X CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA XIII CURSO DE PÓS-LICENCIATURA DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA Marta Lídia Ralha Assunção Isabel Margarida Carvalho de Melo Carla Sofia Marques Ribeiro Sandra Marisa Pinto Pereira AVC HEMORRÁGICO Coimbra, 2019 0 1 X CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA XIII CURSO DE PÓS-LICENCIATURA DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA Marta Lídia Ralha Assunção Isabel Margarida Carvalho de Melo Carla Sofia Marques Ribeiro Sandra Marisa Pinto Pereira AVC HEMORRÁGICO Trabalho Unidades Situação realizado no Curriculares: Crítica e âmbito das Pessoa em Enfermagem em Cuidados Intensivos Coimbra, 2019 2 3 “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.” Robert Collier 4 5 SIGLAS E ACRÓNIMOS AVC - Acidente Vascular Cerebral CO2 - Dióxido de carbono DVC - Doenças Vasculares Cerebrais ECG - Escala coma Glasgow HTA - Hipertensão Arterial INE - Instituto Nacional de Estatística O2 - Oxigénio PaCO2 - Pressão parcial de dióxido de carbono PaO2 - Pressão parcial de oxigénio PIC - Pressão Intracraniana pp. - Páginas SpO2 - Saturação de oxigénio TAS - Tensão arterial sistólica TC - Tomografia computorizada U AVC - Unidade de Acidente Vascular Cerebral WFN - World Federacion of Neurology WSO - World Stroke Organization 6 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 1–AVC HEMORRÁGICO CONCEITOS ASSOCIADOS À SITUAÇÃO CRÍTICA E INSTABILIDADE ........................................................................................................ 12 1.1– ENQUADRAMENTO CONCETUAL .................................................................... 12 1.2– FATORES DE RISCO ......................................................................................... 13 1.3– MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ............................................................................ 15 1.4– CRITÉRIOS DE ATUAÇÃO / FLUXOGRAMA ..................................................... 17 1.4.1– Abordagem Primária e Sistematizada .......................................................... 17 2 – ACTUAÇÃO E O PAPEL DO ENFERMEIRO NO AVC HEMORRÁGICO ............ 22 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 33 8 9 INTRODUÇÃO Portugal assiste, atualmente, a uma profunda mudança do seu perfil demográfico e epidemiológico, segundo os indicadores demográficos segue cada vez mais a tendência dos países ditos desenvolvidos. A população portuguesa vive cada vez mais anos, isto traz uma série de desafios à sociedade e ao próprio sistema de saúde, em si mesmo. Em 2015, as doenças cérebro-cardiovasculares foram responsáveis por 29,7% das mortes ocorridas em Portugal. Só em 2014, o acidente vascular cerebral (AVC) isquémico representou cerca de 20 mil episódios de internamento, como nos aponta o Ministério da Saúde (2018), Retrato da Saúde, Portugal. Dada esta importância foi publicado em 2017 o “Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares” que aponta o que se pretender atingir em 2020, nomeadamente a redução do número de mortes antes dos 70 anos por doença do cérebro e do coração e aumentar para 1800 o número de pessoas com AVC, que têm acesso a tratamento específico. A hemorragia intracerebral em todo o mundo foi responsável por 9% a 27% de todos os AVC´s na última década, eventos que culminam em situações de morte precoce elevada incapacidade funcional, de ordem física, sensorial e cognitiva. Com resultados tão nefastos e atendendo a que as poucas intervenções se perspetivem realmente efetivas neste tipo de casos, faz-se uma prioridade a identificação precoce, o encaminhamento e a atuação o mais rápido possível (Feigin et al, 2009 e Steiner et al, 2014). Discorrer sobre esta temática assume especial relevância, apoiado no que anteriormente foi referido, pois trata-se de uma situação crítica/emergente, seja na busca das recomendações existentes na literatura que possibilite melhor perceber qual o impacto que esta detém na sociedade atual, na qualidade de vida de quem é acometido por esta entidade, seja de que modo o profissional de enfermagem pode intervir nestes processos. No âmbito da unidade curricular, A Pessoa em Situação Crítica do Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica e Enfermagem em Cuidados Intensivos I iremos 10 conceptualizar e tratar a abordagem do AVC hemorrágico a nível dos cuidados de enfermagem. Face ao exposto, o trabalho apresenta como principais objetivos, conhecer os conceitos associados à situação crítica e instabilidade que é o AVC hemorrágico, identificação e interpretação de manifestações clínicas de