Logística aplicada a Operações Humanitárias e Desastres Naturais 30 e 31/jan/2018 Horário: 09 às 18 h Fatec S J dos Campos Objetivos do curso ▪ Promover formação técnica em Logística aplicada a Operações Humanitárias e Desastres Naturais abordando seu histórico, características e dificuldades, através: ▪ Apresentar conceitos de Logística aplicados em situações de desastres; ▪ Fornecer subsídios que auxiliem as tomadas de decisão durante as fases de preparação, resposta e recuperação de desastres; ▪ Destacar os efeitos das decisões, na gestão da cadeia de suprimentos humanitária; ▪ Abordar a questão das doações e das formas de triagem para melhor atendimento aos desabrigados / desalojados e; ▪ Evidenciar a importância da gestão do conhecimento nas ações humanitárias e, sugerir ações que ajudem na redução das reincidências de erros, trazendo mais assertividade às operações. Programação 3 Apresentações Profa. Vera Lucia Monteiro Professor da Fatec Jessen Vidal – SJC Mestre em Engenharia Civil – Área de Transportes Pesquisadora do LALT Unicamp Prof. Irineu de Brito Junior Doutor em Engenharia de Produção – Operações Humanitárias Mestre em Engenharia de Sistemas Logísticos Professor da Fatec Jessen Vidal – SJC Pesquisador do CEPED USP Thomas Pinto Ribeiro Mestrando em Eng de Sistemas Logísticos – Operações Humanitárias Pesquisador do CEPED USP Regras do Jogo • • • • • 2 dias das 9h as 18h Almoço: sugestão Parque Tecnológico ou EGM Aprovação: Presença 100% Avaliação (2º dia) – Prova escrita – Resolver um case sobre Logística de Operações Humanitárias (grupos de 4 pessoas) + apresentação do case • Celular (em qualquer função): modo vibratório, atendimento fora de sala 5 Bibliografia • Básica • TOMASINI, R. M.; VAN WASSENHOVE, L. N. Humanitarian Logistics. Palgrave Macmillan, London, 2009. • KOVÁCS, G; SPENS, K.M. (editors) Relief supply chain management for disasters: humanitarian aid and emergency logistics. IGI Global. Hershey PA, 2012. • APTE, A. Humanitarian Logistics: A New Field of Research and Action. Foundations and Trends® in Technology, Information and OM: Vol. 3: No 1. 2009. 6 Bibliografia • Complementar: • MARCELINO, E. V. Desastres Naturais e Geotecnologias: Conceitos Básicos. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Santa Maria, RS, 2007. • THE SPHERE PROJECT, The Humanitarian Charter and Minimum Standards in Humanitarian Response, 3 ed, Practical Action Publishing, Rugby, UK, 2011. • TOMINAGA, L. K.; SANTORO, J.; AMARAL, R. (Org) Desastres naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009. • FEMA: http://training.fema.gov/IS/crslist.asp?page=all (IS 27, IS 807) 7 Ementa • • • • • • • • • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A Lei 12608/12 e a situação de implementação no Estado de SP A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão e triagem de doações Gestão de conhecimento na L. H. – Desafios e Oportunidades A Revolução da “Internet das Coisas” Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Princípios da Assistência Humanitária 4 princípios humanitários (Dunanismo): • Humanidade: vida e dignidade da população. • Imparcialidade: assistência e proteção deve focar mais vulneráveis e necessidades mais elevadas, sem distinções de nacionalidade, raça, sexo, religiosa, classe ou opinião política.. • Neutralidade: não assumir um lado das hostilidades. É uma forma de garantia de imparcialidade. Ao não tomar lados você garante que a ajuda é estritamente imparcial e puramente humanitária. • Independência: existem dependências pessoal e institucional, mas a organização é dirigida por profissionais não manipulados ou dependente de outras forças que determinam a decisão. (Voluntariado, unidade e universalidade são exclusivos CV) Humanitarismo - profissionalização • Genocídio de Ruanda 1994: atuação humanitária é diferente. • Mais de 1 milhão de refugiados • Campos de refugiados e zonas de conflito • 48.000 mortes somente por cólera • ONGs: falta de coordenação e de padrões operacionais • Somente boa vontade não resolve. É necessário gestão. Por que estudamos Logística Humanitária ? “Nós não precisamos de uma conferência de doadores, precisamos de uma conferência de logística” (NY Times, 2005) Palavras de embaixador europeu na Conferência das Nações Unidas pós tsunami da Ásia Porque estudamos Logística Humanitária ? ▪ Vulnerabilidade das sociedades atuais impõe desafios logísticos às organizações que buscam responder a desastre: – Tsunami e o terremoto no Oceano Índico em 2005 despertou acadêmicos para o assunto. – Furacões no Caribe e América do Norte – Terremotos no Paquistão em 2005, na China em 2008, no Haiti e no Chile em 2010, Nepal em 2015, a série de desastres em Tōhoku, no Japão, em 2011 e tufões nas Filipinas em 2013. – No Brasil: Vale do Itajaí (SC) em 2008, no Nordeste em 2009, e em São Luiz do Paraitinga (SP) no início de 2010 e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro em 2011. Por que estudamos Logística Humanitária ? ▪ Próximos 50 anos, os desastres naturais e os provocados pelo homem vão aumentar cinco vezes em número e severidade (THOMAS e KOPCZAK, 2005). ▪ Previsões de aumento da frequência de tempestades no sudeste do Brasil em decorrência do aquecimento global (FAPESP, 2011). ▪ Militares: (NPS) 388 missões da US Navy no período de 1979-2000: 22 de combate e 366 humanitária (APTE et al., 2014). Desastres naturais no Mundo Número desastres naturais reportados 1900 -2015 Número de mortes por tipo de desastre – 1995 -2015 Fonte: EM Dat, 2015 Desastres no Mundo - 2005-2014 (UNISDR 2014) Desastres naturais no Mundo Fonte: UNISDR & CRED, Poverty & Death: Disaster Mortality 1996-2015, 2016 Desastres no Mundo - 1996-2015 Fonte: UNISDR & CRED, Poverty & Death: Disaster Mortality 1996-2015, 2016 Desastres no Mundo - 1996-2015 Número de mortes por desastre, em comparação com o número de mortes por 100.000 habitantes por grupo de renda, 1996-2015 Desigualdade e desproporcionalidade em termos de sofrimento humano entre pobres e ricos. Megadesastres (> 100.000 mortes) irão acontecer novamente em países pobres. Fonte: UNISDR & CRED, Poverty & Death: Disaster Mortality 1996-2015, 2016 Tendências e riscos 2017 e 2018 Fonte: ACAPS, 2016, 2017 Brasil: Habitações informais situados em encostas (UNISDR GAR 2015) Verão: Enchentes/Deslizamentos – São Paulo Como fornecer ajuda humanitária de maneira eficaz? Enchentes em SP – Danos à malha logística Como desenvolver melhores planos de resposta? Fenômenos Meteorológicos relacionados a desastres naturais Fenômeno Descrição Meses Últimas Ocorrências El Niño Aumento anormal de temperatura no Oceano Pacífico tropical afeta os padrões de vento mundiais Dez/Jan/Fev 2002-2003 (moderado) 2004-2005 (fraco) 2006-2007(fraco) 2009-2010 (fraco) 2015 (forte) La Niña Queda anormal de temperatura nas águas superficiais do Oceano Pacífico tropical Jun/Jul/Ago 1988-1989 1995-1996 1998-2001 2007-2008 2010-2012 Source: CPTEC/INPE (forte) (fraco) (moderado) (forte) (forte) Anormalidade da temperatura na superfície oceânica (El Niño - Dez/1997) El Niño e La Niña alternam entre 3-7 anos e tendem a gerar efeitos opostos Source: CPC/NCEP/NWS/NOAA-EUA Impactos do El Niño e do La Niña no Brasil Região Brasileira El Niño La Niña Norte Secas e Queimadas Aumento das chuvas e dos níveis dos rios Nordeste Secas severas Aumento das chuvas e dos níveis dos rios Centro-Oeste (Sem efeitos pronunciados) (Baixa previsibilidade) Sudeste Aumento moderado das temperaturas (Baixa previsibilidade) Sul Chuvas severas (MaioJulho) Secas severas Prevenir e Preparar • A combinação entre mudanças