dispositivos em campo é uma característica importante. A complexidade dos circuitos digitais existentes no interior dos CIs aumenta continuamente à medida que novos dispositivos são criados pelos fabricantes de semicondutores, de modo que é comum encontrar sistemas digitais completos contidos em uma única pastilha. Outras tecnologias como a montagem sobre superfície e placas de circuito impresso com múltiplas camadas permitem o aumento do número de componentes e redução da área ocupada pelas placas. Entretanto, esse processo de miniaturização implicou a redução do número de pontos de acesso para o teste da operação de sistemas e subsistemas. Na metade da década de 1980, a associação Joint Test Action Group (Grupo de Ação de Teste Conjunto) desenvolveu uma solução para a ausência de pontos de teste em PCIs, consistindo em uma nova arquitetura que permitia testar pontos de acesso específicos em circuitos integrados. O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) posteriormente padronizou essa solução na forma da norma 1149.1 (IEEE Standard Test Access Port and Boundary-Scan Architecture). Essa arquitetura Sistemas digitais Tecnologia JTAG/ boundary scan capítulo 12 www Decodificador/driver 395 Conexão de parada do contador 5 V 5 V 100 k 8 4 7 1 3 256 Hz Clock (base de tempo) R1* 6 2 5 V 14 VDD (555) 13 2QD 1QD 6 CLR 0,033 F 1 8 Contador divisor por 256 (74HC393) GND CLR 2 7 12 *aproximadamente 20 k (ajuste de precisão) 1 Hz 5 16 Contagem VDD 14 crescente QA 3 CLR Contagem 4 2 QB decrescente 11 6 Carregar QC 9 7 Contador A Q decrescente D 10 B 1s 1 C (74HC192) 15 D Saída de 13 transporte GND 8 emprestar Carregar/Iniciar/Controlar 11 Chave Chave Chave 4s 8s Entradas Chave Sistemas Sequenciais Chave 396 A Bout 14 2s Carregar contador 10s 1s Chave Chave B1 2s 4s 8s 5 6 A Bout B2 1 B A Bout 7 3 A Bin GND A B 4 8 2 Carregar 0 Contagem decrescente 1 Carregar contador 1s 1s Chave Chave 5 V 3 16 A Bin VDD 10 A0 12 A1 Comparador de 13 magnitude A2 de 4 bits 15 A3 (74HC85) 9 B0 5 V 5 16 Contagem VDD crescente 4 Contagem decrescente 14 CLR 11 Carregar 9 A Contador QA decrescente 10 B QB 10s 1 C (74HC192) QC 15 QD D GND 8 3 2 6 7 Figura 12-23 Diagrama esquemático de um circuito temporizador experimental com display LCD e alarme. 5 V 1 5 3 16 VDD a LD A b Latch/ decodificador/ c C driver de BCD para sete d 4 D segmentos e (74HC4543) f g 14 Ph 6 B 2 1s A0 12 A1 Comparador de 13 magnitude A2 de 4 bits 15 A3 (74HC85) 3 2 9 11 14 13 15 SAÍDA DO TEMPORIZADOR GND 7 8 (segundos) LCD A Bin SAÍDA A Bin Alarme 1N4001 e d c b a Comum Campainha piezoelétrica 5 V B0 2N3904 NPN C B1 A Bout B3 g f 5 V A = Bin B2 1 12 B 6 1 16 VDD a LD Q1 2,2 k a b c d e f Latch/ decodificador/ b driver de BCD c para sete segmentos d E GND 8 5 3 A (74HC4543) C 4 BI 5 V e 13 15 14 Ph 6 8 3 Clock do display 6 2 12 4 7 10 k 11 GND 7 8 1 k 10 f 10s D 9 g B 2 g (555) 1 F 1 100 Hz Sistemas digitais 4 BI 11 capítulo 12 10 5 V 16 VDD 9 10 397 5 V 74HC393 14 256 Hz VDD 1 1A Contador divisor por 16 2 Limpar QD 6 16 Hz 13 2A Contador divisor por 16 12 Limpar GND QD 8 1 Hz 7 Figura 12-24 Montagem de um bloco divisor por 256 utilizando dois contadores divisores por 16. 74HC4543 ou 4543 BCD Entrada Latch de 4 bits SAÍDA LCD BCD Código de sete Decodificador segmentos de BCD para sete segmentos Driver LCD Código de sete segmentos 100 Hz Figura 12-25 Organização interna do CI 74HC4543 incluindo os blocos latch, decodificador e driver. Sistemas Sequenciais é normalmente denominada boundary scan* ou JTAG como uma referência à associação supracitada (Joint Test Action Group) que desenvolveu o sistema. Atualmente, alguns CIs e PCIs possuem esse subsistema de teste adicional incluso. 398 Um CI simplificado compatível com JTAG é representado na Figura 12-26. Os elementos JTAG principais são mostrados nas cores amarela, rosa e vermelha. As linhas pretas representam as conexões convencionais de entrada e saída do CI. As linhas vermelhas na parte inferior da Figura 12-26 correspondem às portas de acesso de teste (test access ports – TAP). As quatro linhas vermelhas contínuas correspondem a TDI (test data input – entrada de dados de teste), TDO (test data output – saída de * Este termo em inglês significa “varredura de fronteira”. Sua tradução para o português não é usualmente empregada na literatura técnica. dados de teste), TMS (test mode select – seleção do modo de teste) e TCK (test clock – clock de teste). Essas conexões representam uma interface serial padrão a quatro fios para acesso de teste do CI. A linha vermelha pontilhada representa a entrada TRST (test reset – reinicialização do teste), que consiste em um quinto terminal adicional opcional para reinicializar a porta de acesso de teste. Os outros elementos necessários são um registrador de instruções, o registrador de contorno (bypass), o controlador TAP e pelo menos um registrador de dados de teste. CIs compatíveis com TAG possuem mais de um registrador de dados de teste e pelo menos um desses dispositivos deve ser o registrador boundary-scan, que é constituído de uma série de células boundary-scan (boundary-scan cell – BSC). Os dez quadrados amarelos contidos na Figura 12-26 representam as células BSC que constituem o registrador boundary-scan neste CI. O Entrada de varredura serial Lógica interna do CI Observação Controle Entrada normal D TDI D Saída normal TDO Registrador de contorno (bypass) Registrador de instrução TMS TCK TRST Controlador TAP Saída de varredura serial Figura 12-26 Quatro exemplos de soma de números com sinais utilizando 4 bits na forma complemento de 2. CIs compatíveis com JTAG também são capazes de implementar duas outras instruções necessárias. A instrução extest (teste externo) permite o teste de vários componentes e interconexões externos ao CI sem que haja o risco de danificação dos circuitos internos. Quando esta instrução é executada, as células boundary-scan existentes nos pinos de entrada amostram os dados, enquanto as células existentes nos pinos de saída transferem-os devidamente para a saída. Durante a execução da instrução extest, o controlador TAP pode evitar que os Sistemas digitais O controlador TAP e o registrador de instrução mostrado à esquerda da Figura 12-26 constituem a seção de controle da arquitetura boundary-scan. Os dados seriais no pino de entrada TMS, lidos durante a borda positiva do pulso de clock aplicado no pino TCK, ajustam o controlador TAP em um dos muitos estados possíveis. O estado do controlador TAP determina (1) se o sistema de teste boundary-scan é reinicializado; (2) se o teste especificado pela instrução contida no registrador é executado; (3) se os dados seriais no pino de entrada TDI são deslocados no registrador de instrução, sendo que a instrução anterior do registrador é deslocada para o pino de saída TDO; ou (4) se os dados seriais no pino de entrada TDI são deslocados através de um dos registradores de dados de teste e os dados anteriores no registrador são des- locados para o pino de saída TDO. Se o registrador de instrução é carregado com a instrução de contorno e o controlador TAP encontra-se em estado de execução de teste, então os dados no pino de entrada TPI passam pelo registrador de contorno de 1 bit. Este último dispositivo encurta o caminho de deslocamento dos dados provenientes de outros CIs quando o chip não é parte do teste executado na PCI que contém muitos CIs JTAG. Isso pode aumentar significativamente a velocidade do teste de sistemas e subsistemas em PCIs. capítulo 12 lado direito da Figura 12-26 mostra a visão expandida de uma BSC. Note que esse elemento consiste simplesmente em dois multiplexadores e dois flip-flops. O controlador TAP do CI controla os multiplexadores e os flip-flops existentes nas células. 399 dados nos pinos de entrada alcancem os circuitos lógicos internos, evitando danos ao CI. A outra instrução necessária, isto é, amostra/pré-carga, possui duas finalidades. A primeira consiste em obter uma duplicata ou amostra dos dados que entram ou saem dos circuitos internos sem interromper a operação normal do CI. A segunda função consiste em pré-carregar dados de teste conhecidos nas células boundary-scan do CI antes da execução de outros testes. Fabricantes de semicondutores podem também incluir outros tipos de teste que podem ser decodificados pelo registrador de instrução existente nos CIs compatíveis com JTAG. Os testes adicionais especificados pelo fabricante podem compreender o sistema completo ou subsistemas específicos no CI. CI 1 A Figura 12-27 mostra uma placa de circuito impresso simplificada que utiliza a arquitetura boundary-scan. O conector TAP na parte inferior da PCI da Figura 12-27 é normalmente conectado a um computador. Dados de teste são carregados de forma paralela, possivelmente por meio de uma UART, sendo posteriormente transferidos para o TAP serialmente. Os dados seriais que saem do pino TDO são novamente convertidos em dados paralelos e lidos pelo computador. Todos os subsistemas digitais contidos nessa PCI podem ser testados por meio de procedimentos automatizados executados por um computador. Esses testes são mais rápidos, mais precisos e possuem menor custo que os métodos de teste convencionais empregados em PCIs. CI 2 CI 3 Conector da placa 400 Conector TAP Sistemas Sequenciais CI 4 CI 5 CI 6 TDI TDO TMS TCK Figura 12-27 Placa de circuito impresso simplificada com seis CIs. Cinco destes CIs são compatíveis com JTAG e utilizam arquitetura de varredura de borda. Os quadrados amarelos nos CI1, CI3, CI4, CI5 e CI6 da Figura 12-27 representam células boundary-scan existentes no interior do chip, de forma semelhante à representação empregada no CI único da Figura 12-26. As células boundary-scan podem ser utilizadas para observar ou controlar os valores existentes nas entradas e saídas do CI. Dados de teste seriais são deslocados através da entrada de dados de teste (TDI) durante a borda do pulso de clock existente na entrada TCK. Dados seriais são exibidos na saída de dados de teste (TDO) durante a borda negativa do pulso de clock. Note que essa placa de circuito possui cinco CIs JTAG e um CI não compatível com JTAG. A inserção dos CIs JTAG CI1 e CI3 ao lado do CI2 (não compatível com JTAG) permite que este último dispositivo seja testado propriamente. Para testar a operação do sistema do CI2, uma série de valores correspondendo a dados de teste de entrada conhecidos como vetores de teste é carregada nas células boundary-scan na saída do CI1. O CI1 e o CI3 são então comandados para executar a instrução Em resumo, os testes são importantes em qualquer sistema complexo. A ausência de pontos de teste em PCIs transformou a tecnologia boundary-scan em um subsistema importante para muitos sistemas digitais. Essa arquitetura realiza testes e correção de problemas em sistemas digitais de forma rápida e simples. À medida que os sistemas digitais se tornam mais complexos, espera-se que a tecnologia boundary-scan seja muito empregada, principalmente em virtude da dificuldade da realização de testes nos circuitos miniaturizados. Sistemas digitais Teste seus conhecimentos capítulo 12 www extest, sendo que a saída do CI2 é observada nas BSCs do CI3. A comparação entre os valores na entrada do CI3 e as saídas esperadas no CI2 confirma a operação adequada do CI2. Outros tipos de teste que podem ser executados nessa placa de circuito incluem (1) verificação da operação adequada de cada CI compatível com JTAG na placa (CI1, CI3– CI6); (2) verificação das conexões (redes) entre o CI4 e o CI5, bem como entre o CI5 e o CI6; e (3) observação da reação do sistema completo diante das entradas provenientes do conector da placa. 401 RESUMO E REVISÃO DO CAPÍTULO Resumo 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. www Um conjunto de subsistemas digitais propriamente arranjados consiste em um sistema digital. Sistemas digitais possuem seis elementos em comum: entrada, transmissão, armazenamento, processamento, controle e saída. Fabricantes de CIs produzem dispositivos que podem ser classificados de acordo com a integração em pequena, média, grande, muito grande e ultragrande escala. Jogos eletrônicos consistem em projetos didáticos populares. Muitos dispositivos simulam o comportamento de jogos antigos como o arremesso de dados. Um relógio digital e um contador de frequência digital são sistemas digitais muito semelhantes que empregam contadores intensamente. Há muitos chips LSI contendo relógios digitais, sendo que a maioria dos CIs requer componentes adicionais para gerar um relógio digital funcional. A multiplexação é um método comum utilizado no acionamento de displays de sete segmentos a LEDs. 8. 9. 10. 11. Todos os sistemas digitais são basicamente construídos a partir de portas AND, OR e inversores. Um contador de frequência consiste em um instrumento que conta de forma precisa o número de pulsos de entrada em um determinado intervalo, exibindo-o na forma digital. O dispositivo passa por uma sequência de reinicialização-contagem-exibição. Diagramas de blocos representam a organização de um sistema digital. Diagramas de blocos mais detalhados fornecem informações sobre o sistema em nível de funcionamento de CIs. A norma IEEE 1149.1 Test Access Port and Boundary-Scan Architecture (arquitetura normalmente conhecida por JTAG ou boundary scan) especifica padrões de inserção de testes e pontos de acesso em CIs e PCIs que possuem alta complexidade, tamanho reduzido e alta densidade. O procedimento de teste pode ser automatizado para a realização de testes de alta confiabilidade e busca de falhas em campo. Questões de revisão do capítulo Sistemas Sequenciais Questões de pensamento crítico 402 12-1 Cite pelo menos cinco tipos de dispositivos comuns que podem ser considerados sistemas digitais. 12-2 Cite pelo menos quatro tipos de dispositivos que foram anteriormente utilizados e estudados e podem ser considerados sistemas digitais. 12-3 Como os drivers dos segmentos representados na forma de blocos na Figura 12-13 podem ser implementados em um relógio digital (observe a Figura 12-15)? 12-4 O oscilador mostrado no canto inferior esquerdo da Figura 12-13 é associado a qual função do relógio digital? 12-5 Por que o contador de frequência experimental mostrado na Figura 12-20 foi estudado se esse não é um dispositivo prático? 12-6 Quais são as diferenças entre a versão conceitual do temporizador digital da Figura 12-21 e o temporizador experimental mostrado na Figura 12-23? 12-7 Por que o jogo de dados mostrado na Figura 12-5 consiste em uma versão melhor do dispositivo da Figura 12-3? Sistemas digitais Respostas dos testes capítulo 12 www 12-8 Observe a Figura 12-5. Quando as saídas do contador correspondem a 100 (HLL), o que acontece com os LEDs? Por que as chaves bilaterais estão fechadas? 403 Página propositalmente deixada em branco capítulo 13 Sistemas de computadores Um computador pessoal do tipo desktop ou laptop provavelmente é o primeiro dispositivo no qual você pensa quando se fala em um sistema de computador. Entretanto, esses sistemas são encontrados em muitos outros tipos de dispositivos utilizados diariamente. Automóveis empregam chips de computador embarcados que permitem uma operação mais confiável e ajudam a diagnosticar muitos problemas mecânicos. Câmeras digitais, câmeras de vídeo de MP3 players possuem processadores de computador que permitem compactar e descompactar sinais de áudio de vídeo. Até mesmo os telefones celulares possuem chips de computadores que permitem enviar e receber chamadas, tirar fotos, tocar músicas e funcionarem como modems para computadores pessoais. Este capítulo dedica-se à análise de diversos sistemas de computadores, alguns tipos de subsistemas digitais e transmissão de dados. Objetivos deste capítulo Esboçar a organização geral de um computador e um microcomputador e descrever detalhadamente a execução de um programa. Analisar a operação de um sistema de decodificação de endereço simples em um microcomputador. Discutir diversos aspectos relacionados à transmissão serial e paralela. Responder questões específicas sobre verificação de erros e técnicas de correção. Descrever detalhadamente a transmissão de dados em um microcomputador. Citar algumas aplicações de um microcontrolador. Comparar as características de vários módulos BASIC Stamp e descrever a programação desses dispositivos. Analisar um programa PBASIC utilizado no acionamento de um módulo BASIC Stamp. Desenhar o digrama de blocos básico que representa as seções de um sistema DSP (processamento digital de sinais) incluindo um conversor A/D, a memória, o DSP (processador digital de sinais) e um conversor D/A, descrevendo ação de cada bloco propriamente. Classificar sistemas que empregam microprocessadores, microcontroladores e processadores digitais de sinais. dade aritmética é também conhecida como ALU (arithmetic logic unit – unidade lógica aritmética). O computador A maioria dos sistemas digitais complexos utiliza computadores. A maioria dos computadores digitais pode ser divida em cinco seções funcionais de acordo com a Figura 13-1. O dispositivo de entrada pode ser um teclado, mouse, joystick, mesa digitalizadora, scanner, leitor de cartões, unidade de fita magnética, conexão de rede ou linha telefônica. Esse tipo de dispositivo fornece informação do homem para a máquina (ou de máquina para máquina). O dispositivo de entrada deve codificar a linguagem humana em um código binário compreensível pela máquina. A seção de controle representa o sistema nervoso do computador, coordenando a operação de todas as demais seções e instruindo a inserção de dados a partir da entrada na memória. Além disso, direciona as informações da memória para a seção aritmética, que deve realizar a soma. A resposta é então redirecionada para a memória e para o dispositivo de saída. Outra função possível consiste em coordenar a operação do dispositivo de saída, embora essas e outras ações sejam apenas uma parte das funções desempenhadas pela seção de controle. A unidade aritmética pode ser considerada com um organismo pensante no interior do computador. A unidade aritmética soma, subtrai, multiplica, divide, compara e desempenha outras funções lógicas. A seção de saída corresponde à conexão entre a máquina e o operador (ou dispositivo ou rede). A comunicação com o usuário pode ocorrer por meio de uma impressora. A informação de saída pode ser exibida em um monitor CRT ou LCD. Além disso, a informação pode ser armazenada em dispositivos como fitas, discos rígidos ou discos ópticos. A seção de saída normalmente decodifica a linguagem do computador em um código compreensível pelo ser humano. Note que há um caminho de via dupla entre as seções de memória e aritmética. Em outras palavras, os dados podem ser enviados da seção aritmética para a memória, de modo que os resultados são reenviados para armazenamento na memória. A uni- Os três blocos na parte central da Figura 13-1 são normalmente denominados CPU. As seções aritmética e de memória juntamente com a seção de controle em geral são encontradas em uma única placa de circuito. Os componentes localizados ex- A seção de memória corresponde ao local de armazenamento de dados e programas, que pode ser complementado através do uso de dispositivos de armazenamento externos. Controle Sistemas Sequenciais Entrada 406 Memória Aritmética Unidade de processamento central Figura 13-1 Blocos de um computador digital. Saída Controle Programa Memória central Entrada Saída Dados Memória auxiliar ALU Figura 13-2 Fluxo de dados e de informações contidas em um programa em um sistema de computador. www Em resumo, o computador é organizado basicamente em cinco seções: entrada, memória, controle, ALU e saída. A informação inserida na CPU corresponde a instruções de programas ou dados que permitirão uma determinada ação. O programa armazenado e o tamanho tornam um computador diferente de uma calculadora. Os computadores, que são um dos sistemas digitais mais complexos, não são abordados nesta seção. Há vários livros dedicados a explicar a organização e a arquitetura de computadores. Entretanto, lembre-se que todos os circuitos contidos em um computador digital são implementados a partir de portas lógicas, flip-flops, células de memória e subsistemas semelhantes aos que foram anteriormente estudados. Teste seus conhecimentos Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. Sistemas de computadores O diagrama de blocos da Figura 13-1 poderia representar perfeitamente uma calculadora. Até agora, foi mostrado que os sistemas básicos operam da mesma forma. As diferenças básicas entre uma calculadora e um computador residem no tamanho e utilização de um programa armazenado em um computador, que é um tipo de dispositivo mais rápido que possui múltiplas funções. A Figura 13-2 mostra que dois tipos de informações são inseridos em um computador. O programa ou conjunto de instruções indica como a unidade de controle deve agir na solução de um determinado problema. Esse programa, que deve ser cuidadosamente elaborado por um programador, é armazenado na memória central enquanto o problema é resolvido. O segundo tipo de informação inserido no computador são os dados, que por sua vez direcionam sua ação. Os dados podem ser incluídos na forma de fatos ou figuras necessários para a solução do problema. Note que a informação do programa é armazenada na memória e utilizada apenas pela unidade de controle. Por outro lado, a informação dos dados é direcionada para vários outros pontos do computador e é processada pela ALU, de modo que os dados nunca precisam passar pela unidade de controle. A memória auxiliar corresponde à memória adicional necessária para armazenar os resultados parciais em alguns problemas complexos. Esse elemento pode não se encontrar na CPU, de modo que os dados podem ser armazenados em dispositivos periféricos como o disco rígido. capítulo 13 ternamente à CPU são denominados DISPOSITIVOS PERIFÉRICOS. 407 O microcomputador Os computadores são utilizados de forma geral desde a década de 1950. Inicialmente, computadores digitais possuíam grandes dimensões e elevado custo, utilizados por associações governamentais ou grandes corporações. O tamanho e o formato do computador digital mudaram drasticamente nas últimas décadas em virtude da utilização de um dispositivo denominado microprocessador. O microprocessador ou MPU (microprocessing unit – unidade de microprocessamento) é um CI que contém muitas das características de processamentos exibidas por um computador de grande porte. O MPU é um dispositivo VLSI pequeno, mas extremamente complexo e programável. O CI MPU constitui o coração de um microcomputador, o qual por sua vez consiste em um computador digital com programas armazenados. Sistemas Sequenciais A organização de um sistema microcomputador de pequeno porte é apresentada na Figura 13-3. Esse microcomputador possui todas as cinco seções básicas existentes em um computador: a unidade de entrada, as unidades de controle e aritméticas existentes no MPU, as unidades de memória e a unidade de saída. 408 O MPU controla todas as unidades principais do sistema utilizando as conexões de controle representadas à esquerda na Figura 13-3. Além dessas conexões, o barramento de endereço (16 condutores em paralelo) seleciona uma determinada posição de memória, porta de entrada ou porta de saída. O barramento de dados (oito condutores em paralelo) à direita na Figura 13-3 representa um caminho de via dupla para a transferência de dados que entram e saem do MPU. É importante observar que o MPU pode enviar dados para a memória ou porta de saída, ou ainda receber dados provenientes da memória ou de uma porta de entrada. A memória ROM de um microcomputador normalmente contém um programa, o que corresponde a uma lista de instruções codificadas que direcionam as ações do MPU. A memória ROM na Figura 13-3 é o local onde o programa está nesse exemplo. Na Sobre a eletrônica Dennis C. Hayes Em 1978, o jovem Dennis C. Hayes de 28 anos fundou a empresa que se tornaria Hayes Microcomputer Products, Inc. No início das atividades profissionais, Hayes pessoalmente montava e soldava componentes em cima de uma mesa de jantar emprestada na sua própria casa. Em 1981, o modem modelo Hayes™ Smartmodem™, o qual podia ser facilmente integrado aos computadores, iniciou uma revolução no ramo das comunicações. prática, essa memória contém um programa de inicialização e possivelmente outros programas. Outros programas à parte podem ser carregados na memória RAM a partir da memória auxiliar. Esses são os programas do usuário. A área correspondente à memória RAM na Figura 13-3 é identificada nesse exemplo como a memória de dados. Os dados utilizados no programa encontram-se nesse local. As seções da CPU e memória do microcomputador por si sós não são muito úteis. O CPU deve possuir uma interface com os dispositivos periféricos para a entrada, saída e armazenamento. Os elementos típicos que desempenham essas funções são mencionados na Figura 13-4. O teclado, o mouse e o joystick provavelmente são os dispositivos de entrada mais comuns encontrados na maioria dos microcomputadores. Diversos outros dispositivos de entrada são listados à esquerda na Figura 13-4. Dados obtidos de dispositivo(s) periférico(s) Portas ENTRADA(S) Barramento de controle Barramento de endereço (16 linhas) Microprocessador MPU Controle e aritmética Barramento de dados (8 linhas) Memória de programa ROM Memória de dados RAM SAÍDA(S) Portas Saída para dispositivo(s) periférico(s) Figura 13-3 Diagrama de blocos de um microcomputador. ENTRADA/SAÍDA SAÍDA ENTRADA CPU e memória principal Monitor LCD ou com tubo de raios catódicos Televisão Impressora Alto-falante Plotter Impressora laser ARMAZENAMENTO Leitor de disquetes Disco rígido Leitor de fita Leitor de disco óptico Dispositivo de memória flash Figura 13-4 Dispositivos periféricos normalmente conectados à CPU de um microcomputador. capítulo 13 Teclado Mouse Joystick Alavancas Mesas digitalizadoras Microfone Caneta óptica Scanner Leitor de código de barras Leitor de tarja magnética Câmera digital Sistemas de computadores Internet e conexão de rede sem fio ou usando modem 409 O leitor de discos ópticos é um dispositivo de armazenamento secundário popular existente na maioria dos microcomputadores. Outros dispositivos dessa natureza são os leitores de disquete e os discos rígidos, além dos leitores de fitas magnéticas que não são tão populares. O monitor CRT ou LCD, a impressora e os sistemas de som são os dispositivos de saída mais comuns utilizados nos microcomputadores típicos. Outros exemplos de dispositivos de saída são os monitores de TV, plotters e impressoras. As conexões de computadores às redes como a Internet são praticamente universais. Usuários de computadores individuais normalmente realizam tais conexões através de um MODEM (modulador/ demodulador), que se comunica com um provedor de serviços de Internet através de linhas telefônicas residenciais ou conexões de TV a cabo. O modem é classificado como um dispositivo periférico de entrada/saída na Figura 13-4. O modem fornece uma comunicação em via dupla com a rede pública denominada Internet. O modem funciona como dispositivo de entrada e saída de dados quando recebe e transmite dados, respectivamente. A Internet é uma rede gigantesca que conecta milhões de computadores em todo o mundo. Os usuários da Internet podem encontrar e trocar informações, comprar e vender produtos ou mesmo acessar jogos. Outra forma de acessar a Internet consiste em utilizar uma conexão DSL (digital subscriber line – linha digital do assinante). Uma conexão DSL pode ser de 10 a 100 vezes mais rápida que um modem, e é normalmente empregada por usuários individuais, dispositivos de telecomunicação e pequenas empresas. Companhias de TV a cabo também oferecem o serviço de Internet de alta velocidade em diversas áreas. Empresas de grande porte normalmente utilizam LANS (local access networks – redes de acesso local) para comunicações de via dupla em um prédio ou campus. Redes LAN utilizam linhas privadas que permitem a comunicação nos dois sentidos entre computadores de mesa e um servidor (computador com maior capacidade de processamento e memória). Uma rede LAN é mostrada na Figura 135, onde os computadores são conectados ao servidor por meio do protocolo Ethernet. Um servidor pode ser acessado para realizar o processamento ou acessar/atualizar um arquivo ou aplicativo. Organizações de grande porte que possuem sedes remotas podem utilizar uma rede WAN (wide area network – rede de área alargada ou rede de longa distância) para a comunicação LAN LAN WAN Sistemas Sequenciais Ethernet 410 Roteador Rede de longa distância Roteador Ethernet disponibilizada pela companhia telefônica Servidor Escritório em Nova York Figura 13-5 Uso de redes LAN e WAN em comunicações de negócios. Escritório em Chicago entre computadores localizados em outras cidades. O diagrama da Figura 13-5 mostra a rede WAN fornecida por uma companhia telefônica pública utilizada na comunicação bidirecional. O roteador (originalmente denominado gateway) mostrado Teste seus conhecimentos Para entender a operação de um microcomputador, considere a Figura 13-6. Nesse exemplo, as seguintes ações ocorrem: 1. A tecla “A” é pressionada no teclado. 2. A letra “A” é armazenada na memória. 3. A letra “A” é exibida na tela do monitor CRT. O procedimento de entrada-armazenamento-saída destacado na Figura 13-6 representa a operação típica de um microcomputador. O hardware eletrônico empregado em um sistema semelhante ao da Figura 13-6 é complexo. Entretanto, a transferência de dados no sistema ajuda a explicar o uso de diversos dispositivos existentes em um microcomputador. O diagrama mais detalhado representado na Figura 13-7 permite a melhor compreensão do procedimento entrada-armazenamento-saída. Inicialmente, analise cuidadosamente o conteúdo da memória de programa na Figura 13-7. Note que as instruções foram carregadas nas seis primeiras posições de memória. A partir da Figura 13-7, determina-se que as instruções atualmente listadas na memória de programa são: 1. Entrada de dados a partir da porta 1. 2. Armazenamento dos dados da porta 1 na posição de memória 200. 3. Saída de dados para a porta de saída 10. Note que há apenas três instruções no programa supracitado. Entretanto, aparentemente há seis instruções na MEMÓRIA DE PROGRAMA segundo a Figura 13-7. Esse fato ocorre porque algumas vezes a informação é dividida em partes. A primeira parte da instrução corresponde à entrada de dados. A segunda parte indica a origem dos dados (porta 1). A primeira parte que corresponde à ação é denominada OPERAÇÃO, enquanto a segunda parte é chamada de OPERANDO. A operação e o operando são localizados em posições de memória distintas na memória de programa da Figura 13-7. Para a primeira instrução, a posição 100 armazena a operação de entrada, enquanto a posição 101 armazena o operando (porta 1), destacando o ponto a partir do qual a informação será inserida. 1 Aperte “A” A Microcomputador ENTRADA CPU ARMAZENA “A” 2 Memória SAÍDA A 3 IMPRIME “A” Figura 13-6 Exemplo de uma operação comum de entrada, armazenamento e saída de dados em um microcomputador. Sistemas de computadores Operação de um microcomputador capítulo 13 www na Figura 13-5 é um dispositivo que determina o melhor caminho que o tráfego de dados deve seguir até chegar ao seu destino. O roteador também é capaz de converter um protocolo de transmissão em outro. 411 Sobre a eletrônica Microcontroladores são pequenos “computadores contidos em um único chip” de baixo custo que possuem CPU, RAM, ROM e entrada/saídas. A maioria das pessoas interage com microcontroladores todos os dias em aplicações diversas como computadores, telefones, sistemas de segurança, televisores, termostatos, rádios, automóveis, “cartões inteligentes” e vários outros produtos. Duas novas seções podem ser identificadas no interior do MPU na Figura 13-7 denominadas registradores. Esses dispositivos especiais consistem no ACUMULADOR e no REGISTRADOR DE INSTRUÇÕES. Sistemas Sequenciais A sequência de eventos que ocorre no interior de um microcomputador no processo de entrada-armazenamento-saída da letra “A” é destacada na Figura 13-7. O fluxo de instruções e dados pode ser acompanhado seguindo-se os números circulados no diagrama. Lembre-se que o MPU é o centro de todas as transferências de dados e operações. Observe a Figura 13-7 e acompanhe os passos descritos a seguir. 412 1. O MPU envia o endereço 100 para o barramento de endereço. Uma conexão de controle ativa a entrada de leitura no CI memória de programa. Este passo é representado pelo número 1 circulado. 2. A memória de programa envia a primeira instrução (dados de entrada) para o barramento de dados e o MPU recebe essa mensagem codificada. A instrução é então transferida para uma posição de memória especial no interior do MPU denominada registrador de instrução. O MPU decodifica ou interpreta a instrução “dados de entrada”, a qual por sua vez requer o operando. 3. O MPU envia o endereço 101 para o barramento de endereço. A conexão de controle ativa a entrada de leitura no CI memória de programa. 4. A memória de programa insere o operando (“inseridos na porta 1”) no barramento de dados. O operando encontrava-se no endereço 101 na memória de programa. Essa mensagem codificada (o endereço para a porta 1) é recebida no barramento de dados e transferida para o registrador de instrução. Agora, o MPU é capaz de decodificar a instrução completa (“dados de entrada inseridos na porta 1”). 5. O MPU utiliza o barramento de endereço e as conexões de controle com a unidade de entrada para abrir a porta 1. Essa forma codificada do caractere “A” é transferida e armazenada no acumulador do MPU. É importante notar que o MPU sempre segue uma SEQUÊNCIA BUSCA-DECODIFICA-EXECUTA. Inicialmente, a Caractere “A” digitado no teclado 5 Porta 1 ENTRADA 5 Acumulador MPU 16 Endereço Conteúdos 100 Dados de ENTRADA 101 Inseridos na porta 1 6 102 ARMAZENAR os dados 7 8 103 Na posição de memória 200 9 104 Dados de SAÍDA 105 Disponibilizados na porta 10 1 3 12 14 2 4 13 Barramento de dados Barramento de endereço e controle Registrador de instruções 15 106 Memória de programa RAM 10 Endereço Conteúdos 200 “A” 11 203 Memória de dados 16 SAÍDA Porta 10 16 Saída do caractere “A” para o monitor Figura 13-7 Sequência de ações realizadas na operação de entrada, armazenamento e saída de dados em um microcomputador. capítulo 13 202 Sistemas de computadores 201 413 instrução é buscada na memória de programa. Então, o MPU decodifica a instrução. Por fim, essa instrução é executada. Tente identificar essa sequência nas duas instruções seguintes, continuando a seguir o programa listado na memória de programa na Figura 13-7. 13. O código da instrução “dados de saída” é enviado para o MPU no barramento de dados. O MPU recebe essa instrução, transferindo-a para o registrador de instrução. O MPU decodifica a instrução e determina que o operando é necessário. 6. O MPU endereça a posição 102 no barramento de endereço. As conexões de controle são empregadas para ativar a entrada de leitura na memória de programa. 7. O código para a instrução “armazenar os dados” é enviado para o barramento de dados e recebido pelo MPU, sendo então transferido para o registrador de instrução. 