gravidade e monitorização, recomendações na avaliação da pessoa de forma estruturada, integral e integradora, prioridades de intervenção e encaminhamento rápido, diferenciação das intervenções autónomas e de cariz interdependente do enfermeiro no cuidar da pessoa com AVC hemorrágico. Posteriormente, divulgar o conhecimento resultante da pesquisa sob forma de poster, com vista à prática da profissão com base na melhor evidência científica. Como objetivos de grupo, pretende-se aprimorar as capacidades de pesquisa com recurso a bases de dados científicas, aprofundar os conhecimentos sobre o assunto em questão, melhorar as capacidades de análise crítica/reflexão sobre as normas em vigor, sob a prática e que permita a apresentação do tema sob forma de póster de modo esclarecedor, cativante e promotor de debate das nossas práticas. A metodologia utilizada neste trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica em bases de dados científicas de referência e normas da direção geral de saúde. A propósito, o presente trabalho encontra-se estruturado por um capítulo dedicado ao tema AVC hemorrágico, em que se aborda o enquadramento conceptual, fatores risco, manifestações clínicas, critérios de atuação no AVC hemorrágico. O primeiro subcapítulo corresponde à descrição da abordagem primária e sistematizada e o segundo subcapítulo dá enfase a atuação e ao papel do enfermeiro perante um AVC hemorrágico. Por último, na conclusão, é feita uma reflexão crítica que inclui a avaliação da consecução dos objetivos, o contributo deste trabalho na caminhada de aquisição de novas aprendizagens e estratégias, numa vertente que recai sob o cariz do âmbito das funções do enfermeiro especialista de médico-cirúrgica, as limitações/dificuldades sentidas e como é que estas foram ultrapassadas. 11 1 – AVC HEMORRÁGICO CONCEITOS ASSOCIADOS À SITUAÇÃO CRÍTICA E INSTABILIDADE O conceito de que “tempo é cérebro” traduz o facto de o tecido cerebral ser extremamente vulnerável à privação de irrigação sanguínea e cada minuto de isquemia cerebral corresponde a um número elevado de células nervosas destruídas. Este fenómeno que se traduz em défices de gravidade variável pode culminar em situações de mortalidade e morbilidade acrescidas, incapacidade, sofrimento e custos sociais importantes faz com que seja necessário agilizar um sistema de socorro, no qual a luta contra o tempo se torne num primeiro objetivo a alcançar. (Norma nº 015/2017 de 13/07/2017). 1.1 – ENQUADRAMENTO CONCETUAL As doenças vasculares cerebrais (DVC) constituem um grave problema de saúde pública em Portugal, sendo desde há várias décadas uma das principais causas de morte e incapacidade. Representam, na grande maioria dos casos, uma tragédia a nível pessoal e familiar, vistas as suas consequências afetarem um círculo de pessoas que ultrapassa o próprio doente. A elevada prevalência e incidência destas doenças espelha a associação concomitante de outras patologias e fatores de risco, dos quais são exemplo a hipertensão arterial (HTA), o tabagismo e a diabetes mellitus. Este fato faz com que as DVC sejam consideradas as doenças que potencialmente possam ser preveníveis, uma vez que atuando de forma precoce sobre os fatores de risco é possível reduzir substancialmente a sua incidência. As doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, com 29,8% dos óbitos registados, em 2015, mais 0,5% do que no ano anterior. No conjunto das doenças do aparelho circulatório, evidenciam-se os AVC´s que representaram 10,8% do total de mortes no país em 2015. Instituto Nacional de Estatística (INE, 2017) Em 2017 representaram 10,2% da mortalidade e estiveram na origem de 11 270 número de óbitos (INE, 2019). 12 O AVC é sem dúvida o tipo mais frequente de DVC, síndrome neurológico de instalação rápida, caracterizado por sintomas e sinais focais devidos a perda de função cerebral de causa vascular, com duração superior a 24 horas” (Carvalho, 2014, p.251). Existem dois tipos de AVC na dependência da circulação arterial: hemorrágico e isquémico, o nosso enfoque será sobre o AVC hemorrágico. O AVC hemorrágico é uma doença comum responsável por 10 a 20% dos acidentes vasculares cerebrais. É mais comum nos idosos e indivíduos do género masculino. A incidência média anual está entre 10 a 20 casos por 100 mil habitantes. A mortalidade aos 30 dias chega aos 55%, sendo mais frequente nas primeiras 48 horas. (Figueiredo e Welling, 2018). O AVC hemorrágico por definição resulta da rotura de vasos sanguíneos enfraquecidos que sangram para o parênquima cerebral, o sangue ao acumular-se vai comprimindo o tecido cerebral circundante. Este tipo de lesão