Uploaded by tiago peixe

DO2 40-44

advertisement
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE EGAS MONIZ
Dentisteria Operatoria II
Apontamentos das aulas teóricas
Mafalda A. dos Santos Vilhena
3º ano, 2º semestre, 2011/2012
Dentisteria Operatória II
28 de Fevereiro de 2012
Resinas Compostas
Existem de 3 tipos de materais restauradores: polímeros (mais desenvolvidos na indústria),
cerâmicas e metais.
As resinas compostas são polímeros e têm na sua composição: pigmentos, substâncias
radiopacas e partículas inorgânicas.
Campos de Aplicação

Restaurações de:
Lesões de cárie
Fracturas
Lesões cervicais (muito claras):
- Por erosão: bulímia, limão/ananás, alimentos doces
- Por abfracção *
- Por abrasão **
* Na bolímia → desmineralização do esmalte → a restauração está comprometida
(as forças de adesão são maiores no esmalte)
** No ranger → deflecção dentária dos cristais → lesão cervical e não apenas oclusal

Resolução de problemas de estética, como por exemplo, alteração da forma, tamanho,
textura e cor;

Cimentação, utilizando para isso os cimentos de resina composta, em facetas, coroas,
inlays e onlays.
Resina composta porquê?
Porque tem uma carga inorgânica (sílica e partículas de vidro) e elementos adicionais (matriz
orgânica e carga inorgânica).
Mafalda dos Santos Vilhena | 2
Dentisteria Operatória II
Composição

Fase orgânica (ou matriz orgânica)

Bis-GMA

Bis-EMA

UDMA

TEGMA (controlador da viscosidade)
o 2 grandes grupos: acrilatos e uretanos
o Composta por: pigmentos, iniciador (tem compostos orgânicos, os
monómeros), activador e catalizador

Fase inorgânica (fase dispersa, carga ou partículas inorgânicas)
o Diferente fontes de sílica: quartzo vitroso, sílica pirolítica, sílica coloidal
o Vidros de Bário: Zn, B, Zr, Y, Li e Al

Agente de união
o Silano

Sistema de polimerização
o Activadores (luz)
o Iniciadores

Outros
o Opacos
o Pigmentos
2012
Mafalda dos Santos Vilhena | 3
Dentisteria Operatória II
As partículas tradicionais já não se usam. São muito grandes e quando eram polidas deixavam
poros e consequentemente superfícies rugosas
Por exemplo: 0,04um são 40 nm, teóricamente pertencia às nanoparticuladas, mas não têm
apenas partículas pequenas, têm também grandes.
Da associação de pequenas partículas com micropartículas surgem as micro-hibridas, e da
associação das pequenas partículas com as nanopartículas surgem as nano-hibridas, que são
as mais utilizadas.
Conceito Actual de Nanotecnologia
O conceito actual de nanotecnologia (NNI) corresponde à pesquisa e desenvolvimento na
escala do tamanho de 1 a 100 nm. Baseia-se então na criação e uso de estruturas, dispositivos
e sistemas com propriedades e funções inovadoras às suas dimensões.
Estas características conferem:
o Melhor acabamento
o Melhor estética
o Boa resistência mecânica.
Obriga à presença de nanopartículas na fase inorgânica porque as resinas não podem ter só
partículas pequenas.
Se existissem apenas substâncias pequenas, seria necessária muita matriz para as cobrir,
devido ao aumento da energia de superfície – razão pela qual as resinas microparticuladas têm
uma carga tão grande.
Surgem os “nanoclusters”, que são nano-aglomerados de resina composta já pré-polimerizada
com nanopartículas e partículas grandes.
Nano-híbridos
Quanto mais pequenas forem as partículas, maior a quantidade de matriz de resina, logo
usam-se partículas nano-aglomeradas, pois assim temos partículas maiores aliadas à
resistência.
Mafalda dos Santos Vilhena | 4
Dentisteria Operatória II
6 de Março de 2012
Resinas Compostas (continuação)
Propriedades: (importância da % carga-peso-volume)
Coeficiente de expansão térmica (propriedade comum a todos os materiais)
↑ temperatura, o corpo dilata
↓ temperatura, o corpo contrai
A cavidade oral está sujeita a variações de temperatura. Esta alteração tem impacto directo
nas restaurações porque numa situação de contracção do material, cria-se uma fenda que
pode levar a uma infiltração e consequentemente recidiva, sensibilidade pós-operatória ou
lesão pulpar (com necessidade de tratamento endodôntico).
O que varia dimensionalmente é a matriz orgânica, logo a variação é proporcional à fase
orgânica e inversamente proporcional à fase inorgânica:
↑ concentração da matriz →
↑ a absorção de água
→
Expansão hidroscópica
O aumento da absorção de água:
- altera a coesão das partículas
- faz com que alimentos como o vinho/café/chá, que são hidrolisados pela saliva, pigmentem
as restaurações
Contracção de polimerização (2-4%)
o Proporcional à fase orgânica, ou seja, à matriz
o Importância da fase inorgânica (% e do tipo de partículas) – quanto maior a carga
inorgânica, menos contraem
Ponto crítico: paredes de dentina (ex: parede gengival/cervical)
- existe mais material orgânico
- tem o meio sempre húmido (existe água) que não é favorável para o sistema adesivo
O que fazer?
Quando aplicada a luz, o material contrai para o centro. A contração é de 2-4% e nós não
podemos baixar a contracção de polimerização, mas podemos é diminuir os seus efeitos de
tensão
Como?
Não colocamos um “pedaço” enorme de material restaurador (diâmetro ≥ 5mm) para evitar
que a porção inferior não seja polimerizada e quando se der a polimerização, não se criem
fendas em toda a zona de contacto dente/material.
Quanto maior a camada de material restaurador, maior é a sua contracção.
Mafalda dos Santos Vilhena | 5
Dentisteria Operatória II
Fases da polimerização: activação, iniciação, propagação, terminação.
1. Paredes (zonas de maior aumento de temperatura)
2. Zonas de maior tensão
3. Técnica dos 2mm, para que a luz a possa atravessar
As resinas são fluídas o que lhes atribui a capacidade de escoamento. Por exemplo, numa box
oclusal com 5 paredes, uma parte fica toda aderida, 4 paredes ficam fininhas (aderidas) e outra
fica livre; aqui a resina ainda pode fluir/escoar. Se, por outro lado, se preencher a cavidade
com uma camada maior, tem muito mais superfície aderida com mais forças/tensões e tem-se
menos % de superfície livre para a resina poder fluir e compensar as tensões (apesar disso, a
contracção tem o mesmo valor).

Resinas fotopolimerizáveis:
- Usamos a técnica incremental, 2 em 2 mm
- Não podemos pôr em bloco.

Resinas autopolimerizáveis:
- Normalmente apresentam-se em duas pastas (catalisador e base)
- São postas em bloco (não é preciso usar a técnica incremental)
As paredes da cavidade são zonas de maior temperatura (37⁰) do que a temperatura
ambiente. Quando se põe a resina autopolimerizável, a reacção de polimerização é mais
rápida, essa temperatura mais elevada acelera a reacção. A resistência adesiva é mais rápida e
elevada, que combate a contracção que ocorre (neste tipo de resina, ela autopolimeriza toda
ao mesmo tempo).
Este tipo de resina não é tão usado porque não é estético.
Para além da reacção se iniciar, em geral, junto das zonas de maior temperatura (paredes da
cavidade) devemos usar uma técnica de inserção por camadas de 2mm e usar um sistema
adesivo de dupla polimerização + resina composta autopolimerizável.
Contracção polimerização
o Conceito de “Factor C”:
- Factor de configuração
- Relação: nº de superfícies aderidas do compósito à cavidade
nº superfícies não aderidas do compósito à cavidade
o Relevância:
- Para minimizar tensões de contracção
- Exemplos: cavidade classe I: 5/5 = 1 Minimizamos o efeito colocando
camadas finas que conduzem a uma menor área aderida
Mafalda dos Santos Vilhena | 6
Dentisteria Operatória II
Absorção da água (saliva)
Proporcional à fase orgânica
Degradação da matriz (degradação hidrolítica) e pigmentação
Resistência mecânica (compressão, tracção, cizalhamento, flexão e fadiga)
- Forças cíclicas de pequena magnitude – repetição
- Proporcional à fase inorgânica
↑ volume/% inorgânica ↑ resistência mecânica
Não é a matriz de resina que dá resistência (inversamente proporcional à fase orgânica)
Resistência à abrasão (desgaste)
Porosidades
 ↓ resistência mecânica do material