climáticas, crescente urbanização, co-dependência entre infraestruturas críticas apresentam grandes desafios para gerência de desastres (FERREIRA, TANIGUCHI e SCHREINER, 2011). • Atualmente na escala mundial, cada R$ 1 investido em prevenção equivale, em média, entre R$ 25 e 30 de obras de reconstrução pós-evento (MENDIONDO, 2006). E o futuro? Brasil - Danos (1995 – 2014) Fonte: CEPED-SC, Banco Mundial (2016) Brasil - Danos Econômicos (1995 – 2014) Fonte: CEPED-SC, Banco Mundial (2016) Brasil - Danos Materiais (1995 – 2014) Fonte: CEPED-SC, Banco Mundial (2016) Prejuízos Totais 3 x danos materiais Perdas Coorporativas Chuvas affect afetamthe as activities: atividades: 2009/2010 - Rainfall 4% Entrega atrasada de Late delivery of products 3% produtos Atrasos de Delays or ou lackfalta of staff funcionários 14% 40% 15% Operational costs Custos operacionais Delays raws materials Atrasoinno transporte transportation de matérias-primas Atividades de Cargo activities 24% carga Danos materiais Material damages Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) Fiesp (São Paulo ManufacturersAssociation) – 12/01/2011 Ementa • Introdução e relevância do assunto • Conceito de Logística • • • • • • • • • • • Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Introdução ao conceito de logística Logística ao Longo do Tempo Primeira Citação Logística • Gênesis 41 – José do Egito cria “Armazéns” e estoca 20% (~ 1700 AC). Século XIV • Veneza torna-se o primeiro Centro Mundial de Comércio devido à sua localização estratégica e infraestrutura Logística. Toda a Europa utiliza o porto de Veneza. 2- Introdução conceito Introdução aoao conceito dedlogística Origem Militar: Logística: É a arte prática de movimentar os exércitos, compreendendo não apenas os problemas de transporte, mas também o trabalho de estado maior, as medidas administrativas e até as atividades de reconhecimento e de informação necessários para o deslocamento e a manutenção de forças militares organizadas. Enc. Mirador Internacional, 1975 Um Triângulo Estratégico Estratégia de estoque • Previsão de demanda • Decisões sobre estoque • Decisões de compras e de programação de suprimentos • Fundamentos de estocagem • Decisões de estocagem Objetivos de serviço ao CLIENTE • O produto • Serviço Logístico •Informação Estratégia de Transporte • Fundamentos de Transporte • Decisões de Transporte Estratégia de Localização • Decisões de Localização • Processo de planejamento de rede Fonte: Ballou, 2004 Tomada de Decisão Classificação • Nível Hierárquico Estratégico Tático Operacional Fonte: Ballou, 2004 Hierarquia de Decisões Logísticas Localização Transporte Estoques Proc. do pedido Armazenagem Compras Estratégico Número, Tamanho, Localização de facilidades Seleção do modal Política de estoques, Rotatividade Prog. de sistema de proc. pedido Layout, Seleção de equipamento e Manuseio Política de relacionamento Tático Posicionamento do estoque Aluguel sazonal de equipamento Estoques de segurança Regras e Prioridades Utilização espaço, escolha sazonal Contratação, seleção de fornecedores Atendimento Coleta e arrumação Liberação de pedidos Operacio nal Roteirização, Agendamento e despacho Regras de controle Reposição (quantidades e prazos) Fonte: Ballou, 2004 ESTRATÉGIA - Histórico • Grego: “Strategos” – arte de Generais •Tropa de Elite Estrategia.wmv ESTRATÉGIA - Histórico Sun Tzu (general chinês que viveu no século IV AC) : •Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. •Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. •Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas... 兵法 ESTRATÉGIA – Operações Humanitárias •Sun Tzu : •Nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer. Não espere que o inimigo não ataque, mas esteja em uma posição que não possa ser atacada. •A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar. 42 ESTRATÉGIA - Histórico • Por quê ? •Alice no país das maravilhas Elementos básicos da logística Processo de planejar, operar e controlar Fluxo e Armazenagem do ponto de origem Matéria –prima Produtos em processo Produtos acabados Produtos já consumidos Informações Dinheiro De forma econômica, eficiente e efetiva ao ponto de consumo Satisfazendo as necessidades e preferências dos clientes Novaes, 2001 – Cap 2 Ponto de vista logístico: Empresa Logística Empresarial Suprimentos de materiais (Materials management) Fontes Fornecedores Distribuição Física Plantas / operações •Transporte •Níveis de estoque •Processamento do pedido •Compras •Embalagens •Armazenagem •Manuseio de materiais •Sistema de informação Clientes •Transporte •Níveis de estoque •Processamento do pedido •Agendamento de entregas •Embalagens •Armazenagem •Manuseio de materiais •Sistema de informação Cadeia de suprimentos interna CR (2004) Prentice Hall, Inc. Fonte: Ballou, 2004 Analisar toda a cadeia Ponto de vista Empresa Fornecedores Clientes Clientes dos Clientes Fornecedores dos Fornecedores Compra Transforma Produtos e Informações Distribui Abrangência da Cadeia de Suprimentos Fornecedores Fontes Distribuidores Fabricantes Consumidores Varejistas Materiais Fundos Informações Transporte Lead time Transporte Lead time Transporte Lead time Transporte Lead time Transporte Lead time Exercício em grupo Fazer um esboço das atividades e necessidades de integração e fluxo de informação de uma cadeia de suprimentos (posição FABRICANTES), considerando uma das opões: • produto “Refrigerante” fornecido em embalagem “pet” 2L (admitir sazonalidade severa) • produto “Pasta de dentes” fornecido em tubo de termoplástico de 90g com promoção de 120g • “Kit de limpeza” com 10 itens de fabricantes diferentes adquiridos em regime de urgência (24 horas para entrega) • vencedor de ata de preços para o produto “Cesta Básica” com 16 itens alimentares e 24 horas para entrega Abrangência da Cadeia de Suprimentos Fornecedores Fontes Distribuidores Fabricantes Consumidores Varejistas O que considera importante informar para aqueles que estão nas etapas anteriores e posteriores na cadeia de suprimentos ? Tempo: 10 minutos Ementa • Introdução e relevância do assunto • Conceito de Logística • Desastres • • • • • • • • • • Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Desastres: Definições IFRC: Evento súbito e calamitoso que interrompe as atividades de uma sociedade ou comunidade, causando perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais que excedem a capacidade de recuperação da sociedade ou comunidade atingida usando apenas seus próprios recursos UN/ISDR: Uma grave perturbação do funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade devido a eventos perigosos que interagem com condições de vulnerabilidade e exposição, levando a perdas e impactos humanos, materiais, económicos e ambientais generalizados. Sociológica: Perry e Quarantelli – 2 livros sobre o assunto Conceitos: Perigo Perigo (com base no UNISDR 2004, citado no Sendai Framework) Um evento físico potencialmente prejudicial, fenômeno ou atividade humana que pode causar a perda de vida ou lesão, danos materiais, perturbações sociais e econômicas ou degradação ambiental. Comentário: Os perigos podem incluir condições latentes que podem representar ameaças futuras e podem ter diferentes origens: naturais (geológicas, hidro meteorológicas e biológicas) ou induzidas por processos humanos (degradação ambiental e riscos tecnológicos). Os perigos podem ser isolados, sequenciais ou combinados em sua origem e efeitos. Cada perigo é caracterizado pela sua localização, iIntensidade, frequência e probabilidade. Fonte: (UNSIDR, 2015). Conceitos Vulnerabilidade (baseada