M 2016 OTIMIZAÇÃO DE TORRES DE TELECOMUNICAÇÃO METÁLICAS TUBULARES TRELIÇADAS, SUJEITAS À AÇÃO DO VENTO, INCLUINDO O DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES DÁRIO FILOMENO FORTES DOS SANTOS VIEIRA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA À FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO EM ÁREA CIENTÍFICA OTIMIZAÇÃO DE TORRES DE TELECOMUNICAÇÃO METÁLICAS TUBULARES TRELIÇADAS, SUJEITAS À AÇÃO DO VENTO, INCLUINDO O DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES DÁRIO FILOMENO FORTES DOS SANTOS VIEIRA Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS Orientador: Professor Doutor Rui Manuel de Menezes e Carneiro de Barros Coorientador: Engenheiro José Eduardo Assunção Torres Barros JUNHO DE 2016 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2015/2016 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446 * miec@fe.up.pt Editado por FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias 4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440 * feup@fe.up.pt ü http://www.fe.up.pt Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil 2014/2015 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2015. As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir. Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor. Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Ao meu Pai É a falta de fé que faz as pessoas terem medo de aceitar desafios, e eu, acredito em mim mesmo Muhammad Ali Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices . Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices AGRADECIMENTOS Nada é atingido sem compromisso, dedicação, determinação e sacrifício. É com muita alegria e orgulho, que termino com esta dissertação uma etapa do meu percurso académico. Agradeço a todos, que de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho. Expresso a minha especial gratidão, a todos que cruzaram neste percurso de aprendizagem e obtenção de conhecimentos, que me fizeram acreditar e ultrapassar todos os meus limites, mesmo nas alturas em que surgiam dúvidas. Agradeço em primeiro lugar, ao professor Dr. Rui Carneiro de Barros, o orientador deste trabalho, pela instrução, conhecimentos e conselhos transmitidos. Pelo incentivo, paciência, dedicação, disponibilidade e empenho, que possibilitou o rigor técnico e científico que este trabalho apresenta, como também, pelo desafio lançado de testar e validar várias abordagens para um tema muito controverso e exigente. À empresa IRMÃOS SILVA SA-METALOGALVA, pela disponibilidade, pelo acolhimento, pela boa disposição de todos os membros, pela ajuda e pelos materiais fornecidos para a realização do trabalho e cumprimento dos objetivos. Ao engenheiro José Barros, pela disponibilidade e auxílio fornecido, principalmente no que toca a posição crítica, que deve ser tida aquando de verificação de resultados. Aos alunos de pós-graduação de engenharia mecânica, Behzad Farahani e Mohamed Lotfi, pelo tempo despendido na introdução e explicação de um software no qual não era familiarizado, como também pela ajuda e apoio despendido em determinados conceitos científicos. Aos meus colegas e amigos, pelo apoio, companheirismo e confiança transmitida no ambiente de trabalho, ao longo da realização da dissertação e também, pelo sentimento de amizade transmitido e acolhimento durante todo este percurso. Aos meus professores, do ISEP e da FEUP, que acompanharam a minha formação, ajudaram, ensinaram, partilharam conhecimentos e pelo reconhecimento das minhas capacidades. À minha namorada, Liliana, pelo apoio, carinho, amor, companheirismo e confiança demonstrada nas minhas capacidades. Agradeço pela sua compreensão e toda a ajuda dada ao longo desta caminhada. Aos meus irmãos, não de sangue, mas de coração, que me apoiaram a distância e que sempre acreditaram em mim. Foram, e sempre serão, algo mais do que amigos e agradeço pelas mensagens de incentivo e confiança. Finalmente, agradeço a minha família. Agradeço à minha mãe e à minha irmã pelo amor incondicional, pelo sacrifício feito, por garantir as melhores condições ao longo da minha aventura fora do meu país, o apoio demonstrado, a preocupação e os momentos proporcionados de pura alegria, que me fizeram sorrir e acreditar. Agradeço ao meu pai, que mesmo não estando mais presente neste mundo, mas sempre no meu coração, transmitiu-me todos os valores que me tornaram o homem que sou hoje. A sua proteção e o seu amor que sempre estiverem presentes; e os conselhos, que ficarão para sempre na minha vida. A toda a minha família, que sempre esteve presente nos melhores e piores momentos da minha vida, que também possibilitou alcançar esta meta. O meu sincero e profundo obrigado a todos. i Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices RESUMO O dimensionamento de torres de telecomunicação, é fortemente condicionado pelos requisitos de projeto. Para torres de grande altura, tende-se preferencialmente a escolha de estruturas hiperestáticas, compostas por treliças de elementos metálicos, e o seu dimensionamento dado por avaliações simples de modelos estruturais tipo consola, e elementos que a constituem avaliados numa condição de simplesmente apoiados, ou com definição de apoios que não permitem rotações, de modo a facilitar o processo de fabrico e montagem. Não é posto em causa o tipo de abordagem, principalmente pelos resultados obtidos serem conservativos, no entanto é desprezado em várias ocasiões, as verdadeiras condições da estrutura, bem como também, o menosprezar de uma análise ao detalhe dos elementos construtivos constituintes. Neste sentido, para torres treliçadas, será necessário avaliar os efeitos provocados por carregamento nos seus membros muitos esbeltos, avaliando a sua própria resistência. Uma análise crucial é a relacionada ao carregamento da ação dinâmica do vento, podendo levar a fenómenos de rotura local que, quando acumulado com sucessivos outros casos de rotura local, leva à perda de estabilidade da torre e eventualmente ao desastre. Neste sentido, o objetivo principal deste trabalho é avaliar a resposta das diagonais das torres treliçadas metálicas de perfis tubulares, quando sujeitas a ação do vento determinada pela norma em vigor, EN1991-1-4, e precisamente o fenómeno de desprendimento alternado de vórtices surgido, que pode provocar grandes oscilações na direção transversal à atuação do vento. Será abordado o modelo fornecido pela METALOGALVA, em Autodesk Robot Structural Analysis, para avaliação da geometria dos membros de uma torre exemplo. E será feita a definição de parâmetros para cálculo da ação do vento e métodos de determinação dos efeitos das vibrações induzidas por desprendimento de vórtices, pelo regulamento em vigor e outras abordagens de comparação. As metodologias serão baseadas num modelo matemático desenvolvido por cada autor, com especial ênfase no Eurocódigo como regulamento normativo no país, onde são consideras distintas aproximações para avaliação das vibrações induzidas pelo desprendimento. Por fim, será apresentado uma formulação de minimização ou atenuação das amplitudes de vibração, estudada e ensaiada em Ansys Fluent, com análise crítica e apresentação da melhor solução viável, tanto em termos de instalação como económicos, para as diagonais esbeltas mais vulneráveis ao desprendimento. Tal solução, como é esperado, permitirá também a diminuição da probabilidade de dano provocado por fadiga e aumentará a probabilidade do tempo de vida da estrutura. PALAVRAS-CHAVE: Torres treliçadas metálicas, vento, desprendimento de vórtices, vibrações induzidas por vórtices, minimização ou atenuação da excitação por vórtices. iii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices iv Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ABSTRACT The telecommunication towers design is strongly influenced by the project requirements. For high towers, the choice tends to be preferentially on Hyperstatic structures, composed by lattice steel components. The design is given by simple evaluations of cantilevered structural model, and for the structure’s members, it is assumed simple supported beams or fixed joints, in order to simplify the work. This type of approach will not be questioned, since the results are well conservatives, nevertheless, in most cases, it doesn’t take in consideration the real conditions of the structure and despises the member particular analysis. Regarding this fact, for the lattice towers, it will be necessary to analyse the loading effects on is slender members, as well as their resistance. One of the crucial analysis is related with the dynamic wind loading, which can lead to local failure on members, and creates a sequence of others failures, until the resistance and balance of the tower structure is lost, leading eventually to global failure. According to that, the main goal of this work is evaluate the response of the diagonals members of steel lattice towers with circular profiles cross-sections, when face with wind load, determine according to the current regulation EN1991-1-4. And, specially, the response due to the vortex shedding phenomenon created, which can induce to major excitations in the perpendicular direction of the wind action. There will be analyse the structural model gave by METALOGALVA company, in Autodesk Robot Structural Analysis, to get the needed geometrical input of members of a pattern tower. Also, it’ll be set the initial parameters for the calculation of the wind action and to apply the different methods for the determination of the vortex shedding induced vibrations, for the current regulation and others approaches of comparison. All the methods are based in mathematical models developed by each respective author, where it will be given special attention to the Eurocode, as the official norm of the country. In that last one, there will be take in consideration the different approaches presented for the evaluation of induced vibrations due vortex shedding. Finally, there will be presented a formulation for mitigation or supressing of the amplitudes of vibration, studied and tested in Ansys Fluent. It’ll have a critical analysis as well as the best results obtain, both in the technical way (installation process) as the economical way, for the slender members susceptible to vortex shedding vibrations. It’ s expected that the solution minimizes the damage due to fatigue and increase the expected life time of the structure. KEYWORDS: Lattice steel towers, wind, vortex shedding, vortex induced vibrations, mitigation or suppressing of vortex excitation. v Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices vi Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ÍNDICE GERAL AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... I RESUMO .................................................................................................................................III ABSTRACT .............................................................................................................................. V 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................................................... 1 1.2. OBJETIVOS E ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 3 2. AS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING ................................................................ 5 2.1. O FENÔMENO DE DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING ............................ 5 2.2. NÚMERO DE STROUHAL .................................................................................................... 7 2.3. NÚMERO DE REYNOLDS .................................................................................................... 8 2.4. CONSIDERAÇÕES DO SHEDDING ...................................................................................... 11 2.5. A CAMADA LIMITE ........................................................................................................... 13 2.6. PARÂMETROS ESPECIAIS DO SHEEDING ........................................................................... 14 2.6.1. VELOCIDADE CRÍTICA ..................................................................................................................... 14 2.6.2. NÚMERO DE SCRUTON ................................................................................................................... 15 2.6.3. INFLUÊNCIA DA TURBULÊNCIA DO VENTO NATURAL........................................................................... 17 2.6.3.1. Intensidade de turbulência ....................................................................................................... 17 2.6.3.2. Escala de turbulência ............................................................................................................... 18 2.7. OS FENÓMENOS DO SHEDDING ........................................................................................ 19 2.7.1. LOCK IN ......................................................................................................................................... 19 2.7.2. OVALLING ...................................................................................................................................... 21 2.8. OUTRAS CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DO VORTEX SHEDDING ............................................. 24 2.8.1. COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO .................................................................................................... 25 2.8.2. RÁCIO DE AMORTECIMENTO OU DAMPING RATIO............................................................................... 26 2.8.3. COEFICIENTES DE FORÇA LATERAL ................................................................................................. 26 2.9. COMENTÁRIO FINAL SOBRE O CAPÍTULO .......................................................................... 27 vii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 3. AÇÃO REGULAMENTAR DO VENTO SEGUNDO O EUROCÓDIGO 1, PARTE 1-4 ........................................................................ 29 3.1. O VENTO NATURAL......................................................................................................... 29 3.2. AÇÃO DO VENTO EN 1991-1-4 ....................................................................................... 29 3.2.1. VELOCIDADE DO VENTO E A PRESSÃO DINÂMICA DE PICO ................................................................ 30 3.2.1.1. Velocidade média do vento ...................................................................................................... 30 3.2.1.2. A intensidade de turbulência do vento ..................................................................................... 32 3.2.1.3. Pressão dinâmica de Pico ........................................................................................................ 33 3.2.2. FORÇA EXERCIDA PELO VENTO........................................................................................................ 34 3.2.2.1. O coeficiente de força ............................................................................................................... 34 3.2.2.2. Área de referência e a altura de referência .............................................................................. 37 3.2.3. COEFICIENTE ESTRUTURAL ............................................................................................................ 37 3.2.3.1. Coeficiente de resposta quase-estática segundo o Anexo B ................................................... 39 3.2.3.2. Coeficiente de resposta em ressonância segundo o Anexo B ................................................. 39 3.2.3.3. Fator de pico ............................................................................................................................. 43 3.2.3.4. Coeficiente de resposta quase-estática segundo o Anexo C .................................................. 43 3.2.3.4. Coeficiente de resposta em ressonância segundo o Anexo C ................................................ 43 3.3. COMENTÁRIO FINAL SOBRE A AÇÃO DO VENTO ................................................................ 44 4. PROJETO DA TORRE DE TELECOMUNICAÇÃO TRELIÇADA ............................................................................................................... 45 4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE TORRES DE TELECOMUNICAÇÃO ................................... 45 4.2. TORRE TRELIÇADA METÁLICA DE SECÇÕES TUBULARES .................................................. 47 4.2.1. DIMENSIONAMENTO EFETUADO E DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA ............................................................ 49 4.2.2. DIAGONAIS DO PROJETO ................................................................................................................ 53 4.2.3. DESIGNAÇÃO USADA PARA OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS................................................................. 54 5. DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING, SEGUNDO O EN1991-1-4 (2010) ................................................................................................. 57 5.1. O EFEITO DAS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES ..................... 57 5.2. MÉTODO 1 PARA O CÁLCULO DAS AMPLITUDES TRANSVERSAIS AO VENTO ....................... 58 5.2.1 COEFICIENTE DE FORÇA LATERAL .................................................................................................... 59 viii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 5.2.2 COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO L .................................................................................................. 60 5.2.3. COEFICIENTE DE COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO EFETIVO KW ....................................................... 61 5.2.4. COEFICIENTE DE CONFIGURAÇÃO MODAL K ..................................................................................... 61 5.3. MÉTODO 2 PARA O CÁLCULO DAS AMPLITUDES TRANSVERSAIS AO VENTO ....................... 62 5.4. COMENTÁRIO SOBRE O CAPÍTULO .................................................................................... 66 6. OUTROS CÓDIGOS DE AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES................................................................ 67 6.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67 6.2. DET NORSKE VERITAS ................................................................................................................. 67 6.2.1. INTERVALOS DE RESPOSTA DEFINIDOS PELO NÚMERO DE REYNOLDS ............................................... 68 6.2.2. DEFINIÇÃO DE INTERVALOS DE ELEVADA EXCITAÇÃO ....................................................................... 68 6.2.3. ANÁLISE DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES .................................................................................. 69 6.3. BRITISH STANDARDS INSTITUTION .............................................................................................. 72 6.4. BROWN AND ROOT ....................................................................................................................... 74 6.5. MÉTODO PROPOSTO POR RUDGE AND FEI ................................................................................. 80 6.6. COMENTÁRIO FINAL SOBRE OS MÉTODOS .................................................................................. 83 7. ANÁLISE E DESCRIÇÃO DA FADIGA ..................................................... 85 7.1. INTRODUÇÃO À FADIGA ................................................................................................................ 85 7.2. A FADIGA DEVIDO À AÇÃO DO VENTO ....................................................................................... 86 7.3. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FADIGA PELO EN1993-1-9 .............................................. 87 7.3.1. RESISTÊNCIA A FADIGA E AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA ..................................................................... 88 7.3.2. CÁLCULO DOS INTERVALOS DE TENSÕES ........................................................................................ 90 7.4. NÚMERO DE CICLOS DE CARREGAMENTO .................................................................................. 91 7.5. VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA EM RELAÇÃO À FADIGA ............................................................ 92 7.5.1. VERIFICAÇÃO COM BASE NO INTERVALO DE TENSÕES EQUIVALENTES ................................................ 92 7.5.2. VERIFICAÇÃO COM BASE NO CÁLCULO DO DANO ACUMULADO ........................................................... 93 7.6. DETERMINAÇÃO DO ESPETRO DE TENSÕES TEÓRICO............................................................... 95 7.7. DANO ACUMULADO PELA REGRA DE PALMGREN-MINER ......................................................... 97 ix Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 8. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS PROVOCADOS PELO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES PARA TORRE EM ESTUDO ..................................................................................................................................... 101 8.1. INTRODUÇÃO AO PROGRAMA DE CÁLCULO DESENVOLVIDO .................................................. 101 8.1.1. VORTEX INDUCED VIBRATIONS ANALYSIS ...................................................................................... 101 8.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS E COMPARAÇÃO COM VALORES TABELADOS ...... 114 8.2.1. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA UMA DIAGONAL.................................................................................. 114 8.2.1.1. Avaliação do fenómeno de fadiga pelo intervalo de tensões equivalente à amplitude constante …………………………………………………………………………………………………………………..118 8.2.1.2. Avaliação do fenómeno de fadiga pelo método do dano acumulado .................................... 119 8.2.2. ANÁLISE DAS DIAGONAIS E COMPARAÇÕES COM OS OUTROS MÉTODOS ........................................... 120 8.2.2.1. Resultados da avaliação à fadiga........................................................................................... 124 8.3. AVALIAÇÃO PARA UM REGISTO DE VELOCIDADE DE VENTO ................................................. 132 8.3.1. ANÁLISE PARA O HISTORIAL DE 3 MESES ........................................................................................ 134 8.4. COMENTÁRIOS FINAIS SOBRE O CAPÍTULO .............................................................................. 139 9. SOLUÇÃO PROPOSTA PARA MITIGAÇÃO DOS EFEITOS PROVOCADOS PELO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES.. 141 9.1. INTRODUÇÃO AO ANSYS FLUENT .............................................................................................. 141 9.2. SOLUÇÃO DESENVOLVIDA E MÉTODO DE CÁLCULO DO PROGRAMA ....................................... 141 9.2.1. SOLUÇÕES ADOTADAS .................................................................................................................. 143 9.3. COMENTÁRIOS FINAIS SOBRE O CAPÍTULO .............................................................................. 149 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 151 10.1. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 151 10.2. RECOMENDAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ........................................................... 152 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 155 x Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1.1. – “Monopoles” ou Torres tubulares para telecomunicações (METALOGALVA, 2015). ........... 1 Fig. 1.2. – Torres treliçadas com geometria variável (METALOGALVA, 2015). ..................................... 2 Fig. 2.1. - Os turbilhões de Von Karman (Wargen, 2016). ..................................................................... 5 Fig. 2.2 . - Esquema representativo para a determinação da pressão de estagnação em um tubo água (Rosa, 2015). ........................................................................................................................................... 6 Fig. 2.3. - O fenómeno de desprendimento de vórtices derivado do escoamento do vento em torno de um cilindro (Giosan, 2004). ..................................................................................................................... 7 Fig. 2.4. – Gráfico de relação entre o número de Strouhal e o número de Reynolds para cilindros estacionários (Rudge e Fei, 1991). ......................................................................................................... 8 Fig. 2.5. - Valor aproximado das distancias entre vórtices na esteira de Von Karman (Lienhard, 1966; Nogueira, 2015). .................................................................................................................................... 11 Fig. 2.6. – Resposta em banda estreita. (a) Resposta temporal em função do deslocamento em polegadas (2,54 cm); (b) Espetro de Frequência.................................................................................. 12 Fig. 2.7. – Resposta em banda larga. (a) Resposta temporal em função do deslocamento em polegadas (2,54 cm); (b) Espetro de Frequência. .................................................................................................. 12 Fig. 2.8. – A camada limite para diferentes regimes de escoamento (Holmes, 2001). ........................ 13 Fig. 2.9. - Baixas velocidades atrás do cilindro e baixas pressões (Singleton Jr., 2011). .................... 14 Fig. 2.10. – Relação do parâmetro de resposta SG com o deslocamento para estruturas offshore (Rudge e Fei, 1991). .......................................................................................................................................... 16 Fig. 2.11. – Gráfico de coeficiente de força lateral para diferentes valores de intensidade de turbulência em função do número de Reynolds (Sumer e Fredsoe, 1997). ............................................................ 18 Fig. 2.12. – O espetro de força lateral em função da frequência devido ao desprendimento de vórtices (Basu e Vickery, 1983). ......................................................................................................................... 18 Fig. 2.13. – Relação do número de Scruton e a amplitude relativa de vibração para as turbulências de pequena e grande escala (Hansen, 1998) ............................................................................................ 19 Fig. 2.14. – Delimitação da zona de lock-in em função da relação de velocidades e o número de Scruton (Robinson et al., 1992). ......................................................................................................................... 20 Fig. 2.15. – O fenómeno de Lock In caracterizado pela sincronização da frequência da estrutura e do desprendimento de vórtices (Simu e Scanlan, 1996). .......................................................................... 21 Fig. 2.16. – Distorção das secções por ovalização (Barros, 2002). ...................................................... 21 Fig. 2.17. – Distribuição de pressões devidas as ações do vento nos elementos de secção circular (Barros, 2002)........................................................................................................................................ 22 Fig. 2.18. – Variação do comprimento de correlação com o número de Reynolds para cilindros estacionários (escoamento suave) (Holmes, 2001). ............................................................................. 25 xi Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.19. – O efeito da variação da amplitude de um cilindro com diâmetro D na relação do comprimento de correlação com os pontos de pressão, separados de uma distância r ao longo do desenvolvimento para escoamentos suaves (Simu e Scanlan, 1996). ............................................................................. 25 Fig. 2.20. - O efeito da variação da amplitude de um cilindro com diâmetro D na relação do comprimento de correlação com os pontos de pressão, separados de uma distância r ao longo do desenvolvimento para escoamentos turbulentos (Simu e Scanlan, 1996). ...................................................................... 26 Fig. 2.21. – Determinação do coeficiente de força lateral (lift) em função do número de Reynolds e da amplitude de resposta (Rudge e Fei, 1991). ......................................................................................... 27 Fig. 3.1. – Avaliação da rugosidade do terreno (IPQ, 2010b) ............................................................... 32 Fig. 3.2. – Coeficiente de exposição em função da altura. ................................................................... 33 Fig. 3.3. – Coeficiente de força cf,0 para cilindros de base circular sem livre escoamento, para diferentes valores de rugosidade (IPQ, 2010a). ..................................................................................................... 35 Fig. 3.4. – Valores do coeficiente de efeitos de extremidade em função do índice de cheios e da esbelteza. .............................................................................................................................................. 37 Fig. 3.5. – Formas gerais das construções abrangidas pelo método de cálculo. ................................. 38 Fig. 3.6. – Valores aproximados do decremento logarítmico de amortecimento estrutural relativo ao modo fundamental (IPQ, 2010a). .......................................................................................................... 42 Fig. 4.1. – Torres treliçadas autosuportadas (altura < 15m). Primeira imagem: Autosuportada sobre um edifício; Segunda imagem: Autosuportada em meio rural. (GOOGLE IMAGES) ................................. 46 Fig. 4.2. – Torres treliçadas espiadas, suportadas no solo, em meio rural (bases de geometria quadrangular, à esquerda, e triangular, à direita). ................................................................................ 46 Fig. 4.3. – Torres treliçadas de montantes inclinados (geometria piramidal) e de geometria prismática (imagem à direita). ................................................................................................................................. 47 Fig. 4.4. – Projeto da torre de telecomunicação, com descritização das secções consideradas no seu dimensionamento (METALOGALVA, 2015). ......................................................................................... 48 Fig. 4.5. – Modelo estrutural para análise da ação da antena (pormenor à direita), o peso próprio e a ação do vento. ....................................................................................................................................... 49 Fig. 4.6. – Desenhos de pormenor construtivo, da ligação das diagonais numa secção da torre. ...... 53 Fig. 4.7. – Esquema de verificação da resistência dos parafusos pelo Eurocódigo. ............................ 53 Fig. 4.8. – Corte do pormenor de ligação entre uma diagonal e uma horizontal de separação de secção.................................................................................................................................................... 54 Fig. 5.1. – Valor básico do coeficiente de força lateral, c lat,0, em função do número de Reynolds à velocidade crítica, para cilindros de base circular. ................................................................................ 59 Fig. 5.2. – Comprimento de correlação para a 1ª configuração modal (Portugal. Instituto Português da Qualidade, 2010). .................................................................................................................................. 60 Fig. 5.3 . Variação de Ka com o número de Reynolds, definida pelas retas (Basu e Vickery, 1983). .. 65 xii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 6.1. – O número de Strouhal para cilindros circulares em função do número de Reynolds (Det Norske Veritas, 2014). ........................................................................................................................... 69 Fig. 6.2. – Máxima amplitude de oscilações transversais provocadas pelo desprendimento de vórtices em função do parâmetro de estabilidade Ks. ........................................................................................ 70 Fig. 6.3. – Variação do coeficiente lateral, em função do número de Reynolds (resultado de ensaios). ............................................................................................................................................................... 71 Fig. 6.4. – Curvas de resposta em função do coeficiente de excitação (Rudge e Fei, 1991). ............. 72 Fig. 6.5. – Procedimento de estudo do desprendimento de vórtice e o dano que provocará, de forma simplificada (Rudge e Fei, 1991)........................................................................................................... 74 Fig. 6.6. – Amortecimento estrutural em função da razão do vão pelo diâmetro (Rudge e Fei, 1991). 76 Fig. 6.7. – Curva de intervalo de Lock-in (Rudge e Fei, 1991). ............................................................ 77 Fig. 6.8. – Variação do coeficiente de força lateral (lift), com o número de Reynolds e da rugosidade de superfície (Rudge e Fei, 1991). ............................................................................................................. 78 Fig. 6.9. – Variação da amplitude experienciada por uma célula, em função do quociente da velocidade média e a velocidade crítica e o parâmetro de estabilidade, para respostas em banda estreita (Robinson et al., 1992)............................................................................................................................................ 79 Fig. 6.10. - Variação da amplitude experienciada por uma célula, em função do quociente da velocidade média e a velocidade crítica e a intensidade de turbulência, para respostas em banda larga (Robinson et al., 1992)............................................................................................................................................ 79 Fig. 6.11. – Variação do coeficiente de força lateral em função do número de Reynolds (Rudge e Fei, 1991). .................................................................................................................................................... 81 Fig. 7.1. – Variação de resposta em banda larga (aleatória) para banda estreita (sinusoidal) (Holmes, 1998). .................................................................................................................................................... 86 Fig. 7.2. – Histórico de tensões para resposta em banda estreita, com vibrações variáveis e picos máximos em determinados intervalos temporais (Holmes, 1998). ....................................................... 86 Fig. 7.3. – Aplicação do método do reservatório para determinação do espetro de tensões. ............. 87 Fig. 7.4. – Espetro de tensões “real” e “teórico” (esdep 1992). ............................................................ 87 Fig. 7.5. – Curvas de resistência à fadiga para intervalos de tensões nominais. ................................. 89 Fig. 7.6. - Comparação de espetro de tensões reais e o intervalo de tensões equivalentes a amplitude constante (Ruscheweyh, Langer e Verwiebe, 1998) . .......................................................................... 93 Fig. 7.7. – Esquema de representação dos intervalos de tensões superiores e inferiores ao limite de amplitude constante, numa curva S-N de duas inclinações negativas (ESDEP, 1992). ...................... 95 Fig. 7.8. – Representação de formas de espetros de tensões para diferentes valores de λ ............... 96 Fig. 7.9. – Espetro de tensões a longo prazo, de respostas de quatro chaminés, a partir das suas tensões máximas (a tracejado: a forma dada pela função λ). .............................................................. 97 Fig. 7.10. – Função exponencial, com um número de ciclos evoluindo de forma mais lenta. ............. 99 Fig. 7.11. – Função exponencial de número de ciclos com crescimento rápido. ................................. 99 xiii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.1. – Arranque da folha de Excel e preenchimento dos dados inicias referentes aos constituintes da torre................................................................................................................................................. 102 Fig. 8.2. – Botão de iniciação do programa. ........................................................................................ 103 Fig. 8.3. – Boas vindas do programa, com detalhes de pressupostos que são utilizados. ................ 103 Fig. 8.4. – Menu de Inicio com os passos a serem realizados. .......................................................... 104 Fig. 8.5. – Determinação da frequência e velocidade crítica de cada diagonal. ................................. 104 Fig. 8.6. – Definições iniciais da velocidade base e da categoria de terreno para determinação da ação do vento. .............................................................................................................................................. 105 Fig. 8.7. – Cálculo da velocidade média do vento e dos parâmetros envolvidos na determinação da força provocada. .................................................................................................................................. 106 Fig. 8.8. - Força provocada pela ação do vento, calculada para cada diagonal, de acordo com o coeficiente estrutural dos dois métodos do EN1991-1-4..................................................................... 106 Fig. 8.9. – Tabela de determinação das barras que serão afetadas pelas oscilações, conforme a condição do EC1-1-4. .......................................................................................................................... 107 Fig. 8.10. – Força provocada pelo deslocamento máximo dada pelo método 1 do anexo E do Eurocódigo 1 para cada diagonal, no ponto médio. ............................................................................................... 108 Fig. 8.11. – Força provocada pelo deslocamento máximo dada pelo método 2 com e sem inclusão da turbulência para cada diagonal, no ponto médio. ............................................................................... 108 Fig. 8.12. – Verificação à fadiga no estado limite de utilização, para os diferentes resultados obtidos nos métodos 1 e 2 (parte 1). ............................................................................................................... 110 Fig. 8.13. – Verificação à fadiga no estado limite de utilização, para os diferentes resultados obtidos nos métodos 1 e 2 (parte 2) ................................................................................................................ 111 Fig. 8.14. - Resultados obtidos para os procedimentos do método 2, com o tempo de vida estimado em dias. ............................................................................................................................................... 112 Fig. 8.15. – Quadro de propostas de soluções possíveis para a mitigação das amplitudes de vibração, baseadas nas alterações de geometria............................................................................................... 113 Fig. 8.16. – Solução proposta com base no ensaio efetuado em Ansys Fluent. ................................ 