UNIVERSIDADE POSITIVO GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA BRAYAN JORGE COSTA BRUNO PADILHA CAMILA FRANDINI DAIANE CHIOSSI DANIELLE SOTTI PIOVESANA FELIPE JHONY ZARANSKI ELIAS GABRIEL SARTORI PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL CURITIBA 2019 BRAYAN JORGE COSTA BRUNO PADILHA CAMILA FRANDINI DAIANE CHIOSSI DANIELLE SOTTI PIOVESANA FELIPE JHONY ZARANSKI ELIAS GABRIEL SARTORI PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL Trabalho apresentado à disciplina de Avaliação Psicológica II, do curso de Psicologia da Universidade Positivo. CURITIBA 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 5 2.1. CULTURA ORGANIZACIONAL ....................................................... 5 2.2. MUDANÇA ORGANIZACIONAL ...................................................... 6 2.3. PESQUISA DE CLIMA ..................................................................... 7 3. ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 9 3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................... 9 3.1.1. História e localização (praça) .................................................... 9 3.1.2. Produtos, serviços e estrutura física ....................................... 10 3.1.3. Pessoas e processos .............................................................. 12 4. PESQUISA COM A GESTÃO ....................................................................... 13 4.1. CLIMA ORGANIZACIONAL ........................................................... 13 4.1.1. Visão da Coordenação ............................................................ 14 4.1.2. Visão da gerência operacional ................................................ 17 4.2. CULTURA ORGANIZACIONAL ..................................................... 18 4.3. ESTILO DA ADMINISTRAÇÃO ..................................................... 19 4.4. FORÇAS MOTIVACIONAIS E RESTRITIVAS ............................... 20 5. PESQUISA DE CLIMA .................................................................................. 22 5.1. VARIÁVEIS DA PESQUISA ........................................................... 22 6. PLANO DE AÇÃO ......................................................................................... 32 7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 33 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 34 1. INTRODUÇÃO A presente pesquisa de clima foi realizada por sete estudantes do curso de Psicologia da Universidade Positivo, na cidade de Curitiba PR, no bairro Bigorrilho, no posto de conveniência Ucrânia, o qual faz parte do grupo Klemtz. Com o intuito de conhecer melhor o grau de satisfação dos funcionários e o clima organizacional local, será apresentado um questionário que foi aplicado com os mesmos, sendo eles dos setores: manhã, tarde e madrugada; e de diferentes segmentos: pista e conveniência. Os dados obtidos serão representados em gráficos e analisados, conforme autorização da coordenação. Também houveram reuniões com os representantes da liderança do grupo Klemtz. Tais práticas, contribuíram para que se obtivessem informações, como: cultura organizacional da empresa (gerência, frentistas, etc.); clima; o que necessita ser modificado na organização; dentre outras variáveis relevantes, pois, para que seja desenvolvido um plano de ações na empresa, é preciso que exista a compreensão do seu contexto (e clima) antes de qualquer tipo de suposta intervenção. Com base em Kurt Lewin (1952), há dois tipos de forças responsáveis por manter a resistência de um grupo ou, motivá-los para a realização de um trabalho mais eficiente: as forças repressoras e as motivadoras. São essas, questões que serão abordadas neste trabalho, e como elas se manifestam faz toda a diferença - por exemplo, na relação funcionário e liderança. Desse modo, será visto que esse processo - que envolve uma melhoria organizacional, só poderá ocorrer se trabalhado em cima dessas forças, visando, enquanto finalidade, estratégias de mudança e inovação no clima atual da empresa. Além de Kurt Lewin, alguns outros referenciais teóricos serão utilizados, como Knapik e Schein. Isso possibilitará uma melhor compreensão sobre variáveis importantes numa equipe de trabalho, sejam elas caracterizadas pela comunicação entre a equipe, até fatores como motivação e condições de trabalho e segurança, que podem tornar um clima agradável ou desmotivador. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. CULTURA ORGANIZACIONAL Entre diversas definições para o clima organizacional, Knapik (2015) o define como o ambiente psicológico da empresa, as percepções internas de cada colaborador que influenciam no comportamento e nos níveis de motivação da equipe e que trarão consequências positivas ou negativas para ambiente profissional, afetando o desempenho e satisfação em relação à empresa. A cultura das organizações são construídas no relacionamento interpessoal, Morgan (1982, p.132) salienta que: A estrutura organizacional, regras, políticas, objetivos, missões, descrições de cargos e procedimentos operacionais padronizados desempenham uma função interpretativa... atuam como pontos primários de referência para o modo pelo qual as pessoas pensam e dão sentido aos contextos nos quais trabalham. A cultura organizacional tem relação com as regras de uma empresa (formais e informais) e é como um sistema de valores que influenciam no modo de perceber, pensar e agir de determinado grupo (KNAPIK, 2015). Tal cultura empresarial, assim como a das pessoas, são reconhecidas por variados traços que apresentam e projetam uma imagem desta para a sociedade por seus valores, hábitos e crenças. Como aspectos formais desta, figuram aqueles elementos mais visíveis como a estrutura da empresa, suas políticas e diretrizes, ou seja, aquilo que se declara e expõe mais claramente para aqueles que a percebem. Já como aspecto informal, figuram os valores, os sentimentos e percepções do grupo, ou seja, aspectos mais interiores e que revelam o funcionamento da empresa naquilo que não necessariamente se declara (KNAPIK, 2015). A estrutura desta