PAU LGR IFF I T H S Umohistório conciso e ilustrodo deDebussy o Boulez L- -J !-- -r l--J Jorge Zohor Editor PculGriffiths ' E 't.. à. r.{i A Músicq Moderna umo histórioconcisoe ilustrodo de Debussy o Boulez 128ilustrocócr Traducão: ClóvisMarqurr t. h i () l Jorge Zohor Editor o tradutor agradcce a colaboração dz SILVIO AUGUSTO MERHY SUMÁRIO Títülo original: Modcm Music: A conaLtehistory Trâduçãoautorizadada ÍeimpÍessãoda primeüa ediçãoiDglesa publicadaem l9E6 poÍ Thâmesând Hudsonde Londres,IngÌaterÍa First publishedby Thâmesand Hudson,London, 1986as Modem Music: A conciseàirrory by Paül Griffrths Copyright @ 1978,Paul Griffiths Copyright O l9E7 dâ ediçãoem língìrapoÍuguesa: JoÍgeãhâÍ EditoÍ Ltda. Íua Méúm 31 sobreloja 20031-144Rio de Janeiro,RI tel: (21) 240-0226/ fata:(21) 262-5123 e-mail:jze@zúar.com.bÍ site: wwìtrzâhãÍ,com.br Todosos direitosÍeservados. A reproduçãonão-autorizâdadestapubücação,no todo oü em paÍte, consrituiviolâçãodo copyright. (Lei 9.610) C4pa. Gilvan F. dâ Silvâ sobÍ€fragnento da panitura impressade Zyklos, de Stockhâüsen CIP-BÍâsil. Câtalogâção-na-fonte SindicatoNacionaldo6Editorcsde Livros, RJ. Gt6Em Griffiths. Paul. 194?A músicamoderna:uma história concisac ilustradade DebussyaBoulez/ PaulGrifriths;tradução,ClóvisMarqües; com a colaboraçãode Silvio Auguslo MeÍhy. - Rio de Janciro:JoÍgeZrh.Í Ed., 1998 Tíaduçáode: Modem music: a concisehistory lnclui bibliografia ISBN: E5-71lG0O4-7 L Músicâ- SéculoXX - Históriae cítica. L Título, cDD - 780.904 cDU - 7r.036(0Sl) I 2 3 4 5 ó 7 fl I Prctfrio 7 O nomntism taraio tJ NovaHaroonia 24 NovoRitmo,NovaForma 36 Cgniosr.tacionais4P Neoçlassicirmoó2 Serialismo60 O MundoModcrno 97 oílerlÌÊ II5 /í) II Continuaçáo do SerialisÍlo J3ú E)e.Ítu;r'a 145 /2 lll /4 MúsicaAÈãtóÍia 159 "le*oePoliaca 169 vuttipticiaaae ro: Bibliografra 169 Listâde llustraçóes -195 Índicede Auiorese obras 202 capítulo1 PRELÚDIO Parameupai, e em memóriade minhamde Sea músicamodernateveum ponto de parüdapreciso,podemosidentificálo nesta melodia para flauta que rbre o hélude à iAprèsMidi d'un I"auned,eClaudeDebusy ( I 862- 19I 8). Talvez seja necessádojustificar a qualiÍìcação de "moderna" no caso de música compostahá mais de oitent anose num outÍo século,sobÍetu. do seconsideÍarmosque entre as obms musicalmentenovasdo çreríodoem que foi composto o hélude, entre 1892 e 1894, estavama S:[l.foÍÚa Novo Mundo, de Dvoirík, e a Patética, de Tchaikovsky.Mas é claro que, no contcxto das artes, a expressão'lnoderno" remete antesà estéticae â técruca do que à cÍonologia. É portanto justificável que uma "história concisada rnúsicamoderna", já em si uma aparentecontrâdição, Íemonte quaseum século,como parecelógico que ignore certâ música mais recentemas me. nos modernapelo método como pela sensibüdade. Uma das principais caracteÍísticasda música moderna, na acepção nfo estritamente cronológica, é sua libertação do sistemade tonalidades ruaioÍ e m€nor que moúvou e deu coerênciaa quasetoda a músicaocidenltl desdeo século XVII. Neste sentido, o hélude de Debussyincontestavclmente anunciâ a era moderna. Suavemente,ele se liberta das raízes da lonalidade diatônica (maioÍ-menor), o que não significa que seja atonal, nÌüs apenasque as velhasrelaçõesharmônicasjá não têm caráterimperati. vo. Em certos moÍnentos,Debusy deixa pairar uma dúúdâ sobÍe a ton0litlude, como nos dois primeiros compassosda citada melodia paÍa fleuts, onde preencheo espaçoente dó sustenidoe sol: todÂsas notas sgoincluídü8,e ngo apenassquclas que peÍmitiriam idcntificar uma cspecíficatona. lkludo malor ou mcnoÍ. Além disso,o intcrvuloharmônlco- um tÍítono a núsica flpdema D€bussyem uma rua de Padsna virada do século. - é o mais hostil ao sistema diatônico, o "diabolus in musica", como o donominavamos teóricosmedievais.Debussynão persisteneste caminho, pois sou teÍceiro compasso Íegistra uma rêsolução na tonalidade de si Nehtuto maior. Masa harmoniadiatônicaé agoÌaapenasuma possibilidâde entÍe muitas,não necessariamente a maisimportante,nem necesariamente determinanteda formae dafunção. No que diz respeitoà forma, o Préfudetambémlançaass€mentesda inovação.Em vez de escolherum tema bem defrlnidoe desenvolvê.loconseqüentemente, Debusryapodera-se de umaidéiaqÌtehesitae sevoltâduas vezessobresi mesÍnaantesde sedesenvolver, incertae poÍtanto impÍópriâ parauma elaboraçâ'o"lógica" à maneiÍaoÍtodoxa. Estetemada flauta Íeaparece comomotivopor quasetodo o hëlude, emboraâsvezesexpandindGseem omamentações ou dispcrsoem fragmentos indep€ndentes; ÍeiteÍadasvezeso temaé retomadodepoisde seprestara digÍesões.MasDebussynãoprojetasuaidéiapÍincipalnum desenvolvimento pÍogessivode lorgaduração.O efeitoé antesdeimpÍoüsaçâ'o. A espontâneidade do hêlude não é apenasuma questãode anbigü(ladeharmônicae liberclade formal;ela decorÍetambémdasoscilações de andamento e dos ritmosiÍregulares, asim comodo sutil coloÍidodapeça. 0 desenvolvimentotemático tadicional exigiâ uma ceÍta Íegularidadêe Iromogeneidade de ritno, paÍaquea atençâopudess€ conc€ntar-sê na hâr. nroniae na formamelódica,e osandÂmentos deúen seÍescolhidos demoúo a catacleizat o Ímpeto da músicaem direçío a seufrm. Caprichosana harmoniae na forma,a músicadeDebusy é tambémmaisliwe em suamedidade tempo. Quarto ao colorido, Debusq,foi um mestrena deücâdezadasnuanccs orquestnis, e um pioneiro na utilizaçãosisteÍnáticadâ instÍumentaçÍo comoelementoessencial da composição. Maisçe qualçer outra música rnteÍioÍ (excetuadâhlvez a cleBerlioz),asobrasde Debusryperdernsub* túIcia quandoaÍÍanjadâs parainstÍunentações difeÍ€ntes: bastaouvLuma vcrsãopara piano do hélude, por exemplo,para constatá.Io.O tema da lluutaé decididamente um temaparaflauta,e setansfoÍmaem algomúto diÍbrenteao serouúdo em outro instrumeÍrto.Consciente diso, Debussy tcstring€seu temâ à flauta,no hëlude, €xcetopor duasbrevesinterven. estrutuÍal:aclarineta çtJcsda clarinetae do oboé,ambasde imporüância lüIça o temaem seumaisextensodesenvolvimento, e o oboétentapÍolon. a quietudedo início.Dcssemodo, $rÍ o moümentoquandoserestabelece I oÍquestração contÍibuipaÍaestabelecer tanto asidéiasquântoa estrutunr,dcixandode serapenas um oÍnÂm€ntoou ÍealceÍetórico. Debussypôde dar um tÍatamento difeÍente à orquestÍaçãoporque iuu formaçãomusicaleÍa inteiÍameÍltenova.Ele nÍo tinhamüto tempo I dcdicrÍ às práticassinfônicascontÍnuase intensivas da tÍadiçãoausüoao desenvolúmento "lógico" de idéiasquepÍoduzem música Sornrdnica, unr ofcito de narÍaçlÍo.Paraelc, a múScanão era um veÍculodeemoções supuúam no casoüs obras loi!ìoris,como os críticoscontempoÍâncos (lo lloothovcn,ou como doixaveÍn€xplíclto em seuspoemassinfônicos ll a músìa) moderna compositores como fuchard Strauss.A música de Debussy abandona o modo narrativo, e com ele o encadeamentocoerente pÍojetado pela consci6ncia; suas imagens evocativas e seus movimentos elipticos sugeremmais a esfera da imaginaçãolivÍe e do sonho. Como ele mesmo escreveu,"somente a música tem o poder de evocaÍ liwemente os lugaÍes inverossímeis,o mundo indübitável e quimérico que opera secretamente na misteiosa poesia da noÌÌe, nos milhares de ruídos anôúmos que emanam das folhas acariciadaspelos raios de lua". A prosa é tipicamente enigmática e carregadade image4s,mas a referérÌciaao sonho é suficientementeclaÍa. Uma analogiacom os sonhos,ou, mais geralÍnente,com associaçòes espontáneasde idéias,é mais reveladoraque a habitual comparaçãoda música de Debussyà pintura impressionista-E verdâdeque ele algumasvezes escolheu temas que também ataÍram os impressionistas:"Reflets dans I'eau", por exemplo, uma de stas Images para piano, tem um título que bem poderia ser aplicado a certas telas de Monet. Mas a música difere essencialnenteda pintura por ser uma aÍte que se projeta no tempo- As técnicasformais e rítmicas de Debussypodem ter atenuadoa sensaçãodo decorrer temporal, mas o movimento tinha para ele extremaimportância. Mais uma vez, ele não se pÍeocupavaapenasem pintâÍ imagenssonoras: "Eu desejariapara a música", escleveu,'hma libercladeque lhe é talvez mais ineÍente que a qualquer outra arte, nÍo se limitando a uma reprodução mais ou menos exata da natureza,mas às misteriosascoÍÍespoÃdências entre a Naturezae a Imaginação," No caso d.o Prélude, há uma forte sugestío anbiental, de um bosque no pÍeguiçosocalor da tarde, mas o interessepÍincipal de Debussyreside nas "correspondências" (termo baudelairiano) entÍe este aÍÌbiente e os pensamentos do fauno na écloga de Stéphane Mallarmé em que se inspira a música, seründo-lhe de "prelúdio". SegundoDebussy,a obra é uma seqüêncÍade "cenários sucessivosem que se projetam os desejose sonlÌos do fauno". Outras obras de Debussy, como os esboçossinfônicos de La Mer, (1903 05), provavelÍnenteinspfuam-sediretamente na natureza,sem a filtragem da imaginaça:ode um poeta. Mas tanbém nelas a natureza é apenas um ponto de paÌtida, afinal deixado em segundoplano para a criação de "misteriosas correspondóncias"mais afiaadas com o mundo interior do compositoÍ. É o çe dá a entender Debussy,escrevendosobre "o segredo da composiçío musical"; "(J som do mín, a cu a do horizonte, o vento nas folhas, o grito de um pássarodeüam em nós impÍessõesmúltiplas. E de repente, independentementede nossavontade, uma dessaslembranças emerge de nós e se expressaem linguagemmusical." O estímúo não é o fenômeno natuÍal original, a "impressão", mas o fenômeno mental deriva- "Qucro cïrìtarminhapaisagem interiorcom a símPlici rl , ll "lcrrrlr|1rrrça" no mesmoensalo. rlrrrlc rlrlrlrra criarrcit".cscrevcu Figuíinode LéonBaks{paía o Íaunono Pfélude de Debussy.O balé ostÌeoupelâ companhiade DiaghilevêÍnParis, 1912,coÍncoreograíiade Fokineê Nijrnskyno papel oo Ìauno. obscur€ceu sua novidade técnica e estética O Prélude obteve imediata po- capitu lo 2 O ROMANTISMOTARDIO Capada pÍimetfa ediçãodeLa Met, c{'n a gravuíadê Hokusai, A onda, escolhida por Debussy. A natureza e as conseqüênciasda Íevolução de Debussysó seriam plenamente reconhecidasdepois da SegundaGuerra Mundiaì, e em termosimediatos ele exerceu uma influência ampla mas limitada: seustítulos aÌusivos, suas práticas harmônicas e inovaçõesorquestÍais foraÍn abundantementeimitados,mas a liberdadede moümento, a levezade toquee a impalpdvel coerência de sua música não puderam ser igualadas.Seus contemporâneos.paÍticul3rmentena Áustria e na Alemaúa. estavammais empeniados em resguardare daÍ continuidade â üâ dição românúca novecentista do que em expìoraÍ caminhosfundamertalmente novos. Mas ha. üa um problerna.Wagnere Liszt haüam dilatado enormementeo campo da harmonia tolerável, acelerandoas mudançâsharmônicas,e era difícil acomodar o novo clomatismo no interior de formas que dependiamde combinaçõesharmônicascoerentes.Debusy resolveuo problema abandonando a ortodoxia harmônica e estrutural;mas s€ os antigos modelos de desenvolúmento contínuo deviaÍn ser preservados,tornavam-serecessárias nolas formas de compromisso,no mínimo para satisfazero sensoformal legadopela tradição. Muitos compositores encontraraÍn o apoio que buscavamem programas üterários, como Liszt fizera ao se tornar o úÍtual inventor do principal gênero da música instrumefltaÌ de inspiraçÂoliterária, o poema sinfônico. Richard Strauss(1864-1949) compôs na décadade 1890 uma série de poemas sinfônicos,entre elesl/so sprach ZaÌdthusta (Assim Falou Zaratustra) e Ein Heldenleben(Uma Vìda de Herôí), que elevaramo gênero a extÍavagantesculrninâncias.Straussnão teve rival em suacapacidade de "traduzir" musicalnente imagensnarrativas,a ta.lponto que, com algum conhecimento do tema, seuspoemassinfônicospodem ser "decodificados" como histórias à medida que os ouúmos. Não poderia haver exemplo rnais notável do nível que a música atingira no secúo XIX como meio ÍÌarrativo de emoçõesou ações,nem seriapossívelir mais longe nesta direção:o próprio Straussvoltou seutalento para a ópera. Não obstante, pode-seperfeitamente presumiÍ a eÈstência de programas de natureza psicológica por trás das sinfonias de Gustav MaÌìler F 14 a música modefia tadio rcmanlismo RichardSfauss. óteo do MaxLiebemann. (1860-1911), ainda que não sejaÍnexplicitadosem textos ou títulos:é o que indica a correspondéncia do autor. Se nos poemas silfônicos de Strauss temos histórias emocionaiscontadas do exterioÍ, as sinfoniasde Mal er sãoconfissõesde sentimentosarrancadasde dentro. Seustemasmolódicos contêm uma cargaexpressivaaté então desconhecida,e suasformas são motivadas antes por exigênciasde expressãodo que pela função har. rnônica. E ainda música de basediatônica. e a sinfonia continua sendooara Malúer como foÍa em Haydn, Mozart e Beeúoven um drama de ielações e contrastes.Agom, no entanto, os personagensdo dÍama sãomenos as tonalidadese temasque os sentímentose caracterespsicológicos. MaÌrler pôde assimincorporar o modo lírico - a música como arte quase puramente expressiva,desconhecedoradas grandesformas - à es- GustÂv Mahler em1896,anoemquêconcluru suaTerceira Sinlonia. trutun dramática da sinfonia. Alguns de seusmovimentos sinfônicos são cançõescom orquestra; outros reutilizam material originado em canções independentes.A Segundae a TercetuaSinfonia (1887-96) intloduzem vozessolistase coraisem seusmovimentosfinais paÍa explicitaÍ a intençâ'o expÍessiya,após yádos movimentos exclusivamentepara orquestra. E na Oitava Sinfonia (190647), também conhecida como Sinfonía dos Mil, Malúer mobiliza uma enorme quantidade de solistas,vozes corais e instrumentos em toda a Dartitura. 15 7 a múscamodema ton\lnlsmo laídio alcstru llos ao da músicaocid€ntalculta: cincerrospataevocatpastageÍìs pinas,violão e Qandolimpara um saborde dançapopular' Mesmoquando iais instrumentos não são emPregados,a música de Múler volta e meia "desce" em dreção ao café-concerto.Fazia pa e de seuideai que a sinfouma imagem completa do universo emocional do aÍtistâ, nia desenhasse acolhendo seu sentimentilismo e seu humor irônico tanto quanto os sentrmentos mais elevados.Quando Debussy s€ aventurou Pelo music-hall' como em "Golliwog's CaÌe-Walk" paÍa Piano, foi no contexto de uma Peça humorística (Cftildren's Comer,l906-08) MaÌüer,por suavez, esforça' va-sepor abarcaruma vasta gama de experiênciasem uma única obra; na realidâde, suas estruturas sinfônicas dependiam disso, algo incontornável dada sua determinaça- de desvendarseu eu emocionalcom a mais absolu' ta sinceridade. Ìrlas a música de Múler apresentaÈinda outro asPecto,religioso e a nos últimos anosa idéiada morte,especialmente metafísico.Obcecava-o lúahlerregendo. Silhuelasde OfioEoehleí. tava Sinfonia. Morte e ressurÍeiçãoforam tema de um bom número de obrasmust' cais do Íomantismo tardio, entre elas um poema sinfônico de Strauss.Os Gunelieder de Schoenbergconlâm uma história de ressurreiçãofantasmagórica, puniçío de um herói que cometeu o pecado de amaldiçoar Deus, mas é mais comum o renascimentopara a esPerança,seguindo'seà morte para o mundo o despertarpara tudo aquilo que transcendeo físico. Esta preocupaçãocom o além pode ser associadaa moümentos ocultistascon' temporâneos,como a teosofia,e aosprogressosrealizadosna comPreensão da mente humana. Assim como Freud demonstravaque nossosatos e juízos são didgidos por uma üda mental de que em gande Parte não temos consciência,os compositores(e naturalmente os artistasem outros campos) perscrutavammais além da realidadeda consciência,na espeÍaÍìçade mais altas-DebussypaÍece ter PenetÍa' üslumbraÍ verdadesessenciaÌmente : em sua 6peta Pelléas do com intuitiva facilidade o mundo subconsciente et Mélisande (1892-1902'), baseadana peça de Maurice Maeterlinck, as coisasmais importantes permaÍecem por longo temPo informuladas, e a música revela tendénciasinsuspeítadâsque moldam o destino humano a parür do subconscientee do inconsciente. Arnold SchoenbeÍg(1874-1951) taÍnEm se deixou influenciar nes' sa época pelas crençasmísticas de Maeterlinck, como ainda Pelo Slrindberg metafísico e os simbolistas alemães.ComPôs o Poema únfônico Pelleasund Melisande(19O2-O3) e outro, com incomum arranjo para sex' l7 Ì romanhstnolardb 19 .Pi:lL,L,iiitj rl,r' F.ontbpÍciode Rochegrosse paraa pnmeiíaediçãodâ ópeíade Debussy.A gravura romanüzaInadequadamenle â cenaeínque Pelléase Mélisandesão surpreendidos polornaíidodela,Golaud. em 1910, AínoldSchoenbeíg pou@anlesde concluir os GuÍeìiedet. dc üsta exterior;sua obra-pÍima, a ópe:nDoktor Faust (1916-24), d.eye nÌais à parábola e ao mistério sacro do que à autobiografia, conquanto IJusonicertamentese identificassecom a buscado conhecimentouniversal protagonizadapor Fausto. Suaproduçao é imensamentediversificada,mas ele nunca ousou tanto em música quanto em se]uEsboço de uma nova es- FeruccioBusoniem íeüato de EdmondX. Kapp traçadoduÍânteum concertode obíasde em Lonclres, Eleethoven 1920. MaxRegerà íÍenÌe de umaorquestra. tétíca da música(1907, ampliadoem 1910), no qual fala dasPossibilidades de escalasradicalmentenovas€ até de músiça eletrônica,na época pouco mais que um vago sonho. Strauss,Malúer, Schoenberg,RegeÍ e Busoni üveram e trabalharam no coÍação da tradiçío musical geÍma'nica,e eÍa poÍtanto natural que suas Íespostâsà crise da composiçãotonal fossema um t€mpo restauradorase exploratóÍias. Schoenbergterá sido o mais conscienteda necessidadede estabeÌeceibasesfuncionais para a expansío da harmonia tonal, de modo a preseÍviuo completo desenvolvimentomusical.Busonipode ser conside' ra<ioo mais aberto, e ceÍtamenteo foi em seumanifesto.Múler foi talvez o mais audaciosona buscaintetior de respostas,abrindo a músicaà expressão plena e intensa da persolalidade. Mas todos os cinco, por diferentes que fossemseusmétodos e objetivos, tiveram de elfrentaÍ o mesmo problema: criar músicana ausénciadasvelhascertezasharmôÍÌicas. Fora da Áustria e da Alemanha,o problema pareceter sido sentido de forma menos aguda pelos compositores.