não é rapidamente reversível, uma vez que o hematoma demora dias a semanas a ser reabsorvido. É classificado, habitualmente, segundo a localização onde ocorre a hemorragia. Coexistem dois tipos de AVC´s hemorrágicos: o subaracnoídeo que surge quando um vaso sanguíneo na superfície do cérebro se rompe e sangra para o espaço subaracnóideo, geralmente resulta de rotura de um aneurisma cerebral ou de malformação arteriovenosa, e o intracerebral que resulta da rotura de vasos sanguíneos arteriais que penetram no tecido profundo cerebral, com consequente acumulação de sangue a nível do parênquima e/ou ventrículos. A combinação de hemorragia e contusão parenquimatosa pode produzir uma lesão em massa expansiva. A hemorragia intracerebral está frequentemente associada a hipertensão não controlada. Consideram-se primários (em 85% dos doentes) aquando da rutura de pequenos vasos cronicamente danificados pela hipertensão arterial ou angiopatia amilóide. As formas secundárias relacionam-se com rotura de aneurismas, malformações arterio venosas, entre outras. 1.2 – FATORES DE RISCO “Os fatores de risco vascular cerebrais estão relacionados com doenças ou estilos de vida cuja presença num determinado indivíduo aumenta o risco deste sofrer uma doença vascular cerebral. Se estes fatores forem identificados precocemente, evitados ou tratados pode ser possível atrasar ou mesmo prevenir o AVC”. (Carvalho, 2014, p.253) 13 Os fatores de risco mais frequentemente implicados no AVC hemorrágico são: Hipertensão Arterial A HTA sistémica é o maior fator de risco para hemorragia intracraniana. O tratamento da HTA reduz o risco de AVC em 30% (Carvalho, 2014). As localizações mais comuns são o putame, seguido de substância branca subcortical, cerebelo e tálamo. Estes eventos ocorrem em vasos de pequeno diâmetro, chamados vasos perfurantes, com diâmetro entre 50 a 200µm. São vasos terminais e predispostos a microateromas (Figueiredo e Welling, 2018). Angiopatia Amilóide A angiopatia amilóide cerebral, por deposição da proteína beta-amiloíde na camada média e adventícia das pequenas artérias corticais, é comum em doentes idosos, acima dos 70 anos e caracteriza-se por múltiplas hemorragias cerebrais, em locais incomuns, na ausência da hipertensão arterial (Figueiredo e Welling, 2018). Uso de anticoagulantes O uso de anticoagulantes pós enfarte agudo do miocárdio ou AVC isquémico apresentam risco aumentado de AVC hemorrágico. Mais de 50% das hemorragias ocorre nos primeiros seis meses de uso do medicamento. A longo prazo, os riscos de AVC hemorrágico são 8 a 12 vezes maiores que na população (Figueiredo e Welling, 2018). Drogas A hemorragia intracraniana está também associada ao uso de diversas drogas como anfetaminas, cocaína, e heroína. Por norma as hemorragias são lobares e associadas a picos hipertensivos e alterações arteríticas (Figueiredo e Welling, 2018). Álcool Existe uma clara correlação entre o uso crónico de álcool e hemorragia intracraniana devido a hipertensão, distúrbios hemostáticos, níveis reduzidos de fatores de coagulação, fibrinólise excessiva e coagulação intravascular disseminada. No momento de exposição ao álcool ocorre hipertensão transitória com vasoconstrição arteriolar, levando a rotura de arteríolas cerebrais (Figueiredo e Welling, 2018). 14 Tabagismo O tabagismo aumenta 2 a 4 vezes o risco de AVC hemorrágico, este aumento de risco deve-se ao efeito protrombótico do próprio tabaco, a alterações hemodinâmicas e a promoção da doença aterosclerótica levando a formação de estenoses arteriais (Carvalho, 2014). 1.3 – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Um AVC apresenta-se de forma súbita por sintomas e sinais neurológicos focais. Estes são a evidência clínica de lesão numa área localizada no cérebro (Carvalho, 2014, p.259). Normalmente, a gravidade do problema é diretamente proporcional à abrangência da região envolvida. O icto ocorre durante a execução de alguma atividade diária, quando a pessoa inicia a manifestação de um défice neurológico focal - hemiparesia, hipoestesia unilateral, hemianopsia, afasia (marca a disfunção do hemisfério dominante), com uma evolução progressiva nos minutos seguintes. O sinal mais relevante é a diminuição progressiva ou súbita do estado de consciência, com aumento da pressão intracraniana (PIC) e comprometimento do sistema reticular ativador ascendente (responsável pela ativação do córtex cerebral mantendo o estado de vigília) que à medida que evoluiu o quadro hemorrágico pode culminar em coma e morte horas ou dias, apesar de instituído o tratamento mais correto. Declarações do Professor Mohammad Wasay, líder da Comissão