cultura pode ainda ser separada em três níveis. Primeiramente, mais superficialmente, apresentam-se os artefatos, tratando-se daquilo que a empresa apresenta de maneira visível e mais prontamente perceptíveis, como os objetos, cerimoniais e comportamentos que a constituem. Em um nível inferior a este, encontram-se os valores e normas pelos quais a empresa opera, princípios que se extraem de maior ou menor importância para uma empresa, de onde advém aquilo que declaram como certo ou errado. Finalmente, em um nível mais inferior, apresentam-se as crenças e pressupostos, aquilo que existe em um nível inconsciente, internalizados, regendo o comportamento dos que ali atuam (KNAPIK, 2015). Para Menezes e Gomes (2010, p. 167) há uma diferença referente aos conceitos de clima organizacional e cultura organizacional: Atualmente, é praticamente consensual que, enquanto o clima organizacional é uma condição temporária formada por meio dos significados construídos pelos indivíduos, que guiam suas decisões e ações no ambiente organizacional, a cultura organizacional cumpre um papel mais normativo, voltado ao compartilhamento de valores que fornecem uma identidade à organização e, consequentemente, favorecem uma maior capacidade adaptativa e de autodesenvolvimento interno e externo. Sendo assim, a cultura é mais estável ao longo do tempo, mais complexa, difícil de ser avaliada e mais resistente à mudança do que o clima. Diante de um cenário organizacional dinâmico e globalizado como se presencia atualmente, é possível refletir quais aspectos são fundamentais para distinguir uma organização de outra. Ou ainda, que características tornam uma empresa melhor, pior ou apenas diferente no ambiente mercadológico; tais aspectos podem ser entendidos como parte da cultura de determinada empresa (KNAPIK, 2015). Deste modo, gestores de companhias começaram a dar cada vez mais importância para o clima organizacional ao prever os benefícios produtivos de um ambiente confortável para o funcionário. Por meio de um sistema de participação nas decisões da empresa, incentivos, mudanças em processos, etc. é possível moldar o comportamento dos indivíduos de modo a influenciar positivamente os resultados empresariais e a relação entre os colaboradores (SCHEIN, 1992). 2.2. MUDANÇA ORGANIZACIONAL A mudança organizacional é um processo gradual e, portanto, lento. É necessário que todos os envolvidos passem pela mudança para que ela seja realmente efetiva e para que tais mudanças ocorram é necessário que haja um procedimento bem definido, constituído por 3 fases, segundo Lewin (1965). A primeira fase, chamada de "descongelamento", é constituída pela quebra de ideias já consolidadas pelo grupo ou parte dele. A segunda etapa é onde ocorre a mudança propriamente dita, ou seja, onde é estabelecido os novos costumes ou conceitos a serem implementados. E por fim há a terceira fase, chamada de "recongelamento", no qual esses novos comportamentos são consolidados e então a mudança é efetuada. A Teoria de Campo de Lewin (1964) é responsável por analisar a complexidade e dinâmica dos grupos humanos e esta pode ser analisada pelo campo de forças, assim como retrata Martins et. al. (2011, p. 1183): [...] explica-se o comportamento humano como resultante de um conjunto de fatores que coexistem no ambiente organizacional e que podem comprometer o desempenho dos grupos. Assim, o campo de forças é definido pelos movimentos presentes no seu interior, podendo impulsionar ou restringir a realização de tarefas e, por conseguinte, facilitar ou não a coesão do trabalho grupal, bem como seus resultados. Na dinâmica de grupos podem haver alguns aspectos que dificultam esse processo, como, por exemplo, forças repressoras, que ocorrem por parte de integrantes do grupo que vão contra a ideia de mudar, contra o que quer ser mudado ou são apegados à situação já familiar, em contrapartida existem também forças motivacionais, por parte de quem quer a mudança e, portanto, favorecem no processo. 2.3. PESQUISA DE CLIMA A pesquisa de clima é um instrumento pelo qual podem ser analisados pontos negativos e positivos da empresa que é objeto deste, para que se tomem posições em sua gestão com a finalidade de melhor gerir seus trabalhos. Sua realização se dá por meio de um questionário, podendo este ser em meio eletrônico ou físico, no qual estão dispostos parâmetros para avaliação por parte dos que ali trabalham com a finalidade de indicar estas fortalezas e fragilidades, sendo estas elencadas a partir dos interesses e finalidades da empresa. Deve ainda este instrumento, para ser eficaz e ético, tratar das categorias escolhidas de modo claro e prezar sempre pela confidencialidade (KNAPIK, 2015). O fator “motivação” é um ponto importante para que haja um clima organizacional agradável, e é analisado mediante às respostas dadas em tal pesquisa. Diferente da cultura - que é a personalidade da empresa, ele pode ser alterado, pois o humor dos indivíduos pode mudar diariamente, assim como o próprio clima do meio ambiente (frio, calor, nublado, etc.). Desse modo, trabalhar em cima do quão motivados estão os empregados, pode gerar melhores resultados ao local. Para tanto, Anjos (2008) revela que “Uma equipe engajada, comprometida e integrada favorece imensamente o ajustamento das pessoas ao trabalho e em consequência um clima mais favorável na organização”. Para que os indivíduos estejam motivados, as expectativas devem ser boas em relação à empresa, pois são elas (e a percepção que o sujeito tem do ambiente), que irão afetar o seu “modo de agir” dentro da instituição. Não à toa, Mussak (2003) define motivação como um “Conjunto de fatores psicológicos, conscientes ou não, que interagem entre si, determinando a conduta do indivíduo”. Um bom clima, é capaz de gerar alguns benefícios à performance da empresa, tais como: favorecer um maior engajamento dos funcionários e uma “pró-atividade” da gerência em relação aos problemas percebidos (ALTMANN, 2000). De acordo com Bedani (2006), as etapas necessárias para a realização e monitoramento da pesquisa de clima organizacional são: 1. Investigação: definição do instrumento a ser utilizado e pesquisa realizada junto aos membros da empresa; 2. Diagnóstico: tabulação dos dados obtidos, com identificação dos focos de satisfação e insatisfação; 3. Intervenção: realização do plano de ação para que haja melhoria nos pontos desfavoráveis e o mantimento dos favoráveis; 4. Comunicação: divulgação, para todos os membros da empresa, dos resultados e das estratégias que serão implementadas para melhoria no clima; 5. Implementação: concretização do plano de ações na organização; 6. Monitoramento: serve para acompanhar e reavaliar de forma contínua as ações implementadas mediante os resultados observados. 