É úgnjficaúvo, por exemplo, que depois de Matrler os grandessiofonistastenÌÌaÍnsurgidofora da regiâo que desdeHaydn constituía o berço da sinfonia. E as obrascompostasna Íomanlsmoladto (l9ol lJ-ì)c Samuclllarber(1910-81) foram capazesde perp€tuarororìrilntisnlotaÍdio até o último quarto do século.Eis em Íealidadeum aspccto ins(ilito da música Çompostadesde 1900: o fato de que tantos compositorcs terìham adotado uma posição "conservadora",trabalhandocom |lr0teriaisc métodos que poderiam parecerexauridosou superadospelos irvançosde técnica e sensibilidade.É claro que semprehouve confrontos c rivalidades,nas aÍtes, entre "cons€rvadores"e "radicais". A diferença, na música do Éculo XX, estána aberturapara trntas opçõesque não ex.ls' te uma corrente única de des€nvolvimento,nem uma linguagemcomum como em épocasanteÍioÍes,mas todo um leque de meios e objetivos em permaÍÌente expansío. E o início da divergénciapode ser localizado no peÍíodo de 1890 a 1910, ponto culminantedo romantismotardio;pois foi a ênfasc romántica no temperarnentojndiúdual que prepaÍou o colapso dasfronteiras tonâis reconhecidas. JeanSibelius. Ólêode AkseliGallên-Kallela, seucompariolae amigo. primeira décadado séculoXX por Edward Elgar (1857-1934) ou Carl Nielsen (1865 1931) eúdenciam muito menor tensãoharmônica que as de seus contemporâneosaustro-germánicos. Houve também aquelescompositores,como Jean Sibelius(1865-1957) e Ralph VaughanWilliams (1872 1958), que cons€guiraÍÌ desenvolvernovos estiìos sinfônicos no 'Ìuadro do sistemadiatônico. O longo silêncio de Sibelius,que em seusúÌtimos trinta anos quase n.ìda compôs, pode ser um indício da dificuÌdade de se ater à composição ronal no seculo XX. E no entanto. comDositorescomo William Wahon 23 novaharnonia |,rl)i tulo 3 NOVA HARMONIA o ar de atonal, e uma voz de sopÍanoentra,no finale, sobÍe o Ycrso"Sinto 25 a música ú)derna nova hannoí it dasfontesprofundasrla pcrso' l)c'lr d s Própriasemoçõos!pois a revelação pessoais, e nío mais deuvrrrrlitlaclceúgia meiosmustcaisabsolutamente para o expÍespossível veículo era o único atonalidade ttos da tratliçro. A sto tslnode Schoenberg,o SegundoQuarteAs primeirasobrasexpressionistas poesia de Stefan George,contÍastanr na to c o ciilo de cançõesinspirado vlvan'ìentecom a maioria de suaspartituras anteriores,e nÍo aPenasem teÍnrosharmônicos.A textura é lev€,rápidoo moúmento;e o tom é maislírico que draÍnático, poís o drama dependiadas tensõeshaÍmônicas agora dissolüdas.Mas logo as coisasmudariam.Em duasobrasde 1909,asTrês Pcçaspara Piano e as Cinco PeçasOrquestrais,Schoenbergao mesmo tempo reintroduziu formas dramáticase pela primeira vez comPôsatonalmen' ie sem o estÍmulo e o apoio de um texto A terceirapeça oÍquestral,no ennuma impressãoúsual - a dos primeiros raios solaresretanto, baseava-se AleksandíSkyabin, cujaspreocupações mísücas o levaramao lmiâí da atonalidade. tural. No fundo, entuetanto,ele pareceter reconhecidoque esta só poderia ser uma soluçío tempoÍária, e que a exigênciade adequãçío diatônicaera cada vez menos justificada pelo material utilizado noì aiordes: declarou certa v€z que há alguns anos vinha meditando o passo qu€ deu em Das Buch der hàngenden Gìirten Também é possívelque o afrouxamento final das amarrastonais tr. vessealguma relaçãocom episódiosde suaüda pessoal.No verão de l9Og, no exato moÍnento dasprimeirascomposiçõesseriais,suamulher deixou_o Auto-reüaloâ óleode um dosmúitos Schoenberg, quê prnloupoívoha de '1910,quandocomeçava a exploíâra atonalidade. 2l a trnisrcatnodcna 'A( -I\r't nov.t h |tnrjt],d rl{ l)tlE,t{ | I ã, ;\..SR RJÃffi | | pLÌ qEl_r.rlq",60 oF r)l?(rNtrr-rtrr:Usi..^, Capade JeanDelvi e parâa pdÍneira ediçáodo Prometheusde Skryâbin,em concêpçãográÍca que anuncia o câráterapocalÍpücoda obra. FiguÍinosde Scllcenoêrgpara â Mulhere o Homemem seu dtamalittcoDÊ glückliche 29 nova hanrìonta Esboçosde Schoenbefg Paraa cena clalloíestra no monodtarÍìa ENadung. do irresistível. forçando-o a trabalhar "como um sonâmbulohipnotizado que revela segredossobre coisas a respeito das quais nada sabe quando acordado", paÍa citar o que ele consideravauma "extraordinária síntes€" de SchopenhauersobÍe a arte da comPosiçio musical NeÍn s6 Erwartung, mas toda a música de SchoenbeÍgnestePeríodo atonal dá a impressâ:ode que brotou imPÍemeditâdadas profundezasde sua mente, produto de um PÍocessode auto-análise.Era música tão Pessoal, e tão pouco filtrada pelo intelecto, que ele não s€s€ntiacaPazde ensinaÍ a composiçlÍoatonal: é provável quc sequertivesseconsciênciaplena de seusmétodos. Pelo hnal da üda, ensinou - e brilhantemente - com base nos grandesclássicosaustro-germânicosdos séculosXVIII e XIX; e em t 910-l t, quando vinha de concluir obras-primasalona\s como Erwartung e as Cinco PeçasOrquestrais,escÍeveuum tratado de harmonia em que a atonalidadeÍìgura apenascomopost sczptum. Schoenbergnão tinha tempo para alunos de composiçãoque o Procuravamquerendo aprender os rudimentos da revolução,mas tâmpouco desmereciaos que não se sentiamcâpazesde acompanháio em território descoúecido. O estilo musical era uma questãoindiüduat, e a principal lição que transmitia era a de que in' moral de serfiel a suaPÍópria üsão. cumbe ao artista a responsabilidade Ainda assim, seus primeiros e mais talentososdunos, Alban Berg (1885-1935)e Anton Webern(1883-1945),não tardariama segui'lona composiçãoatonal. Ambos lhe estavammuito chegadosà época de suas primeiras obras atonais,e é possívelque o apoio deles,Próximo da venera' ção, tenha sido valiosíssimoquando Schoenbergafinal tomou um caminho no qual estavaceÍto de só encontÍaÍ hostilidade. W€beÍn seguiufielrnente o exemplo do mestre,abordando a atonalidadeatravésda Poesiade Geor' ge, em quatorze cançõesde 1907O9, e em 1909-10, seguiu'sea Primefua obra atonal de Berg, um ciclo de cançõesPara poemasde Hebbel e Mom' beÍt. No entanto, essasobras não salo meras projeções da sombta de para a Schoenberg.Berg e Webern tam&m sehaúam sentido Pressionados anteriores, e os tlés atonúdade em composições ProsseguiramPor cami nhos paralelos,unidos rnas independentes.As PrimeiÍas cançõesatonais dos dois discípulos são absolutamentecaracterísticas,concisase purarnente líricas as de Webern,nostalgicamentevoltadaspara o Passadoas de Berg. Além disso, Berg e Weberndeúam tanto a Mahler quanto a Schoenberg,o que natuÍalÍnente se eúdencia melhor em suasobras oÍqucstrais:em teÍmos de instrumentaçãoe expressão,as SeisPeçasOrquestraisde Webern (1909-10) e as Tr€s PeçasOrquesüaisde Berg (1914-15) estãomais PrÓú. mas da Sexta Sinfonia de Malúer do que do cicÌo comPosto por Schoen' berg em 1909. Em ambosos casosencontÍarnosuma marchamaÌÌleriana,e uma retórica muito peculiar a Malüer, mas totalmente estranhaa Schoen' berg e seuexpressionismode profunda buscainterior. À parte a "segrindaescolaúenense" de Schoenberg,Berge Webern, 3l nov a l tì,' ìto|i a 33 poucoscompositoÍesaderiÍamà atonalidade,e os que o fizerâmmanúvr. o crescente controlepolítico dasartesna UniaoSoüética,apósa morte de l,enin, impediria novos avançosnestesentido,e os compositoÍessoviéticos maisousadosforam obrigadosa emrgrarou, como Roslãvets, viverem obs_ curo esquecrmento. Iliríg em rotratoa óleode seumesre ^llÌür 'Í lÍxnrborg,@m quemestudoude 1904 quâUo í llr 10.o a quemdedicaíia as enÚe elas obías, Ír{rÍtrnlos lfôr I'oçasOÍquesfaise aópeíaLulu' n e sóPoderia.tÍaduzk e rntensos, exÌremos mÊus trrh,s('rÌr(ìcionals maisperturbalo-"^t-,f9t íIr'. lìirÍcccuporcertotemPo- osseÍÌtimentos ^Ï1ï"l9l2 e em erammaisamPlas' quesuasposstbiìidades l,Frtl(tursdcttronstrar e satíÍico": irôúco leve' "tom em de ümaobra ,'",i,ì'1"",f* composiçâo " l,utwir( cançõesde Berg para soprano e orquestÍa, sobre poemasde peter AÌtenberg. Foi tal o clamor que ascançõesnão puderamserconcluÍdase a poli_ cia teve de ser chamada. Schoenbergacabariacompreendendo essaexagerada aversío.,,pode teÍ sido o desejode se livrardaquelepesadelo. daquila tortuÍa dissonanle, oaquetas tdelasmcompreensíveis, de toda aquelametódícaloucura_ e oe_ vo admitir que as pessoasque se sentiaÍnassimnão eram más,'. Como zero_ I'lt t|!,I seriaexecüta' Âo conlrárto de suasouttas obrasatonais,Plerrot logo junto aoPúblisucesso rlrrrrrÍ lr()rnttúmcrode vezes,encontrandorelativo prómais círculo a seu estranhos a stclìçãode compositores ,,, n€ssa " "t,",,,,1u que aprender o todos Partiveram Ravel e *r,,,,',tl"i,urry. Srtaúnsky de um te' à escolha em deúa'se despertou PaÍte que elã t t rìt,u". u,rcics," da commedìadell'a e' esÍâÍrha ft|Í frfrc csfirvirlro lr, de um personagem su' do que PeÍnrlt-lrla elevados mais , , r'rtìrr;r ,1,,t.rrlrrdc iLliiüse sentimentos cslereotipadaMeio títere meio sersensÍvel'-PierÍot ì-,ï ,,"'ì,,l,,,ri,r,rdc ',,,' quantoao Poderdo homem cóntemporâneas ,ltivirlas ,lrts i.;:; ,;;;,',';;".';,:"' r+ iì lnusrcatÍndctna l:iï aì'"i::ï"' ttasem queisualÍnen te fascina ria stravirìskv(em Pelruír/ . r rtr!,r lr t |/ r ||nr ( r l) t r ó lilcr iir iode lì er linr )Âcllna dc t udo, t Í a0spur ceenì "lor r r lcvc, ir ór Ì ico c sat í nco" , r r sent im elÌ t os r r.,l de at cr ( ) nzx( l so, , , cxlltaçto macabÍue desesperada Erìl trostitlgiir. rlar rt,'lr,rtrir xssussirìn, tais emoções;agora,fazia-() lrItI tt'), Srlr('c|ll)crgcxpusoÍaabertanrente irnpuúa uma mudançadc ||rI Í ||rirrxtlr rlrt irolliit.rl quc ineütavelmente arnrfascjalivÍementcalonÀl,PieftotÍettocedeâ adequaçao Itlffrr I r||lrrrrrr da atonali| ||ttíIrÍrll$lrer c assinìpreparso caminhoparaa organização Ícalizariano serialismo. rhrh,rtrr,Srlrrrcrtbcrg oito anos,e à falta de um mé. Mrtrpirr:tislo aÍìda seriamnecessários Sr hrrl,r lrotrrbcrgguardouquasecompletosilêrÌcio.Finâlmente,concluiu Orlt( //nlrl; trabalhouduÍanteüês anosnasQuatro Canções tttt' tü c rncrgulhouem seuoratórioDie lakobsleiter(A escadade Ja. flpiflfrr\,^lit ,', l',f / ,'.1)scnrconseguiÍterminá-lo.Die Jakobsleiterfoi suaprimerra tr||t{ ví (lc cxplicitar as questõesmorais e religiosasa que voltaria insisti||tr||u.||tc tÌas obras das duas últimas décadas,em particulara ópera ll,, v r tutl /'l/o'. Aqui, no entanto,asimagensverbaise úsuaisprovém ant.r r!. Swcdcnborg,'úa StriÍÌdbeÍge Balzao,que do judaísmo.O temado r,rntirt(, d r conquistada pedeiçãoesPüitualmedianteluta e oÍaçao,coexortaçâo do arcanjoGabrielquepoderiasercom uma veemente rrrr,llrrrLr vlr rle lr.nrapara Scho€nberg:"Segueem frente semperguntaÍ o que te es. ' Id I rr' l)it' JqkobsleiterdeveÍiaÍeunir uma enormeauantidadede executant.r orr scu fina.l: "O coro e os solistasvëmjuntar-s;", anotou Schoenberg, a distânciacadavezmaior "|'rlrctlrdo no palco,de início,e em seguida nos bastidotes de tal modo que,na concludisPostos -, orquestras I orrs c r0o. ir rÌúsica s€derramade todosos ladospelo salão". Como Skryabin em deve ter pretendido um efeito imPres*'rr tlcrradeiro projeto, SchoenberB rtorírlc sobre sua platéia, e me$no inacabadoo oratório é uma excelente em Schoenberg como em de que na arte exPÍesslonista, rlrrrronstração pr€ocuPações nao encobria as St||tldberg,a mais extÍavagaflte Psicologia r,olr ir ÍevelaçãoespiÍitual. As cançõesatonaiscompostaspoÍ Webernmais e em 1913 n(llillflc,entre 1921 e 1924,ÍecoÍÍemtodasa textosreligiosos, ()^PieÍotLunaìrcde Schoenberg inteFreladopetomezzo-soprano galésMaíyThomasem 1974,anodo cenlenáriodo compositor. . tl|n nuel Swedenborg(168E 1772),cientista,filósofo e teóÌogosueco,cuja obÌa, ({|ltr0dâ inicialm€ntenas ciênciasnaturaise rnatemátrcas e na filosofia da natureza, extra-sensoriait em ambiciosas rtrstrnbocou depois de dises m(sticase experiências bíblica.Precursordo espkito Ìomântico e fundadelna exegese ÉírÌksc\ cosmogônicÂs ,t:r5tentntivasde compÍovaçãocientificâdos fenômeflospsíquicose da imoÍtalidade como Goethe,SchellinS,Balzac,Baudelalrlir tlma, influeÍciou aÍtistase pensadores Í(., Yeats e sobretudo seü coÍhpatÌiota,o dÌamaturgoAu8lst Slrindberg (1849_ que evoswedcnboÍguianas, l() I 2). Já nos anos l7 80 sügiamasprimefassocledades paraa fundaçãode uma [gÍcja CeÍal da Nova Jeru_ iam nos paísesangÌo-saxônlcos v r , m . ( N . d o T.) ,t o Its .,t t | |xttt.t t\ì e da concomrll4,::::r{À extrui suaco€Íêncianâo só dessacompaixão Il | | | | f(.ti l íl )i Ii ( li|dehar nônica, m asaindadaut ilizaçãode. f or m aSest sobre abeleclinvença-o passacaglia' ;i;;; , ,,,,,., brrscdc cadacenaou ato: sinfonia, o veho^convelhasformas,: ,it,i i"tt,,t" lssim por diante Voltavam,aqui,as o camraberto eslavz Lunsìre; Pìerrot t,urr,,,,t,,f,"ui, sitlo recuperadono serialismo no atonalidade da lì'Írnalizaçao ",r1,,,1r,,r" ' l,,nr" ul,ros corno llozzeck e Pieïot Lwuie a atonaÌidadedemonse esSotamento l;;t;';;;,,; ,", o c"*iúo maisfecundoapóso aPare seampossibilidades As único o era ',,", não ,i,, *,tiut ,i.tema diatônico, mas tempo mesmo ao tonalidade uma de mais de a combinação ,,|,uu,,u, o semi' que menores de diüsões "u,tt lïÏif'ï, ir'"ìii, o. I Jt-" utlilz"çao.o"oitava | | Í| | convencional. Apot lt onallqadef oiem pr egadapor lgor St r aúnsky qúe o diÌaceradodesesperodo r bìlé Petruchks "rn dÓ,Ínlïor e í representadopela execuçãosimultánea.do da aDun' teglstrada a marca têniílomâioÍ - e tornou'se 392-19'14). (intervalosmenoresque o de um sepela ao nome dì Alois Hába( t 893-1972)'.que rrrrom) ficaramassociados cordas de orquestra paÍa suíte qu",io' a" tom em sua ;;',ì';;.';ì; { l t)17).evi ri aacom por um aser r edeobr as'inclusiveóper as'. em quar t os peÌo composrto-r_mexlcaìr. uuí. ,.*to, a" ,om. Mas Hába fora precedido tom de osquaÍtos a estudaÍ ìïi*" cüiitìrãi t sr s'tros1,quecomeçou assigf,'^ï:l-u' seria 'iì' evòlução xix,'e cula ::ì,;lË; ü;;ã; àã secuto pioneiÍo indePendente avosáe tom Outro e até dezessels |rr o' "i"*'em oitavos peçtt cujas I 979)' ( I 893üitrt""et.dtkv l :.T^qÌ1lot -primeiras fenô' dos outro também -- -,^.^- rô ror,ì ê ôç .lì,^.r.. d" tom fàram rarlesIves. os DeÌamúsica de microtons era o oa feitos pâra tocaÍ em semi ('xccução,já que os lnstrumenrosmusicaissão dificuldade empÍegandodois piato s. Ives e VishnegÍadskysuperaÍama de tom' enquanto Carrillo e Há' ros afinados com diferença oe uÀluarto os instrumentistàsde cordase i;,, Ët"rn construir instúmentos especiais cantar em microtons' mas o efeito os cantoÍes eram capazesde toca' ôu de música comum mas^desaficrü fÍeaüentementeinsatisfatOrio'e mesmo o rompimento de todas as com so fláresceria il;.;;ìiiãïtcìotontr e pelosmeios büÍÍeiraspossibilitado ento da cÍiaçao. novo tilÍÍú, nov;rlorna capr'tulo 4 NOVO RITMO, NOVA FORMA Em maio de 1913,setemesesapósa primeiraexecuçãode PierrotLunairc, os BalletsRussesde SergeiDraghrlev promoveramem Parisasestréias mundiais de -/er.cx,de Debussy,e Á Sagraçooda himauera, de Stravinsky.Com estasobÍascompletavam-se os aliceÍcesda músicamoderna,pois asaventuras harmônicasdo atonalismode Schoenberg eram igualadas em audáciae influência pelo novo manancialrítmico reveladona Sagraçzoe a Lberdade formal de Jeux. É claro que somenteem anáÌisesuperficialse poderia sepaIar os elementosharmônicos,rítmicose formais- intervalos,tempo e estrutura - de uma peçamusical:elessãointerdependentes, e inevitavelmente Schoenberg,StÍavÍnskye Debussymovaramem cadauma dessasfrentes. Foram todaüa a harmomade Schoenberg, o ritmo de StÍavinskye a forma de Debussy que maior interessedespertarame mais ìnÌportáncia tiveram paraos compositores no decorrerdo século. A noúdade rítmica da Sagraçaoda Prímqverafoi imediatamenteÍeconìqcida;teria sido difícil ignorála Na noite de estÍéia,como recordâria Stravinsky,'lá os primeiroscornpassos do prelúdio(. . .) provocaramrisos de escárnio.Eu fiquei revoltado. Essasmanifestações,a princípio isoladas, logo se generalizaram,levando por sua vez a reaçõescontrárias e se transforrnando rapidanÌenteem um tumulto indescritível". A platéia pÍovavelmente reagiatanto à partÌtura quanto à coreografiade Nijinsky, "uma criarebuscada c estéril",na opiniãode Straúnsky;masloção excessivamente go a músicase torÍÌariaobjeto especÍficode um furioso debate.Algunsa condenavamcomo bárbara destruiçãode tudo que a tÍadição musical representava,enquarÌtooutÍos - visto que estávamos em Paris elogiavam-napela mesmarazão.A verdadeé que Straünskyhaúa encontrado uma nova força djnámicaparaa música.Como Schoenberg, elepercebera que o cresce[te cromatismo estavadebilitando na harmonia diatônica o poder de sustentação do movimentomusical,masa soluçaoque enconüou foi muito diferente. A Sagraçaodemonstroucom força quaseselvagemque o ritJnopodia serum novo impulsomotivador. Na imensaproduçío musicalacumuladadesdeo Renascimento,o ritmo estevesempresubordinado à melodiae à harmonia,quandonão era de. rlrrirlrlc çolcheiase semimmas' w ^f L I (.r ., 1 "' Y' ,tl lt+, 1_ ) L hri i: :l z. de Sravlnsky DohlhedocadeÍnode êsboçc6muhicoloÍìdos Pinaveê' da pa A Sagêçâo 39 7- 4O .t ttn j t a tru Lttnt.t Dt'vt' lltno, |ov,t ht ttt +'iiÉ tc ií iÉ iÉ :d :t ls i ìÊ u,l j :.l i Trechoda "Dançâ do Sacíìlício" na ediçáorêvista 11947)da SagraÇáo Os rés ú[iírìos compassos coÍÌesponoemâo Íascunho repÍoduzido nap. 39. Roerich, lambémrespon(iÍìcopÇáo da PonaveraporNicholas cônicapaÍaA Sagração dobâlé. onÍcdo 4Ávolpelo vit-scde urÌrl)rilhantee exótico conto de fadasà maneirado mestre,emboconhecimentodo que Skryabine Debussyúnham rir tirmbénÌcvidenciassse l)e eslilo muito mais Pessoalé o segundobalécompostopaÍa rcrlizando. l)lifglìilcv,Pt'lruchka,no qual o ritmo já começaa tornaÍ's€o marsrmPorà moümenassociado estreitamente Inrìieelemcn(oestruturale expressivo, do desajeitada a de uma ou feiÍa. tirç5océnica:a animaçao Sesticulação deve suaütalidaPelzchka que heÍói. Mas serve de lürìtochehunÌanizado de métÍicaque à técnicace(lc rítmiça ruaisàosostinatose irregularidades lular desenvolvidana Sagraçao. A idéia do novo balé foi do próprio Straünsky,e ocorÍeu'lhenum sonho: "Eu vi em imaSinação"!escteveu,"um soleneritual Pagão:osvelhos sábiossentadosem círculo obseÍvaÍna dançade uma jovem que será par toÍnar PropÍcioo deusda pÍimavera" Examinandoestetesacrificada dastradições inconscientes ma, ele sentiu mergirem"algumaslembranças caÍáterfoldiatônicas de idéias então de simples Apropriou-se populares". clórico.e sobretudornventouritmos de uma força capazde tÍaduziro que e ao mesmotempo premeditadonasdançasrituais há de desenfreado Por um certoperíodoStraünskyexplorouos doisçentrosde interes tll rúvonfitn, t|ovi|lontrl l)cbú6sye Stavinsky | ópocados balés que dhÍ6m paraDiaghilev' JouxoASaqaÇãoda ,tímavera.Stravtnsky dodlcoua D€bussy o colo mÍsúcoLeRoi drs Élo,/es( 1911'1 2) o compôsem sua momónaa Siníonia de paraInsüumentcs Sopío(192O)' . . Para atingir essâmeta, Debussyeliminou as referênciasüsuais inesPeÍadasà medida.que [cnte mudança, movendo-senas diÍeções mais e lite- sãoemprlpdos' Ji;;;"i;;ìúLt demateÍial " 9*"."Tt"" 9":::^:'^:Y interÍompido é subitamente ì.,g"llì"0.t","0"t. vez por outra,.um tema deumasubstem's€a imprcssão com maisfre^qii6ncia' ori púnu em diferentes à tona vém "uotuçao; temas que difeÍentes em i,ln"ïu .uri"A huida no anunciada consecutivo' A ;-cipaçao do desenvolvimento ;;;;Viq'l:s"' d: em "Jeux aliás llólude, é completadanestapaÍtltura,como de caPtaro íe La Mer- Neita, o estímulofora a tentativâ ;r;;";.;J ao o mesmoJ ão ,n.r, r..ptt diferentee no entantosempre ;;;;;;i; impalpáveì' forma Debrìsv atingu seuideal de uma l"ìiJ'ãiiJ-",n ã e osmoüm€ntoscapÍI' fugazes i"-i*irount ae fundoparaasemoções de tênis Poucoresta' partida joulnt ". uma duÍante J" li.