de Consciencialização Pública da World Federacion of Neurology (WFN), alega que "em conjunto com a prevenção também temos de promover a consciencialização sobre como detetar e responder corretamente numa emergência" porque a deteção precoce salva vidas. Para melhor reconhecimento e identificação dos sinais e sintomas, com objetivo de ajudar as pessoas sem formação médica a identificar os sintomas a WFN e a World Stroke Organization (WSO) chamam a atenção para alguns aspetos simples que mostram como agir quando se suspeita de um AVC, os "F"s e o “T” de tempo pois este é fundamental e urge quando se instala o quadro de suspeição de AVC hemorrágico, pelo que ligar o 112 para a pessoa ser transportada à urgência hospitalar o mais rapidamente possível é crucial. De um modo geral, é simples reconhecer um AVC recorrendo à regra dos 5 F’s. Estes sintomas podem surgir de forma isolada ou em combinação: 15 Face: a face pode ficar com assimetria de uma forma súbita, com desvio da comissura labial ou ptose palpebral. Estes sinais são melhor percebidos se a pessoa afetada tentar sorrir. Força: é comum um braço ou uma perna perderem subitamente a força, paresia de um dos membros ou hemiparesia do hemicorpo, ou ocorrer uma súbita falta de equilíbrio. Fala: a fala pode parecer estranha ou incompreensível e o discurso não fazer sentido, desorganizado, isto é afasia em que há uma deficiência na compreensão ou expressão de palavras ou equivalentes não-verbais de palavras. Falta de visão súbita: distúrbio súbito a nível da visão, de um ou de ambos os olhos ou diplopia, são sintomas frequentes. Forte cefaleia: valorizar uma dor de cabeça súbita e muito intensa, diferente do padrão habitual e sem causa aparente, acompanhada de náuseas, vómitos. Nos casos em que há cefaleia (36% dos casos) é de considerar a irritação meníngea por componente subaracnoídeo associado ou por distensão meníngea secundária a HIC. O vómito é um sintoma que ocorre em 44% dos casos. As crises convulsivas são raras, mas são um sinal de iminente gravidade (Figueiredo e Welling, 2018). A confirmação do diagnóstico deve sempre passar pela realização de exames de neuroimagem, pois a clínica é sobreponível com o AVC isquémico. A tomografia computorizada (TC) de crânio é o exame de eleição pois permite calcular o tamanho da lesão e sua localização, devendo ser realizada de forma o mais atempada possível. Perante uma suspeita de AVC é prioritário fazer chegar o doente o mais rapidamente possível ao hospital que tenha todas as condições de diagnóstico e tratamento desta patologia. À chegada ao hospital, o doente deve ser triado com nível de prioridade máxima, ativando-se a via verde AVC intra-hospitalar, promovendo assim a celeridade do diagnóstico. A abordagem seja pré hospitalar ou na sala de emergência deve ser direcionada para avaliação da via aérea, parâmetros respiratórios e hemodinâmicos, temperatura e deteção de sinais neurológicos focais, avaliação da glicemia capilar e ter em atenção possíveis sinais externos de trauma, se for o caso. 16 1.4 – CRITÉRIOS DE ATUAÇÃO / FLUXOGRAMA Após contacto com o número europeu de emergência 112, o centro de orientação de doentes urgentes deve confirmar a suspeita diagnóstica de AVC e proceder à ativação da via verde AVC pré-hospitalar, enviando o meio de transporte de emergência ao local e igualmente procedendo à referênciação para o serviço de urgência da unidade hospitalar com unidade AVC mais próxima do local e com disponibilidade imediata para receber o caso com suspeita de AVC (grau de recomendação I, nível de evidência B). Desde o primeiro contacto (pré ou intra-hospitalar) deve estar sempre presente a noção de que há uma potencial indicação para a instituição de uma terapêutica diferenciada, pelo que a abordagem inicial ao doente com suspeita de AVC hemorrágico deve ter como objetivos principais a estabilização clínica, o diagnóstico e na avaliação da potencial indicação para uma intervenção diferenciada nomeadamente a cirúrgica. 