3. ESTUDO DE CASO 3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO 3.1.1. História e localização (praça) O Posto Petro Champagnat (Posto Ucrânia) está situado na Av. Cândido Hartmann, 877 - Bigorrilho há mais de 30 anos atuando no segmento de postos de revenda de combustíveis de Curitiba. Em 2015 o estabelecimento fora adquirido pela rede de postos Klemtz, que possui outros quatro postos em Curitiba - PR, Fazenda Rio Grande - PR e São José - SC. Em 2018 houve uma modificação na marca (bandeira) do estabelecimento, que deixou de ser Ipiranga e tornou-se um posto de marca própria (bandeira branca). Figura 1 - Arquitetura de marca Fonte: Produzida pelos autores O Posto Ucrânia faz parte do Grupo Klemtz, que há mais de 30 anos iniciou suas atividades como uma empresa transportadora de produtos lácteos, devido a antiga atuação do fundador do grupo como caminhoneiro. Em 1998 houve a primeira aquisição de um posto de combustíveis pela Klemtz, em Fazenda Rio Grande. Além da rede de postos, o Grupo Klemtz possui outras duas empresas: a Klemtz Mercantil, que atua há mais de 15 anos no ramo de fomento mercantil (factoring) e fornece o serviço de antecipação de recebíveis e compra de matéria-prima ao pequeno e médio empresário de Curitiba e região metropolitana. E a Klemtz Imóveis, que aluga e vende imóveis (residenciais e lojas comerciais) em Curitiba, região metropolitana e litoral paranaense; os imóveis comerciais geralmente ficam aos arredores dos postos da rede. A coordenação geral do Grupo Klemtz (postos, imóveis e factoring) está situada no escritório central, situado no Helbor Offices Champagnat (R. Padre Anchieta, 2050 - Sala 2109 - Bigorrilho, Curitiba - PR). 3.1.2. Produtos, serviços e estrutura física No posto há a revenda dos combustíveis etanol (álcool), gasolina, gasolina aditivada e diesel S-10. Além disso, o estabelecimento possui uma loja de conveniência com: ● Beer cave (câmara refrigerada onde os clientes podem entrar e escolher as cervejas que desejam comprar) ● Expresso Kfé (padaria de marca própria da rede de postos) ● Pet stop (estrutura de metal utilizada para abrigar os pets em segurança, enquanto seus donos estão consumindo / comprando os produtos da loja) ● Deck fechado para reuniões e consumo de produtos ● Centro comercial (Lojas americanas e Droga Raia ao lado) A loja do posto Ucrânia comercializa produtos de higiene, snacks, bebidas, produtos de padaria (salgados, doces, bolos etc.), ursos de pelúcia, produtos de limpeza, entre outros. Por fim, também há a Troca de Óleo, que é o local no qual são realizados os serviços de troca de óleo, troca do fluido do radiador, substituição da palheta do limpador do para-brisa e a comercialização de aromatizantes, lubrificantes e aditivos de radiador. Figura 2 - Loja de conveniência (adega) Fonte: Produzida pelos autores Figura 3 - Troca de óleo e loja de conveniência (externo) Fonte: Produzida pelos autores 3.1.3. Pessoas e processos Atualmente o Ucrânia possui 32 funcionários contratados que são segmentados em três turnos (manhã, tarde e noite) devido ao horário de funcionamento do posto ser 24h. Além dos funcionários contratados, o estabelecimento possui um segurança terceirizado e dois trocadores de óleo que atuam como pessoa jurídica em contrato de prestação de serviço. Na gestão desses funcionários há uma gerente de loja de conveniência, que é responsável pelos atendentes de caixa e da padaria do PK Ucrânia; uma gerente de pista responsável pelos frentistas e trocadores de óleo de toda a rede. Para coordenar e auxiliar os gerentes do posto há a coordenação geral, que é composta por: uma responsável pelo R.H; uma coordenadora de finanças; duas auxiliares administrativas e um coordenador de Marketing; além destes profissionais, há duas coordenadoras gerais que são responsáveis pela gestão dos demais gerentes dos outros postos da rede. Por fim, há o gestor e fundador da empresa, que instrui as duas coordenadoras na tomada de decisão. 4. PESQUISA COM A GESTÃO A análise do clima e cultura organizacional foi realizada com base nos indicadores de pesquisa de clima organizacional numa visão biopsicossocial proposta por Limonge-França (2009). A entrevista foi realizada com a coordenação geral do Grupo Klemtz e com a gerente operacional do Posto Ucrânia. Com as entrevistas foi possível também analisar a visão da coordenação e gerência no que se refere às forças motivadoras e repressoras, apresentadas por Kurt Lewin (1964) em sua Teoria de Campo em Psicologia Social. 