8. O MPU decodifica a instrução “armazenar os dados” e indica que há a necessidade do operando. O MPU endereça a próxima posição de memória (103) e ativa a entrada de dados na memória de programa. 14. O MPU insere o endereço 105 no barramento de endereço e ativa a entrada de leitura no registrador de instrução. 9. O código correspondente a “na posição de memória 200” é inserido no barramento de dados pela memória de programa. O MPU aceita esse operando, armazenando-o no registrador de instrução. Assim, a instrução completa “armazenar os dados na posição de memória 200” é buscada na memória e decodificada. Sistemas Sequenciais 10. Agora, o processo de execução é iniciado. O MPU envia o endereço 200 para o barramento de endereço e ativa a entrada de gravação da memória de dados. 414 11. O MPU envia a informação armazenada no acumulador para o barramento de dados para a memória de dados, O caractere “A” recebido no barramento de dados é gravado na posição 200 na memória de programa. Assim, a segunda instrução foi executada. Esse processo de armazenamento não elimina o conteúdo do acumulador, que ainda contém a forma codificada de “A”. 12. O MPU deve buscar a próxima instrução. A posição de memória 104 é endereçada, ativando a entrada de leitura da memória de programa. 15. A memória de controle envia o código do operando (“disponibilizados na porta 10”) ao MPU através do barramento de dados. Esse código é recebido no registrador de instrução. 16. O MPU decodifica a instrução completa “dados de saída disponibilizados na porta 10”. O MPU ativa a porta 10, utilizando o barramento de endereço e as conexões de controle com a unidade de saída. O MPU envia o código correspondente a “A” (ainda armazenado no acumulador) para o barramento de dados. O caractere “A” é transmitido da porta de saída 10 para a tela do monitor CRT. A maioria dos SISTEMAS MICROPROCESSADOS transfere informações de forma semelhante àquela detalhada na Figura 13-7. As principais diferenças podem ocorrer nas seções de entrada e saída. Diversas outras ações podem ser necessárias para que as seções de entrada e saída operem adequadamente. É importante notar que o MPU é o centro de execução e controle de todas as operações. O MPU segue a sequência busca-decodifica-executa. Entretanto, as operações reais do MPU são dirigidas pelas instruções contidas na memória de programa. As instruções normalmente são executadas em sequência (100, 101, 102 e assim por diante). Todas as três instruções do exemplo seriam buscadas, decodificadas e executas em alguns milissegundos ou menos na maioria dos microprocessadores de pequeno porte. A vantagem dos sistemas microprocessados consiste na elevada velocidade de operação e flexibilidade. Esses dispositivos são altamente flexíveis porque podem ser reprogramados de modo a executar diversas tarefas. Microcomputadores são sistemas digitais complexos que contêm um CI MPU (ou um conjunto de CIs), memória, entradas e saídas. O CI MPU em si corresponde a um sistema de grande complexidade altamente integrado que pode processar instruções em taxas extremamente Teste seus conhecimentos Considere o sistema microprocessado simples de 4 bits da Figura 13-8, que emprega apenas oito condutores no barramento de endereço e quatro condutores no barramento de dados. As memórias RAM possuem capacidade reduzida, sendo unidades de 64 bits (16×4), semelhantes às memórias 7496 anteriormente estudadas. Dois problemas surgem quando se trabalha com um sistema semelhante ao da Figura 13-8(a). Primeiro, como o MPU é capaz de escolher a memória RAM a partir da qual se deve ler os dados quando o mesmo endereço de 4 bits é enviado para cada uma delas? Segundo, como diversos dispositivos podem enviar dados através de um mesmo barramento de dados comum se normalmente as saídas dos dispositivos lógicos não podem ser conectadas entre si? As soluções para ambos os problemas são mostradas na Figura 13-8(b). O DECODIFICADOR DE ENDEREÇO mostrado na Figura 138(b) decodifica e decide qual memória RAM deve ser utilizada, enviando esse sinal de ativação através da conexão de seleção. Apenas uma conexão é ativada por vez. O bloco decodificador de endereço consiste em portas lógicas combinacionais. A memória RAM 0 é selecionada quando o endereço varia entre 0 e 15. Entretanto, a memória RAM 1 é selecionada quando o endereço varia entre 16 e 31. Os BUFFERS DE TRÊS ESTADOS mostrados na Figura 138(b) desconectam as saídas das memórias RAM quando o dispositivo não envia dados. Por esse motivo, a conexão de seleção também é utilizada para controlar ou ativar os buffers de três estados. Quando estão desligados, diz-se que suas saídas encontram-se no MODO DE ALTA IMPEDÂNCIA, sendo que as quatro conexões de dados existentes na entrada dos dispositivos estão desativadas. Os circuitos lógicos utilizados em um decodificador de endereços simples são mostrados na Figura 139. Nesse exemplo, a saída da porta OR de quatro entradas inferior é BAIXA apenas quando todas as quatro linhas de endereço (de A7 a A4) são iguais a zero. Quando isso ocorre, a memória RAM 0 é efetivamente ativada com um nível BAIXO aplicado em sua respectiva entrada de ativação de memória (ME – memory enable). Quando as quatro linhas de endereço no decodificador de endereços possuem valor 0001, (A70, A60, A50, A41), a porta OR superior é ativada. Dessa forma, o valor 0001 gera uma saída BAIXA na porta OR superior, ativando a linha de seleção de dispositivo inferior. Assim, a memória RAM 1 é ativada. O decodificador de endereço da Figura 13-9 decodifica apenas as quatro linhas de endereço mais significativas para gerar o nível lógico correto (ME). A memória RAM decodifica as quatro linhas de endereço menos significativas internamente (de A0 a A3) para localizar a palavra de 4 bits exata na memória. O sistema microprocessado mostrado nas Figuras 13-8 e 13-9 utiliza oito linhas de endereço, ou seja, o MPU pode gerar 256 endereços distintos (28). Nos Sistemas de computadores Decodificação de endereço em um microcomputador capítulo 13 www elevadas. Espera-se que a fabricação de microcomputadores apresente um crescimento significativo nos próximos anos. Nas últimas duas seções, foi fornecida apenas uma visão geral acerca da operação básica e organização de um microcomputador. 415 Barramento de endereço (oito linhas) Microprocessador Barramento de dados (quatro linhas) Quatro linhas RAM (16 4) 0 Quatro linhas RAM (16 4) 1 (a) Barramento de endereço Decodificador de endereço Microprocessador Sistemas Sequenciais Barramento de dados 416 Linha de seleção do dispositivo (0–15) RAM (16 4) 0 Buffer de três estados Linha de seleção do dispositivo (16–31) RAM (16 4) 1 Buffer de três estados (b) Figura 13-8 (a) Microprocessador simplificado de 4 bits em interface com duas memórias RAM de 64 bits. (b) Decodificador de endereço e buffers de três estados acrescentados ao sistema microprocessador de 4 bits. Decodificador de endereço Linha de seleção do dispositivo (Endereços 0–15) Barramento de endereço A7 A6 A5 A4 A3 A2 A1 A0 MPU ME A0 A1 A2 A3 RAM (16 4) 0 Linha de seleção do dispositivo (Endereços 16–31) ME A0 A1 A2 A3 RAM (16 4) 1 para representar endereços em sistemas microprocessados. Os 16 endereços seguintes são utilizados pela memória RAM 1 e variam entre 16 e 31 (entre 10 e 1F em hexadecimal). Os grupos de endereços de números três a dezesseis não são utilizados nesse sistema. É comum empregar a notação hexadecimal Uma versão comercial do buffer de três estados é mostrada na Figura 13-11(b), representando o diagrama de pinos do CI BUFFER DE TRÊS ESTADOS QUÁDRUPLO TTL 74125. A respectiva tabela verdade é apresentada na Figura 13-11(c). Na Figura 13-8(b), dois blocos são marcados como buffers de três estados. O respectivo símbolo é representado na Figura 13-11(a), onde há uma entrada e dados (A) e uma saída não invertida (Y). Quando a entrada de controle (C) é desativada com um nível 1, a saída Y assume o estado de alta impedância (Z) e é efetivamente desconectada da entrada. capítulo 13 sistemas das Figuras 13-8 e 13-9, os primeiros 16 endereços são utilizados pela memória RAM 0, enquanto os 16 endereços seguintes são utilizados memória RAM 1. É comum desenhar o mapa de memória de um sistema processado, e nesse caso o mapa correspondente é representado na Figura 13-10. Verifica-se que os primeiros 16 endereços (0F em hexadecimal) são reservados para a memória RAM 0, variando entre 0 e 15 (entre 00 e 0F em hexadecimal). Sistemas de computadores Figura 13-9 Decodificador de endereço utilizado na geração dos sinais corretos para a seleção de dispositivos. 417 Endereço (hexadecimal) 00 0F 10 1F C Controle ENTRADAS A Dados Y SAÍDA (não invertida) RAM 0 (a) RAM 1 1C 1 14 VCC 1A 2 13 4C 1Y 3 12 4A 2C 4 11 4Y 2A 5 10 3C EF 2Y 6 9 3A F0 FF GND 7 8 3Y 20 2F 30 DF Não utilizados neste sistema E0 (b) Figura 13-10 Mapa de memória de um pequeno sistema microprocessado utilizando duas memórias RAM 16 × 4. Em resumo, um decodificador de endereço é utilizado para selecionar qual dispositivo deverá ser conectado ao barramento de dados em um sistema microprocessado. Decodificadores de endereço normalmente são implementados em termos de circuitos lógicos combinacionais (portas lógicas simples). Para permitir que muitos dispositivos empreguem um barramento de dados comum, três buffers de três estados são utilizados. Esses dispositivos possuem uma entrada de controle que, quando está desativada, permite que a saída assuma o estado de alta impedância (Z). Tanto decodificadores de endereço quanto buffers de três estados são amplamente utilizados em mi- Sistemas Sequenciais www 418 TABELA VERDADE ENTRADAS L H X (Z) SAÍDA C A Y L L H L H X L H (Z) = nível de tensão BAIXO nível de tensão ALTO condição irrelevante alta impedância (desligado) (c) Figura 13-11 (a) Símbolo lógico de um buffer de três estados. (b) Diagrama de pinos de um CI comercial buffer quádruplo de três estados 74125. (c) Tabela verdade do CI buffer de três estados 74125. crocomputadores e muitos sistemas digitais. Os buffers de três estados normalmente são parte de MPUs, memórias RAM, memórias ROM e CIs adaptadores de interface de periféricos. Teste seus conhecimentos Transmissão de dados A maior parte dos dados em sistemas digitais é transmitida através de cabos e PCIs. Muitas vezes, bits de dados devem ser transmitidos de um lugar para outro. Em outros casos, deve-se transmitir dados por uma linha telefônica ou cabos até pontos muito distantes do local de origem. Se todos os bits de uma palavra fossem enviados de uma única vez através de cabos paralelos, as dimensões e os cus- O sistema da Figura 13-12 funciona da seguinte forma. Inicialmente, o MUX conecta a entrada 0 à Um MUX funciona de forma análoga a uma chave rotativa de polo simples e contatos múltiplos, como mostra a Figura 13-13. A chave rotativa 1 representa a ação de um MUX. O DEMUX opera de forma semelhante à chave rotacional 2 na Figura 13-13. O controle mecânico existente nesse diagrama garante que os dados da entrada 5 em CH1 sejam devidamente repassados à saída 5 da chave CH2. Note que as chaves mecânicas na Figura 1313 permitem que os dados trafeguem em ambas as direções. Quando são constituídos de portas lógicas, dispositivos MUX e DEMUX permitem a transmissão de dados apenas da entrada para a saída, como mostra a Figura 13-12. TRANSMISSÃO ENTRADAS SAÍDAS 0 0 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 Dados paralelos 7 Multiplexador Dados seriais Demultiplexador 7 8 8 9 9 10 10 11 11 12 12 13 13 14 14 15 15 Controle Figura 13-12 Transmissão de dados seriais utilizando um multiplexador e um demultiplexador. Dados paralelos Sistemas de computadores O conceito básico envolvendo MUX e DEMUX é mostrado na Figura 13-12. Os dados paralelos provenientes de um dispositivo são convertidos em dados seriais pelo MUX e então transmitidos através de um único condutor. Os dados seriais são então reagrupados na forma de dados paralelos pelo DEMUX. Verifique que as linhas de controle devem ainda conectar o MUX e o DEMUX, mantendo-os sincronizados. Note que as 16 linhas de entrada são resumidas a um número menor de linhas de transmissão. linha de transmissão serial de dados. O bit é então transmitido para o DEMUX, que direciona este bit para a saída 0. O MUX e o DEMUX continuam a transferir os dados da entrada 1 para a saída 1 e assim por diante. Os bits são transferidos um de cada vez. capítulo 13 tos desses condutores seriam muito elevados. De outra forma, os dados são enviados através de um único condutor de forma SERIAL, sendo reunidos de forma paralela no terminal receptor. Dispositivos empregados no envio e recepção de dados seriais são denominados MULTIPLEXADORES (MUX) e DEMULTIPLEXADORES (DEMUX). 419 Multiplexador Dados paralelos Demultiplexador 1 1 2 2 3 4 CH-1 Dados seriais CH-2 Controle 3 4 5 5 6 6 Dados paralelos Figura 13-13 Chaves rotativas atuando como multiplexadores e demultiplexadores. Certamente, você utilizou um MUX anteriormente, sendo que outro nome dado a esse dispositivo é seletor de dados. Dispositivos DEMUX são normalmente chamados de distribuidores ou decodificadores. O termo “distribuidor” descreve a ação de CH2 na Figura 13-13, pois os dados seriais são distribuídos para a saída 1, 2, 3 e assim por diante. Sistemas Sequenciais A Figura 13-14 apresenta o diagrama esquemático detalhado de um sistema de transmissão experimental utilizando o arranjo MUX/DEMUX. Uma palavra (com comprimento de 16 bits) é inserida nas entradas (de 0 a 15) do CI MUX 74150. O contador 7493 inicia a contagem em 0000, o que é exibido como 0 no display de sete segmentos. Quando as entradas de seleção de dados (D, C, B, A) do MUX 74150 são iguais a 0000, os dados são retirados da entrada 0, que é exibida como um nível lógico 0. Esse valor é então transferido para o CI DEMUX 74154, onde é direcionado à saída 0. Normalmente, a saída do CI 74154 é invertida, como é possível perceber através dos círculos inversores. Um inversor 7404 complementa a saída para obter novamente o valor lógico 0. 420 O contador incrementa a contagem para o valor binário 0001, sendo exibido como o número decimal 1. Esse valor binário é aplicado às entradas de seleção de dados de ambos os CIs (74150 e 74154). O nível lógico 1 existente na entrada do MUX 74150 é transferido para a linha de transmissão. Assim, o DEMUX 74154 transfere os dados para a saída 1. O inversor 7404 complementa a saída, e o nível lógi- co 1 é exibido na forma do LED aceso mostrado no diagrama. O contato continua a varrer cada entrada do CI 74150 e transferir os respectivos conteúdos para a saída do CI 74154. Note que o contador deve contar do valor binário 0000 até 1111 (16 algarismos) para transferir cada palavra paralela da entrada para a saída desse sistema. A leitura do display de sete segmentos a LEDs consiste em uma forma conveniente para acompanhar qual é a palavra que está sendo transmitida. Se a frequência dos pulsos for muito alta, os dados paralelos podem ser transmitidos de forma tão rápida quantos os dados seriais para a saída. Note que na Figura 13-14 foi economizada uma quantidade significativa de condutores ao se enviar os dados na forma serial. Embora o tempo de transferência seja maior, a taxa de envio dos dados pode ser muito alta. Um exemplo comum da transmissão de dados consiste na conexão existente entre um microcomputador e um dispositivo periférico como uma impressora ou modem. A interface do computador pode enviar dados de forma paralela ou serial dependendo do tipo de impressora. Uma INTERFACE PARALELA transmite 8 bits (um byte) de dados por vez. A Figura 13-15 mostra como a CPU do microcomputador controla um CI denominado PIA (peripheral-interface adapter – adaptador de interface de periférico). O CI PIA comunica-se Multiplexador Saídas Demultiplexador 0 0 0 1 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 Entradas paralelas 7 Dados W 8 seriais 8 9 9 10 10 11 11 12 12 13 13 14 (74150) (74154) 0 15 Habilitar 0 G1 G2 14 15 Strobe 7404s Seleção de dados D C B A LEDs 150 Seleção de dados D C B A Decodificador RO(1) QD D RO(2) QC C Entrada A QB B Entrada B QA (7493) A c c d d e e f f (7447) 5 V b b Reinicializar Clock a a g g 150 Bit transmitido Figura 13-14 Diagrama esquemático de um sistema de transmissão de dados experimental. com a impressora através do estabelecimento de conexões (handshaking ou, considerando uma tradução literal, “aperto de mãos”) para verificar se o dispositivo está pronto para o recebimento de dados. Se a impressora indica para o PIA que está pronto, os bytes são transferidos da CPU para capítulo 13 Contador Sistemas de computadores Conexões de controle 421 cheia. Assim, o CPU para de enviar dados temporariamente até que surja mais espaço na memória buffer da impressora. Sobre a eletrônica Um chip poderoso Adaptadores de interface de periféricos não são padronizados. O fabricante Motorola designa seu dispositivo como PIA 6820. O nome de um dispositivo adaptador de entrada/saída semelhante fabricado pela Intel é PPI 8255 (programmable peripheral interface – interface programável de periféricos). Os PIAs são CIs genéricos que podem ser programados como dispositivos de entrada ou saída, possuindo diversas portas paralelas E/S de 8 bits. Um chip de memória é menor do que uma unha e ainda assim é capaz de armazenar 262.000 bits de dados em 600.000 componentes eletrônicos. Na figura, tem-se a parte central de uma memória DRAM (Dynamic Random Acess Memory – Memória de Acesso Randômico Dinâmico) de 256 kB, cujo tamanho original é aumentado cerca de 1.000 vezes para uma visualização adequada. Uma interface serial transmite 1 bit de dados por vez. CIs denominados UART (universal synchronous receiver/transmitter – receptor-transmissor assíncrono universal) são normalmente empregados como interface entre a CPU e as conexões (links) de dados. Um UART consiste em três seções: um transmissor, um receptor e um bloco de controle, como mostra a Figura 13-16. O receptor converte dados seriais em dados paralelos. Por outro lado, o transmissor converte dados paralelos (como aqueles provenientes do barramento de dados da CPU) em dados seriais. O bloco de controle gerencia as funções do UART e coordena as comunicações com o PIA e posteriormente para a memória buffer da impressora. A CPU pode enviar dados mais rapidamente para a impressora do que esse dispositivo é capaz de imprimi-los. Por esse motivo, a impressora indica para o PIA quando a memória buffer está Endereço CPU Controle Barramento de dados (oito bits) Interrupção adaptador de interface de periféricos Sistemas Sequenciais Dados (8bits) bits) Data (8 422 Estabelecimento de conexões (handshaking) Impressora com conexão em porta paralela Figura 13-15 Transmissão paralela de dados da CPU para a impressora utilizando um adaptador de interface de periféricos. Entrada serial Clock Receptor Saída paralela Habilitar/ Reinicializar E/S paralela Transmissor Saída serial CLOCK Funções de controle Controle Sinais de status Alimentação Figura 13-16 Utilização da entrada de supressão de zeros (RBI) do decodificador/driver para omitir os zeros à esquerda do display digital. www Os padrões Centronics e IEEE-488 são dois exemplos de padrões de INTERFACE PARALELA. O primeiro tipo é muito utilizado como interface entre computadores e impressoras. O padrão IEEE-488 é utilizado entre computadores e dispositivos de instrumentação científica. Teste seus conhecimentos Detecção de erros na transmissão de dados Dispositivos digitais, a exemplo de computadores, são extremamente úteis porque são rápidos e precisos. Para o desenvolvimento de dispositivos com essas características desejáveis, é necessário utilizar métodos de detecção de erros. É perfeitamente possível imaginar a OCORRÊNCIA DE ERROS em um sistema quando os dados são transferidos de um local para outro. Para detectar erros, deve-se verificar os dados transmitidos constantemente. Para checar a precisão do processo, pode-se gerar e transmitir um bit de paridade adicional. Nesse sistema, três entradas paralelas (A, B e C) são transmitidas em uma longa distância. Próximo à entrada, há um circuito gerador de bit de paridade, que gera um determinado Sistemas de computadores A velocidade na qual os dados seriais são transmitidos é chamada de taxa de baud, que indica o número de bits por segundo transferidos através de uma conexão de dados. A taxa de baud não corresponde ao número de caracteres ou palavras transmitidos por segundo. Taxas de baud assumem valores típicos de 110, 300, 1200, 2400, 9600, 19.200 e 38.400. Os níveis dos sinais encontrados nas conexões de dados são muitas vezes definidos por padrões. O padrão EIA RS-232C e o padrão mais antigo teletipo com laço de corrente de 20 mA são dois exemplos de padrões de interface serial. capítulo 13 a CPU e o dispositivo periférico. O UART também codifica e decodifica sinais seriais incluindo os bits de início, parada e paridade. 423 valor. Esse bit de paridade é transmitido juntamente com os dados, e os resultados são verificados em um local próximo à saída. Se um erro ocorre durante a transmissão, o circuito detector de erros aciona um alarme. Se todos os dados paralelos surgem na saída com o mesmo formato exibido na entrada, o alarme não é disparado. A Tabela 13-1 ajuda a compreender como funciona o sistema de detecção de erros, sendo esta uma tabela verdade do gerador de bit de paridade mostrado na Figura 13-17. Note que as entradas A, B e C representam as três conexões de transmissão de dados. A saída é determinada analisando-se uma determinada linha horizontal. Deseja-se um número par de valores 1 em cada linha (zero, dois ou quatro valores 1). A linha 1 possui um único 1 além do bit de paridade 1. A linha 2 possui dois valores 1. À medida que a Tabela 13-1 é analisada, verifica-se que há um número par de valores 1. O circuito lógico do gerador de bit de paridade é mostrado na Figura 13-18(a). Verifica-se que uma porta XOR de três entradas é capaz de gerar o bit de paridade. Assim, a porta XOR de três entradas da Figura 1318 corresponde ao circuito lógico que representa o bloco gerador de bit de paridade na Figura 13-17. Observe a tabela verdade completa. A Tabela 13-1 mostra que, em circunstâncias normais, cada linha horizontal contém um número par de valores 1. Se um erro ocorrer, então haverá um número ímpar de valores 1. Um circuito que fornece uma saída Sistemas Sequenciais 424 Entradas Saída Dados paralelos Saída de paridade C 0 0 0 0 1 1 1 1 B 0 0 1 1 1 0 1 1 A 0 1 0 1 0 1 0 1 P 0 1 1 0 1 0 0 1 com nível lógico 1 sempre que há um número ímpar de valores 1 é representado na Figura 13-18(b). Uma porta XOR de quatro entradas detecta um número ímpar de valores 1 nas entradas e aciona a luz de alarme. A Figura 13-18(b) apresenta o circuito lógico capaz de substituir o bloco detector de erros na Figura 13-17. O bit de paridade pode ser gerado para palavras maiores, como um caractere ASCII de 7 bits. Por exemplo, o código ASCII correspondente à letra “T” é 1010100 (de acordo com a Tabela 6-3). Se for transmitido utilizando um bit de paridade par, um valor 1 adicional deve ser incluído (de modo a se obter um número par ou quatro valores 1). Uma TRANSMISSÃO ENTRADAS Dados paralelos Tabela 13-1 Tabela verdade de um gerador de bit de paridade SAÍDAS A A B B C C A B C Dados paralelos Bit de paridade Gerador de bit de paridade P C B Detector de erro Figura 13-17 Sistema de detecção de erro utilizando um bit de paridade. A Alarme de erro (a) A B C P Alarme de erro Luz acesa Erro Luz apagada OK (b) Figura 13-18 (a) Circuito gerador de bit de paridade. (b) Circuito de detecção de erro. porta XOR de sete entradas é capaz de gerar o bit de paridade correto para caracteres ASCII de 7 bits. Uma porta XOR de 8 bits existente no receptor pode funcionar como um circuito detector de erros (Hhá erro, Lnão há erro). Um bit de paridade par ou ímpar pode ser transmitido ou recebido. Uma porta XNOR é utilizada na geração de um bit de paridade ímpar. O sistema de bits de paridade consiste em uma forma simples para detectar erros na transmissão de dados. Entretanto, só é possível detectar erros se um número ímpar de bits mudar. Se um número par de bits mudar durante a transmissão de dados, o sistema de bits de paridade é incapaz de detectar o erro. Por exemplo, se o código 1010100 correspondente à letra “T” mudou durante a transmissão para 1010111 (letra “W”), o erro não será detectado. Note que ambos os códigos 1010100 (representação da letra “T” em código ASCII) e 1010111 (repre- sentação da letra “W” em código ASCII) possuem um número ímpar de valores 1. Nesse exemplo, o sistema de bits de paridade não geraria uma mensagem de erro. Um sistema comum utilizado na verificação da ocorrência de erros em múltiplos bits durante a transmissão é a verificação de redundância cíclica ou CRC (cyclic redundancy check). O sistema CRC inclui vários bits adicionais ao final dos dados transmitidos. Os bits adicionais permitem a detecção de quase todos os erros de transmissão. Sistemas que empregam CRC na detecção de erros normalmente adicionam 8, 16 ou 32 bits aos dados, normalmente designados por sistemas CRC-8, CRC-16 ou CRC32, respectivamente. A verificação de redundância cíclica cria um código único ou soma de controle para os dados, deslocando-os por meio de um registrador de deslocamento constituído de flip-flops com portas XOR inseridas em localizações específicas. O exemplo da Figura 13-19 mostra um circuito que pode gerar a soma de controle possível CRC-8. Após o deslocamento de todos os dados na entrada serial de dados desse circuito, o registrador de deslocamento (FF0-FF7) armazena a soma de controle de 8 bits correspondente. Em um sistema de detecção de erros CRC, tanto o transmissor quanto o receptor são implementados a partir do mesmo circuito. O transmissor utiliza o circuito para gerar a soma de controle. No receptor, os dados são transferidos para o circuito da soma de controle. Após a recepção de todos os dados, a soma de controle no receptor é comparada àquela Entrada de dados seriais FF7 FF6 FF5 FF4 FF3 FF2 Figura 13-19 Circuito gerador de soma de controle CRC-8. FF1 FF0 Sistemas de computadores Bit de P paridade capítulo 13 A B C 425 enviada pelo transmissor. Se os valores são idênticos, isso significa que os dados foram transmitidos com sucesso. Caso contrário, o receptor solicita o reenvio dos dados ao transmissor. O uso de bits de paridade ou CRC em um sistema apenas avisa que houve erros durante a transmiswww Teste seus conhecimentos Transmissão de dados em um sistema de computador Para a operação adequada dos computadores, os dados devem ser transmitidos entre o computador e dispositivos periféricos conectados a ele. Verificando-se a parte traseira de um computador pessoal, constata-se a existência de conexões diversas dedicadas a diversos tipos de dispositivos periféricos. Essas conexões são normalmente chamadas de portas e algumas são descritas a seguir. Porta do teclado: Porta especialmente dedicada à conexão do teclado. Muitos PCs atualmente utilizam o conector mini-DIN PS/2 (seis pinos)*. Porta do mouse: Porta especialmente dedicada à conexão do mouse. Muitos PCs atualmente utilizam o conector mini-DIN PS/2 (seis pinos), embora os conectores USB também sejam empregados. Sistemas Sequenciais Porta de vídeo: Porta utilizada na conexão do computador a um monitor de vídeo CRT ou LCD. Normalmente, consiste em uma porta como conector VGA (adaptador gráfico de vídeo) de 15 pinos ou uma porta DVI (interface vídeo digital). 426 são de dados, sendo que estes não são automaticamente corrigidos. Alguns sistemas como o código Hamming detectam e corrigem erros existentes na transmissão e é denominado código corretor de erros. Há outros métodos que também garantem a exatidão na transmissão de dados. Porta serial: Esta porta utiliza um conector de nove pinos na forma de D (DB). Trata-se de um dos tipos mais antigos de portas existentes em computadores, utilizadas na conexão de vários tipos de dispositivos. A porta serial * Com a popularização da tecnologia USB, há também teclados que utilizam conectores USB. praticamente não é encontrada nos modelos mais novos de PC. Porta paralela: Esta porta possui um conector DB (data bus – barramento de dados) de 25 pinos. Também consiste em um dos tipos de portas mais antigos em PCs. É normalmente empregada na conexão de impressoras ao computador e é capaz de enviar 8 bits por vez.** Portas de áudio: Um computador pode possuir duas ou mais portas deste tipo, consistindo em conectores de áudio de 3,5 mm. Pelo menos um dos conectores é dedicado para a saída de áudio em fones de ouvido ou alto-falantes. A outra porta normalmente é empregada na conexão de microfones como forma de entrada de áudio. Porta USB: A porta USB (Universal Serial Bus – Barramento Serial Universal) é encontrada na maioria dos computadores modernos, substituindo conexões mais antigas como as portas seriais utilizadas com dispositivos periféricos. As portas USB são normalmente pequenas e possuem formato retangular, cujas dimensões são aproximadamente 4,2 mm × 12 mm. Porta Ethernet: Esta porta é normalmente utilizada para conectar o computador a uma ** A porta paralela foi praticamente abandonada como forma de conexão de impressoras a computadores, principalmente em virtude do desenvolvimento de conectores USB e da tecnologia plug and play (ligar e usar), criada em 1993 com o objetivo de fazer com que o computador reconheça e configure automaticamente qualquer dispositivo que seja instalado, facilitando a expansão segura dos computadores e eliminando a configuração manual. rede de alta velocidade. Muitos PCs utilizam o padrão RJ-45 para esta conexão, assemelhando-se ao conector RJ-11 utilizado na interligação entre modems e linhas telefônicas. A análise do deslocamento dos dados entre o computador e os dispositivos periféricos permite compreender o processo de transmissão de dados em um sistema de computador. A seção Transmissão de dados apresentou o UART como um CI normalmente utilizado como interface serial com a CPU. Em computadores pessoais, o UART corresponde a um dispositivo duplex completo porque pode enviar e receber dados ao mesmo tempo. A Figura 13-20 apresenta o diagrama de blocos de um UART utilizado em um sistema simples para as portas de entrada e saída. Os dados que chegam ao UART correspondem aos dados de entrada do computador. Por outro lado, os dados enviados pelo UART são os dados de saída. Note que são utilizados quatro registradores, isto é, um registrador de transmissão de dados, um registrador de recepção de dados, um registrador de controle e um registrador de status. Através da leitura e gravação de valores nesses registradores, o MPU é capaz de controlar o fluxo de dados que entra e sai do UART. O UART facilita o envio e recepção de dados pelo MPU porque a leitura e gravação de dados ocorre de forma semelhante ao processo verificado em uma memória RAM. Em microcomputadores, os registradores que controlam esses fluxos de dados são mapeados em uma determinada posição de memória, de forma análoga ao que ocorre com a memória RAM na Figura 13-10. Embora o UART da Figura 13-20 apresente quatro registradores, é comum o registrador de transmissão de dados compartilhar a mesma posição de memória. Assim, o mapa de memória para o UART nessa figura mostra apenas três posições de memória. O MPU indica ao UART qual registrador de dados deve ser utilizado através da conexão de controle com capacidade de leitura/gravação. Se o MPU indica uma operação de gravação na posição de memória do registrador de dados do UART, os dados são enviados ao registrador de transmissão de dados. Se o MPU indica uma operação de leitura na mesma posição de memória, então os dados são lidos a partir do registrador de recepção de dados. A Tabela 13-2 indica a posição dos registradores do UART da Figura 13-20 em relação à localização de MPU Barramento de dados Memória de dados Controle Status UART Receber Transmitir RxD TxD Figura 13-20 Diagrama de blocos de um UART em um sistema de computador. capítulo 13 Memória de programa Barramento de endereço Sistemas de computadores Barramento de controle com capacidade de leitura/gravação 427 que cada bit possui significado especial. A descrição desses bits também é fornecida na Figura 13-21. Tabela 13-2 Registro Offset Receber dados Transmitir dados Status Controle Agora, vamos analisar um exemplo onde o sistema da Figura 13-20 ajusta o UART e envia o código ASCII correspondente à letra “A” (valor binário 1100001) a um dispositivo periférico conectado na porta serial. Os dados devem ser enviados com paridade par e um bit de parada. Adotando-se a mesma sequência busca-decodifica-executa descrita na seção Operação de um microcomputador, o MPU executa o programa que contém as seguintes instruções: 00h 00h 01h 02h memória base. Como exemplo, considere que o projetista do sistema da Figura 13-20 inseriu o UART na posição de memória base 300. Nessa configuração, o MPU acessa o registrador de status lendo a partir da posição 301 e acessa o registrador de controle realizando a leitura ou gravação na posição 302. A Figura 13-21 fornece mais detalhes sobre os registradores de controle e status. Cada um desses registradores é dividido em um número de bits, sendo Carregar o valor binário 00011010 (valor hexadecimal 1A) no acumulador a partir da memória de programa. Inserir o endereço de memória 302 no barramento de endereço. Registrador de controle: 7 6 5 4 3 2 Paridade Paridade Bits de Ligada/ Ímpar/ interrupção Desligada Par Não utilizado 0 = Desligado 1 = Ligado 0 = Ímpar 1 = Par 1 0 Bits de dados 00 = 5 bits 01 = 6 bits 10 = 7 bits 11 = 8 bits 0 = 1 Bit de Interrupção 1 = 2 Bits de Interrupção (a) Registrador de status: 7 6 5 Não utilizado 4 3 2 1 0 FE PE OF TE RF Sistemas Sequenciais 1 = Erro de enquadramento 428 1 = Erro de paridade 1 = Estouro do buffer de recepção 1 = Estouro do buffer de transmissão 1 = Buffer de recepção lotado (b) Figura 13-21 (a) Detalhamento do controle e registro de uma UART. (b) Detalhamento do registrador de status do UART. Inserir o valor do acumulador no barramento de dados. Inserir o valor do acumulador no barramento de dados. Enviar o sinal de gravação para a linha de controle de escrita/gravação. Enviar o sinal de gravação para a linha de controle de escrita/gravação. A verificação dos bits correspondentes ao valor (00011010) enviada ao registrador de controle do UART pelas instruções supracitadas indica que agora o UART é configurado para transmitir e receber dados utilizando 7 bits com paridade par e um bit de parada. O bit 1 do registrador de controle é 1, enquanto o bit 0 é 0. Na Figura 13-21(a), verifica-se que essa combinação de bits instrui o UART a transmitir e receber 7 bits de dados por vez. O bit 2 dos registrador de controle é ajustado em 0 como um bit de parada. O bit 4 é 1, indicando que o UART deve utilizar a codificação de paridade. O bit 3 é ajustado em 1 para obter paridade par. Dando continuidade ao processo, as seguintes instruções são repassadas ao MPU: Agora, o UART possui informações suficientes para iniciar a transmissão do caractere “A” sem que haja a necessidade de novas ações por parte do MPU. Entretanto, as instruções provenientes do programa executado pelo MPU ainda o instruem a ler o registrador de status (posição de memória 301) ocasionalmente no intuito de verificar se os dados foram enviados. O programa realiza essa verificação através do bit 1 do registrador de status. Se o bit 1 for igual a 1, o buffer de transmissão de dados encontra-se vazio, indicando que os dados foram enviados. A Figura 13-22 mostra os dados seriais enviados através da conexão TxD (transmissão de dados) do UART. Note que 10 bits foram transmitidos. Além disso, o UART adicionou os bits de início, parada e paridade sem a necessidade de qualquer instrução adicional por parte do MPU. Note também que os 7 bits representando a letra “A” encontram-se invertidos. Os dados enviados pelo UART começam Carregar o valor binário 01100001 (código ASCII correspondente à letra “A”) no acumulador a partir da memória de programa. Inserir o endereço de memória 300 no barramento de endereço. 