no UNISDR 2004, citado no quadro Sendai) As condições determinadas por fatores físicos, sociais, econômicos e ambientais ou processos que aumentam a susceptibilidade de uma comunidade ao impacto de perigos. Comente: Para fatores positivos que aumentam a capacidade das pessoas para lidar com os perigos. Fonte: (UNSIDR, 2015). Desastres Vulnerabilidade: grau que uma pessoa ou comunidade é susceptível Perigo: possibilidade de um evento, fenômeno ou atividade humana ocorrer Perigo e condições de vulnerabilidade convergem Ambiente Natural Evento Evento Sistema Social Perigo Exemplo: uma tempestade severa pode ser considerada apenas um evento natural se não atingir áreas ocupadas. Caso atinja um local habitado pode gerar situação potencial de perigo a pessoas e bens. Fonte: (MARCELINO, 2007). Conceitos: Risco Risco (baseado no UNISDR 2004) A combinação da probabilidade de um evento perigoso e suas consequências que resultam da (s) interação(ões) entre riscos naturais ou causados pelo homem, vulnerabilidade, exposição e capacidade. Além de expressar a probabilidade de um evento perigoso e suas consequências, é crucial reconhecer que os riscos são inerentes ou podem ser criados ou existem dentro dos sistemas sociais. Isto é, importante considerar os contextos sociais em que os riscos ocorrem e que as pessoas, portanto, não compartilham necessariamente as mesmas percepções de risco e seus fatores subjacentes. Fonte: (UNSIDR, 2015). Qualidade de vida Atividade econômica Estabilidade social Desastre Melhor Ocorrência do desastre ? Normal Pior Antes Durante Depois Tempo Adaptado de Marcelino (2007) Desastres • Modo de inicio Início súbito Início lento Natural Antropogênico Terremoto Ataque terrorista Furacão Golpe de estado Tornados Acidente químico Fome Crise política Seca Crise de refugiados Miséria • • Desastres súbitos: frequentemente recebem atenção da mídia Desastres de início lento: frequentemente construídos a partir de crises esquecidas Perigos Antropogênicos Um perigo proveniente de condições tecnológicas ou industriais, incluindo acidentes, procedimentos perigosos, falhas de infraestrutura ou atividades humanas específicas. Exemplos de riscos tecnológicos incluem poluição industrial, radiação Tecnológico nuclear, resíduos tóxicos, falhas de barragens, acidentes de transporte, explosões de fábrica, incêndios, contaminação de alimentos, incidentes cibernéticos e derramamentos de produtos químicos. Os riscos tecnológicos também podem surgir diretamente como resultado dos impactos de um perigo natural *. Perigos em que as causas são uma combinação de fatores naturais e antropogênicos, incluindo degradação ambiental, mudanças climáticas e outros. Este termo é usado para as circunstâncias em que a atividade Socionatural humana está aumentando a ocorrência de certos perigos além de suas probabilidades naturais. A evidência aponta para um crescente fardo de desastres por tais perigos. Os riscos socionaturais podem ser reduzidos e evitados através de uma gestão responsável da terra e dos recursos ambientais. ISDR, 2015: Proposed Updated Terminology on Disaster Risk Reduction: A Technical Review Tipos de Operações Humanitárias Operações Humanitárias Socorro a desastres Desastres naturais Início lento Ex: Fome, seca Inicio súbito ou alerta tardio Não previsíveis Ex: Terremotos, Tusnamis Previsíveis Ex: Furacão, Inundaçao Antropogênicos Desenvolvimento Humano Saúde Ex: Programas anti HIV e malária Início lento Educação Ex: Crise de refugiados Ex: Educadores sem fronteiras Início súbito Ex: Ataque terrorista Agricultura Ex: Purchase for progress Micro Finança Ex: Micro crédito Logística de operações humanitárias ▪ Fases de um desastre: Acidente ocorre (início da fase “durante”), toda uma cadeia de socorro e alívio é acionada. ▪ Ciclo de vida: Classificação de Desastres Desastres Naturais Geofísicos Terremotos •Tremores •Tsunamis Erupções vulcânicas Deslizamentos (condição seca) •Deslizamento de terra •Avalanche •Subsidência •Desprendimento de rochas Hidrológicos Enchentes •Fluviais •Pluviais •Costeiras Deslizamentos Hidrocausados •Deslizamento de terra •Avalanche •Subsidência •Desprendimento de rochas Biológicos Epidemias •Viroses infecciosas •Bacterioses infecciosas •Micoses infecciosas •Doenças priônicas infecciosas Infestação de Insetos Debandada de animais Metereológicos Tempestades •Ciclone tropical •Ciclone extratropical •Tempestades locais Climatológicos Temperatura extrema •Ondas de calor •Ondas de frio •Secas Características Tipo de desastre Natural / Capacidade de Impacto antropogênico Previsão Potencial Extensão Geográfica Terremoto Natural Baixa Alto Grande (nacional) Tsunami Natural Baixa Alto Grande (multinacional) Tempestade / Furacão Natural Média Médio/Alto Grande (nacional) Erupção Vulcânica Natural Média Alto Grande Pandemias Ambos Baixa Alto Grande (global) Ataque terrorista Antropogênico Média Médio Local Acidente de Transporte Antropogênico Baixa Médio Local Conflito armado Antropogênico Média Alto Grande (multinacional) Deslizamento de terra Natural Média Baixo Local Avalanche Natural Média Baixo Local Acidente químico Antropogênico Baixa Médio Média Acidente nuclear Antropogênico Baixa Alto Grande (multinacional) Inundação, enchente e alagamento Fonte: IPT/Min Cidades (2007) e Defesa Civil de S B Campo (2012) Ciclo de vida de um desastre Desastre Desastre Fonte: FEMA e IFRC (2012) Ciclo e atividades logísticas Minimizar sofrimento Custos (Orçamento) Pré- posicionamento Desastre (Adaptado de FEMA e IFRC, 2015) Ciclo de vida de um desastre Mitigação: • Atividades que eliminem ou reduzam a probabilidade de ocorrência ou os efeitos de um desastre. Se não puderem evitar desastres, podem pelo menos reduzir o impacto negativo. Por exemplo, reforços no telhado irá reduzir danos causados por vendavais. Reduzir construções nas várzeas reduzem a chance de residências inundadas. Desastre Ciclo de vida de um desastre • Preparação: • Pôr em prática mecanismos para combater fatores que a sociedade não foi capaz de mitigar. Planejar como reagir quando um desastre venha a ocorrer e disponibilizar recursos necessários para a eficácia da resposta. Ajudam a salvar vidas e minimizar os danos, preparando as pessoas para que respondam apropriadamente quando uma emergência é iminente. Desastre Ciclo de vida de um desastre Resposta (ou durante o desastre): • Ato do atendimento à emergência. Abrange o período durante e imediatamente após o desastre. Durante esta fase, é prestada assistência às vítimas do evento e tenta-se reduzir a probabilidade de danos maiores. As primeiras 72 horas são críticas para o socorro às vítimas, pois após esse tempo uma comunidade passa a encontrar dificuldades para sobreviver por seus próprios meios. Desastre Ciclo de vida de um desastre Recuperação: • Última fase do ciclo de vida de gerenciamento de desastres. A sociedade afetada procura restabelecer a normalidade. Vigora até que todos os sistemas retomem a operação normal ou quase normal. No curto prazo de recuperação restaura-se sistemas vitais. No longo prazo, a recuperação pode durar meses ou anos, até que a área do desastre retome à sua condição anterior ou ainda numa situação melhor. Desastre Logística X Ciclo do desastre Início súbito Fase Duração Volume de transporte Mitigação Preparação Longo prazo e Longo prazo e contínuo contínuo Baixo Baixo Kits para Tipos de suprimentos Variados atendimento às necessidades básicas Urgência Baixa Fontes de Local ou não suprimento local Baixa Local Início lento Resposta Recuperação Dias ou meses Meses ou anos Alto Médio Alimentos, Variam