4.1. CLIMA ORGANIZACIONAL Com base na visão da coordenação e da gerência operacional, foi desenvolvido um quadro com base nos critérios biopsicossociais propostos por Limonge-França (2009). Critérios Organizacional Biológico Foco + Imagem Treinamento e desenvolvimento Processos e tecnologia Comitês de decisão Ausência de burocracia Rotinas de pessoal Semana interna de prevenção de acidentes Controle de riscos ergonômicos - PPRA Ambulatório médico Ginástica laboral Refeições (refeitório) X Saúde Comissão - CIPA Recrutamento e seleção Avaliação de desempenho Camaradagem Psicológico Social Clima organizacional Carreira Salário compatível com a função desempenhada Vida Convênios comerciais Tempo livre para lazer X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Filhos Cesta básica Previdência privada Financiamento de cursos X X X X Quadro 1 – Critérios biopsicossociais Fonte: Adaptado de Limonge-França (2009) 4.1.1. Visão da Coordenação Para a coordenação geral da empresa há muitos aspectos que podem melhorar no clima organizacional do Posto Ucrânia. Atualmente, na visão das coordenadoras, os funcionário desejam fazer apenas o mínimo necessário no ambiente empresarial e quaisquer atribuições que vão além de sua função são mal vistas por eles. Para a coordenação, os funcionários “querem acordar de manhã, bater o ponto às 06h00, fazer intervalo, voltar, bater o ponto e ir embora”. E algo que pode potencializar este comportamento é o distanciamento que há entre o funcionário e a empresa: poucos funcionários sabem da história da empresa e há pouco engajamento cultural na empresa e, além disso, há um estigma de que o funcionário deseja arrancar o máximo que a empresa possa fornecer para que depois o funcionário entre com uma ação judicial contra a empresa. Para a coordenação, isso é um comportamento a se esperar de uma função essencialmente operacional, que pode gerar - a longo prazo - um grande cansaço na perspectiva do funcionário. Reclamações em série são recorrentes no ambiente do posto e seus motivos são diversos: colegas de trabalho foram demitidos por justa causa; transferência ou desligamento do gerente; advertências à funcionários etc. E neste ambiente, há diversos atritos por motivos banais, todavia, segundo a coordenação, após um curto período de tempo, os funcionários voltar a conversar normalmente e reatam um laço positivo e íntimo entre eles. Por conseguinte, o gerente do posto dá pouca importância para determinadas reclamações de alguns funcionários. Mesmo tendo atritos, entende-se que a coordenação deve cuidar de assuntos mais cruciais para a empresa e não se ater a conflitos pessoais de funcionários; para isso, a figura do gerente deve ser mais relevante para os funcionários do que a coordenação. Todavia, há casos nos quais a coordenação teve de intervir em conflitos internos no posto e isso pode enfraquecer a imagem do gerente na percepção dos funcionários. E, mesmo com esse distanciamento há, por parte da coordenação geral da empresa, uma vontade de aproximação maior com o funcionário, de modo que seja dado a ele uma abertura para diálogo: seja sobre algum problema que esteja preocupando-o ou algo positivo na organização. Desse modo, existe uma preocupação não só com os aspectos formais que norteiam a organização, mas também com os informais - ou seja, essa vontade de uma relação mais humana com os funcionários por meio de conversas e feedbacks. Todavia, atualmente, no contato direto com os gerentes, a coordenação relata que há um grande número de reclamações por parte dos funcionários, mas pouca busca de soluções para os problemas atuais por parte dos colaboradores. Perante a um cenário de muitas reclamações, a coordenação decidiu estabelecer uma regra “informal” entre os integrantes: diante de um infortúnio apresentado por algum funcionário, o ideal é que não o resolva na hora e aguarde até que apareça a verdade, assim uma possível injustiça será evitada. Os funcionários, segundo a coordenação, têm um apego àquilo que consideram como certo, ainda que seja tentado uma conversa com eles. Isso vai desde a função que exercem, até a algum tema que eles precisam ouvir e entender os “dois lados da moeda”: o da empresa e o deles. É nítido no relato da coordenação que há a tentativa de dar uma maior liberdade ao empregado para dizer o que lhe incomoda, mas se mantém o receio de que, com isso, ocorra uma aglomeração de queixas desnecessárias - como já houve em episódios anteriores. O medo dessa tal “liberdade” ocorre também quando o assunto é “empréstimo”. Em eventos passados, informalmente, alguns empréstimos foram efetuados e a empresa acabou se prejudicando, pois vários funcionários ao mesmo tempo começaram a pedir dinheiro emprestado, além de que um deles, “deu com o pé” na empresa e a enganou, alegando que o dinheiro era para um fim, quando na verdade, era para outro. Então, o empréstimo só ocorre em casos formais (com papel) e não por meio de uma simples conversa informal. O ponto-chave da cultura: É preciso que haja uma relação de troca, na qual tanto a coordenação quanto os funcionários sejam capazes de enxergar não só os problemas, mas o que pode ser feito para solucioná-los. Tal fato remete a uma família: os pais querem estar próximos dos filhos (e querem entender suas necessidades), mas eles esperam igualmente que os mesmos compreendam suas demandas e dificuldades. E por que “ponto-chave”? Justamente porque na visão da coordenação é preciso realizar mudanças culturais na organização, e isso só irá acontecer quando o outro lado (os funcionários) enxergarem além do que acreditam como o “certo” e passarem a ouvir o outro lado (a empresa), visando melhorias para a organização ao invés de fugirem da solução. Atualmente no Posto Ucrânia - e em toda a rede Klemtz, quando há novas ideias, a sua elaboração e implementação são feitos informalmente e isso acarreta num esquecimento da atividade tanto pela gestão quanto pela coordenação. Este é um ponto que incomoda a coordenação, pois se perde a oportunidade de melhorar os produtos do posto porque não há profissionalismo. Geralmente, os assuntos operacionais são debatidos e informados em grupos no aplicativo de mensagens Whatsapp e isso é um problema para a gestão, pois há centenas de grupos diferentes. Todavia, há um grande compartilhamento de informações entre os postos (dados, testes, situações que ocorrem no dia a dia, dicas etc.) Embora hoje não haja treinamentos de equipe, quando o posto era Ipiranga, havia diversos treinamentos para os funcionários. A coordenação sinalizou que seria possível realizar um treinamento pago aos funcionários, contanto que ele seja 50% financiado pela empresa e 50% pelo funcionário, para que este valorize o aprendizado. Para a coordenação, os funcionário não têm cuidado com materiais/estrutura do posto, tendo em vista que houve a destruição dos armários, dos banheiros e roubo de materiais da empresa por parte dos funcionários. Além disso, assim como foi abordado anteriormente, não