0 0 0 0 1 1 7 bits de dados 10 bits enviados Figura 13-22 Dados seriais enviados para o transmissor de dados TxD do UART. 1 1 capítulo 13 1 Bit de interrupção Bit de início 0 Bit de paridade TxD Sistemas de computadores Clock 429 pelo bit menos significativo. De forma semelhante, o UART inicia a recepção de dados pelo bit menos significativo. Quando o UART recebe dados, os bits de início, parada e paridade são automaticamente extraídos. Esse dispositivo também checa a paridade dos dados recebidos. Se o valor não corresponde ao esperado, o erro é indicado ou marcado no bit de erro de paridade do registrador de status. Além do indicador ou flag de erro de paridade, há flags de buffer de recepção cheio (RF – receive-buffer-full)) estouro (OF – overflow) e erro de enquadramento (FE – framing-error). Quando o UART recebe um byte de dados, o indicador de buffer de recepção cheio é ajustado em 1, de modo que há dados que podem ser prontamente lidos pelo MPU. Se o UART recebe outro byte de dados antes de a informação ser lida, então o indicador de estouro é ativado, de www Um CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (programmable logic controller – PLC) é um dispositivo especializado semelhante a um computador utilizado na substituição de bancos de relés eletromagnéticos em controles de processos industriais. O PLC também é conhecido como controlador programável (programmable controller – PC). A sigla PC nesse caso pode ser confundida com o termo utilizado na representação de um computador pessoal (personal computer – PC). Para evitar isso, o dispositivo será denominado controlador lógico programável ou PLC neste livro. Sistemas Sequenciais Nesse exemplo, o UART utilizado é simples para mostrar como os dados fluem através do computador para os dispositivos periféricos. UARTs utilizados em computadores possuem um número maior de registradores que permitem maior controle sobre outros aspectos como taxa de baud. Entretanto, os passos utilizados na configuração e controle desses UARTs são estritamente os mesmos que foram apresentados nesta seção. Teste seus conhecimentos Controladores lógicos programáveis (PLCs) 430 modo que os dados foram perdidos. Um erro de enquadramento ocorre quando o UART não recebe o número de bits esperado em sua configuração atual. Nesse exemplo, isso pode acontecer se o dispositivo periférico é configurado para enviar dois bits de parada em vez de um. Assim, o UART receberia 11 bits em vez dos 10 bits normalmente esperados, notificando o MPU através do indicador de erro de enquadramento. Pode-se pensar no controlador lógico programável como um sistema de computador robusto projetado para o controle de máquinas. De forma semelhante a um computador de uso geral, o PLC consiste em circuitos lógicos que podem ser programados em campo. A linguagem de programação é um pouco diferente porque a finalidade do PLC é o controle de máquinas. O PLC é utilizado na temporização e sequenciamento de funções que podem ser utilizadas em linhas de produção, robôs e processos químicos. É um dispositivo projetado para trabalhar sob condições severas no ambiente industrial; alguns desses problemas incluem vibrações e choques, sujeira e vapores e temperatura extremas. O PLC normalmente possui interface com uma ampla variedade de dispositivos de entrada e saída. Alguns dispositivos de entrada utilizados são as chaves limitadoras e de pressão, sensores ópticos e de temperatura e conversores analógicos-digitais (A/D). Dispositivos de saída consistem em relés, motores, solenoides, válvulas pneumáticas e hidráulicas, conversores digitais analógicos e indicadores (visuais e aurais). O diagrama de blocos simples de um controlador lógico programável é representado na Figura 13-23. O sistema se assemelha à arquitetura de um computador. Entretanto, o que torna um PLC diferente de um computador genérico é o tipo de entradas e saídas conectadas ao sistema. Um PC PROGRAMADOR Memória SENSORES DE ENTRADA Chaves Conversor analógico-digital Dispositivo óptico Dispositivo de pressão Módulo de entrada Módulo de processamento DISPOSITIVOS DE SAÍDA Módulo de saída Motores Solenoides Dispositivos pneumáticos Conversor digital-analógico CPU Fonte de alimentação Figura 13-23 Organização de um controlador lógico programável (PLC). A unidade de processamento do PLC normalmente contém uma CPU (microprocessador) e dispositivos de memória semicondutora como RAM e EEPROM ou EPROM. A CPU se comunica com a memória e os módulos de entrada/saída através de barramentos de endereço, controle e dados típicos. Os sensores de entrada e os dispositivos de saída são conectados aos módulos de entrada e saída. As arquiteturas de PLCs e PCs são muito semelhantes. Muitos PLCs empregam uma linguagem de controle de máquinas implementada permanentemente no interior da memória. A linguagem de programação do PLC é mais simples que as linguagens normalmente empregadas nos computa- Sistemas de computadores Note na Figura 13-23 que o programador é representado por um bloco separado, o qual pode ou não ser conectado à unidade de processamento. O dispositivo de programação na Figura 13-23 pode ser conectado quando é necessário atualizar o PLC, sendo desconectado ao término da tarefa. Dispositivos de memória semicondutora no interior da unidade de processamento do PLC armazenam o programa de controle do processo ou da máquina. Em pequenos PLCs, os módulos de entrada e de saída podem fazer parte do dispositivo. Em sistemas de maior porte, os módulos de entrada, saída e processamento e as fontes de alimentação são acomodados em compartimentos robustos propriamente projetados para o ambiente industrial. O programador pode consistir em um terminal de computador de uso geral ou um dispositivo de programação manual portátil. capítulo 13 normalmente possui um teclado ou mouse como dispositivo primário de entrada, enquanto o PLC possui interfaces com sensores, que detectam a ação das máquinas. A saída primária de um PC corresponde a um monitor ou impressora, enquanto o PLC deve acionar motores e solenoides. 431 dores. Controladores lógicos programáveis podem ser reprogramados por eletricistas e técnicos que realizam manutenções em outros dispositivos eletroeletrônicos existentes na indústria ou planta. O conjunto de instruções de um PLC específico pode conter de 15 a 100 instruções. Além das funções aritméticas e lógicas normais associadas às CPUs dos computadores, instruções específicas são necessárias para sensorear e controlar dispositivos de saída e desempenhar as seguintes funções: Examinar um bit de entrada para a condição LIGADO. Examinar um bit de entrada para a condição DESLIGADO. LIGAR e bloquear uma saída. DESLIGAR e bloquear uma saída. LIGAR por certo tempo e depois desligar. EXEMPLO 131 Duas chaves limitadoras (LS) conectadas em série são utilizadas no controle de um solenoide (SOL). Fonte: Petruzella (1998).* Diagrama esquemático com relés LS2 LS1 SOL Diagrama lógico em escada A B Y Porta lógica A Y Saída Sistemas Sequenciais B 432 Entradas Equação booleana: AB = Y * N. de E.: Petruzella, F. Programmable logic controllers. 2nd ed. New York: Glencoe; McGraw-Hill, 1998. Muito em breve à disposição dos leitores em língua portuguesa pela Editora AMGH. Controladores lógicos programáveis são análogos à lógica de relés que era utilizada antes da década de 1970, quando os PLCs foram introduzidos. O DIAGRAMA DE ESCADA (ladder) utilizando relés é um método gráfico utilizado para explicar o funcionamento de um circuito. O DIAGRAMA LÓGICO DE ESCADA é uma linguagem de programação gráfica desenvolvida a partir do diagrama de escada com relés, sendo útil na programação de PLCs. Alguns exemplos de diagramas de escada com relés, diagramas lógicos com relés e diagramas com portas lógicas são ilustrados nos exemplos a seguir. Estes exemplos foram obtidos no excelente livro Programmable Logic Controllers, 2nd ed., New York: Glencoe/McGraw Hill, 1998), do autor Frank Petruzella*. Note que cada um dos três tipos de diagramas possui seus próprios símbolos e convenções. Cada um dos diagramas foi desenvolvido por vários fabricantes e usuários para satisfazer suas respectivas necessidades. Por exemplo, o diagrama de relés foi desenvolvido antes da lógica digital e se tornou popular. Os diagramas lógicos de escada foram desenvolvidos posteriormente a partir dos diagramas de relés. O exemplo 13-1 mostra duas chaves de entrada conectadas em série, sendo que uma válvula solenoide representa o dispositivo de saída. É possível reconhecer que duas chaves em série correspondem a uma porta AND, como mostra a expressão booleana ABY. Note que os símbolos utilizados nos diagramas de relés, escada e portas lógicas são diferentes entre si, embora cada um desses represente a mesma função lógica AND. O exemplo 13-2 mostra duas chaves de entrada em paralelo, sendo que uma válvula solenoide representa o dispositivo de saída. O esquema com relés é mostrado na parte superior, o diagrama lógico de escada é representado no centro e o diagrama com portas lógicas é ilustrado na parte inferior. É possível reconhecer que duas chaves em paralelo correspondem a uma porta OR, como mostra a expressão booleana ABY. O exemplo 13-3 mostra duas chaves de entrada em paralelo, ambas em série com um relé com contatos normalmente abertos, sendo que o dispositivo EXEMPLO 132 EXEMPLO 133 Duas chaves limitadoras (LS) conectadas em paralelo são utilizadas no controle de um solenoide (SOL) Fonte: Petruzella (1998).* Duas chaves limitadoras (LS) conectadas em paralelo são inseridas em série um relé de contatos (CR) para controlar uma lâmpada piloto (PL). Fonte: Petruzella (1998).* Diagrama esquemático com relés LS1 Diagrama esquemático com relés PL LS1 CR1 G SOL LS2 LS2 Diagrama lógico em escada Diagrama lógico em escada Y A Y A B B C Porta lógica Porta lógica A+B A A Y Saída B Entradas Equação booleana : A + B = Y B Y C Saída Entradas Equação booleana : (A + B)C = Y Em resumo, um controlador lógico programável é um sistema de computador robusto que substituiu plenamente a lógica de relés. PLCs são utilizados em indústrias e plantas para controlar máquinas, manuseio de matérias e processamento químico. PLCs são projetados de modo a funcionar adequadamente em ambientes que apresentam condições adversas como fábricas, armazéns e plantas de forma de geral. A linguagem utilizada na programação do PLC possui instruções específicas para o teste de entradas e ge- * N. de E.: Petruzella, F. Programmable logic controllers. 2nd ed. New York: Glencoe; McGraw-Hill, 1998. Muito em breve à disposição dos leitores em língua portuguesa pela Editora AMGH. Sistemas de computadores O exemplo 13-4 mostra duas chaves de entrada (A e B) conectadas entre si em série e ambas são associadas em paralelo com uma única chave (C). O dispositivo de saída corresponde a uma buzina de aviso. O esquema com relés é mostrado na parte superior, o diagrama lógico de escada é representado no centro e o diagrama com portas lógicas é ilustrado na parte inferior. É possível reconhecer que duas chaves (A e B) estão em série representando a função AND, enquanto a chave C encon- tra-se em paralelo com esse arranjo. Novamente, lembre-se que todos os diagramas supracitados representam a mesma função lógica descrita pela expressão booleana (AB)CY. capítulo 13 de saída é uma lâmpada piloto. O esquema com relés é mostrado na parte superior, o diagrama lógico de escada é representado no centro e o diagrama com portas lógicas é ilustrado na parte inferior. É possível reconhecer que duas chaves em paralelo (A e B) correspondem a uma porta OR, a qual é conectada em série com o contato do relé (função AND). Tanto a expressão booleana (AB)CY quanto o diagrama com portas lógicas correspondente são mostrados na parte inferior da figura. 433 EXEMPLO 134 Duas chaves limitadoras (LS) conectadas em série são inseridas em paralelo com uma terceira chave limitadora para controlar uma buzina de aviso (H) (figura obtida no livro do autor Frank Petruzella, Programmable Logic Controllers, 2nd ed., New York: Glencoe/McGraw Hill, 1998)*. Diagrama esquemático com relés H LS2 LS1 Diagrama lógico em escada A Y B C LS3 Porta lógica A AB B Y Saída C Entradas Equação booleana : (AB) + C = Y ração de saídas. Algumas linguagens de PLC são baseadas diretamente em diagramas de escada. Como a unidade de processamento (CPU) do PLC é um microprocessador, o dispositivo também é capaz de desempenhar funções lógicas e aritméticas, bem como lidar com o manuseio de dados e chamadas de sub-rotinas, de modo semelhanwww Teste seus conhecimentos (Figura 13-24) Sistemas Sequenciais Microcontroladores 434 te ao que ocorre nas linguagens de programação convencionais. Alguns fabricantes de PLCs são Allen-Bradley Company, Cincinatti Milcron Company, Eaton Corporation (linha de produtos Cutler-Hammer), Gould, Inc., Honeywell, Inc., Square D Company, Texas Instruments e Westinghouse Electric Company**. Um MICROCONTROLADOR é considerado um “computador contido em um único chip”. Um microcontrolador com encapsulamento único contém uma unidade de processamento central (CPU), memória semicondutora (RAM utilizada como memória de dados e memória de somente leitura como memória de programa), um gerador de clock e terminais de entrada/saída. A memória de somente leitura utilizada no armazenamento de programas no microcontrolador pode ser ROM, EPROM, EEPROM ou flash EEPROM. Microcontroladores são dispositivos eletrônicos de baixo custo programáveis que podem ser utilizados em diversos tipos de aplicações. São popularmente utilizados em produtos de consumo devido ao baixo custo, que pode chegar a apenas alguns dólares. As características dos microcontroladores variam muito em termos de velocidade e números de portas de entrada/saída necessários para aplicações * N. de E.: Petruzella, F. Programmable logic controllers. 2nd ed. New York: Glencoe; McGraw-Hill, 1998. Muito em breve à disposição dos leitores em língua portuguesa pela Editora AMGH. ** N. de R.T.: No Brasil, a empresa nacional WEG é um fabricante conhecido de PLCs e diversos dispositivos elétricos como motores, transformadores e outros. Comparação entre microcontroladores e microprocessadores Quando comparado a sistemas microprocessados, os microcontroladores possuem menor quantidade de memória (RAM, ROM, EPROM e/ou EEPROM), possuem menor custo e empregam placas de circuito impresso menores. Microcontroladores normalmente são capazes de endereçar uma quantidade limitada de memória. Além disso, possuem um número de comandos menor no conjunto de instruções que os microprocessadores. Microcontroladores em geral são programados para desempenhar funções específicas de forma eficiente e normal- Os fabricantes de microcontroladores fornecem uma ampla variedade de dispositivos programáveis de baixo custo. Por exemplo, a lista IC Master (manual que cita muitos CIs utilizados mundialmente) recente contém mais de 60 páginas exclusivamente dedicadas à menção dos microcontroladores disponibilizados por diversos fabricantes. Uma família de microcontroladores O quadro da Figura 13-25 representa uma “família de microcontroladores” do fabricante Microchip Technology, Inc. Essa família de dispositivos é descrita pelo fabricante como uma série de microcontroladores CMOS de 8 bits baseados em memória EPROM/ROM. O dispositivo PIC16C5X é citado no lado esquerdo do quadro e as colunas representam características importantes desses microcontroladores de baixo custo. As frequências de operação desses dispositivos permitem a rápida execução das instruções. O tamanho da memória de programa é dado em palavras (e o tamanho da palavra corresponde a 12 bits na série 16C5X), armazenado em uma memória ROM ou EPROM. O tamanho da memória de dados ou RAM é pequeno, variando entre 24 e 73 bytes. Como os microcontroladores são dispositivos de controle, normalmente possuem muitos pinos que se comportam como entradas ou saídas (E/S). O número dos pinos E/S nos microcontroladores PIC16C5X variam de 12 a 20 e os pinos podem ser reprogramados como entradas ou saídas. A série PIC16C5X de CIs microcontroladores é composta por dispositivos CMOS que ope- Sistemas de computadores Microcontroladores foram desenvolvidos depois dos microprocessadores. As mesmas empresas que inicialmente desenvolveram chips microprocessadores (como Intel ou Motorola) também foram responsáveis pelo lançamento de microcontroladores no mercado. Os primeiros microcontroladores de 8 bits sugiram no final da década de 1970, e alguns modelos ainda são utilizados. Microcontroladores são normalmente vendidos em grandes quantidades. Recentemente, o fabricante Motorola anunciou a produção do segundo bilionésimo microcontrolador 68HC05. Os VCRs – existem em diversos produtos de consumo como carros, brinquedos, videocassetes (video cassete recorders – VCRs), fornos de micro-ondas e teclados de PCs. Por exemplo, um automóvel moderno pode conter 10 microcontroladores, enquanto outras aplicações que empregam tecnologia avançada possuem um número muito maior desses dispositivos. mente não são reprogramados. Os programas são muitas vezes armazenados na memória de somente leitura. Sistemas que empregam microcontroladores raramente empregam dispositivos de entrada/ saída complexos como teclados, leitores de discos, impressoras e monitores. Os fabricantes fornecem suporte a microcontroladores e microprocessadores por meio do desenvolvimento de ferramentas de software e notas de aplicação (contendo exemplos típicos de utilização desses dispositivos). capítulo 13 diversas. O termo “microcomputador” ou “pequeno computador” pode ser utilizado para descrever um microcontrolador, embora essa nomenclatura não seja comum. O termo “microcontrolador” descreve o papel desempenhado por “pequenos computadores contidos em um único chip”, sendo estas denominadas funções de controle. Microcontroladores não são utilizados como computadores de uso geral. 435 436 20 20 PIC16C58A PIC16CR58A R EP 2K — 2K — — — 512 — — — ) Hz M RO M o( Memória TMR0 73 73 TMR0 TMR0 TMR0 TMR0 72 TMR0 72 TMR0 TMR0 TMR0 TMR0 25 24 25 25 25 25 12 12 20 20 12 20 12 12 12 12 2,5–6,25 2,0–6,25 2,5–6,25 2,5–6,25 2,5–6,25 2,5–6,25 2,0–6,25 2,0–6,25 2,5–6,25 e ad ix Fa 2,5–6,25 a m ra ts) g ro bi e P e 12 d ia d ) ór ras es em alav yt s) M (P (e (b or M d A a sR riz do po a m D Te de (s) ia /S o r ó ul sE em ód no i M M P Clock sã n Te 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 ts) ol v o( o er m Nú Periféricos En ca p DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos DIP e SOIC de 28 pinos; SSOP DIP e SOIC de 28 pinos; SSOP DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos DIP e SOIC de 28 pinos; SSOP DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos DIP e SOIC de 18 pinos; SSOP de 20 pinos s to en m la su DIP e SOIC de 18 pinos n I de es õ uç str Características Figura 13-25 Especificações gerais da família de microcontroladores PIC16C5X (Cortesia de Microchip Technology, Inc.). Todos os dispositivos das famílias PIC 16/17 possuem características de reinicialização, circuito vigia selecionável, proteção de código selecionável e alta capacidade de corrente de entrada/saída. — 2K — 20 PIC16CR57B 1K 512 2K PIC16C55 — 512 20 20 PIC16CR54A 20 20 PIC16C54A 512 e çã ra e Op OM ad xim 384 PIC16C57 20 PIC16C54 ên qu e Fr á M cia PIC16C56 4 20 PIC16C52 Sistemas Sequenciais O microcontrolador PIC16C55 Como exemplo, considere o diagrama DIP de 28 pinos que representa o microcontrolador PIC16C55 mostrado na Figura 13-26(a). A descrição dos pinos do CI é dada no quadro da Figura 13-26(b). Note a existência de uma grande quantidade de pinos E/S na Figura 13-26, os quais são organizados em três portas (A, B e C). A porta A (porta de 4 bits) consiste nos pinos E/S RA0–RA3, enquanto as portas B e C possuem oito pinos que podem ser programados como entradas ou saídas. Utilizando um microcontrolador Uma aplicação simples do microcontrolador PIC16C55 é mostrada no diagrama esquemático Para operar o display luminoso da Figura 13-27, deve-se fechar a chave S1, de modo que o CI regulador de tensão de 5 V (Q1) reduzirá a tensão de 9 V da bateria para 5 V para alimentar esse circuito. As chaves S2 e S3 permitem selecionar o programa apropriado. A velocidade do display é ajustada pelas chaves S4 e S5. A chave S7 permite que o programa retorne ao início de uma rotina. Ao se fechar a chave S6, a coluna 10 passa a acender com o mesmo padrão da coluna 9. Ao se abrir a chave S6, apenas a coluna 10 é desligada. Sistemas de computadores A série PIC16C5X de microcontroladores possui arquitetura RISC, contendo apenas 33 instruções no conjunto de instruções. A sigla RISC significa reduced instruction set computer (computador com um conjunto reduzido de instruções), em oposição a CISC (complex instruction set computer – computador com um conjunto complexo de instruções). CPUs RISC possuem conjuntos de instruções menores, mas são capazes de executá-los mais rapidamente. CPUs CISC possuem instruções mais complexas que são utilizadas na execução de tarefas que agregam maior complexidade. A arquitetura RISC foi desenvolvida para aumentar a velocidade dos processadores, embora muitas instruções sejam necessárias na execução de tarefas complexas. da Figura 13-27(a). O PIC16C55 foi programado pela empresa Chaney Electronics, Inc. para exibir vários padrões luminosos na matriz de LEDs com nove linhas e 10 colunas. O diagrama esquemático do display a LEDs 9×10 é representado na Figura 13-27(b). Para acender o LED vermelho no canto superior esquerdo do display, a linha superior deve possuir nível BAIXO (Y10), enquanto a coluna esquerda deve possuir nível ALTO (X11). Para acender toda a linha de LEDs amarelos existente na parte central do diagrama, todos as colunas devem possuir nível ALTO, sendo que o nível BAIXO deve existir apenas na linha 5 (Y50). É possível verificar que o driver desse display deve possuir 18 pinos de saída, os quais se encontram disponíveis no microcontrolador 16C55. Dois pinos E/S do CI 16C55 são programados como entradas (RA0 e RA1) nesse projeto. Esses pinos (6 e 7) podem ser mantidos em nível BAIXO ou ALTO dependendo da posição das chaves S2 e S3. As condições de entrada impostas por essas chaves levam o microcontrolador a executar um dos quatro programas possíveis que produzem quatro padrões de acionamento distintos do display luminoso. As chaves S4 e S5 alteram o circuito de temporização RC, o qual é conectado a entrada CLKIN do CI. As várias posições de S4 e S5 permitem alterar a frequência do display (baixa ou alta). A chave S7 é utilizada para reinicializar o programa atual, que retorna ao seu início. Os quatro programas armazenados como firmware na memória de somente leitura. Os pinos E/S possuem boas capacidade de acionamento (drenagem de 25 mA e fornecimento de 20 mA), permitindo-os acionar os LEDs desse display diretamente. capítulo 13 ram em baixas tensões. Todos os CIs são encontrados na forma de encapsulamentos variados, como DIP, SOIC e SSOP, sendo que estes últimos dois tipos possuem tamanho reduzido e são adequados para montagem sobre superfície. Lembre-se que os microcontroladores consistem em CPUs existentes em dispositivos usados no dia a dia, e que CIs com encapsulamentos menores são ideais para “ocultá-los” no interior desses dispositivos. 437 PIC16C55 PIC16C57 +1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T0CKI VDD N/C VSS N/C RA0 RA1 RA2 RA3 RB0 RB1 RB2 RB3 RB4 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 MCLR/VPP OSC1/CLKIN OSC2/CLKOUT RC7 RC6 RC5 RC4 RC3 RC2 RC1 RC0 RB7 RB6 RB5 (a) DESCRIÇÃO DOS PINOS DO PIC16C55/C57 DIP, SOIC No. SSOP No. Tipo E/S/A Níveis de entrada RA0 RA1 RA2 RA3 6 7 8 9 5 6 7 8 E/S E/S E/S E/S TTL TTL TTL TTL Porta E/S Bidirecional RB0 RB1 RB2 RB3 RB4 RB5 RB6 RB7 RC0 RC1 RC2 RC3 RC4 RC5 RC6 RC7 T0CKI 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 1 9 10 11 12 13 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 2 E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E/S E TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL TTL ST Porta E/S Bidirecional MCLR/VPP 28 28 E ST Entrada de limpeza (reinicialização) mestre/entrada de tensão de programação. Este pino consiste em uma forma de reinicialização do dispositivo, sendo ativo-BAIXO. A tensão em MCLR/VPP não deve ser maior que VDD para evitar a entrada indesejada no modo de programação. Entrada fonte do clock interno/externo do tipo cristal oscilador. Sistemas Sequenciais Nome 438 Descrição Porta E/S Bidirecional Entrada de clock para Timer0. Deve ser conectada a VSS ou VDD para reduzir o consumo de corrente quando não estiver em utilização. OSC1/CLKIN 27 27 E ST OSC2/CLKOUT 26 26 S — VDD 2 3,4 A — Alimentação positiva dos pinos lógicos e E/S. VSS 4 1,14 A — Referencial de terra para os pinos lógicos e E/S. N/C 3,5 — — — Não utilizado. Não deve ser conectado. Saída do cristal oscilador. Conecta-se ao cristal ou ressonador em modo oscilador cristal. No modo RC, o pino OSC2 produz a saída CLKOUT, que possui 1/4 da freqüência de OSC1 e define a taxa de ciclos de instrução. Legenda: E = entrada, S = saída, E/S = entrada/saída, A = alimentação, — = Não utilizado, TTL = TTL entrada, ST = entrada Schmitt trigger (b) Figura 13-26 CI microcontrolador PIC16C55. (a) Diagramas de pinos (apenas nos encapsulamentos DIP ou SOIC). (b) Descrição dos pinos. (Cortesia de Microchip Technology, Inc.) 5 V C3 VDD R5 R2 R3 S4 S5 S7 (Reinicializar) 5 V CLKIN 5 V C2 S2 Entrada D1 9 V dc Saída Q1 R4 C1 S3 5 V RA0 RA1 R6 T0CKI 2 117 16 15 14 13 16C55 12 11 10 9 27 IC1 8 25 24 23 6 22 21 7 20 19 18 4 MCLR 28 R1 5 V R7 5 V Y1 RB7 RB6 RB5 RB4 RB3 RB2 RB1 RB0 RA3 Display a LEDs 9 linhas 10 colunas Y9 RA2 RC7 RC6 RC5 RC4 RC3 RC2 RC1 RC0 X10 X1 S6 R8 S1 (a) Configuração do Display Y1 LEDs vermelhos 9 linhas (Y) Y9 X1 X10 10 colunas (X) (b) Figura 13-27 Display luminoso a LEDs acionado pelo CI microcontrolador 16C55. (a) Diagrama esquemático do projeto. (b) Diagrama esquemático de um display a LEDs com nove linhas e 10 colunas. (Cortesia de Chaney Electronics, Inc.) capítulo 13 LEDs verdes Sistemas de computadores LEDs amarelos 439 O projeto do display luminoso utilizando um microcontrolador é comercializado pelo fabricante Chaney Electronics, Inc. na forma de kit. A memória www de somente leitura é programada pelo fabricante com as instruções adequadas. Teste seus conhecimentos PBASIC e materiais didáticos em seu site (www. stampsinclass.com). Módulos microcontroladores BASIC Stamp Um dos microcontroladores mais populares utilizados em treinamentos técnicos é o BASIC Stamp fabricado por Parallax, Inc. Sua popularidade deve-se à facilidade de programação e é recomendado para iniciantes. Módulos BASIC STAMP são pequenos (normalmente do tamanho de um selo de cartas*) e possuem baixo custo. A Parallax também incentiva a utilização de módulos BASIC Stamp com propósitos educacionais através da disponibilização de downloads gratuitos do editor Microcomputador Programa editor de texto PBASIC Porta paralela Duas versões dos módulos BASIC Stamp são ilustradas na Figura 13-28, isto é, os módulos BASIC Stamp 1 e 2. A programação de qualquer um dos módulos é realizada em um PC moderno utilizando um programa editor PBASIC (Parallax BASIC). Depois que o programa é completamente digitado no editor, carrega-se o código correspondente no módulo BASIC Stamp através de um cabo que o conecta a uma porta de saída do PC. O aplicativo INTERPRETADOR PBASIC converte o código carregado em linguagem de máquina para operar o microcontrolador. O cabo pode ser desconectado do PC, de modo que o programa permanece na memória Microcontrolador PIC16C56 com interpretador PBASIC incluso Módulo BASIC Stamp 1 Download do programa BASIC Porta serial Encapsulamento SIP de 14 pinos Módulo BASIC Stamp 2 Sistemas Sequenciais Microcontrolador PIC16C57 com interpretador PBASIC incluso 440 Encapsulamento DIP de 14 pinos Figura 13-28 Carregando programas PBASIC nos módulos BS1 ou BS2. * Isto justifica a nomenclatura do dispositivo, pois em inglês stamp significa selo. O módulo BASIC Stamp 2 (BS2) mostrado na Figura 13-28 utiliza uma pequena PCI encapsulada no formato de um CI DIP de 24 pinos. O módulo BS2 é alimentado por uma bateria de 9 V, sendo As capacidades de acionamento de corrente dos módulos BASIC Stamp são satisfatórias, variando entre 20 mA e 30 mA. Assim, é possível acionar dispositivos lógicos ou mesmo LEDs, campainhas piezoelétricas ou servomotores. Dispositivos alimentados por correntes maiores como relés ou lâmpadas incandescentes requerem o uso de CIs drivers ou transistores. Muitos estudantes iniciantes começam a trabalhar com o módulo BASIC Stamp2 porque o dispositivo usa um CI DIP de 24 pinos que pode ser programado em ambiente MS Windows com um PC, utiliza um cabo serial de baixo custo para a conexão com o módulo e pode armazenar aproximadamente 500 instruções. De forma prática, a Parallax disponibiliza um kit didático para iniciantes denominado BOE (Board of Education – Placa Educacional), que possui um CONECTOR DB9 para a programação do dispositivo e comunicação serial. Além disso, o kit possui um soquete para a conexão do CI BS2, suporte para inserção de baterias de 9 V, regulador Sistemas de computadores O módulo BASIC Stamp 1 (BS1) mostrado na Figura 13-28 utiliza uma pequena PCI encapsulada no formato de um CI SIP (single-in-line package – encapsulamento em linha única), possuindo aproximadamente largura de 1 cm (0,4”) e comprimento de 3,5 cm (1,4”). O módulo BS1 é alimentado por uma bateria de 9 V, sendo que um regulador de tensão é responsável por reduzir esse valor para 5 V, permitindo que os CIs microcontrolador e memórias operem adequadamente. O principal CI do módulo BS1 corresponde a um microcontrolador PIC16C56 que possui um interpretador PBASIC 1 armazenado no firmware. Como a memória do PIC16C56 é utilizada pelo interpretador PBASIC, uma memória de programa de 256 bytes é incluída separadamente. A memória de programa armazenada em uma memória EEPROM pode armazenar aproximadamente 75 instruções. O módulo BASIC Stamp 1 possui oito pinos de entrada/saída (E/S), digitais por natureza. Há diversas entradas/saídas especiais, a exemplo de pinos próprios para pulsos, som, saída com sinal PWM (modulação por largura de pulso) e entrada com potenciômetro. Além do microcontrolador, da memória EEPROM de 256 bytes e dos CIs reguladores de tensão, o módulo BS1 ainda possui um ressonador cerâmico e um CI de reinicialização especial. que um regulador de tensão é responsável por reduzir esse valor para 5 V, permitindo que os CIs microcontrolador e memórias operem adequadamente. O principal CI do módulo BS2 corresponde a um microcontrolador PIC16C57 que possui um interpretador PBASIC 2 armazenado no firmware. Como a memória do PIC16C57 é utilizada pelo interpretador PBASIC, uma memória de programa de 2048 bytes é incluída separadamente. A memória de programa armazenada em uma memória EEPROM pode armazenar aproximadamente 500 instruções. O módulo BASIC Stamp 2 possui 16 pinos de entrada/saída (E/S), digitais por natureza. Há diversas entradas/saídas especiais, a exemplo de pinos próprios para pulsos, saída com sinal PWM (modulação por largura de pulso), entrada com potenciômetro, sinais de controle X-10, saída em tom, som e medição de frequência. Além do microcontrolador, da memória EEPROM de 2048 bytes e dos CIs reguladores de tensão, o módulo BS2 ainda possui um ressonador cerâmico e um CI de reinicialização especial juntamente com alguns buffers de transistores. capítulo 13 do módulo BASIC Stamp. O programa carregado é armazenado em uma memória EEPROM, sendo executado a partir do início sempre que o módulo BASIC Stamp for energizado (ligado). O programa permanece na memória EEPROM ainda que o módulo seja desligado. Um programa antigo será sobrescrito se um novo código for carregado a partir do PC. Após a programação do módulo BASIC Stamp, o microcontrolador passa a operar de forma independente. Note que módulo BASIC Stamp 1 simples utiliza a porta paralela (porta da impressora) do PC. O módulo BASIC Stamp 2 maior emprega a porta serial do PC. 441 de tensão e matriz de contatos. A representação do kit BOE está na Figura 13-29, onde algumas seções chave são identificadas. O kit BOE pode ser alimentado com uma bateria de 9 V convencional ou a partir da utilização de um arranjo CA-CC com transformador*. A matriz de contatos pode ser utilizada pelos estudantes para a implementação de projetos diversos. As conexões com as portas E/S do CI BS2 são mostradas à esquerda da matriz de contatos para que seja possível a interligação das mesmas utilizando condutores AWG22** sólidos. As conexões de alimentação (Vdd5, Vssterra) encontram-se acima da matriz de contatos. O carregamento serial de programas PBASIC a partir do PC ocorre através do conector DB9 representado no canto inferior esquerdo. O regulador de tensão na parte superior da Figura 13-29 mantém o nível da tensão de entrada em 5 V entre os terminais Vdd e Vss (terra). Os conectores 12, 13, 14 e 15 são utilizados na conexão com ser- Conector para módulos adicionais Conexão de alimentação alternativa (transformador associado a conversor CA-CC) Conexão da bateria de 9 V. Regulador de tensão (Vdd = 5V, Vss = terra) 6-9VDC 15 14 13 12 Vdd Bateria de 9 Vcc Vermelho Preto X4X5 Vdd Ligar Capacitores de filtro STAM P in CLA S SS 1 Sout Sin ATN Vss P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 Vss Vss P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 ™ P8 P9 P10 P11 Vin P12 P13 Vss P14 P15 Rst V Vin dd Vdd X1 P15 P14 P13 P12 P11 Reiniciar P10 P9 P8 0 1 2 www.parallax.com/sic Sistemas Sequenciais Conector DB9 utilizado em downloads a partir do computador usando porta serial 442 Portas de conexão de servomecanismos Módulo B52 Stamp® Reiniciar-iniciar o programa novamente Vin Vss X3 Conector de alimentação (Vdd = +5V, P15 P14 P13 P12 P11 P10 P9 P8 P7 P6 P5 P4 P3 P2 P1 P0 Vss = terra) Matriz de contatos X2 Kit didático Rev C c 2000-2003 Conectores de interligação dos pinos E/S do módulo BS2 Chave aos circuitos na matriz de contatos 0 = desligado 1 = ligado/portas servo desligadas 2 = ligado/portas servo ligadas Figura 13-29 Kit didático utilizado por alunos para estudar a operação do CI BS2 (Cortesia de Parallax, Inc.). * O arranjo emprega um transformador abaixador para reduzir a tensão CA da rede e uma ponte retificadora a diodos para fornecer a tensão CC necessária para o módulo. ** American Wire Gauge (AWG) ou escala americana normalizada é o nome da unidade de medida usada para padronização de fios e condutores elétricos. No caso, a seção transversal AWG22 2 corresponde a 0,326 mm . Programação simples do módulo BASIC Stamp Considere o uso do kit BOE para acender e apagar um LED. A conexão de um LED em série com um resistor limitador de corrente de 220 Ω na matriz de contatos é representada na Figura 13-30. Note que a porta 7 (P7) do CI BS2 é utilizada para alimentar o circuito com o LED. O procedimento para programação, carregamento e execução do programa é descrito a seguir: ‘LED 1 Piscando output 7 blink: out 7 0 pause 1000 out 7 1 pause 1000 goto blink O programa PBASIC simples utilizado na Figura 1330 é detalhado a seguir. Note o uso de linhas de comentários ao longo do código. Em PBASIC, os comentários iniciam-se após um apóstrofo (‘) e não são executados pelo módulo BS2. Por outro lado, são bastante úteis no que tange à compreensão do código utilizado. A primeira linha do programa começa com um apóstrofo representando um comentário. Nesse caso, ‘LED 1 Piscando é o nome do programa. A linha 2 apresenta o código output 7, onde a porta E/S 7 é configurada como saída, de acordo com ‘Título do programa PBASIC (Figura 13-30) ‘Configura a porta E/S 7 como uma saída ‘Nome do laço ‘Atribui nível lógico 0 à porta 7, acendendo o LED. ‘Pausa por 1000 milissegundos (sem ação) ‘Atribui nível lógico 1 à porta 7, apagando o LED. ‘Pausa por 1000 milissegundos. ‘Retorna ao início do laço denominado blink Sistemas de computadores Uma versão de menor custo do kit BOE é denominada BASIC Stamp HomeWork Board, também fabricada pela Parallax, Inc. Esse kit utiliza o módulo BS2, permite alimentação a partir de baterias de 9 V e possui poucas funções. 