conforme remédios, água, o tipo de higiene, abrigos, desastre kits domésticos, (material de etc reconstrução) Muito Alta: lead Média: pressão time crítico pela normalidade Não local Local ou não local Auxílio ao desenvolvimento Longo prazo e contínuo Moderado Amplo gama de produtos e desenvolvimento de tecnologia Moderada Local ou não local Intensidade de um desastre NÍVEL INTENSIDADE SITUAÇÃO I Desastres de pequeno porte (Prejuízo menor que 5% do PIB municipal) Facilmente superável com os recursos do município De média intensidade II III IV (Prejuízos entre 5% e 10% do PIB municipal) Superável pelo município, desde que envolva uma mobilização e administração especial. A situação de normalidade pode ser De grande intensidade restabelecida com recursos sociais, desde que complementados com recursos estaduais e (Prejuízos entre 10% e 30% do PIB municipal) federais. (Situação de Emergência – SE) Não é superável pelo município, sem que De muito grande receba ajuda externa. intensidade Eventualmente necessita de ajuda (Prejuízos maiores que 30% internacional. do PIB municipal) (Estado de Calamidade Pública – ECP) Ementa • Introdução e relevância do assunto • Conceito de Logística • Desastres • Logística Humanitária x Logística Empresarial • • • • • • • • • Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Definição O que é Logística? O que é desastre? A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através do planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos (Ballou, 1992). Segundo a IFRC, desastres podem ser definidos como um evento súbito e calamitoso que interrompe as atividades de uma sociedade ou comunidade, causando perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais que excedem a capacidade de recuperação da sociedade ou comunidade atingida usando apenas seus próprios recursos (Natarajarathinam, 2009). A Logística Humanitária é o processo de planejar, programar e controlar estoques de mercadorias eficientemente e com custo mitigado, bem como acompanhar o fluxo de informações correlatas, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o objetivo de atender a propósitos beneficentes (Thomas and Mizusjima, 2005). Cadeia de Suprimentos Comercial Suprimentos Produção Produtos Distribuição Produtos Consumo Produtos $ $ $ Informação Informação Informação Adaptado de Blanco e Goentzel (2006), Beamon (2006), Ballou (2006) e Nogueira etal (2009) Cadeia de Suprimentos Humanitária Compras locais Doações Central de Distribuição Local Suprimentos Adquiridos Distribuição última milha Central de Distribuição Secundária Estoque Central de Distribuição Permanente Suprimentos Produtos Distribuição Produtos $ Informação Informação Consumo Produtos Cadeia de suprimentos humanitária Doadores & suprimentos Agência recebedora Agência de entrega • Governos • Fundações • Companhias • Agências da ONU •WFP •WHO • ONGs • ONGs locais e globais • Organizações ou governos locais • Militares • Individuais • IFRC • WVI • CARE • Cruz Vermelha •… Beneficiários • Governos Outros indiretamente envolvidos: mídia internacional, público em geral em países doadores 78 Cadeia de Suprimentos Empresarial X Humanitária Parâmetro Logística empresarial Logística humanitária Objetivo Atendimento e lucro Minimizar sofrimento e perda de vida Foco Produtos e serviços Pessoas e suprimentos Demanda Estável e previsível. Ocorre para locais pré- Gerada por eventos imprevisíveis em termos do determinados e em quantidades conhecidas e tempo, localização, tipo e tamanha. Estimada pré-estabelecidas Lead Time Determinado nas após a ocorrência necessidades, desde o Requerido é praticamente zero (ocorrência e fornecedor até o consumidor final Centros necessidade). de Bem definidos em termos de número e Desconhecida. Pontos de coletas e distribuição distribuição Controle localização de donativos de Utilização de métodos definidos, baseados em Desafiador pela grande variação da demanda e estoques Lead Time, demanda e níveis de serviços Sistemas de Alta tecnologia e bem definidos da localização da mesma Informações incompletas e pouco confiáveis Informação Recursos Mão de obra capacitada Humanos Alta rotatividade, desgastante Fontes: Nogueira, Gonçalves e Novaes (2007) e Ertem et al, (2010). voluntários, ambiente Cadeia de Suprimentos Humanitária • Características que trazem complexidade e desafios únicos para a cadeia humanitária: – Imprevisibilidade da demanda; – Demanda súbita, ocorrendo em grandes quantidades e prazos curtos para uma ampla variedade de suprimentos; – Altos riscos associados à distribuição adequada e oportuna; – Falta de recursos (oferta, pessoas, tecnologia, capacidade de transporte e dinheiro); – Instalações permanentes e/ou temporárias ao longo da cadeia. (Thomas and Kopczak; 2005; Van Wassenhove, 2006) Logística de operações humanitárias ▪ Ciclo de vida: Recursos enviados Desastre Preparação Preposiciona materiais Resposta Demanda Implantação Infraestrutura Recuperação Sustentação Adquire Desmobiliza Reconfiguração Transporte Avaliação Ocorrência do desastre Início do fluxo de abastecimento Distribuição Tempo Final do fluxo de abastecimento Apte (2009) : “Dinheiro não consegue resolver problemas quando falta a preparação e o gerenciamento de operações Ementa • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial • Desafios da logística de operações humanitárias • • • • • • • • Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Desafios da Logística Humanitária • A complexidade existente nas operações comerciais de logística é amplificada no caso da logística de emergência (humanitária), devido: – Insegurança e a incerteza do funcionamento das redes de transporte e dos meios de comunicação (HOLGUÍN-VERAS et al., 2007). – Cada evento é diferente. Desafios da logística de operações humanitárias • Pobres e imprevisíveis condições operacionais: • – Infraestrutura (estradas, aeroportos) inadequados ou não disponíveis – Sistemas de informação e processos de logísticos inadequados • Demanda altamente incerta exige rápida avaliação: – Reforçado por financiamento de doadores – Múltiplos stakeholders com objetivos diferentes e conflitantes. • – Avaliação rápida e pouco frequente leva a operações problemáticas • Condições de suprimento incertas: – Cadeia de suprimentos projetada e implementada no local • • Dependência de voluntários: – Limitações de financiamento Problemas de recursos humanos: – Falta de treinamento adequado – Estresse leva à alta rotatividade • Pressão de tempo para trabalhar: – Falha medida em visas perdidas • Múltiplos stakeholders: – Objetivos conflitantes – Falta de coordenação Doações não solicitadas: – Criam gargalos imprevisíveis e competem por recursos limitados Pressão para resolver crises de curto prazo impedem a construção de capacidade de longo prazo: • Ambiente de instabilidade política: – Restrições de entrega devido ao envolvimento militar ou do governo 84 Desafios da logística de operações humanitárias Antes de uma emergência, a logística pode envolver: • • • • • • • 85 Aquisição de equipamentos Estoques de suprimentos Designação de instalações de emergência Estabelecimento de relações Estabelecimento de recursos de treinamento Estabelecimento de acordos de assistência mútua Preparação de estoques de recursos Durante uma emergência, a logística pode envolver: • Fornecimento de mapas para equipes de emergência • Fornecimento de dados sobre material de segurança aos empregados • Movimentação de equipamentos • Organização de suporte médico, alimentação e transporte • Organização de abrigos • Fornecimento de energia e equipamentos de