há uma vontade de crescimento pelos funcionários e estes pouco se importam com a rotatividade, pois sabem que é assim que o ramo de postos funciona e que se forem trabalhar em outro posto concorrente será a mesma coisa. Na visão da coordenação, os funcionários ficam insatisfeitos com quaisquer tipos de mudanças que ocorram, sejam elas ligadas ou não ao seu cargo. E essa desmotivação e desinteresse de alguns funcionários por certas atividades acaba desmotivando toda a equipe (gerência e coordenação). E isso se tornou ainda mais radical a ponto de algumas funcionárias não conseguirem apontar as maiores demandas dentro do setor quando a gerente ficou de férias, explicitando uma falta de pro atividade e liderança por parte dos funcionários. A coordenação pensa em realizar treinamentos para motivar os funcionários, mas estes ficam motivados por uma curta duração, deixando uma sensação de necessidade de alguém fique regularmente os motivando. Sobre o uso EPI e os cuidados que se tem com os funcionários quanto à prevenção de acidentes, alega-se que os equipamentos são todos fornecidos de acordo com a função, não havendo reclamações quanto a isso, nem sempre estas medidas são cumpridas, mas não se reclama quanto à isso. Em relação aos estímulos para vendas, alega-se que devido a maneiras de burlar e tirar proveito destes estímulos não são fornecidos atualmente aos empregados. Explana excesso de abastecimento de óleo para que se tenha lucro por fora com o fornecedor. Estes problemas fizeram “tirar o pé” no que concerne à venda e estes benefícios. A política é de fazer a venda correta, para o cliente retornar sempre, fidelização do cliente, não tirar proveito, o que não é fácil pela ambição. Quando do corte destas comissões a comunicação foi feita aos gerentes e por meio deles chegou aos frentistas. Explica-se tudo porque qualquer mudança sem explicação acarreta “motins”, então tudo é bem explicado; 4.1.2. Visão da gerência operacional Na perspectiva da gerente operacional do Posto Ucrânia, hoje o clima da empresa está “quase 100% positivo” - cenário totalmente diferente do que ela encontrou quando assumiu a gestão do posto há mais de um ano. No início de 2018 os funcionários faziam “birra” por motivos banais, estragavam produtos de propósito para levá-los para casa e ficavam dançando no trabalho; havia uma alta rotatividade de funcionários e estes faziam de tudo para tentar tirar o cargo a nova gerente. Em contrapartida, desde março deste ano houve uma queda no turnover de colaboradores, no número de reclamações e na quantidade de perda de produtos. Além disso, atualmente há uma união entre os funcionários - que se tratam como família; os colaboradores fazem brincadeiras entre si, mas há diversas conversas paralelas durante o horário de trabalho. De forma geral, o clima está bom, mas há alguns atritos devido a assuntos banais entre funcionários, uma sensação de injustiça de que os funcionários do turno da noite trabalham menos e ganham a mesma coisa e, também, um certo sentimento de temor em relação à coordenação geral. No turno da noite há o sentimento de insegurança dos funcionários, mesmo com segurança no local, e isso pode indicar que há uma diferença no clima da organização entre os colaboradores de turnos diferentes. 4.2. CULTURA ORGANIZACIONAL Na empresa há uma valorização da relação interpessoal e no trabalho em conjunto. Na Klemtz se acredita que ninguém faz nada sozinho e que é preciso do outro para que a tarefa seja realizada com excelência. Em vários momentos o trabalho individual é necessário, mas a qualidade deste projeto será maior se houver a interação e a visão de mais de uma pessoa. Essa crença fomenta outro comportamento bastante difundido pelo sócio proprietário e pelas coordenadoras gerais na Klemtz: o debate de ideias e a decisão em grupo - independentemente de seu nível hierárquico. Com isso, no ambiente do grupo, entende-se que há um aprendizado e crescimento mútuo entre os envolvidos no processo de decisão, pois um aprende com o outro. E, com diferentes óticas sobre um mesmo objeto de um processo decisório, acredita-se que a probabilidade de ocorrerem erros e consequências negativas tendem a diminuir. Mesmo com erros, a empresa costuma tolerá-los (em certa medida) e estimular o funcionário a tentar e inovador por meio do conhecimento empírico. Mesmo com a valorização da coletividade, o aspecto de desenvolvimento individual não deixa de ser valorizado na empresa, pois algo que é muito bem visto na organização é a pro atividade, a independência para resolver situações adversas e, principalmente, para o desenvolvimento profissional. Estes aspectos são condizentes com o estilo de liderança utilizado pela coordenação geral que é democrático-liberal e visa delegar poderes aos responsáveis de cada setor. Todavia, a liderança tende ao autoritarismo quando há pouco tempo para a tomada de decisão e quando há processos muito bem definidos que precisam ser seguidos à risca. Uma liderança autoritária também foi mais recorrente em momentos nos quais a coordenação geral descobriu que diversas informações importantes estavam sendo omitidas pelos gerentes e, também, quando foram descobertos casos de corrupção entre ex-funcionários do grupo. De certa forma, essa abertura foi uma consequência da liberdade disponibilizada no estilo de liderança liberal; todavia, tais situações foram contornadas e isso não comprometeu a estrutura da empresa. A Klemtz em sua essência é uma empresa conservadora e familiar e isso é explicitado pelo histórico do seu fundador e pela sua vontade de que seus filhos assumissem a direção da empresa. Todavia, justamente pela valorização da democracia, a inovação e a busca pela mudança são inevitáveis. O “medo de ficar pra trás” no que se refere às mudanças tecnológicas e aos novos hábitos é algo presente, também, nas características da personalidade do gestor da empresa que molda, por conseguinte, os aspectos da cultura da organização. O respeito é um valor sustentado pelo grupo no que se refere às ideias e às características individuais, isto é, o sexíssimo, a homofobia, o etarismo e outras formas de preconceito são intoleráveis para a gestão. Tal valor é presente na contratação de funcionários (cerca de 80% da coordenação geral é composta por mulheres) e no histórico da empresa, no qual muitos gerentes foram desligados do grupo devido a práticas e comentários machistas e homofóbicos. 