113 Fig. 8.17. - Categoria de pormenor adotado para a avaliação da fadiga. .......................................... 118 Fig. 8.18. – Tabela de resultados da ação do desprendimento de vórtices para a velocidade regulamentar – Métodos 1 e 2 (com inclusão dos efeitos da turbulência). ......................................... 121 Fig. 8.19. - Tabela de resultados da ação do desprendimento de vórtices para a velocidade regulamentar – Métodos 2 sem inclusão da turbulência, DNV, BR e R&F. ........................................ 122 Fig. 8.20. – Evolução das tensões nas diagonais pelos métodos do EC1 e outros códigos. ............. 123 Fig. 8.21. – Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão máxima – método 2 com inclusão da turbulência. .............................................................................. 124 Fig. 8.22. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão máxima – método 2 sem inclusão da turbulência. .............................................................................. 125 xiv Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.23. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – método 2 com inclusão da turbulência. ........................................................................... 126 Fig. 8.24. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – método 2 com inclusão da turbulência. ........................................................................... 126 Fig. 8.25. – Intervalo de diagonais que poderão sofrer dano por fadiga, segundo o método 2 com inclusão de turbulência. ....................................................................................................................... 127 Fig. 8.26. - Intervalo de diagonais que poderão sofrer dano por fadiga, segundo o método 2 sem inclusão de turbulência. ....................................................................................................................... 127 Fig. 8.27. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – outros códigos de análise. ............................................................................................... 129 Fig. 8.28. – Variação da amplitude de vibração para resposta em banda estreita de aplicação as células de fadiga. ............................................................................................................................................. 130 Fig. 8.29. – Resultados da avaliação da fadiga, segundo Brown and Root – (1) para o intervalo de tensões máximas; (2) para o intervalo de tensões frequentes. .......................................................... 131 Fig. 8.30. – Avaliação do fator de ocorrência para o estado de serviço para a velocidade registada (algumas diagonais). ........................................................................................................................... 133 Fig. 8.31. – Posicionamento da torre adotado (vista de cima). ........................................................... 135 Fig. 8.32. – Definição dos intervalos de sincronização e resposta em ressonância. ......................... 136 Fig. 9.2. – Dimensões para o domínio criado. .................................................................................... 142 Fig. 9.3. – Malha gerada pelo programa, de acordo com o método estabelecido. ............................. 143 Fig. 9.4. - Coeficientes de “Drag” e “Lift” (força de arrasto e lateral) obtidos do Histórico de convergência CFD. .................................................................................................................................................... 143 Fig. 9.5. - Solução de “Fins” a meio vão das diagonais. .................................................................... 144 Fig. 9.6. – Configuração da solução cortada do cenário 1 no domínio de análise. ............................ 147 Fig. 9.7. – Perfil de velocidades na barra – separação da camada limite e valores anulados de velocidade do vento (a azul). .............................................................................................................. 148 Fig. 9.8. – Dissipação dos Vórtices criados. ....................................................................................... 148 Fig. 9.9. – Outros dispositivos aerodinâmicos de redução das amplitudes de vibrações provocadas pelo desprendimento de vórtices, que podem ser estudados para o caso das barras diagonais (Ahearn e Pucket, 2010). ..................................................................................................................................... 148 xv Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices xvi Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ÍNDICE DE QUADROS Quadro 2.1. - Regime de escoamento com base no número de Reynolds, para cilindros de superfície lisa e suaves, com escoamento constante (Sumer e Fredsoe, 1997). ................................................. 10 Quadro 2.2. – Relações expectáveis do amortecimento e o rácio do diâmetro e da espessura (Rudge e Fei, 1991). ............................................................................................................................................. 17 Quadro 3.1. – Valor básico da velocidade de referência do vento em função do zoneamento do território ............................................................................................................................................................... 30 Quadro 3.2. – Categorias e parâmetros do terreno z0 e zmín................................................................. 31 Quadro 3.3. - Rugosidade superficial equivalente k ............................................................................ 36 Quadro 3.4. – Constante G em função da configuração modal, com adaptação dependendo do eixo. ............................................................................................................................................................... 44 Quadro 4.1. – Resistências dos materiais para as constituintes da torre. ............................................ 49 Quadro 4.2. – Propriedades da torre, por secção, após dimensionamento. ........................................ 50 Quadro 4.3. – Rigidez da estrutura geral, por secção. ......................................................................... 51 Quadro 4.4. – Perfis pré-dimensionados para a torre. .......................................................................... 52 Quadro 4.5. – Correspondência das secções com o intervalo de barras da torre em Autodesk Robot Structural Analysis. ................................................................................................................................ 54 Quadro 5.1. – Coeficiente de força lateral clat em função do rácio da velocidade crítica do vento pela velocidade média .................................................................................................................................. 59 Quadro 5.2. – Comprimento de correlação efetivo em função da amplitude de vibração .................... 60 Quadro 5.3. – Coeficiente de comprimento de correlação efetivo e coeficiente de configuração modal ............................................................................................................................................................... 62 Quadro 5.4. – Valores dos coeficientes para determinação do efeito de desprendimento de vórtices, C c, aL e Ka,máx............................................................................................................................................... 64 Quadro 6.1. – Respostas ao escoamento, em função do número de Reynolds (Det Norske Veritas, 2014). .................................................................................................................................................... 68 Quadro 6.2. – O parâmetro de forma do modo de vibração para diferentes situações dos elementos estruturais. ............................................................................................................................................. 70 Quadro 6.3. – Valores de referencia dos parâmetros para vigas uniformes (Rudge e Fei, 1991). ...... 75 Quadro 7.1. – Valores recomendados para o coeficiente parcial para a resistência à fadiga (IPQ, 2010). ............................................................................................................................................................... 90 Quadro 8.1 – Dados relativos à diagonal de análise. ......................................................................... 114 Quadro 8.2. – Parâmetros relativos à ação do vento.......................................................................... 115 Quadro 8.3. – Comparação de valores dos coeficientes de força para a secção S16, comparado com o valor calculado..................................................................................................................................... 116 Quadro 8.4. – Parâmetros básicos para avaliações do desprendimento de vórtices ......................... 116 xvii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 8.5. – Valores de cálculo das amplitudes de vibração máximas. ........................................... 117 Quadro 8.6. – Tensões máximas calculadas pelo deslocamento experimentado. ............................. 117 Quadro 8.7. – Verificação à fadiga pelo método 1 apresentado no Eurocódigo 3, ............................ 118 Quadro 8.8. – Método do dano acumulado. ........................................................................................ 119 Quadro 8.9. – Dados da diagonal 588 para análise dos efeitos de desprendimento de vórtices. ...... 129 Quadro 8.10.– Dados de registo da velocidade do vento e pormenor construtivo admitido. ............. 134 Quadro 8.11. – Coeficiente de frequência para o estado de serviço. ................................................. 134 Quadro 8.12. – Velocidades médias diárias para a direção 2............................................................. 135 Quadro 8.13. – Valores limites que definem o intervalo de Lock-in. ................................................... 136 Quadro 8.14. – Resultados de tensões provocadas para o método 1. ............................................... 137 Quadro 8.15. – Avaliação de segurança à fadiga pelo dano acumulado. ........................................... 137 Quadro 8.16. – Resultados de tensões provocadas para o método 2. ............................................... 137 Quadro 8.17. – Avaliação de segurança à fadiga pelo dano acumulado. ........................................... 137 Quadro 8.18. – Resultados de tensões provocadas para o método de Brown and Root. .................. 138 Quadro 9.1. – Cenários adotados para avaliação da atenuação do desprendimento de vórtices ..... 144 Quadro 9.2. – Valores das dimensões consideradas. ......................................................................... 144 Quadro 9.3. – Resultados do CFD para a condição de simetria nas faces laterais (interação livre com o ar em redor). ........................................................................................................................................ 145 Quadro 9.4. - Resultados do CFD para a condição de parede nas faces laterais (obstáculos ao redor). ............................................................................................................................................................. 146 Quadro 9.5. – Comparação dos resultados do CFD para a condição de simetria nas faces laterais (interação livre com o ar em redor). .................................................................................................... 147 xviii Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 1 INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS As torres de telecomunicações são cada vez mais necessárias na sociedade e no ambiente social criado atualmente. A exigência de partilha de comunicação e transmissão de aspetos e caraterísticas do interesse público, desde de informação ao entretenimento, providencia uma procura elevada por membros responsáveis de um dado território soberano ou entidades particulares. Deste modo, é da maior importância o seu correto funcionamento e para tal cabe aos engenheiros responsáveis pela sua construção e instalação, o seu total bom empenho, nas várias fases constituintes de construção e operação. Tais estruturas dependem essencialmente da área de transmissão que deverão cobrir e condicionantes de projeto que acabam por ditar a própria escolha da torre a ser implantada, além também da avaliação custo-benefício tida em consideração, avaliando a melhor opção da área necessária para instalação. Neste sentido, poderão ser definidos dois tipos essenciais de torre: as torres treliçadas e as torres “Monopoles”. As últimas são torres tubulares constituídas por troços, podendo ter geometria piramidal ou cilíndrica, de rápido fabrico, transporte e montagem, que podem atingir habitualmente alturas até 50m. Apesar de serem instaladas preferencialmente até uma faixa de 30 m da costa nacional, podem levar a elevados custos de obra relacionados com o fabrico e os materiais de instalação. No geral são as mais utilizadas pelos operadores de telecomunicações em Portugal (Nunes, 2012). Fig. 1.1. – “Monopoles” ou Torres tubulares para telecomunicações (METALOGALVA, 2015). As torres treliçadas apresentam uma variedade maior de alturas disponíveis e alcançáveis, com a vantagem de ocuparem menor área quando comparada com a solução de uma torre tubular da mesma altura. No entanto, o seu dimensionamento depende não só das condicionantes do projeto impostas, mas 1 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices fundamentalmente da ação do vento atuante, que pode levar a alterações de geometria ou até mesmo a uma outra alternativa de estrutura. As torres treliçadas são as analisadas neste trabalho, contudo não é realizado o seu dimensionamento e a sua análise na íntegra e sim será realizada a avaliação das suas diagonais. Por serem estruturas esbeltas e flexíveis, quando sujeitas a ação do vento, podem ter respostas oscilatórias de grande amplitude, tanto no sentido de carregamento, como também no sentido transversal. Este último é de facto uma das maiores preocupações aquando do dimensionamento desses membros. Apesar de teorias e abordagens que mostram a anulação dos fenómenos surgidos da ação do vento em torres treliçadas, devido aos efeitos de dissipação provocados pelas aberturas nas torres, há também vários casos em que quando não são analisados os fenómenos aerodinâmicos de desprendimento de vórtices relativos à ação do vento, regista-se perda de capacidade resistente dos membros e até mesmo a sua rotura. Casos estes que influenciaram a decisão da realização da análise que se efetua neste trabalho. Fig. 1.2. – Torres treliçadas com geometria variável (METALOGALVA, 2015). O fenómeno do desprendimento de vórtices, no pior cenário poderá levar a grandes amplitudes de vibração em ressonância. Desta forma, provocando oscilações na direção transversal, esses elementos das torres podem ser sujeitos a fenómenos de fadiga, que acaba por afetar as ligações existentes. O desprendimento de vórtices ocorre nesses elementos, essencialmente pelas formas das suas secções. No entanto, ainda não há um consenso correto e final sobre o assunto, impossibilitando assim total confiança no dimensionamento efetuado quando feita a avaliação em modelo teóricos e abordagens matemáticas baseadas em métodos introduzidos por vários investigadores da matéria. Por vezes, é mesmo necessário efetuar análises experimentais, criando condições tridimensionais similares às que os elementos irão estar sujeitos, realizados em túneis de vento ou até mesmo software adequado que permitem várias iterações de cálculo englobando todos os parâmetros referentes à dinâmica fluídoestrutura. A não-linearidade do fenómeno cria complicações nas abordagens tomadas segundo dadas normas ou códigos e desta forma é impossível ditar qual o melhor método ou procedimento de análise. Mesmo sendo um assunto que vem sendo analisado ao longo do tempo, as consequências das aproximações ainda são discutidas bem como o foco no tipo de análise que deverá ser feita, podendo alguns autores optar por uma análise em serviço em termos de longos períodos de tempo, e outros por análises para ocasiões frequentes. A presente norma, EN1991-1-4 apresenta a sua abordagem de cálculo, mas a sua aplicação não é totalmente correta para o caso das diagonais. Mesmo assim, sendo o regulamento geral, será sempre aplicado nas análises dos fenómenos da ação do vento. 2 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Pretende-se que com este trabalho seja clarificada a verificação local dos membros em estruturas metálicas tubulares treliçadas, nomeadamente aos fenómenos de carregamento da ação do vento e das vibrações induzidas por tal ação a nível temporal. O que poderá ser benéfico para eventuais futuras realizações e projeto de torres treliçadas. 1.2. OBJETIVOS E ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho está estruturado por capítulos, que sequencialmente, introduzem o fenómeno do desprendimento de vórtices, a ação do vento e as formas de cálculo que podem ser efetuadas, passando à analise crítica dos resultados obtidos para um caso prático. Como um dos objetivos principais do trabalho é a avaliação do desprendimento de vórtices provocados pela ação do vento, o capítulo 2 faz a introdução do fenómeno e apresenta todas as variáveis e parâmetros relacionados, determinados e analisados ao longo de décadas de estudo, incluindo o conceito geral e as razões das oscilações que induz. De seguida, é apresentada no capítulo 3 a determinação da ação do vento segundo o Eurocódigo EN1991-1-4, que servirá de valor referência para avaliação do carregamento numa direção, e o que provocará na direção perpendicular. São apresentados todos os fatores, tal como são referidos no Eurocódigo, adaptando o que for preciso para a situação de estudo, nomeadamente no objetivo de analisar as diagonais das torres de telecomunicação. No capítulo 4 é dado continuidade ao que foi disposto sobre torres treliçadas metálicas, apresentando o modelo no qual será baseado a análise. Não será feito o dimensionamento da torre e será usado o modelo fornecido pela empresa, para o qual esta dissertação está direcionada para a realização das verificações. Nisso só será apresentado os dados do projeto. Nos seguintes capítulos (capítulo 5 e capítulo 6), são expostos os vários métodos de verificação dos efeitos provocados pelo desprendimento de vórtices, procedimentos estes dados pela norma regulamentar e por outros códigos. É para estes métodos que a análise à fadiga apresentada no capítulo 7 se irá basear, pois a ação dinâmica do desprendimento poderá provocar grandes vibrações e no pior cenário grandes amplitudes de vibração quando é atingido a ressonância nos membros. Nesse capítulo, são apresentadas as análises de fadiga possíveis de serem executadas para a verificação de segurança e caso não sejam satisfeitos os requisitos de fadiga, poder-se-á supor que na situação real (ou seja, em utilização), irão surgir fendas nas ligações das diagonais, levando no pior cenário a rotura geral local do membro. Nesse cenário, será necessário modificar as características dos membros esbeltos, que pode não ser tão viável, ou então optar por instalação de dispositivos dissipadores de energia. Em outra vertente, poderá se optar por soluções práticas de simples execução, que pode passar por instalar dispositivos de dissipação de vórtices. Desta forma, um dos objetivos finais do trabalho, consiste na avaliação de uma solução de mitigação ou, até, eliminação, de oscilações transversais provocadas pelo desprendimento. Desta forma, no capítulo 9 será apresentado uma proposta de atenuação utilizando meios mecânicos, diferente das já utilizadas para torres de secção tubular e chaminés, por exemplo através de cintas helicoidais, com a sua avaliação feita em Ansys Fluent. Não seria tarefa simples nem económica a introdução de novas diagonais com hélices na estrutura, nem mesmo fará sentido no fabrico das mesmas, por apresentarem na maioria dos casos, diâmetros da secção circular, não muito elevados. 3 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Todos os resultados analisados são baseados num Software desenvolvido em VBA, enraizado no Excel, criado especificamente para análise das diagonais e avaliação das suas resistências quando sujeitas a ação do vento, com destaque à avaliação da fadiga para vibrações transversais induzidas pelos vórtices. Esse software desenvolvido e os seus resultados são apresentados no capítulo 8. Finalmente, serão apresentados no último capítulo (capítulo 10) as conclusões retiradas do trabalho desenvolvido e sugeridas propostas para futuros desenvolvimentos, incluindo a extensão da solução proposta apresentada no capítulo anterior. 4 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 2 AS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING 2.1. O FENÔMENO DE DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING O fenómeno de instabilidade aerodinâmica é caracterizado pelo escoamento de um fluído, em que ocorre criação de vórtices ou uma partilha rápida e divergente de esteiras de escoamento de um corpo rígido. Todavia, quando um corpo sujeito ao escoamento de um fluído se deforma sob uma força originada desse escoamento e essa deformação inicial dá inicio a uma sequência de novos deslocamentos de natureza oscilatória, nasce um fenómeno de instabilidade aeroelástica. Um dos mais conhecidos fenómenos de instabilidade aeroelástica, é o fenómeno de desprendimento de vórtices (Simu e Scanlan, 1996). E cada vez mais várias estruturas têm sofrido danos provocados por este fenómeno, desde estruturas de grande dimensão, como pontes, a outras destinadas para fins mais modestos, como postes. É um facto já muito conhecido que a ação do vento provoca vibrações induzidas por desprendimento de vórtices em corpos designados como “bluff bodies”, isto é, com pouca aerodinamicidade, tais como torres, mastros e chaminés (como também elementos tubulares de estruturas hiperestáticas). O fenómeno foi inicialmente verificado em cordas esticadas de uma harpa eólica quando sujeita ao vento (Nogueira, 2015). O físico checo Vincent Strouhal determinou numa experiência com arames metálicos em 1878, que o som eólico é proporcional à velocidade do vento sobre a espessura do arame. Baseado na sua experiência, um dos parâmetros integrais da mecânica dos fluidos é o número de Strouhal, com a sua definição inteiramente ligada ao fenómeno de desprendimento de vórtices. Neste mesmo processo e desenvolvimento das teorias relacionadas com problema, o físico francês Henri Bernard, foi um dos pioneiros do estudo do desprendimento de vórtices, associando-o à periodicidade do escoamento de um cilindro. O trabalho de Bernard serviria de base para que em 1912 Von Karman, aprimorasse o estudo, passando o fenómeno a ser designado também de turbilhões de Von Karman. Fig. 2.1. - Os turbilhões de Von Karman (Wargen, 2016). 5 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Pôde-se verificar ao longo de várias pesquisas, que um fluído qualquer de baixa viscosidade (tal como o vento), ao passar por um obstáculo, forma a sua volta uma camada limite, que seria definida pela variação rápida da velocidade passando de um valor nulo até um valor considerado característico de escoamento, próximo à parede do obstáculo, formando assim uma zona fronteiriça. Esta zona delimita desta forma duas zonas de variação da velocidade: uma de variação rápida do escoamento e outra de escoamento constante e livre (Nogueira, 2015). Com apoio nas teorias de interação entre o escoamento do ar e a superfície terrestre, com a última a originar forças opostas à direção do movimento do ar, seria possível explicar a variação da velocidade, que de uma forma simples pode ser interpretada como forças de atrito responsáveis pelo escoamento zero junto ao terreno (devida relevo natural e à rugosidade do terreno), deixando de ter a sua influência à medida em que se afasta da superfície. O efeito de atrito acaba por gerar um escoamento turbulento dentro da camada limite (Dyrbye e Hansen, 1999), com flutuações aleatórias e de magnitudes variáveis e complexas, originando escoamentos rotacionais na camada em questão. Em dado momento, para certos limites de velocidade, a camada limite desprende-se do corpo e forma o que é denominado de esteira de vórtices. Do que foi dito inicialmente no parágrafo anterior, pelo Teorema de Bernoulli conclui-se que uma partícula de um fluido ao encontrar-se com um obstáculo ou corpo terá um valor de velocidade nulo no ponto de contacto inicial, atingindo o que é designado de pressão de estagnação. Pressão dinâmica Piezómetro Pressão de estagnação Pressão estática Tubo de Pitot Ponto de estagnação Fig. 2.2 . - Esquema representativo para a determinação da pressão de estagnação em um tubo água (Rosa, 2015). 𝑃𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔 𝑃𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡 𝑉 2 = + 𝛾 𝛾 2𝑔 (2.1) => 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑛𝑎çã𝑜 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 + 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 A medida que a partícula percorre o obstáculo, irá perder energia devido ao atrito. Deste modo, o campo de pressões formado não terá capacidade suficiente para impedir a camada limite de se desprender da superfície de contacto do obstáculo. Essa separação da camada limite do seu contorno, dá-se em zonas maior dimensão transversal ao escoamento, geralmente no eixo médio da secção do corpo. Dessa separação, resulta uma zona interna de baixa velocidade com movimento passando a ser circular, originando uma zona de vórtices, e uma externa em que a velocidade é elevada. Ocorre assim então, na zona média da secção do “bluff body”, uma força dinâmica transversal, resultante da alternância de 6 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices velocidades de escoamento e consequente criação de vórtices, nos extremos opostos da secção, fazendo variar a distribuição de pressões no perímetro do corpo. Ou seja, o desprendimento de vórtices representa o instante em que há alternância de zonas de baixa pressão, formadas devido à ação do fluído na direção do seu escoamento. E essas alternâncias de zona de baixa pressão, provoca um movimento perpendicular à direção do vento. Quando a frequência na qual se dá o desprendimento de vórtices se aproximar da frequência natural do corpo, este irá ter vibrações por ressonância. O mesmo será dizer que, quando a velocidade do vento atinge a velocidade crítica da estrutura ou elemento (característica própria da estrutura ou do elemento), a força dinâmica criada pelo desprendimento provoca grandes vibrações, na zona da secção onde essas forças são mais experienciadas (Giosan, 2004). É de acrescentar que todos corpos têm uma velocidade crítica dependente das condições fronteiras em que se encontram, para a qual pode ser atingida na ocorrência de desprendimento de vórtices. Força induzida desprendimento de vórtices Direção do vento Fig. 2.3. - O fenómeno de desprendimento de vórtices derivado do escoamento do vento em torno de um cilindro (Giosan, 2004). O desprendimento de vórtices ou “vortex shedding” é um fenómeno complexo, que muita das vezes se dá com formações de vórtices desordenados e de certa forma confusos, dificultando a sua reprodução e elaboração de modelos matemáticos para análise, obrigando muitas vezes a recorrer a descrições estatísticas e análises probabilísticas. Apesar de todos os esforços desenvolvidos ao longo dos anos para a sua inclusão, códigos e regulamentos, permanece ainda como um fenómeno sem uma base concisa e concreta de metodologias de análise (Giosan, 2004). 2.2. NÚMERO DE STROUHAL A frequência do desprendimento de vórtices depende da forma da secção do corpo, e da velocidade do fluído em torno do corpo. Tratando-se de secção tubulares, a sua frequência depende de um outro parâmetro designado de número de Strouhal. Fisicamente o número de Strouhal traduz o quociente entre as forças vibratórias associadas ao desprendimento de vórtices, e as forças de inércia do escoamento na secção da barra sob análise (Barros, 2003). O número de Strouhal, St, expressa a relação da frequência do desprendimento de vórtices e o produto da velocidade de escoamento e o diâmetro da secção. Pôde-se chegar a essa conclusão, baseando num cenário de vibração na direção longitudinal não existente, deste modo, a distância entre vórtices é dependente do diâmetro e do intervalo de tempo de sua separação, que pode ser determinado pela divisão da distância dos vórtices pela sua velocidade de afastamento (Dyrbye e Hansen, 1999). 7 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑏𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎𝑠 = 𝜌 ∙ 𝐷 ∙ 𝑉 ∙ 𝑓𝑣 (2.2) 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 = 𝑉 2 ∙ 𝜌 (2.3) 𝑆𝑡 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑏𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 (2.4) 𝑓𝑣 ∙ 𝐷 𝑉 (2.5) 𝑆𝑡 = Com: V – Velocidade média do fluído; ρ – Massa específica do fluído; fv – Frequência de vibração do desprendimento de vórtices; D – Diâmetro do elemento ou estrutura. Para secções circulares de cilindros estacionários, o par de desprendimento de vórtices é descrito pelo número de Strouhal dado no gráfico da figura 2.4 (Rudge e Fei, 1991). Analisando o gráfico, pode-se concluir que o número de Strouhal é dependente do número de Reynolds, o que significa que varia em função do regime de escoamento. . Fig. 2.4. – Gráfico de relação entre o número de Strouhal e o número de Reynolds para cilindros estacionários (Rudge e Fei, 1991). 2.3. NÚMERO DE REYNOLDS O número de Reynolds Re é um parâmetro para a representação da interação do elemento ou estrutura e o escoamento viscoso e é dado pela relação entre as forças de inércia e as forças viscosas. A camada limite é dependente do número de Reynolds. Deste modo para secções circulares, este parâmetro, relaciona-se intrinsecamente com os pontos de separação da camada limite da superfície de contacto do corpo (Holmes, 2001). 8 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 = 𝑉 2 . 𝜌 (2.6) 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠 = 𝜇 ∙ 𝑉/𝐷 (2.7) 𝑅𝑒 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠 (2.8) 𝐷∙𝑉 𝜈 (2.9) 𝑅𝑒 = Com: V – Velocidade média do fluído; ρ – Massa específica do fluído; µ - Coeficiente de viscosidade dinâmica do fluido; D – Diâmetro do elemento ou estrutura; ν – Coeficiente de viscosidade cinemática do fluído. O parâmetro define, desta forma, um conjunto de intervalos de regime de escoamento, na qual se podem formar (ou não) com regularidade os vórtices que provocam as tais oscilações transversais. Para cilindros, pode-se definir os regimes de escoamento em laminar, subcrítico, crítico, supercrítico, transcrítico (Rudge e Fei, 1991). 9 Regime de Escoamento 𝑅𝑒 < 5 Sem separação da camada limite, com escoamento ordenado e ideal. Par fixo de vórtices simétricos. 5 < 𝑅𝑒 < 40 Laminar Esteira laminar de vórtices – vórtices alternados (Esteira de Von Karman). 40 < 𝑅𝑒 < 150 Transição para vórtices turbulentos. 150 < 𝑅𝑒 < 300 Esteira completamente turbulenta com camada de separação laminar. 300 < 𝑅𝑒 < 3 × 105 Subcrítico 3× Camada de separação laminar. No entanto, apesar de ser laminar, a sua separação é turbulenta. Camada limite com separação turbulenta. A camada limite é parcialmente laminar e parcialmente turbulenta. Camada limite completamente turbulenta em um dos lados da secção. Camada limite completamente turbulenta nos dois lados da secção. 10 Escoamento de transição 105 < 𝑅𝑒 < 3,5 × 105 Crítico (Transição inferior) 3,5 × 105 < 𝑅𝑒 < 1,5 × 106 Supercrítico 1,5 × 106 < 𝑅𝑒 < 3,5 × 106 Transição superior 3,5 × 106 < 𝑅𝑒 Transcrítico Turbulento Vórtices com desprendimento desorganizados. Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 10 Quadro 2.1. - Regime de escoamento com base no número de Reynolds, para cilindros de superfície lisa e suaves, com escoamento constante (Sumer e Fredsoe, 1997). Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices O número de Reynolds define assim as características do escoamento do fluído. A sua importância também é retratada nas determinações do número de Strouhal e do coeficiente de força lateral, ambos parâmetros aerodinâmicos de grande importância e complexa dedução, onde é de consentimento coletivo que dependem do número de Reynolds (Rudge e Fei, 1991). Dos intervalos apresentados é necessário referir que numa análise simplesmente apoiada no número de Reynolds, a probabilidade de ocorrer vórtices desorganizados no regime crítico é elevada, no entanto a expressividade da ação transversal do desprendimento de vórtices é baixa. Contrariamente, os regimes subcrítico e transcritico, apresentam o desprendimento de certa forma regular, com uma ação praticamente periódica (Foley et al., 2004). Como já referido, o fenómeno do Vortex shedding é por vezes retratado como formação dos turbilhões de Von-Karman. No Quadro 2.1. há uma menção referente às esteiras de Von Karman, estas não são mais que um padrão repetitivo de vórtices criados, alternando ao longo dessa “street” ou esteira tal como foi definido. E como já foi visto, é dependente do número de Reynolds e só ocorre para determinados valores no regime laminar (Quadro 2.1.). É importante acrescentar que Von Karman (1911) conseguiu mostrar que um padrão regular de vórtices alternados poderia ser estável, se e só se a razão da distância transversal e longitudinal entre os vórtices criados fosse igual a 0,279, aproximadamente. O que levaria a denominação desse específico caso, em esteira de Von Karman. Na figura a seguir é apresentado valores aproximados das distâncias de modo que a razão seja o valor referido. Fig. 2.5. - Valor aproximado das distancias entre vórtices na esteira de Von Karman (Lienhard, 1966; Nogueira, 2015). 2.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES A resposta dinâmica devido ao desprendimento de vórtices poderá ser categorizada em dois regimes: Banda estreita (Narrow band) e Banda larga (Broad Band) (Rudge e Fei, 1991). A resposta em banda estreita é caracterizada por vibrações periódicas e de grande amplitude na (ou perto da) frequência natural da estrutura. Vários estudos já provaram que é de extrema importância o interesse neste regime, principalmente pelo seu papel primordial nos danos provocados por fadiga. A resposta em banda larga é, pelo contrário, categorizada por pequenas amplitudes de vibrações, sem um padrão definido e natureza aleatória. Essas vibrações, que no geral também se centram na frequência da estrutura, neste regime, encontram-se em um largo intervalo de valores de frequências diferentes. A figura 2.6. faz uma comparação, para um caso de um tubo de injeção de gás de 16 m de vão e 22 cm de elevação, dos dois regimes definidos (Rudge e Fei, 1991). 11 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.6. – Resposta em banda estreita. (a) Resposta temporal em função do deslocamento em polegadas (2,54 cm); (b) Espetro de Frequência. Fig. 2.7. – Resposta em banda larga. (a) Resposta temporal em função do deslocamento em polegadas (2,54 cm); (b) Espetro de Frequência. Ainda se pode classificar em dois tipos a oscilação induzida pelo desprendimento: “cross flow” ou “inline”. A classificação é relativa à direção da incidência do fluído, ou seja, os sentidos da resposta dependem do sentido inicial do contacto. Assim, vibração “inline” ou “inline vibration” significa oscilação na direção do escoamento; vibração “cross-flow” significa oscilações perpendiculares à direção do escoamento. A resposta “in-line” (no sentido do escoamento) surge para forças de arrasto do escoamento com valores baixos e variáveis, originadas de desprendimentos simétricos dos vórtices, para pequenas velocidades, a partir da estrutura ou elemento. Um dos fenómenos que pode ocorrer nesta classificação, é o de ressonância “in-line”, onde o corpo de secção circular controla o desprendimento de vórtices. Neste caso, no instante em que a frequência do desprendimento de vórtices se aproxima da frequência natural do corpo, esta “capta” a frequência do desprendimento. É um fenómeno caracterizado pela variação da frequência natural de vibração do corpo e a modificação do número de Strouhal devido à influência de vibração do cilindro (Blevins, 1994). A resposta “cross-flow” (no sentido transversal) ocorre para altas velocidades, quando os vórtices se desprendem assimetricamente, aumentando as forças oscilantes laterais. Em termos de análise e dimensionamento, esta resposta pode ser mais significativa, com um aumento das grandes amplitudes de vibrações (Rudge e Fei, 1991). A maioria dos códigos e regulamentos desenvolvidos concentram-se 12 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices na resposta “cross-flow” que, do que foi dito relativo a resposta em Narrow band, para a qual há maiores considerações e interesse de investigação e análise. 2.5. A CAMADA LIMITE A camada limite, de forma conceitual, representa uma fina camada contígua à superfície de um corpo sujeito a escoamento de fluídos. A sua definição depende, no entanto, da viscosidade do fluído, que influencia diretamente no escoamento. Portanto pode-se concluir que fora dessa camada, a viscosidade quase ou nada influencia o escoamento (enquanto o corpo estiver sujeito ao fluído), podendo este ser analisado de forma exata e desenvolvido por modelos coerentes. No entanto, para bluff bodies, como cilindros de secções circulares, a viscosidade tem mais influência do que para corpos com arrestas vivas (resultando em variações das forças de arrasto com o número de Reynolds) (Holmes, 2001). Fig. 2.8. – A camada limite para diferentes regimes de escoamento (Holmes, 2001). Das características da camada limite, há uma que destaca e contraria o princípio de Bernoulli e é relacionada com a viscosidade. Pois contrariamente ao que se pode concluir a partir do teorema de Bernoulli, nomeadamente para aumento de velocidades temos diminuição da pressão e vice-versa, dentro da camada limite, devido a predominância dos efeitos de viscosidade, há uma fricção provocada pelos efeitos de viscosidade à medida que uma partícula flui ao longo da superfície do corpo, que impossibilita as considerações do teorema. Pois na derivação da equação de Bernoulli não é tido em conta a fricção provocada pela viscosidade (Singleton Jr., 2011). O que leva a que o lado oposto da incidência do fluído no corpo, dentro da camada limite, ocorram baixas velocidade e baixas pressões derivadas da perda de energia. O que explica também a sucção que é caracterizada pela força de arrasto. 13 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.9. - Baixas velocidades atrás do cilindro e baixas pressões (Singleton Jr., 2011). A perda de energia cinética que se dá pela fricção devido a viscosidade ao longo da camada limite, origina um movimento de sentido contrário do escoamento do fluído, o que causa a separação da camada limite. Criando assim um ponto de separação tal como é mostrado na figura 2.8. O que depois leva à formação e desenvolvimento de vórtices em função do número de Reynolds, tal como explicado anteriormente 2.6. PARÂMETROS ESPECIAIS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES 2.6.1. VELOCIDADE CRÍTICA Já foram apresentados alguns parâmetros adimensionais do desprendimento de vórtices ou vortex shedding. Dos que foram apresentados, o número de Strouhal relaciona a frequência do desprendimento com a velocidade do escoamento. Sendo assim, a resposta em banda estreita ocorre quando a frequência de desprendimento se aproxima e se sincroniza com a frequência natural da estrutura, passando assim a ter valores aproximados. Quando tal acontece, verificam-se grandes amplitudes de vibração e é definida uma velocidade critica. À velocidade crítica dada pela equação (2.10), é expectável que ocorra ressonância e a reposta dinâmica passa a ser muito significativa (Rudge e Fei, 1991). 