1.4.1 – Abordagem Primária e Sistematizada Assim, o caso suspeito de AVC deve ser recebido no serviço urgência hospitalar pela equipa via verde AVC intra-hospitalar e deve realizar com carácter de urgência na sala de emergência, atendimento imediato sem perturbação dos procedimentos administrativos nos cuidados de saúde a prestar; Avaliação ABCDE: A – Via Aérea A avaliação inicial consiste em manter a via aérea desobstruida e permeável é fundamental estabelecer uma ventilação adequada do doente. É essencial atender a aspetos específicos, tais como: o doente inconsciente, por depressão neurológica, apresenta risco de hipóxia e aspiração brônquica por regurgitação ou vómito, com incapacidade de proteger a via aérea; ao doente com score na ECG inferior a 9, deve ser realizada entubação endotraqueal com sedação e ventilação; na realização de procedimentos de desobstrução da via aérea, nomeadamente aspiração de secreções, colocação de tubo orofaríngeo e/ou no procedimento 17 de entubação, deve-se evitar o aumento da PIC, diminuindo o tempo de execução e recorrendo a anestesia se necessário (Antunes, 2009). B – Ventilação e oxigenação avaliação do padrão respiratório; monitorização da frequência respiratória, oximetria de pulso, dioxido de carbono (CO2 ) expirado em doentes ventilados; a hipóxia está associada a alta mortalidade, pelo que deve ser administrado oxigénio (O2) de forma a manter saturação de oxigénio (SpO2) superior a 94%, ventilando mecanicamente se necessário com pressão parcial de oxigénio (PaO2) superior a 60 mmHg; manter normocapnia com Pressão Parcial de Dióxido de Carbono (PaCO2) entre 32-38mmHg. Evitar a hipercapnia porque aumenta a PIC e a hipocapnia porque provoca isquémia cerebral; C – Circulação Monitorização cardíaca e tensão arterial para redução intensiva da pressão arterial sistólica para valores de tensão arterial sistólica TAS <140 mmHg, dentro das seis horas após o início do AVC hemorrágico, de forma a diminuir o risco de aumento hemorragico cerebral, mas na mesma medida promover e manter o fluxo sanguíneo de modo a manter a perfusão cerebral eficaz. controlar a hemorragia; reposição da volémia para compensar o défice de oxigénio com reposição do volume plasmático e da massa eritrocitária; puncionar veias com cateteres de grande calibre, iniciando perfusões de soluções cristaloides isotónicas. Evitar solutos hipotónicos, agravam o edema cerebral ou com glicose, agravam a acidose cerebral e o desequilíbrio hidroelectrolítico (Antunes, 2009; ENA, 2007; Urden et al, 2008). Monitorização diurese; D – Disfunção Neurológica Nesta fase o enfermeiro desempenha um papel primordial, ao estabelecer uma avaliação neurológica frequente, tendo em vista a deteção precoce de qualquer alteração do estado de consciência (Cerejo, 2011). A avaliação deste parâmetro deverá ser feita recorrendo a escalas de gravidade neurológica Na validação da suspeita de AVC é imprescindível a informação sobre o tempo correto e circunstâncias 18 do início, evolução dos sintomas e estado funcional prévio da pessoa (condição física e estado mental), por oposição à idade. História médica prévia (medicação crónica (ex.: anticoagulantes), intercorrências médicocirúrgicas recentes); AVDS (Alerta, Voz, Dor, Sem Resposta); Escala de Coma de Glasgow (ECG); A ECG é uma unidade de medida do nível de consciência e um indicador da gravidade da lesão cerebral. O total desta avaliação, que varia entre 3 e 15 pontos, é o resultado da soma de três aspetos de comportamento que são avaliados de forma independente, assumindo-se a melhor resposta (Abreu e Meireles, 2011); tamanho, simetria e reatividade pupilar; A avaliação do tamanho, simetria e reflexo fotomotor pupilar avalia indiretamente a pressão perfusão cerebral: ambas as pupilas fixas e puntiformes podem indicar lesão do tronco ou efeito de drogas, uma pupila ligeiramente dilatada com resposta lentificada à luz pode ser indicadora do início de uma síndrome de herniação, a midríase unilateral com perda do reflexo à luz pode ser provocada por compressão do 3º par craniano ou protuberância, por edema ou hemorragia cerebral, que pode necessitar de uma intervenção neurocirúrgica urgente (Massada, 2002; Abreue Meireles, 2011). movimentos e reflexos oculares; A capacidade de executar os movimentos extraoculares, quando se avalia os reflexos oculocefálico e oculovestibular, indica funcionamento do tronco cerebral (Broering, 2011). padrão de resposta motora. Avaliar o padrão de resposta motora implica: observação de padrões de postura motora anormal, como descorticação que indicam lesão a nível do mesencéfalo e descerebração, que indicam lesão a nível do tronco cerebral; avaliação das quatro extremidades por função motora, força muscular e função sensitiva, o que pode ser realizado aquando da avaliação da ECG (Broering, 2011). E – Exposição 19 O doente deve ser exposto para se proceder a uma avaliação sistematizada, tendo sempre em atenção o controlo da temperatura corporal. A hipotermia provoca aumento do consumo de oxigénio, vasoconstrição periférica, diminuição do débito cardíaco, mas a hipertermia aumenta a taxa metabólica cerebral e a PIC, pelo que a monitorização e controlo da temperatura no sentido de promover a normoterapia assume um papel importante; Salvaguardar