4.3. ESTILO DA ADMINISTRAÇÃO Liderança: Coordenação geral > Gerência No processo de tomada de decisão e de atividades operacionais, a coordenação geral costuma ter uma postura de liderança que pendula entre a democrática e a laissez-faire. Geralmente, os gerentes têm liberdade para resolver assuntos cotidianos, tais como comprar produtos e equipamentos, contratar e demitir funcionários, realizar novas parcerias com fornecedores etc. Na tomada de decisão a coordenação tenta evitar uma postura autoritária e centralizadora, isto é, faz questão de ouvir a opinião dos gerentes, debater quando há divergências e estimular a autonomia do colaborador. Todavia, tal postura de liderança acarretou no frágil controle da coordenação em relação aos subornos, roubos e outros assuntos acobertados pelos gerentes dos postos. Além disso, mesmo com a liberdade, alguns gerentes ainda insistem em ligar para a coordenação geral a todo minuto pedindo opiniões sobre decisões de assuntos banais. Na percepção da coordenação geral, há até a possibilidade desse tipo de comportamento servir como uma cortina de fumaça a assuntos que são realmente importantes - os quais os gerentes querem esconder. Liderança: Gerência > frentistas e atendentes Nas atividades operacionais e no processo de tomada de decisões internas a gerência do posto costuma ter uma liderança democrática, mas com traços de autoritarismo. Quando há algum tipo de novidade na empresa ou se é preciso realizar alguma mudança na organização do posto, a gerente costuma pedir a opinião dos demais funcionários, tendo em vista que são eles são parte importante da empresa e têm o contato direto com o cliente. A ideia de que “uma mão lava a outra” é disseminada pela gerente no posto: se a empresa ajuda você, espera-se que você também ajude a empresa, de modo a criar um ciclo virtuoso. O traço de autoritarismo se dá para manter os procedimentos necessário para a produção, entrega e organização dos produtos e para o atendimento ao cliente. Além disso, mesmo quando há decisões definitivas partidas da coordenação, a gerente reúne os funcionários e tenta explicar a cada um deles por que determinadas decisões foram tomadas. 4.4. FORÇAS MOTIVACIONAIS E RESTRITIVAS MOTIVACIONAIS → ← RESTRITIVAS Salário, bonificação e gorjeta Manter status quo (aversão à mudança de pessoas, processos e horários) Feedbacks (elogios) e valorização do trabalho Receber advertências Brindes de fornecedores Injustiças salariais entre funcionários da empresa Presença do gerente (demonstrar-se interessado) Falta de segurança União da equipe Relação ruim com os colegas de trabalho Participar da tomada de decisão Ser tratado de forma autoritária e grosseira Bom relacionamento com os clientes Clientes grosseiros Ser ouvido pelo gerente Quadro 2 - Forças motivacionais e restritivas Fonte: Produzido pelos autores Alta carga horária e trabalhar aos sábados, domingos e feriados 5. PESQUISA DE CLIMA 5.1. VARIÁVEIS DA PESQUISA Integração entre os departamentos da empresas ● Integração com os funcionários dos outros turnos ● Conhecimento das atividades realizadas pelas pessoas de outros departamentos ● Relacionamento, integração e cooperação entre colegas de setores diferentes Liderança e estilo de gestão ● Liberdade para relatar problemas / dificuldades ao meu gerente ● Independência para realizar meu trabalho ● Facilidade de acesso, disponibilidade e receptividade do gerente ● Esforço do gerente para motivar seus funcionários e promover o trabalho em equipe ● Respeito, credibilidade transmitidos pela gerência e tolerância perante aos erros cometidos ● Feedback do gerente sobre o meu desenvolvimento e meu desempenho ● Capacidade / habilidade do seu gerente em liderar e gerenciar equipes ● Flexibilidade da empresa para receber críticas e sugestões ● Sugestões da empresa para resolver problemas Comunicação ● Comunicação com os colegas do meu setor ● Comunicação com os funcionários dos outros setores da empresa ● Clareza do que a empresa espera dos funcionários em relação aos objetivos, as metas e os resultados ● Explicação dos motivos quando a empresa realiza uma mudança Carreira e realização profissional ● Realização de cursos e treinamentos profissionais ● Oportunidade para promoção e crescimento na carreira (mudança de cargo) ● Oportunidade de aprendizagem no trabalho Relacionamento interpessoal ● Relacionamento, integração e cooperação entre colegas do meu setor ● Resolução de conflitos internos ● Autocontrole (calma) dos meus colegas de empresa ● Relacionamento com os clientes da empresa Valorização dos funcionários ● Valorização e reconhecimento da gerência quando se faz um bom trabalho ● Bônus e benefícios fornecidos pela empresa ● Preocupação da empresa em relação ao bem-estar dos funcionários ● Valorização de todos os funcionários igualmente pela empresa ● Promoção de eventos, atividades e festas realizadas pela empresa Envolvimento e comprometimento ● Comprometimento dos funcionários em relação aos objetivos e as metas da empresa ● Importância do meu cargo para a empresa ● Vontade de trabalhar na empresa e expectativa de continuar aqui por bastante tempo ● Conhecimento da história da empresa Trabalho em equipe ● Trabalho em equipe entre os colegas do meu setor ● Definição de papéis (a função que cada um deve exercer na empresa) ● Respeito ao prazo estabelecido de uma tarefa ● Propostas de mudanças e sugestões ● Transparência ao relatar algum mal ocorrido no ambiente de trabalho Condições de trabalho e segurança ● Segurança no ambiente de trabalho ● Programa de prevenção de acidentes realizados pela empresa ● Fornecimento de equipamentos de segurança ● Condições físicas do ambiente de trabalho (limpeza, conforto e segurança) ● Espaço para lazer no ambiente de trabalho ● Carga de trabalho diária ● A empresa possibilita fazer “hora extra” Salário e pagamento de salário ● Salário ● Pagamento de salários em dia De acordo com os dados coletados, considerando uma amostra de 18 colaboradores do posto Ucrânia, pode-se verificar o nível de satisfação dos funcionário no que se refere à integração entre os departamentos; à liderança e à gestão; à comunicação, ao treinamento, desenvolvimento, carreira progresso e realização profissional, entre outros. A aplicação do questionário foi realizada no dia 04/09/2019, das 13h45 às 15h15 com os funcionários dos turnos da manhã e tarde. Já, para o turno da madrugada, o mesmo questionário foi entregue no dia anterior (03/09/2019) em envelope lacrado, para que os funcionários o respondessem anonimamente e sem a presença dos gerentes ou dos aplicadores. Após isso, os questionários foram novamente colocados num envelope lacrado. Gráfico dos dados gerais Ao analisar os dados gerais (Figura 4), isto é, as respostas de frentistas e atendentes dos turnos da manhã, tarde e noite, pode-se verificar que em todas as variáveis da pesquisa a resposta “Satisfeito” foi a maior frequência, com exceção da variável “10. Salário e pagamento de salário” na qual “Muito satisfeito” foi a resposta mais apresentada pelos funcionários. No que se refere às variáveis que apresentaram maior frequência de respostas “Insatisfeito” e “Muito insatisfeito” estão: 4. Carreira e realização profissional; 6. Valorização de funcionários e 7. Envolvimento e comprometimento, com 25%, 20% e 14%, respectivamente. Figura 4 - Gráfico Geral Fonte: Produzida pelos autores Gráfico dos dados gerais segmentado por turnos No que se refere aos dados das respostas dos funcionários que trabalham no turno da madrugada, pode-se perceber que os únicos índices que apresentaram a resposta “insatisfeito” foram: 9. Condições de trabalho e segurança e 6. Valorização dos funcionários, com 10% e 7%, respectivamente. Figura 5 - Gráfico Geral por Turnos (Madrugada) Fonte: Produzida pelos autores Ao analisar os dados dos questionários respondidos pelos funcionários que trabalham no turno da manhã (Figura 6), pode-se constatar que os índices que tiveram piores avaliações foram: 4. Carreira e realização profissional (30% insatisfeito); 6. Valorização dos funcionários (18% insatisfeito e 2% muito insatisfeito); 7. Envolvimento e comprometimento (15% insatisfeito e 4% muito insatisfeito); e 9. Condições de trabalho e segurança (14% insatisfeito e 5% muito insatisfeito). Já, os índices com melhores avaliações foram: 2. Liderança e estilo de gestão (39% satisfeito e 56% muito satisfeito) e 1. Integração entre os departamentos da empresas (59% satisfeito e 37% muito satisfeito). Figura 6 - Gráfico Geral por Turnos (Manhã) Fonte: Produzida pelos autores Na Figura 7 foram representados os dados dos questionários respondidos pelos funcionários do turno da tarde. Dessa forma, é possível concluir que os indicadores melhores avaliados foram: 10. Salário e pagamento de salário (30% satisfeito e 70% muito satisfeito); 1. Integração entre os departamentos da empresas (88% satisfeito e 6% muito satisfeito); e 9. Condições de trabalho e segurança (79% satisfeito e 8% muito satisfeito). Já, os critérios que tiverem maior frequência de avaliações negativas foram: 4. Carreira e realização profissional (19% insatisfeito e 13% muito insatisfeito); 6. Valorização dos funcionários (23% insatisfeito e 8% muito insatisfeito); e 5. Relacionamento interpessoal (15% insatisfeito e 10% muito insatisfeito). Figura 7 - Gráfico Geral por Turnos (Tarde) Fonte: Produzida pelos autores Gráfico dos dados gerais segmentado por setores da empresa Entre as respostas dos funcionários da pista dos turnos da manhã, tarde e noite (Figura 8), conclui-se que as variáveis melhores avaliadas (considerando “satisfeito” e “muito satisfeito”) foram 1. Integração entre os departamentos da empresa (100%); 10. Salário e pagamento de salário (100%) e 8. Trabalho em equipe (95%). Já, as variáveis com maior frequência de respostas “insatisfeito” e “muito insatisfeito” foram 4. Carreira e realização profissional (29%), 6. Valorização de funcionários (26%) e 9. Condições de trabalho e segurança (16%). Figura 8 - Gráfico Geral por Setores (Pista) Fonte: Produzida pelos autores Referindo-se aos dados extraídos dos questionários das funcionárias da loja de conveniência nos turnos da manhã, tarde e madrugada, pode-se averiguar na Figura 9 que as variáveis melhores avaliadas foram: 2. Liderança e estilo de gestão; 10. Salário e pagamento de salário e 1. Integração entre os departamentos da empresa, com 100%, 94% e 92% de frequência de respostas “satisfeito” e “muito satisfeito”, respectivamente. As variáveis com maior frequência de resposta “insatisfeito” e “muito insatisfeito” foram: 5. Relacionamento interpessoal com 22%; 4. Carreira e realização profissional e 7. Envolvimento e comprometimento, ambos com 21%; e 9. Condições de trabalho e segurança com 15%. Figura 9 - Gráfico Geral por Setores (Conveniência) Fonte: Produzida pelos autores Gráficos dos dados dos funcionários da pista segmentado por turnos Ao avaliar os dados do questionário dos funcionários da pista da madrugada, representados na Figura 10, constata-se que o único critério que recebeu avaliação negativa foi o 6. Valorização dos funcionários 10% de “insatisfeito”. Figura 10 - Gráfico da Pista por Turnos (Madrugada) Fonte: Produzida pelos autores As respostas dadas pelos frentistas do turno da manhã foram representadas na Figura 11 e é possível constatar que os índices que foram pior avaliados foram: 4. Carreira e realização profissional (42% de “insatisfeito”); 6. Valorização dos funcionários (25% de “insatisfeito); e 9. Condições de trabalho e segurança (18% “insatisfeito” e 4% “muito insatisfeito”). Os demais indicadores foram avaliados todos acima de 88% no que se refere às respostas “satisfeito” e “muito satisfeito”. Figura 11 - Gráfico da Pista por Turnos (Manhã) Fonte: Produzida pelos autores Na avaliação dos frentistas da tarde (Figura 12) os índices de pior avaliação