1. Implementa-se o circuito com a fonte de alimentação desconectada. 2. Inicia-se o programa EDITOR PBASIC no sistema MS Windows. 3. Digita-se o programa mostrado no local indicado na Figura 13-30. 4. Alimenta-se o kit BOE. 5. O programa PBASIC é carregado por meio da porta serial do PC. 6. Desconecta-se o cabo serial do módulo. 7. Desliga-se o kit BOE, ligando-o novamente em seguida. 8. O programa retornará ao início do código, de modo que as seguintes ações serão executadas: (1) a porta 7 do módulo BS2 é configurada como saída, (2) o LED é ligado, (3) ocorre uma pausa de 1 segundo (1000 ms), (4) o LED é desligado, (5) ocorre uma pausa de 1 segundo (1000 ms). Então, o programa vai para o início do laço intitulado blink:, de modo que o LED passa a piscar continuamente até que o circuito seja desligado. capítulo 13 vomecanismos. A chave deslizante de três posições mostrada na parte inferior desliga o dispositivo (posição 0), liga o dispositivo mantendo as portas servo desligadas (posição 1) ou liga o dispositivo mantendo as portas servo ligadas (posição 2). O botão de reinicialização reinicia o programa mantido na memória de programa do CI BS2. A visão superior do CI BS2 é mostrada no canto inferior esquerdo da placa. O conector DB9 é empregado para carregar o programa do PC através da porta serial. O conector X2 é utilizado na interligação das portas E/S do CI BS2 aos circuitos da matriz de contatos utilizando-se fios AWG22. O conector XI é utilizado com módulos de expansão disponibilizados pela Parallax. 443 PC output 7 blink: out 7 = 0 pause 1000 out 7 = 1 pause 1000 goto blink Editor de texto PBASIC Porta serial Download do programa PBASIC Bateria de 9 Vcc Rocklin CA - USA 15 14 6-9 VDC Vermelho Preto X4 Vdd ™ STAM P in CLA S SS C3 1 C4 Sout Sin ATN Vss P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 13 12 BS2 IC Vss Vss P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 Vin P12 P13 Vss P14 P15 Rst Vdd Vin Vdd X1 P15 P14 P13 P12 Ligar P11 P10 P9 Reiniciar P8 X5 Vin Rev-B Vss 5 V X3 P15 P14 P13 P12 P11 P10 P9 P8 P7 P6 P5 P4 P3 P2 P1 P0 LED C Resistor de 220 X2 Kit didático www.stampsinclass.com (916)624-8333 Precisa de assistência técnica? email: stamptech@parallaxinc.com (c) 1998 Porta 7 Sistemas Sequenciais Figura 13-30 Carregamento de um programa PBASIC onde o CI BS2 pisca o LED do circuito. Note que é utilizada uma versão antiga do kit didático. 444 o comentário existente. A linha 3 (blink:) indica o nome de um laço que será apresentado em seguida. O sinal de dois pontos (:) após uma palavra (como no caso de blink:) é interpretado pelo microcontrolador como um rótulo. O rótulo (neste caso, blink:) corresponde a um ponto de referência na programação que pode ser referenciado por outros comandos PBASIC. A linha 4 (out 7 0) gera um nível BAIXO na saída P7, acionando o LED mostrado na Figura 13-30. Na linha 5 (pause 1000), o módulo BS2 não desenvolve qualquer ação durante 1 segundo (1000 ms), ou seja, o LED permanece aceso durante esse intervalo de tempo. A linha 6 (out 7 1) gera um nível ALTO na saída P7, desligando o LED. Na linha 7 (pause 1000), o módulo permanece parado durante 1 s, de modo que o LED fica desligado durante esse período. A linha 8 (goto blink) leva o programa novamente ao início do laço denominado blink:, repetindo-se a sequência descrita anteriormente nas linhas 4 a Uma chave do tipo de pressão é utilizada como dispositivo de entrada (sensor) conectado ao pino E/S P3 no módulo BS2 na Figura 13-31(b). Verifica-se que o botão é utilizado como uma chave ativa-BAIXA. Quando a chave está aberta, a porta E/S P3 possui nível ALTO. Quando a chave está fechada, a entrada P3 torna-se BAIXA. Vdd 220 LED BS2 Microcontroladores como os módulos BASIC Stamp respondem a vários tipos de entradas como chaves, ou variações na luminosidade, temperatura, posição, tensão ou resistência. As saídas do microcontrolador podem acionar diversos dispositivos, como LEDs, campainhas piezoelétricas, alto-falantes, displays (a LEDs ou LCD), relés, servomotores ou motores de passo. Os módulos BASIC Stamp 2, especialmente quando são montados na forma de kits didáticos como o módulo BOE da Parallax, permitem uma introdução simples à programação e utilização de microcontroladores. P7 (a) Vdd 10 k BS2 O laço IF-THEN na rotina switchcheck: requer algumas explicações. Nesse exemplo, a condição if in3 0 (se a entrada 3 possuir nível BAIXO) é avaliada pelo microcontrolador como verdadeira ou falsa. Se esta condição (if in3 0, ou em português, se a chave CH1 estiver fechada) é verdadeira, então o microcontrolador passará a executar a rotina blink:. Entretanto, se essa condição (if in3 0, ou em português, se a chave CH1 estiver fechada) é falsa, então o microcontrolador passa para a linha seguinte que contém o comando goto switchcheck. Comandos IF-THEN são muito importantes na operação de programas em microcontroladores porque representam tomadas de decisões. P3 CH1 VSS (b) Figura 13-31 (a) LED de saída conectado à porta P7 do módulo BS2. (b) Chave de entrada conectada à porta P3 do módulo BS2. Lembre-se que os microcontroladores são dispositivos de pequeno porte semelhantes a computadores que são inseridos no interior de produtos diversos. Os microcontroladores são capazes de responder a um número limitado de entradas e Sistemas de computadores Um LED e um resistor de 220 Ω são conectados entre o pino E/S P7 do módulo BS2 e o terminal positivo (Vdd) da fonte de alimentação mostrada na Figura 13-30. O diagrama simplificado desse arranjo é apresentado na Figura 13-31(a), e o LED em questão será utilizado como um dispositivo de saída no próximo programa. Um programa que utiliza o LED na saída e o botão de pressão na entrada do módulo BS2 (sendo que o hardware correspondente é mostrado na Figura 13-31) é listado a seguir. Após ser carregado no módulo BS2, o programa PBASIC verifica se a chave está fechada continuamente. Se a chave estiver aberta, o laço switchcheck: se repete novamente. Entretanto, se a chave estiver fechada, o microcontrolador executará a rotina blink: para piscar o LED. Depois que o LED é ligado e desligado, retorna-se à rotina switchcheck:. Assim, o LED será ligado e desligado enquanto a chave de entrada CH1 estiver fechada. capítulo 13 7. Os comentários não são necessários no código PBASIC, mas são úteis para compreender a operação do programa e muito úteis para iniciantes. 445 ‘Chave de entrada-LED de saída 1 ‘Título do programa PBASIC (Figura 13-31) output 7 ‘Configura a porta E/S 7 como uma saída. out 7 1 ‘Atribui nível lógico 1 à porta 7, desligando o LED. input 3 ‘Configura a porta E/S 3 como uma entrada. switchcheck: ‘Nome da rotina que checa a chave if in 3 0 then blink ‘Se a entrada 3 possuir nível 0 (chave fechada), então o programa vai para a rotina blink. goto switchcheck ‘Verifica a chave novamente (se in 3 1) blink: ‘Nome da rotina que faz o LED piscar. out 7 0 ‘Atribui nível lógico 0 à porta 7, acendendo o LED. pause 500 ‘Pausa por 500 milissegundos. out 7 1 ‘Atribui nível lógico 1 à porta 7, apagando o LED. pause 500 goto switchcheck ‘Pausa por 500 milissegundos. ‘Retorna e checa a chave novamente. controlar diversos dispositivos de saída. Após a programação inicial, a maioria dos microcontrolawww Teste seus conhecimentos Processamento digital de sinais Sistemas Sequenciais O processamento digital de sinais (digital signal processing – DSP) tornou-se uma subárea muito popular na eletrônica digital. O DSP é normalmente utilizado em uma ampla gama de dispositivos como modems, DVD players, MP3 players e telefones celulares. Esses dispositivos são semelhantes aos sistemas de microcomputadores que foram anteriormente estudados. Entretanto, sistemas DSP são mais específicos. 446 dores é destinada a uma aplicação específica, ao contrário dos computadores pessoais de uso geral. Anteriormente, foram estudados os sinais analógicos e digitais. O processamento digital de sinais é utilizado para analisar e modificar sinais digitais. Muitos sinais digitais utilizados em sistemas DSP são adquiridos a partir de sinais analógicos utilizando um processo denominado amostragem. Esse processo pode ser entendido como se fossem tiradas “fotografias” do sinal analógico de tensão em instantes de tempo fixos ou discretos. Por essa razão, os sinais digitais também são chamados de sinais de tempo discreto. Como exemplo, considera-se a onda senoidal analógica de 1 kHz representada na Figura 13-32. A linha ondulada representa o sinal analógico, enquanto os pontos/linhas verticais descrevem o sinal digital. Os pontos/linhas verticais representam uma “fotografia” do sinal analógico em um determinado instante de tempo e são digitalizadas (convertidas em um número). O diagrama de blocos de um sistema DSP é mostrado na Figura 13-33. O CONVERSOR A/D (analógico para digital) converte o sinal analógico em um sinal digital. Os números binários provenientes do conversor A/D são armazenados na memória e utilizados pelo processador digital de sinais (DSP). O DSP realiza muitos cálculos que modificam o sinal. A saída do bloco DSP é aplicada a um CONVERSOR D/A (digital para analógico), o qual altera a 0,75 ms 0,25 ms 0,5 ms 1,75 ms 1,0 ms 1,25 ms 1,5 ms Onda senoidal com frequência de 1 kHz Figura 13-32 Amostragem de uma onda senoidal com frequência de 1 kHz durante a conversão analógica-digital. Conversor A/D Memória Processadores digitais de sinais são microprocessadores especializados otimizados, capazes de realizar os cálculos existentes no processo MAC rapidamente. DSPs podem realizar muitos milhões de instruções por segundo (MIPS – millions instructions per second). A arquitetura básica de um DSP é representada na Figura 13-35. Os dados são Processamento digital do sinal Figura 13-33 Diagrama de blocos simplificado de um sistema DSP. Conversor D/A Sistemas de computadores O tipo de cálculo mais comum realizado pelo processador digital de sinais é conhecido como SOMA DE PRODUTOS, sendo que um exemplo é apresentado na Figura 13-34(a). Em cada linha, o número da coluna A é multiplicado pelo número da coluna B de modo a fornecer o resultado (produto) na coluna dos produtos. A coluna direita na Figura 13-34(a) corresponde à soma de produtos. Note que, para cada linha, o produto da multiplicação correspondente a uma determinada linha é somado com o valor dos produtos anteriores. Em DSP, a palavra acumulação é utilizada para representar o processo de soma do novo produto ao total dos produtos anteriores. Esse processo de multiplicação e acumulação é conhecido por MAC (multi- plying and accumulating) Sistemas DSP precisam realizar milhares ou até milhões desses cálculos por segundo. As equações matemáticas que representam os cálculos para cada linha da Figura 13-34(a) são apresentadas na Figura 13-34(b). Engenheiros que trabalham com DSP utilizam uma forma abreviada dessas equações, mostrada na Figura 13-34(c). É comum encontrar equações semelhantes àquela representada na Figura 1334(c) no campo do DSP. capítulo 13 natureza do sinal digital convertendo-o na forma analógica. 447 Linha A B Produto Soma (Y) 1 5 8 40 0 40 2 7 9 63 40 23 3 8 13 104 23 81 4 10 14 140 221 81 (a) Y1 A1 B1 Y2 A1 B1 A2 B2 Y3 A1 B1 A2 B2 A3 B3 Y4 A1 B1 A2 B2 A3 B3 A4 B4 (b) 4 Yi A B i1 i i (c) Sistemas Sequenciais Figura 13-34 Cálculos de soma de produtos realizados por um DSP (a) Exemplo. (b) Fórmulas. (c) Outra fórmula. 448 lidos nas memórias de programa e de dados do DSP. Amostras obtidas a partir do conversor A/D (observe a Figura 13-33), as quais foram armazenadas na memória, são lidas na memória de dados do DSP. Números fixos denominados COEFICIENTES, que são projetados para modificar o sinal de forma específica, são lidos na memória de programa. Os números das memórias de dados e de programas são multiplicados entre si no multiplicador e armazenados no registrador P. Então, o acumulador soma os resultados dos produtos armazenados no registrador P com o resultado da soma de produtos anterior, armazenando o novo resultado no registrador R. Cada saída do acumulador, por sua vez armazenada no registrador R, corresponde a uma nova amostra de saída do sinal digital processado. A saída é enviada ao conversor D/A para ser novamente convertida em um sinal analógico. Processadores digitais de sinais utilizam dispositivos especiais como os registradores P e R, de forma que são capazes de desempenhar mais de uma tarefa simultaneamente. Em um MPU elementar a exemplo daquele mostrado na Figura 13-4, cada sequência busca-decodifica-executa deve ser completada antes que a próxima se inicie. Entretanto, DSPs podem buscar uma nova instrução enquanto a anterior é decodificada e outra é executada. Esse processo de início de uma tarefa antes do término da atual é denominado PIPELINING. Dessa forma, o DSP é capaz de executar as seguintes tarefas simultaneamente: 1. Gravar os conteúdos do registrador R no conversor D/A. 2. Acumular uma nova soma dos produtos anteriores resultante. 3. Multiplicar dois números a partir das memórias de dados e de programas. Memória de programa BN A2 B2 A1 B1 Memória de dados AN Multiplicador Registrador P ALU Acumulador Figura 13-35 Arquitetura de um processador digital de sinais. 4. Buscar uma nova amostra na memória de dados Pipelining também é utilizado na maioria dos computadores modernos, podendo ser utilizado de várias formas em microprocessadores ou DSPs, embora sua finalidade seja acelerar a execução das instruções. www Teste seus conhecimentos Sistemas de processamento digital de sinais são complexos. Esta seção apresentou apenas alguns dos conceitos básicos envolvendo o processamento digital de sinais e DSPs. Esses dispositivos têm sido intensivamente utilizados, e se espera que se tornem cada vez mais populares. capítulo 13 Processador digital de sinais Sistemas de computadores Registrador R 449 Utilização de um DSP em uma câmera digital Câmeras digitais tornaram-se muito populares e rapidamente substituíram as câmeras de filme para fotografia. Ambos os tipos de câmeras possuem lentes para focar a luz e gravar uma imagem em um dado instante de tempo. Diferentemente das câmeras de filme, as câmeras digitais utilizam o processamento digital de sinais para armazenar a imagem eletronicamente. A Figura 13-36 mostra o diagrama de blocos de seção de captura de imagem de uma câmera digital. A lente da câmera foca a luz da imagem através de um Lente da câmera filtro para um dispositivo de carga acoplado (charged coupled device – CCD) ou um sensor de imagem CMOS. O CCD ou o sensor de imagem CMOS na câmera representa o conversor analógico digital nesse sistema. Ambos os tipos de sensores de luz utilizam um arranjo de fotodiodos, sendo um para cada pixel, de modo a converter a energia luminosa em energia elétrica. CCDs e sensores de imagem CMOS medem a energia elétrica existente no fotodiodo em cada posição de pixel, convertendo-a em um número digital. A grande diferença entre CCDs e sensores de imagem CMOS reside no local onde ocorre a conversão analógica digital. Sensores de imagem CMOS realizam essa conversão no local de cada fotodiodo. CCDs transportam a carga elétrica armazenada em Filtro Bayer CCD ou sensor de imagem CMOS Memória de dados Sistemas Sequenciais Mídia removível 450 Memória compact flash DSP Memória de programa Figura 13-36 Diagrama de blocos representando a captura de imagem em uma câmera digital. A saída do bloco sensor de imagem na Figura 1336 é representada por uma série de bytes contendo valores digitais amostrados de cada fotodiodo existente no sensor de imagem. Essa série de bytes amostrados é a entrada do sinal digital para o restante do sistema. As amostras são armazenadas na memória temporária e lidas a partir da entrada de dados do processador digital de sinais. Lembre-se que uma imagem digital armazenada requer três valores para cada pixel, sendo um para cada cor. Neste ponto do sistema, o sinal digital possui ape- Algumas câmeras podem armazenar essa saída RGB (red, green, and blue – vermelho, verde e azul) do bloco DSP diretamente em um cartão de memória removível da câmera, como mostra a Figura 13-36. Entretanto, imagens digitais podem possuir tamanho considerável. Por exemplo, uma câmera digital de cinco megapixels possui cinco milhões de sensores de imagem, cada um capaz de medir apenas uma cor da luz para cada pixel da imagem. Assim, cada foto registrada pela câmera de cinco megapixels requer 15 MB de memória. As câmeras digitais normalmente compactam a imagem digital, de modo que o espaço necessário para armazenamento no cartão de memória flash ou outra mídia removível seja menor. O algoritmo de compactação mais comum utilizado por câmeras digitais é denominado JPEG (Joint Photographic Experts Group – Grupo Conjunto de Especialistas em Fotografia), como uma menção ao grupo que criou esse padrão. Quando ocorre a compactação, a saída RGB original do bloco DSP pode ser novamente armazenada na memória temporária e lida no caminho da memória de dados do DSP. A memória de programa do DSP é modificada de modo a conter os coeficientes utilizados pelo algoritmo de compactação JPEG. A saída do bloco DSP corresponde à imagem JPEG compactada, que então é armazenada no cartão de memória removível. Sistemas de computadores A finalidade do filtro da Figura 13-36 consiste em reduzir o custo e a complexidade da câmera digital. A luz é composta de três cores primárias: vermelha, verde e azul. Cada pixel em uma imagem digital armazena três valores de 8 bits, e cada um desses corresponde a uma cor primária. Para criar uma imagem digital adequadamente, a câmera digital deve criar amostras de todas as três cores da luz na posição de cada pixel. Entretanto, CCDs e sensores de imagem CMOS medem a intensidade luminosa total, desconhecendo os padrões das cores. Em vez de amostrar a intensidade das três cores para cada pixel, a maioria das câmeras digitais amostra apenas uma cor para cada pixel, sendo que o sistema posteriormente insere os valores das duas cores restantes a partir dos valores dos pixels vizinhos. O FILTRO BAYER especial mostrado na Figura 13-36 filtra a luz incidente de modo que cada fotodiodo no sensor de imagem utilizada apenas uma cor da luz. A cor de cada quadrado no filtro Bayer corresponde à cor da luz que pode passar pelo filtro para o fotodiodo do sensor de imagem que se encontra na parte traseira. É possível observar na Figura 1336 que o padrão do filtro Bayer corresponde a linhas de filtros vermelhos e verdes alternadas entre linhas de filtros azuis e verdes. Existem mais filtros verdes do que azuis ou vermelhos porque o olho humano é mais sensível à componente verde da luz do que às demais cores. nas um valor amostrado para cada pixel. O processador digital de sinais na Figura 13-36 executa um algoritmo ou sequência de passos para calcular os valores das duas cores ausentes para cada pixel com base nos valores amostrados dos pixels vizinhos. O processo de cálculo e inserção de novos valores de dados a partir de valore existentes é conhecido como interpolação. Os coeficientes do algoritmo de interpolação correspondem à entrada para a memória de programa do processador digital de sinais. A saída do bloco de processamento digital de sinais da Figura 13-36 é uma série de três valores de 8 bits para as componentes de cor vermelha, verde e azul de cada pixel da imagem. Quando a imagem é visualizada, esses três valores são recombinados para recriar a imagem. capítulo 13 cada diodo ao longo do arranjo para um canto do dispositivo onde ocorre a conversão analógica-digital. Esse tipo de conversão será adequadamente estudado no Capítulo 14. 451 O bloco de conversão analógica digital do sistema de processamento digital de sinais não é mostrado na Figura 13-36. Nesse sistema, essa conversão pode ocorrer em diversos lugares quando a câmera digital armazena a imagem. A conversão D/A ocorre apenas quando a imagem é visualizada na tela LCD da câmera. Se a imagem for transferida para um computador pessoal, a conversão D/A ocorrerá quando a imagem for visualizada em um monitor conectado ao computador. A conversão D/A também ocorrerá quando a imagem for impressa em Sistemas Sequenciais www 452 Teste seus conhecimentos papel comum ou papel especial para a impressão de fotografias. Esta seção apresentou alguns princípios do processamento digital de sinais que ocorre em câmeras digitais, as quais empregam diversos algoritmos para essa finalidade. Muitos dispositivos como telefones celulares, câmeras de vídeo digitais e MP3 players também utilizam processamento digital de sinais. Esse processamento tem se tornado parte de muitos sistemas que utilizamos diariamente. RESUMO E REVISÃO DO CAPÍTULO Resumo 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. de paridade ou verificações de redundância cíclica. 10. Um controlador lógico programável (PLC) é um sistema de computador robusto utilizado em indústrias, armazéns e plantas químicas para o controle de máquinas. PLCs têm substituído a lógica de relés plenamente no que tange ao controle de máquinas. 11. Diagramas esquemáticos de relés em escada, diagramas lógicos de relés em escada, diagramas de portas lógicas e expressões booleanas podem ser empregados na descrição de um problema lógico de controle. 12. Um microcontrolador consiste em um “computador contido em um único chip”, existente em muitos dispositivos utilizados no cotidiano. Microcontroladores possuem CPU, memória RAM de pequeno porta (memória de dados), memória de apenas leitura (memória de programa contendo firmware), um clock e pino de entrada/saída. 13. Microcontroladores são produzidos em grandes quantidades a preços reduzidos. 14. Módulos BASIC Stamp permitem que estudantes e outros usuários programem e carreguem o código para a ação direta de microcontroladores. 15. A linguagem de alto nível PBASIC é utilizada na programação dos módulos BASIC Stamp. 16. Um processador digital de sinais (DSP) é um microprocessador especializado projetado para manipular dados em altas velocidades em aplicações de áudio, manipulação de imagens e outros sistemas de aquisição de dados e controle. 17. Dispositivos DSP são normalmente utilizados como partes de um sistema que contém conversores A/D, memória, DSPs e conversores D/A. Sistemas de computadores 2. O computador é um dos sistemas digitais mais complexos. Trata-se de um dispositivo com características únicas, como adaptabilidade, memória ampla, alta velocidade e existência de programas armazenados. O microcomputador consiste em uma versão mais lenta e de menor custo que os computadores de grande porte. O microcomputador é um tipo de sistema digital microprocessado. O microcomputador utiliza memórias RAM e ROM intensivamente para o armazenamento interno de dados. Disquetes, discos ópticos e discos rígidos são utilizados no armazenamento secundário. Microcomputadores são compatíveis com diversos dispositivos periféricos de entrada e de saída, incluindo conexão em redes. Instruções existentes em unidades de microprocessamento são constituídas de operações e operandos. O MPU segue a sequência busca-decodifica-executa durante a execução de um programa. Portas lógicas combinacionais podem ser utilizadas na decodificação de endereços em microcomputadores. Dispositivos de três estados como buffers devem ser utilizados quando memórias e microprocessadores diversos transferem informações através de um barramento de dados comum. Multiplexadores e demultiplexadores podem ser utilizados na transmissão de dados. Dispositivos UART mais complexos também podem ser empregados na transmissão serial de dados. A transmissão de dados pode ocorrer de forma serial ou paralela. Há diversos CIs de interface que permitem enviar e receber dados seriais ou paralelos. Erros que ocorrem durante a transmissão de dados podem ser detectados utilizando bits capítulo 13 1. 453 www Questões de revisão do capítulo (Figura 13-37) Questões de pensamento crítico 13-1 Desenhe o diagrama de blocos contendo cinco seções principais de um computador. Represente o fluxo de informações e dados de programas no sistema. 13-2 Por que os PLCs simulam a lógica de relé de forma tão exata? 13-3 Dado o diagrama esquemático de relé da Figura 13-38, desenvolva o programa lógico escada corresponde a esse circuito que pode ser utilizado por um PLC. 13-4 Dado o diagrama esquemático de relé da Figura 13-38, desenhe o diagrama de portas lógicas (utilize portas AND e OR) e escreva a expressão booleana correspondentes a esse circuito. 13-5 Descreva como é possível acender todos os LED vermelhos (quatro linhas superiores) do display representado na Figura 13-27(b). 13-6 A critério de seu instrutor, utilize um aplicativo computacional próprio para (1) desenhar uma matriz de LEDs com quatro linhas e quatro colunas (de forma semelhante à Figura 13-27(b), (2) utilize um gerador de palavras para programar o padrão de acendimento do LS1 LS2 Sistemas Sequenciais Figura 13-38 Diagrama esquemático de um relé. 454 www Respostas dos testes 13-7 13-8 13-9 13-10 13-11 CR1 CR2 display a LEDs 4×4, (3) acione o display a LEDs 4×4 e (4) apresente os resultados obtidos para seu instrutor. Observe a Figura 13-39. Ambas as entradas nesse problema empregam qual tipo de chaves? E o LED de saída é ativado (aceso) com qual nível? Observe a Figura 13-39. A linha 4 do programa PBASIC (input 8) configura a porta 8 E/S do módulo BASIC Stamp 2 como que tipo de porta? Observe a Figura 13-39. Se a chave CH1 for pressionada, o programa PBASIC retornará para qual rotina? E o LED piscará quantas vezes? Observe a Figura 13-39. Se a chave CH2 for pressionada, o programa PBASIC retornará para qual rotina? E o LED piscará quantas vezes? Observe a Figura 13-39. Comentários mostrados em um programa PBASIC não são executados pelo microcontrolador do módulo BASIC Stamp (V ou F). SOL Vdd Vdd 10 k 220 P9 CH1 Vdd VSS LED 10 k P7 P8 CH2 VSS ‘Duas chaves de entrada-LED de saída 1 ‘Título do programa PBASIC output 7 out 7 1 input 8 input 9 ‘Configura a porta E/S 7 como uma saída switchcheck: if in 9 0 then blink if in 8 0 then doubleblink goto switchcheck ‘Nome da rotina que checa a chave blink: out 7 0 pause 750 out 7 1 pause 750 end ‘Nome da rotina que faz o LED piscar ‘Fim do programa ‘Nome da rotina que faz o LED piscar duas vezes doubleblink: out 7 0 pause 750 out 7 1 pause 750 out 7 0 pause 750 out 7 1 pause 750 end Sistemas de computadores (a) (b) Figura 13-39 Problema utilizando o módulo BASIC Stamp 2. (a) Entradas e saída externas. (b) Código do programa PBASIC. capítulo 13 ‘Fim do programa 455 Página propositalmente deixada em branco capítulo 14 Conexão com dispositivos analógicos Até este ponto, vimos que a maioria das informações que entra e sai de um sistema digital possui natureza digital. Entretanto, muitos sistemas digitais possuem entradas analógicas que variam continuamente entre dois níveis de tensão. Neste capítulo, será discutido o interfaceamento entre dispositivos analógicos e sistemas digitais. Objetivos deste capítulo Discutir a conversão analógica-digital e digital-analógica. Projetar um circuito com amp op com um determinado ganho. Analisar a operação de diversos circuitos conversores D/A elementares. Responder questões específicas sobre um conversor D/A contador de rampa com comparador de tensão. Discutir a operação de um voltímetro digital elementar (conversor A/D). Identificar diversos outros tipos de conversores A/D incluindo os conversores de rampa digital e por aproximações sucessivas. Citar diversas especificações associadas aos conversores A/D. Responder questões específicas sobre o CI conversor A/D comercial ADC0804. Analisar diversos sistemas de medição de intensidade luminosa baseadas no CI conversor A/D ADC0804. Analisar a operação de um circuito digitalizador utilizando um termistor como transdutor de temperatura e um dispositivo Schmitt trigger como um conversor A/D elementar. A maioria das informações provenientes do mundo real é analógica. Por exemplo, tempo, velocidade, peso, pressão, intensidade luminosa e medições de posicionamento são grandezas analógicas por natureza. O sistema digital da Figura 14-1 possui uma entrada analógica. A tensão varia continuamente de 0 a 3 V. O codificador é um dispositivo eletrônico que converte o sinal analógico em informação digital denominado conversor analógico-digital ou A/D. Assim, o conversor A/D converte informações analógicas em dados digitais. O sistema digital da Figura 14-1 também possui um decodificador especial, que converte a informação digital proveniente da unidade de processamento digital em uma saída analógica. Por exemplo, a saída analógica pode ser uma tensão contínua que muda de 0 para 3 V. Esse decodificador é denominado conversor digital-analógico ou D/A. Portanto, o conversor D/A converte informações digitais na forma analógica. Sistemas Sequenciais O sistema completo da Figura 14-1 pode ser chamado de sistema híbrido porque contém dispositivos analógicos e digitais. Os codificadores e decodificadores que realizam as conversões analógica-digital e digital-analógica são chamados dispositivos de interfaceamento por engenheiros e técnicos. O termo “interface” é geralmente utilizado para designar um dispositivo ou circuito que converte um modo de operação em outro. Nesse caso, é realizada a conversão entre dados analógicos e digitais. 