ïr* oïil*"tp" descritivo' aqui,do "imPÍessionismo" i a r t)ow) ttlnY).ttovit lo,,ìt,ì mas em ou' çI! Orqucslrüispcrsisterncontornosdaslbnnas estabelecidas, é tío liwe o fluxo musical e a última cspccialmcrttc a terceúa trirs {lrfrfrlo crn Jettx. Mas existe unra dj'feÍença.Jeux mantém a aparênciade rrrovinrcntosimultáueoem váriosplanos,focalizandooÍa um ora outro, ao alvorel,rrr$oque a terceirapeça de Schoenberg,a impressÂode um lago ao ( ct, é quaseimóvel, e a quinta segueuma úníca linha de PerPétuamudan- SIX SONÃT]ilS t ll / . , / / / . t/.' h /' t //,vr f/k/,. ,\ I' A R IS l//..,/ ,/,, Folhade íosto da primeiraediçãoda Sonatapâfâ ílâuta,viola e harpade "Claude Debussy,musicien lrançais".A concêpçáográficasalientâa intençáo de oebussydereslãurar o clâssicismo kancés de Rameau. Nas derradeirassonatas,e sobr€tudo nos estudospara piano, Debussy ampliou ainda mais a liberdade conquistada.Anos antei, quando um professordo conservatórioperguntou-lheque regÍa de harmonia obseryava, ele respondera:"Meu prazer". Agora rtão pareciahaver com efeito qualqueÍ outra restrição,e esiasúltimas composiçõesparecemrefÍatáriasà arìálise. O efeito produzido é freqüentementeo de uma viva improüsaça:o,e no entanto tem-setambém a impÍessãode um rigorosocontrole, provavelmente não menos intuitivo. Os encadeamentosharmônicos são transitórios e elásticos; ri tÍn os g andamentosraramenteseestabjlizampor mais que algunssegundos;as referênciastemáticassâo oblíquas, ou simplesmenteé impossível discernir qualquer tema. Debussy tornara-seinteiramente ele mesmo, não obstante pudessetomar empréstimosao ,Jovemrusso" no ritmo abrupto de seuúltimo estudo para piano. Maior semelhançae ÍÍe Jeux e as Cinco PeçasOrquestraisestána corrrrrm diversídadeÍítmica e na utilizaçao extraordinariamentesutil da oÍ(lucstra. PaÍa ambos os compositotes,a orquestraçãoera â estaaltura PaÍte ||rlegrante da invenção musical. Debussyjá se encaminhavaneste sentido rrr décadade 1890, com o Prélude à lAprès'Midi d'un Faune, e maisrcü' cnlrnenteno projeto das Trois Scènesau Crépuscule,em que um solo de violino seriaacompaúado no pÍimeiro moümento por cordas,no segundo lx)r flautas, metaise harpas,e no terceiro Pelosdois Srupos Ele nío chegariu a concretizar tão fundamental reformulaçãoda orquestÍa,mas Schoen' bcrg o fez. Cada uma de suasQuâtro CançõesOrquestraisde 1913'16 foi to diferente e inusitado, Pedindo a Pricompostapara um acompanhamen rDeiraseiscladnetas,tÍompete, três trombones, tuba contrabaixo, PercussÍo e cordassemüolas. Mas as diferençasestéticasentre Debussye Schoenbergsãomais digde nota que esvs semelhalças.Embora freqüentementequebre as extlas pectativasformais da harmonia diatônicâ, a música de Debussynao é ato' nal no detalhe. SeusacordesgeralmentePeÍtencema algum modo ou escala, ainda que integrem uma estÍutura de base atonal: como num sonho, a idéia inaceitável é envolta em imagensaceitáveis.Schoenberg,em contÍaparüda, queria que esta idéia, Por mais difícil ou Perturbadora,s€exPres' sassesem ilusõesnem subterfúgios;e foi suamúsica atonal de 1908'1I que cxpôs mais abertamenteo que Debussychamarade "a carnenua da emo' cao Por razõestécnicase psicológicas,tal posiçãonão Poderiaser sustentada por muito tempo. Depois das Cinco PeçasOrquesüais,Schoenberg sentiu-seincapazde compor obrasde fôlegosemseorientaÍPor um texto: suasúnícas composiçõesinstrumentaisatonais no período subseqüentese' riâm algumasminiaturas,trés peçaspara orquestrade câmara( l9l0) Publí' Peçaspara Fiano(1911). Ele atricadaspostumamentee as SeisPequenas abstrata à faÌta de meios para o debuía a dificúdade de compor música senvolvimento coerente na atonalidade, mas Parece razoável supor que também lhe fossepenoso conúnuar a expor tão comPletamenteseussenti' mentos íntimos. Os versosde um poeta forneciam não só uma baseformal como a possibilidadede um distanciamentoexpressivo. Também Webern experimentava nesta éPoca a imPossibilidadede compor música atonal de longa dulação, Sempre o contrário de um com' 45 nwoúnp, nwrbÍía Concgpçãocénicade Bonnardpara nova Produçáode Joux na Operade Paris,í 931. A úlima das Seis PequEnasPeçaspara Pianod€ Scho€nborg.Eda obra, dê exüernaconclsáo,ltri coínposbno dia 17 de iunhode 1911om m€íÍúia de Mahlgr,moíb ummb anbs. positoÍ prolixo (ceu movimento mais longo, a Passacaglia tonal paÌa oÍquestJâ,duÍa aproximadâmenteoito minutos), ele s€ sentiÂíÍLcãpâzem I 9l l.l4 de criâÍpeçasde duÍaçãomúto superioÍa um minuto.Sobresuas SeisBagatelaspâÍa quarteto de corda: (1913), escreveuSchoenbergque expresraÍr 'lm^romurce num simplestesto, a alegrianutn sussurÍo".MÂs srmelhaÍrteconcisãonão foi alcançadafacilrnente.Webernevocariamais trrde a ângústiÂsenüdana cnzçãodasBogatelas,de uÍnapáginacada:'Eu tinh a sênsaçãode que, uma vez utilizadasas douenotas,a peçaestava lf 40 . núelcamoatcma ir9"ïlyto". (. . .) Puece gotesco, incomprecnsr.rrel, e eÍaextÍemamented.i. 5 caPítulo GÊNIOSNACIONAIS 49 50 núsrcanaaloma gónos nac,onats Charl€slv€snoBaüerypark, NovaYoÍlqporvottade 19I 3. LINcOtN ÌIIE OR TA T C O È í M ô N ER Nt ì v MSt Uc o R c f t t s r R ÂS t R t t s CapadesenhadaporCaÍtRugglesem '| 932 para ã prim€iía das obÍas do Ìves publicadas petaNowMusicEditionde HeníyCowe (vêípp. í OS-106). 5l 52 , t n / , j k:Jn ,o ú r u ,l aì So n,gh ,s AÌ.n d.ur - t""t]Io" ltìdilèÍença-'f tc, encotìtrandoaperìas r. t rxlucsc rcvisiio.FinaÌrncrì somenpor sua execuça-o tanlbém interosraÍ sc rlr ()u ccliclsnìo,dcixou dc Icl tl rtl i cl dade30sua|núlicacom eçar iaadespelt ar m aior ÚÌ t et ess€^no e só nos anos 60 eÌa seriaamPlamente nrusicalnorte-ameÍicano, ,rrrrrrcl,r aliura, a história musical o havia finaìrnen' :lÏl;ì,üï;,;;;ã".-Áúr. r oour dus r , So lc " llcatìÇiìoo. "''ïì'rii.u,unçus na obra de.lves'par' da Nova lnglateÍranovecentista e a Holidays Sym' Places Three lfcrflirrmcnte em peças orques[as como inteÍcaladas livÍemente citações das õu'podei evocativo ;;;;;;;;, J;;il os Esüsitar Ao e hinos dança de musica rlt' marchas.cançõ€spoPulares, ameaoscomposrtores ìì,r.. Üììãà, nj ae"âaode 1890,Dvorák suBerira como exatamente insPiraçãona músicaindígena' ;ì;;;ì,tt ;r" buscassem tcheca ao moldar seuestilo melódi' r"ilro*t ftúã :1""t:'ï"ì;;"";;" seuconselhoem brevesern segutoue prever ì,,, *", J,n"tfrn"ntepod'eria Fouíh of tão turuutentàda Américaquanto"The em uma rlo 'ììai::, -"'- celebração povo nordo música a lves' de t Symphony'Aos .uüdos para se-rusada referências de rica e variada eta excesslvamenre tc.iÌmericano de à música c adaPtar'se tcntar de vez Em uuoïat ,i;Ï;i;";Ëilãe es' podia comPositor que um *",, or?t ãt"o..n,es européias,demonstrou quisesse que bem o música di fazer *.Oiçao. .,,r",-l.r -' Yanos dasconvenções' desprezo " no que lves E-boru't"nos radicais d;cldidos estavam tamtém *-,"Ãi.rá*"t 1 9:-t:^^'-:::10t"" como "utopeus austro'germãnlcas rra arte popular, e sem ajustar-seàs normas he8:t:111.-1ï"t" política:a iìuoi .. Éunìuput" lsto umicerta motivação nos por movimentosnacionahstas no Èr,oo" ócidentalestavaameaçada composrtoÍes os que ",, a primeira Guerra Mundial, e seguia_se ,ìì,r, Ãi""ãL, jugo ú€nense' voltanoo-se do música sua libertar procurar ìutnUJt á.t"da cançãofolcìórica puraasfontesnacionais "il;il;;;;'-o (1881-i945)' ca,tliúo'foi aberto por Béla Bartók '-'" folclórica tanto à Prospecçãoe clâssificaçãoda música uu" ,. ã"ai"ó da esP€cialistas To'nouì" üm dos mais resPeitados ;;;;;;tiao. il;";; nacrocomposrtor o maioÍde longe i"ilrotì." Ëm todo o mundo' e úsava mais lonS'e "Meu veÍda' "'""iãã lülista de sua época, mas ao mesmo temDo -e dasnações(' ) Procuro,coÌoderroobietrYo",escÍeveu, a rraternidaãe ) e é Por isto que não mefecho serviio destaidéia( :;i;rï;';;ti.; " anenhumainf lüência, seladeongem eslovaca'r om ena'ár abeouqualquer oulra." folcl-óÍicaÍnaglar Bartók fez zua primeira anotação de uma cançào e 19gt, no, l5 anãs seguintesúáiou pela Hungrra "t Pt:t:t yll.l:i: de musrca " ". e o nortJda África, recolhendoos elementos it i"ie-" rutqui" ng estudo 7gloso mgng5 se mostrava e não folclórica que Podia encontrar; utilizar aPenas inteÍessava lhe nao comPositor' Como ia out*, Ëoleçoes e tiraÍ folclórica música tcmas foÌclóricos,mas Penertaraté as Íaízesda Whcn Du, r y ehisper s towr Thou l* 54 gênos nacionaìs 55 a mislca nodema "1---..-- - ceral de afastamentoda haÌmonia diatônica e da estabilidaderítmica, toinando por guia a aÍìtiga música fotclórica da Hungria. Foi também nesta lbnte qúe elã aprendeu,como reconleceria, "a arte de expÍessarqualquer klrlia musical cõm a mais elevadaperfeição,da forma mais concisae utilizaxlo os meios mais simplese diretos". Além disso,a sucessãode alterasua tÍansmissão çóes vedficada nas cançõesfolclóricas, conseqüênciade oral, contribuiu paÍa dotá-lo de extraordinária habilidade em matéria de variacãomusical. -À época em que começou suasúagens de Pesquisa,Bartók sofria forte influência de Richard Strausse Debussy,mas sua música não tardaria a mostrar os resultadosdo que ele aprenderanas aldeiasda Hungriâ' A ópera em um ato O Castelo de Barba-Azul (191\) deve a Strauss,em partã, sua brilhante orquestração,e sua maneira de musicalizaro texto ao àxemolo de Pelléaset Mélisande;mas as melodias,os ritmos e o estilo de Prìmeirapáginada padituÍamanuscÍitade lhe Foutthot Juty pa'a oryuesüa(19í2- 13). Enfe as coneçóese anotaç6esde fuosestá um íecado para o coplsla no allo à esquerda: "Sr Píicê: PorÍavornáo tente mêlhoíaras coisas! Todas as notasêradas estaiocerras.,, BélaBaítók,em óleoPintadoPoí de 1913. BóbeítBerényna primavera de um BerényÍoiumdosexpoentes gíupode arttsÌâsde vanguardade Budâpestà épocadas PÍimeiías pesquisasdê BaÍlóksobreacanção floclónca.(CoPYright G.D. Hacketl,N.Y.) 56 a rìrústcaiìodonril qêntosnacbnais o. .tt" L,.Á."11 ,lz {1.r"4-d-.(1.^, f,t^ & I I Jçtn;t;-',il ( 1) ln^/*l'li , o lo^- /í 0 õ o 't ó o r Iì i ti I ,,;1 o '"Ü. (:anÇáo poÍEarlók. A selasobreo Íánopenúltimo lolclórica anotada compasso nÍlicaque quea danotatranscíila. naiselevada !juaalluíaeraligeiramenle .9 (!t E2 P* t'. ' -- ci õ: Ë> 99e Èts ìi6 9ã XQ ^FË l)aladasãoprofundamentehúngaros.Depoisde travarconhecimentocom r .çagraçaoda Llimavera, cujo dinamismo repercutiria em seu balé O Mantlorimlllarsvilhoso(1918 l5), llaÍt(ikestavapreparadopara baseirrinteirarÌlcntesuaarte na músicafolclórica,ou antesnasidéias,princípiose métodosque lhe insptrou. Suasmelhoresobras senamcompostasnos doze anos seguintes:o Primeìroe o SegundoConcertopaÍaPiano;oTerceiro,o QuaÍto e o Quinlo Quarteto de Cordas;a,Músr(aparo Cordas,Percussõoe Celeslae À SonaTodasevrdencram o quantohaviaassimiìata para Dois Pianose Percussão vanadas,na ampliaçaodas do da músìcatblcìóricr.na utilizaçaode escalas (eventualmente quasechegandoà atonaÌrdade), possibilidades harmônicas na formulaçãode idérasde penetranteclareza,na descobertade novosritlnos e na supremahabiìidadecom que manuseiaasva ações.A músicafololóricao havialevadoa obrasde enormecomplexidadeestruturale força emocionaÌ,e não ao vagopastoÍalismode outroscompositoresque seinspÌÍaramnela. Na Tchecoslováquia, o grandecompositornacionalistado inÍcìo do séculofor l-eo! Janáõek(1854-1928), que se deixouinfluenciarnão só pelamúsicafolclóricacomo pelossonse ritmosda fala em suaMoráüa de ongem, algo natural num músico cujasmaioresobrasforam compostas 60 gênbsnaclonals a fiúsìca modema patà onze dos dncontram-senasPeçasFáceisParadois pianos,no Ãa8'tíme ePoca e à mesma todos compostos instrumentos e na Piano-RagMustc' seguiria' StÍavinsky de que a música diÍeçat apontando na R.UnËne?ABiS Capade Pic6so paraa píimeiíaedição(1919)do aíÌanioparapianodo Rag-tiÌ:Fde Slravinsky.O dosenhodos dois íÍr.isicosé traçãdoem [nha intnteÍíuotÂ. Escìta para quatro vozes masculinase pequenaorquestra,Rezard tem o sabor ústico das cançõesdo mesmo p€ríodo, mas os coros de les ./Vocesaszumemum caúteÍ muito mais ÍitualÍstico. Aqui o ritmo da Sa3zaçd-oé desenvolúdode tal modo que a obra sefirma na aúüdade meticúro. samentecoordenadade minúsculase insistentescélulas,s€ndoos intérpre_ tes apaúados na organizaçãode cerimôniasformais,e dessaforma exaltados. Até a comédia dos convidadosembriagadosé subrnetidaa esta apresentaçãoritualizada.Talvez por s€Í a música tío precisac esiilizada,Sìra. vinsky teve dificuldade de encontrara melhor instrumentaçãopa; LesNo ces. Corneçoupor cscreverum acompaúamento paÍa oÍquBtÍa de gÍandes Cl ( r , r l) il u l o 0 NEOCLASSIC ISMO O rolnürÌtismo rtilÌgira seuapogeunos anosilÌìcdiiltanÌente atìteÍiores à Primeira GuetraMuDtlill Os nìciosgigarÌtcsoos da OitavaSnllbniade Mahlcr e dos (ìurrclìaLlerdc Schoenberg nurÌÇilrììaisscfiiìrÌÌreunidos,nem seri! iguaÌadaâ tìtcrÌs:t expressãosubJetivadas prinrcìrasobras atonaisdc Schoenberg. A gcrrçaodo pós-guerra aspiravaa algo diferente,buscardo ardenlerÌÌcntcu!Ìì espíritotìovo. Associadoà vclìraordern,o romantismo era por rnuitosconsideradodespropositaclo, e nrcsnrode mau gosto,parecendo sua anÌbiçâoapenasbombástica.e seuenrocionalisnìo ÌÌero sentim c nt ulis nr oO s d c u l oXÌX d e v ras c re s q u c c i docol ìo umaaberração. N umerososcoÌrÌpositorcs decidrranradotarunt rrovoponto de partrdacom basc lìa músrciìlrntcriof:loi a avelÌturado l1eoclassicisnro. Os atrativosparaum retornoao sdculoXVtll erammuitos.As músicas do barrococ do classicisnìo oferecianìconronrodclosformasclarase concisus,tio opostasqualto possívelao que haviade lolgo e complexo em Mahler,ou irÌìpoDderável em Debussy.Os compositores tambémiderltrficavatnro "velho estilo" uma üvacidrderítmicae uma nitidezde ideras que podiam teDtarigualar a criaçío dc rÌÌúsicaapropriadaao ritmo veloz e às enÌoçõescaDalizadas de sua própria época.Além disso,a músicade Baclrenì cspecialpodia sercoDsiderada unr modeÌode construçâoobjetiva, e a objetividadeesÍüvaagoraentreaspritneiraspreocupações dosartistas. Ìl de Struvrnsky.a esteÍespeito.o argumentoclássico, eur suasClro, tliquasdc lla li,(!935): "Consrderoa música,por suaprópÍia natureza, esseÌÌcialmente incapuzde expressar o quc quer que scja.selttlnÌentos, ati. tudcs rÌÌcntais,cstadospsicológicos,Íenôrnenosda tratureza,etc. (. ..) O fenômcnorÌrusicalnosé dadocom a únicafinâlidadcde estabeìecer uma ordenrnascoisas.irÌclusive e sobretudotìa coordenaça:o entÍe o homeüte o tempo " Arrld.iique cada urna dasobrasncoclássicas de Stravinskydesmlìta a tesc de que a músrcaé "inçapaz de expressaro qu€ quer que seja". é importanterecoÌìlìecer que tais atitudesanti-romántlcas tiverampapeÌde, teÍminanteDagéDese do neoclassicismo No que diz respeitoa Straünsky,estagéDese ocorreude foÍma bas, tante curiosa.Dlâglìilevobtiveraenormesucesso em l9l7 com LeDonne 62 em desenhodê Picâssodaladode 24 de maiode 1920'novediasapósa ktorStravinsky, osl!éiaòotalé Pulcinella,emque os doiscolâboraram' ,ìcoc/nss,c,i^nx,t 65 64 a nústcamodcrna ! ll 1, ï paraobaléPulcinela, CenáÍio deSÍavinsky. dePicasso O pintorinspirou-se em irnpressóes quevisitâíacom de Nápoles, Sfavinskyem 1917. di Buon Umore, balé para o qual Vincenzo Tommasini orquestroumúsica de Domenico Scarlatti.Propôsentão que Straünsky, a estrelaem seuplaÍìtel de compositores,fzesse algo semelhantecom peças de Pergolesi(ou antes atribuídas a ele pelos editores de então, como s€ sabehoje). Stravinsky entregou-sedeliciado ao trabalho, concluindo-o em l9l9-20, mas sem levar muito em conta as caracteÍísticasdo estilo de época. O equili brio da música é perturbado poÍ alteraçõesde ritmo e harmonia, e pela orquestraçãopara conjunto de câmaraem que se destacamos sopros.ftilclnella, o títlulo do balé, foi deüdaÍnentemontado com os cenáriosnapoli tanos pseudo-oitocentislâsde Picasso,logo arrancandoprotestos dos que detectaram na partitura intençõ€s zombeteiras. Stravinsky, no entanto, não se deixou comover. "O respeito puro e simples", retrucou, "é estéril, e não pode jamais seryir como fator produtivo ou criativo. Paracriar é ne- Figuíino de Ptcasso paía um dos personagetFde conxneoê doll'ade efi Pulcinella 66 neoclarsic5mo a núsica núderna mcnte de maneiraprovocante.Reportando.se ao s€culoXVlll, ele desco. brira regras- de forma, metritìcaçãoe harmonia , e contraclasé <1ue agoraprocedia. No exeÌcício desseneoclassicismolúdico, Stravinsky voltou-se erl s€guidapara a música instrumental pura. Compôs estruturasquasebarÍocas em seu Octeto para Sopros.