𝑉𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝑓𝑛 𝐷 𝑆𝑡 (2.10) onde fn é a frequência natural da estrutura. Quando as duas frequências se aproximam, é dito que ocorre o fenómeno de “Lock-in” (sincronização), que será mais à frente desenvolvido. Esta velocidade é frequentemente expressa como o parâmetro velocidade reduzida Vr, definida como razão da velocidade de escoament (e se o lock in ocorrer, da velocidade crítica) pela frequência de vibração do corpo e o seu diâmetro exterior (Robinson et al., 1992). Este parâmetro adimensional representa a interação da oscilação da estrutura e do fluido, e comumente utilizado para representar zonas de resposta dinâmicas significativas. 14 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑉𝑟 = 𝑉 𝑓𝑛 𝐷 (2.11) Pode-se concluir que, para ressonância, grandes amplitudes são expectáveis quando Vr é igual ao inverso do número de Strouhal. 2.6.2. NÚMERO DE SCRUTON Para estruturas esbeltas e flexíveis a amplitude de oscilação, devido ao desprendimento de vórtices, é definida em função de um parâmetro de estabilidade. Este parâmetro define o amortecimento e a rigidez da estrutura, quando avaliado o seu comportamento dinâmico. Este, é designado por número de Scruton ou parâmetro de estabilidade. De elevada importância, o número representa a suscetibilidade da estrutura para vibrações também será relacionado com a magnitude da resposta originada. É definido na equação (2.12) como sendo a razão da massa efetiva de vibração da estrutura e uma massa especificamente associada ao fluido. 𝑆𝑐 = 𝐾𝑠 = 2𝑚𝑒 𝛿𝑠 𝜌𝑎 𝐷2 (2.12) Onde: Ks ou Sc – Número de Scruton ou parâmetro de estabilidade; me – Massa equivalente por unidade de comprimento; ρa – Massa volúmica do ar; D – Diâmetro ou a largura transversal da secção na qual ocorre o desprendimento de vórtices; δs – Amortecimento estrutural, expresso pelo decremento logarítmico. Se a massa por unidade de comprimento for constante ao longo do desenvolvimento da estrutura e não há a presença de massas concentradas, poderá assumir-se o valor da massa efetiva igual a massa por unidade de comprimento (Skop, M e Ramberg, 1977). Senão, poder-se-á usar o conceito de massa generalizada a partir de modos de vibração generalizados. O amortecimento estrutural expresso pelo decremento logarítmico, para bluff bodies, apresenta valores não muito elevados, o que permite que o seu valor na generalidade dos códigos seja escrito como: 𝛿 = 2𝜋𝜁𝑠 (2.13) onde ζ representa o amortecimento estrutural, medido para dias de escoamentos suaves. 15 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Das experiências efetuadas, pôde-se concluir que para números de Scruton elevados, há menor ocorrência de elevadas vibrações devido ao desprendimento de vórtices (Dyrbye e Hansen, 1999). Em alguns casos não há risco de desprendimento em ressonância para número de Scruton maior que 20. Em alternativa, pode-se ainda representar o número de Scruton como um parâmetro de resposta SG, que para alguns autores, define os máximos descolamentos modais (Skop, M e Ramberg, 1977). 𝜁𝑠 = 2𝜋 ∙ 𝑆𝑡 2 ∙ 𝐾𝑠 𝜇 𝑆𝐺 = (2.14) Fig. 2.10. – Relação do parâmetro de resposta SG com o deslocamento para estruturas offshore (Rudge e Fei, 1991). onde µ é um parâmetro de massa dado por: 𝜇= 𝐷2 𝑝𝑎 (2.15) 𝜋 2 𝑆𝑡 2 𝑚 A figura representada (Fig. 2.10), faz a correlação, para elementos mergulhados em água nas estruturas offshore, dos deslocamentos sofridos e (indiretamente) o número de Scruton. Será necessário referir que para o caso do vento, as leituras registadas estariam situadas no canto extremo direito do gráfico representado na figura. Assim pode-se concluir que as respostas dinâmicas para cilindros ou estruturas semelhantes, são fortemente dependentes do amortecimento estrutural. E para um dado valor do amortecimento, o número de Scruton pode ser escrito em função das dimensões geométricas do corpo, no caso, o diâmetro exterior e a sua espessura. 16 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑆𝑐 = 4𝜋(𝜌𝑠 𝜋𝐷𝑡)𝜁𝑆 𝐷 = 𝑓 ( ) 𝜌𝑎 𝐷2 𝑡 (2.16) Alguns autores apoiam-se num valor limite do número de Scruton Sc, derivado de experiências, e fixam um valor do amortecimento, de modo a definir um intervalo onde membros podem experimentar oscilações por banda estreita em função de D/t, ou seja, a esbelteza. O que ajuda a ter uma certa sensibilidade em relação à relação do amortecimento para com o número de Scruton (Rudge e Fei, 1991). Quadro 2.2. – Relações expectáveis do amortecimento e o rácio do diâmetro e da espessura (Rudge e Fei, 1991). Rácio de amortecimento ζs 0.0015 0.002 0.005 Valores nominais de Sc Ks>16 D/t<23.7 D/t<31.5 D/t<78.7 Ks>20 D/t<18.9 D/t<25.2 D/t<63.0 2.6.3. INFLUÊNCIA DA TURBULÊNCIA DO VENTO NATURAL Com base em inúmeros casos à escala real de ação transversal gerada pelo desprendimento de vórtices derivado da ação do vento, pode-se concluir que tal ação é dependente da intensidade de turbulência e da escala de turbulência, principalmente para casos de escoamento inconstantes do vento natural (Lipecki e Flaga, 2012). Esses dois parâmetros caracterizam a presença da turbulência no vento de aproximação. 2.6.3.1. Intensidade de turbulência A intensidade de turbulência representa a razão entre o desvio padrão das flutuações da velocidade (ou como definido no Eurocódigo 1, da variação da velocidade em relação à velocidade média do vento) com a velocidade média do vento durante um determinado período de amostragem (IPQ, 2010). Há uma correlação inversa entre o aumento da intensidade de turbulência e o aumento de amplitudes das oscilações devido aos vórtices. Isto é, na presença de fatores que possam aumentar a intensidade de turbulência, topográficos ou não, há diminuição considerável das grandes vibrações por desprendimento, refletidas pelo coeficiente de força lateral (fig. 2.11). 17 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.11. – Gráfico de coeficiente de força lateral para diferentes valores de intensidade de turbulência em função do número de Reynolds (Sumer e Fredsoe, 1997). 2.6.3.2. Escala de turbulência A escala de turbulência permite determinar as variações de frequência do desprendimento de vórtices com turbulências de grande e pequena escala. Para grandes escalas de turbulência, delimita-se um intervalo ou banda de frequência no qual definem limites superiores e inferiores de frequência do desprendimento de vórtices (Dyrbye e Hansen, 1999). Assim sendo, para turbulências de grande escala caracterizadas por comprimentos de onda e variações lentas e graduais da velocidade média, pelo facto de se definir bandas de frequência é possível mostrar que a força lateral não é periódica, ou seja, gerase um espetro de força lateral (fig. 2.12) definida pelo seu coeficiente e de forma dispersa (Basu e Vickery, 1983). Fig. 2.12. – O espetro de força lateral em função da frequência devido ao desprendimento de vórtices (Basu e Vickery, 1983). A influência da turbulência de grande escala, pode então ser aproximadamente estimada a partir da integração do parâmetro aerodinâmico de amortecimento, medido para diferentes valores de velocidade média e avaliados os seus pesos pela distribuição de Gauss. 18 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fica claro dizer que as turbulências de grande escala terão uma participação ativa e pronunciada nos efeitos devido as vibrações induzidas. O que é observado pela maior amplitude atingida quando as velocidades do vento e a critica coincidem, apesar de que a amplitude é fortemente afetada pelas pequenas variações de velocidade (Hansen, 2007). Numa análise homóloga, as turbulências de pequena escala são caracterizadas por elevadas frequências de desprendimento e geradas pela existência de estruturas vizinhas. Como resultado deste tipo de escala de turbulência, é de se destacar o aumento do coeficiente de força lateral, o que resulta em maiores vibrações devido ao desprendimento de vórtices. Fig. 2.13. – Relação do número de Scruton e a amplitude relativa de vibração para as turbulências de pequena e grande escala (Hansen, 1998) 2.7. OS FENÓMENOS ASSOCIADOS AO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES 2.7.1. LOCK IN (SINCRONIZAÇÃO) O problema de vibrações induzidas por desprendimento de vórtices para estruturas esbeltas e flexíveis assume importante e considerável interesse em termos teóricos e práticos. Particularmente, o fenómeno de Lock-in com resposta em oscilação transverso ao escoamento (Blackburn e Henderson, 1995). Enquanto a frequência do desprendimento estiver afastada da frequência da estrutura, as repostas da barra ou do sistema estrutural são reduzidas. Para tais condições, o carácter da resposta é aleatório e a sua energia é repartida por um intervalo grande de frequência. No instante em que as duas frequências se aproximam, as movimentações modais da estrutura começam a interagir com o campo de vento de modo que a frequência do desprendimento (dominante) sincroniza com a frequência natural da estrutura, consequentemente, provocando maiores vibrações. Quando ocorre uma coalescência das oscilações transversais e do escoamento, e da frequência do desprendimento de vórtices com a frequência natural de vibração do corpo, é criado o fenómeno de Lock in. Ou seja, a frequência de vibração é igual a frequência do vortex shedding, ocorrendo nesse instante grandes vibrações. A frequência de vibração passa a controlar o próprio desprendimento de vórtices, quando tal fenómeno ocorre (Blackburn e Henderson, 1995). O fenómeno em si é caracterizado por significativas mudanças dos mecanismos aeroelásticos que governam a estrutura, aumentando de forma mais notável, o comprimento de correlação, que 19 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices consequentemente aumenta a força de correlação ao longo da estrutura. Essa propriedade do fenómeno de “Lock-in”, já se provou ser originado da influência de movimentações dinâmicas da estrutura correlacionando com as cargas transversais do vento provocadas pelas vibrações estruturais. O resultado obtido relaciona-se proporcionalmente com o aumento das amplitudes de vibrações e o aumento do comprimento de correlação (Hansen, 2007). Na realidade, não é correto afirmar que o regime de Lock in é caracterizado por apenas uma frequência própria da estrutura. É assumido que existe um intervalo de frequências - precisamente, um intervalo de velocidades que representam tais frequências - onde o fenómeno de Lock in acontece e geram-se vibrações de grande escala. O que leva à difícil tarefa de reunir um algoritmo base para a análise. É proposto definir um intervalo de frequências próximas à frequência do desprendimento de vórtices e comparar com a frequência de vibração da estrutura para um dado modo (o intervalo é definido para banda estreita de resposta) (Giosan, 2004). Em suma, o Lock-in provoca um aumento das forças flutuantes ou alternantes produzidas pelo desprendimento devido as oscilações do corpo, o que leva a grandes níveis de tensões e danos por fadiga. Alguns autores definem a zona de Lock in em função da velocidade critica. A figura 2.14. faz a correlação entre as velocidades e número de Scruton onde ocorrem as maiores amplitudes de vibração na resposta em banda estreita caracterizada pelo Lock-in. Fig. 2.14. – Delimitação da zona de lock-in em função da relação de velocidades e o número de Scruton (Robinson et al., 1992). E para melhor visualizar o efeito em termos gráficos, apresenta-se a fig. 2.15, no pressuposto do fenómeno ser representado por uma única frequência. 20 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.15. – O fenómeno de Lock In caracterizado pela sincronização da frequência da estrutura e do desprendimento de vórtices (Simu e Scanlan, 1996). 2.7.2. OVALIZAÇÃO Além das vibrações laterais devido ao desprendimento de vórtices, os corpos de secção circular tubular, podem também sofrer de vibrações por flexão no próprio plano das secções, originando o fenómeno de ovalização. O tipo de estrutura tratado até agora, ou seja, bluff bodies, são suscetíveis de sofrer a ovalização, devido ao facto de possuíram um baixo nível de amortecimento estrutural e principalmente por serem estruturas com espessura reduzidas, possibilitando as deformações ao nível da casca (Uematsu, Tsujiguchi e Yamada, 2001). Fig. 2.16. – Distorção das secções por ovalização (Barros, 2002). De acordo com o código CICIND (International Committee on Industrial Chimneys), a presença de variações desiguais da distribuição da pressão devida a ação do vento, provoca um momento fletor que atua na direção perpendicular à secção. Este momento fletor define a ovalização em termos estáticos. A essas deformações surgidas, correspondem variações de tensões longitudinais, isto é, ao nível das secções transversais. Segundo Barros (2012), estes momentos fletores surgidos (momentos circunferenciais) a qualquer nível da estrutura, são limitados nos seus valores máximos nas zonas de sobrepressão e de sucção, expressos em termos da pressão, q, do vento. 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 0,0785𝑞𝐷 2 (2.17) 21 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 0,0680𝑞𝐷 2 (2.18) Fig. 2.17. – Distribuição de pressões devidas as ações do vento nos elementos de secção circular (Barros, 2002). Do que já foi estudado, determinado e descrito nos códigos regulamentares para dimensionamento, a frequência de ovalização das secções é o dobro da frequência do desprendimento de vórtices, isto é, para que a condição de ressonância se verifique com vibrações elevadas, a velocidade critica do vento, para a vibração por ovalização, tem de ser igual a velocidade do vento para o qual o dobro da frequência do desprendimento de vórtice é igual a frequência da ovalização (Barros et al., 2015). 𝑛𝑜𝑣 = 2𝑛𝑠 = 2 ∙ 𝑆𝑡 ∙ 𝑉𝑐𝑟𝑖𝑡,𝑜𝑣 𝑑 (2.19) A frequência de ovalização segundo o Eurocódigo é dada como: 𝑛𝑜𝑣 𝑡3 ∙ 𝐸 = 0,492 ∙ √ 𝜇𝑠 (1 − 𝜈 2 )𝑑4 (2.20) Barros (2002), define, no entanto que, a frequência de oscilação de ovalização para um elemento de casca circular, é dado por: 𝑛𝑜𝑣 = 175,4 ∙ 22 𝑡√𝐸 𝐷2 (2.21) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices que se aproxima da fórmula apresentada pelo Eurocódigo, considerando o coeficiente de Poisson igual a 0,3 e o módulo de elasticidade E em GPa, com um erro de cerca de 5%. É, no entanto, importante referir que a segunda fórmula apresentada por Barros (2002), é mais conservativa e leva a valores de velocidade critica mais baixas (Barros et al., 2015). Importa referir que, apesar dos métodos analisarem a ovalização em função do desprendimento de vórtices, estudos realizados comprovam que o fenómeno de ovalização se deve a fenómenos aeroelásticos e consideram que a ressonância se dá quando a designada componente negativa do amortecimento aerodinâmico anula a componente de amortecimento estrutural. Essa componente negativa do amortecimento, desenvolve-se para situações de escoamento uniforme, onde a velocidade do vento é superior a velocidade de arranque da ovalização. Quer isto dizer que para escoamento turbulentos, as vibrações por ovalização são menos sentidas e reduzidas, pois o amortecimento aerodinâmico não passa a negativo. No entanto, é necessário analisar o fenómeno, e encontrar meios de impor condições para que tal não ocorra, porque tal como para os outros fenómenos semelhantes, é de elevada complexidade. Uma das estratégias de evitar que o fenómeno aconteça, segundo o Eurocódigo, passa por impor a condição de velocidades, tal que: 𝑣𝑜𝑣,𝑐𝑟𝑖𝑡 (𝑧) > 1,25 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧) (2.22) Deve-se garantir esta condição ao longo da altura ou desenvolvimento da estrutura a analisar. Deste modo, é possível definir valores limites de esbelteza máxima, de modo a garantir que não ocorra o fenómeno (Antunes, 2008): 𝑣𝑜𝑣,𝑐𝑟𝑖𝑡 (𝑧) > 1,25 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧) <=> 𝑛𝑜𝑣 ∙ 𝑑 > 1,25 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧) 2𝑆𝑡 (2.23) 𝑡3 ∙ 𝐸 1,25 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧) ∙ 2𝑆𝑡 <=> 0,492 ∙ √ > 2 4 𝜇𝑠 (1 − 𝜈 )𝑑 𝑑 Como: 𝜇𝑠 = 𝜌. 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜. 𝑡 =𝜌∙𝑡 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 (2.24) onde ρ é a massa específica do elemento. Para o valor do coeficiente de Poisson igual a 0,3, vem: 23 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 𝑡 1,25 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧)2𝑆𝑡 > 𝐸 𝑑 0,516 ∙ √( 𝜌 ) (2.25) O que para valores de Strouhal igual a 0,18 (tal como indica o Eurocódigo), E=210 GPa e ρ=7850kg/m3, é igual a: 𝑡 > 1,69 ∙ 10−4 ∙ 𝑣𝑚 (𝑧) 𝑑 (2.26) 𝑑 < 5930,8/𝑣𝑚 (𝑧) 𝑡 (2.27) Ou, Desta forma, é possível verificar a não ocorrência de ovalização. Barros (2002) define como configurações habituais, para mastros, rácios do diâmetro pela espessura na ordem de grandeza dos 100 ao 200, com o limite recomendado na ordem dos 250. De outro modo, também para evitar o fenómeno, aconselha-se a utilização de anéis circulares de rigidez, que consegue resistir aos carregamentos locais de igual forma. Tal como já referido, o fenómeno continua a ser explorado e vários outros métodos estão a ser desenvolvidos. A sua complexidade impede cálculos exatos dos seus efeitos e novas informações colocam dúvidas aos métodos usados e as decisões de uso de um único parâmetro de frequência, em vez de um intervalo de múltiplos valores. Contudo, as metodologias usadas servirão para análises e decisões, enquanto não se converge para um método final. 2.8. OUTRAS CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DO DE DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES Um número considerável dos escoamentos dos fluidos têm um caracter tridimensional, principalmente resultante da sua interação com fronteiras (Simu e Scanlan, 1996). Se o corpo que representa a fronteira, oscila ou deforma-se de forma considerável, sob as forças induzidas, esses deslocamentos, mudando à medida que estas representam as condições fronteiras do escoamento, afetam as forças derivadas do fluido, que por sua vez voltam a afetar as deformações. O desprendimento de vórtices resultante dessa interação, torna-se mais aleatória e com menores níveis de energia, o qua acaba por diminuir a amplitude de oscilações (McDonald, 1995). Já foi visto que o desprendimento gera uma força transversal ao escoamento, dependente de vários parâmetros e fatores, no entanto uma das características especiais desta força, é sua imperfeita correlação ao longo do desenvolvimento do corpo (Simu e Scanlan, 1996). 24 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 2.8.1. COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO Deve-se referir que a força transversal originada, cresce até um valor limite de amplitude de deformação, ao longo da evolução das oscilações. De igual modo, o comprimento de correlação da força também cresce. Assim sendo, o comprimento de correlação define o desenvolvimento onde os vórtices atuam em fase, desta forma é razoável concluir que varia ao longo da altura da estrutura, alterando consigo a uniformidade do desprendimento de vórtices. Segundo Basu (1986) é possível definir a dependência do comprimento de correlação com o número de Reynolds e os registos determinados mostram uma perda de correlação com a presença de turbulência do vento. De forma semelhante, do que já foi referido, é possível definir o comprimento de correlação em função da crescente amplitude de oscilação (fig. 2.18, fig. 2.19 e fig. 2.20). Fig. 2.18. – Variação do comprimento de correlação com o número de Reynolds para cilindros estacionários (escoamento suave) (Holmes, 2001). Fig. 2.19. – O efeito da variação da amplitude de um cilindro com diâmetro D na relação do comprimento de correlação com os pontos de pressão, separados de uma distância r ao longo do desenvolvimento para escoamentos suaves (Simu e Scanlan, 1996). 25 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.20. - O efeito da variação da amplitude de um cilindro com diâmetro D na relação do comprimento de correlação com os pontos de pressão, separados de uma distância r ao longo do desenvolvimento para escoamentos turbulentos (Simu e Scanlan, 1996). 2.8.2. RÁCIO DE AMORTECIMENTO Durante a ressonância, as amplitudes de oscilação são controladas pelo nível de amortecimento no sistema estrutural. Medições locais da estrutura sujeitas as oscilações por desprendimento de vórtices, mostraram que o nível de amortecimento é muito menor do que é teoricamente determinado. Uma das razões de tal acontecer, é devido aos ensaios acontecerem em escoamento constante e fixo, na medida em que só serão necessárias pequenas amplitudes para que o desprendimento de vórtices possa sincronizar até o ponto de excitar por si só. Outra razão, pode estar relacionada com as próprias estruturas treliçadas, composta por membros de massa e rigidez aproximadas, quando sujeitas a cargas impulsivas, onde devido a sua hiperestacidade há uma distribuição de energia para os elementos adjacentes. De tal fato resulta uma redução da amplitude e um amortecimento estimado menos conservativo, principalmente quando usado como base para avaliar os outros membros. No entanto, poder-se-á usar o amortecimento estimado para o (e só) membro onde foi feita a análise. Desta forma, Rudge e Fei (1991) recomendam usar um valor de ζs=0,2%: 2.8.3. COEFICIENTES DE FORÇA LATERAL O ESDU 85038 (1985) define o coeficiente de força lateral como sendo um parâmetro de um modo de vibração definido por um conjunto de coeficientes que o relaciona com a variação de número de Reynolds para cilindros estacionários, os efeitos de rugosidade do cilindro na força de excitação, o efeito do modo de vibração, a influencia de efeitos de extremidade e o comprimento de correlação e o efeito da intensidade de turbulência. O ESDU ainda define dois gráficos de determinação dos coeficientes, dos quais depende o coeficiente de força lateral. O parâmetro de resposta, η, que define a amplitude da resposta em função da massa, do diâmetro e do amortecimento estrutural, e o número de Reynolds efetivo, afetado da turbulência e da rugosidade da estrutura ou elemento. 26 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 2.21. – Determinação do coeficiente de força lateral (lift) em função do número de Reynolds e da amplitude de resposta (Rudge e Fei, 1991). O que se pode concluir das informações e parâmetros do ESDU é que para grandes oscilações o coeficiente de força lateral é pouco afetado pelo número de Reynolds, pela turbulência e pela rugosidade, passando a depender da amplitude do movimento. No entanto, nas pequenas oscilações, o valor do coeficiente está relacionado com o escoamento. Do modo geral, pode ser tratado como a relação da força aerodinâmica de movimentos transversais, pela área projetada de referência de um corpo e a velocidade de escoamento do fluído que provoca as movimentações transversais (baseado no conceito do Teorema de Bernoulli). 2.9. COMENTÁRIO FINAL SOBRE O CAPÍTULO É abordado neste capítulo os conceitos gerais e os parâmetros principais envolvidos no fenômeno. Não é tratado a totalidade das definições envolvidas, mas sim as características essenciais para compreensão não exaustiva do assunto, com ênfase nas variáveis que são tratadas neste trabalho. 27 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 28 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 3 AÇÃO REGULAMENTAR DO VENTO SEGUNDO O EUROCÓDIGO 1, PARTE 1-4 3.1. O VENTO NATURAL O vento é um movimento de ar criado devido a um conjunto de diferentes forças, sendo as principais geradas pelas diferenças de pressão na atmosfera, que por sua vez são produzidas pela diferença de aquecimento solar nas diferentes partes da superfície terrestre, como também forças geradas pela rotação do planeta. Os efeitos da rotação da Terra com as diferenças da temperatura e pressão, derivadas da diferença da radiação solar entre os polos e o equador, definem sistemas de circulação de grande escala na atmosfera, com orientações verticais e horizontais. Dessas circulações, resultam como direção predominante do vento nos trópicos e perto dos polos, a direção Oeste-Este e os ventos do Oeste tendem a ocorrer nas latitudes temperadas (Holmes, 2001). Pode ocorrer, no entanto, o surgimento de ventos locais, de grande intensidade, originados de efeitos de convecção local (tempestades) ou de massas de ar elevadas nas serras ou zonas montanhosas. A ação do vento é crucial na análise de construções esbeltas e flexíveis, principalmente pela área exposta ao carregamento. Juntamente com a ação sísmica, a ação do vento compete como uma das principais ameaças à segurança das estruturas pelos danos a nível dinâmico que estas causam. Todavia, para estruturas esbeltas, a ação do vento toma o papel principal como ação dominante; a menor massa dessas estruturas, da qual a ação sísmica é dependente, causa habitualmente forças sísmicas de valores pouco significativos. Também, mesmo para outras estruturas, de ponto de vista de ocorrência, a ação do vento - especificamente, grandes tempestades de vento - surge em mais ocasiões que grandes sismos, o que acaba por originar grandes valores de forças resultantes, momentos fletores, tensões e deformações, provocando enormes estragos e considerável níveis de insegurança (Barros et al., 2015). 3.2. AÇÃO DO VENTO EN 1991-1-4 A ação do vento será determinada segundo o regulamento em vigor, precisamente o Eurocódigo EN 1991-1-4 (IPQ, 2010a). Tal, permite calcular para valores característicos, os valores de referência da velocidade do vento e/ou da pressão dinâmica, obtidos de um modelo de cargas equivalentes à ação do vento, através do cálculo da pressão dinâmica de pico, qp(z), dos coeficientes de força cf (ou de pressão) e do coeficiente estrutural cscd. De acordo com o mesmo, os valores de referência são os valores característicos cuja probabilidade anual de serem excedidos é de 0,02, o que equivale a um período de retorno de 50 anos (IPQ, 2010a). 29 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 3.2.1. VELOCIDADE DO VENTO E PRESSÃO DINÂMICA DE PICO 3.2.1.1. Velocidade média do vento A velocidade média do vento a uma altura z acima do solo, vm (z), depende da rugosidade do terreno, da orografia e do valor de referência da velocidade do vento, vb, e deverá ser determinada através da expressão (3.1.): v m ( z ) c r ( z ) c o ( z ) vb (3.1) Sendo que: cr (z) - Coeficiente de rugosidade; c o (z ) - Coeficiente de orografia; v b - Valor de referência da velocidade do vento (m/s). O valor de referência da velocidade do vento, vb, é dado pelo produto da velocidade básica de referência, vb,0, com os coeficientes de direção (cdir) e de sazão (cseason), tal como é indicado em (3.2.): vb cdir cseason vb,0 (3.2) O valor básico de referência da velocidade do vento, vb,0, é o valor característico da velocidade média do vento, referida a períodos de 10 minutos, independentemente da direção do vento e da época do ano, a uma altura de 10 m acima do solo, em uma zona de terreno tipo campo aberto, com vegetação rasteira, tal como erva, e obstáculos isolados com separações entre si de pelo menos 20 vezes a sua altura, o que corresponde ao terreno de categoria II, segundo a designação do Eurocódigo. Os valores básicos da velocidade do vento, são dados em função da zona do território, como mostra o Quadro 3.1. Quadro 3.1. – Valor básico da velocidade de referência do vento em função do zoneamento do território Zona vb,0 (m/s) Zona A A generalidade do território, exceto as regiões pertencentes à zona B. 27 Zona B Os arquipélagos dos Açores e da Madeira e as regiões do continente situadas numa faixa costeira com 5km de largura, ou altitudes superiores a 600m. 30 Os coeficientes de direção e de sazão, serão considerados com valor unitário (só para casos especiais, poderão tomar valores reduzidos), como é recomendado, tomando assim o valor mais condicionante e conservativo. O coeficiente de rugosidade, cr (z), considera a capacidade de variação da velocidade média do vento no local onde é realizado a construção, resultante da variação de altura acima do nível do solo e da rugosidade do terreno a barlavento da construção, tendo em conta a direção do vento considerada. É determinado a partir de um perfil de velocidade em escala logarítmica, através das expressões (3.3) e (3.4): 30 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices z c r ( z ) k r ln z0 para (3.3) z min z z máx c r ( z ) c r ( z mín ) para z z mín (3.4) Onde: z 0 - Comprimento de rugosidade (m); z min - Altura mínima que depende da categoria de terreno; k r - Coeficiente de terreno dependente do comprimento de rugosidade, obtido pela expressão (3.5). z k r 0,19 0 z 0, II 0 , 07 (3.5) O comprimento de rugosidade e a altura mínima, z0 e zmin respetivamente, são obtidos pelo Quadro 3.2. Quadro 3.2. – Categorias e parâmetros do terreno z0 e zmín Categoria do terreno z0 (m) zmín (m) 0 Mar ou zona costeira exposta aos de mar. 0,003 1 I Lagos ou zona plana e horizontal com vegetação negligenciável e livre de obstáculos. 0,01 1 II Zona de vegetação rasteira, tal como erva, e obstáculos isolados (árvores, edifícios) com separações entre si de, pelo menos, 20 vezes a sua altura. 0,05 2 III Zona com uma cobertura regular de vegetação ou edifícios, ou com obstáculos isolados com separações entre si de, no máximo, 20 vezes a sua altura (por exemplo: aldeias, zonas suburbanas, florestas permanentes). 0,3 5 IV Zona na qual pelo menos 15% da superfície está coberta por edifícios com uma altura média superior a 15m. 1,0 10 A escolha da categoria do terreno, para uma dada direção do vento, depende da rugosidade do solo e da extensão da rugosidade do terreno uniforme, dentro de um setor angular de 30º definido em torno da direção do vento. Caso, na consideração feita, existam duas ou mais áreas de atribuição, dever-se-á se utilizar a categoria com menor comprimento de rugosidade. A figura 3.1. faz a análise da consideração referida. 31 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 3.1. – Avaliação da rugosidade do terreno (IPQ, 2010b) O coeficiente de orografia será considerado com valor unitário, tal como recomenda o Eurocódigo. Salvo os casos em que a velocidade do vento seja aumentada em mais 5%, por exemplo junto às colinas e falésias, o valor do coeficiente de orografia passa a ser igual 1, e tal como para casos semelhantes, é mais conservativo. 3.2.1.2. A intensidade de turbulência do vento A intensidade de turbulência à altura z, Iv, é definida como o quociente entre o desvio padrão da turbulência e a velocidade média do vento. Segundo o Eurocódigo (IPQ, 2010a), a componente de turbulência da velocidade do vento tem um valor médio nulo e um desvio padrão σv, dado pela expressão (3.6): v k r vb k I (3.6) A intensidade de turbulência é dada por (3.7) e (3.8): IV ( z) V vm ( z) kI z c 0 ( z ) ln z0 para z min z z máx I v ( z ) I v ( z mín ) para z z mín Onde: k I - Coeficiente de turbulência, no qual é recomendado adotar o valor unitário; 32 (3.7) (3.8) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices c o (z ) - Coeficiente de orografia; z 0 - Comprimento de rugosidade (m). 3.2.1.3. Pressão dinâmica de Pico A pressão dinâmica de pico à altura z, qp (z), é determinada pelo produto da velocidade média e as flutuações de curta duração da velocidade do vento, sendo calculada pela equação (3.9): q p ( z ) 1 7 I v ( z ) 1 v m2 ( z ) c e ( z ) q b 2 (3.9) onde ρ é a massa volúmica do ar, com valor recomendado de 1,25 kg/m3, e ce o coeficiente de exposição, que representa o quociente entre a pressão dinâmica de pico qp e a pressão dinâmica de referência qb, dado pela expressão (3.10). O papel do coeficiente de exposição é caracterizar a amplificação do vento a uma dada altura, com a inclusão da componente flutuante. ce ( z) q p ( z) (3.10) qb A pressão dinâmica de referência, qb, pode ser obtida a partir da expressão (3.11). qb 1 v b2 2 (3.11) Na figura 4.2., é representado o coeficiente de exposição para as várias categorias do terreno, em função da altura, para o caso de um terreno plano em que c0=1 e kI=1. Fig. 3.2. – Coeficiente de exposição em função da altura. 33 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 3.2.2. FORÇA EXERCIDA PELO VENTO A força exercida pelo vento sobre a construção ou um elemento da construção será dada pela expressão (3.12.). Esta, permite determinar diretamente a força devido a pressão dinâmica de pico do vento, a uma dada altura, afetada pelos coeficientes de força e estrutural. Fw c f cs c d q p ( z e ) Aref (3.12) Sendo que: c f - Coeficiente de força da estrutura ou do elemento da estrutura; c s c d - Coeficiente estrutural; q p ( z e ) - Pressão dinâmica de pico, a uma altura de referência ze; Aref - Área de referência da construção ou do elemento. 3.2.2.1. O coeficiente de força O coeficiente de força representa o coeficiente aerodinâmico que permite materializar teoricamente o efeito do vento sobre uma estrutura ou o seu elemento, incluindo o efeito de atrito, dependente das características globais da própria estrutura ou elemento estrutural. É dado pela expressão (3.13): c f c f , 0 (3.13) No qual: c f , 0 - Coeficiente de força para cilindros sem livre escoamento em torno das extremidades; - Coeficiente de efeitos de extremidade. Para o caso de estudo desenvolvido neste trabalho, o coeficiente de força, será determinado para secções circulares, no caso cilindros de base circular, tal como é indicado no Eurocódigo EN 1991 – 1- 4 (IPQ, 2010a). O coeficiente de força, cf,0, é determinado pela figura 3.3. 34 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 3.3. – Coeficiente de força cf,0 para cilindros de base circular sem livre escoamento, para diferentes valores de rugosidade (IPQ, 2010a). Da leitura da figura, poder-se-ão se equacionar os parâmetros, obtendo-se assim (Barros et al., 2015): 5 c f ,0 1,2 para Re 1,814 10 c f ,0 0,11 máx Re 1, 4 6 10 para c f ,0 (3.15) 1,814 105 Re 107 e k / b 10 5 0,11 máx Re 1, 4 6 10 para k 0,18 log(10 ) b ; 0,4 ; 1,2 Re 1 0,4 log 6 10 (3.14) 0,18 log(10 10 5 ) ; 0,4 ; 1,2 Re 1 0,4 log 6 10 (3.16) 1,814 105 Re 107 e k / b 10 5 No qual: k - Coeficiente de rugosidade superficial equivalente dado no quadro 3.3.; b - Diâmetro exterior da secção circular; Re - Número de Reynolds no nível considerado, calculado pela expressão (2.5), onde a velocidade a considerar é dada pela equação (3.17): 35 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices v( z ) 2 qp (3.17) Quadro 3.3. - Rugosidade superficial equivalente k Tipo de superfície Rugosidade Equivalente k (mm) Vidro 0,0015 Metal polido 0,002 Revestimento por pintura liso 0,006 Pintura aplicada à pistola 0,02 Aço – superfície lisa 0,05 Ferro fundido 0,2 Aço galvanizado 0,2 Betão liso 0,2 Madeira aplainada 0,5 Betão rugoso 1,0 Madeira serrada, rugosa 2,0 Superfície com ferrugem 2,0 Alvenaria de tijolo 3,0 O coeficiente que tem em conta os efeitos de extremidade, ψλ, será determinado em função da esbelteza efetiva λ. O coeficiente trata da redução da força exercida pelo vento, caso o escoamento possa contornar as extremidades da construção de uma forma menos restringida. Para determinar a esbelteza efetiva λ, pode-se basear nos valores recomendados para cilindros, elementos de secção poligonal, perfis com aresta viva e estruturas treliçadas, dados no Eurocódigo. No caso de cilindros de base circular, a esbelteza efetiva é dada pelas expressões (3.18) e (3.19): mín (l / b ; 70) para mín (0,7 l / b ; 70) l 15m para l 50m (3.18) (3.19) Após determinar a esbelteza efetiva, poderá ser determinado o coeficiente de efeitos de extremidade, com base no índice de cheios, φ, que para o caso de estudo será considerado com valor unitário (tratando- 36 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices -se de diagonais). O índice de cheios representa a relação entre a soma das áreas projetadas dos elementos e da área limitada pelo contorno exterior, quando é feita a análise da estrutura como um todo. A figura 3.4. possibilita a determinação do coeficiente de extremidade em função dos parâmetros mencionados nos parágrafos anteriores. Fig. 3.4. – Valores do coeficiente de efeitos de extremidade em função do índice de cheios e da esbelteza. 3.2.2.2. Área de referência e a altura de referência A área de referência representa a área projetada no plano normal à incidência da ação do vento. É obtida pela expressão (3.20): Aref l b (3.20) Em que: l - Comprimento do elemento estrutural considerado. A altura de referência, ze, será considerado igual a altura, z, escolhida para análise de um elemento. 3.2.3. COEFICIENTE ESTRUTURAL O coeficiente estrutural, cscd, é um parâmetro que tem em consideração a probabilidade de ocorrência da pressão do vento de rajada ao longo de toda a estrutura; é representado pelo produto do coeficiente de dimensão cs, e o coeficiente dinâmico relativo ao efeito de vibrações da estrutura devido aos fenómenos de turbulência da ação do vento, cd. É calculado segundo a expressão (3.21): cs cd 1 2 k p I v (zs ) B 2 R 2 (3.21) 1 7 I v (zs ) 37 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Em que: z s - Altura de referência para a determinação do coeficiente estrutural; k p - Fator de pico; I v ( z s ) - Intensidade de turbulência à altura de referência; B 2 - Coeficiente de resposta quase-estática, que tem em conta a falta de total correlação das pressões sobre a superfície da estrutura; R 2 - Coeficiente de resposta em ressonância, relacionado com o efeito da turbulência em ressonância com o modo de vibração. A altura de referência, zs, poderá ser considerada igual a altura z do elemento ou construção, caso não seja aplicado nenhuma das situações apresentadas na figura 3.5. Fig. 3.5. – Formas gerais das construções abrangidas pelo método de cálculo. O Eurocódigo EN 1991-1-4 (IPQ, 2010a), permite a determinação dos parâmetros na qual depende o coeficiente estrutural, nomeadamente, o fator de pico, kp, e os coeficientes de resposta quase-estática e de ressonância, B2 e R2 respetivamente, por dois procedimentos de cálculo, apresentados nos Anexos B e C. O procedimento do Anexo C, apresenta um menor nível de dificuldade e é utilizado para fins comparativos aos resultados obtidos pelo Anexo B, que neste caso é o normativo. Apesar do seu carácter informativo, serão efetuados os cálculos também pelo Anexo C. 3.2.3.1. Coeficiente de resposta quase-estática segundo o Anexo B O coeficiente de resposta quase-estática, B2, traduz a falta de total correlação das pressões na superfície da construção e pode ser calculado através da expressão (3.22.): 38 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices B2 1 bh 1 0,9 L( z s ) (3.22) 0 , 63 Onde: b, h - Largura e altura da estrutura ou elemento; L( z s ) - Escala de turbulência à altura zs, que representa a dimensão média dos turbilhões do vento natural. Para alturas inferiores a 200 metros, poderá ser calculado pelas expressões (3.23.) e (3.24.). z L( z s ) Lt zt para z s z mín L( z s ) L( z mín ) para z s z mín (3.23) (3.24) No qual: z s - Altura de referência (ver 3.2.3.); z t - Altura de referência, com valor igual a 200m; Lt - Escala de referência (comprimento de referência), com valor igual a 300m; - Constante dada pela expressão (3.25). 0,67 0,05 ln( z 0 ) (3.25) 3.2.3.2. Coeficiente de resposta em ressonância segundo o Anexo B O coeficiente de resposta em ressonância, R2, tem em conta o efeito de turbulência em ressonância com o modo de vibração considerado da estrutura ou elemento e poderá ser obtido pela expressão (3.26). 