comunicação Desafios da Logística Humanitária no Brasil • Falta de preparação ao desastre – – – – Áreas de risco não mapeadas Falta de veículos de emergência Falta de simulações ao desastre e coordenação prévia Falta de investimentos(fundos públicos de redução de desastres mal geridos) Como um resultado disso… •Repetição de eventos previsíveis (em tempo e espaço) relacionados ao clima •Centenas de vítimas fatais registradas todo ano no Brasil Vídeo Fantástico Restrição de capacidade - gargalo Roupas Alimentos Abrigos Remédios Fluxo determinado pelo gargalo Brinquedos Como determinar prioridades e maximizar o fluxo de materiais? Vítimas Desafios da logística de operações humanitárias Mitigação da instabilidade ✓ Pedidos por pânico: pedidos de barracas após o terremoto de Gujarat (Índia) em 2001 leva à escassez de barracas. ✓ Devido à falta de comunicação entre as agências, os pedidos de grandes quantidades de barracas ao mesmo tempo resultou em um excesso de barracas (duplicação de esforços), enquanto outras necessidades não foram atendidas. IFRC Choreographer of Disasters. INSEAD Case Study 2001 Adaptado de Luke Van Wassenhove, INSEAD Competição entre organizações ✓ "Muitas ONGs operam como concorrentes buscando contratos no mercado de ajuda, levantando fundos com campanhas de mídia, fazendo lobby com governos tão difícil como em qualquer outro negócio.“ (The Economist, 2000) ✓ "Recursos financeiros superiores controladas por ONGs internacionais fazem com que estas, por vezes, contratem pessoal treinado de ONGs locais" (Moore et al., 2003) Coordenação: importância Uma única organização não consegue responder de maneira isolada a um desastre de grande porte ou catástrofe. Objetivo: melhorias • Custos, tempo e qualidade através de economias de escala, • Nos processos através da consolidação de tarefas logísticas de diferentes organizações (Schulz e Blecken, 2010). • Aprimoramento dos controles das quantidades de produção, entrega de produtos e recebimento de donativos (Akhtar et al., 2012). Coordenação Vertical: Diferentes níveis da cadeia de suprimentos Ex: Cluster da ONU Horizontal: Atores no mesmo nível Ex: ONGs “Relacionamentos e interações entre diferentes atores operando no ambiente de assistência.” (Balcik et al., 2010) Ironia: “Relações interorganizacionais são geralmente um desafio para os esforços de resposta ao invés de ser uma fonte de suporte “ Long e Wood (1995) Coordenação “Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer” Evandro Mesquita (1982) Dinâmica Exercício: Dinâmica sobre Coordenação e Negociação Dinâmica do exercício 2 jogadores Defesa Civil – administrador de contratos ONG CETAF – coordenador que busca ser contratado para fornecer suprimentos de alívio Objetivo: Negociar e estabelecer preço e prazo de entrega para operação logística de armazenagem e transporte de suprimentos de alívio para a temporada de chuvas. Cada jogador recebe as instruções confidenciais, que descreve sua situação, e o processo de negociação é iniciado. Os jogadores devem manter estas instruções em segredo e utilizá-las como base para a negociação. A Defesa Civil começa a reunião e o processo de negociação é iniciado, onde cada jogador negocia de acordo com suas informações contidas em suas instruções confidenciais. É mandatório que a negociação seja concluída e o preço e o prazo de entrega estabelecidos. Dinâmica Barreiras à Coordenação Conflitos culturais Estruturas centralizadas e/ou descentralizadas em relação a matriz Custos gerados pela coordenação Reuniões pouco objetivas Competição entre atores Visibilidade de mídia Estresse e pressão • Akhtar et al. (2012), Balcik et al (2010) e Seaman (1999) Ementa • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias • Estratégias de abastecimento • • • • • • • Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Estratégias de abastecimento • O tipo de desastre e sua extensão determinam a dificuldade da operação logística de resposta e a estratégia logística a ser adotada (APTE, 2009). • Os tipos de materiais a serem utilizados, assim como suas necessidades temporais, diferem conforme a complexidade do desastre (MSF, 1997). • A probabilidade de sobrevivência diminui severamente após as primeiras 72 horas (Fiedrich; Gehbauer e Rickers, 2000). • Suprimentos de alívio necessitam ser enviados sem uma avaliação adequada das necessidades, pois não existe tempo, tampouco recursos físicos e humanos disponíveis. • 4 estratégias podem ser empregadas na resposta a desastres naturais: Localizada Dispersa Extensão Nível de dificuldade logística da operação Início Lento e Disperso Início Súbito e Disperso Maior atenção de mídia Início Lento e Localizado Início Súbito e Localizado Lento Súbito Modo de Início Nível de dificuldade da operação de resposta. Fonte: Apte (2009) Pré-posicionamento • Fase: Preparação Desastre Estratégias Logísticas • Pré-posicionamento: • Armazenagem de suprimentos de alívio em quantidade e locais previamente definidos para atendimento a prováveis desastres. • Adequado: – Lead time de abastecimento ultrapassa o período de tempo em que podem ser necessários. – Preservar os recursos de transporte. – Proporciona agilidade no processo de resposta. • Em desastres dispersos pode não ser viável, pois pode requerer grandes quantidades de estoques para abastecer uma vasta região. Preposicionamento de Materiais - UNHRD Locais dos Hubs do UNHRD (Humanitarian Response Depot) Envio antecipado • Fase: Preparação Desastre Estratégias Logísticas • Envio antecipado (proativo) de materiais • Alternativa ao pre-posicionamento é o envio de suprimentos de alívio para uma área próxima a um eventual desastre, segura e não susceptível, após a emissão de alerta ou perigo eminente. – Realizado com antecedência visando reduzir futuros problemas. – Utilizada para desastres de início lento, pois permitem o planejamento e resposta. – Avanços obtidos nas ciências de previsão é possível antecipar os recursos na expectativa de um desastre, em vez de esperar a solicitação da área de impacto potencial. Envio gradual • Fase: Resposta e Recuperação Desastre Estratégias Logísticas • Envio gradual de bens e suprimentos • Entrega de suprimentos para uma área afetada por desastres, de acordo e na quantidade necessária ao atendimento. – Análogo ao just in time tem a vantagem de evitar o excesso de estoques e atender somente os tipos e quantidades de materiais necessários. – Impede a zona de desastre de ser saturada com materiais não necessários. – Viável quando as necessidades na área de desastre não são conhecidas ou se alteram ao longo do tempo. Aumento rápido de capacidade • Fase: Resposta Desastre Estratégias ??? Logísticas • Aumento rápido de capacidade • Após o desastre, localidades não afetadas próximas ao local têm sua capacidade incrementada e abastecem os locais atingidos por desastre. – Um aumento na capacidade de transporte, mão de obra e equipamentos em locais fora da área do desastre. – Indicada para desastres de início rápido quando ocorrer um déficit de capacidade de resposta ou as necessidades tiverem um aumento durante a operação. – Último recurso, quando o pré-posicionamento ou envio proativo de materiais não são viáveis ou não foram realizados. Estratégias Logísticas X Desastres Estratégia Logística Extensão e modo de inicio Disperso e Localizado Disperso e Localizado Fase súbito e súbito lento e lento Pré-posicionamento Preparação Envio antecipado Preparação Envio gradual Aumento rápido Pandemia Furacão Tsunami do Terremoto Exemplo Não desejável Oceano no Haiti de H1N1 Katrina Índico 2004 2010 2009 2005 