Porque enfraquece o material? Porque são zonas de tensão que se criam e podem
levar à fractura

Tornam a superfície irregular: ↑ acumulação de placa e ↑ pigmentação

Por exemplo:
- Nas resinas devido à não compactação das camadas
- Nas resinas autopolimerizáveis, se não misturar bem as 2 pastas
Estética
 Mimentismo da forma, textura e cor do dente
 Bisel
CONCLUSÃO:
Efeito da dimensão das partículas de carga inorgânica nas propriedades dos compósitos mais
relevantes em termos clínicos:
Menores:
↑ polimento, ↑ estética e ↑ resistência á abrasão
Mafalda dos Santos Vilhena | 7
Dentisteria Operatória II
Maiores:
↑ profundidade de polimerização
↓ absorção de água
↓ coeficiente de expansão térmica
↓contracção de polimerização
↑resistência mecânica
↑módulo de elasticidade (> rigidez)
Manipulação
- Polimento
- Preparação cavitária (fazer bisel? Onde?)
- Selecção da cor (antes do dente desidratar)
- Isolamento do dente (preferencialmente, com dique de borracha)
- Acabamento da preparação cavitária, matriz e cunha bem colocada
- Técnica adesiva
Porquê aplicar a técnica adesiva depois da matriz?
Se mexermos a cunha/matriz para a ajustar, podemos provocar hemorragia e temos de repetir
a técnica adesiva do início devido à contaminação.
Aplicação do compósito
- Controlo do aparelho de luz (radiómetro)
- Técnica por camadas
- Orientação da fonte de luz (o mais próximo e mais perpendicular à superfície)
- Duração da fotopolimerização (40 seg. ou 20 seg., segundo o fabricante) *
- Distância da fonte de luz (usar protecção visual)
- Acabamento e polimento
* Um compósito escuro ou com partículas pequenas, necessitam de mais tempo.
27 de Março de 2012
Adesão aos tecidos dentários
“etch and rinse”

3 passos: ácido + primer + bond

2 passos: ácido/primer + bond
“self-etch” ou “etch and dry”

1 passo: ácido/primer/bond

2 passos: ácido/primer + bond
Mafalda dos Santos Vilhena | 8
Dentisteria Operatória II
Serve para evitar: microinfiltração, retenção mecânica e retenção química.
A retenção química na dentina é mais difícil do que no esmalte (este tem valores de adesão
mais elevados) porque a dentina tem os túbulos dentinários e mais água.
Quando é que temos exposição dentinária?
Quando temos exposição do colo do dente e das raízes ou recessão gengival.
A adesão é usada numa box proximal porque há pouca retenção (se tiver uma lesão de cárie
proximal que não atinja a face oclusal eu não tenho retenção para a resina/amálgama, preciso
de adesão).
Quando é que faço uma MOD com box oclusal?
Quando tenho duas lesões de cárie independentes por oclusal e proximal, se a lesão de cárie
em oclusal for grande eu vou estende-la até à box proximal.

Adesão das resinas compostas ao esmalte
Por retenção micromecânica, através do ataque ácido/condicionamento ácido.
É feito através de ácido ortofosfórico 35-37%, que vem numa seringa, de cor
azul/verde/vermelho, líquido ou gel (é preferível pela sua fluidez, que se concentra onde nós
pretendemos e não escoa), durante 15/20 segundos.
Depois lava-se com água do jacto/da seringa, pelo menos, 15 segundos para tirar bem o gel da
superfície dentária. O gel desmineraliza o dente portanto se não lavarmos bem vão ficar
cristais de hidroxiapatite e bocados de gel à solta.
Secamos com ar e quando olhamos para a superfície do dente está baça/opaca e
microscópio vêem-se microporosidades.
ao
NOTA: No esmalte aumenta a energia de superfície e fica retentivo (melhor adesão).

Adesão das resinas compostas à dentina
É mecânica e química. A forma mais usual é o Etch and Rinse
Em primeiro lugar, usa-se o ácido ortofosfórico a 37% que vai abrir ainda mais os túbulos
dentinários que tinham smear layer (que são detritos devido à abertura do dente que sofreu
acção de corte, hidroxiapatite, água, colagénio, bactérias, proteínas salivares, etc.), ou seja,
remove o smear layer e os túbulos dentinários ficam expostos.
Entre os túbulos existe dentina intertubular e peritubular e o ácido vai desmineralizá-las,
diminuir a sua energia de superfície, e as fibras de colagénio (que estavam suportadas pela
dentina) ficam expostas e sem suporte, que então começam a colapsar e, portanto, é preciso
um composto que tenha acção contrária - primer/preparador da superfície/primário (EMA).
Mafalda dos Santos Vilhena | 9
Dentisteria Operatória II
Os primers, são solventes, monómeros, com álcool e acetona (pouco hidrofílicos). Como não
se quer uma superfície totalmente desidratada, alguns podem conter água. Os primers têm
também propriedades bi-funcionais que lhes permite unir o bond à dentina, através do HEMA
(hidroxil metacrilato)
Secamos e a seguir usamos o bonding/adesivo (resina fluida) que é hidrofóbico mas vai
penetrar nos túbulos graças ao primer que tem solventes (que podem ser água, álcool ou
acetona) e portanto tem uma parte hidrofílica e outra parte hidrofóbica (permitindo assim a
entrada do bonding nos túbulos)
O bond, tem monómeros. A sua estrutura fica coesa, com sustentação das fibras de colagénio
através da polimerização.
Como se une o primer ao bond?
Através de uma reacção de co-polimerização entre monómeros do primer e monómeros do
bond.
Por fim, restauramos.
Aos prolongamentos de resina chamamos de “resin tags”. À estrutura formada por dentina,
primer e adesivo chamamos de camada híbrida.
O que é mais importante? Uma camada híbrida intensa ou resin tags compridos?
Uma camada híbrida intensa.
NOTA: Na dentina, diminui a energia de superfície, logo a adesão está dificultada.
De que parâmetro depende o condicionamento ácido?
A % de ácido, do tempo de exposição/lavagem/secagem.
O ácido ortofosfórico é usado tanto para o esmalte como para a dentina
- Paredes de dentina: vestibular, lingual, mesial, distal, axio-pulpar
- Parede de esmalte: ângulo cavo-superficial
30 de Março de 2012
Adesão
Classe III, classe IV, overlay, slot
Formas de apresentação de sistemas adesivos:
Etch (ácido) and rinse (multifrascos)
- 1. (Et) + P + B
- 2. (Et) + P1 + P2 + B
- 3. (Et) + P1 + P2 + B1 + B2 (2 bonding nas autopolimerizáveis)
Etch é sempre o primeiro; P – primer; B- bonding
Mafalda dos Santos Vilhena | 10
Dentisteria Operatória II
Etch and rinse chamadas de total etch (no entanto está errada esta expressão porque o selfetching também é total)
Sistema simplificado
- 1. (Et frasco único – P + B)
P + B num só frasco
Self-etching primer
- 2 frascos: primer/bonding (há condicionamento ácido mas é feito pelo primer)
Auto-condicionantes: não é preciso usar o ácido à parte porque tem primers acídicos e
portanto não é preciso usar água
Self-etching adhesive
1 embalagem/frasco único (P+B)
Etch and rinse

No esmalte
1. a)
b) periferia dos núcleos
c) forma amorfa e irregular
2. O efeito do condicionamento ácido no esmalte depende da concentração do ácido e do
tempo de aplicação (são os factores mais importantes)
Quando temos por exemplo uma classe I temos paredes de esmalte e de dentina, primeiro
devemos aplicar o ácido ortofosfórico no esmalte e só depois na dentina, porque se pomos
primeiro na dentina e depois no esmalte, o ácido acaba por ficar mais de 15segundos na
dentina, afectando as fibras de colagénio.
Também é importante não esquecer que na dentina não podemos secar demais senão pode
haver sensibilidade pós-operatória, então podemos apontar o jacto de ar directamente
durante 2/3 segundos ou então apontar para o espelho para que a dentina receba o ar
indirectamente “à tabela”
No esmalte podemos secar até ficar a superfície bem branca; blot-dry – forma de secar sem
desidratar com papel
Mafalda dos Santos Vilhena | 11
Dentisteria Operatória II