2 R S L ( z s , n1, x ) R h ( h ) Rb ( b ) 2 2 (3.26) Em que: - Decremento logarítmico total do amortecimento; 39 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices S L - Função de densidade espectral de potência adimensional; Rh , Rb - Funções de admitância aerodinâmica. A função de densidade espectral de potência adimensional, SL (zs, n), representa a distribuição de energia do vento, expressa na forma de frequência e é dada por: S L ( z s , n) 6,8 f L ( z s , n) (1 10,2 f L ( z s , n)) (3.27) 5/3 Em que: f L ( z s , n) - Representa a frequência adimensional que relaciona a frequência n, correspondente à frequência própria da estrutura ou elemento no primeiro modo de vibração, com a velocidade média a altura zs, obtida pela expressão: f L ( z s , n) n L( z s ) com n n1, x vm ( z s ) (3.28) As funções de admitância aerodinâmica, para um dado modo de vibração, poderão ser determinadas, em função das dimensões da estrutura, pelas expressões (3.29) e (3.30: Rh Rb 1 h 1 b 1 (1 e 2 h ) 2 2 h (3.29) 1 (1 e 2b ) 2 2 b (3.30) Com: 40 h 4,6 h f L ( z s , n1, x ) L( z s ) b 4,6 b f L ( z s , n1, x ) L( z s ) (3.31) (3.32) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Finalmente o decremento logarítmico de amortecimento corresponde a soma de três parâmetros de decremento logarítmico, relacionados respetivamente: com a estrutura, com fatores aerodinâmicos e com presença de dispositivos especiais para amortecimento e obtido pela expressão: s a d (3.33) Em que: s - Coeficiente do decremento logarítmico de amortecimento estrutural; a - Coeficiente do decremento logarítmico de amortecimento aerodinâmico para o modo fundamental de flexão na direção do vento, dado pela expressão (3.34). d - Coeficiente do decremento logarítmico de amortecimento devido a dispositivos especiais de dissipação de energia dado pela equação (3.34), dispositivos estes tais como amortecedores de massa sintonizados (TMD) e amortecedores de movimento de líquido (sloshing tanks) (não é considerado no caso de estudo) uma vez que a estrutura não possui dispositivos especiais. Deve ser determinado experimentalmente ou de forma teórica, com base em métodos adequados. c f vm ( z s ) a (3.34) 2 n1 e Onde: c f - Coeficiente de força (ver 3.2.2.1.); - Densidade do ar, com valor igual 1,25kg/m3; n1 - Frequência natural de vibração da estrutura do primeiro modo em Hz; me - Massa equivalente por unidade de comprimento da estrutura (kg/m), definida por: me h 0 m( s) 12 ( s) ds h 0 2 1 (3.35) ( s) ds Sendo m(s) sendo a massa por unidade de comprimento e Φ1 representando a função do modo fundamental de flexão. Para elementos sem variação da secção, o valor da massa equivalente, me, passa a ser igual ao valor da massa m por unidade de comprimento. Os valores do decremento logarítmico de amortecimento estrutural, poderão ser obtidos pela figura 3.6.: 41 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 3.6. – Valores aproximados do decremento logarítmico de amortecimento estrutural relativo ao modo fundamental (IPQ, 2010a). O modo fundamental de flexão para estruturas ou elementos simplesmente apoiados, poderá ser estimado pela função: s l 1 ( s ) sen (3.36) Com s representando a evolução do desenvolvimento do elemento ou estrutura, para o primeiro modo de vibração. De igual modo, para estruturas ou elementos biencastrados, o modo fundamental é dado pela expressão: 1 s 1 ( s) 1 cos 2 2 l (3.37) As duas funções apresentadas, serão as principais na qual este trabalho se baseia, pois é feita a análise ao elemento. 42 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 3.2.3.3. Fator de pico O fator de pico, kp, é definido como o quociente do valor máximo da parte flutuante da resposta e do desvio padrão da mesma. É dado pela expressão (3.38): k p máx( 2 ln(v T ) 0,6 2 ln(v T ) (3.38) ; 3) Onde: v - Frequência de passagens ascendentes (Hz), calculada pela expressão (3.39); T - Duração de integração da velocidade média do vento, definido com valor de 600s. v máx (n1, x R2 ; 0,08) B2 R2 (3.39) 3.2.3.4. Coeficiente de resposta quase-estática segundo o Anexo C O coeficiente de resposta quase-estática, poderá ser determinado pela expressão: 1 B2 3 1 2 2 (3.40) 2 b h b h L( z s ) L( z s ) L( z s ) L( z s ) 2 Os parâmetros representados já foram definidos nos parágrafos anteriores. 3.2.3.4. Coeficiente de resposta em ressonância segundo o Anexo C O coeficiente de resposta em ressonância poderá ser obtido pela expressão: R2 2 S L ( z s , n1, x ) K s (n1, x ) 2 (3.41) Em que, para além dos parâmetros já definidos anteriormente em 3.2.3.2., Ks representa a função do efeito redutor de dimensão, definida por: 43 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 1 K s ( n) 1 G y (3.42) 2 2 2 y G z z G y y G z z 2 No qual: y z cy b n (3.43) vm ( z s ) cz h n vm ( z s ) (3.44) As constantes cy e cz (constantes de decaimento), ambas têm o valor igual a 11,5. Para as constantes G, poderá ser determinado os seus valores com base no quadro 3.4., dependendo da variação da configuração modal ao longo dos eixos. Quadro 3.4. – Constante G em função da configuração modal, com adaptação dependendo do eixo. Configuração modal Uniforme Linear Parabólica Sinusoidal G 1/2 3/8 5/18 4/π2 3.3. COMENTÁRIO FINAL SOBRE A AÇÃO DO VENTO É necessário referir que o cálculo da ação do vento é baseado num modelo desenvolvido por Davenport (o fator de pico determinado para o cálculo do coeficiente estrutural, é baseado na equação de Davenport), segundo o que é referido em Barros (2015), que divide a ação do vento em duas componentes que quando somadas, dão o valor máximo da ação do vento, bem como a resposta dinâmica da estrutura. Essas componentes, representam uma parcela média estacionária e uma turbulenta não estacionária. Para fins de análise comparativa, serão utilizados no caso de estudo os Anexos B e C com os seus respetivos métodos de determinação dos parâmetros de resposta quase-estática e em ressonância, para o cálculo do coeficiente estrutural. 44 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 4 PROJETO DA TORRE DE TELECOMUNICAÇÃO TRELIÇADA 4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE TORRES DE TELECOMUNICAÇÃO A necessidade de expansão de sistemas de comunicação pelo crescimento populacional e as suas exigências de uma sociedade em desenvolvimento, faz com que as buscas por maiores e melhores torres de telecomunicações sejam precisas. Essas torres são geralmente de grande envergadura, posicionadas em pontos estratégicos e sem grandes construções na vizinhança, de modo a não ter perturbações de sinais. Usadas para radiodifusão ou sinais televisivos, como também, micro-ondas de transmissão redes de móvel, são maioritariamente feitas em estrutura de aço, com diferentes formatos e secções dos seus elementos constituintes (Monteiro, 2014) (Monteiro e Barros, 2016). Neste trabalho é dado ênfase às torres de telecomunicação altas, treliçadas, de secções em aço. Sendo esta uma das formas mais comuns de torres, no âmbito de telecomunicações abrangendo uma grande área de transmissão, e usadas por várias operadoras e canais televisivos na Europa, pode ter geometria triangular ou quadrangular, de acordo com a análise em termos tecno-económicos e o seu comportamento dinâmico. Podem ser distinguidos dois tipos de modelos de torres treliçadas para esse fim: as torres espiadas e a torres autosuportadas. As torres autosuportadas são uma das formas de torres mais comuns, principalmente pela sua rapidez de fabrico, transporte para os locais de instalação e versatilidade na montagem (que é de forma manual); um fator importante em ambientes com poucos recursos e meios mecânicos de trabalho. São utilizadas, normalmente, numa faixa de 15 a 50 metros da costa, com a vantagem de em situações raras poderem ser instaladas em meios urbanos (precisamente nos topos dos edifícios) com a precaução de serem cumpridas os requisitos de altura máxima permitida (geralmente não deverão ter mais que 15 metros quando instalados nos topos dos edifícios). 45 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 4.1. – Torres treliçadas autosuportadas (altura < 15m). Primeira imagem: Autosuportada sobre um edifício; Segunda imagem: Autosuportada em meio rural. (GOOGLE IMAGES) As torres treliçadas espiadas são as com mais problemas em termos de dimensionamento. Possuem uma estrutura mais leve, quando relacionado com as dimensões geométricas que teriam se não fossem espiadas, permitindo uma ampla possibilidade de utilização principalmente em meio rural. No entanto, devido ao aligeiramento presente, na instalação criam-se vários mecanismos devido ao faseamento, podendo surgir cargas não antecipadas no dimensionamento. Enquanto possuem a vantagem de dispensar gruas para a sua instalação e atingir elevadas alturas, poderá ser necessário recorrer a meios aéreos para instalação de constituintes a grandes cotas, o que pode levar a exorbitantes custos, principalmente em áreas remotas. Além de atingir altura superior a 80 metros, essas torres necessitam de grandes áreas de implantação que aumentam de forma exponencial, a medida que os requisitos de altura aumentam. Fig. 4.2. – Torres treliçadas espiadas, suportadas no solo, em meio rural (bases de geometria quadrangular, à esquerda, e triangular, à direita). 46 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices As bases poderão variar de geometria triangular (que é a mais usada), para quadrangular, onde a decisão fica a cargo do projetista. Na maior parte das vezes, a geometria da torre é prismática, contudo para torres muito altas, pode ser utilizada geometrias piramidais que, no bom senso da palavra, significa a diminuição de afastamentos entre montantes em altura. Esses mesmos montantes são maioritariamente em perfis tubulares, complementadas por vezes com travessas em cantoneiras (como é utilizado na maioria dos casos). Vale a pena referir que o contraventamento instalado, para anular o mecanismo formado durante a instalação, passa pela colocação de barras diagonais em perfis tubulares, podendo em alguns casos, ser cantoneiras. Fig. 4.3. – Torres treliçadas de montantes inclinados (geometria piramidal) e de geometria prismática (imagem à direita). 4.2. TORRE TRELIÇADA METÁLICA DE SECÇÕES TUBULARES As diagonais de contraventamento são elementos de extrema importância e o seu devido dimensionamento é de imperial importância. Estabelecem o equilíbrio da estrutura, tanto na fase da instalação onde a rigidez da estrutura não é assegurada, como também impedem que se formam mecanismo de colapso da torre como um todo na fase de exploração. Deste modo, o objetivo deste trabalho é a sua análise e avaliação com total atenção virada à ação do vento e aos efeitos que este provoca, como uma das principais ações responsáveis por situações graves de danos da estrutura. Essas diagonais, nas torres treliçadas são normalmente muito esbeltas, podendo experimentar grandes oscilações quando excitadas; muitas vezes são negligenciados os travamentos necessários e ou amortecedores para atenuação das ações do vento. Agradece-se à empresa IRMÃOS SILVA SA – METALOGALVA, pelos dados fornecidos e um projeto exemplo de torre treliçada de grande dimensão, constituída essencialmente por perfis tubulares. Por razões de confidencialidade empresarial e profissional, não será revelado a localização em que irá ser implantar a torre de telecomunicação, e será adotada uma situação exemplificativa de instalação no território Português. A torre é dada pela geometria demonstrada na figura: 47 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Legenda: Diagonais Section heights – Comprimentos das secções; Sections – Secções; Legs – Montantes; Diagonals – Diagonais; Horizontals – Horizontais (Travessas). Montantes Horizontais Fig. 4.4. – Projeto da torre de telecomunicação, com descritização das secções consideradas no seu dimensionamento (METALOGALVA, 2015). 48 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 4.2.1. DIMENSIONAMENTO EFETUADO E DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA Todo o dimensionamento foi realizado com base nos regulamentos em vigor, nomeadamente os Eurocódigos referentes às ações de cálculo e relacionados a estruturas de aço. Ou seja, fundamentalmente, os Eurocódigos EN1993-3-1 (CEN, 2006) e EN1991-1-4 (IPQ, 2010), de bases para projeto de estruturas de aço e determinação da ação do vento, respetivamente. A torre com secção quadrangular, é formada por diagonais, montantes e horizontais, acabadas a quente, de perfis tubulares ocos, com comprimentos variáveis. Definiram-se as seguintes resistências dos materiais, para os membros e os parafusos: Quadro 4.1. – Resistências dos materiais para as constituintes da torre. Classe de diâmetro de parafusos Membros Classes de Resistência fy/fu (MPa) S355 Segundo o EN 10219 fyb/fub (MPa) Parafusos M27 10,9 900/1000 M30 10,9 900/1000 <M27 e M36 (para partes fundidas) 8,8 640/800 O modelo estrutural adotado para determinação dos esforços provocados pelo peso próprio da torre, pela antena que estará instalada no último patamar e pela ação do vento, foi desenvolvido no programa Robot Structural, de modo a cumprir com as especificações do projeto. Pode ser visto o modelo na figura a seguir representada, com as secções pré-dimensionadas com base nas especificações do Eurocódigo 3. Fig. 4.5. – Modelo estrutural para análise da ação da antena (pormenor à direita), o peso próprio e a ação do vento. 49 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Feitas as devidas análises e critérios definidos no Eurocódigo 3, incluindo as análises de segunda de ordem, verificações da encurvadura dos membros e verificações de estado limite último, chega-se as dimensões apresentadas no quadro 4.4 (facultado pela Metalogalva), para os perfis tubulares dos elementos da torre treliçada. Realça-se também que caso todas as verificações sejam satisfeitas, com um intervalo de segurança elevado, poderia ser ponderada a necessidade de efetuar mais análises, para além de uma análise estática linear. Nos quadros 4.2 e 4.3, estão apresentados os parâmetros e propriedades geométricas consideradas. Quadro 4.2. – Propriedades da torre, por secção, após dimensionamento. Número da secção 50 Descrição Comprimento da secção Nível Superior Largura na base Largura no topo m m m m 1 N20 11.600 11.600 17.000 15.900 2 N19 11.600 23.200 15.900 14.800 3 N18 11.600 34.800 14.800 13.700 4 N17 11.600 46.400 13.700 12.600 5 N16 11.600 58.000 12.600 11.500 6 N15 11.600 69.600 11.500 10.400 7 N14 11.600 81.200 10.400 9.300 8 N13 11.600 92.800 9.300 8.200 9 N12 11.600 104.400 8.200 7.100 10 N11 11.600 116.000 7.100 6.000 11 N10 11.600 127.600 6.000 4.900 12 N9 11.600 139.200 4.900 3.800 13 N8 11.600 150.800 3.800 2.700 14 N7 11.600 162.400 2.700 1.600 15 N6 11.600 174.000 1.600 1.600 16 N5 11.000 185.000 1.600 1.600 17 N4 0.483 185.483 1.600 0.550 18 N3 4.045 189.528 0.550 0.550 19 N2 5.500 195.028 0.550 0.550 20 N1 5.455 200.483 0.550 0.550 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Ângulo de inclinação dos montantes Largura da secção Ângulo da treliça Momento de Inércia Rigidez à flexão Rigidez ao corte Rigidez à torsão Descrição Número da secção Quadro 4.3. – Rigidez da estrutura geral, por secção. º m º m4 MNm2 MN MNm2 1 N20 3.836 16.542 34.706 3.72E+00 7.81E+05 5.04E+02 6.89E+04 2 N19 3.836 15.442 36.546 3.24E+00 6.81E+05 5.03E+02 6.00E+04 3 N18 3.836 14.342 38.561 2.41E+00 5.06E+05 4.99E+02 5.13E+04 4 N17 3.836 13.242 40.771 2.06E+00 4.32E+05 4.90E+02 4.30E+04 5 N16 3.836 12.142 43.198 1.73E+00 3.63E+05 3.94E+02 2.90E+04 6 N15 3.836 11.042 45.865 1.20E+00 2.52E+05 3.77E+02 2.30E+04 7 N14 3.836 9.942 48.797 9.73E-01 2.04E+05 3.53E+02 1.75E+04 8 N13 3.836 8.842 52.016 7.69E-01 1.62E+05 3.23E+02 1.26E+04 9 N12 3.836 7.742 55.545 4.95E-01 1.04E+05 2.33E+02 6.97E+03 10 N11 3.836 6.642 59.400 3.64E-01 7.65E+04 1.97E+02 4.33E+03 11 N10 3.836 5.542 53.703 2.02E-01 4.23E+04 2.20E+02 3.39E+03 12 N9 3.836 4.442 59.354 1.30E-01 2.72E+04 1.29E+02 1.28E+03 13 N8 3.836 3.342 59.328 6.44E-02 1.35E+04 1.02E+02 5.67E+02 14 N7 3.836 2.242 63.488 2.35E-02 4.93E+03 8.09E+01 2.03E+02 15 N6 0.000 1.600 50.389 1.27E-02 2.67E+03 1.19E+02 1.53E+02 16 N5 0.000 1.600 53.973 6.45E-03 1.35E+03 1.06E+02 1.36E+02 17 N4 56.938 1.163 33.576 2.30E-03 4.84E+02 1.46E+02 9.87E+01 18 N3 0.000 0.550 42.593 6.87E-04 1.44E+02 4.74E+01 7.18E+00 19 N2 0.000 0.550 45.000 3.60E-04 7.56E+01 4.57E+01 6.92E+00 20 N1 0.000 0.550 44.765 2.84E-04 5.97E+01 4.59E+01 6.95E+00 51 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Descrição Número da secção Quadro 4.4. – Perfis pré-dimensionados para a torre. Montantes Diagonais Horizontais entre secções Horizontais Perfil tubular Classe Perfil tubular Classe Perfil tubular Classe Perfil tubular Classe 1 N20 Øx323x14 355 Øx168,3x3,0 355 Øx193x3,0 355 - - 2 N19 Øx323x14 355 Øx168,3x3,0 355 Øx193x3,0 355 Øx193x3,0 355 3 N18 Øx323x12 355 Øx168,3x3,0 355 Øx168,3x3,0 355 Øx168,3x3,0 355 4 N17 Øx323x12 355 Øx168,3x3,0 355 Øx168,3x3,0 355 Øx168,3x3,0 355 5 N16 Øx323x12 355 Øx139,7x3,0 355 Øx139,7x3,0 355 Øx168,3x3,0 355 6 N15 Øx323x10 355 Øx139,7x3,0 355 Øx139,7x3,0 355 Øx139,7x3,0 355 7 N14 Øx273x12 355 Øx139,7x3,0 355 Øx114,3x3,0 355 Øx139,7x3,0 355 8 N13 Øx273x12 355 Øx139,7x3,0 355 Øx101,6x3,0 355 Øx114,3x3,0 355 9 N12 Øx273x10 355 Øx114,3x3,0 355 Øx88,9x3,0 355 Øx101,6x3,0 355 10 N11 Øx273x10 355 Øx114,3x3,0 355 Øx76,1x3,0 355 Øx88,9x3,0 355 11 N10 Øx219x10,0 355 Øx101,6x3,0 355 Øx76,1x3,0 355 Øx76,1x3,0 355 12 N9 Øx219x10,0 355 Øx76,1x3,0 355 Øx60,3x3,0 355 Øx60,3x3,0 355 13 N8 Øx193,7x10 355 Øx60,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 14 N7 Øx193,7x8,0 355 Øx60,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 15 N6 Øx168,3x10,0 355 Øx76,1x4,0 355 Øx48,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 16 N5 Øx139,7x6,0 355 Øx76,1x4,0 355 Øx48,3x3,0 355 Øx48,3x3,0 355 17 N4 Øx139,7x4,0 355 Øx76,1x4,0 355 - - Øx48,3x3,0 355 18 N3 Lx100x100x12 355 Lx40x40x4 355 - - Lx70x70x7 355 19 N2 Lx70x70x9 355 Lx40x40x4 355 - - Lx40x40x4 355 20 N1 Lx70x70x7 355 Lx40x40x4 355 - - - - - Topo da torre - - - - - - Lx40x40x4 355 52 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 4.2.2. DIAGONAIS DO PROJETO Sendo o objetivo principal deste trabalho a avaliação da ação do vento nas diagonais, e, principalmente, os efeitos provocados pelas oscilações transversais do desprendimento de vórtices, originadas da ação do vento, será necessário averiguar as condições de instalação em que estarão e as suas propriedades mecânicas. As diagonais têm nas suas extremidades uma placa espalmada soldada, de modo que a ligação seja feita por parafusos. Essa ligação aparafusada, da diagonal às horizontais, é feita por um gusset soldado às horizontais de separação entre secções numa extremidade e a outro ousset soldado ao montante da devida secção, como mostra o esquema apresentando na figura. Fig. 4.6. – Desenhos de pormenor construtivo, da ligação das diagonais numa secção da torre. São apresentados de seguida os esquemas adotados para verificações das resistências dos perfis, incluindo o gusset, e os parafusos para os esforços atuantes determinados nas diagonais. Devido à excentricidade criada entre a chapa de uma diagonal e o seu gusset de ligação, origina-se um momento fletor na direção da diagonal, que poderá ser calculado pela força da diagonal no sentido de um dos lados de soldadura. Desta forma, poder-se-á dizer que o momento provocado é igualmente distribuído na placa da diagonal, como no gusset. Fig. 4.7. – Esquema de verificação da resistência dos parafusos pelo Eurocódigo. 53 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 4.8. – Corte do pormenor de ligação entre uma diagonal e uma horizontal de separação de secção. Lembra-se que este capítulo é meramente informativo e não trata o dimensionamento da torre em plinutde, pois o objetivo é realizar as análises dos seus elementos. Principalmente, análises que permitam uma otimização do desempenho das diagonais. Deste modo, são consideradas as dimensões e geometria do projeto para cálculo da ação do vento e a verificação da possibilidade de ocorrência de grandes oscilações transversais devido ao carregamento. São adotadas duas situações limites de condições fronteiras para as diagonais, podendo ser uma condição de vigas simplesmente apoiadas ou vigas biencastradas, apesar da situação real poder se intermédia. Contudo não deixa de ser válido calcular e efetuar o estudo para situações extremas, onde os resultados serão mais gravosos. 4.2.3. DESIGNAÇÃO USADA PARA OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS Para avaliar as diagonais do projeto exemplo, é necessária a utilização do modelo em AUTODESK ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS fornecido e fazer corresponder a terminologia que usa com base nas designações do projeto. Pela facilidade de processar dados deste programa para as folhas de cálculo do Microsoft Excel, são utilizados neste trabalho designações numéricas para os elementos, tal como é dado no quadro a seguir representado retirado das informações de barras do modelo. Quadro 4.5. – Correspondência das secções com o intervalo de barras da torre em Autodesk Robot Structural Analysis. Elementos Estruturais (Barras) Comprimento da secção Intervalo por secção m S20 713-740 11.600 S19 685-712 11.600 S18 657-684 11.600 S17 629-656 11.600 Secções 54 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices S16 601-628 11.600 S15 573-600 11.600 S14 545-572 11.600 S13 517-544 11.600 S12 489-516 11.600 S11 461-488 11.600 S10 421-460 11.600 S9 381-420 11.600 S8 329-380 11.600 S7 265-328 11.600 S6 213-264 11.600 S5 169-212 11.000 Adverte-se ao leitor que são avaliados neste trabalho os elementos cujas as secções são tubulares circulares e por isso estão representadas as referentes à estrutura (com exceção da antena a instalar), no quadro anterior. Também ainda no quadro anterior (quadro 4.5) estão representados por intervalos os elementos pertencentes as secções consideradas, o que inclui montantes, horizontais e diagonais, mas realça-se que só são avaliadas as diagonais. 55 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 56 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 5 DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES OU VORTEX SHEDDING, SEGUNDO O EN1991-1-4 (2010) 5.1. O EFEITO DAS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES O desprendimento de vórtices origina uma força de intensidade variável na direção transversal à ação do vento. Já foram apresentadas no capítulo 2, as condições para ocorrerem grandes vibrações na estrutura ou elemento, principalmente no que toca à sincronização das frequências de desprendimento e da estrutura, ou ainda da condição de igualdade entre velocidades. Também já foram apresentados os tipos de resposta e suas características relativas tanto ao escoamento como à amplitude de vibração, que podem levar à verificação do fenómeno de fadiga. O Anexo E do Eurocódigo EN1991-1-4 (2010), permite calcular o efeito do desprendimento de vórtices de forma simplificada, para estruturas ou elementos esbeltos e flexíveis. De modo a verificar a necessidade de analisar o efeito de desprendimento, dever-se-ão cumprir os critérios a seguir apresentados (IPQ, 2010): O quociente entre a maior e a menor dimensão transversal da construção, ambas consideradas no plano perpendicular à direção do vento, é superior a 6; A velocidade crítica do vento no modo considerado, é menor que 1,25 vezes a velocidade média ao nível da secção transversal em que se desencadeia o desprendimento de vórtices. v crit ,i 1,25 v m (5.1) Face a esses critérios, será feita a verificação do efeito de desprendimento sempre que um se verifique. A velocidade crítica poderá ser determinada segundo a expressão (2.6), substituindo para a nomenclatura do Eurocódigo, a denominação da frequência, de fn para ni,x. O efeito das vibrações induzidas pelo desprendimento de vórtices, poderá ser calculado a partir da força de inércia por unidade de comprimento, que atua na direção perpendicular à direção do vento numa posição s, do desenvolvimento da estrutura. É obtido pela expressão (5.2.): 57 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fw (s) m( s) (2 ni , y ) 2 i , y (s) y F ,máx (5.2) Onde: m(s ) - Massa oscilante da estrutura por unidade de comprimento; ni , y - Frequência própria da estrutura; i , y ( s ) - Configuração modal da estrutura, normalizada com valor 1 no ponto de deslocamento máximo; y F , máx - Deslocamento máximo, ao longo do tempo, do ponto em que i , y ( s ) é igual a 1. A massa oscilante poderá ser igual a massa generalizada, definida no cálculo da frequência fundamental dada pela fórmula de Rayleigh. Será abordado este assunto, em capítulos posteriores para o caso de estudo. A norma permite calcular o deslocamento máximo a partir de dois métodos distintos, com as suas próprias características e critérios de uso. O primeiro método pode se utilizado para várias estruturas e configurações modais, e inclui os efeitos de turbulência e da rugosidade, podendo ser aplicado para condições climáticas normais. O segundo tem algumas limitações, sendo apropriado para vibrações no primeiro modo das estruturas em consola, com dimensões distribuídas regularmente, tais como chaminés, mastros e torres. 5.2. MÉTODO 1 PARA O CÁLCULO DAS AMPLITUDES TRANSVERSAIS AO VENTO O deslocamento máximo, y F , máx , poderá ser obtido pela expressão: y F ,máx d 1 1 K K W clat St 2 Sc (5.3) Em que: St - Número de Strouhal, que para secções circulares toma o valor de 0,18. Sc - Número de Scruton, definido em (2.8.) K W - Coeficiente de comprimento de correlação efetivo; K - Coeficiente de configuração modal; c lat - Coeficiente de força lateral. A formulação do cálculo do deslocamento máximo utilizado no método 1, baseia-se no modelo sinusoidal modificado proposto por Ruscheweyh (1988), com o uso do comprimento de correlação. O modelo de excitação sinusoidal assume que ocorrem grandes oscilações e desprendimento em lock in e que a resposta é de natureza sinusoidal. Não será muito adequado para pequenas oscilações, devido à impossibilidade de obter uma resposta harmónica e devido ao carácter aleatório da mesma. 58 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Neste modelo Ruscheweyh (1988) acrescentou ao modelo sinusoidal um fator definido como comprimento de excitação, que é refletido pelo comprimento de correlação. Desta forma no seu modelo, o desprendimento de vórtices é aplicado num comprimento menor que o comprimento total da estrutura (Holmes, 1998). 5.2.1 COEFICIENTE DE FORÇA LATERAL O coeficiente de força lateral, que na terminologia de outras bibliografias é designado de “lift coefficient”, caracteriza a força lateral do desprendimento. Poderá ser determinado a partir do número de Reynolds, portanto depende do regime de escoamento. A sua determinação pelo Eurocódigo deverá ser feita com apoio da figura 5.1. e do quadro 5.1., que impõem critérios para determinação a partir da relação de velocidades. Fig. 5.1. – Valor básico do coeficiente de força lateral, clat,0, em função do número de Reynolds à velocidade crítica, para cilindros de base circular. Tendo determinado o coeficiente de força lateral, clat,0, poderá ser então utilizado o quadro para determinar o coeficiente de força lateral clat. Quadro 5.1. – Coeficiente de força lateral clat em função do rácio da velocidade crítica do vento pela velocidade média Relação v crit v m,L v crit 0,83 v m, L 0,83 v crit 1,25 v m, L 1,25 v crit v m, L c lat clat clat,0 v clat 3 2,4 crit v m, L clat , 0 clat 0 v m , L - Velocidade média do vento no centro do comprimento de correlação efetivo, definido a partir da figura; v crit - Velocidade crítica do vento. 59 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 5.2.2 COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO L O comprimento de correlação deverá ser determinado posicionando um comprimento na zona entre nodos da configuração modal, como é mostrado na figura 5.2. Deve-se lembrar que para a análise que se irá realizar, a configuração modal será relativa ao primeiro modo de vibração. Fig. 5.2. – Comprimento de correlação para a 1ª configuração modal (Portugal. Instituto Português da Qualidade, 2010). O Eurocódigo apresenta um procedimento de determinação do comprimento de correlação em função da amplitude de vibração. Recomenda-se a utilização de um dos valores extremos e efetuar os cálculos para determinação da amplitude de vibração, com iterações seguidas até convergir num valor, caso a amplitude seja próxima aos valores do intervalo intermédio apresentado no quadro. Quadro 5.2. – Comprimento de correlação efetivo em função da amplitude de vibração y F ,máx Lj b b <0,1 6 0,1 a 0,6 4,8 12 >0,6 5.2.3. COEFICIENTE DE COMPRIMENTO DE CORRELAÇÃO EFETIVO KW O coeficiente de correlação efetivo Kw, poderá ser obtido pela expressão: 60 2 y F , máx b Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices n KW j 1 L j i, y 0,6 m j 1 l j (5.4) ( s ) ds i, y ( s ) ds Em que: L j - Comprimento de correlação; l j - Comprimento da estrutura entre dois nodos, como é definido na figura 5.2. n - Número de zonas em que, simultaneamente, ocorre excitação por desprendimento de vórtices; m - Número de antinodos da estrutura em vibração, na configuração modal considerada. Ou seja, o coeficiente de comprimento de correlação efetivo não poderá exceder 0,6 e diminui com o aumento do rácio do aspeto da configuração modal (Holmes 1998). 5.2.4. COEFICIENTE DE CONFIGURAÇÃO MODAL K O coeficiente de configuração modal é obtido pela expressão: m K j 1 l j i, y ( s ) ds (5.5) m 4 i2,y ( s ) ds j 1 l j Poderão ser determinados os valores dos coeficientes K e KW, para algumas estruturas simples, no primeiro modo de vibração, conforme os valores apresentados no quadro 5.3.: 61 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 5.3. – Coeficiente de comprimento de correlação efetivo e coeficiente de configuração modal Estrutura KW cos 2 Lj / b L j / b 1 sen 1 K L j / b 1 0,10 0,11 Deverá ser referido que é dada maior importância ao primeiro modo de vibração, pois não se tratando de estruturas tipo torres ou mastros, já foram efetuados estudos comprovando que o primeiro modo é o mais condicionante, assim é consensual dizer que as amplitudes que se iriam obter no segundo modo de vibração, não seriam tão agravantes quanto as vibrações obtidas no primeiro modo. Também, para futuras comparações desenvolvidas neste trabalho, é dado ênfase ao primeiro modo, na medida em que os regulamentos utilizados como referência, apresentam considerações desenvolvidas para a primeira configuração modal. Contudo, não se deverá tomar as considerações aqui tomadas como regra, principalmente para estruturas esbeltas, em que o segundo modo de vibração poderá ganhar relevância na obtenção de esforços, valores que poderão ser superiores aos obtidos no primeiro modo. 5.3. MÉTODO 2 PARA O CÁLCULO DAS AMPLITUDES TRANSVERSAIS AO VENTO O segundo método proposto pelo Eurocódigo para cálculos do deslocamento devido ao desprendimento de vórtices, no ponto de maior de amplitude de movimento, propõe a determinação pela expressão do deslocamento máximo dado em (5.6). y máx y k p Em que: y - Desvio padrão do deslocamento; k p - Fator de pico. 62 (5.6) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices O desvio padrão do deslocamento poderá ser calculado no ponto de maior amplitude, relacionando-do com diâmetro, pela expressão (5.7): y b 1 St 2 Cc Sc Ka 4 y 1 b aL 2 b2 me b h (5.7) Em que: C c - Coeficiente aerodinâmico, que depende da função de forma da secção transversal, que para secções circulares de um cilindro, também depende do número de Reynolds; K a - Coeficiente de amortecimento aerodinâmico; a L - Amplitude limite normalizada, correspondente ao deslocamento de estruturas com amortecimento muito reduzido; Sc - Número de Scruton; St - Número de Strouhal; - Massa volúmica do ar nas condições de desprendimento de vórtices, onde o valor recomendado é igual 1,25 kg/m3. me - Massa efetiva por unidade de comprimento. Devido à complexidade de convergir para o valor do desvio padrão final, devido à dependência do próprio na equação, a sua solução muito aproximada poderá ser obtida pela expressão: y b 2 c1 c12 c 2 (5.8) Em que os coeficientes c1 e c2 são obtidos pelas expressões: c1 c2 a L2 2 Sc 1 4 Ka d2 me a L2 C c2 d K a St 4 h (5.9) (5.10) 63 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Para determinação dos parâmetros apresentados anteriormente, nomeadamente, o C c , o K a e o a L , poder-se-á se recorrer ao quadro 5.4., onde tais parâmetros variam em função do número de Reynolds. Para o parâmetro K a , é considerada uma situação conservativa onde este irá assumir o valor de K a , máx . É de referir que o coeficiente de amortecimento aerodinâmico diminui com a intensidade de turbulência, e assumirá um valor máximo quando a intensidade de turbulência é 0%. Quadro 5.4. – Valores dos coeficientes para determinação do efeito de desprendimento de vórtices, C c, aL e Ka,máx. Coeficiente Cilindro de base circular Re 105 Re 5 10 5 Re 106 Cc 0,02 0,005 0,01 K a , máx 2 0,5 1 aL 0,4 0,4 0,4 Para cilindros de base circular, admite-se que os coeficientes variáveis com o número de Reynolds, C c e K a , máx , têm uma variação linear com o logaritmo de número de Reynolds, entre o intervalo 105 Re 5 105 e 5 105 Re 10 6 . Podendo assim equacionar o problema pelas seguintes expressões (Barros et al., 2015): CC 0,02 para Re( v crit ) 10 5 Re(v crit ) (0,005 0,02) C C ln 0,02 para 105 Re(vcrit ) 5 105 5 ln( 5 ) 10 (5.12) Re(v crit ) (0,01 0,05) C C ln 0,005 para 5 105 Re(vcrit ) 106 5 ln(2) 10 (5.13) C C 0,01 para Re( v crit ) 10 6 (5.14) K a,máx 2 para Re( v crit ) 10 5 (5.15) Re(v crit ) (0,5 2) K a , máx ln 2 para 105 Re(vcrit ) 5 105 5 10 ln(5) (5.16) Re(v crit ) (1 0,5) K a , máx ln 0,5 para 5 105 Re(vcrit ) 106 5 10 ln(2) (5.17.) K a , máx 1 para Re( v crit ) 10 6 64 (5.11) (5.18) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices A linearidade que aqui se define, já tinha sido definida a partir de medições reais obtidas e apresentadas por Basu e Vickery (1983), conforme explícito na figura 5.3. Fig. 5.3 . Variação de Ka com o número de Reynolds, definida pelas retas (Basu e Vickery, 1983). O fator de pico, kp, é definido por: Sc k p 2 1 1,2 arctan 0,75 4 Ka 4 (5.19) O fator de pico, segundo alguns autores, poderá aproximar-se do valor 4 para respostas aleatórias e amplitudes reduzidas (dependendo da frequência natural da estrutura), e para grandes amplitudes, com resposta harmónica, poderá chegar aos 1,414 (Hansen, 2007). No modelo de cálculo simplificado do método 2, o coeficiente de amortecimento aerodinâmico é estimado para escoamento suaves. Hansen (2007) apresenta um método simples e direto, que de um modo aproximado permite não subestimar a resposta devido à inclusão da turbulência. No entanto, admite a falta de precisão de tal inclusão, e que portanto seriam necessários mais estudos e avaliações sobre o assunto. De modo a contabilizar o efeito redutor da resposta, devido à turbulência presente, afetando o coeficiente Ka com um fator Kv, poderá se utilizar as expressões: K a (Re, I v ) K a,máx (Re) K v ( I v ) (5.20) K v ( I v ) 1 3 I v para I v 0,25 (5.21) K v ( I v ) 0,25 para I v 0,25 (5.22) 65 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 5.4. COMENTÁRIO SOBRE O CAPÍTULO Apesar da utilização dos dois métodos propostos, no estudo prático, é de conhecimento geral que os dois métodos apresentam resultados distintos. Enquanto que o método 1 engloba os eventos frequentes de vento natural e subestima os eventos raros, o método 2, pelo contrário, sobrestima os eventos frequentes e faculta bons resultados para os raros. Para além das razões apresentadas anteriormente. 66 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 6 OUTROS CÓDIGOS DE AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES 6.1. INTRODUÇÃO Como já foi referido no capítulo 2, a avaliação do desprendimento de vórtices é de elevada importância. A ínfima possibilidade de ocorrer dano significativo por fadiga nos elementos estruturais esbeltos, produz uma preocupação imperativa, para o projetista que não deverá ser ignorado ou ludibriado. Como tal, o projetista capaz e responsável deverá ter capacidade de identificar e assegurar que os elementos sujeitos a tal fenómeno não apresentarão problemas de funcionamento. Deste modo, regulamentos e códigos de avaliação são propostos para analisar e eventualmente proteger esses elementos, dos efeitos do desprendimento de vórtices. Já foi apresentada no capítulo anterior, a metodologia usada pelo Eurocódigo 1, parte 1-4, para avaliação dos fenómenos relativos a estruturas sujeitas à ação do vento. No entanto a situação no qual este trabalho se debruça não é totalmente bem tratada no regulamento em vigor, de modo que serão abordados neste capítulo, outros códigos e regras desenvolvidas e propostas para avaliar e determinar as ações e efeitos do desprendimento. Os códigos comparativos serão guias e bases de apoio para discussão de resultados, como também métodos que melhor providenciam os parâmetros e fatores de análise do desprendimento de vórtices. Para as soluções encontradas, possibilitam uma maior sensibilização do intervalo de valores onde a resposta em ressonância e de maior amplitude poderá acontecer. Convém realçar que estes serão bases de comparação, de modo que numa fase de dimensionamento deverá ser usado o regulamento em vigor. Será dado ênfase neste capítulo aos regulamentos apresentados pelo DNV, o British Standards, os métodos baseados no trabalho da empresea Brown and Root e o código desenvolvido por Rudge e Fei (Rudge e Fei) para evitar o desprendimento. Também o ESDU, como o CICIND, são códigos de guia para o estudo, mas que neste trabalho não serão tratados. 6.2. DET NORSKE VERITAS DNV ou Det Norske Veritas é uma organização independente, com o compromisso de proteger a vida, a propriedade e o ambiente, com atuação em mais de 100 países, tendo um papel de provedor global de estudos e conhecimentos acerca da gestão do risco (DNV-GL). Com competências na identificação, atuação e concelhos para a avaliação de riscos em projetos diversos, a DNV apresenta regras práticas desenvolvidas para melhor servir os seus clientes. 67 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices O DNV apresenta vários códigos e regulamentos para estudos de estruturas em offshore, como também para transportes marítimos para tais estruturas, e métodos de análise para condutas e tubos de grande dimensão. No trabalho será dado atenção ao método proposto para estimar as respostas dos elementos estruturais devido às oscilações induzidas pelo desprendimento de vórtices, nomeadamente as regras relacionadas com as ações ambientais. A análise do efeito do desprendimento de vórtices é dada no regulamento do DNV intitulado Environmental Conditions and Environmental Loads através de um método baseado no seu antecessor Rules for Submarine Pipelines Systems, com melhorias e ligeiras alterações. A metodologia de análise poderá ser encontrada no capítulo 9 do código em que os parâmetros iniciais que utilizam já foram apresentados no capítulo 2 deste trabalho. Deste modo, serão apresentados os conceitos e a metodologia usada no código, recorrendo as fórmulas e variáveis já apresentadas no capítulo 2. 