foram: 6. Valorização dos funcionários (12% muito insatisfeito e 24% insatisfeito); e 4. Carreira e realização profissional (10% muito insatisfeito e 20% insatisfeito). Os indicadores 4 e 6 foram os que apresentaram maior similaridade na frequência das respostas muito insatisfeito, insatisfeito, satisfeito e muito satisfeito. Os demais indicadores tiveram frequência de respostas “satisfeito” e “muito satisfeito” acima de 80%. Figura 12 - Gráfico da Pista por Turnos (Tarde) Fonte: Produzida pelos autores Gráficos dos dados dos funcionários da conveniência segmentado por turnos Os dados representados na Figura 13 são referentes ao questionário de apenas um funcionário da conveniência do turno da noite. Todas as respostas foram “satisfeito” ou “insatisfeito”. Figura 13 - Gráfico da Conveniência por Turnos (Madrugada) Fonte: Produzida pelos autores Ao analisar os dados dos questionários das atendentes da conveniência (representados na Figura 14) constata-se que os indicativos melhores avaliados foram: 2. Liderança e estilo de gestão (satisfeito 26% e muito satisfeito 74%); e 8. Trabalho em equipe (56% satisfeito e 44% muito satisfeito). Os indicadores com piores avaliações foram: 7. Envolvimento e comprometimento (20% insatisfeito e 7% muito insatisfeito), e 4. Carreira e realização profissional e 5. Relacionamento interpessoal (ambos com 20% de “insatisfeito”). Figura 14 - Gráfico da Conveniência por Turnos (Manhã) Fonte: Produzida pelos autores Na Figura 15 foram representados as respostas das atendentes da loja de conveniência do turno da tarde e com isso é possível concluir que os índices com pior avaliação foram: 8. Trabalho em equipe (25% insatisfeito e 25% muito insatisfeito); 5. Relacionamento interpessoal (13% insatisfeito e 25% muito insatisfeito); 3. Comunicação (25% insatisfeito e 13% muito insatisfeito); e 4. Carreira e realização profissional (17% insatisfeito e 17% muito insatisfeito). O indicador 8. Trabalho em equipe apresentou o mesmo número de respostas nos critérios de avaliação. Os indicadores com maior frequência de respostas “satisfeito” e “muito satisfeito” foram: 10. Salário e pagamento de salário (100%), 2. Liderança e estilo de gestão (100%), e 9. Condições de trabalho e segurança (85%). Figura 15 - Gráfico da Conveniência por Turnos (Tarde) Fonte: Produzida pelos autores 6. PLANO DE AÇÃO O plano de ação foi baseado primordialmente nos índices que apresentaram maior número de respostas “Insatisfeito” e “Muito insatisfeito”, sendo estes: Carreira e realização profissional, Valorização de funcionários, Envolvimento e comprometimento e Condições de trabalho e segurança. Tem como objetivo melhorar índices de satisfação dos atributos (em 80% do número de respostas de cada variável). Ações Primeira ação: aaa Quadro 3 – Plano de ação Fonte: Produzido pelos autores Responsáveis Marketing Tempo previsto Investimento Início Fim AGO/19 SET/19 R$1.000,00 7. CONCLUSÃO O contexto organizacional, deve ser analisado sobre a perspectiva da liderança e dos funcionários, pois cada lado possui a sua visão. Podemos explicar tal fato com a seguinte analogia: enquanto uma pessoa está preocupada com o que irá comer no almoço hoje, a outra está preocupada com os preparativos do almoço de domingo. Os dois lados são importantes, mas cada qual têm as suas necessidades e demandas no momento, o mesmo vale para a relação liderança e funcionário. Isso ficou ainda mais evidente após a pesquisa de clima, que culminou em: reuniões com a coordenação, aplicação de questionário (com o intuito de avaliar o grau de satisfação dos empregados), análise dos dados obtidos, e referenciais teóricos - que contribuíram para melhor compreensão dos fatores que mantém um grupo motivado, e aqueles que repreendem a equipe, gerando um relacionamento interpessoal cheio de conflitos: sejam eles explícitos ou implícitos, mas capazes de influenciar o clima empresarial. Segundo Gordon & Cummins (1979), “o gerenciamento do clima não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta que auxilia aos administradores a focar a atenção em aspectos relevantes na organização”. Sendo assim, após avaliação com os funcionários, questões devem ser repensadas pela liderança após esta pesquisa de clima, sobretudo no que se refere à carreira e realização profissional, relacionamento interpessoal, segurança no trabalho (e outras variáveis que aparentam requerer melhoria na instituição). Com análise dos dados, verificou-se que o grau de satisfação em trabalhar na empresa varia a depender do setor e segmento (pista ou conveniência) - embora existam satisfações semelhantes no geral, há diferenças. Prova disso, é que os funcionários da madrugada demonstraram maior insatisfação quanto à segurança no trabalho, devido também à fatores como: o horário trabalho e o tipo de público que frequenta o posto em determinado período do dia. Para tanto, é necessário que a liderança se disponha a aplicar melhorias visando ao todo, mas valorizando os pontos mais cruciais para que exista um clima empresarial agradável e com maior valorização do funcionário. REFERÊNCIAS AMORIN, W.A.C; DUTRA, J.S; FISCHER, A.L et al. O impacto da gestão da qualidade de vida no trabalho em. Gestão de Pessoas: Desafios Estratégicos das organizações contemporâneas. São Paulo: Atlas, p. 124. 2009. BEDANI, Marcelo. Clima organizacional: investigação e diagnóstico: estudo de caso em agência de viagens e turismo. Psicologia para América Latina, n. 7, p. 00, 2006. BEDANI, Marcelo. Clima Organizacional: investigação e diagnóstico da ambiência interna de uma agência de viagens e turismo. Minas Gerais: 2003. KNAPIK, Janete. Sistemas de Incentivo e Motivação. Paraná: Universidade Positivo, 2015. LEWIN, Kurt. Teoria de campo em psicologia social. São Paulo: Pioneira, v. 1951, 1965. LIMA, L.; LEUCH, V.; BUSS, B. A importância da pesquisa de clima organizacional para análise do nível de satisfação dos colaboradores e da estrutura organizacional. Revista Espacios, vol. 38, n. 28, p. 13, 2017. MARTINS, Vaneila Moraes Ferreira et al. 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