a privacidade da pessoa; Pesquisar a existência de outras lesões e alterações. Uma vez estável, o doente deve ser encaminhado o mais rapidamente possível com vista à realização de meios complementares de diagnóstico, nomeadamente a TC. Realização de eletrocardiograma sempre que não atrase o início do tratamento (grau de recomendação I, nível de evidência B) e avaliação laboratorial (hemograma, ionograma sérico, creatinémia, glicémia, estudo da coagulação. Estabelecida a avaliação e dependendo da situação existente, o enfermeiro da sala de emergência prepara o doente para intervenção cirúrgica urgente ou para transferência para unidade compatível com os cuidados que o doente necessita, após realização dos exames auxiliares de diagnóstico, adequados à situação, de acordo com o seguinte fluxograma: 20 Fluxograma ou Algoritmo de tratamento/abordagem do AVC hemorrágico Abordagem cirúrgica (Avaliação caso a caso, devendo ser privilegiado o estado funcional prévio do doente, por oposição à idade) ) Fonte: Figueiredo e Welling, 2018 21 2- ACTUAÇÃO E O PAPEL DO ENFERMEIRO NO AVC HEMORRÁGICO Todo o doente com AVC deve ser admitido numa unidade especifica - unidade de AVC (U AVC) este é um espaço especifico individualizado, onde os doentes com DVC são internados e tratados por uma equipa multidisciplinar, seguindo protocolos de atuação específicos, será assim mais fácil identificar e corrigir todos os fatores agravantes de lesão neuronal, como a hipo/hiperglicemia, a hipertermia, a hipoxemia, identificar e tratar rapidamente complicações médicas e neurológicas, gerir processos como a disfagia e o levante e iniciar precocemente programas de reabilitação O enfermeiro perante uma pessoa com um quadro de AVC hemorrágico deve avaliar a situação e condição da mesma, de forma sistematizada, identificando os sinais e sintomas característicos desta situação crítica por vista a implementar intervenções que permitam interromper a sua evolução para estádios mais avançados e consequentemente, com maiores repercussões na qualidade de vida do doente, podendo dizer-se assim que o enfermeiro tem um papel ativo e fundamental na identificação precoce e nos cuidados a serem instituídos. Foram tidos em consideração alguns diagnósticos de enfermagem, por nós considerados relevantes, vista a grande diversidade diagnóstica que pode ser integrada num universo de défices a nível do autocuidado, que podem acometer as pessoas que são vítimas desta patologia. As intervenções de enfermagem foram realizadas segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. Assim, assumimos que dependendo da situação clínica e limitações, contextualizámos a pessoa numa U AVC. 22 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Ventilação comprometida INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Monitorizar frequência respiratória Elevar a cabeceira da cama Avaliar Ventilação Executar cinesiterapia respiratória Executar inaloterapia Potencial para melhorar conhecimento sobre ventilação o Ensinar sobre exercícios respiratórios Ensinar sobre técnica de posicionamento Instruir sobre exercícios respiratórios Instruir sobre dispositivos respiratórios Treinar a otimizar a ventilação através de dispositivos Dispneia Elevar a cabeceira da cama Monitorizar frequência respiratória Monitorizar saturação de oxigénio Executar inaloterapia Executar cinesiterapia respiratória Incentivar repouso Manter o repouso 23 Vigiar respiração Gerir oxigenoterapia Otimizar dispositivos respiratórios Monitorizar frequência cardíaca Aspiração Risco de Aspiração Executar técnica de posicionamento preventiva da aspiração Inspecionar cavidade oral Aspirar secreções Inserir sonda gástrica Drenar conteúdo gástrico através de sonda Otimizar sonda gástrica Monitorizar conteúdo gástrico Gerir a dieta Vigiar refeição Risco de Confusão Monitorizar saturação de oxigénio Confusão moderada a severa Monitorizar frequência cardíaca Confusão Ligeira Monitorizar tensão arterial Monitorizar temperatura corporal Monitorizar frequência respiratória Vigiar comportamento Otimizar comunicação Executar terapia de orientação para a realidade Estimular a memória Incentivar o apoio / suporte da família 24 Hipertermia Monitorizar temperatura corporal Gerir ambiente físico Executar técnica de arrefecimento natural Gerir antipirético Aplicar embalagem fria Aplicar envolvimento frio Dor Monitorizar dor Assistir a pessoa a controlar a dor através do posicionamento Aplicar envolvimento quente Aliviar dor através de embalagem fria Executar tratamentos com estratégias não farmacológicas Identificar estratégias de alívio da dor Referir para o serviço