Na dentina
Remover o smear layer (não esquecer que também existe smear layer no esmalte).
Exposição dos túbulos e rede de colagénio.
Dentina intertubular e peritubular desmineralizada, a energia de superfície diminui, formação
da camada híbrida (a densidade é que nos dá melhores garantias de adesão).
Metaloproteinases (da dentina) vão degradar a camada híbrida.
Humidade que vem da expiração também é problemática – devemos usar dique
Humidade acidental –
Humidade ambiente – inspiração
Humidade …
Self-etching materials: sistemas adesivos auto-condicionantes
Self-etching primers: 2 frascos
Self-etching adhesives: num só frasco ou embalagem
Características Self-etching
Primers levemente acídicos ou self-etching primers (removem parcialmente smear layer).
Túbulos dentinários não ficam totalmente expostos (desmineralizam parcialmente o smear
layer e a superfície da dentina subjacente sem remoção dos remanescentes dissolvidos nem a
abertura dos canalículos dentinários com remoção dos smear-plugs).
Vantagens







Desmineralização e infiltração da resina simultânea sem lavagem póscondicionamento
Não sensível às diferentes condições de humidade da dentina
Procedimento de aplicação rentabiliza o tempo
Composição estável e consistente
Possibilidade de adesivo com carga
Efeito dessensibilizante da dentina (não se intervem com os túbulos dentinários)
Possibilidade de embalagens unidose e aplicação higiénica (nos SEA)
Desvantagens


Estudos clínicos a longo prazo insuficientes
A potencial adesão ao esmalte ainda carece de provas clínicas (atenção ao esmalte não
instrumentado)
Mafalda dos Santos Vilhena | 12
Dentisteria Operatória II
Resina
Adesivo
Camada híbrida
Dentina
NOTA: A aplicação do adesivo deve ser eficaz para não se criarem espaços na camada híbrida,
que provocam fracturas, devido aos fluídos dentinários.
Restaurações com resina composta em dentes posteriores
Classes I e II
Critérios:

Margens em esmalte é o ideal
As forças de adesão são maiores, o que faz com que haja menor risco de fenda marginal, logo
há menor risco/probabilidade de ocorrer microinfiltração. Se houver uma fenda marginal,
pode haver microinfiltração, sensibilidade e cárie secundária.
Se tiver uma MOD com margens em esmalte mas numa box proximal tiver uma margem
cervical em dentina posso usar a resina composta na mesma (não é por isso que faz uma
coroa).
Se houver uma grande destruição coronária que não me permite sequer colocar o porta-matriz
para manter o contorno do dente nem fazer a anatomia do dente, fazemos um molde e
mandamos para o laboratório para confeccionarem uma coroa em resina composta que depois
é cimentada. Para resina composta não precisamos de tanta dimensão na cavidade, são
cavidades pequenas, orientadas para a lesão
A convergência para oclusal dá retenção. Os inlays e onlays são expulsivos (não tenho os 6⁰
como em prótese fixa) então vou buscar retenção ao sistema adesivo, às margens em esmalte.

Distância inter-cuspídea (o ideal é que a largura não seja superior a 1/3 da distância
intercuspídea);

Isolamento total (obrigatório para qualquer técnica; não há adesão à saliva, pois esta
impede um bom trabalho de adesão);

Sem substituir cúspides;

Pontos de oclusão em dente (é mau se for em restauração, pior ainda se for margem
dente/ restauração; interface dente-restauração é a zona mais frágil) – é importante que
avaliemos a oclusão antes de fazer a restauração, permite-nos saber como fazer a
escultura para depois não termos surpresas desagradáveis;
Mafalda dos Santos Vilhena | 13
Dentisteria Operatória II

Doentes com hábitos parafuncionais (bruxismo) – bruxómanos ou apertadores fazem
forças de dezenas de quilos nos dentes posteriores, como consequência há
hipermineralização da dentina; o melhor material seria o ouro (por ser dúctil), cerâmica
nem pensar porque para além de desgastar os dentes iria fracturar; eles vão desgastando
as cúspides e acabam por criar uma “fossa” nos dentes que nos permite aplicar resina
composta (é o mais “friendly”); pode haver sensibilidade dentária devido ao enorme
desgaste dentário, no entanto, por vezes não existe essa queixa porque se vai criando
dentina esclerótica.
Classe I

Talhe cavitário sem bisel no ângulo cavo-superficial
Ficava uma camada muito fina sujeita a fractura. Restauração com o dente tem que ficar topoa-topo porque bisel vai fazer com que haja, numa zona, uma camada muito fina de resina
composta.

Incrementos (2mm no máximo) V-L e polimerização 40-60seg.
Apesar de haver fabricantes que dizem 20segundos) (incrementos porque pode haver
escoamento; diminui risco de tracção das paredes);

Resinas do tipo híbrido e considerar os novos sistemas de nanopartículas/
nanoaglomerados – microhíbridas ou nanohíbridas (em relação à carga inorgânica) – são
as que reúnem maiores características/propriedades universais para dentes anteriores e
posteriores.
Relativamente à estética umas têm, por exemplo, A3 para dentina e A3 para esmalte o que
permite uma técnica de estratificação (em dentes posteriores não é relevante), outras têm
uma cor única de A3.
Classe II

Preparação cavitária limitada à lesão e à forma de acesso – “ser conservador”;

Pequenas lesões;

Extensão oclusal / cavidades em slot
Às vezes é possível conservar a face oclusal e fazer apenas uma slot por proximal.

Ângulos arredondados (até para a amálgama por causa da homogeneidade, para que não
hajam poros e risco de fractura).
Matrizes

Metálica (com porta-matriz – Dentastus, Tofflemaire)
Mafalda dos Santos Vilhena | 14
Dentisteria Operatória II

Acetato – se houver ponto de contacto (dente adjacente) temos de brunir a matriz e a de
acetato não é brunível. Só se utilizada em dentes posteriores quando não há dente
adjacente e, portanto, não precisamos de restabelecer o ponto de contacto.

Seccionais + anel: classe I e II mas nesta última é preciso ter em atenção que se na box
proximal se a cavidade for larga as garras do anel ficam lá presas (Palodent/ Dentsply).
Técnica de inserção
A contracção de polimerização é uma propriedade física das resinas compostas que não é
alterável pelo clínico, mas sim pelo fabricante ao controlar a sua composição quanto ao tipo e
percentagem de carga inorgânica, assim como quanto ao tipo de monómero.
Dizer que diminuímos a contracção de polimerização está errado, apenas conseguimos
diminuir as tensões oriundas da contracção de polimerização.
Como minimizar os efeitos da contracção de polimerização?
- Colocação de pequenas camadas de 2mm
- Adesivos e resinas auto-polimerizáveis (a tensão já está estipulada; na manipulação já
começou a polimerizar como a quando da inserção).
- Porções de resina composto pré-polimerizadas (“técnica da bolinha”)
- Glass-inserts (fragmentos de vidro para preencher o espaço)
Pequenos truques...
 Boa polimerização
- Pontas de luz de menor diâmetro (light-tips/cones)
- Colocação de cores mais claras em profundidade *
* Não só para dar noção de profundidade mas também porque a polimerização é mais
completa (por exemplo, A4-A3-A2 para dar noção de profundidade ou A2-A2-A2 senão
interferir com a estética para melhor polimerização)
 Bom ponto de contacto
- Pressão contra o dente adjacente
- Matrizes seccionais
- Light tips
Mafalda dos Santos Vilhena | 15
Dentisteria Operatória II
Restauração preventiva em resina (RPR)

Elevada extensão

Restauração da lesão com resina e aplicação de selantes para evitar a sua extensão
Restaurações de dentes anteriores com resinas compostas – aspectos
clínicos
Em classes III (cavidades em superfícies proximais, em redor do ponto de contacto), IV e V.
Primeiro é preciso detectar a lesão e depois diagnosticá-la (tem muito a ver com actividade:
activa ou inactiva).
Classe 3
1º Anestesia

1-2 anestubos (não há meio anestubo nem ¼ do anestubo)