( 1922- 23), e no Concerto para Piano c Sopros (1923-24) deüou reminiscênciasde Bach. Desprezandoascordas (que na ocasiãoorquestÍavll nestaspartituras, como em Mavra e Les,fy'oces paÍa pianos e peÍcussão),ele provavelÍnenteobedeciaao sentimento dc que os instrumentos de cordas eÍam muito facilrnelte identificados conr aquelemesmo sentimentalismonovecentistaque desejavaevitar. Era recente ainda a utiÌização exclusivade madeiÍase metais nasSinfoniaspara lnstrumentos de Sopro, para criar "um Íitual austeroque sedesdobraem cur' tas litaniasentÍe gruposhomogéneosde instÍumentos". Agora ele constatava que os mesmosinstrumentostambém podiam seÍ brilhantese espirituosos. Q balé Apollon Muvgète (1927-28), no entanto, foi inteiramente composto paÍa cordas,cuja "eufonia multissonoÍa", no dizer de Straünsky podia materializar a sobriedadeclásica do barroco francês-'T de que modo melhor reproduzir a concepça:o despojadada dançaclássica",perguntaria, "senão pelo fluxo da melodia em expansãosobre a constante salmodia das cordas?" Como demonstÍa,4pollon Musagète,e confirmam outras obÍas, o neoclassicismode StÍaünsky não foi s€mpÍecortante e satírico: a pilhagem tambem podia ser lograda poÍ seduçâo. Outros compositoresdo período assumiramuma atitude mais sistemaücamenteiÍeveÍente em relação ao passado,especiâlmenteos da nova cidade de adoção de Stravinsky: Paris. Em 1920, influenciadospelo manifesto de Jean Cocteav,Le coq et I arlequin (1918), e nâ'oraro empresaÍiados por ele, algunsdessesmúsicos s€viram reunidoscomo "Os Seis", adotando uma estética de ireveÍência e decidido anti-romantismo.Debusy foi relegado;Wagner, catetoricamente banido. A música devia agora ser direta, secamenteespiÍituosa e atual. O modelo escolhido foi Erik Satie (18ó6-1925), cujas experi€nciasharmônicas podeÍn teÍ influenciado seu amÍgo Debussy na década de 1890, mas que desdeentlÍo enveÍedaÍapor umâ esÉcie de dadaísno. Satie queÍia ver a música reduzidâao estrito ess€ncial;dono de um imperturbável sensode humor e da paródia,ele apres€ntava suas peças sob tÍtulos coÍno Choses Vues à Droite et à Gauche ( Jí,nslunettes) (Coisas üstas â diÍeita e à esqueÍda [sem óculos] e Sonatize Bureruuatique; e cultivava a incon9qiiência em sua "música de mobüário", destinada a seÍ ignoradâ. A exemplo de Satie, seus seisjovens colegas zombavam de todas as convençõesmusicais, mas antes recorrendo às táticas de choque de Cocteau do que ao chaÍme desconceÍtantede seu buliçoso insptador. Cinco |íC( 8rüe emcaricalÍl dr Jeancodeau' Undó malsentusiasde I dlwlgadoíes l|| mdllcÁno6anos lDaaqúentesà Pdit|?| OusíaMundial. g7 68 I ã músrcdmodcma naìoclassrc,síÌx)80 Os Seis,óleodeJacques.Emile Blanche.Os cinco meínbÍosdo grupo í€presenlados sáoGermaine Tailleferr€(senladaà esqugrda), DariusMilhaud(s€ntadoà €squeída,de Íaonb),AÍthuíHonegger (s€ntadoâ esquefda,de peíit), FíancisPoulenc(de pé àdiíeita. cab€çanclinada) e GeorgesAudc (s€nl,ado à diíêita).LouisOuíey a9Éausente.Coct€aupreside na extema diÍeita, e taÍòán aDâÍ€c€m MaícelleMeyer€ JeanWiengr, associados aosSeiscoÍno pianistae reg€de. Bex,deStravinsky, paraa pfoduçáo Oedipus daó Wta-o'al6no OtnltfodeEwatdDülberg (Beíim). ll XrollOP€ra ftftfoÍes obÍas, estando ,4 Sagraçaods himovers e ,es ly'acesentre os Itamplos anteriores;e ele logo repetiÍia este sucesso,emboÍa de maÍÌeiras ifulto diferentes,na Sinfonia dos Salmose ao baléPerséphone A refereìcia a Yerdi em OedipusRer chamaa atençãopara a imPÍo' O movimento ,flodsde do "neoclassicismo"como etiqueta Seneralizante. "clássicos" estilos atualizada dos para a reprodução ílo rc orientou sempre no cenlro dâs estivesse este embora e XVIII, XVll Cculos dor PeÍíodo Itanções. E tampouco o fator "Íetotno" pode ser consideradoum traço tlhtlntivo, pois Reger se voltara para Bach s€m em absoluto s€r neoclássico no scntido dos anos 20. O neoclassicismosignificava,acima de tudo, ironlü, c o objeto desta iÍonia podia ser encontrado em qualquer época Em rul Sonata para Piano, StÍavinsky olhava de relancepara Beethoven,no c no CaPricciopa' oonlcxto de seuestilo contÍapontÍsüco Pseudo-barroco, primeiro Íomantise o lirismo do Tchaikovsky evocou n plsno e oÍquestra nec era tipicamente groso. Este eclctismo de concerto a forma lob mo 0lfurico, mas na música de Stravinskyos empréstimossempreestãoaté cer' lo ponto ocultos: na:oera sua intençã'oexibir obÌects trouvës,mas aPro' ptlsÍ.s€ deles. 70 a músÊaÍúdetna FrancisPoulenc(1899-1963), por suavez,pareciadeliciar-se com o incongÍuente surgimento de uma melodia popular espalhafatosanum concerto, ou de passagens de uma sensibilidade"pós-Gounod" numa monumental obra sacraà maneira barroca. Sua música pode paÍeceÍ alegree fiívola, e em ceÍtos momenlos é apenasisso; mas em muitas de suascomposiçõesmais importantes verifica-sea mesma surpreendentejustaposiça--o de matérias banais freqüentementeencontrada na pintura surrealista,e a mesmahabilidade académicacapaz de Íeunir elementostotaÌmente desconexos mrm todo coerente. Em música, esta técnica se oÍiginava em obras de Satie como o balé Parade(1917), que incorpora uma máquina de escrever e um revólver à oÍquestra,limitando-sea uma mera sucessa:o de construções musicais ingénuas.Em suasobras das décadasde 30 e 40, no entanto, Poulenc transformariaas extravagânciasde Satie em algo ao mesmo tempomaiss€dutore peÍturbador. Para um compositor alemão, o neoclassicismoeÍa necessariamente uma questío mais séria. Do outro lado do Reno, o "jovem classicismo"de Busoni foi um movimento desproúdo do caráter satírico que eriçava o neoclassicismoparisiense,buscandoum retorno mais auténtico à claÍeza de execução mozaÍtiana e à densidadede idéias encontÍadasem Bach. Nessamesmaépoca, o jovem Paul Hindemith(1895-1963) baseava suas primeiras composiçõesna utilizaçao orgánica do barroco inauguradapor Reger. l,ogo entÍetanto a música de Hindemiú começaÍiaa acompanhar a de Straünsky, enchendo as velhasgarrafasda forma estabelecidacom o únho novo da instÍumentaça:oà basede sopros,da harmonia tonal expandida e de intrincadosritmosmecánicos. O novo estilo €meÍgiu em suaKammermusik n. 1 para pequenaorquestra(1921), seguidade outÍas obrasorquestraise de câmaraigualmente aparentadasna forma ao concerto ou à suíte de Bach. Viria também uma 6pera, Cardillac (1926), na qual Hindemith se propôs a alinìar números musicaismoüdos por sua própria energiaügoÍosamentecontrapontística, em grandemedida independentedo enredo. Nisso,como nos recursosempregadosem suasoutras obras, ele foi buscarseusexemplosquaseexclusi vamenteno barroco, usandoo material escolhidosem qualquerostentação do espírito sarcásticoprevalecenteem Paris. O neoclassicismode Hindemith pode assimser consideÍado"mais puro" que o de Stravinsky,em t€rmos tanto éticos quanto materiais.Não obstante, a ironia do dedocamento estilÍstico ainda estámuito presente,emanandoem grandeparte de uma harmonia estrita, bas€adaaÍìtesem quartas do que em terças,que tinham a preferénciade Hindemith. E a resultante ausénciade um efetivo repouso harmônico, associadaa ritÍnos mais üolentamente impetuososque os de Hlndede Straünsky, dá a não poucasdas primeiras obÍas neoclássicas mith um caráterde marcantecombatividade- Poul€ncao Piano,êm caíicafuÍa de Codeau, qus tgve úíios de sêus lexl6 musicadosPêlocomposflor' do clclo de cáírçóêsCocaÍdes (1919)à óPeraPaÍasopÍano (ìvàol' sôloLa YoixHuírarhe r ì l( )c[ i( ì LI ir \ ar tlì . r l Nlt Alcr t t lt r r lt cot lt . r r oI t lt F't lr r çr t(.) t ì coclr sslcr srclì ( lllc c os cor ) lll( ) sllot cs. l( ì vL't Ì sir l! r lll l o a Ì lllt lt jì lüÌ lc cr ì 1r cir s( lut s guer f as. r.rI|rir nr r lr Ì ì i( lxLjc lleslc pcr iodo.qillr ì ( lueÍquc lì r sscsur rr r lr r - t or r I r rI rI r 'I .rrf0tlranì'rÌoct'\tt'ta lingwtliutt.r.idc srraipocit illuilos deÌ('sloIltrtrrr l'.r rrr rr pr cr r der os r udim eDt os do est ilocor Ì ÌNadil lloullr gcr .r luc lcv( '. |llr ( rcrrs alunos r ) or 1c- am er icar )par os,a só m enclonares1cs.lÌ lli( ) lt ( ilì l{l íl ()() 8) .Aar on Copland( 1900) e Roy Hr r r is( l) Ì 98 1979) .Nu lnglr r ler , , .r rrr lluéncia de Hindcm it hf oi ser ì t idrpor M ichacìlr ppclt ( l( ) {) 5) .( ir r l( :i tri rvir ) sky por [ ì enjam il Er it t en( ì 91- ] 76) t 'l St r avinskyt r ut hónrlor r r L' r(rr por ì losde par t idaa seuscom pat r iolas Ser geiPr okolì ev( 18( ) l ì ( ) 5] ) ( ( 1906 75) . l )rrlr i Shost akolich dc Stritvitrskr Prokofiev.na reaÌidade.ante.iprra o neoclrssiclsmo rftr sui] .Sl/lZ)att/Ctássica(1916 17). embora este pasticl)oerìc1Ìülr(l()l lx)uco tenhada lfiada ironia do compositorl]Ìaisvelho.Pariìelìcorìlllr c\ t( pÍcdicado,temos de nos voltar para as prinreirasóperasde Prokolrtv t Slrostakoüclr respectivaÍÌÌente O .,ltttor das frôs Luranidsll()l\)l I t) Nariz (19)7 .18). que zornbamürÌrbasdasconvenções do género.rrre na rÌìúsicr rlrrrrtcesdrúxulas viravoltasde enredoe sátirasdesconceÍtur)tes Unidos(í940). ScÍgeiProkoÍiev. Desenhode fúalrsseÍeiloduíanlea peÊ manênciado compositoí em lraíis(1923-33), 14 ,t t|ü \r .t tt,.r tt,ttt.t Dmitfl Shoslakovtch a éD OC ern a que Jáera reCOnneCtdO COmOO gíance mesl Íeda stnÍonrasov él tca,emboÍa arndacnl rasseevenIua rncnteem conl l tl o com as autoícades. I l ||(,l i Câner, rrxi :JíL' doneoc l as r,ír ftr nutor de obras ,l ', rrrcs ti l o InIrì Iìar SC Omprex 0 ,ltrlirta (19361.ilÌteiramentepós-tcharkorskìano, e no.rual o neocìâssìc," ||ro Ior substituídopor um pleno retornoao romantrsnìo. Masseriailjusto atÍibuir a atenuaçaodo neoclassicismo entreos sovrélieosexclusrvamente aosimperaüvospolíticos,pois a tendênciacra gc rrrl ( oplande Harris.por exemplo,abrìramcaminhopaÍaunì roÌnantisrìÌ{) rLrtiorralistanoÍte-americano, que se refletenotadanìente to halé:l1t7thr , ltult ,Sprxtg(1944). do prineiro, e na TerceÌraSinfolia ( I 937), do scgun rh) 'l ippett 9 Bntten. cuja visãodo neoclassiçismo compreendia o corìlre ( rnrcrìloda músicainglesado passado(sobretudoos madrigalistas elisrb0 trrrr()s e Purcelì),nunca chegarama participarda reaçãoanti-ronÌálticu. cvrrlcnçiando positivocom a tradiçr(, suasobrasnão só um compromisso ( orìo o interesse por questõessociaise filosóficas,no casode Tippell. o(r hum ana,no dc I lr ilr cD Elliot t ( ir ì t ( '. da per sonalidade l Ì l os lundam ent os que t|rìis tardio seuscontempordneos na conquistade um estilople xnleÌì' tc pcssoal, começoupelo final dos anos40 a se desvencilhar do ncocllLsr,l. srrìoem direça-o ao estilo esneradamente trabalhadodc obrasconroscus 76 I nooci|ss'crs^tÌr, f1 a mústcafiodorna MauílcaRavel amposeeleganle' coÍna bamcondizonts d€seu wbrnidade ooncoíioPüa fltno omsolmaor (l 931), Paíitila 0todássicade€xlma sofisticação amqu€Intoduziu de Dnoíidades lazz,à maneira dcGeÍshwin' madaemmuseu. Violino.em,ré(l-931)' É o çe fica patenteem seuConcertopara üolino do passado' para concerios grandes aos .ornoÃ,ã aios uma^anrílise 78 d músca n)detna e na tonalidadeusadapor Beethoven,Brúms e Tchaikovsky- Mas nâo se encontra na obra qualquer imitação direta; €la é antes composta contra suas antecessoras, e ainda, como tantas composiçõesneoclássicas de Straúnsky, contra as formas barÍocasem que é enunciada.Esta técnìcade distanciamento,à qual faz alusaioseutexto sobreo estilo de Oedipus Rex, foi levadaao paroxismo na ópera The Rake'shogress ( l9a 8- 5l ), de ponta a ponta projetada sobre o pano de fundo das óperasde Mozart, paÍticularmente Don Giovanni, Outras obÍas dos últimos anos neoclássicosde Slrayinskv. como os quase.Brardenburgoscriados no Concerlo Dumba on Oaksilg3:--38) e o Concerto em ré (1946), demonstramum pritzer menos cínico na acoção de modelos passados.Esta reaproximaçío da üadiçío, tambémencontrada nas obras contemporâneasde Hindemith, permitia uma uúlizaçaìo positiva da halmonia diatônica, oposta à tonalidadefreqüentementeintÍatável dos anos 20, com isso abrindo caminho para a renovaçãoda escrita sinfônica verifìcada,de maÍleirasdiferentes.nas obras de prokofiev. Shostakoüch e Honegger.O próprio StÍaúnsky compôs uma Sinlonia em Do (1938-40) e ma Sinlonia em Três Movimentos (1942 45) nas quais aplicou as técnicasdesenvolvidas no neoclassicismo - Iucidezde conceoçÍo, transparénciade tessiturae ritmo motor - às grandesformas instrumentais do anügo modelo tonal. Ainda assim,a haÍmonia diatônica estava irremediavelmentecorrompida pela iÍonia:só podìa agora apar€cerentÍe aspas;e a escolhade uma tonalidadepareciaum gestoanacrônicodesde a revelaçãodo universo atonal poÍ Schoenberg.As maioresobrasdiatônicascompostasdesdeos anos 20, entre elasassinfoniâsde Shostakoviche as óperasde Britten, teìmsido quasesempreas que aceitaramestacorrupção. Restou no entí ìto Ìrm compositor que soube absorver métodos e materiaisdo passadosem o recursoesterilizanteda ironia. e foi ele Bartók. Sua abordagemda música barroca, como a da cançâo folclórica. foi profundâ e analítica. Ele extraía a esséncia,fossena esiruturacãode idéiai ou na construça:ode formas, e aplicavao que haúa apreendidosem transpor em tal medida o original que o resultadoparecesse um pasticho.O primeiro moümento de sua Música para Cordas, Percussaoe Celesta, por exemplo, baseia-sena idéia da fuga, mas apenasna idéia:o tema sinuoso,cromático e metricamentefuÍegularjamâis pode a ter sido imaginadono século XVIII, e a forma, uma configuraçãosimétricaem r€dor de um clímax c€ntral, é totâlmente diferenteda enconbadaem qualquerfuga anterior. Bartók tinha especialpreüleçaiopor formas, como estemovimento, a um tempo pa.líndromase progressivas,funcionando a segundapaÍ1ecomo inversãomas tamHm continuaçãoda primeúa. Elasapargcemna ma.ror parte de suas obras orquestraise de câmara do perrodo 1926-37,e lhe peÍmitirâm demonstlar sua maneiracaracterísticade aproveitamentodos I hacaoâoo êm NovaYoíkem 1945'deixando *''' "*..*' Ji'iT;:ir3:J:hï:,iiï"""'":ïàiï"ïnl'iôó ili:J:; cl capÍtulo 7 S E RIA LIS MO è6' ",4 ^,jl w€bem,o maisP€íseveíanrc F.ft"3,ïn::ffH:*:l I Auto-Íefatoa láPisde SchoenbeÍg no inÍciodosanos20' soíi/lftsrrÍ) e3 a ííüisica nÊdena I j tia de que a composição terá um certo gÍau de coerénciaharmônica,ja que o padÍão intervalar básiconalovaria. Esta coerêncianão é necessariamente invalidadapelo fato de que, na maioria dos casos,o funcionamento do princípio serial numa peçâ musical nalo é audÍvel, nem deve séto. A aplicaçãodo seÍialismonas obÍas da última fasede Weberné nrars clara e rigorosa do que em quaÌquercomposiçat de Schoenberg,e por isto um exemplo extÍaído de uma de suaspáginaspode mais facilmente demonstrar o princípio em ação-A ilustração(ver pág. ao lado) reproduz o início de süa Sinfonia (1928), Íanscrito de maneiÍa a Íevelar a estutuÍa serial. Como de hábito em lrVebern,a passagem é estruturadâcomo um cânone em quaüo paÍtes,cadauma dasquaiscomeçacom uma exposiçãoda série sob forma diferente. Não é difícil percebeÍcomo cadaparte do cânone s€ desdobÌa em sucessivasformas seriais,cada uma deÌas tendo seu ponto de partida nasduasnotas finais da anterioÍ. Obras dessanaturezatendem a estimulara acuseça:o de que a composição serial é de certo modo matemdticaou meránica, e com efeito o método foi objeto de críticas como estadesdeo inÍcio. Mas o fato é oue muitas obras anterioresde Webern,não scriais,apresêntamum üaçad-oigualment€ complexo, e da mesmamaneiÍa boa parte da múSca polifônica, d€ Guillaume de Machaut e Johann SebastianBach. eúdencia um nível não menos elev-adode organização.Na realiclade,Webernfoi influenciadopela escolapólifônica holandesado início do séculoXVI. O serialismonão é um estilo nem um sistema.Ele simolesmentcfornece sugestõesao compositor, sob muitos aspectosmenos;estritivas que as conyençõesda hamoÍÌia diÂtônicaou da composiçãoem forma de fuga. O objetivo era, como frisava Schoenberg,'lrsar a série e eÍn seguida compor como antes" - o que, para elc, so podia signiÍìcar..como os grandes compositoresaustro.germánicos semprefzeram". Uma vez estabelecldo o método, Schoenbergpercebeuque era possívelcompor s€ÍialÍnente com liberdade, rejeitando a idéia de que o serialismofosseum sonho construtiüsta: "Minhas obras sãocomposiçõesdodecafÕnicas", escrcveu,,.e não cotnposiçóesdodecafônicas." SchoenbergnaturalmeÍlte dave énfaseâ continuidade da tladição no serialismo,já que o introduzira para "compoÍ como antes". O métod-opossibilitava um Íetomo à composiçãoinstrumental, pois se tratava de ,1lma oÍganização,provendo lógica, coerénciae unidade". No período entre o advento da atonalidadee a emergeìcia do s€Íialiíno, Schoenbergcompus€raponcirsobras sem texto, e nenhuma após as SeisPequenasPeçaspaÍa Piano de l9ll. SigniÍìcativamente,o desenvolümentodo método sêrial ocorÍeu em três obras quasepuraÍnenteinstrumentais:as Cinco Peçaspara Piano, a SerenatapâÍa septeto(com voz de baixo em um dos movimentos) e a Suíte para Piano, todas compostasentre 1920 e 1923. Destas,a Suíte foi a primeira peça integralmenteserial e dodecafônica,incorporando às fl l (l vl l tìc l ìl os ls otl lllclì(ìs cm séÍicsdc m rrÍo scriitistlu bascadtts iolrr q'il'ïiljïilïr#rrï'ï:i;:r [ïïi:Ëh:ï:ïïH:tri,:rïfl damêsínaséne' L ì f.q*-l t J..u .1)t:íi/trt/tu t)t í F, pl t4at,,,/.r_., Ê. 7":a.ì ,^ .= rÏ:ìïï:';.ffi ï[íf"ú:ïï,"" l'#fi r#iïi,i '-"-"r:ff t Niio b slnvr a Sclrocnberg, Ìro cntanto.quc o scrralistÌìo ltsscl{Urilssc urÌlir"()rgurizrìçiìo"tìü cotnposiçtode ntoúnrerrtosit)strurÌtcrÌlJis slrl)slitrì ari r's: Jsr ì ovüsÍ cgr asdcvi|nì ser apÌ icadas â const Í uça-clc o lì r r nr lsc t cr l nrs ì vellralÌìanclrir rrrojadalìberdadedc ritrìo. frascado.lìtrrrurc rrr ^ em suasobrasatonaisvia.scrcfrcada.