458 Note que o bloco de entrada da Figura 14-1 corresponde a uma tensão analógica que varia entre 0 e 3 V. Essa tensão pode ser gerada por um transdutor, que é definido como um dispositivo capaz de converter uma forma de energia em outra. Por exemplo, uma fotocélula pode ser emprega- Entrada analógica 0–3 V Codificador –– conversor A/D da como um transdutor de entrada para fornecer uma tensão proporcional à intensidade luminosa. Nesse exemplo, a energia luminosa é convertida em energia elétrica pela fotocélula. Outros tipos de transdutores consistem em microfones, alto-falantes, extensômetros, células fotorresistivas, sensores de temperatura e sensores de efeito Hall. Conversão D/A Observe o conversor D/A na Figura 14-1. Suponha que se deseje converter os dados binários provenientes da unidade de processamento em uma saída de 0 a 3 V. Da mesma forma que ocorre com qualquer decodificador, inicialmente é necessário escrever a tabela verdade para as situações possíveis. A Tabela 14-1 mostra quatro entradas (D, C, B, A) do conversor D/A, as quais se encontram na forma binária. Entretanto, o valor exato das entradas não é importante. Cada valor 1 corresponde a uma tensão de 3 a 5 V, e cada valor 0 é representado por aproximadamente 0 V. As saídas são mostradas na forma de tensão na coluna à extrema direita da Tabela 14-1. De acordo com a tabela, se o valor binário 0000 surge na entrada do conversor D/A, a saída é 0 V. Se o valor binário 0001 representa a entrada, então a saída é igual a 0,2 V. Se valor binário 0010 surge na entrada, a saída é igual a 0,4 V. Note que a cada linha que se avança em direção à parte de baixo da tabela, a saída analógica é incrementada em 0,2 V. O diagrama de blocos de um conversor D/A é mostrado na Figura 14-2, sendo que as entradas digitais (D, C, B, A) são representadas à esquerda. O decodificador consiste em duas seções: uma rede de resistores e um amplificador somador. A saída é mostrada na forma de uma leitura de tensão no voltímetro à direita. Unidade de processamento digital Decodificador –– conversor D/A Figura 14-1 Sistema digital com entrada analógica e saída analógica. Saída analógica 0–3 V Tabela 14-1 Tabela verdade do conversos D/A Entradas digitais D C B A Volts 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 A rede de resistores na Figura 14-2 deve considerar que um valor 1 na entrada B possui o dobro do peso de um valor 1 na entrada A. Além disso, um valor 1 na entrada C possui quatro vezes o peso de um valor 1 na entrada A. Diversos arranjos de resistores são utilizados para desempenhar essa tarefa, sendo que esses circuitos são denominados redes de resistores em escada. O amplificador somador da Figura 14-2 amplifica a tensão de saída proveniente da rede de resistores para um valor adequado, segundo os valores mostrados na coluna da extrema direita da Tabela 14-1. ENTRADA DIGITAL (8s) D (4s) C (2s) B SAÍDA ANALÓGICA (1s) A Rede de resistores Amplificador somador Conexão com dispositivos analógicos Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Linha 6 Linha 7 Linha 8 Linha 9 Linha 10 Linha 11 Linha 12 Linha 13 Linha 14 Linha 15 Linha 16 Saída analógica V (Em passos de 0,2 V) conversor D/A Figura 14-2 Diagrama de blocos de um conversor D/A. capítulo 14 0–3 V 459 O amplificador somador normalmente emprega um CI denominado amplificador operacional, chamado simplesmente de amp op. O amplificador somador também é denominado amplificador de escala. www O decodificador especial denominado conversor D/A é constituído de duas partes: uma rede resistiva em escada e um amp op utilizado na configuração amplificador somador. Teste seus conhecimentos Acesse o site www.grupoa.com.br/tekne para fazer os testes sempre que passar por este ícone. Amplificadores operacionais Os amplificadores especiais denominados amp ops são caracterizados pela elevada impedância de entrada, baixa impedância de saída e ganho de tensão variável que pode ser ajustado por meio de resistores externos. O símbolo de um amp op é representado na Figura 14-3(a), onde se constata que o dispositivo possui duas entradas. O terminal superior (–) é chamado de entrada inversora. O outro pino é marcado como sinal () e recebe o nome de entrada não inversora. A saída do amplificador é representada pelo terminal à direita do símbolo. O amplificador operacional quase nunca é utilizado isoladamente. Normalmente, os dois resistores mostrados na Figura 14-3(b) são incluídos para ajustar o ganho de tensão do amplificador. O Entrada inversora Entrada não inversora Saída resistor Rin é denominado resistor de entrada, enquanto Rf é chamado de resistor de realimentação (feedback). O ganho de tensão desse amplificador é dado pela seguinte expressão: Av (ganho de tensão) Suponha que os valores dos resistores conectados ao amp op sejam Rf10 kΩ e Rin10 kΩ. Utilizando a equação do ganho de tensão, tem-se: Av Rf 10.000 1 Rin 10.000 O ganho do amplificador é igual a 1. Nesse exemplo, se a tensão de entrada Vin na Figura 14-3(b) for de 5 V, a tensão na saída V0 será 5 V. A entrada inversora é utilizada, e como a tensão de entrada é 5 V, a tensão de saída é 5 V. O ganho de tensão também pode ser calculado pela seguinte expressão: Av (a) Sistemas Sequenciais Rin 460 Vin Vout Vin O ganho de tensão do circuito supracitado é: Rf Rf Rin Vout (b) Figura 14-3 Amplificador operacional. (a) Símbolo. (b) Utilização de resistores de entrada e realimentação para ajuste do ganho. Av Vout 5 1 Vin 5 Novamente, determina-se o ganho de tensão como sendo igual a 1. Suponha que os resistores de entrada e de realimentação sejam de 1 kΩ e 10 kΩ, respectivamente, como mostra a Figura 14-4. Qual é o ganho de tensão desse circuito? Nesse caso, o ganho de tensão é calculado como: 10 k 1 k Av Rf 10.000 10 Rin 1000 O ganho de tensão é igual a 10. Se a tensão de entrada é 0,5 V, qual é o valor da tensão de saída. Como o ganho é 10, a tensão de entrada de 0,5 V multiplicada por 10 resulta em 5 V. Assim, a tensão de saída é de 5 V, de acordo com a medição efetuada com o voltímetro na Figura 14-4. Foi mostrado como o ganho de um amp op pode ser alterado modificando-se a relação entre as resistências de entrada e de realimentação. Agora, você é capaz de ajustar o ganho de um amplifica- Rin Vin Vout V Figura 14-4 Circuito amplificador utilizando amplificador operacional. dor operacional adequadamente escolhendo valores diferentes para Rin e Rf. Em resumo, o amp op é parte do conversor D/A, sendo empregado como um amplificador somador no circuito. O ganho do amp op é facilmente ajustado por meio da relação entre os resistores de entrada e de realimentação. Teste seus conhecimentos Um conversor D/A simples é mostrado na Figura 14-5 e é composto de duas seções. A rede de resistores à esquerda é constituída dos resistores R1, R2, R3 e R4. O amplificador somador à direita consiste em um amp op e um resistor de realimentação. A entrada (Vin)então é representada por uma tensão de 3 V aplicada às chaves D, C, B e A. A tensão de saída (Vout) é medida com um voltímetro. Note que o amp op requer a utilização de uma fonte de alimentação simétrica dual de 10 V e 10 V. Quando todas as chaves estão aterradas (0 V), de acordo com a Figura 14-5, a tensão de entrada no ponto A é de 0 V e a tensão de saída é 0 V. Isso corresponde à linha 1 da Tabela 14-1. Suponha que a chave A seja movida para a posição lógica 1 na Figura 14-5. A tensão de entrada de 3 V é aplicada ao amp op. Em seguida, calcula-se o ganho do amp op, o qual depende do resistor de realimentação (Rf10 kΩ) e do resistor de entrada (Rin150 k). Assim, utilizando a fórmula do ganho, obtém-se: Av Rf 10.000 0,066 150.000 Rin Para calcular a tensão de saída, multiplica-se o ganho pela tensão de entrada da seguinte forma: Vout Av Vin 0,066 3 0,2 V A tensão de saída é igual a 0,2 V quando a entrada corresponde ao valor binário 0001. Por sua vez, isso satisfaz a condição da linha 2 da Tabela 14-1. Agora, aplica-se o valor binário 0010 ao conversor D/A da Figura 14-5. Apenas a chave B é movida para a posição lógica 1, aplicando-se 3 V ao amplificador operacional. O ganho é: Av Rf 10.000 0,133 Rin 75.000 Multiplicando-se o ganho de tensão pela tensão de entrada, tem-se a tensão de saída igual a 0,4 V, o que representa a linha 3 da Tabela 14-1. Note que para cada valor binário da Tabela 14-1 a tensão de saída do conversor D/A aumenta em 0,2 V. Esse acréscimo ocorre porque o ganho de tensão Conexão com dispositivos analógicos Exemplo de um conversor D/A básico capítulo 14 www 1 2V Rf 461 ENTRADA BINÁRIA 8s 3V 4s 1 Vin 1 0 D 2s 1s 1 0 C 1 0 B 0 Amplificador somador A 10 k R4 R3 18,7 k R2 37,5 k Rf R1 75 k Resistores de entrada Rede de resistores 150 k 10 V SAÍDA ANALÓGICA 10 V Vout V Figura 14-5 Circuito de um conversor D/A. do amp op aumenta à medida que novos valores de resistências são utilizados (R1, R2, R3, R4), Se apenas o resistor R4 for conectado ao se ativar a chave D, o ganho será: Av Rf 10.000 0,535 Rin 18.700 O ganho multiplicado pela tensão de entrada fornece 1,6 V na saída do amp op. Essa condição é verificada na linha 9 da Tabela 14-1. Quando todas as chaves são ativadas (posição lógica 1), o op amp passa a possuir tensão de saída de 3 V, porque o ganho é aumentado para 1. Qualquer valor que se encontre dentro da faixa da tensão de alimentação do amp op (±10 V) pode ser Sistemas Sequenciais www 462 utilizado. Valores posicionais binários podem ser acrescentados à medida que chaves são incluídas no circuito. Se a chave correspondente ao valor posicional 16s for adicionada na Figura 14-5, é necessário um resistor cujo valor de resistência seja metade de R4, de modo que seria utilizado um resistor de 9350 Ω. O valor do resistor de realimentação também seria modificado para 5 kΩ. A entrada seria representada por um número binário de 5 bits. A saída ainda corresponderia a um sinal analógico, cujo valor de tensão variaria entre 0 e 3,1 V (em intervalos de 0,1 V). A tentativa de expandir o conversor D/A da Figura 14-5 resulta na utilização de valores não comerciais de resistores, comprometendo a precisão do sistema. Teste seus conhecimentos Conversor D/A do tipo escada Conversores digitais-analógicos são formados por uma rede de resistores e um amplificador somador. A Figura 14-6 mostra um tipo de rede de resistores que representa o peso adequado das entradas binárias. Essa rede é normalmente chamada de rede em escada R-2R. A vantagem desse arranjo consiste na utilização de apenas dois valores de ENTRADA BINÁRIA 8s Vin 3,75 V 1 D 4s 0 C 2s 1 0 1 B 1s 1 0 0 A 20 k 20 k R1 R5 10 k R6 20 k R2 10 k 20 k R7 10,65 k Rf R3 10 k 20 k 10 V R8 R4 Rede de resistores SAÍDA ANALÓGICA 10 V Vout V Amplificador somador O amplificador somador da Figura 14-6 é semelhante ao dispositivo básico descrito na seção anterior. Novamente, verifique que uma fonte simétrica dual é utilizada. A operação desse conversor D/A é semelhante à do dispositivo abordado na última seção. Sobre a eletrônica Órbitas geoestacionárias da terra Satélites comerciais na órbita geoestacionária (GEO) da terra em posições muito acima da linha do Equador ocupam um território limitado. Já existem cerca de 150 satélites nessa órbita, sendo que há pouco espaço para mais unidades. Esses satélites se deslocam com a mesma velocidade da Terra e, portanto, aparentam estar parados em uma mesma posição. Essa é uma característica importante para aplicações como TV a cabo. Entretanto, como esses satélites estão localizados em altitudes muito superiores ao nível do solo, existe um pequeno atraso de tempo que pode representar um incômodo para usuários de telefonia celular. capítulo 14 resistências. Os resistores R1, R2, R3, R4 e R5 são de 20 kΩ, enquanto os resistores R6, R7, R8, e Rf são de 10 kΩ. Note que todos os resistores horizontais na “escada” possuem valor de resistência igual ao dobro das resistências existentes na vertical, justificando o uso do termo rede em escada R-2R. Conexão com dispositivos analógicos Figura 14-6 Circuito conversor D/A utilizando ume rede de resistores em escada R-2R. 463 Tabela 14-2 Tabela verdade de um conversor D/A Entradas binárias 8s 4s 2s 1s Saída analógica D C B A Volts 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50 3,75 A Tabela 14-2 mostra a operação detalhada do conversor D/A. Note que é utilizada uma tensão de entrada de 3,75 V nesse caso. Cada contagem binária incrementa a tensão de saída analógica www em 0,25 V, como pode ser constatado na coluna da extrema direita da Tabela 14-2. Lembre-se que cada valor 0 no lado de entrada da tabela corresponde a um valor de 0 V aplicado na respectiva entrada. Um valor 1 significa que a tensão de 3,75 V é aplicado em uma dada entrada. A tensão de entrada de 3,75 V é utilizada porque esse valor é muito próximo da tensão de saída em dispositivos TTL como contadores e outros CIs que foram anteriormente utilizados. Assim, as entradas (D, C, B, A) na Figura 14-6 podem ser diretamente conectadas às saídas de um CI TTL, operando segundo o padrão descrito na Tabela 14-2. Entretanto, na prática as saídas de um CI TTL não são suficientemente precisas, devendo ser conectadas a um conversor de nível para se obter uma saída de tensão precisa. Valores posicionais binários adicionais (16s, 32s, 64s e assim por diante) podem ser acrescentados no conversor D/A da Figura 14-6, bastando seguir o padrão dos valores de resistências mostrados nesse diagrama. Dois tipos de decodificadores especiais denominados conversores digitais-analógicos foram abordados. O conversor D/A do tipo escada R-2R possui algumas vantagens sobre o dispositivo básico. O coração do conversor D/A é representado pela rede de resistores e pelo amplificador somador. Teste seus conhecimentos SAÍDA BINÁRIA Exemplo de um conversor 8s D Sistemas Sequenciais A/D 464 Um conversor analógico-digital é um tipo especial de codificador. O diagrama de blocos de um conversor A/D básico é ilustrado na Figura 14-7. A entrada corresponde a uma única tensão variável, que nesse caso varia entre 0 e 3 V. A saída do conversor A/D encontra-se na forma binária. O conversor A/D converte a tensão analógica na entrada em uma palavra binária de 4 bits. Assim como ocorre em outros codificadores, deve-se definir exatamente as entradas ENTRADA ANALÓGICA 4s C 2s B 1s A Conversor A/D 0–3 V Figura 14-7 Diagrama de blocos de um conversor A/D. Tabela 14-3 Tabela verdade de um conversor A/D Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4 Linha 5 Linha 6 Linha 7 Linha 8 Linha 9 Linha 10 Linha 11 Linha 12 Linha 13 Linha 14 Linha 15 Linha 16 Saída binária Entrada analógica 8s 4s 2s 1s Volts D C B A 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 A tensão analógica é aplicada à esquerda na Figura 14-8. O comparador verifica a tensão proveniente do conversor D/A. Se a tensão de entrada analógica for maior que a tensão na entrada B do comparador, o sinal de clock aumenta a contagem do contagem do contador de 4 bits. Essa contagem aumenta até que a tensão de realimentação do conversor D/A se torne maior que a tensão de entrada analógica. Quando isso ocorre, a contagem é interrompida. Considere uma entrada analógica de 2 V. De acordo com a Tabela 14-3, o contador binário aumenta a contagem até 1010, sendo que esta é então interrompida. O contador é reinicializado para 0000 e a contagem é iniciada novamente. Agora, vamos descrever o conversor A/D da Figura 14-8 de forma mais detalhada. Considere que há um nível 1 no ponto X na saída do comparador. Além disso, considere que o valor binário armazenado do contador é 0000. Uma tensão de 0,55 V é então aplicada na entrada analógica. O nível 1 no ponto X ativa a porta AND, e o primeiro pulso de clock é aplicado na entrada CLK do contador. A contagem é avançada para 0001, sendo exibida na parte superior direita da Figura 14-8. O valor 0001 também é aplicado ao conversor D/A. De acordo com a Tabela 14-1, um valor binário 0001 produz uma tensão de 0,2 V na saída do conversor D/A. Esse valor é realimentado na entrada B do comparador, que então verifica os estados de suas respectivas entradas. A entrada A possui nível de tensão mais alto (0,55 V em comparação a 0,2 V), de modo que um nível lógico 1 surge na saída. Assim, a porta AND é ativada, permitindo que o pulso de clock seguinte seja aplicado ao contador. A contagem é aumentada em 1 e o novo valor que corresponde a 0010 é aplicado ao conversor D/A. De acordo com a Tabela 14-1, uma entrada 0010 gera uma saída de 0,4 V. Este último valor é realimentado na entrada B do comparador. Comparando-se as entradas A (0,55 V) e B (0,4 V), obtém-se ainda na saída do comparador um nível lógico 1. Conexão com dispositivos analógicos A tabela verdade do conversor A/D parece bastante simples. Os circuitos eletrônicos que desempenham as funções dessa tabela são um pouco mais complicados. Um tipo de conversor A/D é representado na Figura 14-8. O conversor A/D utiliza um comparador de tensão, uma porta AND, um con- tador binário e um conversor D/A. Todos os componentes do conversor A/D foram anteriormente estudados, com exceção do comparador de tensão. capítulo 14 e saídas esperadas. A tabela verdade mostrada na Tabela 14-2 mostra como o conversor A/D funciona. A linha 1 mostra que uma tensão de 0 V é aplicada na entrada do conversor A/D, sendo que a saída corresponde ao valor binário 0000. Na linha 2, tem-se uma entrada de 0,2 V, de modo que a saída correspondente é 0001. Note que a contagem binária é aumentada em 1 sempre que a tensão de entrada é acrescida de 0,2 V. Finalmente, a linha 16 mostra que uma tensão máxima de 3 V aplicada na entrada resulta em uma saída binária de 1111. Note que a tabela verdade da Tabela 14-3 corresponde à forma invertida da Tabela 14-1 válida para o conversor D/A. Isto é, as entradas e as saídas foram invertidas. 465 SAÍDA BINÁRIA 8s D Clock X ENTRADA 0–3 V ANALÓGICA AND 4s C 2s B 1s A Contador CLK A A Comparador de tensão B C B Conversor D/A D Tensão de realimentação (rampa) Figura 14-8 Diagrama de blocos de um conversor A/D do tipo contador de rampa. Sistemas Sequenciais A porta AND é ativada, permitindo que o pulso de clock seguinte seja aplicado ao contador. A contagem é aumentada para o valor binário 0011, sendo este realimentado no conversor D/A. 466 De acordo com a Tabela 14-1, uma entrada 0011 gera uma saída de 0,6 V. Este último valor é realimentado na entrada B do comparador. Comparando-se as entradas A e B, obtém-se na saída do comparador um nível lógico 1. Isso ocorre pela primeira vez porque a tensão na entrada B é maior que a tensão na entrada A. A porta AND é desativada pelo nível 0. Desse modo, os pulsos de clock seguintes não são mais aplicados ao contador. A contagem é interrompida no valor binário 0011. Observando a linha 4 da Tabela 14-3, verifica-se que a tensão 0,6 B fornece uma saída binária 0011. Portanto, constata-se que o conversor A/D funciona de acordo com a tabela verdade. Se a entrada analógica fosse de 1,2 V, a saída binária seria 0010, segundo a Tabela 14-3. O contador realiwww Teste seus conhecimentos zaria a contagem de 0000 até 0110 antes de ser interrompido pelo comparador. Se a entrada analógica fosse de 2,8 V, a saída binária seria 1110. O contador realizaria a contagem de 0000 até 1110 até ser interrompido pelo comparador. Note que a conversão de uma tensão analógica em um valor binário leva certo tempo. Entretanto, na maioria dos casos a frequência do clock é alta o suficiente para que esse atraso não represente problemas. Agora, você consegue entender porque o conversor D/A foi estudado antes do conversor A/D. Este conversor A/D contador de rampa possui certa complexidade e requer a utilização de um conversor D/A. O termo “rampa” refere-se ao aumento progressivo da tensão do conversor D/A que é realimentada no comparador. Um conversor de 4 bits produz uma forma de onda que se assemelha aos degraus de uma escada. Quando um número razoavelmente alto de bits é utilizado, a forma de onda se aproxima de uma rampa suave. Comparadores de tensão Na última seção, um comparador de tensão foi utilizado. Foi mostrado que esse dispositivo compara duas tensões, determinando qual delas é maior. A Figura 14-9 representa o diagrama de blocos básico de um comparador. Se a tensão na entrada A for maior que aquela existente na entrada B, o comparador fornece um nível 1 na saída. Se a tensão na entrada B for maior que aquela existente na entrada A, o comparador fornece um nível 0 na saída. Isso pode ser representado como A>B1 e A<B0 na Figura 14-9. O coração do comparador de tensão é um amp op, sendo que o circuito que utiliza esse dispositivo é mostrado na Figura 14-10(a). Note que a entrada A possui uma tensão de 1,5 V aplicada na entrada A, enquanto a tensão na entrada B é 0 V. Assim, verifica-se que há 3,5 V na saída com um voltímetro, isso em um nível lógico 1. A Figura 14-10(b) mostra que a tensão na entrada B aumentou para 2 V. Portanto, a tensão em B A B SAÍDAS Comparador de tensão X AB1 BA0 Figura 14-9 Diagrama de blocos de um comparador de tensão. é maior que àquela em A. Assim, o circuito comparador apresenta uma tensão de 0 V (na verdade, aproximadamente igual a 0,6 V) na saída, o que corresponde a um valor lógico 0. O comparador do conversor A/D na Figura 14-8 funciona exatamente da mesma forma que esse dispositivo. O diodo zener no comparador da Figura 14-10 é responsável por grampear a tensão de saída em aproximadamente 3,5 ou 0,6 V. Sem a utilização do diodo zener, a tensão seria aproximadamente igual a 9 V e – 9 V. Os níveis de tensão de 3,5 V e 0,6 V são mais compatíveis com os CIs TTL. Teste seus conhecimentos O voltímetro digital consiste em uma aplicação do conversor A/D, sendo que todos os subsistemas necessários para a implementação desse dispositivo foram utilizados anteriormente. O diagrama de blocos de um voltímetro digital é representado na Figura 14-11. O conversor A/D converte a tensão analógica na forma binária. Esse valor é enviado para o decodificador, onde é convertido em código de sete segmentos. Assim, a leitura do voltímetro é exibida na forma de números decimais. Quando uma tensão de 7 V é aplicada na entrada do conversor A/D, o valor binário 0111 surge na saída, de acordo com a figura. O decodificador ativa os segmentos de a até c do display, os quais serão acesos para representar o valor 7. Note que o conversor A/D também é um codificador, que converte uma entrada analógica em uma saída binária. O diagrama esquemático de um voltímetro digital elementar é mostrado na Figura 14-12. Note que são utilizados um comparador de tensão, uma porta AND, um contador, um decodificador, um display de sete segmentos e um conversor D/A. Uma fonte de alimentação dual simétrica de ±10 V (ou duas fontes de 10 V e 10 V) é utilizada para alimentar os amp ops 741. Uma fonte de alimentação de 5 V é empregada para alimentar os CIs TTL 7408, 7493 e 7447 e o display de sete segmentos a LEDs. Uma fonte de tensão variável de 0 a 10 V também é necessária para representar o sinal analógico de entrada. Considera-se uma tensão analógica de 2 V existente na entrada do voltímetro digital da Figura 14-12. O contador é reinicializado para 0000. O comparador então verifica as entradas A e B, de modo que A é maior (A2 V e B0 V). Assim, sur- Conexão com dispositivos analógicos Voltímetro digital elementar capítulo 14 www ENTRADAS 467 1,5 V A 10 V 10 k ENTRADAS 10 k 10 V 3–4 V 3,5 V A B1 B 0V V (a) 1,5 V A 10 V 10 k ENTRADAS 10 k 10 V 2V 3–4 V 0V V B A0 B (b) Sistemas Sequenciais Figura 14-10 Mapa de memória de um pequeno sistema microprocessado utilizando de duas memórias RAM 16×4. 468 ENTRADA ANALÓGICA 7V Conversor A/D SAÍDA DECIMAL Decodificador 0111 a, b, c (Ativos) Figura 14-11 Diagrama de blocos de um voltímetro digital elementar. 469 Vin B 10 k 10 k Comparador de tensão 0 Contar 1 Reiniciar 10 V 741 10 V 4V X 7408 5 V 1 capítulo 14 Conexão com dispositivos analógicos A A D C B A (7447) Tensão de realimentação (rampa) (7493) Entrada B B B CLK Entrada A C C D Decodificador D Contador RO(2) RO(1) Figura 14-12 Diagrama esquemático de um voltímetro digital elementar. ENTRADA ANALÓGICA A Clock Reiniciar 5 V 5 V a 150 18,7 k 37,5 k 75 k 150 k Conversor D/A f g e d c b a g f e d c b 10 V 741 Rf 10 V 47 k () Vout Deve-se mudar o valor da resistência para obter melhor precisão Anodo 5 V ge um nível 1 em sua saída, ativando a porta AND. O pulso do clock passa através da porta AND, de modo que o contador incrementa a contagem para 0001. Esse valor é aplicado no decodificador, que ativa as linhas b e c do display de sete segmentos. Logo, os respectivos segmentos são acesos e o valor decimal 1 é exibido no display. O valor 0001 também é aplicado no conversor D/A. Aproximadamente 3,2 V são aplicados na entrada do amp op através do resistor de 150 kΩ. O ganho de tensão do amp op é: Av Rf 47.000 0,31 Rin 150.000 Assim, tem-se um ganho de 0,31. Multiplicando o ganho de tensão pela tensão de entrada, tem-se: Vout Av Vin 0,31 3,2 1V Portanto, a tensão de saída do conversor D/A é 1 V, de modo que 1 V é realimentado no comparador. Agora, com 2 V aplicados na entrada, o comparador verifica as entradas A e B, de modo que A é maior. O comparador aplica um valor lógico 1 na porta AND, sendo que um segundo pulso de clock é entregue ao contador. A contagem avança para 0010, e este valor é decodificado e exibido como o número decimal 2 no display de sete segmentos. O valor 0010 também é aplicado no conversor D/A, que exibe 2 V em sua saída. Essa tensão é então realimentada na entrada B do comparador. O display agora exibe o número 2. Há uma tensão de 2 V na entrada A do comparador. O comparador Sistemas Sequenciais www 470 verifica as entradas A e B, sendo que B é ligeiramente maior. A saída X do comparador torna-se 0 e a porta AND é desabilitada. Os pulsos de clock não são aplicados no contador, sendo que esse dispositivo interrompe a contagem em 2. Assim, tem-se a tensão de 2 V aplicada na entrada analógica. O voltímetro digital da Figura 14-12 representa um circuito experimental, o qual é apresentado para demonstrar os princípios de funcionamento de um voltímetro digital. Assim, é possível verificar como CIs SSI e MSI podem ser utilizados na implementação de funções mais complexas. Esse circuito corresponde ao exemplo de um sistema eletrônico híbrido que emprega tanto dispositivos analógicos quanto digitais. Voltímetros digitais modernos e MDs utilizam CIs LSI. Esses conversores A/D específicos são produzidos por diversos fabricantes. Chips do tipo voltímetros digitais LSI utilizam todos os dispositivos ativos contidos em um único CI CMOS. Dentre os dispositivos, pode-se citar o conversor A/D, decodificadores de sete segmentos, drivers de display e um gerador de pulsos de clock. Os conversores A/D de 3½ dígitos ICL7106 e ICL7107 são dois exemplos desses dispositivos complexos, capazes de acionar displays com 3½ dígitos do tipo LCD (CI 7106) ou a LEDs (CI 7107). Esses CIs possuem um clock interno, referências de tensão, um conversor A/D, circuitos automáticos de reinicialização para zero, elevada impedância de entrada e drivers para o acionamento direto de displays de sete segmentos de 3½ dígitos. Teste seus conhecimentos Outros conversores A/D Na seção Exemplo de um conversor A/D, estudamos o conversor A/D do tipo contador de rampa. Diversos outros tipos de conversores A/D também são utilizados. Nesta seção, discutiremos dois outros tipos de conversores. Um conversor A/D de rampa digital é mostrado na Figura 14-13, que funciona de forma semelhante ao conversor A/D do tipo contador de rampa da Figura 14-8. O gerador de rampa à esquerda da Figura 14-13 é o único subsistema novo. Esse dispositivo gera uma forma de onda dente de serra, que é mostrada na Figura 14-14(a). SAÍDA BINÁRIA 8s D AND Vin 1s A CLK A Comparador de tensão Gerador de rampa 2s B Contador Clock ENTRADA ANALÓGICA 4s C X B Figura 14-13 Diagrama de blocos de um conversor A/D de rampa digital. Um problema do conversor A/D de rampa digital consiste no intervalo de tempo longo que é necessário para se medir tensões mais altas. Por exemplo, se a saída binária possuísse oito casas binárias, o contador poderia contar até 255. Para eliminar esse tempo de conversão demasiadamente longo, utiliza-se um tipo diferente de conversor A/D, denominado conversor A/D de aproximações sucessivas. O diagrama de blocos de um conversor A/D de aproximações sucessivas é representado na Figura 14-15. O dispositivo consiste em um comparador de tensão, conversor D/A e um novo bloco lógico, denominado seção lógica de aproximações sucessivas. Suponha que 7 V sejam aplicados na entrada analógica. O conversor A/D de aproximações sucessivas inicialmente tenta “adivinhar” a tensão de entrada analógica. Esse “palpite” é dado ajustando-se o bit mais significativo (MSB) em 1, como mostra o bloco 1 da Figura 14-16. Esse papel é desempenhado pelo bloco lógico de aproximações sucessivas. O resultado (1000) é realimentado no comparador através do conversor D/A. O comparador responde a per- Conexão com dispositivos analógicos A Figura 14-14(b) fornece outro exemplo, a tensão de entrada do conversor A/D de rampa digital é igual a 6 V neste caso. A tensão da rampa começa a crescer da esquerda para a direita. A saída do comparador possui nível lógico 1 porque a entrada A é maior que a tensão do gerador de rampa na entrada B. Assim, a contagem continua. No ponto Z da rampa de tensão, a tensão da rampa torna-se maior que Vin, de modo que a saída do comparador passa a assumir nível lógico 0 e desativa a porta AND. Os pulsos de clock deixam de ser aplicados ao contador, que interrompe a contagem em 0110, representando a tensão analógica de 6 V. capítulo 14 Suponha que 3 V sejam aplicados na entrada de tensão analógica do conversor A/D da Figura 1413, como ocorre na Figura 14-14(a). A tensão da rampa começa a crescer, mas ainda é menor que a entrada A do comparador, de modo que a saída deste último dispositivo apresenta nível lógico 1. Assim, a porta AND é ativada, de modo que três pulsos de clock passam pela porta na Figura 1414(a) antes da tensão da rampa se tornar maior que a tensão de entrada. No ponto Y da Figura 1414(a), a saída do comparador passa a possuir nível lógico 0 e a porta AND é desabilitada. A contagem é interrompida no valor binário 0011, significando que 3 V são aplicados na entrada. 471 7V Entrada analógica 3 V (Vin) Y 0V Tensão de rampa 1 0 Saída do comparador Pulsos de clock aplicados ao contador Leitura binária 0011 0011 (a) Entrada analógica 6 V (Vin) 7V Z 0V Tensão de rampa 1 0 Saída do comparador Pulsos de clock aplicados ao contador Leitura binária 0110 0110 (b) Figura 14-14 Formas de onda de um conversor A/D de rampa digital. (a) Com tensão aplicada de 3 V. (b) Com tensão aplicada de 6 V. 8s D Clock Vin Sistemas Sequenciais 4s C 2s B Lógica de aproximações sucessivas A ENTRADA ANALÓGICA 472 SAÍDA BINÁRIA Comparador X de tensão B A B Conversor C D/A D Figura 14-15 Diagrama de blocos de um conversor A/D de aproximações sucessivas. 1s A Iniciar 1 Igualar MSB a 1 2 O valor 1000 é alto ou baixo? Resultado 1000 Baixo Alto 3 4 Limpar a casa 8s. Iguala-se a casa 4s a 1 Resultado 0100 O valor 0100 é alto ou baixo? Baixo Alto 6 O valor 0110 é alto ou baixo? Alto Baixo Encontrar o resultado 0111 7 Iguala-se a casa 1s a 1 Conexão com dispositivos analógicos 5 Iguala-se a casa 2s a 1 Resultado 0110 Figura 14-16 Fluxograma da operação de um conversor A/D por aproximações sucessivas. capítulo 14 Parar 473 gunta mostrada no bloco 2 da Figura 14-16: o valor 1000 é alto ou baixo comparado à tensão de entrada? Nesse caso, a resposta é “alto”. O bloco lógico de aproximações sucessivas desempenha a tarefa do bloco 3. O valor posicional 8s é reinicializado para 0, enquanto o valor posicional 4s é ajustado em 1. O resultado (0100) é reenviado para o comparador através do conversor D/A. Agora, o comparador responde a pergunta do bloco 4: o valor 0100 é alta ou baixo comparado à tensão de entrada? A resposta é “baixo”. O valor posicional é ajustado em 1. O valor (0110) é reenviado para o comparador, que deve responder a pergunta do bloco 6: o valor 0110 é alta ou baixo comparado à tensão de entrada? A resposta é “baixo”. O bloco lógico de aproximações sucessivas desempenha a tarefa do bloco 7 e o vawww Os fabricantes produzem uma ampla variedade de conversores A/D. Uma publicação recente cita mais de 300 tipos de dispositivos de fabricantes distintos. Algumas das especificações mais comuns de um conversor A/D são dadas a seguir. Tipo de saída Sistemas Sequenciais Note na Figura 14-16 que as tarefas descritas são desempenhadas pelo bloco de aproximações sucessivas. As questões são respondidas pelo comparador. Além disso, note que as tarefas do bloco de aproximações sucessivas dependem da resposta dada na pergunta anterior em termos das palavras “baixo” e “alto” (de acordo com os blocos 3 e 5). A vantagem do conversor A/D de aproximações sucessivas requer poucas tentativas até adivinhar a resposta, de modo que o processo de digitalização torna-se mais rápido. Assim, esse dispositivo é amplamente empregado. Teste seus conhecimentos Especificações de conversores A/D 474 lor posicional 1s é ajustado em 1. O resultado final corresponde ao numero binário 0111, o que representa 7 V aplicados na entrada do conversor A/D. Geralmente, conversores A/D possuem saídas binárias ou decimais. Conversores A/D com saídas digitais são normalmente utilizados em voltímetros digitais, painéis de medidores digitais e MDs. Os dispositivos com saídas binárias são empregados em sistemas microprocessados. Este último tipo é denominado conversor A/D do tipo P. Resolução A resolução de um conversor A/D é dada como o número de bits existente na saída de um disposi- tivo do tipo binário. No caso dos conversores A/D com saída decimal, a resolução corresponde ao número de dígitos existente na leitura (como 3½ ou 4½). Conversores A/D típicos com saídas binárias possuem resoluções de 4, 6, 8, 10, 12, 14 e 16 bits. Os erros que ocorrem com a utilização de passos binários discretos na representação de sinais analógicos contínuos são denominados erros de quantização. Um conversor A/D de 16 bits possui resolução maior que um dispositivo de 4 bits porque a tensão de entrada ou de referência é dividida em passos discretos menores. Por exemplo, cada passo em um conversor A/D de 4 bits seria correspondente a um quinze avos da faixa de tensão de entrada 4 (2 115). Assim, isto corresponde a uma resolução de 6,7% (1/15×1006,7%). Um conversor A/D de 8 bits possui resolução melhor, isto é, 255 8 passos discretos (2 1255), correspondendo a 0,39% (1/255×1000,39%). A resolução de um dispositivo de 16 bits é 0,0015%. Exatidão A resolução de um conversor A/D pode ser considerada como o erro “digital” inerente aos passos discretos existentes na saída do CI. Outra fonte de erros em um conversor A/D pode existir em um componente analógico, como o comparador. A rede de resistores também pode ser uma fonte de erros. A precisão geral de um conversor A/D é denominada exatidão. As exatidões de CIs conversores A/D com saídas binárias típicos variam entre ±½ LSB até ±2 LSB. Os CIs com saídas decimais podem possuir exatidão variando entre 0,01% e 0,05%. Tempo de conversão O tempo de conversão também é um parâmetro importante do conversor A/D, pois representa o Outras especificações Quatro características adicionais comuns aos conversores A/D são a tensão de alimentação, os níveis lógicos de saída, a tensão de entrada e a máxima dissipação de potência. As tensões de alimentação são da ordem de 5 V. Entretanto, alguns conversores A/D possuem tensões que variam entre 5 e 15 V. Os níveis lógicos de saída podem ser TTL, CMOS ou de três estados. A faixa de tensão de entrada normalmente é de 5 V. A máxima dissipação de potência pode variar entre 15 e 3000 mW. Teste seus conhecimentos Um CI conversor A/D comercial será abordado nesta seção. A Figura 14-17(a) mostra o diagrama de pinos do CI conversor A/D de 8 bits ADC0804. A tabela da Figura 14-17(b) cita o nome e a descrição de cada pino do CI ADC0804. O conversor A/D ADC0804 foi projetado para operar como uma interface direta com os microprocessadores 8080, 8085 e Z80. O nome de alguns pinos do CI ADC0804 utiliza a nomenclatura popular de alguns microprocessadores. Por exemplo, o CI usa as marcações RD, WR e INTR que correspondem aos pinos RD, WR e INTR no microprocessador 8085. O CI ADC0804 também pode ser interfaceado com processadores de 8 bits mais antigos como 6800 e 6502. A entrada de controle CS do conversor A/D ADC0804 recebe o sinal (seleção do chip) do circuito de endereço-decodificação do microprocessador. O CI ADC0804 é um conversor A/D de aproximações sucessivas de 8 bits, possuindo saídas de três estados que permitem a conexão direta com barramentos de dados em sistemas microprocessados. O CI ADC0804 possui saídas binárias e tempo de conversão de apenas 100 μs. Suas entradas e saídas são compatíveis com ambos os níveis TTL e MOS. O componente possui um gerador de clock interno que requer dois elementos externos (resistor e capacitor). O CI ADC0804 é alimentado por uma tensão de 5 V e é capaz e codificar entradas analógicas variando ente 0 e 5 V. O CI conversor A/D ADC0804 pode ser testado utilizando-se o circuito da Figura 14-18, cuja função é codificar a diferença entre as tensões Vin() e Vin(–) comparada com a tensão de referência (5,12 V nes- Conexão com dispositivos analógicos Exemplo de um CI conversor A/D capítulo 14 www intervalo de tempo necessário para o CI converter a tensão de entrada analógica nos dados binários (ou decimais) exibidos nas saídas. Tempos de conversão típicos variam entre 0,05 e 100.000 μs nos CIs conversores A/D com saídas binárias. Os dispositivos com saídas decimais possuem tempos de conversão que variam entre 200 e 400 ms. 475 Encapsulamento DIP CS 1 20 VCC RD 2 19 CLK R WR 3 18 DB0 (LSB) CLK IN 4 17 DB1 INTR 5 Vin () 6 15 DB3 Vin () 7 14 DB4 A GND 8 13 DB5 Vref/2 9 12 DB6 ADC0804 D GND 10 16 DB2 11 DB7 (MSB) (Vista superior) (a) CI conversor A/D ADC0804 Sistemas Sequenciais Número do pino 476 Símbolo Entrada/Saída ou Alimentação Descrição 1 CS Entrada Conexão de seleção do CI para controle P 2 RD Entrada Conexão de leitura a partir do controle P 3 WR Entrada Conexão de gravação para o controle P 4 CLK IN Entrada Clock 5 INTR Saída A conexão de interrupção vai para a entrada de interrupção P 6 Vin () Entrada Entrada analógica (tensão positiva) 7 Vin () Entrada Entrada analógica (tensão negativa) 8 A GND Alimentação Terra analógico 9 Vref/2 Entrada 10 D GND Alimentação Referência de tensão alternada () 11 DB7 Saída Saída de dados MSB 12 DB6 Saída Saída de dados 13 DB5 Saída Saída de dados 14 DB4 Saída Saída de dados 15 DB3 Saída Saída de dados 16 DB2 Saída Saída de dados 17 DB1 Saída Saída de dados 18 DB0 Saída Saída de dados LSB 19 CLK R Entrada 20 VCC (ou ref) Alimentação Terra digital Conexão de um resistor externo para travamento Alimentação de 5 V e tensão de referência primária (b) Figura 14-17 CI conversor A/D ADC0804. (a) Diagrama de pinos. (b) Nomenclatura e funções dos pinos. 