médico Potencial conhecimento para para melhorar promover o Ensinar sobre exercícios terapêuticos para a a deglutição deglutição Potencial para melhorar a capacidade para executar técnica de deglutição Instruir a técnica de deglutição Instruir exercícios terapêuticos para a deglutição Treinar a técnica de deglutição Treinar exercícios terapêuticos para a deglutição 25 Autocuidado Beber Dependente: em Assistir no auto cuidado: beber grau elevado Incentivar o auto cuidado: beber Autocuidado Beber Dependente: em grau moderado Administrar líquidos Autocuidado Beber Dependente: em grau reduzido Autocontrolo: continência urinária Planear o padrão de eliminação urinária Comprometido Planear ingestão de líquidos Posicionar-se dependente, em grau Posicionar a pessoa elevado Posicionar-se Dependente em grau moderado Posicionar-se Dependente em grau Assistir no posicionar-se Incentivar a pessoa a posicionar-se Incentivar a posicionar-se com dispositivo reduzido Movimento muscular comprometido, Incentivar a executar exercícios músculo em grau reduzido articulares Movimento muscular comprometido, Executar técnica de exercitação músculo em grau moderado articular ativa-assistida Movimento muscular comprometido, a Executar técnica de exercitação músculo um nível elevado articular passiva Auto cuidado: Vestuário dependente, Assistir no auto cuidado: vestuário em grau elevado Auto cuidado: Vestuário dependente, em grau moderado Incentivar o auto cuidado: vestuário Incentivar o autocuidado: vestuário com dispositivos Auto cuidado: Vestuário dependente, 26 em grau reduzido Potencial para melhorar a capacidade Instruir o auto cuidado: vestuário com dispositivo no uso de estratégias adaptativas Sono e Repouso Executar técnica de relaxamento Executar técnica de massagem Gerir o ambiente físico Facilitar estratégias de adaptação ao sono Vigiar o sono Queda Alto risco de queda Baixo risco de queda Assistir a identificar condições de risco para a queda (avaliação segundo a escala de Morse) Aplicar dispositivo de imobilização Restringir atividade física Manter grades da cama Referir queda Vigiar comportamento Executar medidas de segurança Úlcera de pressão (local + local do Aplicar dispositivos de prevenção de úlcera corpo) por pressão Alto risco de úlcera por pressão Aliviar Baixo risco de úlcera por pressão zona de pressão através de dispositivos Posicionar Incentivar a posicionar-se 27 Avaliar a pele Aplicar escala de Braden Potencial para melhorar o Vigiar sinais de úlcera por pressão conhecimento sobre prevenção de úlcera por pressão Executar tratamento a úlcera por pressão Ensinar sobre prevenção de úlcera de pressão Comunicação comprometida Incentivar apoio / suporte da família Incentivar comunicação Otimizar comunicação Potencial para melhorar o Ensinar sobre auto – vigilância conhecimento para promover auto vigilância da pressão sanguínea Potencial para melhorar capilar o conhecimento para promover a auto vigilância da glicémia capilar Instruir a auto - vigilância da glicemia Treinar a autovigilância da glicemia capilar Instruir a monitorizar tensão arterial Treinar a monitorizar a pressão sanguínea Aceitação do estado de saúde Escutar comprometida Incentivar a comunicação de emoções Assistir a pessoa a identificar estratégias de coping eficazes Incentivar relação dinâmica com pessoas com gestão do regime terapêutico eficaz Orientar para o serviço de saúde Incentivar o apoio/suporte da família Não adesão ao regime terapêutico Avaliar adesão ao regime terapêutico 28 Não adesão ao regime dietético Negociar adesão ao regime terapêutico Baixa adesão ao regime Incentivar medicamentoso medicamentoso Não adesão ao regime de exercício Ensinar / incentivar sobre comportamento adesão ao regime de adesão Incentivar adesão à dieta Incentivar relação dinâmica com pessoas com gestão do regime terapêutico eficaz Orientar para a serviço de saúde Requerer serviço social Incentivar o apoio / suporte da família Potencial para melhorar o Ensinar sobre o uso de álcool conhecimento sobre o uso de álcool Potencial para melhorar o Ensinar sobre o uso de tabaco conhecimento sobre o uso de tabaco Ferida cirúrgica (topologia + local do corpo) Executar tratamento da ferida cirúrgica Monitorizar líquido de drenagem Executar tratamento ao local de inserção do dreno Otimizar o dreno Vigiar líquido de drenagem Vigiar penso da ferida cirúrgica Remover material de sutura Remover dreno 29 Potencial conhecimento para do melhorar prestador cuidados sobre tomar conta o Ensinar o prestador de cuidados sobre de gestão do regime terapêutico Ensinar o prestador de cuidados sobre complicações 30 CONCLUSÃO A realização