6.2.1. INTERVALOS DE RESPOSTA DEFINIDOS PELO NÚMERO DE REYNOLDS Para elementos estruturais cilíndricos, os intervalos dos tipos de resposta no desprendimento de vórtices, são dados em função do número de Reynolds para o tipo de escoamento do vento. Quadro 6.1. – Respostas ao escoamento, em função do número de Reynolds (Det Norske Veritas, 2014). Intervalo de escoamento Resposta do desprendimento de vórtices 102<Re<0,6.106 Desprendimento periódico 0,6.106<Re<3.106 Desprendimento aleatório em banda larga 3.106<Re<6.106 Desprendimento aleatório em banda estreita Re>6.106 Desprendimento quase-periódico Este quadro 6.1. de certa forma está de acordo com os regimes de resposta já apresentados no capítulo 2, para diferentes escoamentos, com respostas que necessitam mais atenção no regime crítico de escoamento. 6.2.2. DEFINIÇÃO DE INTERVALOS DE ELEVADA EXCITAÇÃO O DNV indica para cilindros estacionários, a variação do número de Strouhal em função do número de Reynolds, como mostra a figura 6.1. 68 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 6.1. – O número de Strouhal para cilindros circulares em função do número de Reynolds (Det Norske Veritas, 2014). O código especifica que para velocidades superiores e inferiores à zona de “Lock-in”, o número de Strouhal governa o desprendimento de vórtices. Na região de “Lock-in” é a frequência própria da estrutura que governa o seguimento do desprendimento de vórtices. Realça-se ainda que o DNV especifica que para elementos ou membros com respostas significativas a múltiplos modos de vibração, o “Lock-in” não ocorre e a resposta é em banda larga. No entanto como para o caso de estudo as respostas são no primeiro modo, o fenómeno de “Lock-in” pode acontecer paralelamente à resposta “in-line”, ou em “cross-flow”, ou seja, na direção da atuação do vento ou transversalmente à incidência. A velocidade reduzida permite definir o intervalo no qual o Lock in ocorre. Desta forma, o intervalo de velocidades expectável para que ocorra oscilações em cross-flow (transversalmente à direção do vento) é definido por: 4,0 Vr 8,0 (6.1) E o intervalo no qual é provável que ocorra oscilações in-line é definido por: 1,5 Vr 3,25 (6.2) Foi possível chegar a esses intervalos, adotando um número de Strouhal igual a 0,2 e com Vr dado pela equação (2.7.). Esses intervalos servirão como bases de pré-dimensionamento, servindo como critérios para evitar que o elemento estrutural entre em Lock-in. 6.2.3. ANÁLISE DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES Tal como o Eurocódigo 1, o DNV define um parâmetro de controlo das oscilações que tem significado igual ao número de Scruton (ver 2.6.2). O parâmetro de estabilidade Ks, é proporcional ao amortecimento tal como já foi tratado no capítulo 2, onde é proposto pelo DNV a utilização do 69 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices amortecimento estrutural de valor igual 0,0015. Já foi referido que o decremento logarítmico dado no Eurocódigo 1 é calculado em função dos decrementos estrutural, aerodinâmico e de dispositivos especiais. O fator de amortecimento estrutural poderá ser obtido aplicando a expressão: s 2 s (6.3) em que s é o decremento logarítmico do amortecimento estrutural e o s é o fator amortecimento estrutural. Assim o decremento logarítmico é aproximadamente igual 0.01. O parâmetro permitirá determinar a amplitude de oscilação prevista para oscilações transversais, a partir do gráfico da figura 6.2. de relação do rácio da amplitude sobre o diâmetro com o parâmetro de estabilidade. Fig. 6.2. – Máxima amplitude de oscilações transversais provocadas pelo desprendimento de vórtices em função do parâmetro de estabilidade Ks. A função da curva apresentada é baseada na fórmula de Sarpkaya (Sarpkaya e Isaacson, 1981), com algumas adaptações para cálculos dos deslocamentos provocados pelos efeitos do desprendimento, afetada por um parâmetro do modo de vibração. Tal parâmetro da forma do modo de vibração, é dado no DNV para algumas situações (quadro 6.2). Quadro 6.2. – O parâmetro de forma do modo de vibração para diferentes situações dos elementos estruturais. 70 Elemento estrutural γ Cilindro rígido 1,00 Cordas e cabos 1,16 Vigas simplesmente apoiadas 1,16 Vigas bi-encastradas 1º modo 1,17 Vigas bi-encastradas 2º modo 1,16 Encastramento-Apoio rotulado 1º modo 1,16 Encastramento- Apoio rotulado 2º modo 1,19 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quando for verificado, que para determinada velocidade de vento, é atingido o Lock-in, a força máxima periódica de excitação para as oscilações transversais nos elementos estruturais, poderá ser dada por (formulação geral): F 1 a C L D V 2 2 (6.4) Em que: a - Densidade do ar em kg/m3; C L - Coeficiente de força lateral ou lift (levantamento); V - Velocidade do vento; D - Diâmetro da secção transversal do cilindro. A determinação do coeficiente de força lateral poderá ser feita com o recurso ao gráfico apresentado na figura seguinte, em função do número de Reynolds. Fig. 6.3. – Variação do coeficiente lateral, em função do número de Reynolds (resultado de ensaios). Será necessário referir que não ocorrerá vibrações transversais ao escoamento para valores do parâmetro de estabilidade, Ks, superiores a 2. Sendo que o contrário, as vibrações serão na direção de atuação do vento, isto é, in-line. A proposta apresentada pelo DNV é simples e de fácil aplicação, no entanto apresenta algumas limitações com sobrestimação da resposta. As razões poderão estar relacionadas com as estruturas que serviram de base para desenvolvimento do código, e as adaptações seriam para corrigir as situações de falha de comportamento. Será feita a análise pelo código e determinada a amplitude de oscilação transversal devido ao desprendimento, e para a determinação da tensão devido à força de excitação será feito um cálculo de flexão simples para a condição de apoio adotada. 71 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 6.3. BRITISH STANDARDS INSTITUTION As regras definidas no Bristish Standard, serviram de base para a construção do Eurocódigo, e a metodologia que se irá descrever nesta fase já foi alterada sendo substituída pelo próprio Eurocódigo. No entanto, pensa-se que será importante tratar do método adotado pelo regulamento para analise do desprendimento de vórtices. A semelhança do DNV, o British Standard apresenta algumas características diferentes. 6.3.1. DEFINIÇÃO DOS INTERVALOS DE EXCITAÇÃO Tal como o DNV, é apresentado um intervalo de velocidades, no qual o Lock-in se dá. Este intervalo de velocidades, onde as oscilações transversais são expectáveis, é formulada em função da velocidade média, a meia altura do elemento estrutural, em função da velocidade crítica do elemento, onde é assumido um número de Strouhal igual a 0,2 para cilindros e 0,15 para secções com cantos expressivos. Pela figura a seguir representada, poder-se-á notar o intervalo para o qual a resposta em banda estreita ocorre, e ter noção da faixa de separação do lock-in e da resposta “off-critical”. Fig. 6.4. – Curvas de resposta em função do coeficiente de excitação (Rudge e Fei, 1991). Para a resposta em banda estreita, a razão das velocidades define um coeficiente de excitação, K e, que pode ser lido no gráfico, e este não é nada mais que um parâmetro de redução da resposta, quando a velocidade média do vento se desvia da velocidade critica. Nesta resposta, os limites superiores e inferiores do intervalo no qual ocorre lock-in, são dados por: 0,77 Ou, para o formato do gráfico apresentado: 72 V 1,38 V crit (6.5) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 1,0 1,3 V 1,8 V crit (6.6) Ou, ainda, em termos da velocidade reduzida: 3,85 Vr 6,90 (6.7) Imediatamente, pode-se verificar que o método do British Standards não faz referência a resposta em banda larga, o que acaba por limitá-lo a uma única situação. 6.3.2. AMPLITUDE DE VIBRAÇÃO PREVISTA A força periódica de excitação provocada poderá ser obtida por: F 0,9 a V 2 K e C L D sen(2 f s t ) (6.8) A fórmula é semelhante à formulação geral da força de excitação para as vibrações laterais provocadas pelo desprendimento de vórtices, tal como a apresentada no DNV, com algumas nuances nomeadamente pela introdução do coeficiente de excitação efetivo e uma analogia temporal, além de substituir a constante inicial por 0,9. No entanto, é fixado o valor do coeficiente lateral em 0,3 para cilindros circulares e 0,5 para outras secções. O código, no entanto, não é explicito na determinação da amplitude de vibração transversal, e recomenda que a determinação seja feita numa análise dinâmica após a determinação da força de excitação por unidade de comprimento dada em (6.8). Só é mencionada a proporção direta entre o deslocamento máximo e o coeficiente de excitação, que em ressonância é o mesmo que dizer a relação direta do coeficiente de excitação crítico (determinado a velocidade crítica), com a amplitude máxima experimentada pelo elemento. Este valor do coeficiente de excitação crítico é fixado num valor igual a 0,56 (BS8100, 1982). Desta forma a aproximação feita neste trabalho, para resposta em banda estreita, da máxima amplitude devido à força de excitação provocada uma velocidade média do vento à altura do desprendimento, é dada por: y F( res ) (6.9) k ( rigidez) Onde: l F( res ) F ( s ) ds (6.10) 0 73 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 2 d 2 k EI 2 ds 0 ds l (6.11) Para o caso de estudo, a função de forma Φ(s) toma uma das duas fórmulas apresentadas em 3.2.3.2 (equações (3.36) e (3.37)). É preciso realçar que a formulação usada é uma aproximação, com base na força calculada e o coeficiente de excitação determinado na figura 6.4, que servirá o propósito principal de metodologia comparativa. 6.4. BROWN AND ROOT O método que aqui será explorado, é um dos mais simples, de fácil implementação e claramente bem organizado, para verificações e dimensionamento de elementos esbeltos sujeitos às vibrações induzidas por desprendimento de vórtices. É baseado na proposta da empresa Brown and Root (1991), com adaptações do ESDU e das formulações apresentadas por Griffin e Sarpkaya (Sarpkaya e Isaacson, 1981; Skop, Griffin e Ramberg, 1977). Todo o método é baseado inicialmente nas características mecânicas do elemento, com alterações iterativas, caso se verifique a presença de oscilações transversais provocadas pelo vento. Esquematicamente, o processo é detalhado na figura 6.5. a seguir representada: Fig. 6.5. – Procedimento de estudo do desprendimento de vórtice e o dano que provocará, de forma simplificada (Rudge e Fei, 1991). 74 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Definidas as propriedades mecânicas do elemento, poderá ser feito o cálculo da frequência natural do elemento com a consulta do quadro 6.3, onde são definidos os parâmetros dos quais depende a frequência. Nomeadamente, o fator de frequência natural, e os parâmetros para determinação do deslocamento máximo experimentado para dada velocidade do vento (o coeficiente de Van der Pol, que é um coeficiente de forma do modo de vibração, e um fator de momento fletor). Quadro 6.3. – Valores de referencia dos parâmetros para vigas uniformes (Rudge e Fei, 1991). Modo de vibração em vigas uniformes Fator de frequência natural Coeficiente de Van de Pol Fator de momento Fletor Simplesmente apoiada 9,87 1,155 9,87 Encastrada-Rotulada 15,42 1,161 20,40 Biencastrada 22,37 1,167 28,20 Encastrada -Livre (Escoras) 3,52 1,305 3,52 Desta forma, a frequência natural do elemento para o primeiro modo de vibração, é dada por: fs A1 2 L 2 EI me (6.12) Em que: A1 - Fator de frequência natural; L - Comprimento do elemento estrutural; EI - Rigidez dada pelo produto do módulo de Young e a inércia do elemento; me - Massa equivalente do elemento. Que, sem a presença de massas pontuais, é igual a massa do elemento. Obtida a frequência poderá ser calculada a velocidade crítica. O método propõe um número de Strouhal igual a 0,2 para valores de número de Reynolds inferiores a 105. 6.4.1. DEFINIÇÃO DO INTERVALO CRÍTICO Tal como para os outros modelos e códigos de análise apresentados, o procedimento define um parâmetro de estabilidade dado por: Ks 4 s m e a D (6.13) 2 75 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices As definições dos parâmetros são iguais às apresentadas anteriormente, com ligeira diferença no amortecimento estrutural s , pois para o caso é proposto uma curva de determinação em função da esbelteza do elemento (dada pela razão do seu comprimento e do seu diâmetro). A figura 6.6 evidencia esta relação. Fig. 6.6. – Amortecimento estrutural em função da razão do vão pelo diâmetro (Rudge e Fei, 1991). A função da curva, expressa em valores percentuais, é dada por: s 0,14 0,36 exp(0,0855 H / D) (%) (6.14) E com base no parâmetro de estabilidade e na velocidade crítica, poder-se-á verificar se à velocidade do vento num determinado período, é atingido o intervalo de Lock-In, onde as maiores amplitudes ocorrem. Desta forma, o código define o intervalo entre dois limites de relação de velocidade e até um limite do parâmetro de estabilidade, onde se separa a resposta em banda estreita e em banda larga, como mostra a figura 6.7. 76 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 6.7. – Curva de intervalo de Lock-in (Rudge e Fei, 1991). A normativa proposta pela empresa Brown and Root permite trabalhar com as duas situações de reposta, onde se enfatiza que para caso do lock-in deverão ser verificados os danos provocados por fadiga, e caso não se verifique deverão ser revistas as condições iniciais de projeto relativamente às dimensões. Para caso da resposta em banda larga, todo o cálculo dependerá da exatidão do cálculo da frequência própria do elemento, e as determinações do dano provocado por fadiga, poderão definir se o elemento estrutural é (ou não é) muito sensível ao desprendimento de vórtices. 6.4.2. DETERMINAÇÃO DA MÁXIMA AMPLITUDE DE RESPOSTA A máxima amplitude, para o intervalo de Lock-in, ocorre quando o parâmetro de estabilidade não for superior a 20; caso contrário, não será atingida e o membro estrutural não estará em ressonância. Dito isto, a máxima amplitude poderá ser calculada por: y máx 3,82 C L i D 2 K s St 2 1,0 0,19 CL (6.15) 3, 35 em que o CL, é o coeficiente de força lateral e o γi o coeficiente de Van der Pol apresentado no quadro 6.3. O coeficiente de força lateral poderá ser obtido, a partir do número de Reynolds calculado à velocidade crítica, com inclusão dos efeitos de rugosidade quando atingido o regime supercrítico, tal como mostra a figura 6.8: 77 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 6.8. – Variação do coeficiente de força lateral (lift), com o número de Reynolds e da rugosidade de superfície (Rudge e Fei, 1991). O código não dá valores do parâmetro de rugosidade de superfície, deixando a escolha para o projetista. O gráfico apresentado é baseado no mesmo gráfico dado no ESDU, que não será tratado neste trabalho, tal como referido anteriormente. Feita a determinação da amplitude de vibração, poderá ser calculada a tensão experimentada pelo elemento, a partir do cálculo do momento fletor dado pela deformação e o coeficiente de momento. Ou seja: M FBM máx EI y máx L2 D M 2 I (6.16) (6.17) Isto é, a tensão máxima σmáx, é calculada na face onde as maiores trações e compressões são registadas, o que equivale a dizer, à metade da dimensão máxima da secção do elemento (ou seja, D/2). O método também define um procedimento para avaliar a fadiga com base nos gráficos que relacionam a razão das amplitudes experimentadas pelo elemento e o intervalo de velocidades, dado pelo quociente das velocidades registadas e a velocidade crítica. O cálculo do dano será feito utilizando a regra de Palmgren-Miner, com o intervalo de tensões definido pela soma da tensão máxima e mínima; isto é o mesmo que definir o produto da tensão máxima por dois, pois os máximos movimentos oscilatórios negativos e positivos em relação a um eixo são iguais em valor absoluto. A regra de Palmgren-Miner é tratada no capítulo 7. O procedimento sugerido para avaliação da fadiga num elemento, consiste num número de passos e etapas, que poderá ser explicitado da seguinte maneira: 78 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Determinação das velocidades Onset e Upper, que são definidas como sendo as velocidades máximas e mínimas do Lock-in em função da velocidade crítica; Cálculo da razão da velocidade Onset e a velocidade média, como também da razão da velocidade Upper do Lock-in e a velocidade média do vento; Definição do intervalo dado pelas duas razões, e descriminação em razão de velocidades para a Onset, como para a Upper. A descriminação será dada pela soma da velocidade Onset e a diferença dos dois limites sobre o número de células designadas para a descriminação, sequencialmente; As células definidas no ponto anterior, deverão ser usadas para uma coluna de velocidades Onset e outra coluna de velocidade Upper; ou seja, se por exemplo o número de células de descriminação for 10, será calculado por acumulação em cada uma das células as 10 velocidades Onset e separadamente as velocidades Upper (expressas pelo rácio com a velocidade média); Feito a descriminação, é calculado o rácio médio dado pelos dois casos de velocidades Onset e Upper. Pode-se de seguida determinar, para cada célula, a amplitude sofrida em função da amplitude máxima, e o quociente da razão média calculada e a velocidade crítica (passada para o quociente da mesma pela velocidade média do vento natural), pelas figuras 6.9 e 6.10: Fig. 6.9. – Variação da amplitude experienciada por uma célula, em função do quociente da velocidade média e a velocidade crítica e o parâmetro de estabilidade, para respostas em banda estreita (Robinson et al., 1992). Fig. 6.10. - Variação da amplitude experienciada por uma célula, em função do quociente da velocidade média e a velocidade crítica e a intensidade de turbulência, para respostas em banda larga (Robinson et al., 1992). 79 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Determinada a adequada relação de deslocamentos, é possível determinar a amplitude devido às oscilações numa célula e calcular a tensão que irá ser produzida. Desta forma é possível calcular o intervalo de tensões para análise das curvas de resistência S-N (será dada a explicação do assunto no capítulo 7), que não nada mais que a diferença entre a tensão máxima e mínima do movimento oscilatório (ou seja, as máximas tensões num sentido e as máximas tensões noutro sentido em relação a um eixo, ou ainda, o mesmo que duplicar a tensão máxima). Finalmente aplica-se a regra de Palmgren-Miner, de dano acumulado, e verifica-se o dano por fadiga no tempo de vida estimado do elemento. O código não especifica a curva S-N a utilizar, nem o cálculo do número de ciclos expetáveis na vida da estrutura. Desta forma, no caso de estudo, serão utilizadas as definições do Eurocódigo a conjugar com os procedimentos descritos, servindo de comparação ao próprio método apresentado pelo Eurocódigo. 6.5. MÉTODO PROPOSTO POR RUDGE AND FEI O método apresentado pelos dois autores, Rudge and Fei (1991), é baseado num critério de verificação da não ocorrência do desprendimento de vórtices numa primeira análise, o mesmo será dizer no prédimensionamento. É baseado no procedimento da empresa Brown and Root, com algumas alterações, nomeadamente na formulação do cálculo da frequência própria da estrutura, e da determinação do coeficiente de força lateral. Também define o intervalo de Lock-in, para valores relativamente diferentes dos usados no Brown and Root. A frequência natural do elemento é dada por: (1,59 ) 2 EI fs 2 me 2 L (6.18) Os parâmetros, com a exceção do Φ são definidos tal como já foi referenciado em (6.4). O Φ é um parâmetro que define a fixação da ligação, com valores variando de 0 (para apoios simples que permitem rotações), a 1 (para encastramentos perfeitos). Substituindo estes valores na expressão, utiliza-se a mesma expressão apresentada no Brown and Root, para o caso que se queira estudar. O coeficiente de força lateral pode ser determinado recorrendo ao gráfico apresentado na figura, em função do número de Reynolds calculado à velocidade crítica: 80 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 6.11. – Variação do coeficiente de força lateral em função do número de Reynolds (Rudge e Fei, 1991). Pode-se notar que para valores no regime subcritico e crítico, o valor do coeficiente é aproximadamente igual ao apresentado pelo procedimento do ESDU, que é utilizado pela Brown and Root. No entanto esses valores são muito limitados, quando comparados com o Eurocódigo e o DNV. 6.5.1. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES O cálculo da amplitude de vibração é dado pela mesma fórmula apresentada em (6.15). O critério utilizado neste procedimento é o de evitar as oscilações provocadas pelo desprendimento de vórtices. Neste sentido, o código identifica uma velocidade mínima, designada de Vcut off, onde ocorre a resposta em ressonância em banda estreita. Deste modo, verifica-se a necessidade de avaliar os efeitos do desprendimento de vórtices se: V m V cut off (6.19) Para determinação da velocidade de cut-off, o intervalo de respostas a elevada amplitude do Lock-in, é definido entre: 0,9 V 1,5 V crit (6.20) Desta forma, para um número de Strouhal de 0,2, a velocidade mínima de cut-off é dada por: 81 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Vcut off 0,9 Vcrit 4,5 f s D (6.21) Para validar que não ocorrerão grandes oscilações transversais, também se define um mínimo valor do parâmetro de estabilidade, em função de uma tensão máxima calculada no ponto onde poderão surgir as primeiras fendas, (conforme os resultados experimentais de estruturas semelhantes, ou cálculos aproximados por outros métodos). O parâmetro mínimo é dado por: K S ( mín ) 3,82 C i l 2 0,19 St máx CL 1 / 3, 35 1 (6.22) que é a fórmula do deslocamento, proposta pela empresa Brown and Root, modificada em termos do parâmetro de estabilidade. O coeficiente ηmáx representa a máxima deflexão, calculada no ponto de tensão máxima, dada por: máx 2 f bmáx L E Fi D 2 (6.23) Em que: f bmáx - Tensão máxima experimentada pelo elemento, quando ocorre as oscilações transversais (poderá se recorrer a tensões calculadas para elementos semelhantes); E - Módulo de Young; Fi - Fator de momento fletor, dado no quadro 6.3; L - Esbelteza, dada pelo quociente do vão pelo diâmetro. D De modo a ter um valor de comparação para o que é determinado experimentalmente, o parâmetro de estabilidade mínimo é transformado para amortecimento estrutural mínimo, dado pela fórmula (6.24). ( s ) mín K s ( mín) a D 2 (6.24) 4 m e Este valor deverá ser comparado com melhor estimativa do amortecimento estrutural, valor tabelado, ou medido experimentalmente in-situ, num elemento semelhante. Caso o valor mínimo seja inferior ao amortecimento estimado, ocorrerão grandes excitações e consequentemente, grandes danos provocados por fadiga. 82 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 6.6. COMENTÁRIO FINAL SOBRE OS MÉTODOS Todos os métodos serão avaliados no caso prático que será abordado no capítulo 8, e serão apresentadas soluções caso não se verifique o critério ditado pelo Eurocódigo da ocorrência dos efeitos do desprendimento de vórtices nos elementos, com base também nestes métodos. Mais uma vez, volta-se a realçar que estes servirão de base de comparação e sensibilização da discrepância de valores entre estes e o Eurocódigo. Não sendo um método muito superior a outro, não se poderá dizer com total certeza que os valores obtidos por um são mais aceitáveis e corretos. 83 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 84 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 7 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DA FADIGA 7.1. INTRODUÇÃO À FADIGA A fadiga, na definição do Eurocódigo EN 1993-1-9, é o processo da iniciação e propagação de fendas num elemento estrutural, provocado por flutuações de tensão. Para que ocorram tais flutuações de tensões, implica ter ações dinâmicas a atuar no elemento estrutural, fazendo variar os seus esforços internos. Esta variação de esforços, origina um mecanismo cíclico que consequentemente define a fadiga (IPQ, 2010). Nas estruturas metálicas e/ou elementos estruturais metálicos, este processo tende a ocorrer em pontos específicos de certa fragilidade, quer seja pontos de variação de geometria ou mudanças de direção, de ligações a outros elementos, por parafusos ou por soldadura, sendo que o último gera particular interesse por serem mais suscetíveis a formarem fendas devido à fadiga. Esses pontos únicos são críticos, e a resistência em relação à fadiga, depende essencialmente da sua configuração, principalmente pelo seu papel de transmissão de esforços. Pois, após o surgimento de uma fenda e a sua propagação ao longo dos ciclos de carregamento, a transmissão de esforços será interrompida quando a sua espessura for reduzida a um valor muito inferior à inicial, oriundo da perda de secção bruta pelo alargamento da fenda. Nesta fase, dá-se a rotura por fadiga. O fenómeno já é bem conhecido, ainda assim a sua análise para ações dinâmicas do vento, não está totalmente bem desenvolvida. O que causa algum desconhecimento e procedimento erróneo de alguns técnicos que procurando evitar o seu estudo, levam-nos muitas vezes a desprezar tal análise. Tal desprezo, leva a eventuais problemas na fase de exploração da estrutura ou elemento estrutural na situação real, onde no seu dimensionamento, frequentemente, teve-se em consideração somente os esforços máximos. No entanto, os ciclos de carregamento não ocorrem nos limites máximos, mas diminuem cumulativamente a resistência do elemento ou estrutura, isto é, acumula-se o dano a cada intervalo de tensões cíclicas diferentes. As fendas surgidas geralmente apresentam numa fase inicial um tamanho reduzido que dificulta a sua deteção, e em pontos não conhecidos; apesar da pequena região de pontos e zonas críticas, na realidade o ponto exato do surgimento da primeira fenda (para carregamentos não muito expressivos) é desconhecido. Sendo assim, só se poderá verificar a existência da fenda após a sua evolução, que se desenvolve de forma relativamente lenta até um determinado instante onde a secção já não tem capacidade suficiente para resistir o aumento de tensão e um pico de avanço rápido. 85 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 7.2. A FADIGA DEVIDO À AÇÃO DO VENTO Já foi referido no parágrafo anterior que o mecanismo de fadiga se dá com fendas a evoluir para um ciclo de tensões flutuantes. Após um determinado número de ciclos, a secção no ponto crítico não terá mais capacidade de resistir às tensões e se dá a rotura. Existe assim um desenvolvimento temporal de ações variáveis atuantes na estrutura ou elemento estrutural, originadas de diferentes situações. Dessas ações, a ação do vento entra como uma das principais para surgimento da fadiga, especialmente, o desprendimento de vórtices e os seus efeitos inerentes associados à essa ação. O desprendimento alternado de vórtices apresenta-se como uma das maiores causas de dano por fadiga, principalmente para elementos estruturais semelhantes aos que se vem sido tratado neste trabalho. A sua irregularidade e movimentos oscilatórios de grande amplitude passando quase que imediatamente para amplitudes inferiores, acompanhado da variação da direção da ação do vento e de regimes de resposta, avaliados pela variação de tensões ao longo do tempo, mudando de resposta em banda larga para a banda estreita. Fig. 7.1. – Variação de resposta em banda larga (aleatória) para banda estreita (sinusoidal) (Holmes, 1998). A variação de tensões, de máximas para mínimas, e vice-versa, influencia o desenvolvimento e o alargamento das fendas. Neste sentido não será lógica a utilização de esforços máximos de análises de caráter estático, principalmente por se obter picos de tensões em instantes varáveis e que raramente de repetem. Fig. 7.2. – Histórico de tensões para resposta em banda estreita, com vibrações variáveis e picos máximos em determinados intervalos temporais (Holmes, 1998). Desta forma, a análise à fadiga resultante da ação do vento, prevê uma adequada formulação da evolução da tensão ao longo da vida da estrutura. Mas, sendo a ação dinâmica do vento irregular e imprevisível, determinar o histórico de tensões torna-se uma tarefa complicada, será necessário considerar dados relativos de carregamento ou um espetro de tensões de estruturas ou elementos semelhantes, representando um número de ciclos para cada um dos intervalos de tensões apresentados. Os dados de tensões registadas em estruturas semelhantes deverão então ser eventualmente agrupados por ordem decrescente de máximas tensões registadas de ciclos de carregamento para as mínimas, formando o tal espetro de tensões. Esse agrupamento do historial de tensões de apoio poderá ser feito 86 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices por contagens de ciclos, através dos métodos da gota de água ou do reservatório. Aplicando um dos métodos, poderão ser determinados os ciclos que são registados nesses intervalos de tensão. Fig. 7.3. – Aplicação do método do reservatório para determinação do espetro de tensões. Caso fosse possível agrupar os dados relativos às tensões e equacionar os ciclos correspondentes a esses carregamentos, os resultados obtidos da análise seriam mais aproximados à realidade. No entanto, utilizam-se artifícios simples, para formar uma resultante aproximada e de mais fácil manuseamento. Fig. 7.4. – Espetro de tensões “real” e “teórico” (esdep 1992). 7.3. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FADIGA PELO EN1993-1-9 Será realizada a verificação da resistência à fadiga dos elementos estruturais, com base no Eurocódigo 3 parte 1-9 e com ajustes realizados a partir dos EN 1993-3-1 e EN 1993-3-2, nomeadamente regulamentos para torres, mastros e chaminés. Sendo uma análise não bem tratada no regulamento em vigor, optou-se por realizar tais ajustes necessários. É necessário realçar que o estudo realizado neste trabalho se concentra nos efeitos do desprendimento de vórtices devido à ação do vento; desta forma, as verificações de fadiga só serão feitas para as vibrações transversais resultantes do fenómeno, o que não significa que tal consideração seja regra. Não podendo negligenciar as vibrações na direção de atuação do vento para dimensionamentos e verificações de projeto, só será dada atenção no entanto à direção transversal. Contudo, todos os parâmetros que poderão ser necessários para as determinações do Eurocódigo 3, serão determinados a partir do Eurocódigo da ação do vento EN1991-1-4. 87 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 7.3.1. RESISTÊNCIA A FADIGA E AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA Nos parágrafos anteriores, fez-se referencias aos pontos críticos de surgimento de fendas devidos aos ciclos crescentes de carregamentos, com variações de amplitude de tensões. Nesses pontos, há uma correspondência de designados pormenores construtivos, avaliados em ensaios, de possíveis ligações entre elementos estruturais metálicos ou mudança de secção geométrica ou direção. A resistência do pormenor construtivo é definida para um dado intervalo de tensões, que para uma mesma amplitude é variado até atingir o número de ciclos que provocará a rotura. Com ensaios experimentais, é possível determinar a resistência de um considerável número de possíveis pormenores construtivos, e estes servirão de base para outras situações semelhantes, desempenhando assim um papel fundamental na precisão dos resultados. Poderiam ser apresentados os resultados dos ensaios por diferentes abordagens, e os seus respetivos métodos para analises dos efeitos de fadiga. Dessas abordagens destacam-se as curvas de resistências, de diferentes medições (com os seus parâmetros de influencia), designadas curvas S-N. As curvas S-N, são curvas de intervalos de tensões em função do número de ciclos, ou seja, um espetro de tensão que permite estimar de forma aproximada o tempo de vida da estrutura, quando sujeita a determinada situação de intervalos de tensões.de um carregamento cíclico. O Eurocódigo 3 apresenta uma curva S-N para tensões nominais e um para tensões tangenciais, resultantes de ensaios realizados a intervalos de tensões e a amplitude constante, com mudança de inclinação da curva inicial para contabilizar as situações de amplitude variável. Desta forma, é apresentado a construção da curva S-N em coordenadas logarítmicas, com diferentes patamares e declives; sendo o último patamar relativo à situações em que o número de ciclos para a rotura é praticamente infinito, da leitura do espetro nota-se que tal acontece para intervalos de tensões muito baixos. Descrevendo então essas curvas, tem-se que para até 5.106 ciclos, a curva superior, tem declive -3 e este número de ciclos, delimita a passagem da curva superior para o nível de amplitude a intervalo de tensões constante derivados do ensaio. Neste sentido, a curva inferior vem substituir o patamar de tensões constantes, com declive -5 assegurando assim a não subestimação das situações reais de distribuição de tensões. A curva segue até um limite definido como o limite de truncatura, onde é considerado que os intervalos de tensões associados não provocam dano, com o número de ciclos igual a 1.108. Na figura 7.5, poderá ser visto o que foi descrito e as diferentes categorias de pormenor, dados pelos seus valores de referência de intervalos de tensões para resistência da fadiga num valor de 2.106 ciclos (2 milhões de ciclos). 88 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 7.5. – Curvas de resistência à fadiga para intervalos de tensões nominais. Pode-se concluir das curvas que fará sentido verificar a fadiga quando o intervalo de tensões de um espetro é elevado o suficiente para que ultrapasse o limite de amplitude constante. De igual forma, intervalos de tensões muito abaixo do limite de truncatura, deverão ser ignoradas na devida avaliação do dano por fadiga. Segundo o Eurocódigo 3, parte 1-9, a verificação da fadiga deverá ser feita utilizando um dos seguintes métodos: o método do dano controlado ou o método do tempo de vida garantido. O método do dano controlado deverá assegurar que a estrutura ou elemento estrutural tenha um comportamento satisfatório durante o seu tempo de vida calculado, com alguma certeza incluída, e com o pressuposto de ser implementado, durante o período calculado um programa de inspeção e manutenção destinado a detetar e a corrigir os danos por fadiga. Poderá ser aplicado quando for possível a redistribuição de cargas entre os componentes dos elementos estruturais (IPQ, 2010). Tal como o método anterior, o método do tempo de vida garantido deverá assegurar que o elemento ou estrutura tenha um comportamento adequado durante o tempo de vida útil previsto. No entanto, com a particularidade de não serem necessárias as inspeções regulares no seu funcionamento, relativamente ao dano por fadiga. Deverá ser utilizado quando a formação de uma fenda numa componente leve rapidamente à rotura do elemento ou estrutura. Dependendo da situação a que se encontra o elemento ou a estrutura, deverá ser escolhido qual o método apropriado. Dos dois, o método de dano controlado será o mais adequado para avaliação de elemento estruturais em estruturas hiperestáticas, tais como torres treliçadas. Poderá ser obtido um nível de segurança, atribuindo a resistência do elemento e coeficientes parciais de resistência à fadiga, considerando os efeitos e consequências de rotura. Esses coeficientes parciais, γMf, são dados no quadro 7.1. 89 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 7.1. – Valores recomendados para o coeficiente parcial para a resistência à fadiga (IPQ, 2010). Consequências da rotura Método de verificação Consequências pouco importantes Consequências importantes Dano controlado 1,00 1,15 Tempo de vida garantido 1,15 1,35 7.3.2. CÁLCULO DOS INTERVALOS DE TENSÕES O cálculo do intervalo de tensões deverá ser feito para o estado limite de utilização; propriamente dito, será feito o cálculo para a combinação frequente com o vento como ação base, ou ainda, dito de melhor forma, tendo a ação resultante do desprendimento de vórtices como ação base. O Eurocódigo permite verificar a fadiga a partir de relações de amplitudes de tensão nominal, tensão nominal modificada para situações especiais e tensão geométrica para dadas situações de cordão de soldadura. No caso de estudo será feita a verificação em relação à fadiga utilizando as amplitudes de tensão nominal, calculadas a partir da tensão normal máxima registada, atribuída de um coeficiente de passagem a 2 milhões de ciclos, que indiretamente inclui a situação de concentração de tensões na zona de pormenor construtivo onde devera surgir a fenda (ou fendas). Poderia ser também efetuada a avaliação para tensões normais de corte, mas no caso das diagonais tratada no capítulo 4 não fará sentido, optando assim por calcular as tensões nominais normais a partir da flecha registada aquando do desprendimento de vórtices. A tensão máxima calculada é dependente do deslocamento por desprendimento de vórtices e calculada a partir da força de inércia resultante. Realça-se que o intervalo máximo de tensão registada, será dada pelo dobro da tensão máxima calculada, o quer dizer que a amplitude máxima de vibração será a tensão mínima (negativa) quando vibra num sentido, e tensão máxima lida no outro sentido. O intervalo de tensões nominais normais será o de amplitude constante, ΔσE,2, associado ao intervalo de tensões para 2.106 ciclos, determinado apoiando no Eurocódigo EN1993 3-2 para chaminés, devido a complexidade de determinação por análise do método dos elementos finitos (permitida pelo Eurocódigo) e por ser um caso de estudo com poucas informações regulamentares. Desta forma, o intervalo de tensões a amplitude constante é dado por: E , 2 E (7.1) Sendo que o ΔσE,2 representa o intervalo que foi referido anteriormente, ou seja, a duplicação do valor da tensão máxima calculada do deslocamento devido as ações de desprendimento de vórtices. Em boa verdade representa o intervalo de tensões a amplitude constante, no qual um determinado número de ciclos N é originado no carregamento. A constante λ representa a transformação do intervalo de tensões calculado para o intervalo de tensões à amplitude constante para 2 milhões de ciclos, representando um fator de dano equivalente. Poderá ser determinado pela equação: 90 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 1 (7.2) N m 6 2 10 Na expressão (7.2) m define o declive da curva de resistência à fadiga, para o N número de ciclos associado ao carregamento que o desprendimento de vórtices irá gerar por oscilações na estrutura ou elemento no tempo de vida estimado. E finalmente ΔσE será a tensão equivalente na combinação frequente, de modo a não sobrestimar as respostas dos elementos e os danos relativos às respetivas respostas. Esta forma, face a impossibilidade de se obter um espetro de tensões, conduzirá a melhores avaliações e aproximações ao que se estará a passar no elemento, e eventualmente nos pontos críticos. Desta forma o Eurocódigo 1 permite calcular, com o coeficiente de afetação ψ1 igual a 0,2, o intervalo de tensões a amplitude constante a partir da combinação frequente. Para flexão em tensões normais, temos que: E 2 Comb.Freq 2 1 , máx Comb.Freq 1 M máx D I 2 (7.3) 0,2 M máx D I 2 (7.4) Onde I, Mmáx e D são a inércia da secção transversal, o momento máximo e o diâmetro respetivamente, que quando divido por 2, representa a máxima distância à face sujeita a tensão de flexão. O coeficiente de combinação frequente, poderá ser obtido no Eurocódigo 0, para a ação do vento como base para projetos de estruturas. 