5,1 V (rensão de referência) SAÍDA BINÁRIA 128s 64s 32s 16s 8s 2s 1s 5 V ENTRADA ANALÓGICA Vin () VCC DB7 10 k DB6 DB5 Vin () WR CLK R Iniciar 4s DB4 Conversor A/D de 8 bits DB3 DB2 (ADC0804) DB1 R1 10 k DB0 INTR CLK IN C1 150 pF A GND D GND CS RD realimentado na entrada WR, iniciando assim outra conversão. O circuito da Figura 14-18 realiza de 5.000 a 10.000 conversões por segundo. A taxa de conversão do CI ADC0804 é alta porque a técnica das aproximações sucessivas é utilizada. A “chave de partida” na Figura 14-18 é inicialmente fechada e depois aberta para iniciar a operação independente do conversor A/D. Isso ocorre porque a entrada analógica e convertida na saída digital continuamente. A chave de partida deve permanecer aberta após o início da operação do conversor A/D. A entrada WR pode ser considerada uma entrada de clock, de modo que a saída de interrupção (INTR) aplica um pulso na entrada supracitada ao término de cada processo de conversão A/D. Uma transição de nível BAIXO para ALTO no sinal da entrada WR inicia a conversão A/D. Quando a conversão se encerra, o valor binário é atualizado e a saída INTR emite um pulso negativo, que por sua vez é O resistor (R1) e o capacitor (C1) conectados às entradas CLK R e CLK IN do CI ADC0804 na Figura 1418 permitem a operação do clock interno. As saídas de dados (DB7-DB0) acionam os displays binários a LEDs. As saídas de dados correspondem a saídas ativas-ALTAS de três estados. www Teste seus conhecimentos Qual é a saída binária na Figura 14-18 se a tensão de entrada analógica é 1,0 V? Lembre-se que cada 0,02 V corresponde a uma única contagem binária. Dividindo 1,0 V por 0,02 V, obtém-se o número decimal 50, que por sua vez corresponde ao valor binário 001100102. Assim, os indicadores de saída indicarão o numero binário 00110010 (LLHHLLHL). capítulo 14 te caso) na forma de um valor binário. A resolução do CI ADC0804 é igual a 8 bits ou 0,39 %. Isso quer dizer que a contagem binária aumenta em 1 a cada aumento de 0,02 V (5,1 V0,39%0,02 V) nas entradas analógicas. Conexão com dispositivos analógicos Figura 14-18 Diagrama esquemático de um circuito de teste usando o CI conversor A/D CMOS ADC0804. 477 Medidor de intensidade luminosa digital O conversor A/D é um dispositivo eletrônico que é utilizado para codificar tensões analógicas na forma digital. Essas tensões analógicas geralmente são geradas por transdutores. Por exemplo, a intensidade luminosa pode ser convertida em uma resistência variável utilizando-se uma fotocélula. O diagrama esquemático de um medidor de intensidade luminosa digital é mostrado na Figura 14-19. O CI ADC0804 é utilizado como um conversor A/D independente de forma semelhante à última seção. A chave do tipo botão de pressão é pressionada uma única vez para partir o conversor A/D. A tensão de entrada analógica é medida através do resistor R2. A fotocélula (R3) corresponde ao sensor luminoso ou transdutor nesse circuito. À medida que a intensi- dade luminosa aumenta, a resistência da fotocélula (R3) diminui. Essa redução da resistência R3 provoca o acréscimo da corrente através das resistências R2 e R3. Por sua vez, a corrente através de R2 gera o acréscimo proporcional da tensão em R2, que corresponde à tensão de entrada analógica do conversor A/D. O aumento da tensão de entrada analógica gera o aumento do valor existente nas saídas binárias. A fotocélula de sulfeto de cádmio utilizada na Figura 14-19 é um resistor variável. À medida que a intensidade luminosa incidente na fotocélula aumenta, sua resistência diminui. A fotocélula da Figura 14-19 pode possuir resistência máxima de 500 kΩ e mínima de 100 Ω. A fotocélula de sulfeto de cádmio é mais sensível à seção do espectro luminoso que entre verde e amarelo. A fotocélula também é chamada de fotorresistor, fotocélula CDs ou célula fotoresistiva. ENTRADAS 5,1 V (tensão de referência) R3 Fotocélula SAÍDA BINÁRIA 128s 64s 32s 16s 8s 4s 2s 5 V R2 470 VCC Vin () DB7 DB6 DB5 Vin () WR CLK R Sistemas Sequenciais Aperte para iniciar 478 Conversor A/D de 8 bits DB3 DB2 (ADC0804) R1 10 k DB1 DB0 INTR CLK IN C1 150 pF DB4 A GND D GND CS RD Figura 14-19 Diagrama esquemático de um medidor de intensidade luminosa digital utilizando saídas binárias. 1s Outras fotocélulas podem ser utilizadas na Figura 14-19. Se a fotocélula substituta possuir especificações de resistência distintas, pode-se alterar o valor do resistor R2 no circuito para ajustar a saída binária da forma desejada. Um segundo circuito medidor de intensidade luminosa é representado na Figura 14-20. Esse dispositivo indica o brilho relativo da luz que incide na fotocélula utilizando números decimais (de 0 a 9). Esse novo circuito é semelhante ao da Figura 14-19. O clock consiste em um CI temporizador 555, dois resistores e um capacitor utilizados na forma de um multivibrador astável, gerando uma saída TTL com frequência de aproximadamente 1 Hz. Isso significa que a tensão de entrada analógica só é convertida na forma digital uma vez por segundo. A taxa de conversão baixa evita que a leitura do display de sete segmentos a LEDs alterne entre dois valores. De forma semelhante ao circuito anterior (Figura 14-19), a saída do novo medidor de intensidade luminosa pode ser ajustada para que 0 represente um nível luminoso baixo e 9 seja um nível luminoso intenso, sendo esses valores exibidos no display. O valor de R2 pode ser alterado para ajustar a saída conforme a necessidade. Se um resistor de valor reduzido substituir R2, a saída decimal corresponderá a um valor inferior para uma mesma intensidade luminosa. Entretanto, o valor exibido no display será maior caso o resistor R2 também seja. Teste seus conhecimentos O conversor A/D pode ser utilizado para converter uma temperatura analógica em um valor digital. Um termômetro digital é um exemplo de utilização de um conversor A/D na digitalização de temperatura. Outros dispositivos além do conversor A/D também podem ser empregados para essa finalidade. De forma geral, digitalizar consiste em converter uma medição analógica em unidades ou pulsos digitais. O conversor A/D é um exemplo de digitalizador. Nesta seção, o digitalizador será representado por um inversor Schmitt trigger elementar. Um circuito de digitalização de temperatura simples é mostrado na Figura 14-21. O dispositivo digitalizador é representado por um inversor Schmitt trigger simples (CI 74LS14). Um termistor corresponde ao transdutor de temperatura, sendo este um resistor sensível à temperatura. À medida que a temperatura aumenta, a resistência do termistor diminui. Esses dispositivos possuem coeficientes de temperatura negativos, enquanto a maioria dos metais (como o cobre) possui coeficiente de temperatura positivo. Lembre-se que o limite de chaveamento de um inversor Schmitt trigger 74LS14 é de aproximadamente 1,7 V quando a tensão cresce. Devido à histerese, o limite de chaveamento desse dispositivo quando a tensão diminui é aproximadamente 1,0 V. À medida que a temperatura do termistor da Figura 14-21 aumenta, a resistência desse elemento diminui. Assim, a tensão na entrada do inversor Schmitt trigger aumenta (observe o voltímetro). Quando a temperatura aumenta, a tensão na entrada do inversor se tornará maior que aproximadamente 1,7 V e a saída do inversor mudará do nível ALTO para BAIXO instantaneamente, como pode ser constatado por meio da ponteira lógica. Além disso, à medida que a temperatura do termistor da Figura 14-21 diminui, a resistência desse Conexão com dispositivos analógicos Digitalização da temperatura capítulo 14 www O CI 7447A decodifica 4 bits MSB (DB7, DB6, DB5, DB4) da saída do conversor A/D ADC0804. O CI 7447A também aciona os segmentos do display a LEDs. Os sete resistores de 150 Ω inseridos entre o CI 7447A e o display de sete segmentos a LEDs limitam a corrente em um segmento ativo em um nível seguro. 479 480 2 6 7 4 1 (555) Clock 8 3 470 R2 1 Hz 150 pF 10 k Fotocélula R3 C1 R1 5,1 V (tensão de referência) A GND CLK IN CLK R WR Vin () Vin () D D GND CS (ADC0804) Conversor A/D de 8 bits A DB4 RD B C DB5 DB6 GND (7447A) Decodificador VCC VCC DB7 5 V 5 V Figura 14-20 Diagrama esquemático de um medidor de intensidade luminosa utilizando display decimal. 1 F 470 k 1 k 5 V ENTRADAS Sistemas Sequenciais a g f e d c b g f e d c b 150 a g f e d c b a LED SAÍDA Anodo 5 V 5 V T R2 74LS14 IX O R1 V Pon TT L BA 10 k AL TO Termistor (10 k a 25 °C) teir GND 5 V a ló OS gic a CM Preto Verme lho Figura 14-21 Utilização de um termistor para medir a temperatura e um inversor Schmitt trigger para digitalizar a entrada analógica. Um termistor semelhante ao utilizado na Figura 14-21 pode ser implementado a partir da sinterização de óxidos metálicos em formas diversas. Um termistor pode assumir a forma de uma gota, conectando-se terminais em suas extremidades. Os óxidos normalmente empregados na fabricação de termistores incluem metais como titânio, ferro, cobre, cobalto e níquel. Um termistor comum que pode ser empregado em laboratório pode possuir resistência de 10 kΩ a uma temperatura de 25°C. Este mesmo dispositivo possui resistências de 28 kΩ a 0°C e 1 kΩ a 100°C. As vantagens do termistor residem na simplicidade, custo reduzido e interfaceamento simples. Porém, esses dispositivos possuem a desvantagem da curva característica temperatura versus resistência não linear. Essa característica de não linearidade inviabiliza a aplicação de termistores como sensores térmicos em termômetros. Conexão com dispositivos analógicos No exemplo da Figura 14-21, diz-se que a temperatura foi digitalizada. Nesse exemplo, a digitalização assume a forma de um nível ALTO ou BAIXO, e isso se assemelha à atuação de um termostato. Os pinos E/S de um microcontrolador (como o módulo BASIC Stamp) podem digitalizar dados analógicos de forma semelhante ao circuito da Figura 14-21 quando as portas supracitadas são configuradas como entradas. Após a constatação de um nível ALTO ou BAIXO na entrada, o microcontrolador pode ser programado de modo a responder à temperatura alta ou baixa. capítulo 14 elemento aumenta. Assim, a tensão na entrada do inversor Schmitt trigger diminui (observe o voltímetro). Quando a temperatura diminui, a tensão na entrada do inversor se tornará menor que aproximadamente 1,0 V e a saída do inversor mudará do nível BAIXO para ALTO instantaneamente, como pode ser constatado por meio da ponteira lógica. O potenciômetro mostrado na Figura 14-21 permite que o usuário ajuste o valor de temperatura no qual o circuito digitalizador muda para o nível ALTO ou BAIXO. Em outras palavras, o potenciômetro R1 é utilizado na calibração. 481 Muitos sensores térmicos lineares de custo mais alto existem na forma de CIs e podem ser empregados como sensores em termômetros. Pode-se citar os sensores de temperatura de três terminais LM34 e LM35 fabricados por National Semiconductor, bem como o CI de precisão transdutor de temperatura com dois terminais AD592 fabricado por Analog Devices. CIs mais complexos como o termômetro digital DS1620 Sistemas Sequenciais www 482 Teste seus conhecimentos com encapsulamento DIP de oito pinos e o CI termostato possuem funções adicionais como medição de temperatura, conversão da temperatura em uma palavra de 9 bits, interface serial com três fios e controles termostáticos programáveis. O CI DS1620 fabricado por Dallas Semiconductor é especialmente útil quando é empregado em conjunto com um microcontrolador (como o módulo BASIC Stamp). RESUMO E REVISÃO DO CAPÍTULO 2. 3. 4. 5. 6. 7. www Codificadores e decodificadores de interface especiais são utilizados entre dispositivos analógicos e digitais denominados conversores D/A e A/D. Um conversor D/A consiste em uma rede de resistores e um amplificador somador. Amplificadores operacionais são utilizados em conversores D/A e comparadores. O ganho pode ser facilmente ajustado através de resistores externos conectados ao amp op. Diversas redes de resistores distintas são empregadas para obter os diversos pesos na entrada binária de um conversor D/A. Existem conversores A/D comuns dos tipos contador de rampa, rampa digital e aproximações sucessivas. Um comparador de tensão compara duas tensões entre si, determinando qual é a maior. Um amplificador operacional consiste no coração do comparador. Especificações comuns de conversores A/D incluem parâmetros como tipo de saída, resolução, exatidão, tempo de conversão, tensão 8. 9. 10. 11. 12. de alimentação, níveis lógicos de saída, tensão de entrada e dissipação de potência. O CI ADC0804 é um conversor A/D CMOS de 8 bits. O dispositivo apresenta características como tempo de conversão reduzido, compatibilidade com microprocessadores, saídas de três estados, entradas e saídas com níveis lógicos TTL e clock interno. Uma fotocélula pode ser empregada como transdutor para acionar o conversor A/D em um circuito medidor de intensidade luminosa. Um termistor (resistor com coeficiente de temperatura negativo) pode ser utilizado como transdutor de temperatura. O termistor possui uma característica de temperatura versus resistência não linear. Um dispositivo Schmitt trigger pode ser utilizado como um elemento digitalizador elementar. Um conversor A/D representa o coração de um voltímetro digital. A maioria dos voltímetros digitais e MDs comerciais utilizam CIs LSI complexos como os conversores A/D do tipo medidor. Questões de revisão do capítulo Questões de pensamento crítico 14-1 Calcule o ganho do circuito com amp op da Figura 14-4 considerando Rin1 kΩ e Rf5 kΩ. Utilizando o valor do ganho obtido, qual a tensão de saída se Vin0,5 V? 14-2 Observe a Figura 14-5 e responda: a. Qual é a resistência equivalente da associação em paralelo dos resistores R2 e R3 se ambas as chave B e C se encontram na posição lógica 1? b. Utilizando o valor da resistência equivalente, qual é o ganho (Av) do amp op R3 se ambas as chave B e C se encontram na posição lógica 1? c. Qual é a tensão de saída quando o valor binário 0110 é aplicado nas entradas do conversor D/A? Utilize o valor calculado para Av. 14-3 Compare as Tabelas 14-1 e 14-2. Explique as diferenças entre os dados das duas tabelas. 14-4 Cite as quatro seções que constituem um circuito conversor A/D contador de rampa. capítulo 14 1. Conexão com dispositivos analógicos Resumo 483 14-5 Cite as quatro seções que constituem um circuito conversor A/D de rampa digital. 14-6 Compare as redes de resistores dos conversores D/A nas figuras 14-5 e 14-6. Por que é mais fácil expandir a rede de resistores em escada R-2R de quatro para 8 bits? 14-7 Observe a Figura 14-8. Qual seria a resolução desse conversor A/D? 14-8 Um voltímetro digital consiste em uma aplicação de qual conversor? 14-9 A critério de seu instrutor, utilize um aplicativo computacional próprio para (1) desenhar o conversor D/A de 4 bits utilizando a rede de resistores em escada e o amp op mostrados na Figura 14-22, (2) operar o circuito conversor ENTRADA BINÁRIA 1s [A] 3,2 V 2s [B] D/A de 4 bits e (3) apresentar os resultados obtidos para seu instrutor. 14-10 A critério de seu instrutor, utilize um aplicativo computacional próprio para (1) desenhar o conversor D/A de 5 bits utilizando a rede de resistores em escada e o amp op de forma semelhante ao arranjo da Figura 14-22, (2) operar o circuito conversor D/A de 5 bits e (3) apresentar os resultados obtidos para seu instrutor. 14-11 A critério de seu instrutor, utilize um aplicativo computacional próprio para (1) desenhar o conversor A/D de 8 bits genérico (com saídas binárias) mostrado na Figura 14-23, (2) operar o circuito conversor A/D de 8 bits e (3) apresentar os resultados obtidos para seu instrutor. 20 k 20 k 10 k Rf 10 k 20 k LM741 4s [C] 20 k 10 k 1,20 8s [D] V SAÍDA ANALÓGICA 10 k 20 k Figura 14-22 Circuito de um conversor D/A utilizando rede de resistores R-2R e amplificador operacional (amplificador de escala) simulado no Electronics Workbench®. Sistemas Sequenciais www 484 Respostas dos testes VDD 5 V Entrada analógica Saída binária R1 2 128s 64s 32s 16s 8s 4s 2s 1s 10 k_LIN 100% TeclaV A1 D0 Vin 5.000 D1 v DC D2 D3 D4 VDD GND Vref D5 Vref D6 SOC D7 OE EOC TeclaBarra de Espaço ADC Iniciar conversão GND 74HC04N Entrada SOC: Um pulso inicia uma nova conversão A/D Entrada OEALTAHabilita as saídas de três estados Vin: A tecla V aumenta a tensão de entrada ou as teclas Shift-V combinadas diminuem a tensão de entrada capítulo 14 Conexão com dispositivos analógicos Figura 14-23 Circuito conversor A/D com saída binária de 8 bits (elaborado no MultiSIM 8). 485 Página propositalmente deixada em branco apêndice A Solda e processo de soldagem De uma simples tarefa a uma fina arte A soldagem é o processo de junção de dois metais através do uso de uma liga metálica utilizada na fusão em baixa temperatura. A soldagem é um dos processos de junção mais antigos conhecidos pelo homem, inicialmente desenvolvidos pelos egípcios para a fabricação de armas como lanças e espadas. Desde então, a prática evoluiu até se tornar o processo atualmente conhecido e utilizado na fabricação de dispositivos eletrônicos. A soldagem não é mais a tarefa simples de antes; hoje, consiste em uma fina arte que requer cuidado, experiência e amplo conhecimento sobre os fundamentos envolvidos. O conceito chave presente neste apêndice é a soldagem com alta confiabilidade. Grande parte de nossa tecnologia depende de incontáveis junções de solda individuais que existem nos equipamentos. A soldagem com alta confiabilidade foi desenvolvida em resposta às falhas iniciais que ocorrem nos equipamentos espaciais. Desde então, o conceito passou a ser muito aplicado, a exemplo de equipamentos médicos e militares. Atualmente, está presente nos diversos produtos eletrônicos utilizados no dia a dia. A vantagem da solda O material incluído neste apêndice foi elaborado para fornecer ao estudante os conhecimentos fundamentais e habilidades básicas necessárias para realizar a soldagem com alta confiabilidade, de forma semelhante ao que ocorre nos produtos eletrônicos modernos. A soldagem é o processo de junção de duas peças metálicas para formar um caminho elétrico confiável. Inicialmente, por que se deve soldá-los? Os dois pedaços de metal podem ser unidos com porcas e parafusos ou outro tipo de peça mecânica. Esse método apresenta duas desvantagens. Primeiro, a confiabilidade da conexão não pode ser garantida devido a eventuais vibrações e choques mecânicos. Segundo, como a oxidação e a corrosão ocorrem continuamente em peças metálicas, a condutividade elétrica entre as duas superfícies é progressivamente reduzida. Os tópicos abordados incluem o processo de soldagem, a seleção adequada e utilização de uma estação de solda. Uma conexão soldada não apresenta esses inconvenientes. Não há movimentação na junta e não há interfaces metálicas que podem oxidar. Um cami- A importância do elevado padrão de qualidade na manufatura não pode ser desprezada. Junções de solda defeituosas têm sido a causa de diversos problemas em equipamentos e, portanto, a soldagem é um processo crítico. nho condutor contínuo é formado em virtude das próprias características da solda. A natureza da solda A solda utilizada em eletrônica consiste em uma liga metálica com baixa temperatura de fusão constituída por diversos metais em várias proporções. Os tipos mais comuns de solda consistem em uma mistura de estanho e chumbo. Quando as proporções são idênticas, a solda é denominada 50/50 – 50% de estanho e 50% de chumbo. De forma semelhante, a solda 60/40 consiste em 60% de estanho e 40% de chumbo. As porcentagens normalmente são identificadas nos diversos tipos de solda, embora às vezes apenas a porcentagem de estanho seja apresentada. O símbolo químico do estanho é Sn; assim, o símbolo Sn 63 indica que a solda contém 63% de estanho. O chumbo puro (Pb) possui um ponto de fusão de 327 °C (621 °F); o estanho puro apresenta um ponto de fusão de 232 °C (450 °F). Quando esses metais são combinados na proporção 60/40, o ponto de fusão é reduzido para 190 °C (374 °F) – menos que ambos os pontos de fusão dos metais individuais. A fusão em geral não ocorre totalmente de uma vez. De acordo com a Figura A-1, a solda começa a derreter a 183 °C (361 °F), mas o processo só se torna completo a 190 °C (374 °F). Entre esses valores de temperatura, a solda encontra-se no estado plástico (semilíquido), indicando que apenas parte do material foi derretida. A faixa plástica da solda variará de acordo com a proporção de estanho e chumbo, como mostra a Figura A-2. Diversas proporções de estanho e chumbo são mostradas ao longo da parte superior da figura. Existe uma proporção de mistura desses metais para a qual não há estado plástico, conhecido como solda eutética. Essa proporção equivale a 63/37 (Sn 63), e o material se derrete e se solidifica completamente a 183 °C (361 °F). O tipo de solda mais utilizado na soldagem manual em eletrônica é do tipo 60/40 porque, durante o estado plástico, deve-se tomar cuidado para não movimentar os elementos da junção durante o período de resfriamento, pois isso pode provocar a soldagem incorreta de um determinado componente. Normalmente, esse tipo de solda possui aspecto irregular e opaco em vez de brilhante. Assim, tem-se uma soldagem não confiável, que não é característica de processos com alta confiabilidade. Algumas vezes, é difícil manter a junção estável durante o resfriamento como, por exemplo, quando a soldagem é utilizada nas placas de circuito impresso em esteiras em movimento existentes nas linhas de montagem. Em outros casos, pode ser necessário empregar aquecimento mínimo para evitar a danificação de componentes sensíveis ao calor. Em ambas as situações, a solda eutética torna-se a melhor escolha, pois a solda muda do estado líquido para sólido sem se tornar plástica no resfriamento. Porcentagem de estanho/chumbo 10 T 60/40 100 I N 90 80 10 20 A2 190⬚C 374⬚F Líquido Plástico Figura A-1 Faixa plástica da solda 60/40. A fusão se inicia em 183 °C (361 °F) e se torna completa em 190 °C (374 °F). 550⬚F (288⬚C) 500⬚F (260⬚C) 450⬚F (232⬚C) 400⬚F (204⬚C) 350⬚F (177⬚C) 80 50 70 40 60 30 37 Composição eutética 183⬚C 361⬚F Sólido Temperatura Sistemas Sequenciais 600⬚F (316⬚C) 20 50 30 60 40 70 63 L E A 100 90 D 621⬚F (327⬚C) Líquido Plástico Plástico 361⬚F (183⬚C) Sólido Figura A-2 Características de fusão de soldas de estanho-chumbo. Solda A ação de molhagem A molhagem adequada ocorre apenas se a superfície do cobre encontra-se livre de contaminações e películas de óxidos que se formam quando o metal é exposto ao ar. Além disso, as superfícies da solda e do cobre precisam alcançar uma temperatura adequada. Mesmo que a superfície esteja aparentemente limpa antes da soldagem, pode ainda haver uma fina camada de óxido sobre a mesma. Quando a solda é aplicada, a substância age como uma gota d’água sobre uma superfície do óleo porque a camada de óxido evita que a solda entre em contato com o cobre. Assim, não ocorre a reação química e a solda pode ser facilmente removida da superfície. Para uma boa aderência da solda, as camadas de óxido devem ser removidas antes do início do processo. O papel do fluxo Conexões de solda confiáveis podem ser obtidas apenas em superfícies limpas. Processos de limpeza adequados são essenciais para obter sucesso na soldagem, embora isso por si só seja insuficiente em alguns casos. Isso ocorre porque os óxidos são formados muito rapidamente nas superfícies dos metais aquecidos, o que impede a soldagem adequada. Para resolver esse problema, deve-se utilizar materiais denominados fluxos, constituídos de rosinas naturais ou sintéticas e às vezes contêm aditivos chamados de ativadores. A função do fluxo é remover óxidos na superfície, mantendo-a limpa durante a soldagem. Isso ocorre porque a ação do fluxo é muito corrosiva em valores de temperatura próximos ou iguais ao ponto de fusão. Além disso, a substância atua rapidamente na remoção dos óxidos, prevenindo sua formação posterior e permitindo que a solda forme a camada intermediária desejada. O fluxo deve ser utilizado em uma temperatura inferior à da solda para que desempenhe seu papel antes que o processo de soldagem efetivamente seja iniciado. A substância é muito volátil e, portanto, é necessário que seja aplicada na superfície de trabalho, e não apenas na ponta do ferro de solda aquecido. Assim, obtém-se a remoção dos óxidos e o processo de solda torna-se eficiente. Há vários tipos de fluxos disponíveis para aplicações diversas. Por exemplo, fluxos ácidos são empregados na soldagem de chapas metálicas. Na brasagem de prata (que utiliza temperaturas de fusão muito superiores àquelas existentes nas ligas de estanho), uma pasta bórax é utilizada. Cada um desses tipos de fluxo remove óxidos e, em diversos casos, apresenta outras finalidades. Os fluxos empregados na soldagem manual em eletrônica são rosinas puras, rosina misturada com ativadores suaves que aceleram a capacidade de fluxo da rosina, fluxos com baixo resíduo/impuros e fluxos solúveis em água. Fluxos ácidos ou fluxos altamente ativados nunca devem ser utilizados em eletrônica. Vários tipos de solda com núcleo são normalmente empregados, de modo que é possível controlar a quantidade de fluxo utilizado na junção (Figura A-4). Solda e processo de soldagem Uma reação química ocorre quando a solda quente entra em contato com a superfície de cobre. A solda se dissolve e penetra na superfície. As moléculas da solda e do cobre se unem para formar uma nova liga metálica, parcialmente constituída de cobre e solda e com características próprias. Essa reação é denominada molhagem e forma uma camada metálica intermediária entre a solda e o cobre (Figura A-3). Cobre Figura A-3 Ação da molhagem. A solda fundida é dissolvida e penetra na superfície de cobre limpa, formando uma camada intermediária. apêndice A Para uma pessoa que observa um processo de soldagem à primeira vista, aparentemente a solda une os metais como uma cola quente, mas o que acontece é bem diferente. A3 O primeiro fator que deve ser considerado é a massa térmica relativa da área que será soldada. Essa massa pode variar muito. Figura A-4 Tipos de solda com núcleo com porcentagens variáveis de solda/fluxo. Ferros de solda Em qualquer tipo de soldagem, o primeiro requisito necessário além da própria solda é o calor. O calor pode ser utilizado em várias formas: por condução (por exemplo, através de ferros de solda, ondas térmicas, na fase de vapor), convecção (ar quente) ou irradiação (IR). Vamos abordar apenas o método por condução por meio da utilização de um ferro de solda. Existem estações de solda com diversos tamanhos e formas, mas esses dispositivos são basicamente constituídos por três elementos: uma resistência de aquecimento; um bloco aquecedor, que age como um reservatório de calor; e uma ponta ou bico que transfere calor para a realização da tarefa. A estação de produção padrão consiste em um sistema com operação em malha fechada com temperatura variável, em que as pontas podem ser trocadas, sendo fabricado a partir de plásticos à prova de descarga eletrostática. Sistemas Sequenciais Controle do aquecimento da junção A4 O controle da temperatura da ponta não é o verdadeiro desafio na soldagem, mas sim controlar o ciclo de aquecimento do trabalho – o que envolve a velocidade do aquecimento, a temperatura e o tempo que permanece aquecido. Esse ciclo é afetado de várias formas, de modo que a temperatura da ponta do ferro de solda não é um fator crítico. Considere uma placa de circuito impresso com face única ou simples. Existe uma quantidade relativamente pequena de massa, de modo que a superfície se aquece rapidamente. Em uma placa de face dupla com furos metalizados, a massa então se torna o dobro. Placas com múltiplas camadas possuem uma massa ainda maior, ainda sem considerar a massa dos terminais dos componentes. A massa dos terminais pode variar bastante, pois alguns pinos são mais longos que outros. Além disso, pode haver componentes montados sobre a placa. Novamente, a massa térmica torna-se maior, a qual tende a aumentar com a inclusão de fios de conexão. Portanto, cada conexão possui uma massa térmica. A comparação dessa massa combinada com a massa da ponta do ferro de solda é denominada massa térmica relativa, determinando o tempo de duração e o acréscimo de temperatura do trabalho. Como uma pequena massa de trabalho e um ferro com ponta pequena, o aumento da temperatura é lento. Quando o oposto ocorre, isto é, um ferro de solda com ponta grande é utilizado em uma pequena massa de trabalho, a temperatura aumentará rapidamente, ainda que a temperatura da ponta do ferro de solda seja a mesma. Agora, considere a capacidade do ferro de solda em manter um determinado fluxo de calor. Essencialmente, esses dispositivos são instrumentos utilizados na geração e armazenamento de calor, sendo que o reservatório é constituído do bloco aquecedor e da ponta. Existem pontas com tamanhos e formatos variados e este é o caminho de circulação do fluxo térmico. Para pequenos trabalhos, uma ponta cônica é empregada, de modo que uma quantidade pequena de calor é transferida. Para trabalhos maiores, pontas grandes semelhantes a formões grandes são empregadas, de modo que o fluxo de calor é maior. Se uma grande quantidade de calor é necessária para uma determinada conexão, a temperatura correta é obtida com uma ponta de tamanho adequado. Assim, um ferro de solda com maior capacidade e taxa de recuperação deve ser empregado. Portanto, a massa térmica relativa é um parâmetro importante que deve ser considerado no controle do ciclo térmico de trabalho. Um segundo fator importante é a condição da superfície da área que será soldada. Se existe a presença de óxidos ou outros elementos contaminantes cobrindo a superfície ou os terminais, haverá uma barreira para o fluxo de calor. Então, mesmo que o ferro de solda possua tamanho e temperatura adequados, não será fornecida uma quantidade de calor suficiente para derreter a solda. Em soldagem, uma regra básica consiste no fato de que não é possível realizar uma boa conexão de solda em uma superfície suja. Antes do processo de soldagem, deve-se utilizar um solvente para limpar a superfície e remover a eventual camada de gordura ou sujeira. Em alguns casos, deve-se aplicar uma fina camada de solda nos terminais dos componentes antes do processo de soldagem propriamente dito para remover a oxidação intensa. Um terceiro fato que deve ser considerado é a conexão térmica, isto é, a área de contato entre o ferro de solda e a superfície de trabalho. A Figura A-5 mostra a vista da seção transversal da ponta de um ferro de solda tocando um terminal Ponta Área de junção pequena “Ponte” de solda Área de junção grande Figura A-5 Visão da seção transversal (à esquerda) da ponta do ferro de solda encostada em um terminal redondo. O sinal “X” mostra o ponto de contato. O uso de uma ponte de solda (à direita) aumenta a área de junção e a velocidade de transferência do calor. arredondado. O contato ocorre apenas no ponto indicado pelo símbolo “X”, de forma que a área de conexão é muito pequena, como se houvesse uma reta tangente interceptando o terminal em um único ponto. A área de contato pode ser significativamente ampliada aplicando-se uma pequena quantidade de solda na ponta do contato entre a ponta e a área de trabalho. Essa ponte de solda cria um contato térmico e garante uma rápida transferência de calor. Diante dos fatos supracitados, é evidente que há muitos fatores que tornam a transferência de calor mais rápida em uma dada conexão além da temperatura do ferro de solda. Na verdade, a soldagem é um problema de controle muito complexo, o qual envolve muitas variáveis que possuem influências entre si. Além disso, deve-se considerar que o tempo é uma variável crítica. A regra geral da soldagem com alta confiabilidade consiste no fato de que não se deve transferir calor por mais de 2 segundos após o início do derretimento da solda (molhagem). Se essa regra for descumprida, isso pode causar a danificação do componente ou da placa. Considerando todos esses aspectos, aparentemente a soldagem é um processo muito complexo para ser controlado em um intervalo de tempo tão curto, mas há uma solução simples – o fator indicador de reação da peça. Este fator é definido como a reação da peça às ações do trabalho desenvolvido, que são percebidas pelos sentidos humanos como visão, tato, olfato, audição e paladar. Solda e processo de soldagem A capacidade de um ferro de solda pode ser aumentada utilizando um elemento aquecedor maior, aumentando desta forma a potência elétrica do dispositivo. O tamanho do bloco e a potência definem a taxa de recuperação de um ferro de solda. Terminal apêndice A O reservatório térmico é preenchido pelo elemento aquecedor, mas quando um ferro de solda para grandes trabalhos é utilizado, o reservatório deve ser capaz de fornecer calor a uma taxa mais rápida do que é gerado. Assim, o tamanho do reservatório é importante, ou seja, um bloco aquecedor maior pode manter um fluxo maior que um reservatório menor. A5 De maneira simples, os fatores indicadores se traduzem na forma como o trabalho responde a suas ações envolvendo causa e efeito. Em qualquer tipo de trabalho, suas ações fazem parte de um sistema em malha fechada, cuja operação se inicia quando alguma ação é executada na peça. Assim, a peça reage aos estímulos e uma reação é percebida, de modo que se deve modificar a ação inicial até que se obtenha o efeito desejado. Os fatores indicadores da peça surgem a partir de mudanças percebidas pelos sentidos da visão, tato, olfato, audição e paladar (Figura A-6). Para a soldagem e desoldagem, um indicador primário consiste na determinação da taxa do fluxo térmico – observando-se a velocidade do fluxo de calor que circula na conexão. Na prática, isso representa a taxa de derretimento da solda, que deve ser igual a 1 ou 2 s. O indicador inclui todas as variáveis envolvidas na obtenção de uma conexão de solda satisfatória com efeitos térmicos mínimos, incluindo a capacidade do ferro de solda e a temperatura de sua ponta, as condições da superfície, a conexão térmica entre a ponta e a peça e as massas térmicas relativas existentes. Se a ponta do ferro de solda é muito grande, a taxa de aquecimento pode ser muito elevada para ser controlada. Se a ponta é muito pequena, pode ser produzido um tipo de solda que se assemelha a um “mingau”; a taxa de aquecimento será muito pequena, ainda que a temperatura da ponta seja a mesma. Uma regra geral que permite evitar o sobreaquecimento consiste em uma ação de trabalho rápida. Isto é, deve-se usar um ferro de solda aquecido que Sistemas Sequenciais Ação inicial A6 Ação modificada Reação da peça soldada seja capaz de derreter a solda em 1 ou 2 s para uma determinada conexão de solda. Seleção do ferro de solda e da ponta Uma boa estação de solda para trabalhos relacionados à eletrônica deve possuir temperatura variável e ferro de solda do tipo lápis constituído por plástico à prova de descarga eletrostática, cujas pontas podem ser trocadas mesmo que o ferro esteja aquecido (Figura A-7). A ponta do ferro de solda deve ser completamente inserida no elemento aquecedor e devidamente fixada. Assim, tem-se a máxima transferência de calor do aquecedor para a ponta. A ponta deve ser removida diariamente para evitar a oxidação resultante do contato entre o elemento aquecedor e a ponta. Uma superfície brilhante com uma leve camada de estanho pode ser mantida na superfície de trabalho da ponta para garantir a transferência de calor adequada e evitar a contaminação da conexão de solda. A ponta revestida de estanho é inicialmente preparada segurando-se um pedaço de solda com núcleo na face da placa, assim, o estanho se espalhará pela superfície quando atingir a temperatura de fusão. Uma vez que a ponta possua a temperatura de operação adequada, o processo de deposição de estanho ocorrerá de forma eficiente porque a oxidação ocorre rapidamente em altas temperaturas. A ponta com estanho aquecida deve ser limpa Observação das mudanças Observação das mudanças