Desejável Fonte: Adaptado de Apte e Yoho (2011) Resposta e recuperação Resposta Muito desejável Ementa • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento • Dimensionamento da necessidade de materiais • • • • • • A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Suprimentos de bens e serviços - FEMA Tier A: suprimentos para sobrevivência nos 1-2 dias após o desastre. Fornecido através de estoque e então contratos Água, gelo, alimentação, geradores, cobertores, telhas plásticas, lona, berços Tier B: produtos essenciais fornecidos conforme necessidade, através de contratos pré-negociados Combustível, material de construção, ferramentas, itens de segurança, materiais de escritório, equipamentos, ração animal, sacos para corpos Tier C: serviços de apoio, fornecidos através de contratos pré-negociados Armazenagem, transporte, remoção, acampamentos, pessoal, construção, TI, banheiros portáteis Tier D: equipamentos de apoio / suprimentos fornecidos às vítimas e equipes de primeira resposta através de kits Kits médicos, higiene e kits FEMA específicos Restrição de capacidade - gargalo Vítimas Fluxo determinado pelo gargalo Como determinar prioridades e maximizar o fluxo de materiais? Prioridades no abastecimento Prioridades no abastecimento: regras de sobrevivência Condição Tempo de sobrevivência Sem abrigo e aquecimento Entre 1 a 2 dias Sem água Entre 2 a 3 dias Sem alimentação 14 dias (em casos extemos até 68 dias)Fonte: Lamont-Gregory; Henry e Ryan (1995) Ou ainda ... Regra do 3 ... 3 minutos sem ar, 3 horas sem aquecimento, 3 dias sem água, 3 semanas sem alimento Haiti: consumo de recursos (transporte) PODs Área de transbordo Semi-reboque (motorista e ajudante) transportando 30 tons: Santo Domingo-Port-au-Prince (6 horas) 6 caminhões 5 ton (motorista e ajudante) de transporte para 6 PODs (1,5 hora cada viagem) Carga: 10 homens-hora (empilhad) Carga: 240 homens-hora (manual) Transporte: 12 homens-hora Transporte: 36 homens-hora Total: 22 homens-hora Total: 276 homens-hora Dividir alimentos, organizar e distribuir Carga: 240 homens-hora Org e Distrib: 1.080 homens-hora Total: 1.320 homens-hora Relação de mão de obra 1:12:60 Projeto Esfera ▪ Iniciado em 1997 por um grupo de organizações humanitárias que visa definir padrões comuns de assistência em setores chaves; ▪ Criado a partir de princípios e padrões aceitos por consenso pelas organizações, não tem caráter obrigatório. É uma referência qualitativa da área humanitária ▪ Busca estabelecer padrões mínimos de qualidade e quantidade dos materiais necessários para a resposta em crises humanitárias; ▪ Gera referência para padronizar a qualidade dos materiais em um nível eficiente para suprir as necessidades das vítimas Projeto Esfera Necessidades Básicas de Água Água para 2,5 – 3 litros/dia Consumo Dependendo do clima e da fisiologia do indivíduo Higiene Básica 2 – 6 litros/dia Dependendo das normas sociais e culturais Cozinha 3 – 6 litros/dia Dependendo da base nutricional do local Total 7,5 – 15 litros/dia Projeto Esfera Lista de materiais básicos de higiene Balde 10-20 litro para transporte de água 1 por família Balde 10-20 litro para armazenamento de água 1 por família 250g de sabão para banho 1 por pessoa por mês 250g de sabão para banho 1 por pessoa por mês Materiais aceitáveis para higiene mestrual 1 kit por jovem/adulta Projeto Esfera Requisitos Mínimos de Alimentos ▪ Necessidades: 2.100 kcal / pessoa / dia, sendo: ▪ 10 por cento do total da energia fornecida por proteína. ▪ 17 por cento do total da energia fornecida por gordura. Projeto Esfera • Roupas: Todas as mulheres, meninas, homens e meninos devem pelo menos dois conjuntos completos de vestuário de tamanho correto e que sejam apropriadas à cultura, estação do ano e clima do local. • Com o intuito de garantir o conforto térmico e condições de sono adequadas, todas as pessoas afetadas devem possuir um conjunto de cobertores, roupas de cama, colchões ou revestimentos para dormir e ainda, conforme a necessidade, rede de proteção ou repelentes contra insetos. • Outros itens também podem ser necessários, tais como utensílios para cozimento de alimentos, pratos e talheres. 116 Projeto Esfera • Higiene e Limpeza: Adicionais: – – – – – Creme dental: 100 g/mês. Escova de dentes: 1/mês. Xampu: 250 ml/mês Loção infantil: 250 ml/mês. Aparelho de barbear descartável: 1/mês por jovem/adulto do sexo masculino. – Escova de cabelo e/ou pente: 1/mês. – Cortador de unhas: 1/mês. – Fraldas: de acordo com a necessidade familiar. 117 Ementa • • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais • A decisão e dinâmica de uma evacuação • • • • • Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Marcos de Hyogo e Sendai Prioridades do marco de ação de Hyogo 2005-2015 foram: • Garantir que a redução do risco de desastres seja uma prioridade nacional e local com forte base institucional para a aplicação; • Identificar, avaliar e monitorar os riscos de desastres e melhorar os sistemas de alerta precoce; • Conhecimento, inovação e educação para criar uma cultura de segurança e resiliência em todos os níveis; • Reduzir os fatores de risco subjacentes; e • Fortalecer a preparação para desastres para permitir uma resposta eficaz em todos os níveis Sendai (9) sustenta prioridades de Hyogo e aponta lacunas Diferença no foco: • Hyogo: gerenciamento de desastres • Sendai: compreensão e gerenciamento de risco Marco de Sendai • Meta global (18g): Aumentar substancialmente a disponibilidade e o acesso a sistemas de alerta precoce para vários perigos e as informações e avaliações sobre o risco de desastres para o povo até 2030. • (14) ... melhoria em sistemas de alerta precoce. • (25a) ... fortalecer a modelagem, a avaliação, o mapeamento e o monitoramento do risco de desastres, bem como sistemas de alerta precoce para vários perigos .... • (33b) ... ampliar os canais de difusão para informações de alerta precoce sobre desastres naturais ... • (4c) ... maior desenvolvimento e investimento em mecanismos de alerta precoce .... facilitar o compartilhamento e o intercâmbio de informações entre países • (36d) Os meios de comunicação devem: assumir um papel ativo e inclusivo nos níveis local, nacional, regional e global ... • Além do (9) Marcos de Hyogo e Sendai – Tecnologia There are many references to science and technology in the Sendai Framework. Science and technology are mentioned in many paragraphs, such as Paragraph 19 which specifies the guiding principles, Paragraphs 24, 25, and 36 For example, under Priority 1, "Understanding Disaster Risk", paragraph 25 (b) states: "To promote the conduct of comprehensive surveys on multihazard disaster risks and the development of regional disaster risk assessments and maps, including climate change scenarios." UN – ISDR (UNISDR, 2006) • People Centered Early warning systems Conhecimento de risco Serviço de monitoramento e alerta Disseminação e comunicação Capacidade de resposta UN – ISDR (UNISDR, 2006) • People Centered Early warning systems Conhecimento de risco • Riscos relevantes • Vulnerabilidades das pessoas e da sociedade a esses perigos • Mapas e dados disponíveis • Padrões e tendências Disseminação e comunicação • Alertas compreensíveis e úteis • Informações para preparação prévia daqueles em risco • Chegar a todos em risco • Compreensão do perigo Serviço de monitoramento e alerta • Capacitação para monitorar precursores de perigo • Prever a evolução do perigo • Emitir avisos atempados • Base científica Capacidade de resposta • Conhecimento • Plano e capacidade para ação oportuna, adequada e testada (autoridades e pessoas em risco) • Pessoas preparadas para agir “O” despertar acadêmico • Katrina 2005 • Agentes públicos não eram bem treinados em evacuação antes do furacão e não tomaram as medidas apropriadas • Despertou acadêmicos e oficiais (Post-Katrina Emergency Management Reform Act of 2006) – Auto evacuação – Evacuação assistida (USA > 65: 54% tem alguma incapacidade e 20% dificuldade em deixar suas residências) (Apte et al., 2015). Exemplos de sucesso O sucesso da operação de evacuação foi possível em grande parte devido a grandes melhorias na infraestrutura física e nos sistemas de comunicação do país, embora a polícia achasse necessário, às vezes, forçar os aldeões relutantes a deixarem suas casas de barro e palha, vulneráveis aos ventos fortes e chuvas, disseram autoridades locais. Número de mortos na costa oriental da Índia (ciclones cat 5): Odisha em 1999: 10.000 Phailin em 2013: 30 http://www.nytimes.com/2013/10/14/world/asia/india-cyclone.html?