âgoritquc cìc (lucslÍaçâocorìquistrda v()llavaa conìpoÍ "corno antes" No pÌano da cslÍutura.coÌtì eleito. suls pÍ'nìcirasobrasseriaissãomais cÌarase severanìenlc qìJcquirl delirìeâdas {luer outra de sua produçat anterior.Nas composições loni]is de ltt()t) l()06, ele experimerÌtara novasjunçõesde diferentestiposdc nÌovinìenlos rt|ì lornìirconlúìut. rnasaBoraapÍoveltava os nrodcloscstabclcciclos. cIìr hrra cour considerrívcis modificações. A Suíte para Pianoi de molde barroco, e foi seguidade um Quinteto de Sopros(1913-24\com os quatÍ() rÌrovimeÌìtosda tradiçãocamerística:sonata,sclÌerzoe trio, nroünìcnt() lcrnáriolento e rorrdófilal. Este "recuo" de Schoenberg, que seriafreqüerÌtenÌelÌte criticadopor posteriores,pode ser expliçadode vdriasrnaneiras. conrpositores Em prrpara que unì esIìciÍo lugar, o seflaìismohaviasido cdado precisalÌrente por lilo tradicionalde composiçãofossede novo possÍvel:naì supreende lxnto que s€u adventoüesseacompanhadode ulÌra ressurgência dasfor pode ter sentidoa neces' rìas tradicioDaisAo mesmotempo, Schoenberg sidadede poupar-sedo profundo auto€xamepsicológicoexigidopeÌoex' pÍesslonismo atonal, urÌÌa necessidade tanto pessoalquantopública,pois liÌo intensaintrospecça-o só pode ter srdorealzadapclo compositorcorÌl angústiaconìparávelà que experimentavanÌ - e experinìentam- aqueles que a testemunham. dissô.a lucid€ze a clarezaestruturaleram in^lém quis€sseatingir sua meta de demonstrarque a tlispensáveis se Schoenberg ntonalidadeera capazde acolherfoÍmas mais ligeirasde expressão:unla vcz encontradoo mCtodo,elepassoua trabalhardecididarnente €1npáginas (lc humor musical,na Serenata, na Suíte para hano, na Suíte para septet(r e na ópera cõÍtica Von lÊute auf morgen (De hoje a amalhã, 1928. 29) Tambenré possívelque tenha r€tomado as velhasformaspara provar que estavaefctivamente cÌíando "composiçõesdodecafônicas"e oferecer l seu público algo familiar,num mundo estranhode sons.Finalmente,a Ícnovadaaceitaçãodasforma: estabelecidas enr Schoenberg corresponde, ó claro,ao ncoçlassrcrsmo de Straúnskye Hndemlth: ai estda mesmaúopor maisìaleÍÌtcque permaneça. niadosdeslocamcDtos estiÌísticos, Schoenbergnâo pareceteÍ reconhecidoisto. Mantinlìa-se intansipois Ìhe pareciaiÍÍesponsável gcnte em suaoposiçãoao neoclassicismo, a os vellÌosmateÍiaise formassemse irtitudedo çompositorque aproveitasse pÍcocupaÍcom qualquermotivaçaoharmônicatradi0ional,fossede origem Ional ou serial. Elquanto ele tentava foÍjaÍ a continuidade da grande tra(liçfo, Straünslrye Hindemithlimitavam-se, em suaopiniâo,a revolvero prlrimónio dasidéiasmusicaisadquiridas,maisuma vez algomoralmente 80 a nlsca npdoha sda,orsltlo 87 ti r! 'i'ih ri ri f,ü 1 bÈ tr .jó8 ili :'ü rili l til alvez çe outro artista,Schoenberg reconheciaos prooremas -qualquer -_^'.,_Yt espinhosos da fidetidadea umaiaeii, ..p.ïf," ã.ïïï!-i.q"" ". l)tcto de toda a óperae a músicados dois primeirosatos,mas o tercelro pcrììaneceu inacabado. apesar de reiteradas tentativase declaraçõesde rrrrcrrção.É possívelque ele se teúa sentidoincapazde comPoÍmúsica atlcquadapara as palavrasfìnais de MoiséssobÍe a meta suprema,a "uniâo cor.t Deus"; Die Jakobsleiter,que Schoenbergaté o ltrn lutou por concluiÍ, tambémficou incompleto, com o eruedonum estágiosemelhante Tal como chegou a nós, todâ a óPera - quaseduashoras de música baseia-seem uma única série,utilizada com a magistralvariedadePÍefi' guradanas recentesVariaçõesOrquestÍais.Em ceÍto senüdo, o serialismo que a cÍa a técnica mais apropriada paÍaMosesund Aron, considerando-se música, pode em parcialrnente ser ÍePresentadâ que só é uma idéia lsérie sendo infinitas suasformas possíveii, exatamentecomo Jeováé infinito: a voz na saÍçaardente, ouvida no início da ópera, é apenasuma representação dele. Esta úsío platônica da sériepode não ter ocorrido a Schoenberg, nìascertaÌnenteexerciafoÍte atraçãosobrerrVebern l\4oisés e Aarãona píoduçáodaóp€íade Schoenberg em CovenlGaíden. a concepçãoinicial se corrompa em sua realizaçãoartística. EmboÍa o negass€,este pode ser consideradoum dos temas de sua óoe'â Mosesund Aron í1930-321- Moisesé aqui o homem contemplado iom uma üsao, a do insondávelDeusjudaico, mas não lhe acodem as palawas para tÍansmitiÍ esta úsão a seu povo. Arío, sim, pode tornála conhecidae aceita, Webememdesenhode HildegardJone,que escÍeveuos lextosde suasobÍasvocals daúltma Íase.Oscom' sáo passosÍeproduzidos de umadessasobÍas, a SegundaCantala (1941-43). t,J;túle 9l  o co n tl i rìo d c S c l to c n h c rgW. g b úrrìcoììl i l urti t u eLrIl rÌrtrr obLrs ill( ì r lx islì pó sl r c ri s cd o s rn o s l 9 l 0 -1 4 . e rì ìl )ortsuuptoduçi ì() se ìtìni l tssc l clìnçocs,geralnletÌte corììaoonÌptnh xlnctÌto dc poucosil]strunÌc los Fol rÌqslulbrrÌd quc scu lìrisnrolulnerível.suadcÌrcldl arte do coìllrapontoc ÌìnìJ ptrticular sensibilidade paÍâ a inÌprovjsâçâo rrauteìodilr.Do ÌiÌnlo c nJ xÌstrumentrçÍo dcsabrocharamplenamcntc.cnÌ cspeciaÌniÌs ,Sctj ('onçc1t's tle 'l'rukÌ pan voz. piìres de clarirìetase cordâs (lc)17 ll) se tornâr o prìrneirocompositora adotar o nlétodo senaldepoisde ^o ScÌroenberg. Weberna princÍpio mudou t)luito pouco seuestilo.embora vcrìficasse conÌo Sclìoenberg que podia agoraretornarj comp ) llls r r unì en ti rl Su . l p ri me i rap e ç al rìs ttu rrìenttl i nrportanl em c trc/e;j I o Trio para Cordas(1927), a quc se seguirjaa grandeaÌteraçãoestiÌíslicr da Sinfonra Era conrose cle afúal tivesscúsiumbradonun lampejoque a rie rrsseguravauma coerónclamaisabrangetÌts até meslDoque a obtida los polifo nistasdo séculoXVI que lanto adnruava.Como um fraguen de cantochão numa missa de Josquin des Prez, a serìc po<1ia ier urfinjtamente seu processocriativo,ele obsetvaque a p avragregafiorloJ significaao mestnotempo "lei" e "melodia". E quant lci, organizaçâo ideal do ulÌi verso cromãticodos sons, a sériepodia dar origem a uma protìsÍo de formascoerentemente relaçionadas, assìmconto as leis estrut;raisdo selo engendramuma infinita variedadede cristajsde nevesimilaresmas úfe. rentes.Webernexprimiu esta ìdéja ao escreversobre suasVariaçõesOr_ questrais:"Seisnotassãofornecidas (_ . -) e o quesesegue(. . ) nadamars é quc estaillesmaformarepetidasempree sempre! ! !" (seisnotase não doze,já que a própriaserieé slmétricanestaobra,como na maioriadasobras de Webernda Sinfoniaem iante).ParaWebern,a sérieeraum exemolodo "fenômenoprinordial" d que falavaCoethe,"jdeal como o maiselemenLarobjeto reconhecÍveÌ, real quandoreco hecido,simbólìco,jáque engÌoba todosos casos,idênticoa cadaum dos asos". Ao contráÍio de Schoenberge Berg, Webern nunca retomou d composiçãonão serial nem transglediuas regras,chegandomesmo a tornd, las mais restritivascom suasslmetriasno inteÍior da série.A resultanre Ìimitação do çonteúdo dos intervalosreforçavaa coerênciaharmônicadas obras,enquantoas simetriastornavamsuasséÍiesparticuÌarmente apro_ priadasàs lexturasimitativase às formasespelhadas em que secomprazia. Na Sìtrfonia,o primeiromovimentoem forma de cánoneé sezuidode uma s€rie palíndromade variações. encontrando-se formasigualmenteestanqucsna maioriadasobrasda última fase. Elasderivavam ernpartedo rie_ t)|l a l ìe de um esb oç o rIr Wcbern P aíase u C on, (i no A séíi e esÌá ano' t,t(l nno al l o, segu emr,0dìrasi enÌal i vasde musl cal oa Lrl |[zação l ),ìÍaÍl aul a,cel esta, l ìi úpae gl ockens P l el , c a segLrnda P aÍâ c l anrìetâ,trompete,narpa tr Íl auta. quc freqüeÌÌtemerÌte os integrassc ao colnpactodesenhode suaspróprrls formas: eÌe dcfiniÍia um rnovimento da Primeirâ CatÌtata cotno "Lrrr scherzo quc se manllestoua partir de variaçõas. m s perntanecearlda assifl como untaJúgut" O Concertoparanoveinstruntentos ( 1934)i unì conccrtode Branderburgodo século)CX,e asduascâDtatas entboraele comparasse a segundaa uma missarenascentista tém rìlujto eln contum com as cantatasreligiosas dc BaclÌ,inclusiveo caráterpiedoso E a radical noüdadedo estilo de Webernque torna discretoo seuneoclassrcismo. tâo discretoquanto o de Bartók. quc na meslìa épocaadaptavaprocedìnten, tos barrocosà construçaode formassimétricas. Por nÌuito diferentesque fossemseusestilos.Weberne Bartók mantinlran.Ì-se à Dartede seuscon, ler n p o rá n e onse o c l J s s l c orru s . a frrrrJaJe csserrciri aìesuar;úsrca. Bergà época de suaprimeira obra serialimportante, a SuileLíricapae quaÍletode coídas. InÍciodo Concerbde Wêbern,em suavorsãodeÍiniüva. A passagemesboçada(vêrp. 9j) ÍoialinalorquestÍada paraÍlauta,oboé,clarinelaê fompele. ,l adotou o senalisma Alban Berg,o outro discÍpulode Schoenberg, rrrcnos incondicionaÌmente, e jamais com um rigor comparáYelao de Wcbern.Além disso,suaprimeiraexperiênciaserial,uma canção,utilizava em vezdassimetriasemurDasériecom todos os onzeintervalospossíveis, Tendo provadoa si mesprcgadas por Weberne as restriçõcsdecotÍentes. rno que era capazde trabaÌharcom o método, Bergrecorreriaà mesma sirie na Sar'le Lírica paÍa quarteto de cordas(1925-26), entregando-seem scguidaà composição de uma segundaópera. O ponto de partida para o Iibreto foranr asduasp€çasde Frank Wedekindque têm como Personagem ccntral Lulu, muÌher de sensualidadeanimaìesÇaque involuntariamente h.vaà nrína lodosaquclesque seduz. e Webernindicamque achavaa comAs cartasde Berga Schoenberg posiçãoserial lenta e árdua, mas ele acaboudescobrindoseuprópio camirìlìo gÍaçasa uma expansíocomplexae pouco ortodoxa do método, tra' hrihando com sénesdiferentesÍnascoÍrelatase çombinandooperaçÕes scriaisà ca harmoniatonal que nuncaestjveratotalmenteausentede sua 94 a núsica Íôdetna \'t Suil( I iriQ' na qÌlülnì()vllìlcrì' nttfifer. llstNslécnicaslorüm csboçadas difusac inquielantcinlillraçjr) i,,i ,..ri"i* c rìrioscri!issaounidospoÍ urna s€ revestede uma mcltrsiditclc scnìi-tonal i,;;';i fì;; /;;r, este scrialismo. e do úbrült)lìcacrcscctl saxofone do sotrortdades que as lrrtlnlcrltalóidea contenÌporanea' dc decadéncia ltnl uIìl inìpÍessa-o trabalharem-durs lìcrg intcÍrompeu a composrção[e l,utu 91'a r'tJein (O vinho) Der PatasopÍcno c cóncerto a ária de ohno t""il.:-lli: de Baudelaire:t ",,"ãnt"nd"dusì tréspoemas iii,rircttrt trc:sl. queenvolve du ópera.e o Concerloplrr vr(,rrrìo ìoii,,ifrn,,ì" cabaré,à semelhalça umaespccrc "â iìiiìsr. Ett" último,dedicado memóÍiade unì anjo"'era e t3nìbétn anos dezoito aos morta Múler' ìfl'tJu'"". pti" itrhadaviúua (li propagação " a serieparaop.orresisténcia à anárquica iquiü.ig esque' intÍincados de valera "iiri^" da mesmaformaquese hintroliãmahleriana, para fazei frente ao colapsopstrutuÍalque numerológicos . i;;; ffi; -concerto câmara de o Parapiano'-violinoc ,u"t obtt-r' ;ii;i;;-i;ã;; de ", de sopro,por exemplo'umaobÍaatonal'estácheio lriia-i,,rtrurn"nto, úenense escola da segunda à trindacle uiplas,em hómenãgem i.;";;* a formade suamúsica'nãosepo' est€suútentâvam ii'i,rgu, essenciais' "omo antesparecendoìhe expressiúdade' sua -utl"uit limÍassem d. dizeroue e ÍepaÍa conteÍ scrvem Lírica Suíte r das emPrega It fu-"i tÍadicionais foi t'lozzeck; a obra efeito' com pscolóicai, comoern aiitt o Wiesengrund'Adorno' "t'*g.sa"t por TheodoÍ uma "óPera latente" oonsideradã de pelo trabalho interesse úvo i mais que demonstÍou lìlósofo-músico e o próprio Bergdiria quetla, expressava ii-ft"""u"ii e seJscliscípulos, i l a oPlll:-tt"' Paraa segunda t iuíte Lírica parcceter sidouma prePaÍaçâo Áo primeira' a para abirto'camiúo teriam anteÍiores ;i; ;;;-; de ato no entanto,ele deixavâincompletoo terceiÍoe últímo tï*r, l,ulu. obÍasseriais'tonals' EnouantoBerqtrabalhavaem suasderradeiras târde' entÍetânto' mais estilos; dois os S.troenUJúmantinh-aseparados com.aPÍofusaindul' nunca embora óombinaçaio, cle õìì.ti" "a.riàrìip"s Bere Na Ode s NapoleãoBonapartepaÍa solo em SpÍecngeráncia de (1942), ele adaptouasÍegrasoo seÍra' ling. piano e quartetode cordâs à tonalidadeda Sinfonia referências clarai a incorPoÍar lhrio'de 'iii'ìotì modó napo' di À."ttto""n (mi bemolmaior),de inspiÍaçãoigualmente série um-ade ;"; c;;erto paraPiano(tambem lf+-z).escoltyu ü;; schoenbeÍg diatônica Paà harmonia ouc oeimitisseceÍtasap;oximações que al' aquilo assesurava não serialismo qi" an''at'o l;; ï;:;;;;;iã; quanto â pÍo' r.ú"u. urn" disciplinìharmônicatÍo coerentee veÍsátil problemares' o resolvera webern ;;ïi";.ã; ;.ú siitemamaior'menor' ponto de apoio' um mantendo Berg, e harmonia, a fi;;i;d;;i*t"""te soluçoes dessas Mas nenhuma tonâis' nas fosse, que poÍ'incerto Prátices 96 ., rÌls,crl rtodoÍ,ìa capituloB O MUNDOMODERNO "Se üvêssemosnuma éPocanormal", escÍeveuum dia Sclìoenberg,"nornraÌ como antesde 1914,a músicade nossotempo estarianumasituação Schoenberg nosúlümosanos de vida,quando vottoua se debruçaísobre as queslõesmoíais e íelgiosasdo íelacionamento do hqnem cqn Deus, abordadasnas duasobras que nãocons€guiu conctuÍ, Die Jakobsleitete M(Ees unctAron, 97 " f r( I a )4, a : ì_ x:---'t '---r;t ." 4 fil, eClOÌ í | '/ '/^o I' I.,I,,l TllIrL,t Capade Boccioniparaumadasraíasobrastut!Íslas pUbl cadas,a MuslcaFolurs la (1912)dePÍâtella, paraorquestÍa_ lpresentadas na ltália e em londres antesda guerra,mas só deporsrlc rrr lÍoduzidasem Paris s€riamÍealmentelevadasa sério. entre oulros Dr,l SlÍaünsky,Honeggere VaÍèse. Russolo,no entanto,não tinha Iornnlilo rlusical,tendo abordadoa miiitánciafuturistacomo pintor, e parcccclarr que suacapacidade em matériade composiçãonão estavaà alturade suirs rdéias Ele d€u prosseguimentoa suasexperiênciasaté aproximadanìcnt c 1930,mas acaboupor perder o interessee âbandonouas máquinascrrr I'aris, onde foram destruídasdurante a SegundaGuerra Mundial. Só rcsta Íi0 de s€usesforçosum único e barulhento disco de 78 rotações. O movimento significava,de qualquer modo, uma nova e dccisiv;r rrralcada, e logo a música da "era mecânica" se tornaria a grande ser)slìçÍo, especialÍneÍÌteem Paris. Foi lá que George Antheii (1900-59). urrr nort€-americanoexpatriado, fez furor em 7926 com se]uBallet Mécanqur:, composto para o bisonho conjunto de oito pianos,oito xilofones, pianoll, duas campainhaselétÍicase hélice de aüão. Pacìfic 231, imagem orques lral de uma locomotiva em movimento, compostapor Honeggerem 1923, foi outro produto parisiensedo futurismo, enbora na forma de um poerua sinfônico convencional,e se pode talvez detectaÍ algumainfluência fulurista no acompanhamentode percussãopara as nada futuristas ly'ocesde StÍaünsky. Também na União Soúética as idéias futuristas sensibilizaramos compositoresligados ao movimento construtiústa, que podiam justificar sua opção estética como uma atitude de adesãoà causado proìetariado. O balé fabriÌ,4ço, de AleksandrMossolov(1900-73),foi apenasa mais festejadaentre muitas tentativasde criar música apropriadapara as novas perspectivasde esperançaque se abriam para o Estadooperário.Em Paris, a vitalidade da jovem União Soviéticafoi exaltadapor Prokofiev num balé produzido por Diaghilev em 1927, Le Pasd'Acìer, a obra que melhor demonstrou a força do modernismosoüético-parisiense. Mas o homem que mais proveito tirou do gosto futurista pelassono' ridadesurbanasfoi EdgardVarèse(1883-1965).Formado em Paris,ele arnpliara seushoriontes musicaisem contato com os meios artísticos de tìerlÍm- Foi Varèse quem introduziu Debussyà música de Schoenberg;e ele se manteve estreitanent€ ligado a Busoni, cujo Esboço de uma nova estética da músicd pÍovlelÍner.te influenciou mais que os futuristas suas idéiasÍevolucionárias.Em 1915, emigrou para os EstadosUnidos, deixan' do para trás a maior paÍte de suasobras,que posteriormenteseperderiam ou sedam destruídas,mas levaldo consigoasidéiasde Busoni e a lembrança maÍcaÍÌte da Sagraçdoda Primavero,de "Iarr e dasCinco PeçasOrquestrais de S€hoenberg.Com ele, o núcleo mais radical da música transferiu. sg da Europa, onde estastrés obrashaüam estÍeadoem 1912-13,para Nova York. ,,,(W Lr r ,r Ìl l Lr ,,,, r r i , r t| r ,l t r ìt u r l t , I r \ lt \ t ) a ""4 plr:r (ì,(|lrc:i prirìÌoiÍaconÌposiçãoamericana de Varèsc,corrccbida foi intituladaAmèriques.pirÍJ mrícrr suir.rfll(il tr.r rfc^ f.ll ir)tegÍantes, rrrr "rovt)s nlundosIra terra,no céu ou no espíritodos ltonrctrs" Âpcs:tr (lc urÌril tÍatüva-sc rlrs rcnrrnisúncias de Stravinsky,Debussye Schoenbcrg, crtt'r de ilnpressionante uma obra de pnrtligtos:r crrrrlrrbuição originalidade, maissuaves. rÌislurr (lil l(n cunìulativamas taÍnHm dotadade ressonâncias r;ull VarèseextÍairia idéiase possibilidades em suas obraspostcrioÍcs e o poderdc tnrpaclo Âeunude tudo, continuadama atraí-loa fascinaçao rlrrc descobrirana percussão.É possívelque na complexaescril;rl)iril Pcrcussãode Am'ëriquesele tenha seguidoo exemplo de Russolo.nÌas lio ehegoua construir instrumentosprópÍios,e criticavano itaÌianoa inÌil.r çrlo grosseirados ruídos quotidianos. Para Varèsea percussãosignilìcirvl de uma sustentaçâo rít lorça dinâmica,ataquesügoÍosose a possibilidade dasmadcrrxs maisaudaciosas rlica sobrea oual desenvolveassonoridades c dos metais. E coín lonísation (1929-31) ele criaria uma das primetras ()bÍasocidentaisexclusivamentepara percussão. Imediatamentedepoísde Améríques,no entanto, Varèsese dedicarH a concentrar suasnovas técnicas nos cinco minutos de Htperp sn, PaÍr p€quenaorqucstra de duas madeirasde registÍo agudo, sete metais e viVa' caracteÍíslica: E uma instrumentação Íios instrumentosde percussão. rèse não gostavados instÍumentos de cordas,preferindo a punSênciadas madeirasno registro superior, o fulgor dos metais e a foÍça proPulsorada percussão. IgualmentecaracteÍística é a feição aerodinâmicada peça.