Indicadores de reação da peça Visão Audição Olfato Paladar Tato Figura A-6 O trabalho pode ser entendido como uma operação em malha fechada. A realimentação surge a partir da reação da peça e é utilizada para modificar a ação. Os indicadores de reação (à direita), que são mudanças perceptíveis pelos sentidos humanos, consistem na forma de verificação da qualidade da soldagem. área aquecida. A solda é então aplicada no lado oposto da conexão de forma que a superfície de trabalho seja capaz de derretê-la, e não o ferro de solda. Nunca derreta a solda encostando-a na ponta do ferro, permitindo que ela escorra sobre uma superfície cuja temperatura seja inferior ao ponto de fusão. A solda com fluxo aplicada em uma superfície limpa e devidamente aquecida derreterá e escorrerá sem contato direto com a fonte de calor, formando uma camada fina sobre a superfície (Figura A-8). A soldagem inadequada apresentará um aspecto irregular, de forma que um filete côncavo não existirá. Os componentes soldados devem ser mantidos de forma estática até que a temperatura seja reduzida, permitindo a solidificação da solda. Isso evitará que a conexão de solda torne-se inadequada ou sofra rupturas. Figura A-7 Ferro de solda do tipo lápis com pontas que podem ser trocadas. em uma esponja molhada para limpar os óxidos existentes. Quando o ferro de solda não for utilizado, a ponta deve ser revestida com uma camada de solda. A seleção de solda com núcleo com diâmetro adequado auxiliará no controle da quantidade de solda que é aplicada na conexão (por exemplo, utilização de diâmetros menores ou maiores para conexões de menor ou maior porte, respectivamente). A ponta do ferro de solda deve ser aplicada à área de massa térmica máxima na conexão que deve ser feita. Isso permitirá que a temperatura dos terminais soldados aumente rapidamente, tornando o processo de solda mais eficiente. A solda fundida flui adequadamente em direção à parte da conexão que está sob preparação. Quando a conexão de solda é aquecida, uma pequena quantidade de material é aplicada na ponta para aumentar a conexão térmica com a A limpeza pode ser necessária para remover determinados tipos de fluxo após a soldagem. Se a limpeza for necessária, o resíduo do fluxo deve ser removido assim que possível, preferivelmente dentro de até uma hora após o término do processo de soldagem. Chumbo Filete côncavo A solda se esparrama em uma fina camada Figura A-8 Seção transversal de um terminal redondo soldado sobre uma superfície plana. apêndice A Realizando a conexão de solda Solda e processo de soldagem Remoção do fluxo A7 Página propositalmente deixada em branco apêndice B Fórmulas e conversões Tabela de conversão de números na forma de complemento de 2 Complemento de 2 Decimal Complemento de 2 Decimal Complemento de 2 Decimal Complemento de 2 Decimal 11111111 1 11011111 33 10111111 65 10011111 97 11111110 2 11011110 34 10111110 66 10011110 98 11111101 3 11011101 35 10111101 67 10011101 99 11111100 4 11011100 36 10111100 68 10011100 100 11111011 5 11011011 37 10111011 69 10011011 101 11111010 6 11011010 38 10111010 70 10011010 102 11111001 7 11011001 39 10111001 71 10011001 103 11111000 8 11011000 40 10111000 72 10011000 104 11110111 9 11010111 41 10110111 73 10010111 105 11110110 10 11010110 42 10110110 74 10010110 106 11110101 11 11010101 43 10110101 75 10010101 107 11110100 12 11010100 44 10110100 76 10010100 108 11110011 13 11010011 45 10110011 77 10010011 109 11110010 14 11010010 46 10110010 78 10010010 110 11110001 15 11010001 47 10110001 79 10010001 111 11110000 16 11010000 48 10110000 80 10010000 112 11101111 17 11001111 49 10101111 81 10001111 113 11101110 18 11001110 50 10101110 82 10001110 114 11101101 19 11001101 51 10101101 83 10001101 115 11101100 20 11001100 52 10101100 84 10001100 116 11101011 21 11001011 53 10101011 85 10001011 117 11101010 22 11001010 54 10101010 86 10001010 118 11101001 23 11001001 55 10101001 87 10001001 119 11101000 24 11001000 56 10101000 88 10001000 120 11100111 25 11000111 57 10100111 89 10000111 121 11100110 26 11000110 58 10100110 90 10000110 122 11100101 27 11000101 59 10100101 91 10000101 123 11100100 28 11000100 60 10100100 92 10000100 124 11100011 29 11000011 61 10100011 93 10000011 125 11100010 30 11000010 62 10100010 94 10000010 126 11100001 31 11000001 63 10100001 95 10000001 127 11100000 32 11000000 64 10100000 96 10000000 128 Página propositalmente deixada em branco Glossário Termo Definição Álgebra booleana Sistema matemático utilizado na representação de uma expressão lógica, muito útil em eletrônica digital. Medição de um sinal digital em instantes de tempo discretos. É muito utilizada em DSPs quando se digitaliza uma entrada analógica em instantes de tempo discretos. Unidade utilizada na medição da corrente elétrica. A Amostragem Ampère Amplificador operacional Analisador lógico Anodo Aproximações sucessivas Arranjo de portas programáveis Símbolo ou abreviatura Amplificador adaptável que possui entradas inversora e não inversora e característica de impedância de entrada elevada e impedância de saída reduzida com ganho elevado. O ganho pode ser ajustado através de componentes externos. Instrumento de teste de alto custo que pode amostrar e armazenar dados digitais em vários canais. Terminal positivo de um dispositivo como um diodo ou LED. Em conversores A/D e D/A, representa uma técnica utilizada na redução do tempo de conversão. GAL Dispositivo lógico programável específico (PLD) com um conjunto de portas AND que podem ser reprogramadas ou um conjunto fixo de portas OR. A sigla representa gate array logic. PAL Dispositivo PLD específico que contém um conjunto Arranjo lógico de portas AND que podem ser programadas com um programável conjunto fixo de portas OR. Atraso de propagação Corresponde ao intervalo de tempo necessário para que uma saída mude de estado depois que a entrada é ativada. Normalmente é medido em nanossegundos. Em sistemas de computadores, condutores paralelos Barramento são empregados na comunicação entre CPU, memórias e dispositivos periféricos. A maioria dos sistemas possui barramentos de endereço, dados e controle. Parte central de um transistor bipolar utilizada no Base controle da corrente que flui do coletor para o emissor. ⫹ ⫺ A B Termo Definição Símbolo ou abreviatura BASIC Linguagem de programação de alto nível de fácil aprendizado, normalmente utilizado no ensino de programação para iniciantes. Corresponde ao termo “código de instruções simbólico de uso geral para iniciantes” (beginners all-purpose symbolic instruction code). Unidade da velocidade de transmissão do sinal em telecomunicações que corresponde ao número de eventos discretos por segundo. Dígito binário único (0 ou 1). É útil para representar os estados desligado-ligado em circuitos com chaveamento. Também corresponde à sigla que representa o termo dígito binário (binary digit). Bit adicional enviado juntamente com os bits de dados para verificar a existência de erros na transmissão. Posição de um dado bit em um número binário que corresponde ao maior peso. A sigla representa most significant bit. Posição de um dado bit em um número binário que corresponde ao menor peso. A sigla representa least significant bit. Dispositivo de estado sólido especial utilizado no aumento da capacidade de fornecimento de corrente na saída. Buffers não inversores não possuem funções lógicas. Grupo de oito bits normalmente utilizado na representação de um número ou código em computadores e eletrônica digital. Método de encapsulamento utilizado em conjuntos de dispositivos de memória. Os cartões normalmente possuem o tamanho de um cartão de crédito com espessura maior e apresentam conectores existentes nas extremidades. Consulte o termo PCMCIA. Terminal negativo de um dispositivo como um diodo ou LED. Disco compacto onde a gravação pode ser realizada uma única vez utilizando uma gravadora de CD existente em um microcomputador convencional. CD-R é a sigla que representa o termo disco compacto gravável. Dispositivo de leitura capaz de promover o acesso a dados armazenados em um disco compacto. BASIC Baud Bit Bit de paridade Bit mais significativo Bit menos significativo Buffer Byte Cartão de memória Catodo Sistemas Sequenciais CD-R (compact discrecordable) G2 CD-ROM (compact disc-read-only memory) CD-RW (compact disc- Disco compacto onde a gravação pode ser realizada diversas vezes utilizando uma gravadora de CD rewritable) Célula existente em um microcomputador convencional. CD-RW é a sigla que representa o termo disco compacto regravável. Em memórias, representa um único elemento de armazenamento. Bd MSB LSB K CD-R CD-ROM CD-RW Termo Definição Símbolo ou abreviatura Célula fotoresistiva Resistor fotosensível cuja resistência diminui à medida que a quantidade de luz incidente aumenta. As fotocélulas ou os fotoresistores são constituídos de sulfeto de cádmio. Sinônimo de circuito integrado. Cds Circuito integrado Circuitos multivibradores Círculo Clock Codificador Código alfanumérico Código BCD 8421 Código decimal codificado em binário (binary coded decimal) Código estendido de intercâmbio decimal codificado em binário Código Padrão Americano para Intercâmbio de Informações (American Standard Code for Information Interchange) Coletor Comparador de magnitude Em um disco rígido de computador, representa uma série de várias trilhas idênticas em vários discos empilhados. Combinação de diversos componentes eletrônicos em um encapsulamento compacto que opera como um circuito analógico, digital ou híbrido. É classificado de acordo com o nível de complexidade (SSI, MSI, LSI, VLSI ou ULSI). São classificados como biestáveis (flip-flops), monoestáveis (com disparo único) e astáveis. CI MV Em símbolos lógicos, representa uma entrada ou saída ativa-BAIXA. Sinal gerado por um oscilador utilizado na temporização de um sistema digital como um computador. Dispositivo lógico que converte código decimal em binário. Geralmente, converte informações de entrada em um código útil para circuitos digitais. Consiste em números, letras e outros caracteres, sendo que o código ASCII é um exemplo típico desta forma de código. Código BCD de quatro bits cujos pesos são 8, 4, 2 e 1. Código comum onde cada dígito decimal (0-9) é representado por um número de quatro bits. BCD Código alfanumérico de oito bits utilizado principalmente em computadores mainframe. A sigla representa extended binary coded decimal interchange code. Representa um dos códigos alfanuméricos mais utilizados. EBCDIC Região de um transistor bipolar que recebe o fluxo de portadores de corrente. Bloco lógico combinacional que compara duas entradas binárias A e B e ativa uma das três saídas (A>B, A=B ou A<B). ASCII C Glossário Chip Cilindro G3 Termo Definição Comparador de tensão Circuito à base de amplificador operacional que compara uma entrada de tensão positiva (A) com uma entrada de tensão negativa (B), indicando na saída qual dessas entradas possui maior nível. Para converter um número na forma de complemento de 1 para o sistema binário, deve-se inverter cada bit. Representação normalmente utilizada para indicar o sinal e a magnitude de um número utilizando apenas dígitos 0 e 1. É muito útil quando dispositivos somadores binários são empregados em subtração binária. Em um flip-flop, isto quer dizer que a saída normal (Q) passa a assumir nível 1. Complemento de 1 Complemento de 2 Condição de inicialização Condição de reinicialização Conector DIN Símbolo ou abreviatura Em um flip-flop, isto quer dizer que a saída normal (Q) passa a assumir nível 0 ou foi limpa. Conectores empregados em computadores que seguem as normas da associação alemã DIN (Deutsche Industrie Norm). DIN 5 4 1 Conexão em cascata Sistemas Sequenciais Conjunto de instruções Contador BCD G4 Geralmente, consiste na conexão série de dispositivos eletrônicos, onde a saída do primeiro é conectada à entrada do segundo. O termo é empregado nas eletrônicas analógica e digital. Conjunto de comandos completo existente em um microprocessador, microcontrolador ou PLC. Contador de quatro bits que conta do número binário 0000 a 1001 e reinicia a contagem em 0000. Registrador de deslocamento recirculante que é Contador em anel carregado com um dado padrão de dígitos 1 (como um único valor 1), o qual continua a circular de acordo com pulsos de clock repetidos. Contador binário simples onde a mudança de estado Contador por do flip-flop LSB dispara a entrada de clock do dispositivo ondulação seguinte, e assim por diante. Há um atraso de tempo entre a contagem dos bits LSB a MSB. Sistema de computador especializado de alto PLC Controlador lógico desempenho utilizado em controle de processos em programável fábricas, plantas químicas e armazéns. É semelhante à lógica tradicional que utiliza relés. Também é chamado de controlador programável (programmable controller – PC). A/D Conversão analógica- Conversão de um sinal analógico em uma grandeza digital, como um sinal binário. digital Conversão digital-analógica Conversor A/D 6 3 Conversão de um sinal digital em um sinal analógico equivalente, a exemplo de uma tensão. D/A Dispositivo que converte uma tensão analógica em uma grandeza digital proporcional. Exemplos incluem dispositivos compatíveis com microprocessadores com saídas binárias ou com saídas decimais. A/D 2 Termo Definição Conversor D/A Dispositivo que converte uma grandeza digital um sinal D/A analógico de tensão proporcional. Movimento de cargas elétricas em um sentido específico. A unidade de medida é ampère. Dispositivo lógico programável específico semelhante CPLD ao GAL, mais adequado para problemas lógicos de grande escala. A sigla corresponde a dispositivo lógico programável complexo. Transmissão de dados em grupos de forma simultânea por meio de diversas conexões. Transmissão de dados onde um bit é enviado de cada vez. CPLD (complex programmable logic device) Dados paralelos Dados seriais Decodificador Decremento Demultiplexador Dispositivo lógico que converte código binário em decimal. Geralmente, converte dados processados em um sistema digital em outro formato compreensível como alfanumérico. Redução da contagem em 1. Bloco lógico combinacional que distribui os dados de uma única entrada para uma entre várias saídas. Também é denominado distribuidor e pode converter dados seriais em paralelos. Diagrama de blocos Desenho que possui blocos designados por nomes e funções específicas representando um circuito eletrônico. Diagrama esquemático que mostra a interconexão de Diagrama lógico dispositivos como portas lógica, flip-flops, entre outros. Conversão de um sinal analógico em unidades ou Digitalizar pulsos digitais. Consulte o termo conversor A/D. Dispositivo semicondutor com dois terminais que faz a Diodo corrente circular em um sentido único. Diodo emissor de luz Junção PN especial que fornece luz quando há circulação de corrente através da mesma. Possui uma lente para focar a luz. A sigla representa light emitter diode. Disco de estado sólido Dispositivo de memória de leitura/gravação não volátil semelhante ao disco rígido de um computador, mas que utiliza memórias semicondutoras (como cartões de memória flash). Podem ser utilizados em aplicações onde há necessidade de compactação e redução de peso. Disco ótico gravável do tipo CD que pode ser gravado Disco de gravação uma única vez no computador, cujo armazenamento única e leitura de dados é semelhante como um CD-ROM. A sigla múltipla representa write once, read-many. Disco Digital Versátil Disco ótico com elevada capacidade muito popular que se assemelha ao CD convencional. Pode armazenar de cerca de 4,7 GB a 17 GB incluindo dados como vídeo, áudio ou arquivos de computador de forma geral. Também é denominado disco de vídeo digital. A sigla significa digital versatile disc. DEMUX LED WORM DVD Glossário Corrente elétrica Símbolo ou abreviatura G5 Termo Definição Símbolo ou abreviatura Disco ótico regravável Disco ótico de grande capacidade que pode ser Disco Winchester Disparo pela borda Display de cristal líquido Display de matriz ativa Display de matriz passiva Display de sete segmentos CD-E regravado muitas vezes. Algumas versões são denominadas discos óticos regraváveis PD ou CD-E (compact disc erasable – disco compacto apagável). Nomenclatura antiga utilizada na representação de um disco rígido. Em dispositivos síncronos como flip-flops, corresponde ao instante de tempo exato no qual o dispositivo é ativado, como na borda crescente (positiva) ou decrescente (negativa) do pulso de clock. Tecnologia de construção de displays com potência muito LCD baixa utilizada em muitos dispositivos alimentados por baterias e pilhas. O líquido nemático muda o tipo de cor exibida no display de prateada para preta quando é energizado. Há também modelos de display LCD coloridos. A sigla representa liquid crystal display. Display LCD colorido com alta qualidade e elevado custo que emprega tecnologia de matriz ativa, a qual envolve a utilização de transistores de filme fino. Para estabelecer uma comparação, consulte o termo display de matriz passiva. Display LCD de baixa resolução que possui baixo custo e é adequado para aplicações que requerem displays monocromáticos. Entretanto, não possui qualidade tão alta quanto os displays LCD coloridos de matriz ativa. Consulte também o termo display de matriz ativa. Display numérico que possui sete segmentos. Pode ser implementado com as tecnologias a LEDs, LCD e VF. Algumas letras também podem ser exibidas para representar números hexadecimais. a f e b g d Display fluorescente a vácuo Sistemas Sequenciais Dispositivo de carga acoplado G6 Dispositivo lógico programável Divisor de frequência Drenagem de corrente Display à base de válvula triodo a vácuo que exibe cor verde (sem o uso de filtros). A sigla representa vacuum fluorescent. Sensor de imagem que utiliza um conjunto de fotocélulas sensível à luz baseado em dispositivos semicondutores semelhantes a capacitores. Consulte o termo sensor de imagem CMOS para obter maiores informações sobre uma tecnologia diferente. Termo genérico utilizado para designar um grupo de dispositivos programáveis específicos que incluem PALs, GALs, CPLDs e FPLDs. Bloco lógico que divide a frequência da forma de onda de entrada por um dado número (como o circuito divisor por 10). Contadores normalmente desempenham esta função. Fluxo de corrente convencional que entra na saída BAIXA de um dispositivo digital. Diz-se que a corrente é “drenada” para o terminal de terra. VF CCD PLD c Termo Definição Eletrônica analógica Consiste em um ramo da eletrônica que abrange diversos tipos de dispositivos e grandezas. Também é chamada de eletrônica linear. Ramo da eletrônica que trabalha com níveis de tensão discretos em sinais. Os sinais normalmente possuem níveis ALTOS ou BAIXOS, sendo representados por números binários. Região de um transistor bipolar que envia os portadores de corrente para o coletor. Eletrônica digital Emissor Símbolo ou abreviatura E Encapsulamento em linha dupla Encapsulamento plástico PLCC Método popular de encapsulamento de CIs. A sigla representa dual-in-line package. Endereço Em sistemas de computadores, corresponde a um número que representa uma localização de armazenamento única. Entrada digital que desempenha sua função quando há um nível ALTO presente. Entrada digital que desempenha sua função quando há um nível BAIXO presente. Corresponde a uma entrada que não mantém nível ALTO nem BAIXO, cujo estado pode variar entre ALTO, BAIXO ou a região intermediária. Este tipo de entrada pode ocasionar problemas indesejáveis. E/S Conexão com um dispositivo digital que pode ser programado como uma entrada ou uma saída. Este tipo de conexão é muito comum em muitos dispositivos complexos como microcontroladores. AB+C’D=Y Representação matemática de uma função lógica. A função também pode ser descrita na forma de uma tabela verdade ou circuito lógico. Consulte o termo produto das somas. Tipo de encapsulamento de CI para montagem sobre superfície cujos terminais encontram-se na parte inferior do encapsulamento. Encapsulamento SOIC Tipo de encapsulamento de CIs menor que o tipo DIP. É utilizado em montagens sobre superfície. A sigla representa small-outline integrated circuit (circuito integrado com tamanho reduzido). Entrada ativa-BAIXA Entrada flutuante Entrada/Saída Expressão booleana Expressão booleana em termos máximos Expressão booleana em termos mínimos Família lógica PLCC Veja o termo soma de produtos. Grupo de CIs digitais totalmente compatíveis entre si que podem ser interconectados sem que haja problemas de interfaceamento. Exemplos típicos são a série TTL 7400, a série CMOS 74HC00 e a série CMOS 4000. Glossário Entrada ativa-ALTA DIP G7 Termo Definição Fan-out Característica de acionamento na saída de um dispositivo lógico. Representa o número de entradas de uma família lógica que pode ser acionada por uma única saída. O termo representa programas de computador e dados armazenados permanentemente em dispositivos de memória não volátil como ROM. Consulte também os termos hardware e software. Dispositivo lógico sequencial básico que possui dois estados estáveis. Também é chamado de multivibrador biestável. Flip-flop que possui pelo menos os modos de inicialização e reinicialização. Também é chamado de flip-flop de dados ou com atraso. Flip-flop adaptável que possui pelo menos os modos de operação de inicialização, reinicialização, mudança de estado e manutenção. Firmware Flip-flop Flip-flop D Flip-flop J-K Flip-flop R-S Flip-flop T Fonte Símbolo ou abreviatura D CLK J CLK K Flip-flop que possui pelo menos os modos de operação de inicialização, reinicialização e manutenção. É um circuito básico usado no bloqueio de dados (memória). Flip-flop com mudança de estado (toggle). A saída muda para o estado lógico oposto, de acordo com pulsos de clock repetidos. É muito útil em circuitos contadores digitais. FF Q Q FF S R Q Q Q Q FF T Terminal de um transistor de efeito de campo que envia portadores de corrente para o terminal dreno. S Formas de onda Fornecimento de corrente Sistemas Sequenciais FPLD G8 Função lógica Ganho Glitch Representação gráfica de um sinal de tensão em função do tempo que pode ser visualizado em um osciloscópio. Fluxo de corrente convencional que sai da saída ALTA de um dispositivo digital para a carga. Diz-se que a saída “fornece” corrente. Dispositivo lógico programável específico semelhante FPLD ao CPLD, mas que contém células mais simples permitindo maior flexibilidade de projeto. A sigla representa field programmable logic device (dispositivo lógico programável em campo). Tarefa lógica que deve ser desempenhada por um determinado dispositivo. Pode ser representada por um termo (como AND), um símbolo lógico, uma expressão booleana (como AB=Y) e/ou uma tabela verdade. Relação ou taxa entre saída e entrada. Pode ser medido em termos de tensão, corrente ou potência. Também é conhecido por amplificação. Oscilação (pico) de tensão ou corrente indesejada que ocorre esporádica, mas não regularmente. V tempo Termo Definição GND Representação do terminal negativo da fonte de alimentação de CIs TTL e alguns dispositivos CMOS. Também é chamado de terminal comum de terra. Processo de inserção de dados em células de memória ou outros dispositivos. Ativar a função ou entrada de um circuito digital. Antônimo de desabilitar. Em tecnologia de computadores, representa a parte física de um computador. Consulte também os termos firmware e software. Unidade de medida da frequência. Corresponde a um Hz ciclo por segundo. Limites de chaveamento distintos que existem em alguns circuitos lógicos, tornando sua ação instantânea. Dispositivos lógicos Schmitt trigger possuem tal característica. Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (Institute of Electrical and Electronics Engineers). Insensibilidade de um circuito digital a tensões indesejadas ou ruído. É também denominada margem de ruído em circuitos digitais. Aumento da contagem em 1. Habilitar Hardware Hertz Histerese IEEE Imunidade a ruído Incremento Integração em escala Termo utilizado por alguns fabricantes para indicar a complexidade de um circuito integrado. VLSI (very muito grande large scale integration) indica que a complexidade em termos da existência de 10.000 a 99.999 portas lógicas no interior do CI. Integração em escala Termo utilizado por alguns fabricantes para indicar a complexidade de um circuito integrado. ULSI (ultra ultragrande large scale integration) indica que a complexidade em termos da existência de mais de 100.000 portas lógicas no interior do CI. Integração em grande Termo utilizado por alguns fabricantes para indicar a complexidade de um circuito integrado. LSI (large scale escala integration) indica que a complexidade em termos da existência de 100 a 999 portas lógicas no interior do CI. Integração em média Termo utilizado por alguns fabricantes para indicar a complexidade de um circuito integrado. MSI (médium escala scale integration) indica que a complexidade em termos da existência de 12 a 99 portas lógicas no interior do CI. Termo utilizado por alguns fabricantes para indicar Integração em a complexidade de um circuito integrado. SSI (small pequena escala scale integration) indica a complexidade em termos da existência de menos de 12 portas lógicas no interior do CI. Projeto de interconexões entre circuitos onde os níveis Interfaceamento de tensão e corrente são modificados de modo a tornar os dispositivos compatíveis entre si. VLSI ULSI LSI MSI SSI Glossário Gravação Símbolo ou abreviatura G9 Termo Definição Símbolo ou abreviatura Sistemas Sequenciais Inversor G10 Dispositivo lógico básico onde a saída sempre possui estado oposto ao da entrada. Também é chamada de função NOT. Conselho Conjunto para Engenharia de Dispositivos de JEDEC Elétrons (Joint Electron Device Engineering Council). JTAG De forma geral, o termo JTAG refere-se ao uso da JTAG tecnologia boundary scan para inserir pontos de teste no silício durante a etapa de projeto para realização de testes automáticos. A sigla representa Joint Test Action Group (Grupo Conjunto de Ação de Teste), sendo que esta entidade foi responsável pelo desenvolvimento da norma IEEE STD 1149.1, que aborda o teste de acesso de portas e da tecnologia boundary scan. Consulte também o termo tecnologia boundary scan. Dispositivo binário de armazenamento básico, também Latch é chamado de flip-flop. Em computadores, geralmente o termo se refere a Leitor (drive) um dispositivo de armazenamento de dados como leitor de disquetes, disco rígido, leitor ótico ou leitor de estado sólido. Normalmente, consiste em um dispositivo eletromagnético ou ótico que agrega a capacidade de leitura/gravação de dados em mídias de armazenamento. Dispositivo de armazenamento de dados com alta Leitor de disco ótico capacidade que normalmente utiliza sulcos na superfície do disco para esta finalidade. A leitura dos dados ocorre quando um feixe laser varre a superfície do disco. Há outros métodos de gravação ótica existentes. Processo de sensoreamento e obtenção de dados a Leitura partir de memórias ou células de memória. Lógica combinacional Utilização de portas lógicas para gerar a saída desejada de forma imediata. Não possui características de memória ou armazenamento. Circuito lógico cujos estados lógicos dependem Lógica sequencial de entradas síncronas e assíncronas. Possuem características de memória. TTL Tipo de CI digital fabricado a partir de transistores Lógica transistorbipolares de junção. A sigla representa transistortransistor transistor logic. Método gráfico simples utilizado na simplificação de Mapas K Mapa de Karnaugh expressões booleanas. Circuito digital que soma dois bits e fornece o resultado Meio somador e o transporte na saída. Não possui entradas de transporte. A B HA E Co Termo Definição Símbolo ou abreviatura Memória cache Memória programável de apenas leitura Memória RAM dinâmica RAM ROM DIMM SO DIMM EEPROM Memória não volátil que é programada uma única vez pelo usuário ou fabricante. PROM Dispositivo de memória de acesso dinâmico (leitura/ gravação) extremamente comum cujas células de memória requerem muitas atualizações por segundo. Consulte também os termos SDRAM e RDRAM a título de comparação. A sigla representa dynamic random access memory. DRAM Glossário Em computadores, trata-se de uma memória extremamente rápida e cara empregada em armazenamento de dados frequente ou recentemente utilizados. A memória cache é a ponte entre o processador ultrarrápido e a memória principal, do disco rígido ou do CD-ROM, que por sua vez é muito mais lenta. A memória cache é normalmente designada por L1 (primária) ou L2 (secundária). Memória com núcleo Sistema de leitura/gravação de memória não volátil mais antigo que emprega núcleos de ferrite como magnético células de memória. Tipo de memória que permite o acesso simplificado a Memória de acesso cada bit, byte ou palavra. O termo RAM normalmente randômico indica que a memória é utilizada para leitura/gravação. A sigla representa random access memory. Memória não volátil que normalmente não pode Memória de apenas ser modificada após ser programada. O termo ROM leitura normalmente se refere a uma memória de apenas leitura (read only memory) programável por máscara. Em tecnologia de computadores, trata-se de um tipo Memória DIMM moderno de placa de memória RAM que armazena diversos pentes de memória SDRAM em computadores de última geração. A sigla corresponde a módulo de memória em linha dupla (dual-in-line memory module). Consulte também o termo Memória SIMM, que é um tipo mais antigo de memória. Memória DIMM com Módulo de memória encapsulado compacto utilizado em computadores do tipo laptop. Como exemplo, temtamanho reduzido se a memória DDR SDRAM SO DIMM com 200 pinos. A sigla representa small-outline DIMM. Novo tipo de memória não volátil semelhante Memória flash à EEPROM. Suas características superiores são representadas pela alta densidade (tamanho reduzido das células de memória), baixo consumo de energia e natureza não volátil, mas regravável. Memória não volátil Memória que mantém dados armazenados ainda que não seja alimentada por uma fonte de tensão e esteja desligada. Memória não volátil que pode ser programada, Memória eletricamente apagada e reprogramada. Memórias programável apagável somente de flash são do tipo EEPROM. A sigla representa erasable programmable read-only memory. leitura G11 Termo Definição Símbolo ou abreviatura Memória RAM estática Tipo de memória de acesso randômico (leitura/ gravação) que armazena dados em um flip-flop utilizado como célula. Trata-se de uma memória volátil. A sigla representa static random access memory (memória de acesso randômico estática). Memória semicondutora RAM não volátil que possui ótima velocidade de acesso e permite a programação do circuito. As células da memória FeRAM (ferroelectric random access memory) são baseadas em capacitores ferroelétricos e transistores MOS. Tipo de memória RAM semicondutora não volátil com ótima velocidade de acesso que permite a programação de circuitos internos e consome baixa potência. Células de memória MRAM utilizam transistores e uma junção magnética em túnel (MTJ – magnetic tunnel junction). Em informática, representa um tipo de memória RAM dinâmica extremamente rápida. A sigla representa Rambus dynamic random access memory. Pacotes de memória Rambus DRAM utilizados em computadores de forma semelhante à memória DIMM (Dual Inline Memory Module – Módulo de Memória em Linha Dupla). Memórias RIMM não podem ser substituídas por DIMM. A sigla representa Rambus Inline Memory Mode. Em informática, trata-se de um tipo de memória RAM dinâmica síncrona com alta velocidade. A sigla representa synchronous dynamic random access memory. Consulte também os termos DRAM e RDRAM. Memória RAM dinâmica síncrona que é mais rápida que a memória SDRAM convencional. A sigla representa double data rate synchronous random access memory. SRAM Memória SIMM Em informática, trata-se de uma placa de memória RAM que possui muitos chips de memória utilizada em PCs modernos. A sigla representa single in-line memory module (módulo de memória em linha simples). Consulte também o termo DIMM. SIMM Memória volátil Tipo de memória capaz de armazenar dados apenas quando estiver conectada a uma fonte de alimentação. CI com baixo custo que contém um pequeno microprocessador, memória RAM limitada, memória RAM e portas E/S. Resume-se a um pequeno computador existente em um chip. Normalmente, este tipo de dispositivo existe no interior de determinados produtos. CI que constitui a CPU da maioria dos microcomputadores. Memória RAM ferroelétrica Memória RAM magnetoresistiva Memória RDRAM Memória RIMM Memória SDRAM Memória SDRAM com dupla taxa de transferência de dados Sistemas Sequenciais Microcontrolador G12 Microprocessador FeRAM ou FRAM MRAM RDRAM SDRAM DDR SDRAM MPU Definição Minuendo Termo inicial da subtração. Corresponde ao número de onde se subtrai a quantidade que é indicada pelo subtraendo. Modulação por largura de pulso A informação é incluída em um sinal digital aumentando-se ou reduzindo-se a largura (duração) dos pulsos. Utilizada no acionamento de servomotores. Também é chamada modulação por duração de pulsos. Motor de passo Motor CC cujo eixo apresenta movimento angular em dado sentido de acordo com sinais digitais adequados. Os ângulos de passo possuem valores típicos de 1,8°, 3,6°, 7,5° e 15°. Existem dois tipos: com ímã permanente e relutância variável. Símbolo ou abreviatura PWM Mudança de estado Alteração do estado lógico para um nível oposto. De outra forma, corresponde a um pulso que modifica o estado de circuitos lógicos para o nível oposto. Pode ainda representar o modo de operação de um flip-flop onde a saída muda de estado a cada pulso de clock. Multiplexação No acionamento de displays, corresponde a ligar/ desligar um entre vários displays por um curto intervalo de tempo com uma frequência alta o suficiente, de modo que os dispositivos parecem estar continuamente acesos. De forma geral, consiste em transmitir diversos sinais através de linhas comuns. Multiplexação de displays Consiste em acender múltiplos displays alfanuméricos sequencialmente um de cada vez, sendo a velocidade alta o suficiente de modo que aparentam estar sempre ligados. A multiplexação de displays representa redução de custo e número de componentes utilizados. Multiplexador Bloco lógico combinacional que seleciona uma entre MUX várias entradas e envia a respectiva informação para uma única saída. Também é denominado seletor de dados. É capaz de converter dados seriais em paralelos. Multivibrador astável Dispositivo que oscila entre dois estados estáveis. É normalmente chamado de clock ou apenas multivibrador. Multivibrador biestável Dispositivo que possui dois estados estáveis, mas requer um disparo para mudar de um estado para outro. Também é denominado flip-flop. motor de passo Glossário Termo G13 Sistemas Sequenciais G14 Termo Definição Mutivibrador monoestável Dispositivo que emite um pulso único quando é disparado. Também é denominado multivibrador com disparo único. Nibble Metade de um byte. Corresponde a uma palavra binária de quatro bits. Níveis lógicos Em eletrônica digital, corresponde à faixa de tensão que as entradas dos dispositivos lógicos interpretam como sendo ALTA, BAIXA ou indefinida. Os limites de tensão podem