_r=0 Brasil Fontes: http://www.sbmet.org.br/sic2015/Cemaden_Natal_2015_carlos_frederico.pdf http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/04/crianca-morre-apos-desabamento-na-regiao-da-san-martin-em-salvador.html http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/05/dezenove-pessoas-morreram-em-deslizamentos-de-terra-em-salvador.html Efetividade da tecnologia Este sistema de centros de alerta incorpora as mais recentes tecnologias avançadas de detecção, análise e comunicação e emitiu avisos para vários eventos. No entanto, tem sido criticado por ficar aquém "na última milha“, resultando no fracasso das comunidades em responder adequadamente ao perigo em questão. UN – ISDR (UNISDR, 2006) • People Centered Early warning systems Conhecimento de risco • Riscos relevantes • Vulnerabilidades das pessoas e da sociedade a esses perigos • Mapas e dados disponíveis • Padrões e tendências Disseminação e comunicação • Alertas compreensíveis e úteis • Informações para preparação prévia daqueles em risco • Chegar a todos em risco • Compreensão do perigo Serviço de monitoramento e alerta • Capacitação para monitorar precursores de perigo • Prever a evolução do perigo • Emitir avisos atempados • Base científica Capacidade de resposta • Conhecimento • Plano e capacidade para ação oportuna, adequada e testada (autoridades e pessoas em risco) • Pessoas preparadas para agir Sistemas de alerta • Devem abranger: – Detecção – Intensidade – Interpretação – Decisão de aviso – Conteúdo da mensagem – Forma de disseminação. 2 Decisões • 1º Decisão: do Agente de Monitoramento – Recomendar ou não uma evacuação. • • • • Severidade Tempo Histórico Cultura – Predominantemente técnica • 2ª Decisão: do morador – Evacuar ou permanecer ? – Predominantemente psicossocial A Decisão do Agente de Monitoramento Parâmetros de predição atingidos Decisão: Gestão do risco de desastres Desastre acontece Maximizar Agir antes que o provável desastre aconteça (após a previsão) Ação válida Falha ao agir Agir após o provável •Perda de reputação desastre acontecer (apesar •Danos e outros custos da previsão) •Perdas humanas Desastre não acontece Ação em vão •Custos diretos •Custos indiretos •“Cry wolf syndrome” Sorte Inação válida (sem foco) Uchida, Kenetsu. A model evaluating effect of disaster warning issuance conditions on “cry wolf syndrome” in the case of a landslide. European Journal of Operational Research 218.2 (2012): 530-537. Mecanismos de alerta • Automático ou não • Exemplos: – – – – – Sirenes Carros de som Verbal Mídia Estado de Washington: antenas disparam SMS para todos celulares em sua cobertura • Velocidade de resposta varia conforme o mecanismo (Sorensen, 1991) • Apesar da tecnologia, ainda não atinge “última milha”. Decisão de evacuação do morador • Na iminência de um desastre, os moradores monitoram a informação de uma variedade de fontes para decidir “se” “e” quando evacuar. • Decisão: – – – – – – Quando evacuar ? Para onde ir ? Qual o modo de transporte ? Qual veículo utilizar ? Qual o caminho ? Qual o tipo de acomodação ? • Considerar quanto tempo estarão longe de suas casas. Compreender o processo de evacuação • Durante uma emergência as pessoas são afetadas pelo medo, incerteza e pela velocidade que as coisas acontecem. • Compreender o comportamento e o processo de tomada de decisão das pessoas sob essas circunstancias é fundamental para que a evacuação seja bem sucedida (Nisha de Silva, 2001). Cultura ARCO DA SOBREVIVÊNCIA Fases percorridas pelo cérebro em desastres: 1. NEGAÇÃO: Choque inicial. Adia enfrentamento. 2. DELIBERAÇÃO: Fase da decisão 3. MOMENTO DECISIVO: Ação O Impensável (Amanda Ripley, 2008) Comportamentos na resposta a alertas • O primeiro alerta (inicial) é desacreditado. • NEGAÇÃO: Arco da Sobrevivência (Amanda Ripley, 2008) • Sirene isoladamente não constitui alerta, muitos ignoram. • Mensagens de alerta devem incluir informações sobre a ameaça e diretivas para ações. • Quanto mais específica a informação, maior a probabilidade das pessoas acreditarem. Quem evacua ? Literatura Internacional • Maior probabilidade de evacuação: – Casas com crianças. – Experiências anteriores bem sucedidas (Dixit et al. 2008). • Maior a probabilidade de permanecer em casa (não evacuar): – – – – Maior nível educacional. Maior idade. Maior quantidade de cachorros. Experiência anterior: Síndrome de Cry Wolf (Uchida, 2012). • Residências com animais e sem crianças tendem a não evacuar . (Heath et al., 2001) Por que não evacua ? Brasil (alerta RIO) • Os moradores acreditam que, não irá ocorrer nenhum acidente; • Pontos de apoio inadequados; • O sistema de alerta não resolve o problema. Precisam de obras de infraestrutura e contenção de encostas; • Desconfiam do título de "área de risco" dado pela Prefeitura; NEGAÇÃO • Não se sentem seguros para sair de suas casas sob a chuva forte (pessoas mais idosas e com criança pequena); • Os moradores têm medo de ter seus pertences roubados se saírem de casa (Melo et al., 2016). Comportamentos na resposta a alertas • Resposta podem variar: mulheres e crianças são mais propensas em acreditar; homens idosos e minorias étnicas são mais difíceis de convencer. • A probabilidade de acreditar em autoridades uniformizadas é maior do que na mídia ou em parentes e vizinhos. • Famílias e grupos de trabalho avaliam as mensagens de alerta em conjunto (Dawson, 1993). Abordagem: Planos de contingência • Básico: responder três perguntas simples. 1. O que vai acontecer ? 2. O que vamos fazer ? 