(Ì) mo as obras pós-futuristas dos compositores soüétlcos e paÍisicnscs. Hyperpism é um produto do meio uÍbano; mas embora haja referêncras aos sons da cidade, notadaÍnentecom a utilização de uma suene, a pcça surte efeito antesrefletindo que representandoa impressíode velocidadcc brusca ütalidade que a Nova York dos aros 20 deve ter causadonunr homem criado na província francesâ antes do advento do automóvcl Hyperprism provocou Ìrm escândalona estréia nova-ioÍquina, cnì 1923, mas não há razão para supor que Varèsetivess€adotâdo a provocl' combinaç(-)cs ção deliberada,à maneirados futuristâs. Suassurpreendentes sonoras erarn meticulosamenteplanejadase formuladas; até mesmo na ferocidade ele demonstravarehnamento. Quanto ao título pseudo-mâtc mático, pÍetendia certamente proclamar que uma nova eÍa estavaconrcçando para a música, uma era de ímpeto cíentífico em contrast€ colÌr as pastoraise literáriasdo romantismo.Varèsea antevia,entretanevocações to, como uma era d€ sofislicaçao- e não de barbárie - na qual a mústca se beneficiariacom os avançosdo pensamentocientífico. Eram sem dúvida a magiae o mislério que mais o s€duziamna ciéncia;ele sesentiamenos próximo de Einstein, que só lhe falava de Mozart ao encontÍáìo, do que do necÍomantemedievalParacelso,de cujos escritosextraiu uma bscriçiu esotéricapara sua segundagrandeobra orquestral, significativamcnte inti- RUSS Russolo Íegendo seu Intonarumon,, emconcerlo no LondonColiseum. í 5 de lunhode i 9 i,l lr l l rl lO2 a 61js1ç2 4p6urru tmntd1 1lolo4yt EdgaÌdVarèse em desenhode seuâmigo JosephSelta dal,adode t 921,ano qn que corEluju suâ plimeiía oora composla em NOvaYoak, ANiquespa@ oíquesra. leixavade reconheceÍque a tecnoioFa lador, e nâo secansavade preconizal a Inagensde geraçãode sons. os Unidos, Varèseempenhara_se neste rtos com fabricantesde instrumenros, uma Preúsão espantosamente sagazdas novaspossibilidades:.,sã^'-t-'111 Íeh.; como., te,ìire,t"oç;: :ïXïHï :m um apa . paral,isante: lO3 Copada prlmeÍaedição ôo Hypeípnsm,de V8tèse.Aesréia !m NovaYoík haviacausado mas o6cândalo, o €diloÍIondrino KeiÌhCuÍwenlicoú lmpíessionadocoín a obía e resolveu publicá-la. - tudo isto elÌì dentes mas entÍectuzadosem tÍatamento simultâneo por meios hu' de obter impossível uma dada unidade métrica ou de tempo ;ï*ïï::?: possibilidade qe obrer um número "Ëi:lfilimitadode cr:j:_":i: clos ou, seaindasedeseiar. dc subdiüsões da oi";,;;;il;;;;""f;". escalaãesejada; uma lnsuspeitada extensãonos repisrros :í"^-d: arros e Elc""t baixos,novosesDlendores harmònico;.faculraã",pãi .lïi-ii"a*, sub-harmônrcas hoje impossweis; infiniraspossibüdao",t" oii.ì"n'iiìçao de combinações sonoras;uma novadinâmica,muiroalémdo l,::-Tir:r no.ssal : aruaisorquesrras, e um sentidod" prr:"çãrãìããïã 1^.ï""!" paço,gaças à.emissíodossonsa partir "r. de qualqueijári" pontosdo recinto, segundoasn"cirs,cac"s ""'ãïï""i,", da partituÌa;ritmos indeDen_ sem oue surqiss€alguma invençâo realmenteútil, até que seaPresentaram russo exrtrês rìvais: J"aethõrophone" ou "thérémin" desenvolüdoPelo e Martenot Maurice i"Oo Lon Thérémin, ãs "ondas martenot" do francês em compõs Hindemith Trautwein o "trautonium" do alemão Friedrich I licgundaGuerraMundial. Embora houvessemais instrumentoselétricosdo que conìposÌl()ìcs paÍaeles.VlrèsenÍo estavasoli'rlr" elrr em escrever r.irlnìcnteinteÍessados em Nova York Nos anos20 c l(ì il menos muito ',uirsiniciativasradicais, , r{Lrdetornou-s€cenário de inovaçõesmusicaiseÌn todas as fÍerì1cs ^ Ía soiréesde Stokovskicom a Phiìadelpìti;t rrrrsclaLeagueof Composers, jovetrs 1xt ( lrchestraou nos ConcertosCop nd-Sessions. Os compositores ,ì tasno liwo New,MasicalResources(1930)' Entre os compositorespublicâdospela New MusicEdition estavrìÌr agol;l e WebeÍn A músicado pioneìronorte-amerÌcano Ives,Schoenberg p'; que conÌo do Íadicais experiências das confirmação .,.,rgu ,nult com-o excmplo' lo ãe influência, ao passoque os europeuseram tomados como tundo ÍPdonlo 106 a músicaÍpclema de uma forma que os teria surpreendido. O mais schoenberguianodos compositores de Nova York foi Carl Ruggles(1876-1971), com seuscerrados exercíciosde contÍaponto dissonante. Mas suaspãrtituras heróicas, coÍno Suntresder,têm uma energiacontundente tipicamente norte-am€ricana, e me$no suassinuosaspolifonias não sãodesenvolüdasem extensto comparávelà de Schoenberg.Métodos quas€seriaisforam empregadospor Ruú Crawford Seeger(1901-53), notadamenteem seuQuarteto de Cordas de l93l , mas também aqui os Íesuttadospouco têm de europeus:é música de especulaçãoabstrata,às vezesconúda em estruturasrítmicâs derivadas de modelos numéricos. Tanto Suntreaderqlanto o Quârteto de Crawford Seegerforam publicadospela New Music Edition, que ainda abÍiriâ espâço para úgoÍosaspaÍtituras latino-anericanas,como asRitmr',raspara conjunto de percussãodo mexicano Amadeo Roldán (1900-39). Uma das principais qualidadesda New Music Edition era suaauséncia de exclusiúsmo, no que refletia a âtitude musical de Cowell. Varèse considerava-se o arauto de uma nova era na música, de um novo tipo de composição que podia buscar algum apoio no passado(em seu caso, a música medieval e barroca, Berlioz e alguns antecessoÍesrecentes),rnas seria essenciaknente nova e característicade seu tempo - ta:onova, e ta:o científica, que â expressão"sons organizados"seriapreferida a "música". Coweü não estavatão preocupado com polêmicas progressistas. Para ele a música era agoraum campo aberto em que todos os recursos,experiências e tradições (e decididamente,entre estas,as tÍadições exóticas e étnicas) podiâm revelar.sepreciosas. Esta aütude abertâ e liberal pareceter sido fruto da costa oeste dos EstadosUnidos, pois era compartilhadapor dois outros músicos originários,como Cowell, da Califónia: Hârry Partch (1901-74) e John Cage(1912J. Partch trocou em 1928 a composiçãotadicional por uma existência errante, construindo seuspróprios instrumentos,nío raro com o aproveitámento de objetos encontrados,e afinando-osnuma escalade quarentae tÍês notas à oitava em entonaçãojusta (ao contário da aproximaçío acústica convencional do tempeÍaÍnentouniforme). Isto lhe permitiu utilizar intervalos exatos, com efeitos de uma estuanhapuÍeza. Partch questionou quasetoda a música européiadesdeo Renascimento,pÍopondo uma fìlosofia da música como arte "corpórea", experiênciafisicâmenteenyolvente de sons,palawas,mito e ação. A dançae o drama passarama integrar sua obÍa, especialrnentenas peçasmais ambicÍosasdos anos 50 e 60, não sendo estranhaao efeito excitante a úsão dos músicostocando seusbelos e fantásticosinstrumerÌtos. Cage demonstra pela tradiçâo um desprezo tão raúical quanto o de Partch. As lições de Cowell o teÍiam estimuladoa ser ingênuoe aberto, menos talvez que as tomadascom Schoenberg,àquelaaltuÍa - meados Henrycowellnos úlümosânosde vida.Éleestimulou a €xperimen' taçáQna músicâ americanae Íoi PoÍ responsável lnúmerâsinova_ çõ€semsua vastaProdução. 107 \tndontdhnt\t J '3o fníciodo manusaírüc de ,maginaryLandscapen. t, de John Cago, para ôxgqrlanbs c,egravaÉes de ÍÌ€qüênciasetetônicas (t e 2), poícussáo(3) e piano pÍ€parado(a). (CopyÍ,õhl O 1960by HonmarPrgssInc.) L 109 110 a nìtjsn\t toth\Lì , I rt n d o t t t t , t h \ , t | , É ! É Cenárjode Légerparao batéLa CréationduMonde,de Mrlhaud. a s ||| 112 I músrcamoclema mundonúh v 113 lìrgcht colaboroutalnbém com Hindemitlt,mas poÍ pouco tcnÌpo' c"! DemocÍáúca da Alemanha, Eister fez da música de agit-prop wa voomentedemonstraçâodo envoÌvimentodo composìtor na üda contem- püz de sensibilizaÍdiretamente operáriose camponeses'encarecendopoÍ' Cenade Die Drcigrcschenoper (A ópera dos três vinténs, 1928J, pflmeiroresullado da colâborêção enlreWeille Bíech! coÍntextoadaptado daBeggar's Opeía de Johncây. rcs eram obrigadosa ser "otimistas" e a repudiar o "formalismo", termo quc englobavÀquase todas as técnicasoriginadasno século XX; e,suas ribrasdãveriams;r instrutivas ou edificantesem sentido socialou político' A proibição em 1936 da tensaóp€Ía psicológicarady Macbeth do Distrito ,le'Mtseisk, d€ Shostakovich,estreadadois anos antes,veio como uma âd' vcrtênciade que o modernismo,ainda que brando, na:oseriatoleÍado' 114 ,t ntusrca pdcrna (ììpÍltrlo !) ORIENTE dL) radapara a música.ela ndo viria Ícristóriado orientalismomusical. ocloenda orquestra )sinstrumentos Bartóka bordodo SSEsca/rbuf, de partjdapaíaos EstâdosUnidos,em outubrode í940. (Copyright c,D. Hackett,N.y.) c( oÍiente s€ tornou mais e melhor qu tambem É dc etnólogos. Possível que se da tradição ocidental - algo est cismo- teúa contribuídoPara e musl âlternativas.O comPositoÍ I T 116 s músi@n96.rr, Frgurino de Bakst(Í9íO)para tnehë Gzaate,de Rimsky-Korsakov. na coíeogíaíiad€ Fokine. c esludatldoü nÌúsicüdo SiltÌlul:ìo tlìuslcil' nìesnìa esta e :omposiçoes; de percussloInce suaorquestraça-o ts Deças;araconjullto de pctüusr{(ì illl()s agôno hnal dos anos30 c lìos 40. sem fì Trabalhando nessasPeças nìusrtra a musicologia- paÍaceÍtos esquemi te des€nvolúdasnas quais os 118 a músicamodenà .r.{o.*,,MUSIC oF CHANGES ''Ë fohncrsc a-";r;l*l, E I 'p É E d \----'---r Mlnuscíilodoin|c|odaMusicofChangespaÂpiano'naqual'cagepelaprimeilavez aleatóíios' procedimentos o" túsicamêdiante Iin-"t* "1"i." Inc'' Hress HeÍìÍnar O 1961by loopytight onottu: l2O a músicaúúema a outÍos instrumentos,não existe qualquer som anotado:os músicosmantêm-se em silêncio, ':consistindo" a peça nos sons ambientaise eventual. mente do público. Era ineütável que 4' 33" foslf, recebidacomo pilhéria. mas haüa na peça uma intençâ'oséÍia,ou antes,naspalavrasde Cage,umr "não intenção". Seu trabalho com o acasofoi profundamenteinfluenciado pelo pensamentozen, e a partir daí Cageseempenhariaem criar obras "lrvr€sdo gosto e dâ memória individuaisem suasseqi.Éncias de acontecimeÍì, tos", para que o compositor pudess€"deixaÍ os sons s€remeles mesmos num espaçode ternpo". Somente um compositor noÍte-amedcanopodeÍia ter empreendido uma reúsa:otão Íadical do sentido da música,estabelecendoa "não intenção" zen no lugar da realizaçãode um produto da vontade indiüdual, fina. lidade da arte européia desde o Renascimento.Cabe recordar âqú uma anedotarelatadâ poÍ Cage."Certa vez, em ÁÍnsterdam,um músico holandês me disse:'Deve seÍ múto difícil para voc€scompor músicana América, tão afastadosdos centros da tradição'. E eu üve de responder:'Deveser muito difícil para vocêscompor na Europa, tão próximos dos centÍos da tradição'." Um contemporâneofrancés de Cage,Mesiaen, que também coÍn€. çou a sc inteÍessarpela música oÍiental nos anos 30, tomou um caminho totalmente difercnte, AtraíaÍn-no sobretudo novas idéias musicais,e não questõesÌeligiosasou Íìlosóficas, terreno em que se majìteve fiel à Igreja Católica.Apesar da profunda atenção que dedicou à música oriental, suas obÍas tiveram sempreascaÍacterÍsticâsocidentaisde acabamentoe singularidade, embora contenhaÍn tÍaços inequívocos dos modos orientais, das foÍmas rítmicas codificadasnum tratado medievalhindu ou dassonoridadesdo gamelãobalinês. L'Ascension, para órgão e oÍquestra(1933-34), é a primeira obra enr quc ele introduz ritmos hindus, que voltariam a se manifestar, freqiientemente em complexâscombinaçõese dcsenvolviÍnentos,em gÍandeparte dc seu trabalho posterior, Como Cage,Messiaenúa no ritÍto o componentc mais importante da múúca: "Não devemosesquecer",escreveu,"que o elemento prÍmeiro e esencial da música é o Íitmo, e que ritno é antes dc mais nadamudançade grandezae duração" (ressalvaem que revelao quanto deve à técnica celular da Sagração da bimatterc). O repertório rítmico de Messiaené poÍtanto extenso,ebrangendonão só ritÍnos hindus como os modelos de metrifrcação da poesiaclássicagrega,ambos utilizados como fórmulas despojadasde suasfunçõese associações originais.Dessemodo, ri utilização de ritÍnos hindus não dá a suamúsica uma sonoridadeespecificirmente indiana,nem haviade sua parte maior preocupaçãocom os significados simbólicosdos ritÍnos. O mesmo severifica com a orquestraçãopercussiva, à maneira do gamelão, numa obra co'Jro a TuÌangallla-Symphont' (194648), que inclui celesta,úbrafone, glockenspiele outÍos instrumen. a sso cl i l d r J) l ìl i l l cl l xl s p o r l e scr o a l i n ê s' Il ìJs vcm l o r ( l c l l ì c la l : o co l o r i d o l tu n l cl cl to 8 l L ìh :l (l l u c o u tr a s o r l g e n s'r e su l l a ttú o d e l ta tttr tr n i co s c tiluìtc()s 121 r122 ít ústcít n,odorna ononlo auqueseuinreresse pelo OlivierMessiaen,cuja t uêngatÌta.Symphone r.rÍt12a sonoddades d-ogarhelãoe ÍóíÍnulas nEn|casindianas. ritmo, a simetÌia e os númer.r;;;;ï;"."- 123 ;','')ü Ì. i ',// tt. .lL , 't 2 ú+ $ L;"41 'f /-.'ï !a 4*"q*.- ,Ì'nçts 't,;,16 ul+"4 o0.7 ol l o 5 n( *+ v44 v,(L Paítitu ra âutógraíadê N,,lessiaen comâ "Epode"de suaChanochromiepârâorquesta (1960).EsteÍrúvimentoconsistede rmitaçõês de cantosde pássarosem solosdê cordas. Messiaenno camDo,anolandocantosde pássaros, Photographcopyighl lngi Pholographe. onontti 126 a músicamodena I rcdoÍ c o(ìIìì llos ensitlou a olhar ao I nos! evocam a apropriadaimpr€ssãovisual. O que ele chama de "segunrlo modo de transposiçãolimitada", por exemplo, "gira em torno de certos üoletas, certosazuise do roxo üoláceo - enquantoo modo n. 3 corres. ponde a uma laranjacom matizesvermelhose negros,um toque dourado e um brancoleitosode reflexosfurta-cor,como nasopalas". As correspondéncias entre sons e cores estâoentre os muitos simbolismos pessoaise mesmo íntimos da música de Messiaen.Associadasa sua supremaanbiçao de proclamar os mistérios da teologiacatólica, elasfizeram de suamúsicaalgo totalmenteà parte no panoramado séculoXX. Na realidade,Messiaen sente-se muito maispróximo dosartistasdosesplendoÍes e simbolismosdiünos de outrora os constÍutores das catedraisgóti. casou os arquitetosdostempÌosdo antigoOrienteMédio do que dosde sua época. E no entanto, como professorsuainfluéncia sobrea músicamoderna só é superadapela de Schoenberg,estandoentÍe seusalunos três tntegÍantesda talentosageraçâoque surgiuna Europa logo depoisda Segun. da GuerraMundial:PierreBoulez(1925), JeanBarraqué(1928-73)e Kar, lheinzStockhausen (1928). Como os discípulos de Schoenberg,os de MessiaenapÍendiam com ele menos os fundamentostécnicosdo estiÌo do mestre do oue os meios de avançarpelos carninhospróprios a cada um, sobretudo no terreno do rit. mo, Mas a pÍincipal liçao da música de Messiaenfoi talvez a de que tudo podia ser utilizado na criaçao de uma obra. e sobretudo qualquei música (1.: Pzs :q.da.yìêeufeÌ "th&dt é.uttil\E; l'à.àz!t; dq- Zaìsse t t tôroÌ,tét taa ct4ú,4ú du r/4,lo4 ititú2nì. d.êzt rÊ3) &lrb I 4 a.co.d.ì ld ôo'Vos h* Ttecho de Le Madeau sansMaíte, deBoutez, cujãssorDridadespercussivass dinamismo rftmicodeínonsfama influênciadamúsicabalìnesae a,ricana. visitâao Japáoem 1966' múslcosde teatronô durântesua KaílheinzStockhausoncom l 2l odenb 128 a músicamoderna lai .e q I d 'õ 129 do soínls'rx) conlirìtrnç'1o 131 capitulo 10 coNTTNUAçÃo Do SERtALISMO composltoresnorte-americanosque por essaépocase intelessayampelo sc nallsmo. Por estranho que à primeira vistaparec€sse, haúa bons motivos pir il que um método originado em Vi€na üessea dar frutos em paris (o ccitrr,, da oposiçÍo, por assimdizer, como berço do neoclassicismostravìskiu,,,,1 :'ffi;:ìiï'""'""j'"ï"'":H;1 ï,ììnm,xn:"';':'ï:"ffi 132 (n nI nuíç áo do soI Ii tlt:;t I r) a músicanodena t3 3 novo. Em nenhum país se fez senlir com tatÌta irrlcDsitludc cst( ,Ir, Lr quanto na Alemanha,e foi lá, no Instituto Kranichstoi. dc I)l| ||\t.r,tl que o novo movimentosenaleuropeulìxou seuquartel-gctìctll ir pir tr ,lì,, Primeirosanosda décadade 50, pelo menosnos mesesdc vcrt().rlurr,l,, compositores e estudantes sereuniamparadebateÍa músicurlc scl| t,||rr,,, Stockhausen assistiuaoscursosde Darmstadtpela prirncirl vc/ clìr 1,,,l ouúndo uma gravaçãode uma peçapara piano de Messiaerr. tlhtl, ,t, |,r leurset d'Intet$ités(1949),que estabelecia "escalas"não só dc irltrrr,rr'' |' de duração;intensidade e ataque.Há indíciosde que MessiaclcstrrLl.rr.,, ", 1944 a possibilidadede uma organizaçãoserialdessesoutros cì|.rìr(,1t,,, musicais.Ele nío chegoua pôr a idéia em práticaem Modc tla I tlttt t I, r,. é modal, e nâo serial),mas a obra efetivamente abriu canrÍrhoprrrrrr, ,1rr, se tornou conÌrccidocomo "serialismoirtesral". Possivelmente inspirandcsena sug"rtãod. Messiaen, IJoulcur,,,,',,, , Ía a investigaÍaspossibilidades de um serialismo rÍtmico e dinarÌìic{, rì,,'Í gunda Sonatapara Piano (1948) e no l.iwe pour Quqtuor( l9..li)). , ,r" 1951 chegoufinalmenteao serialismointegralna primeiraparlc (l(.rr r" È Õ É ó in Piere Eloulez à épocadacGntì,' | .! paíadoispianos, de Struclr/res .l em quê experjmentou e relerl(J0 deleíminação se.ialintegral. 134 a Ì)ustcanmocrna Structurespara dois pianos.Boulezpartiu rìc escalas rìil()\. dodccala)nrcls de altura,mas de duraça:o, rigoro$rÌlcÌìt( dinârnicae ataque:cada [ator é controladosegundoprincípiosseriais,rcsultandoun'ìacontinua lÌ)udrIç.1 em todos os nívets.Tambémem I95l StockÌ-Ìausen colnpôssua prirÌrúII obÍa de plenamatuidade,Kreuzspiel(Jogoscruzados)paÍaoboé,clarirìcl,l baixo, piarÌoe peÍcussâo, na qual o serirlismoé novamenteapÌicadoiìo I rl mo e à dinánìica. Stockhausen e BoulezencontrariuÌìum preccdentepara seu scrirlr\ mo geneÍalizado nasobias tardiasde Webern,quc se tornou para elcs í ) ponto de pârtidâ", não contaminado pela decadénciaronÌántrca(1, por Carcoe;ênciaao métodoserirì l' Schoenberg e Berg,lutando sr.rzrnho improvdveìque Weberntenhajatnaiscogitadode apliclr o scriaìlsnìo J (ìu tros elenìgntosque não a altura,rìas suapreocupução com os detaÌlÌesl)rl recia prenunciaruma Inúsicaem que cadalÌota loss€compostaseparadil meÍìte,como ocorreÍiacom o serialismointegral.AIém disso,a clarezadr suasestruturasera admirável.ParallouÌez,"estrutura"era "a palawacÌrav,' dc nossaépoca", constituindoao lado da organização o maior empeììlrrì integral,que secorsideravam arquitetos(ììr dos cotnpositorgs do serialisn]o erÌgenlìeiros do sorn.Elesperscguiam suasidéiascom rigor quaseçientílr em seusensaiostécnicos \ co; falavu-se nìuito de "pesqulsa"e Inatemática por Stravinskyvirìteano\ aspiraçãode uma arte objetivados sons,cxprcssa antes,podia pareccrrealizadano seriâlismointegÍal.lnas não foi o qlrr ocorreu.A personalidade não seri0sufocadapelo rigor construtivo,conì(ì pcla "não intenção"de Cage:apes:n na-ohaviasido totulmentedescartada nunì dellranr( dc todos os controles.as .ta/&cllrr-?J de lloulez dcbatem-se frenesibem típico de suasobrasanteriores, e multo distanteda volátilil]s piraçãojazzística dosKrcuzspiel de Stockhausen. DescorüecidorÌos compositores de Darmstadt,ìJabbittclÌegarapol sua vez ao controle serìaldo ritmo nas Three Compositionspara piarìo errr de Boulez e Stockhausen í194?). mas diferenciava-se esseÌ.