Com vasoconstritor (contra-indicações ‹ indicações)

2 tipos:
o Dentes superiores: infiltrativa

Não se dá por palatino

Excepção: colocação de fio de retracção ou retentor do dique quando
magoa
o Dentes inferiores:

Posteriores dá-se anestesia troncular

Anteriores dá-se infiltrativa (no fundo do vestíbulo)
2º Polimento
Devemos fazer o polimento porque não queremos placa bacteriana na superfície do dente,
uma vez que a placa impede a adesão do adesivo ao dente.
Mafalda dos Santos Vilhena | 16
Dentisteria Operatória II

Escova ou cúpula de polimento

Baixa rotação (contra-ângulo)

Cuidado com tecidos moles: perigo de hemorragia.
No caso de gengivite, primeiro trata-se a gengivite, a não ser que haja uma grande cavidade e
nesse caso podemos fazer uma restauração provisória.
Deve pedir-se ao doente que faça uma boa higienização durante algum tempo e só depois
tratar, por vezes também se tem que pedir bochechos com CHE.
Quando falamos em perigo de hemorragia referimo-nos não só ao facto de o doente ter uma
boa higiene oral mas também a nós, com a escova, podermos lesar a gengiva, e por isso é
preciso ter cuidado, nomeadamente com a pressão, em alternativa podemos usar uma
compressa para limpar as superfícies do dente.

Pasta de pedra pomes
O pó mistura-se com água ou álcool. Essa pasta não deve ter substâncias gordurosas/oleosas.
Não se devem usar pastas de flúor quando vamos fazer condicionamento ácido porque
embora este faça a desmineralização da superfície também tem função de lavagem. É muitas
vezes usado em peças protéticas para desengordurar – porque não há adesão - o que não
deixa de ser um paradoxo porque também evitamos deixar óleo lubrificante das turbinas
entrar para a boca do paciente, no entanto as pastas de dentes têm óleos na sua constituição
que não deviam ser usados.
3º Acesso cavitário
Sempre por lingual ou palatino para preservar a estética. Devemos tentar preservar o esmalte
por vestibular porque ajuda no biomimetismo da restauração quando a colocamos no dente,
mesmo que seja uma “casquinha” transparente em que já não há dentina e conseguimos ver a
broca à transparência. O acesso é orientado para o ponto de contacto (normalmente a
desmineralização é à volta do ponto de contacto).
Quado há prolongmento da lesão de cárie por vestibular continua a fazer-se acesso por
palatino/ lingual, a não ser que a cavitação seja muito grande, que a restauração existente se
estenda por vestibular ou que o colega anterior já tenha feito o acesso por vestibular.
· Quando existe envolvimento franco da superfície vestibular fazemos o acesso por
vestibular.
· Se houver envolvimento da superfície vestibular mas pequeno, fazemos o acesso por
lingual (sempre tentando preservar ao máximo a face vestibular do dente).
Mafalda dos Santos Vilhena | 17
Dentisteria Operatória II
· Se há uma restauração antiga por vestibular e a face lingual está preservada, então
mantemos essa face lingual e fazemos acesso por vestibular onde se encontra a
restauração.
Tipo 1- acesso palatino/lingual (usar matriz metálica para protecção)
Tipo 2- acesso vestibular
Tipo 3- acesso dos dois lados – through and through
A localização da lesão é que condiciona a forma da cavidade, só aumentamos se for necessário
para termos acesso à lesão.
Se há envolvimento da raíz, parte da restauração é feita em esmalte mas outra parte em
dentina, então, temos adesão em esmalte e outra parte em dentina mas nesta última a adesão
é menor, portanto há maior risco de microinfiltração devido à formação de uma microfenda
que pode causar recidiva e sensibilidade relativamente à polpa.
Quanto ao ângulo cavo-superficial, devemos fazer bisel em esmalte e 900 em dentina, e em
relação ao bisel fazemos no esmalte e na dentina o ângulo cavo-superficial é de 90⁰ ( 95⁰ é nas
cristas marginais em classe I).






Turbina (sobretudo esmalte)
Broca depende da lesão/cavidade
Forma de contorno condicionada pela localização
Forma de conveniência
Forma de acesso
Remoção inicial dos tecidos lesados
4º Selecção da cor
Feita antes de começar o tratamento porque depois o dente desidrata e fica mais branco, mas
feita depois do polimento porque pode haver pigmentação extrínseca que provoca alteração
da cor.
Há uma situação em que pode ser necessário remover o tecido cariado e depois é que se
escolhe a cor – se o dente tiver a cor alterada devido a essa lesão, senão também podemos
escolher a cor guiando-nos pelos dentes adjacentes.
É feita antes do isolamento absoluto, antes de iniciar a preparação cavitária e após a profilaxia.
É um passo variável, dado que a própria lesão da cárie pode apresentar uma extensão que
obriga a instrumentação inicial antes da colocação do dique de borracha e escolha da cor.
5º Isolamento do campo operatório

Isolamento absoluto
Mafalda dos Santos Vilhena | 18
Dentisteria Operatória II
Deve ser feito logo a seguir à anestesia e polimento mas às vezes o contorno é de tal maneira
irregular que rasga o dique, nesse caso é necessário primariamente dar o adequado contorno
antes do acesso coronário.

Isolamento relativo
o
o
o
o
o
o
o
Com rolos de algodão
Aspirador de saliva
Drytips (a parte da compressa fica encostada ao canal de sténon)
Arco do tipo Expandex® ou Optragate®
Rolos de algodão
Porta-rolos
Blocos de mordida (em borracha) – põe-se do lado contralateral ao que
estamos a trabalhar e servem para manter a boca aberta, para não estarmos
sempre a pedir para abrir a boca, sobretudo no doente que costumam
adormecer
o Assistência eficaz
7º Remoção de tecidos cariados




Esmalte: turbina
Dentina: contra-ângulo
Broca esférica grande (grande é relativamente ao tamanho da cavidade, se for
mínima o grande é relativo)
Grande profundidade (escavador de dentina também ou o contra-ângulo com
cuidado – para evitar exposição pulpar)
Bisel

Broca TC ou pedra-verde
Exposição de prismas.
O bisel permite-nos ter uma maior área exposta dos prismas para fazer a adesão e portanto
vamos ter melhor adesão e estética (continuidade restauração-dente)
NOTA: Se o dente só tiver uma “casquinha” de esmalte por vestibular e fizermos bisel vamos
originar fractura, neste caso o melhor é não fazer bisel! Portanto, bisel só quando temos
suporte dentinário.
Matriz
Para dentes anteriores: acetato
Cunha
Base da cunha para a base da ameia.
Mafalda dos Santos Vilhena | 19
Dentisteria Operatória II
Ambas têm colocação antes da técnica adesiva para nos permitirem um controlo da
hemorragia e afastamento dentário.
8º Técnica Adesiva
9º Restauração




Espátula de sinserção
Resina por incrementos
Fecha a matriz
Polimerizar
10º Acabamento





H2O (normalmente)
Bisturi L12 (sentido restauração-dente) para remover excessos
Brocas multilaminadas ou diamantadas de grão fino (risca amarela ou branca)
Tiras de lixa (cortadas longitudinalmente e em bisel (para conseguirmos passar na
papila) na extremidade para a ameia cervical) – cuidado para manter o ponto de
contacto.
Discos/borrachas e também pastas diamantadas para polimento de compósitos
Finalmente:

Retirar a matriz

Retirar a cunha (quando tiro há hemorragia portanto primeiro podemos ver a oclusão);

Retirar dique

Avaliar oclusão com papel articulador.
Classe IV

Sequência idêntica
Utilizamos bisel ou não?
Técnica 1

Backing em híbrido opaco (dentina).

Zonas que necessitem de muita força têm de ter boa resistência mecânica.
Por palatino queremos resinas híbridas (nanoparticuladas, micro e nano híbridas), que são
melhores. À frente, pela estética, usam-se microparticuladas. Assim, coloca-se resina mais
resistene por palatino e mais estética por vestibular.
Mafalda dos Santos Vilhena | 20
Dentisteria Operatória II
ATENÇÃO: forças nos dentes anteriores são sempre forças desfavoráveis à retenção. Forças
de tracção!
- Recobrimento com translúcido/ microparticulado (esmalte)
Técnica 2

Técnicas actuais de estratificação
Camadas de resina idênticas à distribuição no dente – esmalte/dentina/esmalte.
Numa restauração queremos que imite o dente e esta é uma técnica biomimética – coloco
resina mais translúcida no esmalte e mais resistente e opaco e não tão translúcido em
palatino, correspondente à dentina.