ser diferentes para as diversas famílias lógicas. Ohm Unidade de medida da resistência elétrica. Operação assíncrona Em circuitos digitais, significa que as operações não são executadas em conjunto com o sinal de clock. Operação síncrona Em circuitos digitais, isto significa que as operações são executadas em conjunto com o sinal de clock. Optoisolador Dispositivo de interfaceamento utilizado para isolar a entrada da saída eletricamente utilizando um feixe luminoso para transferir dados. Oscilador Circuito eletrônico que gera formas de onda CA a partir de uma fonte CC. Osciloscópio Instrumento de teste que plota sinais de tensão em função do tempo na forma de gráficos ou formas de onda na tela. Existem diversos modelos de osciloscópios analógicos e digitais. Palavra Em informática, corresponde a um grupo de bits que é processado de forma única. A definição exata de palavra depende do sistema. Tamanhos de palavras de 16 e 32 bits são comuns. Paridade Sistema utilizado para a detecção de erros na transmissão de dados binários. Paridade ímpar Em transmissão de dados, corresponde ao envio de um bit de paridade que torna ímpar o número de dígitos 1 em um dado grupo. Paridade par Em transmissão de dados, corresponde ao envio de um bit de paridade que torna par o número de dígitos 1 em um dado grupo. PC Sigla normalmente utilizada para representar um computador pessoal (personal computer), mas também pode ser empregada para se referir a um controlador programável (programmable controller) ou um controlador lógico programável (programmable logic controller). Símbolo ou abreviatura ⍀ Definição Símbolo ou abreviatura PCMCIA Associação de empresas de informática que define normas para cartões de memória. A sigla representa Personal Computer Memory Card International Association. Pipelining Em informática, consiste em uma forma de aumentar a velocidade de processamento ao se acessar e decodificar instruções que estão além da próxima instrução que será executada. Desta forma, a instrução seguinte será inserida em uma fila e esperará a execução imediata. Este processo também é chamado de prefetching. Ponteira lógica Ferramenta de teste simples que indica níveis lógicos 0 e 1 ou pulsos em circuitos digitais. Porta Em computadores e microcontroladores, trata-se de I/O circuitos responsáveis pela entrada e saída de dados no sistema. Porta AND Dispositivo lógico combinacional básico onde todas as entradas devem ser ALTAS para que a saída seja ALTA. Porta lógica Circuito lógico combinacional básico que desempenha uma dada função lógica (AND, OR, NOT, NAND, NOR). Porta NAND Dispositivo lógico combinacional básico onde todas as entradas devem ser ALTAS para que a saída seja BAIXA. Corresponde a uma porta NOT AND. Porta NOR Dispositivo lógico combinacional básico onde todas as entradas devem ser BAIXAS para que a saída seja ALTA. Corresponde a uma porta NOT OR. Porta NOT Dispositivo lógico combinacional básico onde o estado da saída sempre é oposto à entrada. Também é chamada de inversor. Porta OR Dispositivo lógico combinacional básico onde a saída se torna ALTA quando qualquer uma das entradas for ALTA. Porta USB USB significa barramento serial universal (universal serial bus). Consiste em um tipo de porta serial moderna utilizada de forma genérica para transmitir dados de um computador para dispositivos periféricos externos como impressoras, modems, mouses, teclados, dispositivos de armazenamento portáteis (óticos, magnéticos) ou módulos de memória flash. A porta USB alimenta o dispositivo e pode ser conectada ou desconectada quando o computador é ligado. A B Y Soquete USB da série A Glossário Termo Conector USB da série A G15 Termo Definição Porta XNOR Dispositivo lógico combinacional básico onde um número par de entradas ALTAS gera uma saída ALTA. Corresponde a uma porta NOT XOR. Porta XOR Dispositivo lógico combinacional básico onde um número ímpar de entradas ALTAS gera uma saída ALTA. Corresponde a uma porta NOT XOR. Símbolo ou abreviatura Sistemas Sequenciais Potenciômetro digital Dispositivo eletrônico semelhante ao potenciômetro tradicional, cuja resistência na saída varia em degraus discretos. A posição do contato pode ser armazenada em uma memória EEPROM quando o circuito é desligado. Pulsos de entrada digitais controlam o movimento do contato. Também é chamado de potenciômetro de estado sólido ou não volátil (NV). G16 Prato Representa um único disco rígido. Por sua vez, o disco pode incluir diversos pratos para aumentar a capacidade de armazenamento. Processador digital de sinal Dispositivo semelhante a um microprocessador especializado que pode ser programado para condicionar e melhorar a qualidade de sinais (eliminação de ruídos, aumento da resposta em frequência, etc.). É normalmente utilizando em conjunto com conversores A/D e D/A. A sigla significa digital signal processor. Produto das somas Forma de uma expressão booleana do tipo (A+B) (C+D)=Y. É implementada utilizando diagramas lógicos OR/AND. Também é chamado de expressão booleana em termos máximos. Programa Lista de instruções executadas por um computador. Pode ser escrito na forma de várias linguagens de programação distintas. Pulso de disparo Pulso que ativa um dispositivo digital ou provoca mudanças de estado. Radical Base de um número. Registrador Grupo de células de memória temporária (como flipflops) utilizadas no armazenamento temporário com um determinado propósito comum. Por exemplo, um registrador pode possuir um nome específico (como DIRS em um microcontrolador popular) e possuir uma dada largura (como oito ou 16 bits). DSP Definição Registrador de deslocamento Bloco lógico sequencial constituído de flip-flops que permitem a carga serial ou paralelo de dados, juntamente com saídas seriais ou paralelas e deslocamento bit por bit. Registrador de deslocamento universal Registrador que possui diversas características incluindo entrada/saída serial, entrada/saída paralela, manutenção e deslocamento para a direita e/ou esquerda. Relé Dispositivo elétrico que emprega um eletroímã na abertura e fechamento dos contatos. Utilizado no chaveamento de circuitos de grande porte e isolação. Resistência Oposição à passagem da corrente. É medida em ohms. Resistor pull-up Resistor conectado ao terminal positivo da fonte de alimentação para manter o nível ALTO em um dado ponto do circuito quando este se encontra inativo. Ruído Em eletrônica digital, isto representa tensões indesejáveis induzidas em fios de conexão e trilhas de placas de circuito impresso que podem afetar os níveis lógicos de entrada e, consequentemente, as saídas. Saída com três estados Condição da saída em determinados CIs que inclui três estados possíveis incluindo ALTO, BAIXO e alta impedância. Também é chamado de Tristate (marca registrada do fabricante National Semiconductor). Saída em coletor aberto Saída de um circuito digital que não possui conexão com o terminal positivo da fonte de alimentação. Normalmente, é utilizada em conjunto com um resistor pull-up. Schmitt-trigger Circuito que possui a característica de histerese e é útil no condicionamento de sinais em eletrônica digital. Pode ser utilizado na digitalização de uma entrada analógica. Seletor de dados Bloco lógico combinacional que seleciona uma entre várias entradas de dados e interliga esta informação com a saída. Também é denominado multiplexador. Semicondutor Elemento que possui quatro elétrons na camada de valência e características elétricas intermediárias entre condutores e isolantes. Símbolo ou abreviatura R Glossário Termo G17 Sistemas Sequenciais G18 Termo Definição Semicondutor Óxido Metálico Tecnologia utilizada na fabricação de circuitos integrados que emprega metal e um óxido (dióxido de silício) como parte importante da estrutura do dispositivo. Semicondutor óxido metálico complementar (complementary metal-oxide-semiconductor) Tecnologia popular utilizada na fabricação de CIs com consumo reduzido de energia. Utiliza transistores de efeito de campo com polaridade oposta nos projetos. Sensor de efeito Hall Transdutor que converte um campo magnético crescente ou decrescente em um sinal de tensão variável proporcional. Estes sensores são normalmente encapsulados na forma de chaves de efeito Hall com característica de saída digital (nível ALTO ou BAIXO). Sensor de imagem CMOS Sensor de imagem que utiliza um conjunto de fotocélulas sensível à luz semelhante ao CCD, mas com menor custo de fabricação. Utilizado em câmeras digitais e celulares com custo reduzido. Consulte também o termo dispositivo de carga acoplado. Servomecanismos Termo geral que representa um motor cuja posição angular ou velocidade pode ser controlada de forma precisa. Utilizam uma malha do tipo servo que realimenta o sinal da saída na entrada para controlar as variáveis supracitadas. Silício Elemento semicondutor empregado na fabricação da maioria dos dispositivos de estado sólido como diodos, transistores e circuitos integrados. Símbolos lógicos Dois sistemas são utilizados nos Estados Unidos: a representação tradicional, que utiliza os símbolos convencionais para cada porta lógica; e a nova representação do IEEE, que emprega caixas retangulares. Sinal Informação transmitida de, para ou no interior de um circuito digital. Sinal de tempo discreto Consiste em outro termo que representa sinais digitais empregados especificamente em aplicações de DSPs, onde as entradas digitais são simples amostras de uma entrada analógica. Sistema binário Sistema numérico de base 2 que utiliza apenas os dígitos 0 e 1. Símbolo ou abreviatura CMOS X & Definição Sistema hexadecimal Sistema numérico de base 16 que utiliza os caracteres de 0 a 9, A, B, C, D, E e F. É utilizado na representação de números binários de 0000 a 1111. Sistema octal Sistema numérico de base 8 que utiliza os dígitos de 0 a 7. Software Programas de computador que coordenam o funcionamento do hardware. Duas principais classificações de software incluem aplicativos (como processadores de texto ou jogos) e sistemas operacionais. Outras categorias podem incluir software para redes e programação. Consulte também os termos firmware e hardware. Solenoide Atuador que converte energia elétrica em movimento linear. É construído como uma bobina oca com núcleo deslizante de ferro. O núcleo é inserido no interior da bobina quando a corrente circula na mesma. Soma de produtos Forma de uma expressão booleana do tipo AB+CD=Y. É implementada utilizando diagramas lógicos AND/OR. Também é chamada de expressão booleana em termos mínimos. Somador Circuito lógico combinacional que gera as saídas de soma e transporte a partir de um determinado conjunto de entradas binárias. Meios somadores e somadores completos são exemplos básicos destes circuitos. Somador completo Circuito digital com três terminais para as entradas incluindo o transporte e dois bits para as saídas de soma e transporte. Subfamílias lógicas Símbolo ou abreviatura Hex Cin A B FA E Co Grupos de CIs digitais correlatos que possuem características semelhantes, mas que podem possuir velocidade, dissipação de potência e capacidade de fornecimento de corrente diferentes. Exemplos típicos consistem nas séries de CIs TTL 7400, 74LS00, 74F00, 74ALS00 e 74AS00. Em algumas aplicações, é possível substituir CIs por modelos de outras subfamílias. Subtração na forma Método de subtração onde o subtraendo de complemento de 2 representado na forma de complemento de 2 é somado ao minuendo. É utilizada para que dispositivos somadores consigam realizar a subtração. Glossário Termo G19 Termo Definição Subtraendo Parcela que é subtraída do minuendo. Tabela verdade Representação tabular das condições de todas as entradas e saídas resultantes de uma função ou circuito lógico. Símbolo ou abreviatura A 0 0 1 1 B 0 1 0 1 Y 0 0 0 1 JTAG. Tecnologia boundary Sistema para injeção de pontos de teste em silício scan durante o projeto para facilitar a realização de testes de controle de qualidade e de campo. Consulte o termo JTAG. Sistemas Sequenciais Tecnologia de montagem em superfície G20 A montagem SMT (surface-mount technology) aborda todos os aspectos das técnicas de fabricação, equipamentos e componentes (dispositivos para montagem sobre superfície ou SMD – surface-mount devices) utilizadas na soldagem de componentes eletrônicos na superfície de placas de circuito impresso. Tecnologia de mudança de fase É utilizada em discos óticos DVD-RW e DVD+RW. Uma liga metálica com mudança de fase é empregada para ler, gravar e apagar informações. As áreas onde há a presença e ausência de sulcos são escuras/não reflexivas quando a liga encontra-se no estado amorfo, ou reflexivas caso a liga esteja no estado cristalino, respectivamente. Os discos são regraváveis. Tempo de acesso Em memórias, corresponde ao intervalo de tempo necessário para acessar uma pequena quantidade de dados armazenada. Tensão Corresponde à pressão elétrica. Termistor Resistor termicamente sensível utilizado como sensor de calor. Transdutor Em eletrônica, corresponde a um dispositivo que converte uma forma de energia em outra. Como exemplo, pode-se citar uma fotocélula que converte luz em eletricidade, ou um alto-falante que converte energia elétrica em mecânica/acústica (sonora). Transistor Dispositivo de amplificação ou controle de estado sólido que normalmente possui três terminais. Transistor de efeito de Tipo de transistor onde o terminal de gatilho campo controla a resistência do canal semicondutor. Encapsulamento PLCC Componente Encapsulamento do tipo SOT Solda Solda chip Componente do CI V Termo Definição Símbolo ou abreviatura Tubo de raios catódicos Tubo a vácuo utilizado em televisores, monitores de vídeo e muitos osciloscópios para exibir imagens. CRT Unidade de processamento central Em sistemas de computadores, corresponde à unidade lógica responsável pela lógica aritmética e funções de controle, sendo o centro da maioria das transferências de dados. CPU Unidade lógica aritmética Parte da unidade de processamento central de um computador que processa os dados utilizando operações lógicas e aritméticas. ALU VCC Representação da tensão de alimentação positiva nos CIs TTL e em alguns CIs CMOS (normalmente igual a +5 V). VDD Representação da tensão de alimentação positiva em diversos, mas não todos os tipos de CIs CMOS (de +3 a +18 V). Velocidade angular Representa outro método para se determinar a velocidade de rotação de um eixo ou outro objeto. Volt Unidade de medida da tensão elétrica. VSS Representação da tensão de alimentação negativa em diversos, mas não todos os tipos de CIs CMOS. Glossário V G21 Créditos Pág. xiii (à esquerda) Cindy Lewis; (à direita) Lou Jones/Getty Images; Pág. 261 Fotomicrografia registrada por John Carnivale/Lucent Technologies; Pág. 266 Cortesia Microvision; Pág. 286 Cortesia de Thales Navigation; Pág. 313 Cortesia de Yamaha Consumer Electronics; Pág. 335 Cortesia de Handspring, Inc.; Pág. 336-337 Cortesia de Seagate Technology; Pág. 392 Hayes Microcomputer Products; Pág. 396 Cortesia de Motorola; Pág. 406 PhotoLink/PhotoDisc. Índice A Acionamento de dígito, 380 Acumulador, 411-412 Acumulador de contagem, 372-373 Adaptador de interface de periféricos (PIA), 420-423 ALU, 406-408 Amostragem, 446-447 Amp op, 459-461 Amplificador de áudio, 282 Amplificador de escala, 459-460 Amplificador operacional (amp op), 459-461 Amplificador somador, 458-461 Apagamento de memórias EPROM, 341 Apagamento do display, 389, 391 Armazenamento de dados compacto, 302-303 Armazenamento em semicondutores, 325-347 Armazenamento magnético, 324-326, 351-353 Armazenamento magnético de dados, 351-353 Armazenamento mecânico de dados, 351 Armazenamento óptico, 325-326, 353, 355, 357 Armazenamento primário, 351 B Bandeira, 428-430 Barramento de controle, 324-325 Barramento de dados, 324-325, 408409 Barramento de endereço, 324-325, 408-409 Base de tempo do relógio, 394-395 Biografias. Veja História da Eletrônica. Bit de paridade, 423-425 Bit de sinal, 311-312 Bloco contador divisor por 256, 394395 Boundary scan, 395, 398-401 Buffer de três estados, 331, 415 C Cálculo da soma de produtos, 446-448 Cálculos. Veja Circuitos aritméticos. Câmeras digitais, 325-326 Cartão de memória flash, 348-350 Cartão perfurado, 351 CD-DA, 325-326 CD-R, 355, 357 CD-ROM, 353, 355, 356 CD-RW, 355, 357 Celebridades. Veja História da Eletrônica. Célula fotoresistiva, 478-479 Chaney Electronics, 436-437, 440 Chave bilateral quádrupla, 370, 372 Chip de memória, 420-423 Chips de calculadora, 366-367 CI, 370, 372-373 CI 7447A, 478-479 CI 74HC4543, 394-395, 398 CI buffer de três estados TTL 74125, 416-417 CI com tamanho reduzido (SOIC), 347348, 434-435 CI conversor A/D 0804, 478-479 CI DEMUX 74154, 419-420 CI MUX 74150, 419-420 CI registrador de deslocamento de 8 bits 74HCI64, 283 CI relógio digital LSI MOS MM5314 MOS, 376-379 CI relógio digital MM5314, 376-383 CI somador, 303-304 CI somador binário de 4 bits 7483, 303-306 CI voltímetro digital LSI, 470-471 Cilindro, 352-353 Circuito comparador de tensão, 467468 Circuito de energização, 284 Circuito de reinicialização automático, 284 Circuito de reinicialização de um contador, 386-387 Circuito de supressão de zeros, 379 Circuito detector de erro, 424-425 Circuito divisor de frequência, 372-373 Circuito gerador de bit de paridade, 424-425 Circuito gerador de formas de onda, 374-376 Circuito gerador de soma de controle CRC-8, 425 Circuito somador binário de 8 bits, 306 Circuitos aritméticos, 293-321 CI somador, 303-304 encontrando problemas, 317-321 meio somador, 295-296 multiplicação binária, 304-310 representação na forma de complemento de 2. Veja Representação na forma de complemento de 2. soma binária, 293-295 somador completo, 296-298 somador de 3 bits, 298-299 subtração binária, 299-302 subtrator paralelo, 301-303 CISC, 436-437 Clock, 372-384 Codificador, 457-458 Código. Veja Módulo BASIC Stamp. Código de cartão Hollerith, 351 Código de Hamming, 425 Código Gray, 333 Códigos de correção de erros, 425 Coeficiente, 448 Comparador de magnitude de 8 bits, 394-395 Índice I2 Comparador de tensão, 466-468 Computador, 405-408 Computador com conjunto reduzido de instruções (RISC), 436-437 Computador com um Conjunto Complexo de Instruções (CISC), 436-437 Computador de estado sólido, 348350 Conector DB9, 441-443 Conexão com a Internet CEA, 312-313 disco rígido, 352-353 dispositivos de armazenamento, 356 folhas de dados, 359-360 Informação sobre o módulo BASIC Stamp, 440-441 memória RAM nanotube (NRAM), 347 memórias, 348-350 microprocessador, 408-409 MRAM, 347 portas de comunicação de um PC, 426-427 Ramtron International, 347 soldagem, A6-7 Conexão com dispositivos analógicos, 457-485 conversão A/D, 463-482. Veja Conversão A/D. conversão D/A, 458-464. Veja também Conversão D/A. digitilazação da temperatura, 479, 481-482 medidor de intensidade luminosa digital, 478-480 voltímetro digital elementar, 467471 Conexão DSL, 409-410 Conexões de dados, 420-423 Construção da fibra óptica, 277-279 Contador binário/de década crescente/decrescente pré-ajustável 4029, 368, 370 Contador de frequência, 384-391 Contador de frequência digital, 384391 Contador de frequência experimental, 387, 389-391 Contador decrescente, 394-395 Contador divisor por 10, 389, 391 Contador divisor por 6, 389, 391 Contador divisor por 60, 374-375 Contador em anel, 282 Contadores de década 74HCI92, 394-395 Contadores decrescentes com parada automática, 394-395 Controlador programável (PC), 430431 Controladores lógicos programáveis (Petruzella), 431-434 Controle de início/parada, 375-376, 384 Conversão conversor de binário para código Gray, 333 de um número decimal na forma de complemento de 2, 312-313 Conversão A/D, 446-447, 463-482 comparador de tensão, 466-468 conversor A/D 0804, 475-477 conversor A/D de aproximações sucessivas, 471-474 conversor A/D de rampa digital, 470-472 conversor contador de rampa, 465467 digitalização da temperatura, 479, 481-482 dissipação de potência, 475 especificações do conversor A/D, 474-475 especificações do conversor A/D, 474-475 faixa de tensão de entrada, 475 medidor de intensidade luminosa, 478-480 níveis lógicos de entrada, 475 precisão, 474-475 resolução, 474-475 tabela verdade, 465-466 tempo de conversão, 475 tensão de alimentação, 475 tipo de saída, 474-475 Conversão analógica-digital. Veja Conversão A/D. Conversão D/A, 446-447, 458-464 amplificador operacional, 459-461 conversor D/A básico, 460-462 conversor D/A tipo escada, 462-463 tabela verdade, 458-459 Conversão digital-analógica. Veja Conversão D/A. Conversão na forma de complemento de 2 tabela, A9 Conversor A/D de rampa digital, 470-472 Conversor A/D por aproximações sucessivas, 471-475 Conversor contador de rampa, 465467 Conversor D/A básico, 460-462 Conversor de binário para código Gray, 333 Conversor de código, 333 Conversores A/D tipo μP, 474-475 Conversores D/A do tipo escada, 462-463 CPU, 293-294, 324-325, 406-407 CRC, 423-425 D Dados seriais, 418-419 DDR SDRAM, 348-350 Decodificador, 418-419, 457-458 Decodificador 1 de 10, 334-335 Decodificador de endereço, 415-418 Decodificador/driver, 394-395 Demultiplexador (DEMUX), 418-419 Detecção de erros, 423-425 Diagrama em escada de relés, 431432 Diagrama lógico em escada, 431-432 Digitalização da temperatura, 479, 481-482 Digitalizador, 479, 481 DIMM, 348-350 Diodo zener, 467-468 DIP, 347-348 Disco HD, 353, 355 Disco mageneto-óptico regravável, 357-358 Disco magnético, 352-353 Disco rígido, 325-326 Disco rígido Cheetah, 352-353 Disco rígido de bolso, 352-353 Disco rígido interno, 325-326, 352353 Disco rígido USB, 325-326 Disco Winchester, 352-353 Discos ópticos de leitura/gravação, 357-358 Discos rígidos portáteis, 325-326 Discos rígidos Seagate Cheetah, 352-353 Dispositivo lógico programável (PLC), 430-434 Dispositivos analógicos. Veja Conexão com dispositivos analógicos. Dispositivos de armazenamento não voláteis, 329 Dispositivos de informática portáteis, 351 Dispositivos de interfaceamento, 457-458 E 2 E PROM, 340 Editor PBASIC, 441-443 EEPROM, 340 Encapsulamento de memória, 347350 Encapsulamento de tamanho pequeno miniaturizado (SSOP), 434-435 Encapsulamento em linha dupla (DIP), 347-348 Encapsulamento em linha simples (SIP), 347-350 Encapsulamento em linha ziguezague (ZIP), 347-350 Encontrando problemas em registradores de deslocamento, 286, 288-289 em um somador completo, 317321 Endereço, 334-335 Endereços eletrônicos. Veja Conexão com a Internet. Entrada paralela-saída paralela, 270273 Entrada paralela-saída serial, 270273 Entrada serial-saída paralela, 270-273 Entrada serial-saída serial, 270-273 EPROM 2732, 341 Erro de quantização, 474-475 Estado de alta impedância, 415 Ethernet, 411-412 F Família de memória EPROM série 27XXX, 341 Família de microcontroladores PIC16C5X, 436-437 Fator indicador de reação da peça, A5-6 FeRAM, 347 Firmware, 337 Fita de papel perfurado, 351 Fita magnética, 351-353 Fluxo, A2-5 Fluxos ácidos, A2-3 Forma de onda dente de serra, 470471 Forma de onda digital, 479, 481 Fotocélula de sulfeto de cádmio, 478-479 Fotocélulas de CdS, 478-479 Fotorresistor, 478-479 FRAM, 347 Interfaceamento de dispositivos analógicos com sistemas digitais. Veja Conexão com dispositivos analógicos. Interfaceamento entre dispositivos CMOS e LEDs norma IEEE-488, 423-424 Internet, 409-410 Interpretador PBASIC, 440-441 Inversor Schmitt trigger, 375-376, 479, 481 J Jogo da roleta, 282-286, 288 Jogo de dados, 367-373 Jogo de dados digital, 367-373 Jogo eletrônico de simulação de dados, 367-373 Jogos digitais, 367-373 JTAG, 395, 398-401 Junção de túnel magnética (MTJ), 347 G L Ganho de tensão, 459-461 Geração de formas de onda, 389, 391 Gerador de rampa, 470-471 Gravação de uma memória PROM, 341 Gravadoras de CD, 329 Gravadores de memória PROM, 341 Grupo Conjunto de Ação de Teste, 395, 398-399 LAN, 409-412 Latch, 269-270 Latch transparente de 4 bits 7475, 318 Líderes. Veja História da Eletrônica. Localizador remoto, 301-302 LSI, 366-367 H Handshaking, 420-423 TM Handspring Treo, 351 Hayes, Dennis C., 407-408 Hayes, Dennis C., 407-408 História da Eletrônica Hollerith, Herman, 351 I Instrução 411-412 Integração em escala muito grande (VLSI), 366-367 Integração em escala ultragrande (ULSI), 366-367 Integração em grande escala (LSI), 366-367 Integração em media escala (MSI), 366-367 Integração em pequena escala (SSI), 366-367 Interface paralela, 420-423 Interface periférica programável (PPI), 420-423 M MAC, 446-447 Mapa de memória, 415 Medidor de intensidade luminosa, 478-480 Medidor de intensidade luminosa digital, 478-480 Meio de filme fino, 352-353 Meio somador, 295-296 Meio somador, 299-302 Meio subtrator, 299-300 Memória, 323-364 armazenamento, 351-358 armazenamento em semicondutores, 325-347 armazenamento lógico, 325-326, 353, 355, 357 armazenamento magnético, 324326, 351-353 encapsulamento, 347-350 flash, 345-347 FRAM, 347 leitura/gravação não volátil, 343-344 MRAM, 347 NVSRAM, 344-346 Índice Dispositivos de memória (computador), 324-325 Dispositivos para os cegos, 280, 282 Dispositivos periféricos, 406-407, 409-410 Disquete de 3,5”, 353, 355 Disquetes com dupla densidade, 353, 355 Distribuidor, 418-419 Divisor de frequência, 372-373 Divisor/decodificador multiplexado, 379 DRAM, 325-326, 331 Drivers de segmentos, 380 DSP, 446-449 DVD, 325-326 DVD+RW, 353, 355, 357 DVD-R, 353, 355 DVD-RAM, 355, 357 DVD-ROM, 325-326, 355, 357 DVD-RW, 353, 355, 357 DVD-vídeo, 325-326 I3 Índice I4 potenciômetro digital, 359-362 PROM, 340-341 RAM, 328-329 ROM, 334-339 SRAM, 329-334 visão geral, 324-328 Memória baseada em proteínas, 334-335 Memória buffer, 420-423 Memória de 64 bits, 328 Memória de acesso randômico (RAM), 328-329 Memória de acesso randômico magnética, 347 Memória de apenas leitura (ROM), 334-339 Memória de apenas leitura programável (PROM), 340-341 Memória de leitura/gravação, 328 Memória de leitura/gravação não volátil, 343-347 Memória de somente leitura programável apagável (EPROM), 340 Memória do computador. Veja Memória. Memória do programa, 411-412 Memória flash, 325-326, 345-347 Memória flash 28F512, 345-347 Memória flash EEPROM, 340 Memória flash USB, 325-326 Memória nanotube RAM (NRAM), 347 Memória NRAM, 347 Memória NVRAM, 344-345 Memória NVSRAM, 344-345 Memória PROM, 340-341 Memória PROM apagável com luz ultravioleta 2732A 32K, 341 Memória PROM eletricamente apagável (EEPROM), 340 Memória RAM, 328-329 Memória RAM de 64 bits 74189, 331 Memória RAM de leitura/gravação TTL 7489, 329-331 Memória RAM dinâmica (DRAM), 325-326, 331 Memória RAM estática (SRAM), 329334 Memória RAM estática 2114, 331 Memória RAM estática não volátil (NVSRAM), 344-345 Memória RAM ferroelétrica (FRAM), 347 Memória RAM magnética, 326-327 Memória RAM magnetorresistiva (MRAM), 347 Memória RAM não volátil (NVRAM), 344-345 Memória ROM, 334-339 Memória ROM com diodos, 334-336 Memória ROM de 8 bits TMS4764 8192 X, 334-335, 337 Memória ROM programável em campo (PROM), 340 Memória ROM programável por máscara, 340 Memória scratch-pad (bloco de rascunho), 328 Memória SRAM, 329-334 Memória volátil, 329 Memórias não voláteis, 334-335 Memórias SRAM alimentadas por baterias, 344-345 Método de multiplicação da soma e deslocamento, 311, 310 Microcomputador, 407-418 decodificação de endereço, 415-418 diagrama de blocos, 408-409 MPU, 408-409 operação, 411-412 procedimento entradaarmazenamento-saída, 411-414 sequência busca-decodificaexecuta, 414 Microcontrolador, 293-294, 367-368, 411-412, 434-440 Microcontrolador BASIC Stamp 2 módulo, 440-446 Microcontrolador PIC1655, 436-440 Microprocessador (MPU), 367-368, 407-409 Milhões de instruções por segundo (MIPS), 448 MIPS, 448 Modelo de memória em linha dupla (DIMM), 348-350 Modem, 408-410 Módulo BASIC Stamp exemplo de programação simples, 441-446 Módulo BS2, 441-443. Veja Microcontrolador BASIC Stamp 2. Módulo de memória em linha simples (SIMM), 347-350 Molhagem, A2-3 MPU, 367-368, 407-409 MSI, 366-367 MTJ, 347 Multiplexador (MUX), 379, 380, 418420 Multiplicação binária, 304-310 Multiplicação e acumulação (MAC), 446-447 Multiplicador, 304 Multiplicando, 304 MUX, 379, 380, 418-420 N Nomenclatura de pinos, 337 Números de 4 bits na forma de complemento de 2, 311-313 Números de 8 bits na forma de complemento de 2, 314-316 Números/sistemas de numeração conversão. Veja Conversão. O Onda senoidal, 375-376 Operação, 411-412 Operação de gravação, 328 Operação de leitura, 328 Operações matemáticas. Veja Circuitos aritméticos. Operando, 411-412 Oscilador de relaxação, 379 Oscilador multiplexado, 379 Osculador controlador por tensão, 282, 283 P Padrão Centronics, 423-424 Padrões de interface serial, 423-424 Parallax, Inc., 440-441 PC, 430-431 PCMCIA, 348-350 PIA, 420-423 Pioneiros. Veja História da Eletrônica. Pipelining, 448 PLC, 430-434 PLD. Veja Dispositivo lógico programável. Porta de áudio, 425 Porta de vídeo, 425 Porta do mouse, 425 Porta do teclado, 425 Porta Ethernet, 425 Porta paralela, 425 Porta serial, 425 Porta USB, 425 Portas de um PC, 426-427 Portas lógicas de transmissão, 372-373 Potenciômetro de estado sólido, 359-360 Potenciômetro digital, 359-362 Potenciômetro Trimmer DS 1804 NV, 359-360 PPI, 420-423 Pratos, 352-353 R Rampa, 466-467 Receptor-transmissor assíncrono universal (UART), 420-423, 426-430 Rede de acesso local (LAN), 409-412 Rede de longa distância (WAN), 411412 Rede de resistores, 458-460 Rede de resistores em escada R-2R, 462-464 Redes resistivas em escada, 459-460 Registrador, 269-270, 411-412 Registrador de buffer, 269-270 Registrador de deslocamento, 269-291 características de memória e deslocamento, 269-270 carga paralela, 273-275 carga serial, 270-273 CI registrador 74194, 275-279 de 8 bits CMOS, 280, 282 encontrando problemas, 286, 288289 roleta digital, 282-286, 288 universal, 275-279 Registrador de deslocamento à direita com carga serial, 277-278 Registrador de deslocamento à esquerda com carga paralela, 277278 Registrador de deslocamento à esquerda com carga serial, 277-278 Registrador de deslocamento bidirecional universal de 4 bits 74194, 275-279 Registrador de deslocamento com carga paralela, 277-279 Registrador de deslocamento com carga serial, 270-272 Registrador de deslocamento com entrada serial e saída paralela de 8 bits 74HC164, 280, 282 Registrador de deslocamento de 4 bits, 270-273 Registrador de deslocamento de 8 bits CMOS, 280, 282 Registrador de deslocamento paralelo recirculante de 4 bits, 273-274 Registrador de deslocamento universal, 275-279 Registrador de instrução, 411-412 Registradores de deslocamento com carga paralela, 273-275 Relógio de seis dígitos, 380 Relógio digital, 372-384 Relógio digital LSI, 375-383 Representação na forma de complemento de 2 conversão de números decimais, 312-313 processador de 4 bits, 311-313 processador de 8 bits, 314-316 soma, 312-313 somador-subtrator, 317-318 subtração, 312-314 subtração na forma de complemento de 2, 312-314 Resistor sensível à temperatura, 479, 481 Revolução da informação, 323-324 RISC,436-437 Roleta digital, 282-286, 288 Roleta eletrônica, 282-286, 288 Roteador, 411-412 S Saída com três estados, 331 Saída do sistema (computador), 406-407 Satélite na órbita geoestacionária da Terra (GEO), 463-464 Seção de controle (computador), 406-407 Seção de memória (computador), 405-406 Seleção de chip, 331 Sequência busca-decodifica-executa, 414 Sequência de reinicialização-contagem-exibição, 386-387, 389, 391 Setor, 352-353, 355 SIMM, 347-350 Simplificação de expressões booleanas, 92 Sinais discretos no tempo, 446-447 SIP, 347-350 Sistema, 365-367. Veja também Sistemas de computadores; Sistemas digitais. Sistema eletrônico híbrido, 470-471 Sistema híbrido, 457-458 Sistema microprocessado de 4 bits, 416-417 Sistema pessoal de visualização NOMAD , 280, 282 Sistema somador/subtrator (números na forma de complemento de 2), 318 Sistema temporizador, 391-398 Sistemas de computadores, 405-455 computador, 405-408 DSP, 446-449. microcomputador. Veja Microcomputador. microcontrolador, 434-440 módulo microcontrolador BASIC Stamp, 440-446 PLC, 430-434 programação em PBASIC, 441-446 transmissão de dados. Veja Transmissão de dados. Sistemas digitais, 365-403. Veja também Sistemas de computadores. boundary scan, 395, 398-401 contador de frequência, 384-391 contador de frequência experimental, 387, 389-391 elementos de um sistema, 365-367 em CIs, 366-367 jogo de dados, 367-373 jogos digitais, 367-373 JTAG, 395, 398-401 relógio digital, 372-384 relógio digital LSI, 375-383 temporizador LCD com alarme, 391-398 teste, 395, 398-401 Sistemas microcontrolados, 434-435 Sistemas MPU, 414 Software, 337 SOIC, 347-348, 434-435 Solda 50/50, A1-2 Solda 60/40, A1-3 Solda eutética, A1-2 Solda/processo de soldagem, A1-2, A6-7 condição da superfície, A4-5 conexão térmica, A4-5 controle do aquecimento da junção, A4-7 Índice Procedimento entrada-armazenamento-saída, 411-414 Processador digital de sinais (DSP), 446-449 Produto, 304 Programa, 408-409 Programação. Veja Módulo BASIC Stamp. Programas de computador. Veja módulo BASIC Stamp. Programas de software. Veja Módulo BASIC Stamp. Programas PBASIC. Veja Módulo BASIC Stamp. Projeto de um display luminoso, 436-440 I5 Índice escolha do ferro de solda e ponta, A5-7 fator indicador de reação da peça, A5-6 ferros de solda, A4-5 fluxo, A2-5 massa térmica relativa, A4-5 molhagem, A2-3 natureza da solda, A1-2 realizando a conexão de solda, A6-7 remoção do fluxo, A6-7 soldas normalmente utilizadas, A1-3 taxa de recuperação de um ferro de solda, A5-6 vantagens da soldagem, A1-2 Soma binária, 293-295 Soma de controle, 425 Soma de números de 8 bits na forma de complemento de 2, 315, 316 Soma na forma de complemento de 2, 312-313 Somador CI, 296-304 completo, 296-298 conexão em cascata, 303-304 de 3 bits, 298-299 meio, 295-296 paralelo, 298-299 Somador binário de 8 bits, 303-304, 306 Somador completo, 296-298 Somador completo binário de 4 bits TTL 7483, 303-306 Somador de, 298-299 Somador paralelo, 298-299 I6 Somadores em cascata, 303-304 Somadores/subtratores de números, 317-318 SSI, 366-367 SSOP, 434-435 Subsistemas, 365-366 Subtração binária, 299-302 Subtração de números de 8 bits na forma de complemento de 2, 315, 316 Subtrator completo, 296-302 meio subtrator, 299-300 paralelo, 301-303 Subtrator paralelo, 301-303 Subtrator paralelo de 4 bits, 302-303 T Tabela verdade conversor A/D, 465-466 conversor D/A, 458-459 subtrator, 300 Tabelas de soma binária, 294-295 Tabelas de subtração binária, 299-300 Taxa de baud, 423-424 Técnica das somas sucessivas, 304-309 Tecnologia de microchips, 434-435 Tempo de amostragem, 389, 391 Tempo de contagem, 389, 391 Tempo de conversão, 475 Temporizador digital, 391-420 Temporizador LCD com alarme, 391398 Termistor, 479, 481-482 Termômetro e termostato digital DS1620, 481-482 Transdutor, 478-479 Transmissão de dados, 418-419 bandeiras, 428-430 bit de paridade, 423-425 CRC, 423-425 detecção de erro, 423-425 em sistemas de computadores, 426-430 portas, 426-427 Trilha, 352-353, 355 U UART, 420-423, 426-430 Unidade aritmética (computador), 405-407 Unidade de processamento central (CPU), 293-294, 324-325,406-407 Unidade lógica aritmética (ALU), 293294, 406-408 Unidades lógicas aritméticas/ geradores de função, 303-304 V Verificação de redundância cíclica (CRC), 425 Visão eletrônica, 389, 391 VLSI, 366-367 Voltímetro, 467-471 Voltímetro digital, 467-471 Voltímetro digital elementar, 467-471 Voltímetro digital em chips integrados de grande escala, 470-471 W WAN, 411-412