Ìcialmente suavisâodo serialismo.Concentrando-se naspropriedades matemáticas d(ì seumü serraÌismo como sistema(não obstanteos protestosde Schoenberg, agoraum sistema,püraasgerações maisjovens),Ilabbilt nì. todo tornara-se ventou procedimentosscriaisrítmicos dotadosda analogiamais estreitrl possívelcom as técnicasde manipulaçãoconvencionalmen te usadasDo sc haviam-se limitado a uma cscaliì rialismointervalar.Bouleze Stocklrausen aritmétlcade duraçõesvariando,por exemplo,de uma a doze fusas(umlr semrhìnrapontuada),optardo por estelimite porquesâodozeasnotasdrl escalacromiÍtica.Babbitt, no entaDto,erÌfrentoude maneirasutiì e engc europeus.a sr nhosa uma questãoinicialmelÌteignoradapclosserialistas ber, que a alturadispôede uma unidaderegular,a oitava.paÍaa qual devlt seÍ encontÍadoum equivalenterítmico. O êxito que a esterespcitoüicarì çou, e a drsciplinaa que se submetcu,dcrama suamúsicaunìalmprcssio fT;[:'i tu' * mnHt[fl$ocillNl$lx O.1.*,n nn +[0nil[[",.."'.. 0rcicstgr :. @t il: .ï o*n ní rcá II I f 136 t \ t t l t t t t t , t Ç ro d a \ t u t ' l t : t t r' iì /nr;src.ì,nudfír.l lilI J=go 4 I Excertode Slruclures /a paÍadojsplânos,de Boutez,íìosEandoas eslruluras se âls de alfuíae íiEnO. 1 desrockhausen,p_aÍaoiii;"llï5:rïïï.ï:,11:.ïï:;ì1ï, deKreuzspiel, Iníco sere uma Àqtumbasanunciamsuavemente anles'ninguémpode'pr'" quanlo à validezde tuco que sePassou cssenciais 69 uÍn çs1ttr')lc à necessidade gÍediÍ. Para nós, estasout'io"s"onàì'tianï conce tando ParciaÌmentea obra na comPoslçot Suas Valeurs). Mode de 138 d músrcÀhodena rrÌrl r)r/.(i ,l (,r/(rs r' ,,,r//rír)r)l :l l l ,l.d"o íFt\t + t I f 1'I Y + ht I# r v ì + 4 è compas' OslrêspÍimeiros OuaíetodeCoídas deBabbilt. Müuscrito doinbiodoSegundo pelalefçamenoreinlervalos e osdoissegurn_ íêlâcìonados, ocupados toasáolotalmente datêrçamaior. lr, p6laÍamÍìia j".ï::fïï:ï,_.;ïíi"ï,::ï",".1ïfi,ii.#:,ff o"o");"?,ìï ï,ï,":ïi rfitis. Em Gruppen (Grupos, 1955-57), sua mais ambiciosa incuÍsão pcla conrposìçâoem "grupos", ele usou uma escalade andamentosde maneire rcrial, mas é o aproveitamentodo esPaçoa caracterÍsticamais inovadorada obra, compostapara três orquestÍasdisPostasem diferentespaÍtes de urn de excno esPaçofoi deteÍminadapela necessidade [uditório. A separaça:o cuçfio simultâlea de "grupos" complexosem andamentosdistintos, o que ró podeÍia ser conseguidocolìr a distribuiçãodos instrumentistasem diteos rcrcrìtesconjuntos, cadâ um com seüpróPrio regente,encarregando-s€ gc[tes da coordenação.Uma vez criada esta situaça:o,StockhausentÍatou dc tirar o máximo pÍoveito, Particularmentedo clímax da obra, no qual unr acordede metaisé projetado atravésda sala,de uma orquestrapaÍa ou' l rl . l4O a nústca n,odorna @nünuação clo 9eÌ1âll6ÍD lal v 142 ì íf,úsrcdnyJdcnì.1 t:onlt tnÇno do soìulltstìr) a'uu,nr*t n"u"'no@ quese manifestou ïir.l1:: seÌlsadÍniradoÍes sra. _,,vr(ru aorno u.rnu unìaespicic(lc prprl utltr lur(,lti quc çlìtÍc usgucrÍascle lbra corÌsidcÍrdo Schocnberg. Mas haüa indíciosarìteriores rìcstcsc||lid.,. llvül (hr s1LÍiirlista r r o. N n M r sr a( 1944 48) c na Cunt at a( 1951- 52) , obr asque enquadr arcr clc rcte Tlrc lÌokc's /Ìogress,apoteosedo neoclassicismo, lfrff(rgrcirrìcn suamúsicamenosvoltadirpílltorlirtu los séculosXIV e XV, tornando-se tr u hirÍnìoniadiatõnica,e maisparaos artifícioscorltrapontíslicos. pirt' ^ emboraStraünskytambónl lh daí. cra possívelabsoÍveÍaspráticasseÍiais, jovens pela estinulado música de seus colegas europeus. ccÍtarnente f(ìirc I pcla verìeÍaçíoque lhes inspiravaWebern.A oÍquestraçâoaberta e a cxlÍcrÌf complexidade rítÍnica de *!s Moutemenls para piano e orquestÍa (l95lÌ 59), por exemplo, indicam que coÍtheçiaKontrq-Pwkle, embora olc fosse capaz de assimilar tais influências,como assimilaratodas as irì. Íìuências,sem que suamúsicase tornassemenoscaÍacteÍística.O que Stravlnsky afinal encontravano novo seÍialismoera um estilo ao qual podia rcugiÍ sem ironia, e que lhe permitiria compor as obras-primassacÍase os opitáÍìosde seusúltimos anosEnquanto Straúnsky avançavapara seuestilo serialtardio, Boulezse llbcrtava do rigor serial integal dasStrucÍrres,fa. "Percebemosclaramenir além de uma codificaçãoda lirìtc", ele escreveÍia,"que precisávamos guagem,envolvendo-nosnovamente com os problemasestéticos.(. . .) Uma vez constituída a linguagem,cadaum de nós redescobriusuaspreocu. pâçõespessoais,que o conduziram nesta ou naqueladireçaio."No casode Boulez, veÍificou-seum retomo à imaginosafantasiade suasobras antes€riaisque ele mes. riores,já agora controlada pelaselabotadasconcepções paraquemo desafiotécnico Ao contrário de Stockhausen, mo desenvolvera. de nov"asidéiasestruturaispareceter atuadocomo decisivâforça motivadoÍa em todas as obÍas até Momente, Boulezpartia agorade questõesestéticas. Voltou-se então, como lzera no ltnal dos anos40, para a poesiade René Char, escolhendotrês brevesPoemaspara Le Marteau sansMaítrc (1952-54). Os traços exóticos destaobra, com suassonoridadesbalinesas e africanas,contribuíram para a libertaçâo do hermetisÍÌìode Structures 12, mas ainda mais notávelfoi a flexibilidadecom que Boulezpassoua tratar o método seriaÌ. ReintÍoduziaÍn-sea delineaçãoformal e os contornos em suasmudan' melódicos, efiboÍa Le Mnúeau sejaainda desconcertante por polariüdes que a daÍ estariamPor impulsionadas bruscas, Partir ças tÍás de boa parte de sua música. Ao som opõe-s€a palawa,ao ritmo Íegular, o Íitmo liwe, ao som "ativo" a ÍeverbeÍaçío,ao som o siléncio,aosins' tÍumentos de som prolongado (no caso,voz, flauta alto e viola) os percus' sivos (violão, úbrafone, xílorimba, percussão),aos solos o conjunto, ao cálculo a escolha. semelhante,Siquence(1950-55), de Outra obra para orquestraçaio Jean Barraqué,indica uma saída diferenteparao impassedo seÍiaÌismoin- 143 144 a múscamoclemà capitulo 11 ELETRôNICA JeanBâÍÌâqué,que moareu aosquafentaê quaboanos,deixandoanacabadJ seuimensociclo La de Vkgite, ^4ott r 146 a ÌúsrcaÍuodcrna mas talnbémos do espírito,daqueledistanteespaçoilrterior que lìctìl |lrl telescópio pode atingiÍ,e ondeo homernestásó". É possívelque Varèsese tenhadecepcionado com os recursos olrrr cidospelosequipamentos primitivosà suadisposiçío,ou mesmoquc tcrlr.l encontradodificuldadepaÍaseadaptarao novo modo de compos\j(,. rtir, Ía quejá passava dos 70 anosde idade.Nos últimosanosde vrda.elc rcror naÍia aosmeiosconvencionais, nâo semantescriar uma daspoucasgrarì(I,:, obras de músicaem frta, seuI'oèmeElectronique. A, peçafoi enconrerìdx(l,l para o pavilhãoPhilipsda Exposiçaode Bruxelasde 195g.ondefoi diturì dida por um grandenúmerode alto-falantes dispostosno interior de rrrrr pÍédio conÇebidopor_[.e Corbusier.A construp-ãfoi demolidaapósr..r posiçao,e o PoèmeElectroniqae só pode agora seÍ ouüdo em versâosr,. Se Varèsedecepcjonou-seta,lvezcom os meios eletrônicos,a reaçr(, entreseuscolegasmaisjovensbeiravaa eufoúa.O compositorpodia agorrr trabalhardiÌetamenteseu material,como um pintor ou escuttor;comp,, nha os pÍóprios sons de sua peça, ouvindo o resultado imediatamente.(, que anteÍiormentesó haviasido possívelcom o piano preparado. Tornorr se assimmuito mais imediatoo envolümentocom o materialmusicat.,, que pareciaparticulaÍmenteoportuno numa épocaem que o desenvolvi mento do serialismoera consideradouma espèciede üágem objetivadc descobertacientífica. Desteponto de üsta, a supressá-o dos execuiantesr" Íia encaÍadacomo maisuma vantagem- asslmexaúmente contemporâneoao do serialismoparisiense,mas poucos contatoshouveentre os dois gupos. Bouleze Barraquéchegaram á trabaIhar com Schaeffer,mas por pouco tempo, e apenaspara a produçâo rJc que montouum estúdiode mu_ e teóÍicodamusicaolelÍônica Proío SchaêíeÍ,coínpoGúoí p"'o poucodepos da sogundaGueÍa Mundral' lrï"""ï,J," ". BoulezsÓÍetorêitos da €xPeriência: nunca icamente,Barraqué, .. Lito diferente. Stockhausen'leotcava os aparelhosinciPientese as do-se '* -' C à t*ai"çeo entre Paris e sto que em \1955-56). Jüng,tinge 148 a úsca nlodent,ì cleïôntca (a gavaçao da voz de um menrno) quanto materiaisgeradoseletrorrrcrr mente. O objetivo aqui pode ter srdo técnico.fundindo extremosoprrs tos como era seu hábito, mas a obra impôs_se tambémcomo poderosil evocaçãode imagens,representaçao dos irês adolescentes na fornallru causticante do Llvro de Daniel, louvandc a Deus com as palavras t|r Salmo150. Stocklausen retornou em seguidaà composjçío eletrônica .,pura. . mas desta vez com pulsaçõesregularesde sonsno lugar de simplesfréqücrr cias sonoras. O trabalho em estúdio o levara a valorizar o que chamou de "unidade" da música eletrônica. Uma nota de determinada altura. ao ser abaixadapara menos de 16 Iü aproximadamente(16 cjcÌos de vi. bração por segundo),deixava de ser ouúda como som para sêlo conÌ(, batida rítmica regulaÍ, com ritmos subsidiáriosfornecidós pelos compo nentes de freqüência que lhe haviam estabelecidoo timbre. Ainda mais abaixada,uma nota única podia transformar_se em verdadeiraforma mu que as pulsaçõesregularescontinham todo o necessáriopara a composl ) de novos timbres, novos ritmos e sons; e foi o que Stôckhausenpos Ì ptátrÇaem KontakÍe (Contâtos, 1959_60). no Slockhausen estúdiode música €letÍônicada Heotooo OesteAlemáo em 1956,âno em qu€ concluiuGesang der Júnglinge. to dos novos sons. A descobeÍtade novas sonoridades- ou a "compo' sição tímbica", como a denominava - é impoÍtante em toda a músicade Stockhausen,seja eletÍônica, úva ou mista, e Por estarazãoele geraìrnente recorre a materiais totalrnente diferentes PaÍa cada obra (sua oÍquestra' por exemPlo,nunca é igua[). Para Babbitt, em contÍaste, o valor da música eletrônica não estava nos novos sons, mas no superior controle rÍtmico que tomâva possÍvel. Nos Ensemblesfor Synthesizer(1962-44), ele sevaleu dessaPossibilidade rítmico. Selecionouos timbres para impulsionar a construçãodo seriaLismo com pÍimoroso cuidado, eütafido recoÍÍer ao estraÍúo e ao gandioso, co' mo Stockhauscn.e limitando-s€às alturas da escalatemPeÍadaconvencional, de tal modo que a peçapareceproduzida Por um órgáo eletrônico ex- 149 ololrótltca 15O a músìcamodcrna ao aa 8 a e8 Ì iiii .-g. !- I É D I i Exfalodâ"parllturâ audiliva" deAlíkulation obíaeletrônica de cyòÍgyLigeti. As \1958), tormas e símbolos, emváriascores,repíesenlam o queé ouvido. I I cepcionalmenteversátile preciso.En Philomel (1963 -64), no entanto, elc exploraria a drarnaticidadedos sons eletÍônicos. Cena para sopranocotÌ gravaçãode sopranoe sons sintetizados,a obra se demora no momento dr transformação da heroína mítica em rouxinol, rivalizando,no estilo mars controlado de Babbitt, com a poesiaeletrônicado Gesangde Stockhausen O sintetizador usado por Babbitt em Ensemblese Philomel era unt instrumento único fabricado para a RCA e doado ao Centro de MúsicaEletrônica Columbia PÍinceton de Nova York, nada tendo a veÍ com os aparelhosdo tipo associado ao nome de Robert Moog-A chegadado sintetizador Moog e outros instrumentos semelhantesao mercado, em 7964,represelltou uma revolução nas técnicas da música eletrônica. Os composrtores não pÍecisavammais passarlongas horas no estúdio, preparandoc editando seu material (foram necessáriosdezoito mesespara que Stockhausen produzisseos treze minutos de músiça de Gesang).Os novos sintetizadores ofereciamuma enoÍne variedadede sons,prontos para seÍem manipulados: bastavaregular os contÍoles e tocar o instrumento, num teclado ou aìgumoutro dispositivo. A estaaÌtura,no entanto,já seesvaíraerngrandeparteo entusiasmo pela aventurada músicaeletrônicagravada.O interessemaior voltava-sc agora para a execuçío ao üvo de equipamentosmusicaiseletrônicos,nir s 3 I I I I ti. l5l 152 ololrônica 153 a música tnodcrna . . = "lïl.ltl. l. 1=l_ì l_i [- tl - l *l - ì.- l - l l + +l-l:l- - -l-l- -l-l-l ll- ll- llll ,*"**u o'" i i"' i ***l-"1* rl . . 1 : -1 =,"=r= l. l= :1..1=1. l"=-l.l==l-l-- t* *| * l *l * ..ì- crsr_ ÍÂMrÀM ii , I Robedl\,'loog comtrêsdeseussinleÌizadores,lodos dotados delêclados e outosmeios deespeciíicâçáo e modificaçâo dossons. que viria a ser chamada"live electronic music". O pioneiro neste campo fora Cage, com sua Imagìrwry Landscapen. I de 1939, mas desdeentão pouco haüa sido feito. Já agora,em meadosda décadade 60, multiplicavam-seos conjuntos de música eletrônica ao yivo, entre eles a Sonic Arts Union nos Estados Unidos, o conjunto de Stockhausene a Musica Elettronica Viva de Roma. Estesgrupos passi[aÍn a usar simultaneamenteinstrumentos convencionaise eletrônicos (às vezestambém sinteúadores), além de meios eletrônicosde amplificaçãoe modificaçãodos sons. A pÍimeira peça de músicaeletrônicaúva compostaDor Stockhausen foi Mikrophonie I (1964 65), na qual um grande tantã (uma espéciede gongo) é percutido por dois executaÍÌtescom vádos objetos, enquanto dois outros recolhem as vibraçõescom microfones e mais dois controlam a transformaçãoeletÍônica dos sons.É talvezmais nestaobra que em qualquer outra que seeüdencia como o trabalho de Stockhausencom â eletrônica o levara a se preocupar com novas sonoridades,pois uma de suascaracterísticasé a maneira como extrai sons estradÌos e refinados de um rnstrumentoaparentementelimitado. Ao mesmo tempo, Stockhausenaplicava a eletrônica a meios de mais eúdente versatilidadeem Míxtur. esoécie de improüsação com as possibilidadesdos sons orquestraismodulados. mais-menos' coma notação dapanedepianodePtozessio\deStockhausên' Trecho poriódico' "Pei' indicaquso riknodevesoí confiante no futuro da,música ADós estas exPedências,ele se mostrada asoÍa "p*ece-me "tïHïn,Xt""**fiïã:';;ïï#; "iãt'ãJ""'r*ì versatilidade' de tudo suaconstante mbinadasàsconquistasda músicaeleade." escritaem 1967pa' la emProzessìon, ra o queiá eraagoraseugrupoPerma Os eiecuiantessãoaqú inslruídosa segundoindicações res. variando-os mais,poÍ exemplo.podia significar ou mÃs compon"ntes"os músicos variaçãosobÍeo que ouviu de outro' pôe tanto o materialem si quantoas "processual" L. iaei" O" comPosição que o material em 196b), tndascurtas, leÍádio. \ 154 .r núsìcanpdêtna I lil O uso de aparelhosde rádio como instnrmentos fora inaugurado frrr lmaginoryLandscopen. 4, de Cage,para doze Íeceptores(1951):parcon fatal que o caráterarbitrário do material de radiodifusãoapaixonasse o irl tot de Music of Changese 4'-l-l'l Stockhausen, no entanto,só uÍilizrrrtl os sons radiofônicoscomo Donlo de partida.Ele estavamais interessarl,r em criar situaçõesde estreitainteÍaçâoentÍe seusmúsicose abrir-se,conr,, r Ftzeraem Telemusik,para uma "músicado mundo inteiro", e talvezmesrrrr alérn "Que pode haver de mais univervl", peÍguntou, "mais abrangcrrtr', transcendentale oportuno do oue as transmissõesradiofônicas que crr Kurzwellen se transformamem material musical?(. . .) O que seouve col siste apenasdo que o mundo está tÍansmitindo agorai emanado espírit,r humano, é rnoldado e continuamente tÍansfomado pelas interferêncr:rr recíprocasa que estão sujeitastodas astransmissõesj e fìnalmentes€resol ve em uma unidade mais elevada,na execuçãode nossosmúsicos.(. ) Chegamosao limiar de um mundo que nos ofereceos limites do acessívcl, do impreüsível;deveserpossÍvel,para algo que não é destemundo, encon trar nele o s€u caminho, que até hoje nío pôde seÍ encontrado por qurl quer estaçãode Íádio nesteplaÍÌeta.Poisenta:oque saiamosem suabusca!" Por esta época a eletrônica já se tomaÍa tão iÍnportante na músrcir 'lrudita" que parecianatural algumaforma de acomodâçãocom o poDu lar, e que a iniciativa partissede ambosos lados. Instrumentosdesenvolvi. dos no tefieno popular começarama ser empregadosna música "séria" (algunsanos antesStockhausenincluíra uma guitarÍa elétricana orquestrü ção de Gruppen),e certos grupospop começaÍírma s€inteÍessaÍpela "vanguarda". Tomou-se Í,ossívelinclusivea reali'.agíode conceÍtos conjuntos de gnrpos eletrônicose de música pop, e isto s€m qualquerincongÍuêncra, pois já agora a distinçâo era apenasuma questa:ode formaçao,origem,pu. blico e marcade disco. 1n C, peçacompostaem 1964 por Terry Riley (1935), é um exemplo dessetipo de trabalho na fronteiÍa enEe os géneros.Riley forneceapenas um certo número de fragmentosmodais, qu€ os executantesinterpretam liwemente dentro d€ um ritmo regular,gerandorepetiçõesobsessivas e motivos espontâneos- recursosque seÍiamimitados tanto na músicapopular quanto na erudita. Além disso,o púbÌico da música de fuley, e cada vez mais o de Stockhausen,era consútuído de jovens mais interessadosna músicapop do que na tradição artística ocidental. Uma técnica que em geral não está ao alcancedos músicospopulares é a utilizaçâo de computâdores.Tambem ela se desenvolveunos anos 60, esp€cialmentenos EstadosUnidos, onde muitos compositores,ensinan- parains. Doismúsicos hausenduranle€xecuÉodeKurzwerré4 doconluntode Stock fumontistas e rádiosdeondascurlas. 156 olotônic| a misba modêma ri cdlculo, sem que possatomar a iniciativa de criar, ao Passoque nasexperiências de HiÌler tem sido solicitado a tomar decisõesde comPosição,ao hnnis Xenakis,pioneiíona utilização d€ compuladoaês na composição musical. na Expo'7o' Osaka' O auditóíioconsfuído paía â execuçáoda músicade Stockhausen de @nEole' mesa O comoosilorosìás€ntadoà 157 158 a nxisicaÍpderna de música eleüônica, e se aceitam :11ï-:1ryy:il;ì"*;'õ'":jïïli:'ffi ffi"1i,";,ïïï,ï3."]i. noroglcamente avançados. Naturalmente, a.muo"nçà,iosúaúìtoïoJìuoios compositores. Ë possívelque o colapsoOasregrasforl1?