Técnica de chave de Putty (no pré-clínico)
Faço o molde das arcadas em alginato e envio para o laboratório e só depois faço o
enceramento de diagnóstico (com cera ou resina faço a forma do bordo e corrijo vendo a
articulação com o antagonista). Nesse modelo, agarro no putty, coloco-o no bordo incisal de
forma a marcar o bordo incisal e palatino. Quando levar à boca falta esse “bocado” na boca da
fractura e faço aí a colocação da resina na “forma”.
OU
Coloco resina composta no dente, faço chave de silicone, para marcar bordo e palatino (mock
up = ensaio clínico, também pode ser feito enceramento de diagnóstico), retiro a resina que
tinha feito no dente e coloco chave de silicone. Fica lá a faltar o “bocado” fracturado. Começo
por colocar parte da resina para o esmalte por palatino e depois posso tirar a chave e
estratificar, pois já tenho a base para a estratificação.
Classe V

Sequência idêntica

Ponto crítico: parede cervical em dentina

Fio de retracção: tem dupla função.
o
Retrai o tecido gengival e absorve o fluido crevicular, secando a zona, porque não
há compatibilidade de adesão com humidade.
o
Função de hemostase - alguns fios têm agentes hemostáticos, mas é preciso ter
em atenção que alguns têm adrenalina e não se pode usar em alguns doentes.~
Mafalda dos Santos Vilhena | 21
Dentisteria Operatória II

Alongamento coronário? Gengivectomia?
Em lesões subgengivais, podemos não conseguir retrair o suficiente a gengiva para fazer a
restauração. Nesse caso temos que a retrais cirurgicamente. Temos que ponderar se fazemos
gengivectomia ou alongamento coronário, consoante se conseguimos restauração a 2/3mm
da crista óssea – espaço biológico.

Tipos de R.C.
o
Microparticuladas (capacidade de polimento, o que é bom porque em cervical é
zona de excelência de acumulação de placa; módulo de elasticidade baixa, muito
flexível e suporta bem as forças de deflecção do dente)
o
Microhíbridas
o
Nanohíbridas
o
Nanoparticuladas
ATENÇÃO: os estudos visam que as microhíbridas também têm suficiente flexibilidade, mas
as microparticuladas são melhores.
Mafalda dos Santos Vilhena | 22
Dentisteria Operatória II
Matéria para a 2ª frequência
Aula (T) 17 de Abril de 2012
Restaurações com amálgama
Nota: É importante saber para avaliação, mas não vai ser dado nas aulas: composição e tipos
de amálgama (consultar aula e livro de materiais dentários).
Não há evidência científica que diga que a amálgama tem efeitos negativos na saúde do
Homem, portanto actualmente a OMS preconiza o seu uso. O grande problema da amálgama é
o facto de poder causar danos ambientais.
No 3ºM é difícil fazer isolamento bem feito e portanto é melhor usar a amálgama do que
resina, porque esta não se vai manter no dente, tem pouca longevidade ou fractura ou há
recidiva de cárie.
Num dente com grande destruição coronária, com perda de contactos proximais e equador,
não funciona a resina mas a amálgama sim, pois suporta maiores forças (“trabalhar resinas
compostas em piscinas – restauração de recobrimento – não dá, é impensável”).
As restaurações em boca fracturam por fadiga, forças de pequena magnitude mas cíclicas. Por
exemplo grande percentagem de pessoas tem o 1º PM endodonciado e com uma MOD –
apesar de ser um dente posterior, tem uma coroa pequena que sofre forças de flexão e acaba
por fracturar.
Porque é que dentes com endo ficam mais frágeis? Pré-molares ou molares com cavidade
oclusal têm todo o resto de dentina até à câmara que lhe dá resistência, com uma endo há
perda de consistência interna, provocando deflecções das cúspides. Dentes endodonciados são
mais fracos porque têm uma grande abertura coronária que tem um túnel de destruição até
ao pavimento da câmara (fica oco por dentro); para “fechar” essa abertura não se deve fazer
uma MOD porque só vai complicar o prognóstico desse dente, o ideal será a reconstrução com
recobrimento, uma coroa ou restauração protética (restauração directa com resina também
não funciona).
Muitas vezes chegam-nos pacientes com dentes restaurados com amálgama em que as
margens estão degradadas, no entanto isto não é condição para a sua substituição. Este
Mafalda dos Santos Vilhena | 23
Dentisteria Operatória II
material tem longevidade média de 7/8 anos, mas claro que existem pessoas que mantêm a
restauração a amálgama mais tempo.
Passado algum tempo da restauração ser feita, é possível que os bordos não se encontrem
totalmente encostados/adaptados ao dente – degradação marginal ou marginal ditching. Ao
longo do tempo, como o metal sofre processos de corrosão, variações de temperatura e pH fendas.
A amálgama tem uma fase gama com mercúrio (gama 1 e gama 2) e uma fase composta por
estanho e mercúrio que é a “fase má” responsável pela corrosão. Existe uma fase gama
residual porque nem toda a amálgama reage com o mercúrio e ela permanece ao longo do
tempo.
O fenómeno marginal ditching é devido à amálgama:

expandir ligeiramente e escoarem (duas propriedades inerentes a este material), que
fazem com que haja debordância e não fica protegida pelo ângulo cavosuperficial

forças mastigatórias
Nota: existem outros tipos de expensão como términa, hidroscópica.
Nem todas as fendas marginais obrigam a existência de cárie secundária/associada, daí que
não tenham que ser substituídas, até porque a troca provoca maior corte das paredes, o que
se faz é polimento e vigilância. O ideal será polir a amálgama e vigiar. Se houver grande
ausência de material, podemos ter de substituir o material mas há um problema – vou
remover mais tecido dentário, portanto o ideal é evitar um ciclo de substituição.
Se há uma grande restauração a amálgama e uma parte pequena com recidiva de cárie,
removo essa parte pequena e restauro com amálgama (amálgama dentro de amálgama), mas
esta nova tem de ter retenção, deve ser feita num pequeno ponto dentro de uma cavidade e
não deve estar em zonas de carga mastigatória.
Se virmos margens com coloração amarelada e um “risco” cinzento por baixo há
provavelmente recidiva de cárie.
(esquema apontamentos)
Mafalda dos Santos Vilhena | 24
Dentisteria Operatória II
Uma zona rugosa, picotada ou irregular, é sugestiva de corrosão.
No caso de termos um molar superior com lesão de cárie mas que esta não afecte toda a
ponte de esmalte, devemos poupá-la, nem que seja 1mm de esmalte porque ajuda à retenção,
uma vez que a ponte de esmalte se trata de uma zona muito “resistente e forte” que dá
“consistência” ao dente e ajuda a suportar as forças mastigatórias.
Amálgama Classe I
- Restauração simples (1 face, oclusal por exemplo);
- Sempre com isolamento absoluto;
- Devemos utilizar o aspirador cirúrgico
- Evitar os vapores de mercúrio que se libertam – irrigação prodiga (para evitar o calor da
turbina)
- Material: amálgama, porta-amálgama, pote Dappen, calcador/condensador de amálgama,
brunidor e wall-carver (serve para esculpir apenas amálgama).

Selecção de instrumentos
Devemos ter em atenção o seu tamanho. Por exemplo, o calcador/ brunidor tem que caber na
cavidade para condensar amálgama em toda a sua extensão, tem que entrar em toda a sua
totalidade (até ao fim).

Selecção do tipo de amálgama
- Partículas esféricas: tempo de preza mais rápido logo não estão indicadadas para
restaurações de grande recobrimento – não nos dá tempo.
- Fase dispersa (partículas esféricas + partículas irregulares)
Os diferentes tipos de amálgama diferem na manipulação, tempo de preza, propriedades/
características.
Amálgamas com zinco: expansão tardia, com escoamento vai haver degradação marginal. Não
deve ser usadas.
Mafalda dos Santos Vilhena | 25
Dentisteria Operatória II

Manipulação da amálgama
Trituração: seguir as instruções do fabricante, estas diferem de acordo com o tipo de
amálgama, no tipo de triturador e tempo de trituração. Os dois primeiros factores vão
condicionar o terceiro.
O que acontece quando se tritura demais ou de menos?