7.4. NÚMERO DE CICLOS DE CARREGAMENTO O número de ciclos N, devido as oscilações provocadas pelo desprendimento de vórtices, segundo o Eurocódigo 1, poderá ser obtido pela expressão: v N 2 T n y 0 crit v0 2 v exp crit v0 2 (7.5) Em que: n y - Frequência própria do modo de vibração transversal ao vento; v crit - Velocidade crítica do vento; v 0 - Velocidade igual a 2 vezes o valor modal da distribuição de Weibull que é assumida para a velocidade do vento. Poderá ser considerado igual a 20% do valor característico da velocidade média do vento, na altura em que se desencadeia o desprendimento de vórtices no elemento; 91 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices T - Tempo de vida expresso em segundos, sendo igual ao produto de 3,2.107 pelo tempo de vida previsto, expresso em anos. Será usado um tempo de vida de 50 anos nos capítulos posteriores. 0 - Fator de largura de banda, o qual descreve a banda de velocidades do vento em que ocorrem vibrações devidas ao desprendimento de vórtices. Estará situado entre os valores 0,1 e 0,3, no entanto, recomenda-se que para o método 1 se utilize o valor de 0,3 e para o método 2 o valor de 0,15, de determinação das oscilações provocadas por desprendimento de vórtices. A distribuição de Weibull define a distribuição de probabilidade da velocidade do vento como variável aleatória (Al Nur et al., 2014). Como uma das principais análises probabilísticas de variáveis irregulares e aleatórias, só poderá ser aplicada para casos de variáveis positivas, como a velocidade do vento. O resultado obtido pela aplicação das expressões da função de densidade de probabilidade, descrevendo a probabilidade relativa de uma variável aleatória tomar determinado valor, será um valor de probabilidade para uma resposta em banda estreita, num intervalo de velocidades centrados na velocidade crítica, ou seja, em ressonância. Obtém-se desta forma a probabilidade de ocorrência de banda de velocidades em resposta ressonante, dada pela expressão: v P 2 crit v0 2 v exp crit v0 2 (7.6) Esta fórmula permite afetar o número de ciclos que o elemento estrutural estaria sujeito durante o seu tempo de vida, caso a ação provocada pelo desprendimento de vórtices fosse periódica e em regime de ressonância, por uma probabilidade de tal ocorrência num intervalo teórico de velocidades. É dito teórico, porque a sensibilidade em torno da sua definição é elevada, podendo ter casos especiais em que tal intervalo seja diferente. Convém mencionar que o intervalo de velocidades utilizado para chegar às expressões, que são apresentadas no Eurocódigo, situa-se entre 0,85 e 1,15 da velocidade crítica. Deve-se ainda referir que o tempo de vida será de 50 anos, que é plausível para este tipo de projeto (torres de transmissão e torres de telecomunicação). Também o intervalo de fator de largura de banda adotado pelo Eurocódigo, entre 0,3 a 0,1, diz respeito ao número de ciclos para todas as vibrações provocadas pelo desprendimento de vórtices, tanto para tensões elevadas como reduzidas, e não só para maiores amplitudes de vibração, introduzindo desta forma uma grande margem de segurança e fiabilidade na análise do elemento e nos resultados que se poderão obter. 7.5. VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA EM RELAÇÃO À FADIGA 7.5.1. VERIFICAÇÃO COM BASE NO INTERVALO DE TENSÕES EQUIVALENTES A verificação de segurança em relação à fadiga poderá ser feita pelo intervalo de tensão equivalente a amplitude constante. Já foi referido anteriormente que seria feita a verificação para tensões nominais normais, para a combinação frequente de ações, transferida para 2 milhões de ciclos. A verificação sob o carregamento de fadiga será dada pela condição assente na função de estado limite pela expressão: 92 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Ff E , 2 c / Mf 1 (7.7) Isto é, o intervalo de tensões equivalentes a amplitude constante relativa aos 2 milhões de ciclos, deverá ser menor que o intervalo de tensão de resistência à fadiga para uma categoria de pormenor para o mesmo número de ciclos (2 milhões). Ambos os intervalos deverão ser afetados de coeficientes parciais de segurança, no entanto Ff assume valor unitário, o que significa que o intervalo de tensões para a verificação não é majorado. O coeficiente Mf poderá ser obtido no quadro 7.1, e como afeta o intervalo de tensão resistente para valores diferentes de 1, oferece uma margem conservativa de segurança. Note-se que o intervalo de tensões equivalentes a amplitude constante produz efeito igual ao espetro de intervalo de tensões variáveis, resultantes de cargas reais aplicadas ao elemento. O mesmo efeito produzido a amplitude constante permite simplificar a verificação da resistência à fadiga; numa fase de pré-dimensionamento, permitirá a escolha do melhor pormenor construtivo com resistência suficiente para garantir a segurança. A figura a seguir representada permite visualizar as duas analogias, com melhor determinação possível do intervalo de tensões em amplitude constante. Fig. 7.6. - Comparação de espetro de tensões reais e o intervalo de tensões equivalentes a amplitude constante (Ruscheweyh, Langer e Verwiebe, 1998) . 7.5.2. VERIFICAÇÃO COM BASE NO CÁLCULO DO DANO ACUMULADO O Eurocódigo 3 também permite a verificação da fadiga para situações na qual os pormenores construtivos não se aplicam a nenhuma das categorias apresentadas. No entanto, poderá ser utilizado como um segundo método de confirmação e verificação, possibilitando por sua formulação determinar o número aproximado de ciclos que poderá levar ao dano e eventualmente rotura. O Anexo A do EN1993-1-9 define que este tipo de verificação deverá ser efetuado para situações em que se possa considerar sequencias de carregamento de serviço, expectáveis durante o tempo de vida do elemento sujeito à fadiga. Tal como já foi mencionado anteriormente, as sequências de carregamento deverão ser baseadas em casos anteriores de estruturas ou elementos semelhantes, organizadas de forma semelhante 93 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices à figura 7.6. Também, como já foi referido, poder-se-á obter tal espetro semelhante a partir do historial de tensões, através de um dos métodos de contagem de ciclos já referidos (método da gota de água e do reservatório) e “arrumação” dos intervalos de tensões de forma decrescente. Tal como na verificação do subcapítulo 7.5.1, na utilização do espetro de tensões de cálculo deverá ser feita a multiplicação dos intervalos de tensões pelo coeficiente parcial Ff (que assume valor 1), e os valores de resistência à fadiga ΔσC afetados pelo Mf , de forma a obter a duração à fadiga dada pelo número de ciclos resistentes à fadiga NRi, correspondente a cada patamar do espetro. Ou seja, os valores de cálculo não serão majorados e os valores de resistências são minorados, com o dano relativo aos dois parâmetros dado pelo quociente entre estes. O dano acumulado, para o valor calculado do tempo de vida, será determinado a partir da expressão: n Dd i n Ei N Ri (7.8) Em que: n Ei - Número de ciclos associados ao intervalo de tensões Ff i (de cálculo) para o patamar i do espetro ponderado; N Ri - Duração à fadiga em ciclos, obtida a partir da curva S-N de resistência para o intervalo de tensões i, com o detalhe do intervalo de tensões das categorias de pormenor, serem minorados pelo coeficiente parcial. A verificação da fadiga, a partir do dano acumulado, deverá ser feita tal que os critérios a seguir representados sejam satisfeitos: Dd 1 (7.9) Ff E , 2 3 Dd c / Mf (7.10) em que o primeiro critério é relativo ao dano acumulado e o outro ao intervalo de tensões, respetivamente. O intervalo de tensão a amplitude constante poderá ser calculado para casos de estruturas em torres ou chaminés como já foi referido anteriormente, no entanto a formulação é derivada de testes e análises teóricos. Para espetros de tensões conhecidos e com a curva de resistência relativa a um pormenor construtivo definido, o intervalo de tensão a amplitude constante poderá ser determinado pela expressão a seguir representada, com a condição de que a curva de resistência tenha duas inclinações e o espetro de tensões intercete os seus respetivos declives: E , 2 94 n i i3 n j 3j j / D 2 ni n j 1/ 3 (7.11) Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Onde: D - Limite de fadiga a amplitude constante nos 5milhões de ciclo; i - Intervalos de tensões superiores ao limite D ; j - Intervalos de tensões inferiores ao limite D ; n i - Número de ciclos relativos aos intervalos i ; n j - Número de ciclos relativos aos intervalos j . A solução apresentada é descrita no curso do European Steel Design Education Programme (ESDEP, 1992), no capítulo da fadiga, analisando a sua verificação com base no Eurocódigo 3. A figura a seguir representada permite assimilar melhor os parâmetros definidos. Fig. 7.7. – Esquema de representação dos intervalos de tensões superiores e inferiores ao limite de amplitude constante, numa curva S-N de duas inclinações negativas (ESDEP, 1992). As deduções para obter tal solução derivam da definição de dano acumulado e utilizam um valor de declive igual a 3 para a curva de resistência. No entanto, os documentos referentes ao curso do ESDEP retratam bem claro que a solução obtida é independente das constantes de declive que se poderá assumir como base. Não existindo nenhuma diferença entre a escolha de 3 ou 5, significa que cabe a quem realiza a análise a escolher; mas no curso ESDEP especifica-se também que o espetro deverá intercetar as duas curvas para que se possa fazer tal analogia. Todavia a aplicação da formulação dada pelo ESDEP necessitará de um espetro de tensões, que numa fase de projeto é desconhecido. Assim sendo, dever-se-á recorrer à equação 7.1. de modo a progredir com o projeto de estruturas e análises necessárias iniciais, tal como será feito neste trabalho. 7.6. DETERMINAÇÃO DO ESPETRO DE TENSÕES TEÓRICO Como já foi referido no capítulo anterior, a verificação da fadiga depende do espetro de tensões, que inicialmente é desconhecido para a situação de projeto. No entanto, existem dados de estruturas semelhantes que permitem de certa forma contornar esta incógnita. Neste sentido o regulamento CICIND (1999), define uma expressão de cálculo de intervalos de tensões que irão surgir na estrutura, 95 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices ao longo do carregamento cíclico no tempo de vida útil proposta para a estrutura. A partir dos resultados obtidos pela expressão, poderá ser construído um espetro de tensões teórico para avaliação do dano provocado por fadiga. A expressão que é a seguir representada foi determinada a partir de espetros de tensões de medições de elevado intervalo temporal, feitas em mastros metálicos, efetuadas por Ruschweyh e outros envolvidos (Ruscheweyh, Langer e Verwiebe, 1998). log(n) máx 1 log(N ) (7.12) Em que: n - Número de ciclos devido as oscilações provocadas por desprendimento de vórtices; N - Número de ciclos de carregamento durante o tempo de vida da estrutura, definido em (7.5.). máx - Tensão máxima experimentada pela estrutura, no caso, na zona da secção onde se dá o desprendimento de vórtices; - Função, dependente da velocidade crítica, definindo a forma da curva de tensões. É definida pela expressão: 1, 2 v crit 8 (7.13) Na figura 7.8, é representada as formas dos espetros de tensões em função de diferentes valores do parâmetro λ. Fig. 7.8. – Representação de formas de espetros de tensões para diferentes valores de λ Os espetros, em que foi baseado a formulação da expressão, são dados pela figura a seguir representada. 96 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 9 – Espetro de tensões a longo prazo, de respostas de quatro chaminés, a partir das suas tensões máximas (a tracejado: a forma dada pela função λ). Desta forma poderá ser utilizado este conceito teórico como base para aplicação do método do dano acumulado, servindo como elemento de apoio e comparação do método de intervalo de tensões equivalente à amplitude constante. 7.7. DANO ACUMULADO PELA REGRA DE PALMGREN-MINER Já foi abordado a verificação da fadiga pelo método do dano acumulado dado pelo Eurocódigo 3. Devese referir, no entanto, que o método é adotado da regra de Palmgren-Miner para determinação do dano acumulado por fadiga. A regra, consiste em determinar o dano por cada banda de intervalo do espetro de tensões e progredir somando os danos consecutivos, onde a verificação será então dada por: D acumulado i ni 1 Ni (7.14) 97 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices O que não é mais que a mesma regra tratada anteriormente. No entanto pretende-se realçar neste parágrafo que será adotado uma evolução exponencial do número de ciclos, n, que irá ocorrer no elemento estrutural, para a tensão máxima que este estará sujeito. Desta forma, poder-se-á realizar uma análise simples para determinação do período de vida onde irá ocorrer o dano e servir de confirmação do método teórico que melhor se aproxima da situação do elemento; e para o caso de dados de carregamento desconhecidos usam intervalo de tensões equivalentes à amplitude constante. Ambos os métodos, da regra de Palmgren-Miner ou do intervalo de tensões equivalentes, são rigorosamente equivalentes em termos de dano (com algumas diferenças mínimas) e quando aplicada a fórmula apresentada em (7.11.) obtém-se, assim para uma situação em que se utiliza a inclinação igual a 3, uma fórmula homóloga à apresentada em (7.7.): R c 2 106 / N R E , 2 R 1/ 3 (7.15) 3 Q / NR 3 c 2 10 6 / N R (7.16) Com: Q ni i3 n j 3j j / D 2 n n i j NR (7.17) (7.18) Obtendo assim: E , 2 R 3 Q 3 c 2 10 6 (7.19) A que corresponde o dano: E , 2 R 1 c Q 6 2 10 1/ 3 E , 2 ( 2.10 6 ciclo ) c 1 (7.20) Da definição de Q pode-se fazer a correlação do método do dano acumulado e a equação (7.20.) que representa a verificação em termos de intervalo de tensão a amplitude constante. E apoiando nos elementos do curso ESDEP (1992), poderá ser escrito o dano pela regra de Palmgren-Miner como: 98 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Dacumulado i nj ni 1 Ni j N j (7.21.) A evolução do número de ciclos será fundamentalmente dada pelas funções a seguir apresentadas, com principal ênfase à primeira função exponencial. n 1 e 2,302585x 10 x (7.22.) n 1,240603 e 1,151293x (7.23.) Com x aumentado sequencialmente de 0 ao número que atinge o limite de truncatura ou um valor próximo, como pode ser visto pelos gráficos das figuras 7.10 e 7.11: n - ciclos experimentados 45000000 40000000 35000000 30000000 y = 1.240603e1.151293x R² = 1.000000 25000000 20000000 15000000 10000000 5000000 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 x Fig. 7.10. – Função exponencial, com um número de ciclos evoluindo de forma mais lenta. n - ciclos experimentados 120000000 100000000 80000000 y = e2.302585x R² = 1.000000 60000000 40000000 20000000 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 x Fig. 7.11. – Função exponencial de número de ciclos com crescimento rápido. 99 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 7.8. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES REFERENTES À FADIGA O Eurocódigo 3 define que, para domínios de tensões nominais de amplitude constante, a resistência à fadiga poderá ser obtida por: Rm N R Cm 2 10 6 (7.24.) Com base nesse conceito, define-se o número de ciclos N que o elemento irá resistir até ao dano, de forma muita simplista, com base no intervalo máximo de tensão, afetado para a combinação frequente de um coeficiente. Desta forma, poder-se-á escrever que: N Cm 2 10 6 (7.25.) m Freq Quando o intervalo de tensões ultrapassa o limite de amplitude constante à fadiga, m, poderá tomar valor de 3, correspondente ao declive da curva acima do limite. Desta forma, é possível ter noção dos ciclos experimentados até o elemento perder a sua resistência, que será também tido em conta no trabalho desenvolvido. Deverá ser referido que o ESDEP (1992) define que para um pormenor construtivo sujeito a um espetro de tensões, a avaliação de fadiga deverá ser feita só se o tal espetro ultrapassar o limite de amplitude constante aos 5 milhões de ciclos; caso contrário, não será necessário a avaliação da fadiga. Para o caso já referido anteriormente, de ultrapassar e intercetar as duas curvas de resistência, deverá ser utilizado um método apropriado de análise. Todas as análises aqui referidas dependem sempre da categoria do pormenor, que por sua vez permite a definição da curva de resistência. No entanto, em situações reais, alguns fatores não contabilizados, interferem na resistência da fadiga para o pormenor escolhido. Fatores relacionados com o próprio material, como defeitos no mesmo, a sua rugosidade, a corrosão, como também tensões residuais registadas e pequenos entalhes que podem contribuir para formação de fendas nas zonas onde se encontram. Neste sentido, uma correta avaliação e análise das ações do desprendimento de vórtices, implica uma elevada importância, mesmo tratando-se de formulações teóricas com altos níveis de incerteza. 100 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 8 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS PROVOCADOS PELO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES PARA A TORRE EM ESTUDO 8.1. INTRODUÇÃO AO PROGRAMA DE CÁLCULO DESENVOLVIDO Para a aplicação dos códigos e métodos apresentados anteriormente, desenvolveu-se um programa de cálculo em linguagem Visual Basic (VBA) incorporada no Excel do Microsoft Office. É feita uma apresentação geral com as fases presentes no programa. Tal programa foi desenvolvido para o funcionamento em conjunto com o programa Robot e pode ser utilizado numa fase de pré-dimensionamento (para verificações relacionadas à ação do vento) e ajusta-se os dados iniciais, com adaptações das novas dimensões. Trata-se de um programa destinado a barras de perfis tubulares, inclinadas, no caso que aqui é estudado são as diagonais projetadas para a torre treliçada apresentada no capítulo 4 sujeitas à ação dinâmica do vento. Para cada barra é calculada a máxima ação do vento incidente segundo o Eurocódigo EN1991-1-4, admitindo casos singulares. Por isso, os resultados obtidos são os para a situação menos favorável com a direção do vento perpendicular ao desenvolvimento das diagonais. Numa das fases do programa é possível verificar a necessidade de inclusão dos efeitos provocados por desprendimento de vórtices, um dos principais objetivos do trabalho efetuado. Nesta fase, verifica-se para a ação calculada a consequência do desprendimento de vórtices pelo Eurocódigo, como também pelos códigos apresentados anteriormente. Finalmente, é ainda avaliada uma das grandes preocupações para movimentos oscilatórios temporais expressivos, nomeadamente a fadiga. O processo consiste na avaliação da segurança à fadiga pelos métodos apresentados anteriormente e a previsão do tempo de vida das diagonais, quando estas não verificam a segurança. No projeto atual não existem quaisquer aparelhos ou mecanismos de atenuação das vibrações e transferência de energias, como também não existem massas concentradas nas diagonais que podem afetar o cálculo da sua frequência. Assim sendo, a determinação da frequência de vibração de cada barra é feita para situações limites podendo ser definidas pelo utilizador do programa. Para mais informações poder-se-ão ser consultados os devidos anexos apresentados no fim deste trabalho. 8.1.1. VORTEX INDUCED VIBRATIONS ANALYSIS Abrindo o ficheiro em Excel onde está contido o programa Análise das Vibrações Produzidas por Desprendimento de Vórtices, deverá proceder para a folha intitulada “Dados iniciais” (ver figura 8.1). 101 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.1. – Arranque da folha de Excel e preenchimento dos dados inicias referentes aos constituintes da torre. 102 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Dever-se-ão completar todas as células, como mostra a figura 8.1. Dever-se-ão exportar os nós definidos no modelo de cálculo do Robot (numa pré-análise) e de seguida todas as características geométricas dos membros (as diagonais, os montantes, as horizontais). Depois completam-se as colunas referentes aos respetivos nós dos membros, passando de seguida ao preenchimento das cotas em conformidade com os nós. Efetuado este passo, poder-se-á avançar para a folha “Executar VIV”. Fig. 8.2. – Botão de iniciação do programa. Clicando sobre o botão de comando “Iniciar”, é arrancado o programa. Fig. 8.3. – Boas vindas do programa, com detalhes de pressupostos que são utilizados. 103 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Dever-se-á ter em atenção as especificações detalhadas ao longo do programa e as condições iniciais ditadas no arranque (figura 8.3). É efetuado a análise no primeiro modo de vibração, o modo condicionante. Aceitando os termos de uso, será dirigido ao Menu de fases do programa. Irá efetuar todos os passos descritos, na ordem demonstrada, isto é, do topo ao último passo que aparece na janela, tal como mostra a figura 8.4. Fig. 8.4. – Menu de Inicio com os passos a serem realizados. Clicando sobre o primeiro botão (“Propriedades”) segue-se para a determinação das características mecânicas das diagonais para uma da condição fronteira, e determinação da sua velocidade crítica para verificação dos fenómenos associados ao carregamento da ação do vento. Fig. 8.5. – Determinação da frequência e velocidade crítica de cada diagonal. 104 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices São definidos os parâmetros iniciais em conformidade com o Eurocódigo, incluindo o número de Strouhal para tubos. Poder-se-á definir as condições fronteiras para cálculo da frequência na respetiva caixa de opção. Definido as condições necessárias, efetua-se o cálculo na caixa de validação “Frequência Natural” e sãos apresentadas as colunas definindo os valores calculados para as diagonais do projeto. Pode-se também visualizar o cálculo detalhadamente na opção “Ver Cálculo”, onde pode-se verificar por cada diagonal os resultados que serão obtidos. Feito os cálculos desta fase, carregando no botão de avançar, será levado para o Menu principal. De seguida, passa-se a ser feito a determinação da velocidade do vento de acordo com a zona do território Nacional como ditado no Eurocódigo 1, clicando no segundo botão do Menu e escolhendo as opções desejadas de acordo com as especificações do projeto. No caso apresentado será escolhida a categoria II do terreno (apresentado na figura 8.6). Fig. 8.6. – Definições iniciais da velocidade base e da categoria de terreno para determinação da ação do vento. Avançando em “Calcular”, irá surgir uma nova janela onde deve-se definir todos os parâmetros necessários, incluindo os parâmetros situados mais à direita da janela de visualização (ver figura 8.7). Obtendo assim um preenchimento semelhante ao da figura 8.7. Após as definições dos parâmetros podese calcular a ação do vento no botão de comando “Calcular-Tabela”. 105 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.7. – Cálculo da velocidade média do vento e dos parâmetros envolvidos na determinação da força provocada. Chama-se a atenção que esta a ser calculada a velocidade média do vento ao nível médio das diagonais, tal como também a força provocada determinada a partir dos dois métodos de cálculo do coeficiente estrutural apresentados no capítulo 3. Fig. 8.8. - Força provocada pela ação do vento, calculada para cada diagonal, de acordo com o coeficiente estrutural dos dois métodos do EN1991-1-4. Se não quiser alterar os resultados obtidos, poderá avançar para a etapa seguinte, onde deverá escolher a opção de “Vortex Shedding – EC1-1”, clicando no botão de comando “Avançar”. Clicando sobre a opção referida, averigua-se numa tabela as diagonais que deveem ser avaliadas em relação aos efeitos do desprendimento de vórtices. Se acusar “Sim” na coluna “Verifica Vortex Shedding”, o membro é dispensado de verificações, caso contrário, é necessário analisar corretamente a ação surgida pelas oscilações tal como mostra a figura 8.9. 106 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.9. – Tabela de determinação das barras que serão afetadas pelas oscilações, conforme a condição do EC1-1-4. Efetuado este passo pode-se avançar para as folhas seguintes na mesma janela. Dever-se-á verificar se poderão ocorrer fenómenos de ovalização antes de avançar para o cálculo da força de inércia gerada nos deslocamentos máximos calculados pelos métodos 1 e 2 do anexo E. Para o caso de estudo verifica-se a partir do critério detalhado no capítulo 2, que não é necessário a análise dos efeitos de ovalização e para as forças de inércias surgidas, há uma diferença dos resultados obtidos pelo método 1 e pelo método 2, tal como era previsto inicialmente. Deverá ser realçado que os resultados obtidos no método 1 são relativamente muito menores aos do método 2; e este segundo método apresenta uma diferença de valores quando incluído os efeitos de turbulência, em relação a não inclusão. De facto, fará mais sentido incluir os efeitos de turbulência, pois a situação real não seria um escoamento perfeitamente laminar. Neste sentido, as tensões geradas serão maiores no método 2 sem inclusão da turbulência e menores no método 1. 107 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.10. – Força provocada pelo deslocamento máximo dada pelo método 1 do anexo E do Eurocódigo 1 para cada diagonal, no ponto médio. Fig. 8.11. – Força provocada pelo deslocamento máximo dada pelo método 2 com e sem inclusão da turbulência para cada diagonal, no ponto médio. Terminada esta fase poder-se-á realizar um cálculo semelhante no botão seguinte a esta etapa no Menu inicial, para a formulação dos outros autores já tratados no capítulo 6. A primeira opção é a formulação clássica da mecânica dos fluídos baseada no teorema de Bernoulli, com valores de coeficientes de força lateral diferentes dos propostos no Eurocódigo. No entanto os valores das forças são muito inferiores quando comparados com os outros métodos, portanto serve de ponto de crítica sobre evolução da avaliação do fenómeno. 108 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Avançando diretamente para a opção de verificação do EC3, é apresentada numa janela de cálculo da capacidade resistentes do perfil tubular, bem como as suas propriedades mecânicas e da avaliação da fadiga, que aqui é dada mais atenção. É necessário definir o tempo de vida previsto para a estrutura, bem como a definição do pormenor construtivo. A definição do pormenor construtivo pode não ser efetivamente a correta, no entanto com base nas possibilidades limitadas do Eurocódigo EN1993-1-9, definiu-se na opção de escolhas as soluções que mais se aproximam ao caso real. Para o caso de estudo é claramente visto que face à verificação do intervalo de tensão equivalente a amplitude constante, o método 1 não apresentará barras com danos de fadiga no tempo de vida útil previsto, podendo ser desta forma um método muito “otimista”. No entanto o método 2 sem inclusão da turbulência, como apresenta elevados intervalos de tensão, assume um papel de elevado “pessimismo” podendo desta forma sobrestimar os resultados. Desta forma é dado maior atenção particularmente ao método 2 com inclusão da turbulência, apresentando barras que podem estar sujeitas a danos por fadiga. Realça-se ainda que o intervalo de tensões utilizado na verificação da fadiga é o determinado para a combinação frequente de ações no estado limite de utilização. Tendo verificado as diagonais que não verificam envie-me a segurança à fadiga segundo o Eurocódigo, poder-se-á avançar para a segunda folha de fadiga, onde são efetuados cálculos adicionais para as diagonais que não cumprem a verificação do intervalo de tensões equivalente à amplitude constante. Nesta segunda etapa é efetuado um cálculo do dano acumulado, com variação exponencial do número de ciclos que poderão provavelmente atuar na diagonal e determinado o tempo de vida previsto pelos diferentes métodos. Também é realizado o cálculo do tempo previsto segundo a probabilidade de Weibull, para os ciclos resistentes ao intervalo de tensão máximo. Na figura 8.14 pode ser visto que para essa primeira análise as colunas do método 1 não são preenchidas, o que significa que todas as diagonais verificam a fadiga. No entanto o método 2 é diferente, detetando algumas diagonais com potenciais problemas no procedimento com inclusão da turbulência e detetando outro intervalo maior de barras para o segundo procedimento sem inclusão da turbulência. 109 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.12. – Verificação à fadiga no estado limite de utilização, para os diferentes resultados obtidos nos métodos 1 e 2 (parte 1). 110 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.13. – Verificação à fadiga no estado limite de utilização, para os diferentes resultados obtidos nos métodos 1 e 2 (parte 2) 111 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.14. - Resultados obtidos para os procedimentos do método 2, com o tempo de vida estimado em dias. 112 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Pode-se notar com base nos resultados que, na maioria dos casos, num curto espaço de tempo ir-se-ão presenciar danos por fadiga e eventualmente rotura. Deste modo, são propostos no último ponto soluções de atenuação, com base em alterações geométricas e redefinição das condições fronteiras, como também uma solução de atenuação estudada em Ansys Fluent (capítulo 9) para atenuação das amplitudes de vibração. Fig. 8.15. – Quadro de propostas de soluções possíveis para a mitigação das amplitudes de vibração, baseadas nas alterações de geometria. Fig. 8.16. – Solução proposta com base no ensaio efetuado em Ansys Fluent. 113 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Finalizada a utilização do programa, é possível visualizar o relatório nas folhas seguintes com descrição das frequências, velocidades críticas, velocidades médias, coeficiente de força lateral e outros parâmetros calculados nas etapas do programa. Poder-se-á visualizar também os resultados da análise da fadiga e em caso de não cumprimento (ou mesmo, a não satisfação do utilizador) poderá considerar as soluções propostas e refazer a análise, arrancando o programa com as modificações feitas na folha inicial do Excel. Reiniciado o programa, poder-se voltar aos passos indicados e verificar se as soluções fizeram modificar o output do Software desenvolvido. 8.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS E COMPARAÇÃO COM VALORES TABELADOS São apresentados de seguida os resultados obtidos para as diagonais por secção e é feita a comparação dos valores do coeficiente de força, calculados no pré-dimensionamento do projeto apresentado pela empresa METALOGALVA, e os resultados do quadro de valores de coeficientes de força para elementos de torres dado no EN1993-3-1 (2006). No entanto, é antes apresentado o cálculo para uma das barras, onde estão exemplificados os resultados obtidos no programa. 8.2.1. EXEMPLO DE CÁLCULO PARA UMA DIAGONAL É feito o estudo exemplificativo para uma diagonal pertencente á secção S15, na nomenclatura usada no capítulo 4 da torre modelo. Esta diagonal apresenta as seguintes propriedades iniciais dadas no quadro 8.1. Quadro 8.1 – Dados relativos à diagonal de análise. Diagonal 588, da secção S15 (dados do modelo em ROBOT) Cota média 66,7m Diâmetro exterior 139,7mm Espessura 3mm Vão 7,981m Área da secção 12,884cm2 Inércia da secção 301,090cm4 Módulo de Elasticidade (Young) 210GPa Peso volúmico 7850kg/m3 Frequência de vibração (simplesmente apoiada) 6,167 Hz A análise é feita admitindo a diagonal simplesmente apoiada. A frequência natural desta poderá ser calculada pela fórmula de Rayleigh, tal como é dada na equação (8.1). 114 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 1 f 2 2 EI " (s) ds m(s) (s) ds L 2 0 L 2 (8.1) 0 em que EI representa à rigidez a flexão da diagonal, m a massa por unidade de comprimento da diagonal e Φ a função de forma do modo de vibração generalizado considerado, tal como já foi apresentada anteriormente para condições fronteiras de apoio simples. Desta forma, temos que: m(s) aço área 785012,88410 4 10,114kg / m m genralizada 7 , 981 10,114 ( sen( s / 7,981)) 2 ds 40,36kg (8.3) 21010 6 301,90 10 8 ((sen( s / 7,981))") 2 ds 60,58kN.m 2 (8.4) 0 k genralizada 7 , 981 0 (8.2) f (8.5) 1 60,58 6,167Hz 2 40,36 10 3 Onde kgeneralizado, representa a rigidez à flexão correspondente ao modo de vibração generalizado da diagonal. Assim sendo a velocidade crítica, para o número de Strouhal 0,18 é dada: v crit 6,167 139,7 10 3 4,786m / s 0,18 (8.6) De modo a não estender o cálculo da velocidade média do vento, aconselha-se o leitor a seguir os passos dados no capítulo 3. Para tal, os valores calculados para a ação dinâmica do vento no ponto médio, são dados no quadro 8.2. Quadro 8.2. – Parâmetros relativos à ação do vento Valores para a posição da altura média, na Zona A, para a categoria de terreno II Velocidade base vb 27m/s Velocidade média vm 36,915m/s Intensidade de Turbulência Iv 0,139 Decremento logarítmico do Amortecimento estrutural δs 0,015 Coeficiente de força cf 1,176 115 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Cálculo para o Método 1/Método 2 de determinação do coeficiente estrutural Coeficiente estrutural 1,070/1,077 cscd Força provocada pela ação 2,356/2,372 Fw (kN) Quando comparada o coeficiente de força calculado com o valor dado no projeto da torre do exemplo disponibilizado, temos que: Quadro 8.3. – Comparação de valores dos coeficientes de força para a secção S16, comparado com o valor calculado Coeficiente de força calculado Coeficiente de força do projeto Erro relativo 1,176 1,37 +13,6% No entanto, deverá se referir, que o cálculo do coeficiente de força na secção S15, é influenciado pela conjugação da ação da neve, podendo desta forma alterar o resultado. Mesmo assim, considera-se o valor calculado válido e a melhor aproximação, dependeria das condições iniciais, que deveriam ser iguais às consideradas no dimensionamento da estrutura feita pela empresa. Analisando a tabela e utilizando o critério de verificação dos efeitos do desprendimento de vórtices dado no Anexo E do EN1991-1-4 (ver 5.1.), pode-se afirmar, que não é verificado a dispensa de análise desses efeitos. Assim sendo, é verificado se os efeitos de ovalização precisam ser analisados: t 1,69 10 4 vm( z ) d (8.7) 4 1,69 10 4 35,36 2,86 10 2 5,976 103 O.k 139,7 (8.8) Ou seja, é verificado a ovalização. Para definição dos parâmetros, aconselha-se a consulta do capítulo 2. Em relação a análise do desprendimento de vórtices, lembrando que é feito a análise para o 1º modo de vibração, são apresentados os parâmetros necessários para cálculo da amplitude de vibração, parâmetros estes, comuns a aplicação dos dois métodos dados no Eurocódigo. Quadro 8.4. – Parâmetros básicos para avaliações do desprendimento de vórtices 116 Número de Strouhal St 0,18 Número de Scruton Sc 12,438 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Número de Reynolds à velocidade crítica (vcrit) 4,46.104 Re Utilizando esses valores, será possível determinar a máxima amplitude de vibração, dada pelos dois métodos presentes no Eurocódigo. Quadro 8.5. – Valores de cálculo das amplitudes de vibração máximas. Método 1 Resultados dos parâmetros para os valores básicos do quadro 8.4 ymáx (m) Método 2, com inclusão dos efeitos de turbulência Método 2, sem inclusão dos efeitos de turbulência - - Kv 0,583 - - - - Ka 1,166 Ka 2 clat 0,70 Cc 0,02 Cc 0,02 Kw 0,16 al 0,4 al 0,4 K 0,10 kp 2,004 kp 1,490 3,99.10-3 4,45.10-2 5,92.10-2 Estes valores foram calculados admitindo o pior cenário particular da diagonal, da ação do vento a atuar na direção perpendicular ao eixo médio do desenvolvimento da diagonal. Mais uma vez, realça-se que para informações e definições dos parâmetros calculados, deverá ser consultado os devidos capítulos referentes ao assunto. Não será analisado os outros métodos neste exemplo, virando a atenção para a análise de fadiga dada pelo Eurocódigo, com avaliações pelos métodos propostos no capítulo 7. Na avaliação de fadiga será preciso calcular a tensão máxima dada por cada método para verificação da possibilidade de dano. Desta forma, é apresentada a tensão normal máxima no ponto de momento máximo, admitindo que esta mesma tensão será a que se encontrará nos pontos críticos, onde surgem as primeiras fendas (no pormenor de ligação). Para os métodos do Eurocódigo 1 de cálculo de deslocamentos, foi encontrado os valores de tensões máximas apresentadas no quadro: Quadro 8.6. – Tensões máximas calculadas pelo deslocamento experimentado. σmáx (MPa) Método 1 Método 2, com inclusão dos efeitos de turbulência Método 2, sem inclusão dos efeitos de turbulência 14,233 158,917 211,428 Salta a vista a discrepância dos valores obtidos pelos métodos, principalmente a não conformidade dos mesmos. Tal como já tinha sido referido na apresentação dos métodos de cálculo, não seria expectável obter valores próximos pelos dois métodos, neste sentido será dado maior apreciação aos valores do método 2, principalmente por ser mais adaptado a situações semelhantes, tal como já fora referido. 117 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Face as tensões máximas obtidas, no método 2, poderá ser feito a análise da fadiga pelos procedimentos permitidos no Eurocódigo. 8.2.1.1. Avaliação do fenómeno de fadiga pelo intervalo de tensões equivalente à amplitude constante Neste método, é determinado o intervalo de tensões equivalente, multiplicando a tensão máxima obtida por dois e afetando o valor pelo coeficiente da combinação frequente para o estado limite de utilização. Desta forma, pode-se verificar, para o método 2 destacado anteriormente, o dano provocado por fadiga. O pormenor construtivo adotado é apresentado na figura a seguir representada, e o número de ciclos expectáveis no tempo de vida da estrutura, é calculado para um período de 50 anos tal como é apresentado no capítulo 7. Fig. 8.17. - Categoria de pormenor adotado para a avaliação da fadiga. Apresenta-se no quadro seguinte os resultados obtidos, com a análise feita recorrendo as curvas S-N do EN1993-1-9. Quadro 8.7. – Verificação à fadiga pelo método 1 apresentado no Eurocódigo 3, Método 2, com inclusão da turbulência 2, sem inclusão da turbulência vcrit 4,786 4,786 vm 36,915 36,915 N 8,17.108 8,17.108 Δσc (MPa) ΔσE,2 (MPa) Ff E , 2 c / Mf 1 71 211,584 281,498 3,43 4,56 Ou seja, não verifica à fadiga quando é feita a análise pelo método 2. Deste modo, é conveniente verificar o número de ciclos que levará ao surgimento de pequenas fissurações, dada pela formulação apresentada em 7.8. 118 Método 2, com inclusão da turbulência 2, sem inclusão da turbulência Nc 2.106 2.106 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Δσc (MPa) 71 ΔσFreq (MPa) 63,57 84,5712 m (inclinação da curva) 3 3 N (ciclos resistentes) 1,832.106 7,781.105 Tempo previsto para dano 41,5 dias 17,6 dias Ou seja, além de não verificar as limitações de fadiga, a previsão de rotura da ligação da diagonal é de menos de 3 meses, o que significa que serão necessárias alterações a nível da geometria, para aumento da frequência e consequentemente a velocidade crítica, ou se deverá recorrer a mecanismos de dissipação dos vórtices alternados. 