_inflY.l:io,u mars- iniciado.comDebussy,no.exato momento qu"o gr"ïïfona começava a serdesenvolúdo _ ter "_ tomaiase racrouvir novamen,. ;#;L: sário estabelecerbalizamentosestr capÍtulo12 MÚSICAALEATÓRIA :i:ï$.";ï#tïff "T,ï::::j m'iarização.Áe-J","-iï*,,::ffË;::Jï.il.1ï:,Xi;:i"."ïX"T. tar suasobrasem versõesdefinitivas.ë latvez rÍnprovável -o;;; queElqarou Richard_ straussrenhamencaÍado asg."u.ç0", à. ruíi Jï#:ïr;:.,", masstockhausen certamenteve nãsque ,"p.r"sárã" .ri,ïi"rnáìlr.r. senciais daspartituraspublicadas. Ouür discosnumaütrola é u ;,'."*ffï"ï;X. ::"J";:1TË-;;Ë;;hil.:Ëï,:f"ï:',ï:ï::f nlca Írequentementeredundavamem fracasso porqu. , úriãuún"iu o" , mas este problema deixa de exrsür im pode ser superadocom o emprego oar a unpressãoquaseüsual de sons rerosasobras de eletrônica ao üvo e Ío, Stockhaus€ntem insistido na neconc€rto paÍa a músicaeletrônica.É possí)nstruído para ele na Exposição de dsaka, sido a primeua qe uma nova geraçaì de salasde :i ]^:]-Oadaptáveis 1-lg concerto -apenas na:o só à suamúsicaeletrônicacomã à d, f"-f,-ni-.*úf.y. 159 músrcaaleíl|óíti1 160 it niscan)odontir legascom preocupaçõesafins, entre eles o pianistaDavid TudoÍ e os com. positores Morton Feldrnan(1926), Earle Brown (192ó) e Christian Wolff ( I 934). O grupo ligou-setambém aos artistasplásticosestabelecidos na ci. dade, como Jackson Pollock e Alexander Calder,nos quais Feldman admirava "a totaÌ independênciaem reÌaçío às outras artes, a absolutasegu. Íançainterior no trato do quelhesera descoúecido".Com estamesmase. gurança,e a "permissâo"que drziateÍ implícitanasobrasde Cage,Feldmam entregou-seà composiçâode peças despretenciosas, de sonoridadessimplese delicadas.A introduçãodo acasodecoÍria,aqui,do maÍÌifestodese. jo de "realizaÍ algo muito modesto", segundoas palawasdc KÌee. Suas hojections (1950-51),e ainda outrasobras,sãoescritasem papel quaüi. culado, cada quadradorepresentandouma unidade de tempo a s€r preenchida pelo siÌêncio ou poÍ um som defurido em termos bastante vagos: por exempÌo, uma nota em pizzicalo to Íegistro médio do violoncelo,podendo o executante escolher livÍemente a altura dentro deste limite. Brown, que também distinguiu na arte de Pollock e Calder ,.a funcriaüva do 'não-controle' ", introduziu a indeterminacãoao nível da ção forma. O intéÍpÍete, ou intérpretes,de $as Twenty-FivePaKs (1953) para piano (de um a únte e cinco) pode(m) dispor aspáginasdo mat€rial musical na ordem que lhe(s) aprouver.Mais aberto anda é Decemberl952,onrneúoexemplode paÍtiluÍa "gráfìca".constituídasimptesmente de um taçado a serinterpretadopor qualquerfonte sonora. lnícloda parliluramanusctila de ProÌecltonII11951),de Feldman,cuia notaÉo náoé especíïca.A paÍlede cordas,poÍ exemplo.começacomum hamônEode viotino no regrstíosuperiore um acoídepizzicalode duasnotasno regislromédio do violoncelo.(Copyright O r 962 by C.F. PetersCorpoíaton,Newyoíx.) 161 ,+ì !!!! Er.rì nhça alc.aúda J T o6 p } rÌ -/l{ r t= êÊ . ,1 , DoislÍagÍnerios d9 Kravr'ersdick Xl, dê Sbc*haus€n. 7. */ | ,"nu " JìJ 4 são estipúadas,pre'servaldo-seem todas elas a alternânciade "blocos" (acordespesados)e "pontos" (notas e linhas isolâdas),quedota a peçade uma progressão formalantrgônicatípica de Boulez. A natuÍezado moümento é indicadana partih.uaimpressacom a ampladisposiçãodas"constelações"sonoras, coloÍidosde vermelhoos "blocos" e de verdeos "pontos". O modelo aqui paÍeceEr sida Un coup de dès,de Mallarmé,poema em que diferentescaÍacteressãousâdosnaspalawase fraseslançadasern desordematrardsdaspáginas. O papelde precursortla arte "aleatória"(do lallííLalea,dadodejo. go) atribuídoa Mallarmétornou{e evidenteem 195'1,ano de estÍéiades. sascoÍnposiçõespioneirasde Boulez e Stockhausen.Foram enüÍo publicadosos esboçosde Mallarmépara o Liwe que deveriateÍ sido o livÍo sagradodo esteticisÍÌo, destinadoa fomecer posibüdades infuritas aos recitantes.Boulez empreendeuum "retraro de Mallarmé" en Pü selonPli paÍa sopranoe oÍqueska, que duÍante os cinco aÍrosde suacomposição foi-se consütuindo em progressivarevelaçãoda personalidadeexpÍessiva e dasconüc{ões estéticasdo poeta. TaÍnbémaqui s1Íocinco os movimentos, bas€adocadaum num poemade Mallarmémaisou menos"submerso" pela música,mas destavez a escolhaé limitada a decisõesem pequerìa escala. O Íegentepode, por exemplo,agrupardeterminadaspasagensde diveÍsasmaneiÍas;o sopranotem a possibiiidadede escolherentre dife- 'lGit 164 âmúsicanpdema rent€sliÍüas vocais;e a liberdadeconcedidaem matéria de tempo, dinânri ca e pauss dá à músicauma espéciede elasücidadeondulante. É eüdente que a este nível a composiçío aleatória nada mais é quc um prolongameÍìto limitado de lib€rdadcs que sempre foram aceitas nrr música compostâ, pois nenÌruma.parütuÍa, nem mqsÍno tão carÍegadâdc indicaçõesquanto as SÍructuzesde Boulez,pode determiÍìârcom exatidâo cadâ detalhe sonoro. E tampouco é totâLnentenovâ a idéia de 'Torma mó vel", pois freqti€ntementeobras de vários movimentos eram submetidasir omissõesou reagrupanentos parciais. Até mesmo o manejo do acaso desenvolüdopor Cagetinha pÍec€dcntenaspublicaçõesdo fina.l do século XMII que forneciam materiaismusicaisa serem tÍansfoÍmadosern "composições" segundo os resultadosdo jogo de dados. Mas a intodução do acasoem meadosdo século )O( foi difeÍente em escalae impoÍtância. No câso extremo de Cage,levou à completa subversãodo conceito ocidenlal de peça musical como obra de arte permanente,e mesmoà negaçãoda necessidadede compor. "A música que prefiro", disseCage,"à minha própria e à de qualquer outro, é a que ouvimos quando nos mantemosenì absolutosilêncio." Boulez janais aceitariasemelhanteatitude. PaÍaele o acasoé a únrca maneiÍa de "frxar o infinito", possivetmenteconstituindo também o Íe' sultado lógico do método serial: formas permutáveispara uma técnica de permutaçalo. As estruturasaleatóriaspodem com efeito seÍ consideradas parücularmenteapÍopriadasà música atonal em geral. Desdeas primeirrs obras atonais de Schoenberg,há meio século, a criação de formas musi cais sem uma harmonia tonal üúa sendo um pÍoblema, pois o abandonr,r da tonalidadeacarretaraa peÍda dos meios de criar formas direcionadaspa Ía um fiÍn, já que estesdependiamdos fenomenostonais de preparação, modulação e resolução.SchoenbeÍg,Webern, Stockhausene Bouler lÌaüam expeÍimentado diferentes maneiras de contornar o problema; pors agora a composiçãoaleatória permitia ignorálo. Como escreveuBoulez â pÍopósito de seu segundocaderno de Structures paÍa dois pianos (1961): "SeÍá que toda obÍa musical tem de ser encaradacomo uma construça-o formal com direcionamenlo fiÍmemente estabelecido?Nao poderíamos tentaÍ véla como uma sucessãofantástica na qual as "histórias" nao ténì uma Íelaçãorígrda, nem ordern fixa?" Persistiade qualqueÍ forma, pelo menos no caso do ouyinte menos sofisticado,a dificuldade de que toda obÍa aleatóriaefetivamenteapreserì ta uma ordem fixa: não é possÍvel transmitir a impresgo de mobilidadc forma.l em uma única execuçaì, menos ainda em s€ hatando de reprodu çâo gavada. Eis que cai por terÍa qualqueÍ analogiacom os mobiles tlc Calder,por exemplo,pois a músicaé uma arte tempord. A fledbilidadc e a espontaneidadede uma execuçaopodem eúdenciar um grau limilado de liberdade,mas não a mobilidade forma.l. músÊaatoalüú 165 ,.!! 'õ *É óÈ dÈ c> Èi do rnlsbaalealóna 166 167 a músÊanocteha Compositorese intéÍpretes têm procurado váriasmaneirasde supcraÍ esta dificuldade, seja executando uma peça al€atória duas vezesÍì(t mesmo concerto, sejarecoÍendo a elemeÍÌtosteatraisque chamama atenção paÍa seu caráter fortuito, ou ainda sugeíndo ao ouyint€ de um disco alteraçõesde volume e combinaçãodos caÍÌaisde reproduçãosonora.Alénl disso, a própria experiénciade escutapode tornar-sealeatóda em música sujeita a "ilusõesauditivas",como a de Gyórgy Ligeti (1923). Em numerosasde suasobras,entre elasAtmosphèrespara orquestra(1961) e o gran. dioso Requiem (1963-65), as texturas são tão complexase ativasque nâo podem ser percebidasno conjunto: o ouúdo seleciona,efetua suaspróprias combinaçõese até registrasonsque não foram emitidos. Esta possibilidadc foi levadamais longe ainda na música de Reich, cujos contornos extr€mamente apÍimorados estimÌrlam percepções"falsas" comparáveisàs propiciadaspelos quadros de Bridget Riley. A mente é hipnotizadapela repetição, caindo em um estado no qual p€quenosmotivos podem destacar-se da música com uma nitidez s€m qualquerrelaçãocom suareal impoÍtância acústica. Stimmung (Afinação, 1968), de Stockhausen,peça pa:ú seiscantores que utilizam quaseexclusivanenteos harmônicosde um si bemol grave == ni 0= oRenÌt + l\4anuscrito do iníciode FourOrgans(1970),de StôveReich,abrindoum proc€ssogradual de mudançagm conb)do ropêtlivo. 'Íi:ÉïÌffi13Ïiil'ffiï:':'1ïtriJtr: tr"ii:gïH""Hll""ï:i,:"ífr úo usad6 sinaiggráficos' 168 d músicamodena capítulo 13 TEATROE POLIï]CA "Vive completarnortesó duante quaho diÂs guardando jejum emsiléncioabsoÌuto,coma posírel imobiüdade. uormeapenas o necesúrio, pensao menosposível. Depois_de quatrodias,bemtardeda noite, sempréviaconveÍsação tocasonssimples. SEMPENSARno queestátocando techaosolhos, simplesment€ ouve." 169 tl l llO ,t ìn ti :i |,t tìx\h \ n,l t, .L ')' /Ì 'l'i l\, llì, batoepolncà r73 172 a n)slca modema mentaçãodâ intérPÍeteno Palco'Ela a ( 1963) Passagrb ,"a"*à"t" dramdtica, I tomo deversosde Dante' drâmáticorvaformade composição era(1910). TaÍnbémâqui sãoasmars rta àì origensdo géneÍo,citandotex' de MonteveÍdí,e contémnumeÍosâs . do próprioautot' De certamanelra' ticaàa mriScaociaental'mastamHm ociden' da sociedade útávelderrocada Lrciano B€Íio, cujasobragosci. hm lreqüentefi€nle ente a mGica e o teato. PareceaHscadodefrrir obras camente"dramáúcas" como especifi Bt Lnü .. quu.. toda a músicade tos. SequmzeeasobrasoeBerioparagrandcs.conjuntosjogaÍntodas dos Sestose <lapresençafí,ic Ítwaa-'peÚonnance il*ivo *n ;;ã;; penú' ãeolcouoea uma músicade MauricioKagel(1932), em ";;;ü 174 a tnúsìcaÍDdornd trato r polnk:it 175 a utilizaçâoque é Íbila dâ Lurlrtigvun,colsistiu nunì lìhnc questionando GeraldEngtish em umacenada visáo revistada Opera, de 8edo,esfeâdaorìì Florênçaem í 977. obrasrequer técnicas insólitas.gnli||l r uso de instrumentosincomunì.,rr os nao só musicais,mas üsuas c rlrrr da charadacom fala, canto, múììr(.1 )[ar movrmentosde cincoatoresrrrrrrr tc, é um-jogo de ténismusicalyrrrr.r r no papel de juiz; e em Unter 51,,,,,r ca com apareÌhosdomésticos. lfieverentee provocadoÍsensodc .,, e suasobras,e seupróprio ..trihI|t,, A diferençaestãem que Stockhausenorquestravaseuseventos'aPres€nÌan' vontade ,to u* ""'rou"., foàal" e submetendotodos os elementosa sua peÍ' os conúdava simplesÍnente Participantes' que Cage .ri"dor., ad Pâsso Ioato o Polfuctt l7l 176 a mlsÊa rÍìodefia 6ì- !iry1.'!!É!dld_d4q La tqrd o- t + (t-. bnr t+ ) lrq-E!-@. úti,. o---:- r1rltr (0 {"ì I /!,\ das no palco em luz violeta avermelhada,tocam harmoniasestacrorìii||r\ que servemde antepaÍo aos sonsagressivos produzidospelosinstrurn0lto\ de sopro e percussãodispostospoÍ tús;e em /zori (Adorações,enr jirl'r, nêt, um mímico em posiçâoelevadâconduz a orquestracom gestosdc \u Prrca. Enquânto Stocktrausencontinuou a investigaÍa energiaespiritualrlu música, outros compositoresvoltaÍam-separa sua utilização como inst l mento de pÍopagandapolÍtica. A conücção de que a música deveabrirç:rr a causa da Íevolução, manifestadapor Nono já na décadade 50, garrlrorr terreno pelo final dos anos 60, quando a juventude demonstrouexplosrv:r Ín nte s€u apoio à nova esquerda,nos Estados Unidos, em Amstcrd:rrrr na Alemanha, em Paris, na InglateÍra e por todo o mundo. Subitânìcflt,. músicos de tendénciasartísticasas mais diferentesmostÍaÍam-seserìsív(r:, à recessidadede uma música que fzesse avançaro socialismo,fosscrr,. monstrando sua simpaüa pesoal, incenüvando a rnilitância polítrcu ,rrr atraindo um público de massa. Tratava-se,naturalmente, de meios d.iferentespíìÍa um mesnìo l||r, e seusrespectivos méritos e posibilidadeshaüam sido objeto de crrllrr,r vérsiana Unialo Soúética entÍe as duas guenas.Fiflalmenteas autoÍi(lir(h ' soúéticas decidiram em favor de uma música que pudesseser facrhìr(.rÌto entendida por operários e camponeses:cantatâsem louvor dos dirigc tc\, do inÍc|ode ManuscíìÌo l,l Sequenza (1965)..de gorlo,ParavozÍeminina' uiilizandodiveÍsos tpos de Écnica vocâl' MauíicioKag€l,tendo de aotundoíoiogíafras e BeÍg. Banók 178 ,t nltittcr trndorül Kagelduíante âsíilmagens desuahoiÌìenagem cõínico-crnica a Eleelhoyen, Luctwlg vadi19691, sinfoniasexpressandoo amor à pátria e óperascom enredosde heroÍsmo opeÍário eram as formas aprovadas.Mas os compositoÍesda nova esquerda dificilmente poderiam aceitar €ssasyariantes soúéticas como verdadeira música socialista,e üveram de buscaroutros modelos. A música de Weúl. especiaìrnente a que compus€rapara textos de Brecht, poderia ter sido tomada como exemplo, mas àquela altura "Mack-Navalha" e "Surabaya Johnny" já se haüam tomado tipos caracterÍsticosüo entÍetenimento burgués.Quanto à China comunista, só parecia preocupadaem negar as tradições nacionais em versa,eskìtsch do romantismo tardio como o Yellow River Concerto. Alguns músicos ocidentais, rlo entanto, sentiram-seatraídos pelas práticaschinesasde composição,que envolúam a criaçãocoletivae a submissão das obÍas à crítica do púbüco, para que melhor se adaptassemà Trechoda Partituía de manuscrita Íhe GrcatLearntng, de ComeliusCardew, prolissáode fé maolsta em agoslo composta de 1972- 180 It . r r r r r i s a. r r r r u t/0 ír .r HansWernerHenze,cornposilor de óporasque se êngajaíia no moúmentosocial|sla. tempo." 182 a mislca nodoha capítulo 14 MULTIPLICIDADE já NosteinÍcio do último quaÍto do século,é confuso o panoramamusical, Certos dlflcilmente suscetívelde avaliaçãode um ponto de üsta histórico' *li::,l,ï:ffiï série de"ações paramúsica" deHenze, napdmeira sjlr""ïver' bitt tem muito a ver com a músicasensualde Luciano Bedo ou asdesÍms' tificaçõesda arte com que se diveÍe Maurício Kagel' Pode-se ajgumentar que a atiúdade artístièa parece sempÍe incoeÍente e multiforme aosolhos dos contempoÍâneos,e que os lÍaços comuns Esta situação levou alguns comPoútoÍes a tentaÍ uma síotese' ou Pefrelo menos um agrupamento,dos mais diversosestilos em zuasobras' 183 185 Íünilticìdado 184 a músicamodoma qüentementecitando música do passadopara marcar com um travo ironico a condiçío modcÍna de pletórica variedade- ou seriade colapso?As gÍavaçõesde VariatíonsIV (1964), de Cage,utilizam fragmentosdos mais difeÍentes tipos de música e texto, numa repres€ntaçãodesenfreadada "tese de Mcl,uhal segundoo qual hoje em dia tudo aconteceao mesmo tempo", como explicaria o compositor em outro contexto. Err. Hymnen (1966-6'l), montagem bem mais elaborada,Stockhausenabre amplo espaço à citação de hinos nacionaisde lodas aspartesdo mundo. No teÍceiro movimento da Sinfonia (1968) de Berio, a orquestraalinla exceÍtosde vádos compositoresem toÍno do scherzo da SegundaSinfonia de Malúer, enquanto oito cantoÍes se encarregamde mais alusões,centadas em The Unnanabk, de Beckett. E a ópera yotre Faust(1961-67), de Pousseur, é outra obra de riqueza alusiva,na qual, como observouBerio, "o personagem principal (.. .) é a história da música,não segundoa yelha aspiÍação faustianade se servir do passado,mas obedecendoao desejoe à necessidade de enfrentar as realidadesonde queÌ que s€encontrem". ParaPousseur, é urgente integrar todos os estilos do passado,numa espéciede acomodação que só ela poderáconduzir à futura utopia, sociale estética. = f a -g iÍ "3 1S 'õ Í r-€ JohnCage, cuiasobrasdadécadad€ 60 nãoÍaÌo abíiamespaço paratodosos tipos de música simultan€amentê. lg6 a núsrca tndcrna nìulltphctdittltt jJïüil::ïï:,:ï;:il:ffi ::ãïiiï3;:: ííiff:ÍIi",,,1,;31"*","",," GeorgeRochberg,cujainsatjsfaçãocoma vanguaídalevou-o a reag[ a ludoque aconteceu na músicâdosécutoXX. llì/ vclhasceÍtezas. estabeleccÍ No outro extremo enconüa'seBoulez,empenhadoem corquÌsÌa últimas dàs prevaìeça que se uma nova "linguagem" musical nas técnicas de comPosiçãoe na fabricaçãode tecnologia "tet-rOricu, et Coordrna trumenios.É esteo obletivo do tnstitut de Recherche no Institutde Recher Giuseppedi Gulgno.pesquisadoÍ digital emseusintetizadoí uusiole.paris,raoaifrando Acouslque/ et Coordination 1976' 188 a músicamodema Ì.Paú em meadosda década de 70 a mauguraçâo,.,é uma épocade rnda. e rnsuportável.Em sua exaltaçâo, ela )s; sua paixão é contagante, sua sede osamente,üolenhmente para o futu_ BIBLIOGRAFIA q:t-var ao teste essencial: o de nos aDdlcandode toda memória para fc renunciando às heranças do passaOo nhadosainda." em inglêsde livrosPublicados Ertr é umaseleção GERAL MrÌtin Coop€Í, orir The ModeÌn Age I890 ' 19ó0- The New Oxford History of Music. vol. l0 (Londres,N. 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As vórios hojetorios lornom-se cloros com o concenkoçõo nos principois kobolhos e nos momenüoscruciois do músico do nosso fempo: o novo Íorço rílmico ündo com A Sogrofio do Primovero, o ilimitodo universo ds otonolidode da Schoenberg,os possibilidodesnem sequer sonhodos obertos pelo elekônico, o popel do ocoso no músico de John Coge. "Admirovelmentelúcido...justo o que ero preciso,lonlo poro o freqüentodor de concerlos inleressodocoÍrìo poro o músico proÍissionol.' lThe Tìnasl Outror liwor dc inlcresso: Poólico Musicol em ó lições lgor StrainsÇ DicionórioGrove de Músico edilodo por Stonhy Sodie O Discursodos Sons NikolousHomoncourl rsBx85-7110-004-7 ,||rilüililffiililril @ JorgeZaharEditor