Aplicação
É feita com o porta-amálgama, deve condensar-se a pouco e pouco para evitar a formação de
poros. Quanto maior a homogeneidade, menor a quantidade de poros.
(esquema apontamentos)

Condensação
Usa-se o calcador, com a amálgama pretendemos sobrecondensação, por isso colocamos
amálgama a mais.

Escultura
- Pré-brunidura, com o brunidor, da fossa central até às margens, devemos alisar para ficar
bem ajustada. Estende-se o material pela cavidade até às margens do dente.
- Carving, com o wall-carver: deslizamos sobre as vertentes cuspídeas. Encosta-se o Carver à
vertente cuspídea e segue-se a inclinação para fazer sulcos primários e secundários. Não fazer
na vertical porque retira-se a amálgama da margem.

Acabamento
- Brunidura: da fossa central em direcção às margens ou com rolo de algodão esfregar a
superfície. Esta etapa permite-nos a remoção de rugosidades e melhora a integridade
marginal.
Pode ser realizado com um brunidor esférico e um brunidor anatómico que permite um
melhoramento dos sulcos e vertentes.
Polimento é feito após 24horas e devemos evitar o sobre-aquecimento porque o metal é um
bom condutor térmico e por isso devemos aplicar água para refrigerar. Usamos borrachas do
Mafalda dos Santos Vilhena | 26
Dentisteria Operatória II
mais abrasivo para o menos abrasivo. Temos à disposição pedra verde (CA) para correcção
anatómica, cúpula que é excelente para as cristas marginais.
CA:
- Pedra-verde para regularizar
- Borracha preta, castanha ou verde
- Borracha castanha, verde escura
- Borracha verde clara (em forma de cúpula/taça)
O paciente não pode trincar alimentos duros até 1,5h pela resistência mecânica da amálgama
que se vai ganhando e devido à anestesia, para não correr o risco de se morder ou trincar
devido à falta de sensibilidade.
Amálgama classe II
- Restauração composta, engloba 2 faces (por exemplo MO, ou OD)
- Restauração complexa, engloba 3 ou mais faces (por exemplo MOD)
- Isolamento absoluto
- Para além dos materiais utilizados na classe I, usamos também matriz*, porta-matriz
(Dentatus I e II**), cunha (vértice do triângulo para oclusal e base para cervical, utilizada para
evitar o extravazamento para o espaço proximal e consequentemente inflamação periapical).
* Matrizes
- rolo / banda
- pré-formadas, para reconstrução cuspídea
- seccionais (utilizadas mais para resina composta)
- acetato – porque não são bruníveis, não devemos utilizar, nem como matriz de protecção em
resina compostas.
** Dentatus I e II
- ajustar a matriz conta a barriga ou em altura
- bruniz matriz contra o dente adjacente (“sentir” o dente adjacente)
Nota: Toflemire ajusta todo por igual (a não ser que se use uma matriz pré-formada), é recto.
A cunha tem forma triangular sendo a base para cervical e o vértice para oclusal.
Mafalda dos Santos Vilhena | 27
Dentisteria Operatória II
Passadas 24h, devemos efectuar o polimento com:

Borrachas para alisar

Pasta de pedra pomes (rocha vulcânica) + álcool ou água, e fazer polimento com escova.

Pasta de Branco Espanha (carbonato de magnésio e cálcio), para “puxar o lustro”, no fim
do polimento. Também com água ou álcool.
Nota: a lavagem permite tirar resíduos ou partículas do abrasivo anterior que era maior
Como se retira a amálgama?
Quando se pretende retirar a amálgama precisamos de isolamento absoluto, refrigeração e
aspiração cirúrgica.
Aula (T) 24 de Abril
Restaurações Provisórias
Requisitos:
1. Protecção do dente preparado de forma a evitar lesões pulpares face a agressões:
químicas (pH), térmicas (bica, copo de água com gelo) e biológicas (bactérias)
2. Manutenção da posição dos dentes preparados, dos dentes adjacentes e oponentes
3. Permitir e conferir boa função, estética, fonética e mastigatória
4. Devem permitir uma boa higiene oral
5. Devem possuir uma resistência e retenção adequadas a fim de poderem suportar as
forças a que estão sujeitas
6. Protecção e manutenção da saúde periodontal: boa adaptação, textura da superfície
lisa e polida e morfologia adequada, respeitando as ameias.
Mafalda dos Santos Vilhena | 28
Dentisteria Operatória II
Quando?

Por razões de tempo

Por razões técnicas em reabilitação oral

Por razões terapêuticas (de diagnóstico pulpar e periodontal)

Por razões técnicas em endodontia

Por controlo de um doente com elevado risco para a cárie (p.e. cárie rampant)

Por razões de diagnóstico estético/ funcional / fonético em R.O.
Materiais mais comuns
1. Cimento de óxido de zinco de eugenol
Têm o seu tempo de presa aumentado com o calor e humidade.
Apresenta-se sob a forma de 2 frascos (Óxido de Zinco + Eugenol).
2. Cimento de óxido de zinco de eugenol reforçado (tipo III - especificação da ADA n.º 3)
3. Cimento de óxido de zinco não eugenol
Utilizado na cimentação de coroas provisórias.
Cavit:
 Oxido de Zinco não eugenol

Utilizada em endodontia

Cavit, Cavit G (↑viscosidade) e Cavit W (↓dureza, utilizada nas aberturas coronárias)

É levado à boca, e polimeriza por si só, logo o doente não deve trincar em seguida

Foi estudado que nos primeiros 7 dias possibilita um melhor selamento marginal em
relação IRM
Se o eugenol é inibidor da polimerização, porque é se pode usar estes materiais?
Passados 15 dias, o eugenol vai perdendo actividade, portanto, ao fazer remoção do IRM, faço
polimento e posso colocar RC que não há problema.
Mafalda dos Santos Vilhena | 29
Dentisteria Operatória II
IRM
A sua manipulação dá-se da seguinte maneira: agitar o frasco do pó, colocar as medidas certas,
frascos na vertical para colocar as gotas; depois dividir o pó em duas partes e voltar a dividir
por duas uma das partes.
Todos os cimentos aceleram a presa pela temperatura e pela humidade.
4. Cimentos de ionómero de vidro

Não precisam de técnica adesiva

Apresenta-se sob a forma de um pó + líquido:

o
Componente + água destilada
o
Componente + ácido poliacrílico
Têm boa adesão química ao esmalte e à dentina, mas normalmente faz-se preparação da
cavidade com ácido poliacrílico, que funciona como preparador de superfície, mas não tem
nada a ver com o ácido ortofosfórico

Não é fotopolimerizável

Há cimentos de ionómeros de vidro modificados com resina para melhorar as suas
propriedades, estes já são fotopolimerizáveis, têm activadores e inibidores, etc.

É um material de restauração definitiva mas também é usado para situações provisórias.
5. Resinas
5.1. Polimetilmetacrilato (MMA)
Para restaurações a curto e médio prazo.
Vantagens: resistência satisfatória, estabilidade de cor e resistência à abrasão.
Mafalda dos Santos Vilhena | 30
Dentisteria Operatória II
Desvantagens:

Libertação de monómeros. Os monómeros funcionam como plastificantes, e quando
libertados, provocam uma reacção exotérmica do material (libertação de calor),
sentida pela polpa