8.2.1.2. Avaliação do fenómeno de fadiga pelo método do dano acumulado Do mesmo modo, se for realizado a avaliação do dano acumulado, com variação exponencial dos ciclos que poderá ser experimentado pela diagonal, e aplicando o modelo de espetro de tensões do CICIND para a tensão máxima calculada, poderá se obter, para o método 2 com inclusão da turbulência (será o que fará mais sentido): Quadro 8.8. – Método do dano acumulado. Número de ciclos resistentes Dano provocado, para cada crescimento exponencial expetável Dano acumulado 317.834 14659.21 6.82165.10-5 6.82165.10-5 10 298.0559 17775.36 0.000562577 0.000630793 100 277.0894 22123.39 0.004520102 0.005150895 1000 254.6731 28494.57 0.035094401 0.040245296 1.104 230.4312 38466.94 0.259963487 0.300208783 1.105 203.787 55613.77 1.798115842 2.098324625 0 Limite de truncatura 0 Evolução do número de ciclos expectáveis Intervalo de tensões calculadas no estado de serviço 1 1.106 1.107 1.108 8,17.108 O que comprova que não irá verificar a fadiga e ocorrerá rotura muito antes do tempo de vida expectável. Como o resultado obtido de dano acumulado maior que 1, foi para 0,1 milhões de ciclos de uma banda 119 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices do espetro, poderá ser calculado aproximadamente o tempo de vida, para uma probabilidade aproximadamente de 50%, dada pela distribuição de Weibull, para os ciclos acumulados até esse ponto. Desta forma, o tempo de vida é dado por: v P 2 0,15 n1, x crit v0 2 v exp crit v0 2 0,5107 1,1 105 T 2,5 dias 3600 24 0,5107 (8.9) (8.10) Comprova-se mais uma vez, que será necessária uma nova avaliação à diagonal de modo a satisfazer as condições de resistência à fadiga, induzida pelas vibrações laterais, com inclusão de novas características ao membro, podendo passar pela instalação de travessas de apoio, aumentando assim a sua frequência de vibração. 8.2.2. ANÁLISE DAS DIAGONAIS E COMPARAÇÕES COM OS OUTROS MÉTODOS Através da análise realizada para a torre exemplo no programa em VBA desenvolvido, pode ser feita a comparação dos vários resultados obtidos a nível da verificação ao desprendimento de vórtices nas diagonais. De modo a não prolongar no processo de cálculo, só serão apresentados os resultados obtido nas tabelas de relatório do ficheiro Excel. Para mais informações, poderá ser verificado os capítulos 5, 6 e 7 deste trabalho, principalmente para compreensão dos parâmetros calculados. Para as diagonais da torre, nas condições dispostas no quadro 8.2, são apresentados nas figuras os valores das amplitudes de vibração transversal: 120 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.18. – Tabela de resultados da ação do desprendimento de vórtices para a velocidade regulamentar – Métodos 1 e 2 (com inclusão dos efeitos da turbulência). 121 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.19. - Tabela de resultados da ação do desprendimento de vórtices para a velocidade regulamentar – Métodos 2 sem inclusão da turbulência, DNV, BR e R&F. 122 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Para facilitar as avaliações críticas dos resultados, apresenta-se o gráfico de relação dos intervalos de diagonais com as tensões de desprendimentos máximas calculadas. 350.0000 Tensão máxima σmáx (MPa) 300.0000 250.0000 200.0000 150.0000 100.0000 50.0000 -50.0000 193 203 241 251 261 295 305 315 325 355 365 375 401 411 437 447 457 479 501 511 533 543 565 587 597 619 641 651 673 683 705 727 737 0.0000 Diagonais Método 1 Método 2 c/ turbulência Método 2 s/turbulência DNV BR Rudge&Fei Fig. 8.20. – Evolução das tensões nas diagonais pelos métodos do EC1 e outros códigos. Avaliando os perfis dos métodos apresentados no gráfico na figura 8.20, poderá se notar um intervalo de diagonais com aumento em grande escala da tensão para o(s) método(s) 2 proposto(s) pelo Eurocódigo. Baseando no projeto do modelo exemplo, fará sentido o pico de aumento nessas diagonais, principalmente por suas condições geométricas e esbelteza maior, isto é, diagonais que apresentam uma propensa para maiores amplitudes de vibração devido aos elevados vãos. Tal como já tinha sido referido, o método 2 apresenta valores maiores nesse intervalo, e a abordagem sem inclusão dos efeitos de turbulência, apresenta valores muito elevados de tensões, superiores aos métodos 1 e 2 com inclusão da turbulência. Ainda avaliando os métodos do EC1-1-4, no que toca as diagonais a níveis superiores (a cotas superiores), o método 1 dá valores de tensões superiores, pela sua formulação de correlação da velocidade de desprendimento de vórtices e velocidade do vento, que nesses níveis são superiores (o método 1 já contabiliza os efeitos de turbulência, e possibilita a avaliação do coeficiente de força lateral da relação da velocidade crítica e da velocidade do vento). No entanto, não há grande diferença de tensões nas diferentes diagonais, o que acaba por depreciar a sua consideração nas análises desta natureza. Para os outros códigos, poderá se notar evoluções de perfis semelhantes aos dos métodos 2 de análise do Eurocódigo, com resultados a marcar atenção no código baseado no método de Brown and Root. Apesar da assunção de resultados do código DNV serem conservativos, pode-se verificar que este, são próximos aos calculados pelo método 1 do Eurocódigo, que acaba também por não valorizar muito o método. O mesmo poderá ser dito do código desenvolvido por Rudge and Fei, onde os resultados são praticamente da mesma ordem de grandeza do método 1, com aumento de tensões nas barras com maiores comprimentos em secções intermédias da torre. Relativamente ao British Standards, pelo facto 123 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices de a relação de velocidades encontrarem-se fora do intervalo de Lock-in, não apresenta resultados no procedimento efetuado no programa desenvolvido. Ou seja, do que foi obtido, fará sentido avaliar e analisar os métodos que mais se aproximam a situação realista, o mesmo que dizer, o método de Brown and Root e o método 2 do Eurocódigo. 8.2.2.1. Resultados da avaliação à fadiga Para os resultados obtidos e as tensões calculadas, utilizando os pressupostos de análise a fadiga apresentada no capítulo 7 e o que foi referido nos pontos anteriores deste capítulo, poderá ser obtido para as barras que não cumprem a verificação do intervalo de tensões à amplitude constante, as seguintes conclusões. Para o estado de serviço, admitindo a ocorrência de tensões máximas. Diagonais 473 474 475 476 477 … 585 586 587 588 589 590 591 592 593 594 595 596 597 598 599 600 … 651 652 653 654 655 656 669 670 671 672 673 … 710 711 712 Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Δσcaract (MPa) N (ciclos resistentes) Intervalo de tempo para rotura – entre dias 136.456 1.85E+05 4.2 24.7 136.456 1.85E+05 4.2 24.7 136.456 1.85E+05 4.2 24.7 136.456 1.85E+05 4.2 24.7 136.456 1.85E+05 4.2 24.7 317.834 317.834 317.834 317.834 317.834 317.834 317.834 317.834 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.47E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 1.78E+04 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 412.902 412.902 412.902 412.902 412.902 412.902 387.846 387.846 387.846 387.846 387.846 6.69E+03 6.69E+03 6.69E+03 6.69E+03 6.69E+03 6.69E+03 8.07E+03 8.07E+03 8.07E+03 8.07E+03 8.07E+03 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 2.1 2.1 2.1 2.1 2.1 2.1 2.3 2.3 2.3 2.3 2.3 287.126 287.126 287.126 1.99E+04 1.99E+04 1.99E+04 0.5 0.5 0.5 2.6 2.6 2.6 Fig. 8.21. – Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão máxima – método 2 com inclusão da turbulência. 124 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Diagonais 397 398 399 400 401 402 403 404 405 406 407 408 … 446 447 455 456 457 458 … 585 586 587 588 589 590 591 592 593 594 595 596 ... 737 738 739 740 Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 sem inclusão dos efeitos da turbulência Δσcaract (MPa) N (ciclos resistentes) Intervalo de tempo para rotura – entre dias 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 278.36 2.18E+04 0.3 1.7 267.346 2.46E+04 0.4 18.4 267.346 2.46E+04 0.4 18.4 267.346 2.46E+04 0.4 18.4 267.346 2.46E+04 18.4 560.684 560.684 535.704 535.704 535.704 535.704 2.67E+03 2.67E+03 3.06E+03 3.06E+03 3.06E+03 3.06E+03 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 422.856 422.856 422.856 422.856 422.856 422.856 422.856 422.856 403.306 403.306 403.306 403.306 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 6.23E+03 7.18E+03 7.18E+03 7.18E+03 7.18E+03 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.2 0.2 0.2 0.2 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.7 2.7 2.7 2.7 358.148 358.148 358.148 358.148 1.03E+04 1.03E+04 1.03E+04 1.03E+04 0.2 0.2 0.2 0.2 2.6 2.6 2.6 2.6 Fig. 8.22. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão máxima – método 2 sem inclusão da turbulência. Deverá se referir que as últimas colunas são determinadas para o período referente aos ciclos resistentes ao intervalo de tensão máxima e para o dano acumulado dado pelo espetro proposto pelo CICIND, respetivamente. Para o estado de serviço, com tensão máxima passada para a combinação frequente. Diagonais 473 474 475 476 477 569 570 571 572 585 586 587 588 589 590 591 592 Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Δσfreq (MPa) N (ciclos resistentes) Intervalo de tempo até rotura (dias) 136.456 2.32E+07 24.7 136.456 2.32E+07 24.7 136.456 2.32E+07 24.7 136.456 2.32E+07 24.7 136.456 2.32E+07 24.7 338.662 1.52E+06 2.3 338.662 1.52E+06 2.3 338.662 1.52E+06 2.3 338.662 1.52E+06 2.3 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 317.834 1.83E+06 2.5 520.6 520.6 520.6 520.6 520.6 31.5 31.5 31.5 31.5 41.5 41.5 41.5 41.5 41.5 41.5 41.5 41.5 125 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 593 594 595 596 597 598 599 600 641 642 643 644 645 646 647 648 707 708 709 710 711 712 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 297.688 437.324 437.324 437.324 437.324 437.324 437.324 437.324 437.324 287.126 287.126 287.126 287.126 287.126 287.126 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 2.23E+06 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 7.03E+05 2.49E+06 2.49E+06 2.49E+06 2.49E+06 2.49E+06 2.49E+06 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2.7 2 2 2 2 2 2 2 2 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 55.2 55.2 55.2 55.2 55.2 55.2 55.2 55.2 12.7 12.7 12.7 12.7 12.7 12.7 12.7 12.7 58.7 58.7 58.7 58.7 58.7 58.7 Fig. 8.23. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – método 2 com inclusão da turbulência. Diagonais 397 398 399 400 401 402 403 404 405 406 … 450 451 452 453 563 591 592 593 594 595 596 … 730 731 732 733 734 735 736 737 738 739 740 Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 sem inclusão dos efeitos da turbulência Δσfreq (MPa) N (ciclos resistentes) Intervalo de tempo até rotura (dias) 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 278.36 2.73E+06 1.7 267.346 3.08E+06 18.4 267.346 3.08E+06 18.4 41.6 41.6 41.6 41.6 41.6 41.6 41.6 41.6 51.5 51.5 560.684 560.684 560.684 535.704 464.49 422.856 422.856 403.306 403.306 403.306 403.306 3.34E+05 3.34E+05 3.34E+05 3.83E+05 5.87E+05 7.78E+05 7.78E+05 8.97E+05 8.97E+05 8.97E+05 8.97E+05 1 1 1 1 2.1 2.5 2.5 2.7 2.7 2.7 2.7 2.9 2.9 2.9 3.6 11.2 17.6 17.6 22.2 22.2 22.2 22.2 374.368 374.368 374.368 358.148 358.148 358.148 358.148 358.148 358.148 358.148 358.148 1.12E+06 1.12E+06 1.12E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 1.28E+06 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 2.6 27 27 27 30.1 30.1 30.1 30.1 30.1 30.1 30.1 30.1 Fig. 8.24. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – método 2 com inclusão da turbulência. Deste modo, pode-se concluir que a abordagem por combinação frequente apresentará resultados mais realistas, nas avaliações pelos dois procedimentos do método 2. Ainda assim, poderá se verificar que o período de dano por fadiga é muito curto, com um gigantesco afastamento do período estimado de vida 126 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices útil da estrutura. Não se poderá deixar de referir que os cálculos são teóricos, podendo na realidade obter resultados diferentes na fase de exploração, mas, no entanto, as conclusões são preocupantes, o que leva a que se faça a um novo estudo das diagonais projetadas para a torre exemplo. É evidente que estas terão de ser alteradas, de modo que seja verificado a segurança, principalmente as que não cumprem os requisitos de fadiga. Fig. 8.25. – Intervalo de diagonais que poderão sofrer dano por fadiga, segundo o método 2 com inclusão de turbulência. Fig. 8.26. - Intervalo de diagonais que poderão sofrer dano por fadiga, segundo o método 2 sem inclusão de turbulência. 127 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Não é expectável que se obtenha tais resultados para estruturas semelhantes, o mesmo vale dizer que não se estará a criticar o dimensionamento efetuado. Contudo, não se poderá desprezar a possibilidade de fissuração em algumas diagonais, principalmente as que pertencem ao intervalo determinado pelo método 2 com inclusão da turbulência, por fazer mais sentido e apresentar resultados não muito conservativos, com a possibilidade também de rotura da ligação. Para os outros códigos de avaliação do desprendimento de vórtices. Admitindo as mesmas curvas de resistências utilizadas para a avaliação de fadiga do Eurocódigo 3 (categoria de pormenor 71) e efetuando uma análise semelhante à realizada para os métodos regulamentares, obtém-se para as diagonais os valores a seguir apresentados (alguns casos). De realçar, que o período calculado para cada diagonal tem em conta um fator de banda igual ao intervalo de Lockin para cada código, como é referido no capítulo 6, também, a tensão calculada é afetada do coeficiente de redução para combinação frequente. Diagonais 514 515 516 588 589 590 591 592 593 594 595 596 597 598 599 600 641 642 643 644 645 646 647 648 649 650 656 669 670 671 672 673 674 675 676 677 678 679 680 681 682 683 128 Δσ (MPa) 54.668 54.668 54.668 78.692 78.692 78.692 78.692 78.692 75.056 75.056 75.056 75.056 75.056 75.056 75.056 75.056 113.294 113.294 113.294 113.294 113.294 113.294 113.294 113.294 108.106 108.106 108.106 103.198 103.198 103.198 103.198 103.198 103.198 103.198 103.198 98.534 98.534 98.534 98.534 98.534 98.534 98.534 DNV N (ciclos resistentes) 3.60E+08 3.60E+08 3.60E+08 1.21E+08 1.21E+08 1.21E+08 1.21E+08 1.21E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 1.39E+08 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.05E+07 4.66E+07 4.66E+07 4.66E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 5.35E+07 6.15E+07 6.15E+07 6.15E+07 6.15E+07 6.15E+07 6.15E+07 6.15E+07 T (dias) 2349.623 2349.623 2349.623 584.933 584.933 584.933 584.933 584.933 740.372 740.372 740.372 740.372 740.372 740.372 740.372 740.372 148.331 148.331 148.331 148.331 148.331 148.331 148.331 148.331 183.104 183.104 183.104 224.956 224.956 224.956 224.956 224.956 224.956 224.956 224.956 274.664 274.664 274.664 274.664 274.664 274.664 274.664 Δσ (MPa) 131.818 131.818 131.818 205.018 205.018 205.018 205.018 205.018 196.108 196.108 196.108 196.108 196.108 196.108 196.108 196.108 307.814 307.814 307.814 307.814 307.814 307.814 307.814 307.814 294.768 294.768 294.768 282.304 282.304 282.304 282.304 282.304 282.304 282.304 282.304 270.35 270.35 270.35 270.35 270.35 270.35 270.35 Brown and Root N (ciclos T (dias) resistentes) 2.57E+07 142.87 2.57E+07 142.87 2.57E+07 142.87 6.83E+06 29.015 6.83E+06 29.015 6.83E+06 29.015 6.83E+06 29.015 6.83E+06 29.015 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 7.80E+06 36.215 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.02E+06 6.83 2.30E+06 8.289 2.30E+06 8.289 2.30E+06 8.289 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.61E+06 10.031 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 2.98E+06 12.097 Δσmáx (MPa) 29.896 29.896 29.896 53.234 53.234 53.234 53.234 53.234 50.774 50.774 50.774 50.774 50.774 50.774 50.774 50.774 90.944 90.944 90.944 90.944 90.944 90.944 90.944 90.944 86.78 86.78 86.78 82.842 82.842 82.842 82.842 82.842 82.842 82.842 82.842 79.098 79.098 79.098 79.098 79.098 79.098 79.098 R&F N (ciclos resistentes) 2.20E+09 2.20E+09 2.20E+09 3.90E+08 3.90E+08 3.90E+08 3.90E+08 3.90E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 4.49E+08 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 7.82E+07 9.00E+07 9.00E+07 9.00E+07 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.03E+08 1.19E+08 1.19E+08 1.19E+08 1.19E+08 1.19E+08 1.19E+08 1.19E+08 T (dias) 19155.667 19155.667 19155.667 2519.241 2519.241 2519.241 2519.241 2519.241 3188.755 3188.755 3188.755 3188.755 3188.755 3188.755 3188.755 3188.755 382.357 382.357 382.357 382.357 382.357 382.357 382.357 382.357 471.985 471.985 471.985 579.827 579.827 579.827 579.827 579.827 579.827 579.827 579.827 707.95 707.95 707.95 707.95 707.95 707.95 707.95 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 684 697 … 705 706 707 708 709 710 711 712 98.534 94.122 6.15E+07 7.06E+07 274.664 331.542 270.35 258.94 2.98E+06 3.39E+06 12.097 14.47 79.098 75.554 1.19E+08 1.36E+08 707.95 854.63 89.944 89.944 89.944 89.944 89.944 89.944 89.944 89.944 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 8.09E+07 392.681 392.681 392.681 392.681 392.681 392.681 392.681 392.681 248.054 248.054 248.054 248.054 248.054 248.054 248.054 248.054 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 3.85E+06 17.06 17.06 17.06 17.06 17.06 17.06 17.06 17.06 72.2 72.2 72.2 72.2 72.2 72.2 72.2 72.2 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1.56E+08 1012.242 1012.242 1012.242 1012.242 1012.242 1012.242 1012.242 1012.242 Fig. 8.27. - Resultados para algumas diagonais da avaliação de fadiga para o intervalo de tensão frequente – outros códigos de análise. O que se poderá concluir nesta análise é o que já tinha sido referido anteriormente, precisamente, os resultados do método proposto por Brown and Root, atingirem valores aproximados ao método 2 apresentado anteriormente. Com as adaptações feitas, isto é, usando a definição do Eurocódigo do número de ciclos para o intervalo de tensão calculado e afetando o valor desse mesmo intervalo por um coeficiente para análise ao nível de serviço frequente, obtém-se uma estimativa de comparação para com o próprio Eurocódigo. Neste sentido, não se estará a efetuar a análise verdadeiramente correta, mas que servirá para fins comparativos. Aproveitando-se do código baseado no método da empresa Brown and Root, pode-se realizar uma análise complementar, de acordo com o procedimento de análise a fadiga proposto. Deste modo, para o mesmo exemplo utilizado no subcapítulo anterior, da diagonal 588, da secção 15, e para os passos descritos no capítulo 6 sobre a abordagem à fadiga segundo este procedimento, tem-se: Quadro 8.9. – Dados da diagonal 588 para análise dos efeitos de desprendimento de vórtices. Diagonal 588, da secção S15 Número de Strouhal St 0,18 Comprimento l 7,981 Diâmetro D 139,7 Espessura t 3 Coeficiente de frequência A1 9,87 Coeficiente de momento Fbm 9,87 Coeficiente de Van der Pol g 1,155 Massa por unidade de comprimento me (kg/m) 10,11 Inércia I 301,090 Frequência natural ns (Hz) 6,17 Velocidade crítica Vcrit (m/s) 4,786 Amortecimento estrutural ζ (%) 0,143 Parâmetro de estabilidade Ks 7,435 Comportamento Narrow Band (banda estreita) Velocidade Onset Von (m/s) 3,69 Velocidade Upper Vup (m/s) 7,27 Número de Reynolds Re 4,46E+4 Parâmetro de resposta Sg 1,514 Coeficiente lateral Cl 0.42 129 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Amplitude máxima ymáx (mm) 45,1 Momento M (kN.m) 4,42 Tensão σ (MPa) 102,51 Curva de resistência S-N Δσc=71 MPa 71/γMf Para estas condições da diagonal e os resultados obtidos, a análise à fadiga pode ser feita recorrendo a regram Palmgren-Miner de dano acumulado para o método proposto no código e relação de ciclos atuantes e resistentes (dados em termos de horas para dano em cada célula e de exposição), a partir da proposta do British Standards. Para os estudos de cada célula do intervalo de lock-in, poder-se-á recorrer ao gráfico da figura 8.28 para o comportamento em Narrow Band, tal como é o caso. Fig. 8.28. – Variação da amplitude de vibração para resposta em banda estreita de aplicação as células de fadiga. Finalmente, para a velocidade média do vento de 36,915 m/s, o tempo expectável de vida é dado pelo inverso do dano acumulado, determinado em termos anuais. Na figura a seguir representada, é feita a avaliação para a tensão máxima calculada pela formulação do código e para essa mesma tensão afetada do coeficiente de combinação frequente. 130 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.29. – Resultados da avaliação da fadiga, segundo Brown and Root – (1) para o intervalo de tensões máximas; (2) para o intervalo de tensões frequentes. A análise no intervalo de tensão no estado de serviço frequente (lembrando que o intervalo continua a ser o dobro da tensão provocada pela amplitude de vibração) foi realizada só para fins comparativos, 131 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices pois se estará a mesclar duas abordagens distintas, o que não é aconselhável. As horas calculadas para dano, são calculadas diretamente a partir da frequência própria da diagonal e as horas de exposição são retiradas do próprio método para situação de resposta em banda estreita, aproveitada do código British Standards. Em relação ao resultado de tempo de vida previsto para as duas situações, poderá se verificar que não cumpre a verificação à fadiga em uma primeira análise, como também o período expectável para dano é muito curto, mesmo para o segundo caso onde o resultado obtido foi maior. Como são cálculos teóricos, tais como os outros efetuados até este ponto, não se poderá afirmar que a rotura irá acontecer num determinado dia, como também não se poderá dizer que uma abordagem é a mais correta, principalmente para valores relativamente irrealistas como o do exemplo para situação de tensão máxima. Fica, no entanto, o alerta de todas as análises, para determinadas diagonais, que na pior situação poderão sofrer de danos provocados por ciclos do desprendimento de vórtice. 8.3. AVALIAÇÃO PARA UM REGISTO DE VELOCIDADE DE VENTO A leitura efetuada de velocidade do vento foi realizada para uma localização no território português em condições semelhantes à do terreno categoria II, de modo a servir de ponto de análise para uma situação de instalação da torre em contextos homólogos. O estudo realizado tem como o objetivo a determinação do coeficiente de ocorrência em estado de serviço para os diferentes métodos do Eurocódigo 1 (IPQ, 2010). Deste modo, poder-se-á ter a sensibilidade da frequência de velocidades de vento iguais que provocarão os efeitos adversos nas diagonais por desprendimento de vórtices. Com base nessa leitura diária, optou-se por recolher os registos da velocidade do vento nos últimos 3 meses até o mês da leitura incluído. A escolha foi feita só para fins de estudo recorrendo a página web www.wunderground.com, onde se pode retirar o registo de uma determinada data em termos diários, semanais ou mensais. Para o registo do dia 21 de Janeiro de 2016, a velocidade do vento média lida a 15 metros da cota de implantação da torre fora de 7,22 m/s para a zona de Chateauroux, França. Para este valor de velocidade e condições equivalentes às utilizadas na análise da diagonal 588, são obtidos os resultados da figura 8.30. 132 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.30. – Avaliação do fator de ocorrência para o estado de serviço para a velocidade registada (algumas diagonais). 133 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Admite-se que num período de 82 dias (meses de Novembro, Dezembro e Janeiro), ocorrerá dano provocado por fadiga e neste sentido calcula-se qual seria o fator de ocorrência a aplicar ao intervalo de tensões (tal como é mostrado na figura 8.30.) para cada diagonal em risco, determinado pelo método 2 com inclusão da turbulência (por representar a melhor abordagem neste caso); utilizando a distribuição de Weibull, com o parâmetro de forma igual a 2 e o parâmetro de escala igual a 20% dessa velocidade, tal como é considerado no Eurocódigo EN1-1-4 (Al Nur et al., 2014). Quadro 8.10.– Dados de registo da velocidade do vento e pormenor construtivo admitido. Altitude de Leitura z (m) Dia de leitura 15 21 de Janeiro 2016 Velocidade registada v (m/s) 7.222 Período de exposição T (dias) 82 Categoria do Pormenor Δσc (MPa) 71 Quadro 8.11. – Coeficiente de frequência para o estado de serviço. Método 1 EN1-1-4 Diagonal 588 Método 2 EN1-1-4 com inclusão dos efeitos de turbulência EN1-1-4 Método 2 sem inclusão dos efeitos de turbulência EN1-14 N (ciclos) ψ N (ciclos) ψ N (ciclos) ψ 1.83E+05 4.817 9.13E+04 0.543 9.13E+04 0.591 Como se poderá verificar, o fator de ocorrência é mais significativo no método 1, isto é, será provável que se verifique a segurança a fadiga, quando é feito a análise por este método. Já para o método 2, este fator é muito baixo, o que indica, que a probabilidade de rotura por fadiga no pormenor de ligação, é elevado no período de 82 dias, podendo mesmo ocorrer a rotura antes desse mesmo período. Para a diagonal 588, destacada na figura anterior, pode ser notado este facto, o que leva a uma nova reavaliação do projeto inicial ou aplicação de artifícios para aumento da rigidez do elemento. 8.3.1. ANÁLISE PARA O HISTORIAL DE 3 MESES De modo a confirmar os resultados procedeu-se à recolha de registos dos últimos 82 dias até ao dia 21 de Janeiro da velocidade do vento na mesma localização aleatória escolhida. Para melhor análise, tevese em consideração a posição das faces da torre e a variação da direção velocidade do vento neste período. Como a avaliação de todas as barras para o registo histórico recolhido seria de certo modo exaustiva, optar-se-á por analisar a diagonal 588, que vem sido tratada até agora. As posições cardeais adotadas para a torre exemplo, foram as seguintes dadas na figura 8.31.: 134 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 8.31. – Posicionamento da torre adotado (vista de cima). Com base no posicionamento adotado pôde-se definir duas direções principais de atuação: a primeira corresponde às posições Nordeste-Sudoeste, e a segunda Sudeste-Noroeste; de modo que se possa avaliar as vibrações nas diagonais para velocidades do vento num sentido e no outro. Para a diagonal 588, posicionada na face a Sudeste (SE), as velocidades do vento atuante são dadas no quadro 8.12. Quadro 8.12. – Velocidades médias diárias para a direção 2. Dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 v (m/s) Direção 2 1.612 2.864 7.972 4.309 2.357 0.735 1.677 1.145 8.672 2.083 1.524 1.971 0.990 0.643 0.990 0.363 0.000 0.516 0.376 3.947 8.250 4.785 0.965 2.872 5.314 4.858 1.195 6.137 2.373 7.464 4.469 0.696 Dias 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 v (m/s) Direção 2 0.748 3.974 1.820 2.229 1.493 1.140 0.224 2.077 3.055 3.260 0.687 1.072 2.114 4.200 2.165 2.069 1.353 2.054 6.776 5.271 4.333 4.433 3.965 1.715 2.593 2.373 5.905 3.414 8.475 3.294 6.187 0.378 Dias 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 v (m/s) Direção 2 3.732 8.937 4.984 6.698 2.184 5.812 9.575 3.056 0.000 2.526 3.251 2.987 3.225 0.888 4.788 2.270 1.228 5.107 135 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Para este cenário, procedeu-se à determinação do perfil de velocidades que sincroniza com a velocidade da barra, isto é, determina-se o intervalo de “Lock-in” para este intervalo de velocidades. Foi assim definido 3 intervalos de “Lock-in” para os métodos 1 e 2 do Eurocódigo e o método proposto pelas regras da empresa Brown and Root. Gráfico de variação da velocidade do vento por direção Noroeste a Sudeste 14.000 12.000 Método 1 EC1-1-4 Método 2 EC1-1-4 10.000 v (m/s) Brown and Root 8.000 6.000 4.000 2.000 0.000 0 20 40 Dias 60 80 100 Fig. 8.32. – Definição dos intervalos de sincronização e resposta em ressonância. Os intervalos de “Lock-in” foram definidos segundo o fator de largura de banda dado no Eurocódigo 1, que varia de 0,15 a 0,3, de acordo com o método (IPQ, 2010). A largura de “Lock-in” adotada pela empresa Brown and Root (tratado no capítulo 6) é igual a 0,83. Os cálculos realizados seguem as mesmas definições já tratadas e os mesmos parâmetros, com a exceção da probabilidade de Weibull, que para o caso recorre-se à ferramenta de cálculo no site http://wind-data.ch (METEOTEST) onde é possível determinar as variáveis de forma e de escala para o cálculo probabilidade de Weibull. A verificação de segurança à fadiga é dada pelo dano acumulado, determinado pelos 3 métodos e passa pela avaliação de velocidades no intervalo entre a velocidade Onset e Upper, tal como é dado no quadro a seguir apresentado. Quadro 8.13. – Valores limites que definem o intervalo de Lock-in. Intervalo de Lock-in Mét. 1 EC1 vcrit (m/s) 4.786 Mét. 2 EC1 BR vonset (m/s) vup (m/s) vonset (m/s) vup (m/s) vonset (m/s) vup (m/s) 4.068 5.504 4.427 5.145 3.685 7.656 São estes valores que definem os intervalos representados na figura 8.32. Nos quadros seguintes, são apresentados os resultados das tensões provocadas pelas amplitudes de vibrações nas velocidades do intervalo de Lock-in e os resultados do dano acumulado para cada um dos métodos referidos anteriormente, de modo que se possa confirmar a segurança à fadiga. 136 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 8.14. – Resultados de tensões provocadas para o método 1. Lock-in Dias v (m/s) 4 5.44 20 4.98 34 5.01 42 4.11 46 5.30 53 5.47 55 5.00 60 4.31 62 4.16 65 4.71 75 4.10 77 4.07 Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 1 Velocidade onset Velocidade upper yf, máx (m) σmáx (MPa) yf, máx (m) σmáx (MPa) 0.00E+00 0.00 2.51E-03 8.96 2.48E-04 0.89 3.30E-03 11.79 1.68E-04 0.60 3.24E-03 11.58 2.29E-03 8.17 3.99E-03 14.23 0.00E+00 0.00 2.75E-03 9.82 0.00E+00 0.00 2.46E-03 8.77 1.95E-04 0.70 3.26E-03 11.65 1.83E-03 6.53 3.99E-03 14.23 2.19E-03 7.81 3.99E-03 14.23 8.86E-04 3.16 3.77E-03 13.48 2.31E-03 8.26 3.99E-03 14.23 2.39E-03 8.53 3.99E-03 14.23 Quadro 8.15. – Avaliação de segurança à fadiga pelo dano acumulado. Δσmáx (MPa) 22.761 22.487 22.4 22.041 20.765 16.641 12.679 12.35 12.184 9.816 8.96 8.77 Avaliação de Segurança à fadiga Ciclos Ciclos resistente ni (dias) Ni Ti (dias) 0,003301 39915126 1101.866 0,138713 41392052 1138.588 0,183623 41876219 1150.743 0,575811 43955947 1203.08 0,568344 52567305 1425.05 0,272443 1.02E+08 2792.473 0,29894 2.31E+08 6530.293 1,178483 2.5E+08 7092.585 0,580512 2.6E+08 5855.715 0,946621 4.98E+08 11024.93 0,570217 6.54E+08 14472.63 0,324519 6.98E+08 15436.39 Dano acumulado Dano 3E-06 0.000122 0.00016 0.000479 0.000399 9.76E-05 4.58E-05 0.000166 9.91E-05 8.59E-05 3.94E-05 2.1E-05 1.72E-03 Quadro 8.16. – Resultados de tensões provocadas para o método 2. Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Lock-in Velocidade onset Velocidade upper Dias v (m/s) yf, máx (m) σmáx (MPa) yf, máx (m) σmáx (MPa) 20 4.98 4.45E-02 158.95 4.45E-02 158.95 34 5.014 4.45E-02 158.95 4.45E-02 158.95 55 5.002 4.45E-02 158.95 4.45E-02 158.95 65 4.708 4.45E-02 158.95 4.45E-02 158.95 Quadro 8.17. – Avaliação de segurança à fadiga pelo dano acumulado. Avaliação de Segurança à fadiga Ciclos Ciclos resistente Δσmáx (MPa) ni (dias) Ni Ti (dias) 317.90 0.15 1.47E+04 0.8286 317.896 0.36 1.47E+04 0.8335 Dano 0.18 0.43 137 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 317.896 317.896 0.44 0.13 1.47E+04 1.47E+04 Dano acumulado 0.8317 0.8011 0.53 0.17 1.32 Quadro 8.18. – Resultados de tensões provocadas para o método de Brown and Root. Lock-in Dias v (m/s) 4 5.436 20 4.98 22 6.036 25 6.704 26 6.129 31 5.638 34 5.014 41 3.854 42 4.112 46 5.298 52 6.649 53 5.467 54 5.593 55 5.002 59 7.449 60 4.307 62 4.155 65 4.708 67 6.288 70 7.333 72 3.855 75 4.102 76 3.769 77 4.069 79 6.04 82 6.443 Amplitudes segundo BR Velocidade onset Velocidade upper yf, máx (m) σmáx (MPa) yf, máx (m) σmáx (MPa) 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 4.51E-02 102.52 Avaliação de Segurança à fadiga Ciclos Ciclos resistente 138 Δσmáx (MPa) ni (dias) Ni 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 205.03 1.19 0.78 0.86 1.51 0.94 0.82 0.27 1.24 3.99 2.37 1.50 0.69 0.91 0.87 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 Ti (dias) 0.44 0.56 0.78 0.77 0.44 0.66 0.54 0.65 0.65 0.87 0.54 0.54 0.77 0.89 Dano 2.73 1.40 1.10 1.95 2.15 1.23 0.49 1.90 6.17 2.72 2.77 1.28 1.18 0.97 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 205.03 205.03 205.03 205.03 0.51 0.59 1.22 0.56 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 5.46E+04 Dano acumulado 0.43 0.54 0.78 0.77 1.17 1.08 1.57 0.73 32.59 Pode-se concluir tal como já tinha sido verificado nos cálculos regulamentares da ação do vento e os seus efeitos dados pelos códigos analisados neste trabalho, não só a diagonal 588 irá sofrer rotura, como também esta terá um período de vida útil muito inferior ao expectável. 8.4. COMENTÁRIOS FINAIS SOBRE O CAPÍTULO Feita as várias avaliações, poder-se-á dizer que não se verificará a segurança na torre aquando da avaliação da fadiga. Apesar de se considerar a ação atuante perfeitamente perpendicular à secção média onde irão surgir os vórtices, a probabilidade de formação de mecanismos a curto prazo é grande, pela perda de graus de hiperstacidade dada pelas prováveis falhas das diagonais de maior esbelteza. Em relação aos métodos analisados, destaca-se o método 2 com inclusão dos efeitos de turbulência, por apresentar valores que mais se aproximam à realidade. Na verdade, pode-se dar notoriedade para o método 2 e o método da empresa Brown and Root que neste caso apresentaram valores mais agravados em termos de expetativa de vida das barras diagonais. O método 1, apesar de sua versatilidade de utilização para várias estruturas, não reproduz resultados coerentes, o que poderá levar a decisões erróneas e desenlaces trágicos. 139 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 140 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 9 SOLUÇÃO PROPOSTA PARA MITIGAÇÃO DOS EFEITOS PROVOCADOS PELO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES 9.1. INTRODUÇÃO AO ANSYS FLUENT Foi possível verificar no capítulo anterior, que seria necessário instalar uma solução de atenuação ou supressão das vibrações induzidas pelo desprendimento, de modo a precaver e garantir a segurança. É evidente o facto de improvável falha de segurança de todas as diagonais no intervalo determinado num curto espaço de tempo, contudo não é impossível, a rotura por não verificação de segurança à fadiga em algumas. Neste sentido, é proposto uma metodologia de atenuação, com recurso a chapas retangulares soldadas as diagonais na direção que estas estão expostas. Nisso, será necessário realizar um ensaio simulando o caso real, tal como é feito em laboratório, quando possível, com recurso a túneis de vento. Para isso, recorrer-se-á ao programa ANSYS FLUENT, da mecânica dos fluídos. No software, será feito a definição da geometria, a criação da malha de elementos finitos para obtenção dos resultados discretos nas imediações da diagonal e da própria, e executado o procedimento de cálculo de acordo com os parâmetros estandardizados do programa. 9.2. SOLUÇÃO DESENVOLVIDA E MÉTODO DE CÁLCULO DO PROGRAMA Foi escolhido estudar uma diagonal do exemplo, de maneira que se possa comparar com os valores obtidos. Neste sentido, foi definido a geometria inicial do membro, com criação de um domínio a volta para simular o túnel de vento, garantido condições necessárias para evitar efeitos extremidade e de modo que a área de análise seja suficiente para atenuar as perdas residuais da ação simulada. 141 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 9.1. – Diagonal criada dentro do domínio de análise. As dimensões do domínio são dadas em função do diâmetro da diagonal, sendo que a altura é igual ao comprimento da diagonal. Em relação as dimensões, são dadas tal que: Fig. 9.2. – Dimensões para o domínio criado. A geração da malha é feita numa etapa própria do programa, após estar definido a geometria, e para o caso foi usado a criação para valores fixos de dimensão dos seus elementos. O método aplicado foi o de “Cutcell”, possibilitando um melhor refinamento da malha e obtenção de melhores resultados, como também cálculos e iterações feitas de forma mais rápida (Ansys, 2011). 142 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 9.3. – Malha gerada pelo programa, de acordo com o método estabelecido. Tendo definido das condições fronteira, nomeadamente, a descrição de quais seriam os elementos de parede e quais seriam os elementos que marcavam o inicio da propagação da velocidade do vento e o fim, poderá se proceder à escolha modelo turbulento adequado. Nesta análise optou-se por definir o modelo k-ε, compreendendo na resolução de duas equações de transporte para representação da turbulência do escoamento, o que potencia a consideração dos efeitos de convecção, difusão e dissipação de energia (Freitas, Barros e Paiva, 2015). A simulação é feita em CFD (Computational Fluid Dynamics), resolvendo as equações matemáticas de escoamento do fluído tendo em conta o número de iterações adotado, numa avaliação sem variação temporal com os resultados exprimidos nos coeficientes de força lateral e de arrasto (o coeficiente de força). Fig. 9.4. - Coeficientes de “Drag” e “Lift” (força de arrasto e lateral) obtidos do Histórico de convergência CFD. 9.2.1. SOLUÇÕES ADOTADAS É proposto soluções de “Fins” (barbatanas) soldadas nas diagonais a meio vão das barras, isto é, chapas retangulares de pequena espessura suficiente para atenuar os efeitos das vibrações do desprendimento de vórtice. Das soluções possíveis, são ensaiados 4 cenários, com as dimensões das chapas sendo dadas em função do diâmetro e do comprimento das diagonais. 