deste trabalho revelou-se pertinente, na medida em que funcionou como potenciador de aprendizagens, possibilitou o aprofundamento de conceitos, bem como de aspetos correlacionados com intervenções específicas de enfermagem e de uma forma conciliadora reuniu um conjunto de características que o tornou extremamente enriquecedor sob diversos aspetos. O tema proposto permitiu compreender a importância que esta problemática detém nas sociedades atuais, porque aprofundar os conhecimentos subjacentes à problemática em estudo torna possível enquadrar de que forma o AVC hemorrágico condiciona o estado de saúde da população portuguesa, que tem melhorado consideravelmente ao longo da última década, pois deparamo-nos com problemas de saúde bem diferentes daqueles que enfrentávamos há uns anos. Se, por um lado, o envelhecimento da população conduz ao aumento de doenças crónicas, por outro, adotámos também novos estilos de vida, com comportamentos que determinam fortemente o estado da nossa saúde. Um novo paradigma exige como tal novas respostas e verifica-se que tem sido esse o rumo do sistema de saúde português, em geral, e do Serviço Nacional de Saúde, em particular quer pela modernização das infraestruturas e equipamentos, quer da melhoria dos processos de gestão, atendimento e resposta às solicitações neste âmbito, quer na formação e valorização dos profissionais de saúde. O cidadão e a sua família são nos dias de hoje o centro da prestação de cuidados de saúde, por isso os serviços tiveram que se reorganizar tendo sido criados programas específicos de atuação para os problemas que exigem respostas eficazes, desmaterializando e simplificando procedimentos que promovem uma melhoria da prática clínica e da prestação de cuidados de enfermagem que se visam fornecer com uma qualidade acrescida. Todos estes aspetos encetaram uma verdadeira mobilização de conhecimentos, síntese e capacidade de análise crítica/reflexiva sobre questões de índole prática, particularmente, na articulação entre os resultados mais atualizados que provêm da investigação e da realidade prática de enfermagem. 31 Com o término do presente documento acreditamos que os objetivos propostos no início foram alcançados, quer a nível da avaliação da pessoa de forma estruturada, integral e integradora, da priorização de intervenções e encaminhamento rápido, diferenciação das intervenções autónomas e de cariz interdependente do enfermeiro no cuidar da pessoa com AVC hemorrágico e na medida em que se atende à orientação da Norma nº 015/2017 de 13/07/2017, via verde AVC que é bastante clara, sensibilizar e divulgar o conhecimento resultante da pesquisa realizada. No que concerne a dificuldades na elaboração do presente trabalho, de referir, que tendo sido uma temática aliciante e atual surgiram alguns desafios nomeadamente na seleção da informação pertinente, coerência dos assuntos tratados e realidade prática atendendo às normas e recomendações atualmente preconizadas. Em suma, o trabalho exposto veio a revelar-se bastante útil no processo conjunto de formação, aprendizagem e desenvolvimento quer pessoal quer de grupo. A par dos aspetos realçados, sabemos hoje, que na origem da maioria das doenças que provoca a morte ou aumento da comorbilidade com perda de qualidade de vida estão fatores de risco passíveis de serem modificados e, consequentemente, evitados. A aposta na promoção da saúde e na prevenção da doença é uma prioridade. Uma população mais saudável é um fator crítico de sucesso para uma sociedade mais produtiva, sustentável e economicamente competitiva. Os determinantes sociais e ambientais devem estar no topo das nossas preocupações. Capacitar o cidadão, através da cedência de informação fidedigna, com uma maior proximidade, equidade de acesso aos cuidados e humanização são uma prioridade. Impuseram-se, assim, novas abordagens e intervenções em saúde que visam alcançar as metas preconizadas no Plano Nacional de Saúde para 2020, destacando-se a melhoria da esperança de vida com saúde aos 65 anos e a redução da mortalidade prematura. Reconhecer que “Tempo é Cérebro” é imperioso e um foco para a excelência dos cuidados de saúde. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abreu, P. & Meireles, J. (2011). Monitorização clínica do doente com lesão cerebral aguda. Revista Portuguesa de Medicina Intensiva. Lisboa. ISSN: 0872 – 3087. Vol. 18, nº 3 pp. 49-59. Antunes, C. M. (2009). Manual de Reanimação Intra-Hospitalar. Coimbra: Formasau, p.175. ISBN 972-978-8485-99-3. Broering, B. (2011). Traumatismo Craniano. In Howard, P. K. Steinmann, R. 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