É alergénico

Sofre contracção de polimerização e por isso deve ser dada especial importância na
sua confecção para não se dar uma dá adaptação da restauração.
5.2. Polietilmetacrilato
Vantagens: ↓ exotermia e ↓ contracção de polimerização.
Desvantagens: ↓ estabilidade de cor, ↓ resistência mecânica à abrasão
5.3. Bis-acryl = resina composta + resina acrílica
Vantagens: ↑ estabilidade de cor, ↑ resistência mecânica, ↓ exotermia, ↓ contracção de
polimerização e pode ser reparado com uma resina fotopolimerizável - as resinas flowable são
muito úteis na reparação de pequenos problemas (poros) nas coroas.
Desvantagens: inestético, frágeis e quebradiços.
5.4. Resina composta
Vantagens: propriedades físicas mais ou menos iguais ao bis-acryl, boa estética e boa
adaptação.
Desvantagens: quebradiça e frágil.
Mafalda dos Santos Vilhena | 31
Dentisteria Operatória II
Aula (T) de 8 de Maio de 2012
Restaurações com cimentos de Ionómero de Vidro
Cimentos de ionómero de vidro convencionais
Resultam de uma procura de materiais com propriedades curativas e propriedades adesivas
aos tecidos dentários.
As propriedades adesivas provêm dos policarboxilatos, enquanto a capacidade de libertação
de flúor (necessário industrialmente) provém dos silicatos.
Cimentos dentários
Ác. Fosfórico
Oxido Zn
Vidro de aluminosilicado fluoretado
Cimentos de fosfato de Zn
Cimentos de silicato
Ác. Poliacrilico Cimento de policarboxilato Cimentos de ionómero de vidro
Cimentos de ionómero de vidro
A sua preza resulta de uma reacção de ácido-base entre o pó de aluminosilicato fluoretado e o
ácido poliacrílico (não necessita luz).
Fases de reacção de preza:
- Fase I: libertação iónica (libertação das partículas no líquido)
- Fase II: hidrogel
- Fase III: gel de policarboxilato (gel com partículas maiores ou menores)
Perda da água
A partir do momento em que a mistura perde brilho já se deixa de conseguir manipular, nem
vale a pena pôr em boca.
Mafalda dos Santos Vilhena | 32
Dentisteria Operatória II
A água tem um papel muito importante porque embora o CIV tenha 50% de água, desidrata
muito facilmente. Solução? Muito seco pode provocar craks *, logo, ou o fabricante tem verniz
para proteger o ionómero da desidratação e humidade ou temos que aplicar um bonding e
polimerizar.
* Fractura por contracção de polimerização – “cracking” ou “crazing”.
Se doente o contactar com saliva antes da preza completa há desintegração e tem que se fazer
nova restauração. Porquê? Porque a saliva provoca a sua degradação electrolítica, devido à
desintegração da superfície, removendo os iões metálicos.
O excesso pode ser removido com lâmina de bisturi.
Estrutura do CIV após preza
- partículas de vidro que não foram incorporadas na reacção
- camada externa de gel de sílica
- matriz de sais de policarboxilato
Classificação

Tipo I
o
Normalmente utilizado para a
o
< 20 µm (se bem que até 25 é ok) – menor tamanho nos de cimentação porque a
“fenda” que existe sempre entre a coroa e o preparo deve ser quase inexistente e
se tivermos partículas de carga de diâmetro há maior risco de quebra, falha, fenda

Tipo II
o
Até 45µm
o
Formulações para restaurações
o
Existe de 2 tipos:

Tipo IIa: estético – restaurações pela cor do dente

Tipo IIb: reforçados por metal – para cáries extensas (+++) *
Mafalda dos Santos Vilhena | 33
Dentisteria Operatória II
* CERMETS (ESPE, 1984)
- “ceramic-metal”
- Têm prata como a amálgama (daí terem uma cor acinzentada), mas menos resistentes que a
amálgama
- São cimentos mais duros (menos resistentes que a amálgama)
- Fáceis de manipular
Campos de aplicação:
- restaurações cervicais nos adultos
- dentes temporários (decíduos)
- classe III
- outras aplicações, talvez em geriatria
Nomes comerciais: metal silver®, Chelon-silver®, Miracle-mix® e Ketac silver®

Tipo III
o
Entre 25-35µm
o
Liners* e bases de preza rápida (para baixo das restaurações)
* Fluído / aplicador de fundo cavitário / é sempre pó e líquido
Apresentação
- Cápsula que mistura o líquido e o pó
- Frascos:

Pó + ácido

Água destilada + ácido acrílico liofilizado
Campos de aplicação
- Restaurações estéticas de dentes anteriores e em cavidades classes III e V – CIV tipo II
- Os CIV tipo IIb podem estar indicados em dentes jovens com predisposição para a cárie
- Selantes de fossas e fissuras – em adultos acabam por ter um desgaste menor do que os
selantes em resina composta
Mafalda dos Santos Vilhena | 34
Dentisteria Operatória II
Contra-Indicações
- Restaurações classe II ou IV (pouca resistência à fractura e maior susceptibilidade ao desgaste
pelo esmalte que as resinas compostas)
Características gerais
- Libertação de flúor
- Adesão química ao esmalte e à dentina (grupos carboxílicos dos poliácidos reagem com cálcio
existente na apatite do esmalte e da dentina – união do esmalte maior que a da dentina)
- Interacção química entre matriz e a carga (líquido no pó)
- Ausência de contracção de polimerização, porque existe uma reacção ácido-base
Cimentos em Dentisteria Restauradora
A reacção ácido-base dos CIV convencionais diminuia o tempo de trabalho. O que se fez?
Introduziram-se resinas compostas para aumentar o tempo de trabalho (igualmente com presa
ácido-base) – CIV Híbridos ou IRM ou RMGI (“resin modified glass ionomer”).
Para além dos CIV convencionais, CIV híbridos (modificados por resina), surgem os
compómeros:
 Resinas modificadas por poliácidos
 COMPO(site) (iono)MER
 São comercializados mas não são utilizados
 Dyract®
Instruções de utilização
(CIV restauradores convencionais) tipo IIa
- condicionar dentina com ácido poliacrílico durante 10 segundos
- lavar e secar bem
- activar a cápsula e triturar pelo tempo recomendado pelo fabricante
- introduzir no aplicador
- aplicar de imediato
Mafalda dos Santos Vilhena | 35
Dentisteria Operatória II
- manter matriz sob pressão durante 5seg (se existir matriz)
- remover a matriz e aplicar verniz protector de imediato ou 1 bonding
- acabar ao fim de 15min (se possível não acabar na mesma sessão)
NOTA: se um CIV que necessite de fotopolimerizador, deixa de ser convencional, deixa de ser
CIV “puro” porque tem activadores, etc, tem monómeros que passam a polímeros.
Normalmente têm uma reacção de polimerização dupla e incompleta, porque há sempre
monómeros residuais – como afectam o nosso material? Funcionam como plastificantes e têm
uma cariz alergénico.
CIV Híbridos fotopolimerizáveis
Resulta da junção de uma resina hidrossolúvel ao ácido poliacrílico e ao pó de alumínio silicato
fluoretado.
- A reacção de preza é de dupla polimerização:

Primeiro efectua-se a polimerização química ou física (foto) que leva ao
endurecimento (que resulta de ligação entre o HEMA e o (…)

Simultaneamente está-se a dar a reacção ácido-base
- Vantagens em relação aos CIV convencionais:

Mais fáceis de usar

Melhora adesão à dentina

Melhor aparência estética

Tempo de trabalho ↑

Tempo de preza ↓

Mais resistentes que os CIV convencionais

Melhor adesão

Menos friáveis (cracking)
- Desvantagens:

Requerem mistura

Em bases/restaurações mais espessas, o material deve ser aplicado e polimerizado em
camadas
Mafalda dos Santos Vilhena | 36
Dentisteria Operatória II

Esteticamente inferiores às Resinas Compostas

Alguns produtos libertam menos flúor que os CIV convencionais

Adesão ao esmalte é inferior à das RC (pela self-etch)
- Nomes comerciais (CIV MR-liner (camada mais fina) + bases (camada mais espessa, viscosa))

Vitrebond®
- Terminologia:

Tri-cure glass ionomers está incorrecto pois tem duas alternativas de iniciação: química
e foto, por isso devemos chamar-lhes CIV de polimerização mista