143 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 9.5. - Solução de “Fins” a meio vão das diagonais. Quadro 9.1. – Cenários adotados para avaliação da atenuação do desprendimento de vórtices Cenários l d 1 1/4L 1/4D 2 1/3L 1/2D 3 1/2L 3/4D 4 2/3L D Como o processo de cálculo do CFD é demorado, a escolha de uma diagonal para análise foi feita antes de se conhecer as potenciais barras em risco de segurança, sendo assim, as dimensões diferem das pertencentes à diagonal 588, analisada anteriormente até este ponto. Para as dimensões da diagonal 621 escolhida, tem-se os seguintes dados no quadro 9.2: Quadro 9.2. – Valores das dimensões consideradas. Diagonal 621, secção 16 144 Diâmetro D (mm) 8,568 Espessura t (mm) 139,7 Comprimento L (m) 4 Cenários l (m) d (mm) 1 2,142 34,925 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 2 2,856 69,85 3 4,284 104,775 4 5,712 139,7 A simulação em CFD é feita para o modelo turbulento k-ε para duas formulações de três permitidas no programa: a Realizable e a Standard; ambas as formulações derivam uma da outra com adaptações de parâmetros necessários para resolução das equações envolvidas. Além de analisar as duas formulações do modelo, também é abordado duas situações de condições fronteira para a barra. Primeiro, será feito a análise admitindo condições de simetria das paredes do domínio transversais à propagação do fluído, ou seja, admite-se que a barra está isolada e livre no espaço tridimensional sem barreiras nas suas imediações; e de seguida em segundo ponto, admite-se que as faces transversais do domínio são paredes, representado desta forma estruturas ou elementos estruturais impedindo a interação com o ar e limitando os seus movimentos oscilatórios. Com base nisto, é efetuado a análise de forma análoga à descrita anteriormente no subcapítulo anterior e é obtido os seguintes valores dos coeficientes de força de arrasto e de força lateral para os modelos turbulentos analisados. Quadro 9.3. – Resultados do CFD para a condição de simetria nas faces laterais (interação livre com o ar em redor). Coeficientes de força Arrasto Lateral 0,291071 -0,076684 1 0,854989 0,010490168 2 1,416327 -0,00972517 3 2,912545 0,006629219 4 5,173955 -0,007553 Diagonal simples Modelo turbulento k-ε Standard Cenários Coeficientes de força Arrasto) Lateral 0,275326 -0,07730666 1 0,81134 0,034378 2 1,842208 -0,009145711 3 2,831477 0,009145711 4 5,056385 -0,0128579 Diagonal simples Modelo turbulento k-ε Realizable Cenários 145 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 9.4. - Resultados do CFD para a condição de parede nas faces laterais (obstáculos ao redor). Coeficientes de força DRAG (arrasto) LIFT (lateral) 0,290642 -0,0766085 1 1.252915 -0,01958819 2 1,842208 0,009145711 3 3,208734 -0,00249526 4 5,404507 0,000605991 Diagonal simples Modelo turbulento k-ε Standard Cenários Para a condição de parede só se efetuou a análise para a metodologia Standard devido ao demorado processamento, contudo pode-se verificar que para os cenários de soluções de maior dimensão há uma diferença maior em relação à condição de simetria. Desta forma, poderá ser dito que a condição real da barra seria algo intermédio entre os dois casos, com maior inclinação para o segundo. Pode-se averiguar que mesmo para uma solução de dimensões inferiores, há uma grande diminuição do coeficiente de força lateral, que traduz na diminuição das amplitudes de vibrações provocadas pelo desprendimento de vórtices, para as duas condições fronteiras analisadas. Contudo, fica claro que o aumento da área de contato do carregamento da ação do vento, provoca um grande aumento da força de arrasto, com maior expressividade no cenário 4 analisado, no entanto, foi assumido na análise uma solução de rigidez praticamente infinita o que não é a situação real. Todavia é de certa forma mais fácil de se resolver o aumento da força de arrasto com introdução de mais parafusos na ligação de acordo com a necessidade, em comparação aos efeitos que as vibrações transversais terão. A decisão da opção a adotar cabe sempre ao dono da obra, onde poderá aceitar o aumento da força de arrasto com garantia de revisão do projeto para a nova situação e solucionar o problema de ciclos de vibrações transversais que levam a prováveis danos por fadiga, avaliando a análise custo-benefício, onde é analisado os parâmetros relativos a custos de materiais, fiscalização e inspeção, e períodos de substituição de barras caso seja necessário. Deve-se referir que os valores obtidos para a diagonal simples, sem a solução, não são próximos aos dados pelo Eurocódigo 1 (cf=1,187 e clat=0,7). Todavia, seria necessário saber os pressupostos utilizados no Eurocódigo e os tipos de ensaios realizados e os parâmetros envolvidos, como também analisar as equações processadas no programa. Mas do modo geral analisando os resultados, pode-se concluir que se terá uma diminuição das oscilações transversais quando adotado esta solução, com base na relação entre os valores. O coeficiente de força lateral diminui mais do que 50% para o cenário mais simples. Deste modo, optouse por analisar mais um caso, em que para as mesmas propriedades geométricas determinadas para o cenário 1, fez-se no seu comprimento cortes alternados, de modo a obter chapas separadas de intervalos iguais. 146 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Quadro 9.5. – Comparação dos resultados do CFD para a condição de simetria nas faces laterais (interação livre com o ar em redor). Coeficientes de força DRAG (arrasto) LIFT (lateral) 0,291071 -0,076684 1 0,854989 0,010490168 Chapas alternadas com espaçamento igual 0,72885446 -0,01061 Diagonal simples Modelo turbulento k-ε Standard Cenários Assim sendo, esta solução não só é viável como também de fácil execução, para além de que para determinadas disposições fará com que o comportamento da diagonal seja ainda melhor. A solução tal como esta a ser analisada, interfere ao nível da esteira do escoamento de tal forma que interfere nas oscilações e o comprimento de encurvadura da diagonal, com a desvantagem de aumentar a força de arrasto. Mas com recurso a mais análises, é uma opção de grande potencial para melhorias de desempenho, principalmente para a disposição de chapas desfasadas e com inclinações variáveis. Fig. 9.6. – Configuração da solução cortada do cenário 1 no domínio de análise. Pelas figuras 9.7. e 9.8., pode ser visto a dissipação dos vórtices anteriormente formados na extremidade oposta a incidência e o perfil de velocidades na zona onde está instalada uma chapa. 147 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices Fig. 9.7. – Perfil de velocidades na barra – separação da camada limite e valores anulados de velocidade do vento (a azul). Fig. 9.8. – Dissipação dos Vórtices criados. Pode-se ainda optar por outras soluções de atenuação, tal como mostrado no anexo 3 deste trabalho a nível das alterações de propriedades, ou ainda disposições semelhantes ao que foi proposto, que interfiram com o mecanismo de desprendimento de vórtices e até mesmo posicionamentos espaciais diferentes do que foi usado (ensaios para outras posições que não a meio vão). Fig. 9.9. – Outros dispositivos aerodinâmicos de redução das amplitudes de vibrações provocadas pelo desprendimento de vórtices, que podem ser estudados para o caso das barras diagonais (Ahearn e Pucket, 2010). 148 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 9.3. COMENTÁRIOS FINAIS SOBRE O CAPÍTULO Aconselha-se a consultar os anexos respetivos às soluções, não só para análise dos resultados do CFD, mas também para a análise das soluções a nível de alterações geométricas e de resistência ou por aumento de rigidez das respetivas diagonais, recorrendo a barras suplementares para alteração das características de desempenho. Com base nos resultados obtidos no ensaio em Ansys Fluent, foi possível aplicar o coeficiente redutor dado no Eurocódigo 3 EN3-3-2 (CEN, 2006) para soluções de hélice de atenuação das vibrações provocadas pelo desprendimento de vórtices, com algumas modificações de modo a que se possa obter resultados semelhantes quando comparado os valores dos coeficientes de força lateral dos vários cenários com a situação simples da diagonal ensaiada. Não é uma formulação testada e comprovada, o que indica que poderá fornecer valores afastados da situação próxima à realidade ou até erróneos, contudo permite ter uma noção do impacto da solução aqui estudada nas outras diagonais a partir de um coeficiente α de afetação à amplitude de vibração calculada. Deste modo, a equação, que também foi introduzida no Software desenvolvido em VBA, é dada por: l 1 s L 9 d 22 (9.1) Em que ls representa o comprimento adotado para a “barbatana” a instalar na diagonal, L o comprimento da diagonal e d a largura da “barbatana”. A equação é adaptação da equação apresentada no Anexo B do EN3-3-2 para chaminés, onde para cintas helicoidais o expoente da equação 9.1, passa a ser 3. De igual forma, o leitor poderá ver no respetivo anexo a variação expectável com introdução desta solução. 149 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 150 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 10.1. CONCLUSÃO As análises de avaliação do desprendimento de vórtices ainda são contraditórias e não existem ainda corretas abordagens ao assunto. No entanto, foi possível distinguir pelas comparações dos métodos alguns pormenores referentes a cada uma dessas análises, que provaram para o caso de estudo será necessário avaliar os efeitos da ação dinâmica do vento nos membros esbeltos e muitos flexíveis. As abordagens do Eurocódigo não são claramente propícias ou até mesmo suficientes para correta avaliação do desprendimento (facto visto no método 1) onde os resultados são desajustados e incoerentes, na maioria dos casos, com valores dispersos quando comparado com os outros métodos. Para o método 2 proposto no Eurocódigo, os resultados obtidos na análise das diagonais da torre estudada foram satisfatórios e com boas aproximações das consequências expectáveis provocadas pelas vibrações surgidas do desprendimento de vórtices, principalmente para o caso da inclusão dos efeitos de turbulência. No que toca as conclusões para projeto de análise providenciado, os resultados obtidos estão de acordo com o que é racionalmente esperado. Pois para as barras esbeltas como as diagonais muito flexíveis, situadas a cotas inferiores (onde é mais experimentado o efeito de turbulência), são mais vulneráveis a excitação provocada pelo desprendimento de vórtices. Tal aspeto é consequência do prédimensionamento efetuado (da torre facultada), em que tais barras apresentam grandes comprimentos associados a uma provável errónea solução de pré-dimensionamento geométrico, ignorando a instalação de diagonais suplementares que contribuiriam para a rigidez da torre, levando a ter vãos menores de barras sujeitas à flexão e melhores características de desempenho a três dimensões e de todo o treliçado espacial. Como pode se comprovar não só estarão sujeitas a dano provocado por fadiga, como no limite poderão levar a falha total e colapso em serviço. A solução apresentada de atenuação mostrou ser satisfatória, podendo ser aplicada numa fase posterior, mesmo tendo sido negligenciando os fenómenos aeroelásticos do vento como o desprendimento de vórtices (após uma inspeção e verificação de necessidade de instalação). Pode-se concluir que para soluções de menores dimensões de chapas “barbatanas” soldadas nas diagonais, os efeitos são praticamente anulados otimizando desta forma o desempenho da torre. Contudo, dependendo da margem de segurança adotada no dimensionamento das diagonais quando sofrem oscilações na direção da atuação do vento, poderá ser necessário assegurar um aumento dos aparelhos de fixação, que para o caso de estudo possivelmente irá se traduzir na inclusão de mais parafusos de fixação; e dependendo do valor calculado da quantidade de parafusos e da análise em termos de custos, é possível beneficiar a 151 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices longo prazo com esta solução, diminuindo o número de inspeções e substituições de elementos no período de vida da torre. Poderá ser optado por outras soluções não apresentadas neste trabalho, ou até mesmo alterações a níveis das propriedades das barras (ver anexo). Chama-se a atenção ao leitor que toda a análise realizada e respostas determinadas são para o pior cenário possível de atuação da ação do vento na estrutura. Uma análise real deverá ser baseada no historial de ação do vento na zona de implantação ou então aproximações probabilísticas de carregamentos nas faces de acordo com o que é permitido pela legislação do país. Em relação ao programa desenvolvido em VBA, este servirá de apoio para estruturas semelhantes e com condicionalismos parecidos. Ainda como uma versão inicial, requer algumas adaptações e aprimoramentos, mas servirá o propósito se utilizado corretamente, facilitando ao utilizador, a determinação da ação do vento e os fenómenos que o acompanham, sem ter que recorrer à consulta enfadonha e exaustiva da norma. Pode ser feito a utilização do software em várias fases do projeto, tanto nas verificações finais, com a vantagem de proporcionar um relatório de parâmetros envolventes na análise, ao nível de cada um dos elementos de contraventamento da estrutura considerada, tal como foi programado para funcionar. 10.2. RECOMENDAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS O trabalho está direcionado as diagonais de torres treliçadas metálicas, analisando as suas secções tubulares circulares em termos de comportamento quando excitadas transversalmente devido aos desprendimentos de vórtices, onde no mesmo contexto foi avaliado a segurança à fadiga e a ocorrência de dano. Sendo assim, sugere-se a avaliação de uma torre real, com monitorização e determinações das variáveis associadas ao fenómeno, efetuando depois uma análise critica e comparativa, apoiada em métodos analíticos apresentados neste trabalho, especialmente o método 2 apresentado pelo Eurocódigo, com especial atenção às diferenças de inclusão ou não dos efeitos de turbulência. Dever-se-á ser estudado também as possibilidades de alteração das secções das diagonais, determinado até que ponto poderá ser possível introduzir cantoneiras, no lugar de secções tubulares circulares, avaliando os efeitos no escoamento e as possibilidades de ocorrência de grandes vibrações por desprendimento de vórtices, bem como verificação ao fenómeno de fadiga. Partindo desse ponto, seria um novo desafio aumentar a capacidade de cálculo do software desenvolvido, adicionando novas secções à sua base de dados e avaliando os resultados obtidos, com posição critica. O mesmo se refere a solução apresentada e avaliada em Ansys Fluent. Poderão ser adotadas novas disposições ou até ainda, para as disposições apresentadas neste trabalho, desfasar os seus alinhamentos, de modo a diminuir a força de arrasto; reposicionar em outros pontos das barras diagonais, diminuir a área da solução por cortes mais afastados, de modo a obter resultados ótimos em termos de redução da força lateral gerada pelo desprendimento e pouca afetação dos movimentos na direção da atuação do vento. Ainda se sugere também uma avaliação da aplicação da distribuição de Weibull para determinação dos ciclos provocados pelo desprendimento de vórtices, usufruindo das ferramentas já divulgadas na criação de um algoritmo de cálculo para diferentes casos de leitura de velocidades do vento, desviando assim da formulação regulamentar e criando uma base de comparação. 152 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices O fenómeno de desprendimento de vórtices e as vibrações que produz em estruturas semelhantes está em contínuo estudo, com adaptações dos processos de cálculos e novas análises e modelos matemáticos. Nem sempre é tido em consideração o seu estudo nas estruturas do tipo, principalmente pela assunção de escoamento “atravessando” a estrutura no espaço tridimensional total e não “contornando” cada elemento particular, isto é, por não se tratar de corpos singulares isolados tipo chaminés ou mastros, assume-se que haverá uma diminuição da ação do vento nos elementos isolados e é estudado secções discretizadas da torre formadas por estas barras, avaliando as áreas de contorno totais dessas afetada pelo coeficiente de forma. Desta forma, com este trabalho espera-se a sensibilização da necessidade de avaliação particular de barras pertencentes a torres treliçadas e análise de novas propostas de estudo a medida que estas surjam. 153 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices 154 Otimização de torres de telecomunicação metálicas tubulares treliçadas, sujeitas à ação do vento, incluindo o desprendimento de vórtices REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHEARN, Emily B.; PUCKET, Jay A. (2010) - Reduction of Wind-Induced Vibration in High-Mast Light Poles Department of Civil and Architectural Engineering, 1000 East University Avenue Laramie, WY 82071 United States: UNIVERSITY OF WYOMING, Laramie. AL NUR, Maglub [et al.] (2014) - 10th International Conference on Mechanical Engineering, ICME 2013Analysis of Wind Energy Conversion System Using Weibull Distribution. Procedia Engineering [Em linha]. 90: 725-732. 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Verificação do cálculo efetuado nesta fase. 6 Definição das condições de apoio das diagonais 2º passo – Cálculo da velocidade média do vento e a sua ação – Botão de arranque “Ação do vento EC1-1-4” Seleção da categoria do terreno. Avança para a janela de cálculo. Coeficientes para cálculo do valor característico da velocidade média do vento, incluindo definição da zona. Botão de arranque para análise discretizada da ação do vento por barras. Valor da velocidade base do vento. Efetuar os cálculos após definição de parâmetros necessários, assim com estão definidos. 7 Redireciona para o Menu inicial, de modo a seguir sequência do programa. Resultados em lista da ação em cada diagonal. 3º passo – Avaliação de segurança para vibrações do desprendimento de vórtices – segundo o Eurocódigo EN1991-1-4 – Botão de comando “Vortex Shedding -EC1-1”. Tabela de diagonais que não cumprem a condição de dispensa de análise da ação do vortex shedding. 8 Verificação à ovalização. Método 1 de cálculo da ação transversal provocada. Método 2 de cálculo da ação transversal provocada. Redireciona para o Menu inicial, para proceder com as etapas. 4º passo – Avaliação de segurança das vibrações do desprendimento de vórtices segundo outros autores - Botão de comando “Vortex Shedding - Análise”. Métodos de avaliação do desprendimento de vórtices. Fatores de afetação considerados. Botão de cálculo da ação do desprendimento de vórtices. 9 10 Botão de cálculo para verificação. Definição da categoria do pormenor. Resistência das secções dada pelos seus esforços resistentes. Verificação ao intervalo de tensão à amplitude constante. Tempo de vida do elemento estrutural para o intervalo de tensão frequente. 5º passo – Verificação de segurança à fadiga provocada por vibrações induzidas pelo desprendimento de vórtices – Botão “Verificações EC3” Tempo de vida avaliado para os outros métodos. Avança para as fases finais do programa. 6º passo – Análise de um caso real (optativo) – “Ação do vento”. Botão de arranque para exemplo de um historial real para avaliação da fadiga. Opções de escolha para analisar ou não o caso prático. 11 7º passo – Soluções de atenuação ou anulação das vibrações laterais induzidas pelo desprendimento – “Solução de Atenuação”. Botão de determinação das soluções ao nível das propriedades e da geometria de cada diagonal. Solução de chapas. Copiar os valores para a folha de resultado. Definição da geometria a instalar. 12 Reavaliação das diagonais com a solução instalada. Copiar os valores e o coeficiente de redução que introduz nas diagonais na folha de cálculo. A2. RESULTADOS OBTIDOS PARA AS DIAGONAIS DO PROJETO DE TORRE TRELIÇADA DESTACADO: DIAGONAL 588 S15 Para mais informações, consulte o ficheiro “Tabelas” no CD que acompanhe esta dissertação. 13 14 Quadro 2.1. – Dados relativos ao cálculo da ação provocada pela velocidade média característica do vento. Categoria do terreno vb (m/s) Tipo de superfície Esbelteza efetiva Índice de cheios Amortecimento estrutural II 27 Aço - superfície lisa Cilindros de base circular 1 δs ζs Decremento logarítmico Amortecimento associado 0.015 0.24% Quadro 2.2. – Resultados da ação provocada pelo vento atuante nas diagonais. Diagonais 193 194 195 196 … 588 589 590 591 592 593 594 595 596 597 598 599 600 … D (mm) 76.1 76.1 76.1 76.1 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 139.7 Determinação da ação característica do vento atuante Propriedades da diagonal Velocidade média e Ação provocada vcrit (m/s) vm (m/s) n1 (Hz) St zmed (m) Iv (m) Re (vp) qp (kPa) 28.03 0.18 11.85 183.9 0.122 42.118 2.91E+05 2.054 28.03 0.18 11.85 183.9 0.122 42.118 2.91E+05 2.054 28.03 0.18 11.85 183.9 0.122 42.118 2.91E+05 2.054 28.03 0.18 11.85 183.9 0.122 42.118 2.91E+05 2.054 6.167 6.167 6.167 6.167 6.167 5.882 5.882 5.882 5.882 5.882 5.882 5.882 5.882 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 4.786 4.786 4.786 4.786 4.786 4.565 4.565 4.565 4.565 4.565 4.565 4.565 4.565 66.7 66.7 66.7 66.7 66.7 60.9 60.9 60.9 60.9 60.9 60.9 60.9 60.9 0.139 0.139 0.139 0.139 0.139 0.141 0.141 0.141 0.141 0.141 0.141 0.141 0.141 36.915 36.915 36.915 36.915 36.915 36.448 36.448 36.448 36.448 36.448 36.448 36.448 36.448 4.83E+05 4.83E+05 4.83E+05 4.83E+05 4.83E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 4.78E+05 1.68 1.68 1.68 1.68 1.68 1.648 1.648 1.648 1.648 1.648 1.648 1.648 1.648 cf 1.168 1.168 1.168 1.168 cscd 1.107 1.107 1.107 1.107 Fw (kN) 0.55 0.55 0.55 0.55 1.176 1.176 1.176 1.176 1.176 1.179 1.179 1.179 1.179 1.179 1.179 1.179 1.179 1.07 1.07 1.07 1.07 1.07 1.069 1.069 1.069 1.069 1.069 1.069 1.069 1.069 2.356 2.356 2.356 2.356 2.356 2.373 2.373 2.373 2.373 2.373 2.373 2.373 2.373 15 650 651 652 653 654 655 656 669 670 … 683 684 697 698 699 700 701 702 … 707 708 709 710 711 16 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 5.889 5.889 5.889 5.889 5.889 5.889 5.889 5.621 5.621 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 5.506 5.506 5.506 5.506 5.506 5.506 5.506 5.256 5.256 37.7 37.7 37.7 37.7 37.7 37.7 37.7 31.9 31.9 0.151 0.151 0.151 0.151 0.151 0.151 0.151 0.155 0.155 33.988 33.988 33.988 33.988 33.988 33.988 33.988 33.131 33.131 5.47E+05 5.47E+05 5.47E+05 5.47E+05 5.47E+05 5.47E+05 5.47E+05 5.37E+05 5.37E+05 1.485 1.485 1.485 1.485 1.485 1.485 1.485 1.43 1.43 1.149 1.149 1.149 1.149 1.149 1.149 1.149 1.152 1.152 1.067 1.067 1.067 1.067 1.067 1.067 1.067 1.066 1.066 2.749 2.749 2.749 2.749 2.749 2.749 2.749 2.717 2.717 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 5.367 5.367 5.127 5.127 5.127 5.127 5.127 5.127 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 5.019 5.019 4.794 4.794 4.794 4.794 4.794 4.794 26.1 26.1 20.3 20.3 20.3 20.3 20.3 20.3 0.16 0.16 0.166 0.166 0.166 0.166 0.166 0.166 32.102 32.102 30.813 30.813 30.813 30.813 30.813 30.813 5.24E+05 5.24E+05 5.09E+05 5.09E+05 5.09E+05 5.09E+05 5.09E+05 5.09E+05 1.365 1.365 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.156 1.156 1.16 1.16 1.16 1.16 1.16 1.16 1.066 1.066 1.066 1.066 1.066 1.066 1.066 1.066 2.662 2.662 2.573 2.573 2.573 2.573 2.573 2.573 168.3 168.3 168.3 168.3 168.3 4.9 4.9 4.9 4.9 4.9 0.18 0.18 0.18 0.18 0.18 4.581 4.581 4.581 4.581 4.581 14.5 14.5 14.5 14.5 14.5 0.176 0.176 0.176 0.176 0.176 29.086 29.086 29.086 29.086 29.086 4.88E+05 4.88E+05 4.88E+05 4.88E+05 4.88E+05 1.182 1.182 1.182 1.182 1.182 1.164 1.164 1.164 1.164 1.164 1.066 1.066 1.066 1.066 1.066 2.429 2.429 2.429 2.429 2.429 Quadro 2.3. – Resultados das amplitudes de vibrações devidas ao desprendimento de vórtices. VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO DESPRENDIMENTO DE VÓRTICES Amplitudes segundo EC1-1-4 Método 1 Re (vcrit) Regime de escoamento Sc Clat yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Ka Cc kp yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Ka Cc kp yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 sem inclusão dos efeitos da turbulência vcrit (m/s) Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência vm (m/s) Diagonais Parâmetros de Escoamento 193 42.118 11.85 60119 Subcrítico 29.47 0.7 1.45E-03 0.32 24.33 1.268 0.02 3.89 9.39E-04 0.21 15.71 2 0.02 3.04 1.29E-03 0.2857 21.67 194 42.118 11.85 60119 Subcrítico 29.47 0.7 1.45E-03 0.32 24.33 1.268 0.02 3.89 9.39E-04 0.21 15.71 2 0.02 3.04 1.29E-03 0.2857 21.67 195 42.118 11.85 60119 Subcrítico 29.47 0.7 1.45E-03 0.32 24.33 1.268 0.02 3.89 9.39E-04 0.21 15.71 2 0.02 3.04 1.29E-03 0.2857 21.67 196 42.118 11.85 60119 Subcrítico 29.47 0.7 1.45E-03 0.32 24.33 1.268 0.02 3.89 9.39E-04 0.21 15.71 2 0.02 3.04 1.29E-03 0.2857 21.67 588 36.915 4.786 44573.61 Subcrítico 12.44 0.7 3.99E-03 0.06 14.23 1.166 0.02 2.04 4.45E-02 0.68 158.92 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8990 211.43 589 36.915 4.786 44573.61 Subcrítico 12.44 0.7 3.99E-03 0.06 14.23 1.166 0.02 2.04 4.45E-02 0.68 158.92 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8990 211.43 590 36.915 4.786 44573.61 Subcrítico 12.44 0.7 3.99E-03 0.06 14.23 1.166 0.02 2.04 4.45E-02 0.68 158.92 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8990 211.43 591 36.915 4.786 44573.61 Subcrítico 12.44 0.7 3.99E-03 0.06 14.23 1.166 0.02 2.04 4.45E-02 0.68 158.92 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8990 211.43 592 36.915 4.786 44573.61 Subcrítico 12.44 0.7 3.99E-03 0.06 14.23 1.166 0.02 2.04 4.45E-02 0.68 158.92 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8990 211.43 593 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 594 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 595 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 596 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 597 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 598 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 599 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 600 36.448 4.565 42515.37 Subcrítico 12.44 0.7 3.89E-03 0.05 13.26 1.154 0.02 2.07 4.37E-02 0.60 148.84 2 0.02 1.49 5.92E-02 0.8178 201.65 650 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 651 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 652 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 … … 17 653 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 654 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 655 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 656 33.988 5.506 61777.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.17E-03 0.10 20.95 1.094 0.02 1.82 6.08E-02 1.02 206.45 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.2539 254.43 669 33.131 5.256 58972.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.03E-03 0.09 19.54 1.07 0.02 1.85 5.98E-02 0.91 193.92 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.1424 242.82 670 33.131 5.256 58972.32 Subcrítico 10.36 0.7 6.03E-03 0.09 19.54 1.07 0.02 1.85 5.98E-02 0.91 193.92 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.1424 242.82 683 32.102 5.019 56313.18 Subcrítico 10.36 0.7 5.89E-03 0.08 18.23 1.04 0.02 1.90 5.84E-02 0.81 180.77 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.0415 231.85 684 32.102 5.019 56313.18 Subcrítico 10.36 0.7 5.89E-03 0.08 18.23 1.04 0.02 1.90 5.84E-02 0.81 180.77 2 0.02 1.45 7.49E-02 1.0415 231.85 697 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 698 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 699 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 700 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 701 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 702 30.813 4.794 53788.68 Subcrítico 10.36 0.7 5.76E-03 0.07 17.03 1.004 0.02 1.97 5.62E-02 0.71 166.31 2 0.02 1.45 7.49E-02 0.9504 221.49 … σmax (MPa) y,máx (m) Fw (kN/m) 24.69 3.99E-03 0.0647 42.55 0.16 19.38 19.74 24.69 3.99E-03 0.0647 42.55 0.16 195 19.74 24.69 3.99E-03 0.0647 42.55 196 19.74 24.69 3.99E-03 0.0647 42.55 588 42.86 10.42 1.73E-02 0.0835 589 42.86 10.42 1.73E-02 0.0835 Vr Ks 193 19.74 194 ζ (teórico) (%) Ks Comportamento Rudge and Fei - MIT Brown and Root DNV Diagonais … σmax (MPa) ζ (teórico) (%) Cl y,máx (m) Narrow Band 0.42 2.86E-03 30.44 0.24 19.38 Narrow Band 0.42 2.86E-03 30.44 0.16 19.38 Narrow Band 0.42 2.86E-03 0.16 19.38 Narrow Band 0.42 2.86E-03 39.35 0.14 7.44 Narrow Band 0.42 39.35 0.14 7.44 Narrow Band 0.42 Ks y,máx (m) σmax (MPa) Comportamento Cl 29.51 Broad band 0.4 8.60E-04 9.17 0.24 29.51 Broad band 0.4 8.60E-04 9.17 30.44 0.24 29.51 Broad band 0.4 8.60E-04 9.17 30.44 0.24 29.51 Broad band 0.4 8.60E-04 9.17 3.32E-02 75.56 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 26.62 3.32E-02 75.56 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 26.62 … 18 590 42.86 10.42 1.73E-02 0.0835 39.35 0.14 7.44 Narrow Band 0.42 3.32E-02 75.56 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 26.62 591 42.86 10.42 1.73E-02 0.0835 39.35 0.14 7.44 Narrow Band 0.42 3.32E-02 75.56 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 26.62 592 42.86 10.42 1.73E-02 0.0835 39.35 0.14 7.44 Narrow Band 0.42 3.32E-02 75.56 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 26.62 593 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 594 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 595 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 596 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 597 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 598 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 599 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 600 44.36 10.42 1.73E-02 0.0802 37.53 0.14 7.42 Narrow Band 0.42 3.33E-02 72.30 0.24 12.45 Broad band 0.4 1.17E-02 25.39 683 35.54 8.68 2.50E-02 0.0816 49.27 0.14 6.21 Narrow Band 0.42 5.21E-02 102.75 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 39.55 684 35.54 8.68 2.50E-02 0.0816 49.27 0.14 6.21 Narrow Band 0.42 5.21E-02 102.75 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 39.55 697 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 698 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 699 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 700 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 701 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 702 35.71 8.68 2.50E-02 0.0741 47.06 0.14 6.19 Narrow Band 0.42 5.23E-02 98.45 0.24 10.37 Broad band 0.4 2.01E-02 37.78 … … 19 Quadro 2.4. – Determinação do período de vida para as diagonais que não verificam a segurança à fadiga. MEMBROS Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Δσfreq (MPa) N (ciclos resistentes) Período para rotura (dias) Período para rotura (dias) N (ciclos resistentes) N (ciclos resistentes) Δσfreq (MPa) Δσcaract (MPa) Período para rotura (dias) Diagonais N (ciclos resistentes) Δσmax (MPa) Δσcaract (MPa) N (Mét.2) (ciclos) 193 7.36E+09 3.68E+09 48.666 473 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 194 7.36E+09 3.68E+09 48.666 474 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 195 7.36E+09 3.68E+09 48.666 475 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 196 7.36E+09 3.68E+09 48.666 476 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 477 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 520.6 397 278.36 2.18E+04 1.7 55.67 2.73E+06 41.6 398 278.36 2.18E+04 1.7 55.67 2.73E+06 41.6 399 278.36 2.18E+04 1.7 55.67 2.73E+06 41.6 400 278.36 2.18E+04 1.7 55.67 2.73E+06 41.6 437 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 438 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 439 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 588 1.63E+09 8.17E+08 28.466 478 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 589 1.63E+09 8.17E+08 28.466 479 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 590 1.63E+09 8.17E+08 28.466 480 136.456 1.85E+05 4.2 27.2912 2.32E+07 520.6 591 1.63E+09 8.17E+08 28.466 440 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 592 1.63E+09 8.17E+08 28.466 532 400.2 7.34E+03 0.1 80.04 9.18E+05 14.9 441 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 593 1.50E+09 7.48E+08 26.52 533 400.2 7.34E+03 0.1 80.04 9.18E+05 14.9 442 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 534 400.2 7.34E+03 0.1 80.04 9.18E+05 14.9 443 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 444 586.32 2.34E+03 0.9 117.26 2.92E+05 2.4 445 560.68 2.67E+03 1 112.14 3.34E+05 2.9 446 560.68 2.67E+03 1 112.14 3.34E+05 2.9 478 381.78 8.46E+03 2.5 76.36 1.06E+06 23.8 479 381.78 8.46E+03 2.5 76.36 1.06E+06 23.8 480 381.78 8.46E+03 2.5 76.36 1.06E+06 23.8 481 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 482 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 … 20 Estado de serviço à combinação frequente N (Met.1) (ciclos) Estado de serviço à combinação característica Amplitudes segundo EC1-1-4 - Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Estado de serviço à Estado de serviço à combinação combinação característica frequente Diagonais Tempo de vida=50anos Período para rotura (dias) Diagonais VERIFICAÇÃO DA FADIGA DEVIDA AS VIBRAÇÕES DO VORTEX SHEDDING 641 2.05E+09 1.03E+09 44.942 642 2.05E+09 1.03E+09 44.942 588 317.834 1.47E+04 0.3 63.5668 1.83E+06 41.5 643 2.05E+09 1.03E+09 44.942 589 317.834 1.47E+04 0.3 63.5668 1.83E+06 41.5 644 2.05E+09 1.03E+09 44.942 590 317.834 1.47E+04 0.3 63.5668 1.83E+06 41.5 645 2.05E+09 1.03E+09 44.942 598 297.688 1.78E+04 0.4 59.5376 2.23E+06 55.2 647 2.05E+09 1.03E+09 44.942 599 297.688 1.78E+04 0.4 59.5376 2.23E+06 55.2 648 2.05E+09 1.03E+09 44.942 600 297.688 1.78E+04 0.4 59.5376 2.23E+06 55.2 649 1.92E+09 9.62E+08 41.896 641 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 650 1.92E+09 9.62E+08 41.896 642 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 651 1.92E+09 9.62E+08 41.896 643 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 652 1.92E+09 9.62E+08 41.896 644 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 653 1.92E+09 9.62E+08 41.896 645 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 654 1.92E+09 9.62E+08 41.896 646 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 655 1.92E+09 9.62E+08 41.896 647 437.324 5.63E+03 0.1 87.4648 7.03E+05 12.7 656 1.92E+09 9.62E+08 41.896 669 1.81E+09 9.05E+08 39.076 680 361.532 9.96E+03 0.2 72.3064 1.25E+06 27 670 1.81E+09 9.05E+08 39.076 681 361.532 9.96E+03 0.2 72.3064 1.25E+06 27 671 1.81E+09 9.05E+08 39.076 682 361.532 9.96E+03 0.2 72.3064 1.25E+06 27 672 1.81E+09 9.05E+08 39.076 683 361.532 9.96E+03 0.2 72.3064 1.25E+06 27 684 361.532 9.96E+03 0.2 72.3064 1.25E+06 27 699 1.63E+09 8.13E+08 34.056 697 332.622 1.28E+04 0.3 66.5244 1.60E+06 36.4 700 1.63E+09 8.13E+08 34.056 698 332.622 1.28E+04 0.3 66.5244 1.60E+06 36.4 701 1.63E+09 8.13E+08 34.056 699 332.622 1.28E+04 0.3 66.5244 1.60E+06 36.4 702 1.63E+09 8.13E+08 34.056 700 332.622 1.28E+04 0.3 66.5244 1.60E+06 36.4 703 1.63E+09 8.13E+08 34.056 701 332.622 1.28E+04 0.3 66.5244 1.60E+06 36.4 704 1.63E+09 8.13E+08 34.056 705 1.57E+09 7.85E+08 31.828 710 287.126 1.99E+04 0.5 57.4252 2.49E+06 58.7 706 1.57E+09 7.85E+08 31.828 711 287.126 1.99E+04 0.5 57.4252 2.49E+06 58.7 707 1.57E+09 7.85E+08 31.828 712 287.126 1.99E+04 0.5 57.4252 2.49E+06 58.7 708 1.57E+09 7.85E+08 31.828 … 709 1.57E+09 7.85E+08 31.828 483 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 484 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 485 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 486 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 487 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 488 366.45 9.57E+03 2.7 73.29 1.20E+06 29.4 588 422.86 6.23E+03 2.5 84.57 7.78E+05 17.6 589 422.86 6.23E+03 2.5 84.57 7.78E+05 17.6 590 422.86 6.23E+03 2.5 84.57 7.78E+05 17.6 591 422.86 6.23E+03 2.5 84.57 7.78E+05 17.6 734 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 735 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 736 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 737 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 738 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 739 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 740 358.15 1.03E+04 2.6 71.63 1.28E+06 30.1 … … 21 Quadro 2.5. – Soluções propostas para atenuação ou anulação das vibrações provocados pelo desprendimento de vórtices. Amplitudes segundo EC1-1-4 Método 2 sem inclusão dos efeitos da turbulência Amplitudes segundo EC1-1-4 Método 1 Amplitudes segundo EC1-1-4 Método 2 com inclusão dos efeitos da turbulência Solução de "Fins" a meio vão α Mínimos valores das característica s geométricas Alterações ao nível da geometria Rigidez mínima Diagonais MEMBROS Clat yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Redução yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Redução yF,máx (m) Fw (kN/m) σmax (MPa) Redução 0.109 0.076 2.87E-04 0.005 1.199 89.09% 1.78E-03 0.030 7.444 89.09% 4.98E-03 0.084 20.827 89.09% 2.025 0.109 0.076 2.87E-04 0.005 1.199 89.09% 1.78E-03 0.030 7.444 89.09% 4.98E-03 0.084 20.827 89.09% 2.025 0.109 0.076 2.87E-04 0.005 1.199 89.09% 1.78E-03 0.030 7.444 89.09% 4.98E-03 0.084 20.827 89.09% 0.056 2.025 0.109 0.076 2.87E-04 0.005 1.199 89.09% 1.78E-03 0.030 7.444 89.09% 4.98E-03 0.084 20.827 89.09% 429.17 0.054 2.57 0.119 0.083 4.73E-04 0.007 1.687 88.15% 5.28E-03 0.080 18.839 88.15% 7.02E-03 0.107 25.064 88.15% 8.90E+08D^2 429.17 0.054 2.57 0.119 0.083 4.73E-04 0.007 1.687 88.15% 5.28E-03 0.080 18.839 88.15% 7.02E-03 0.107 25.064 88.15% 36.92 8.90E+08D^2 429.17 0.054 2.57 0.119 0.083 4.73E-04 0.007 1.687 88.15% 5.28E-03 0.080 18.839 88.15% 7.02E-03 0.107 25.064 88.15% 591 36.92 8.90E+08D^2 429.17 0.054 2.57 0.119 0.083 4.73E-04 0.007 1.687 88.15% 5.28E-03 0.080 18.839 88.15% 7.02E-03 0.107 25.064 88.15% 592 36.92 8.90E+08D^2 429.17 0.054 2.57 0.119 0.083 4.73E-04 0.007 1.687 88.15% 5.28E-03 0.080 18.839 88.15% 7.02E-03 0.107 25.064 88.15% 593 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 594 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 595 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 596 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 597 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 598 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 599 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 600 36.45 9.54E+08D^2 436.65 0.053 2.587 0.119 0.083 4.61E-04 0.006 1.572 88.15% 5.18E-03 0.072 17.645 88.15% 7.02E-03 0.097 23.905 88.15% 641 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 642 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% vm (m/s) (EI/A)mín D (mm) (D/L) L (m) 476 39.62 4.99E+08D^2 371.37 0.056 2.025 477 39.62 4.99E+08D^2 371.37 0.056 478 39.62 4.99E+08D^2 371.37 0.056 479 39.62 4.99E+08D^2 371.37 588 36.92 8.90E+08D^2 589 36.92 590 … 22 643 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 644 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 645 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 646 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 647 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 648 34.72 1.15E+09D^2 457.48 0.052 3.199 0.130 0.091 8.21E-04 0.015 2.925 86.98% 7.99E-03 0.147 28.462 86.98% 9.75E-03 0.179 34.712 86.98% 649 33.99 1.21E+09D^2 463.35 0.052 3.233 0.130 0.091 8.03E-04 0.013 2.727 86.98% 7.91E-03 0.132 26.873 86.98% 9.75E-03 0.163 33.118 86.98% 703 30.81 1.31E+09D^2 472.81 0.049 3.395 0.130 0.091 7.50E-04 0.010 2.216 86.98% 7.32E-03 0.093 21.648 86.98% 9.75E-03 0.124 28.831 86.98% 704 30.81 1.31E+09D^2 472.81 0.049 3.395 0.130 0.091 7.50E-04 0.010 2.216 86.98% 7.32E-03 0.093 21.648 86.98% 9.75E-03 0.124 28.831 86.98% 705 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 706 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 707 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 708 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 709 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 710 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 711 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% 712 29.09 1.28E+09D^2 469.92 0.048 3.495 0.130 0.091 7.33E-04 0.008 2.071 86.98% 6.61E-03 0.077 18.687 86.98% 9.75E-03 0.113 27.558 86.98% … Para mais informações, consultar o ficheiro “Tabelas” no CD que acompanha esta dissertação. 23 24 A3. RESULTADOS DE AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO DE CHAPAS SOLDADAS EM ANSYS FLUENT DIAGONAL 621 S16 Para mais informações, consulte o ficheiro “ANSYS FLUENT” no CD que acompanha esta dissertação. Quadro 3.1. – Dados da barra ensaiada. Diagonal 621, secção 16 Diâmetro D (mm) 8,568 Espessura t (mm) 139,7 Comprimento L (m) 4 Velocidade média v(m/s) 35,36 Cenários l (m) d (mm) 1 2,142 34,925 2 2,856 69,85 3 4,284 104,775 4 5,712 139,7 Cenários l d 1 1/4L 1/4D 2 1/3L 1/2D 3 1/2L 3/4D 4 2/3L D 25 ANÁLISE NO MODELO TURBULENTO k – ε STANDARD Quadro 3.2. – Resultados do ensaio realizado para condição de simetria. Diagonal 621 Simples Coeficientes de força registados cf cl Arrasto Lateral 0.291074 -0.07668398 Variação do cf Variação do cl Aumento em relação ao inicial - Redução em relação ao inicial - Cenário 4 5.173955 -0.007553 1677% 90% Cenário 1 0.854989 0.010490168 193% 86% Cenário 2 1.416327 -0.00972517 386% 87% Cenário 3 2.912545 0.006629219 900% 91% Exemplo de resultados obtidos – CENÁRIO 1. Fig. 3.1. – Domínio de ensaio e malha de elementos finitos em CUTCELL para a barra. Fig. 3.2. – Histórico de convergência dos coeficientes de arrasto e de força lateral para a velocidade média de 35,36m/s. 26 Fig. 3.3. – Mapa de distribuição de pressões a meio vão da barra. Fig. 3.4. – Mapa de distribuição de velocidades a meio vão da barra. Fig. 3.5. – Dispersão dos vórtices formados. 27 ANÁLISE NO MODELO TURBULENTO k – ε REALIZABLE Quadro 3.3. – Resultados do ensaio realizado para condição de simetria. Diagonal 621 Coeficientes de força registados Variação do cf Variação do cl -0.07730666 Aumento em relação ao inicial - Redução em relação ao inicial - 5.056385 -0.0128579 1737% 83% Cenário 1 0.81134 -0.03437798 195% 56% Cenário 2 1.842208 0.009145711 569% 88% Cenário 3 2.831477 0.007712614 928% 90% Arrasto Lateral Simples 0.275326 Cenário 4 Exemplo de resultados obtidos – CENÁRIO 1. Fig. 3.6. – Histórico de convergência dos coeficientes de arrasto e de força lateral para a velocidade média de 35,36m/s. Fig. 3.7. – Mapa de resultados para a solução de cenário 1. 28