Também é incorrecto dizer que um CIV é fotopolimerizável – uma reacção ácido-base
nunca pode ser foto-iniciada  quando é foto devem chamar-lhe polimerização mista
Aula (T) 22 de Maio de 2012
Acabamento e polimento de amálgamas
- Brocas de acabamentos: Pedra Verde – utilizar sempre em contra-ângulo
Nota: pastas de polimentos – diamantadas e com óxido de alumínio.
- Borrachas de polimento (com código de cores)
Pasta de pedra-pomes* (rocha vulcânica) – pó e água/álcool
- Branco de Espanha* (carbonato de magnésio e cálcio) – pó branco e água/álcool
* usar com cúpula ou escova profilática
Nota: Os acabamentos devem ser feitos sempre com água para não causar sobreaquecimento.
Deve-se também remover o material em excesso
Mafalda dos Santos Vilhena | 37
Dentisteria Operatória II
Conceito de acabamento e polimento em resinas compostas
- Instrumentos manuais – lâmina de bisturi para remover excessos, no sentido de
restauração→dente
- Brocas de acabamento de carbeto (?) de tungsténio* multilaminadas:
- de risca amarela e branca
- tronco-cónica fina
- chama
* Vantagens:
- corte rápido e fácil
- cortam com pulverização, minimizando a formação de libertação de fragmentos da superfície
- mantem as lâminas livres de resíduos
- comercializadas com as formas comuns
* Desvantagens:
- velocidade excessiva pode fracturar a broca
- perdem o poder de corte mais rapidamente do que as de diamante
Ponta inactiva: usada em superfícies losa e junto à gengiva, sem riscar ou atingir a gengiva
Nota: quanto ↑ o número de lâminas, ↑ o corte
Brocas diamantada – TC finas e em chama
- encarnada – fina – 30-45 um
- amarela – super fina – 15-25 um
- branca – ultra fina – 2-15 um
Mafalda dos Santos Vilhena | 38
Dentisteria Operatória II
Vantagens
- corte rápido
- leve pressão para óptima eficácia
- duradouras
- comercialização com as formas de carbeto de tungsténio
Desvantagens
- mais dispensiosas
- podem, pode enagano e muito facilmente, cortar esmalte, dentina ou cimento
Pedra de Arkansas
- várias formas
- desgastam compósito
- abrasivas
Discos de Acabamento
- códigos de cor do mais escuro para o mais claro
Borrachas para compósito
- forma de taça, cúpula ou chama
Pastas
- usam-se com pontas de feltro ou pêlo de cobra
- conferem o brilho natural dos dentes
Mafalda dos Santos Vilhena | 39
Dentisteria Operatória II
 Acabamento e polimento de resinas compostas em dentes
posteriores
- retificar a articulação com papel
- desgaste com diamantada ou multilaminada em chama
- borrachas
- cupula para vertendes cuspídeas e cristas marginais
- discos de polimentos – não usar, com o risco de cortar a provocar hemorragia
- selantes de superfície – resina fluída que recobre a superfície do dente (aumenta a
resistência e diminui a microinfiltração
Aula (T) 29 de Maio de 2012
Isolamento absoluto em Dentisteria
O isolamento do campo operatório pode ser:
— Absoluto
— Relativo (obrigatoriedade do uso de aspirador de saliva e cirúrgico, algodões, dry-tips)
Vantagens do isolamento absoluto:
- Melhora visibilidade e mantém o campo operatório seco
- Exposições pulpares iatrogénicas podem ser tratadas sem contaminação
- Impede a aspiração e deglutição de elementos estranhos (pequenos instrumentos e/ou
soluções usadas durante os tratamentos)
- Retrai e protege os tecidos moles
- Protege tanto o médico dentista como a/o assistente de uma possível halitose que o paciente
possa apresentar
- Os materiais restauradores mantêm as suas propriedades ao não serem contaminados
- Diminui a duração do tratamento
- Diminui o risco de infecções cruzadas
Mafalda dos Santos Vilhena | 40
Dentisteria Operatória II
Desvantagens do isolamento absoluto:
- Tempo gasto na colocação do dique ( +/- 3-5min)
- Por vezes dificulta a respiração do paciente
- Existem doentes que se recusam a ser tratados com dique
- Podem aparecer reacções alérgicas à borracha do dique
Quando é que o dique é obrigatório?
— Quando removemos restaurações a amálgama (temos que ter sempre água para
não haver aquecimento e queimaduras)
— Na instrumentação de lesões de cárie profundas (por causa do risco de exposição
pulpar)
— Na execução de restaurações em dente posteriores, onde o isolamento relativo é
mais difícil
A maior exposição do dente a tratar dá maior visibilidade.
Material necessário
— Dique de borracha
 Inicio na MD há cerca de 2 décadas atrás
 Devemos sempre invaginar o dique
 Folhas quadranglares: 12,5 cm x 12,5 cm
15 cm x 15 cm
 Várias cores e espessuras: Fino => 0,15 mm (rasga com facilidade)
Médio => 0,20 mm
Grosso => 0,25 mm
Extra-grosso => 0,30 mm
Especial => 0,35 mm
 Possui um lado brilhante (que reflete a luz) e outro lado baço
Mafalda dos Santos Vilhena | 41
Dentisteria Operatória II
— Perfurador de dique
 Instrumento de precisão que têm um disco metálico giratório com 6 orifícios de
diferentes diâmetros e um êmbolo metálico pontiagudo
 Para se conseguir um bom isolamento do campo operatório é essencial localizar
correctamente os furos para onde vão passar os dentes
— Tesoura
 São usadas com grande frequência
 Serve para cortar os excessos de dique e para a remoção da boca do paciente
 Devem ser de pontas cegas e estar bem afiadas
— Porta-grampo ou porta-retentores
 Serve para colocar e retirar os grampos da boca
 As suas pontas devem ter uma ranhura para encaixar nos orificios do grampo
— Grampo ou retentor
 Para o último dente
 Furos onde entra o porta-retentores
 As garras ficam a nível dentário (4 apoios) e não ao nível da gengiva
 Fabricados em aço cromado ou niquelado
 O retentor/grampo serve para reter o dique nos dentes
 Tem a função de retrair o tecido gengival
 Cada retentor para seu dente
 Têm designação numérica
 Constituídos por arco, asas e garras (nos que têm asas, primeiro colocamos o dique e
só depois o retentor)
Mafalda dos Santos Vilhena | 42
Dentisteria Operatória II
 Podem ser:
 Supra-gengival (garras rectas, menos retentivos, basta utilizar anestesia
tópica para a sua colocação)
 Sub-gengivais (mais retentivos, é necessário anestesia infiltrativa para a
sua utilização, apenas as pontas das garras é que contactam com o dente;
utilizam-se principalmente em molares parcialmente erupcionados)
— Arco
 Metálicos e plásticos
 Arco de Young
 Arco de Nygaard-Ostby
 Arcos pré-fabricados com diques de borracha pré-colocados:
 Quick-dam – ivoclar - vivadent
 Handi-dam – aseptico
— Wedjets
 Grossos => cor de laranja
 Finos => amarelas
— Fio ou fita dentária
 Para invaginar o dique, pois se o dique não estiver invertido não terá a sua função,
tendo que ser rearranjado com a ajuda da espátula, fio e jacto de ar)
 Recomendado para ajudar o dique de borracha a passar pelos pontos de contacto
interproximais
 Para puxar do grampo se se solta
 Para os retentores sem asas quando são transportados e colocados nos dentes
Mafalda dos Santos Vilhena | 43
Dentisteria Operatória II
— Lubrificante
 Para facilitar a passagem do dique
 Hidrossolúvel
 Aplicado em ambas as faces do dique
Colocação do dique
Existem várias técnicas para a colocação do dique de borracha:
— (…)
— (…)
— (…)
Normas:
Quando estamos a trabalhar nos incisivos ou nas superfícies mesiais dos caninos é
recomendada a realização do isolamento absoluto de 1.ºPM a 1.ºPM.
Ao trabalhamos nos pré-molares, há que abrir orifícios para incluir 2 dentes para distal ao
dente em que estamos a trabalhar e estender o isolamento até incluir o IL contralateral.
Quando queremos restaurar o 15 e não temos o 16 nem o 17, o porta-matriz e a matriz têm
que fazer de retentor.
Ao trabalhar nos molares, há que abrir orifícios o mais distal possível e estender o isolamento
anteriormente até incluir o IL ou C do lado contrário.
Devemos isolar no mínimo 3 dentes, excepto quando está indicado tratamento endodôntico.
A distância entre os orifícios é medida entre o centro de um dente e o centro do dente
adjacente.
Quando se coloca o dique sobre dentes superiores, os primeiros orifícios que se abrem são os
correspondentes aos IC.
Quando se coloca o dique sobre os dentes inferiores, o primeiro orifício a ser realizado é o
orifício correspondente ao dente onde se vai colocar o grampo.
Mafalda dos Santos Vilhena | 44
Download