3. O que podemos fazer antes que aconteça ? Logística de evacuação • Definida como as atividades e recursos associados necessários para chegar a um local seguro e lá permanecer até que seja seguro retornar. Tipo de desastre e de alerta • Uma evacuação é definida conforme: – Tipo de desastre; – Capacidade de previsão; – Tempo disponível para evacuação; – Infraestrutura; – Cultura do local. Tipos • Voluntária • Recomendada • Obrigatória Tempo de resposta X tipo de desastre • Alerta antecipado: – – – – Tipos: Ciclones, furacões, inundações Mobilização e partida segue Logit . Maior tempo e quantidade de pessoas Pessoas levam bens. (Sorensen, 1991) • Alerta tardio: – Tipos: Deslizamentos de terra, tsunamis, inundações bruscas (flash floods), enxurradas, tornados/microexplosão. – Pouco tempo para evacuação e menor quantidade. – Preocupação com animais. Dados sobre evacuação • Logística: para modelar o comportamento de evacuação das famílias com maior precisão. • O quê: dados sobre o comportamento dos afetados. • Para quê: dimensionar instalações e suprimentos e prever quantos precisarão de acomodações em centros de acolhimento. • Duração: para antecipar quando as famílias devem retornar e impactos econômicos. Comportamentos • Pessoas preferem sair durante o dia. • Confiança nas casas de amigos e parentes. Abrigo é última opção. • Ao escolher uma rota, pessoas tendem a considerar a sua familiaridade com a rota com base em experiência passada. – Base: tempo relativo, segurança e conveniência da rota. • Nível de confiança: autoridades locais, mídia e recomendações dos pares. • Não consideraram folhetos anteriormente distribuídos. • Comportamento de manada (Prince, 1920). Evacuação parcial • Família evacua mas algum membro (geralmente pai) permanece para “guardar” o local. Veículos utilizados • Não existe um padrão, depende do perfil etário e socioeconômico da população e costumes locais • Divergências detectadas (caso: furacões – alerta antecipado) – Miami Beach: são mais propensos a tomar ônibus especiais de evacuação (Analysis of hurricane evacuee mode choice behavior. Sadri, Arif . Mohaimin ; Ukkusuri, Satish V. ; Murray-Tuite, Pamela ; Gladwin, Hugh, Transportation Research Part C, Vol.48, p. 37-48) – Katrina: 74% usaram seus próprios veículos (Logistics of hurricane evacuation in Hurricanes Katrina and Rita. Wu, Hao-Che ; Lindell, Michael K. ; Prater, Carla S.. Transportation Research Part . F: Psychology and Behaviour, Vol.15(4), p.445-461) Ementa • • • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação • Gestão de conhecimento em Logística Humanitária • • • • Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres Exercícios e Estudos de Caso Avaliação da aprendizagem Ementa • • • • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária • Gestão e triagem de doações • Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres • Exercícios e Estudos de Caso • Avaliação da aprendizagem Desafios Gestão de Doações Efeito de Convergência: Grande fluxo de materiais até a região do desastre, em um curto intervalo de tempo, que sobrecarrega o canal logístico e o bloqueia Como transformar isto em benefício para as vítimas? Restrição de capacidade - gargalo Vítimas Fluxo determinado pelo gargalo Como determinar prioridades e maximizar o fluxo de materiais? Desafios Gestão de Doações Gestão de doações (o segundo desastre) ✓ Durante as enchentes na Colômbia em 2010, a Cruz Vermelha colombiana informou ter recebido: ✓ "Um a fantasia de tigre" (para uso no carnaval), "perucas " ✓ "... Três bandeiras espanholas ..." ✓ "... Um colchão king size usado que ninguém conseguia mover ..." José Holguín-Veras (2012), Director of the Center for Infrastructure, Transportation, and the Environment, Rensselaer Institute, NY 154 Desafios Gestão de Doações Gestão de doações (o segundo desastre) ✓ Doação do excesso de produção de alimentos prejudica os produtores locais, derrubando ainda mais os preços já rebaixados no mercado internacional. JOSHUA E.K (2012) Roubos e Desvios Gestão de doações Roubo por grupos armados prolongou conflitos: ▪ Sudão do Sul 2013/2014 ▪ Somália 1990 ▪ Ruanda 1994 ▪ Nigéria (1967-1970) ▪ Afeganistão – doações vendidas, grande parte nas mãos dos Talibãs. JOSHUA E.K (2012) 156 Desafios da logística de operações humanitárias Gestão de doações (o segundo desastre) Enchentes e enxurrada em Blumenau (Santa Catarina) em 2008: após supridas as necessidades locais, foi necessário o redirecionamento de 88 caminhões com aproximadamente 897,6 toneladas de roupas para 27 municípios vizinhos. Haiti (2010): um sexto do staff da Cáritas da República Dominicana foi alocado para a separação de roupas José Holguín-Veras (2012), Director of the Center for Infrastructure, Transportation, and the Environment, Rensselaer Institute, NY Efeito de Convergência Doações Doações Doações Desastre Doações Doações Doações Doações Doações Ex.: Haiti 2010 1 aeroporto Limites de Capacidade Todo mundo enxerga a bola, mas ninguém enxerga o cachorro: A falta de visão sistêmica da cadeia de suprimentos dificulta a percepção da dificuldade em gerar o efeito de convergência de materiais. O acúmulo da doações impede a gestão eficiente do recurso. O benefício se torna impedimento. Medicamentos na Bósnia 50-60% de medicamentos doados para a Bósnia durante a guerra de 1992-1995 eram inapropriados (vencidos, sem especificação, danificados...). (Fritz Institute) Haiti doesn’t need your old shirt... “Cada ano a NFL doa as camisetas do time perdedor (do Super Bowl) para caridade” (Foreign Policy, 2011) O doador se dispõe de um material que ele não pode vender e recebe insenções de impostos por isto. Este material é transportado dos EUA com um alto custo logístico O problema? Eles não precisam disto! 162 Quão longe isto pode chegar? Doações Nojentas Sabonetes usados de hotel (Uganda) Doações Inúteis Pirulitos em formato de caveira que sobraram do dia das bruxas (Furacão Mitch) Doações Ofensivas Presunto apimentado para populações muçulmanas (Tsunami) (Fonte: Fritz Institute) Restrição de capacidade - gargalo Roupas Alimentos Abrigos Remédios Fluxo determinado pelo gargalo Brinquedos Como determinar prioridades e maximizar o fluxo de materiais? Vítimas Ex: S L Paraitinga – Donativos Total de doações enviadas: estimativa de 420 toneladas • População: 10.397 (IBGE, 2010) • Desabrigados: aproximadamente 2.000 Peças inadequadas + Excesso + Triagem lenta = “tsunami de doações” Campanha encerrada em 12/01/10 em razão de estoques lotados Restrição de capacidade • Doações não necessárias no canal logístico • Vídeos: • Destino de Doações A melhor distribuição possível... ▪ “Melhor” como? Para quem? – Para vítimas e para própria organização. ▪ Objetivos comuns (encontrados na literatura): – – – – – Menor custo Maior rapidez de entrega Maior demanda satisfeita Mais equidade entre os pontos de distribuição Mais peso para atendimento da demanda considerada prioritária A melhor distribuição possível... ▪ Tá fácil? Em geral... – Quanto mais rápido, mais caro – Quanto mais igualitário, menos eficaz (em volume de carga) – Quanto maior o peso das prioridades, menos igualitário Porque as pessoas doam • Motivação é o principal fator que leva uma pessoa a adotar uma causa. • Quando os doadores se sentem envolvidos e motivados com uma causa, a possibilidade de doações aumenta. Causa é aquilo que necessita do apoio da sociedade e que visa o bemestar da sociedade ou de grupos Pereira (2001 ). • Os principais motivos que fazem as pessoas não doarem são: – – – – – Credibilidade da organização que pede Dúvidas quanto à destinação do recurso doado Falta de bons projetos Falta de identificação com a causa Falta de habilidade no processo de captação Kother (2007) . Influência da mídia • A mídia exerce um papel fundamental na fase de resposta a um desastre, principalmente na mobilização de voluntários e doações. • Desastres naturais: pessoas doam mais, quando comparado aos antropogênicos (ZAGEFKA et al., 2011). • Mídia, em sua visão empresarial, escolhe os assuntos que geram repercussão e audiência e mais lucrativos (CORONEL, 2010). • Necessidades mais elevadas e urgentes passam despercebidas quando a mídia deixa de expô-las devido a manchetes concorrentes (olimpíadas). Crises e emergências podem acontecer simultaneamente e competir por tempo e atenção da mídia (ARNOLD, 2011). Fluxo de doações Transporte Doações Triagem Distribuição (vítimas) Local do desastre Descarte de inservíveis Triagem Transporte Local do desastre Doações Descarte de inservíveis Distribuição (vítimas) Triagem de doações • Dificuldades encontradas pelas equipes de ajuda: – Doações são inadequadas às necessidades das comunidades atingidas por não passarem por triagens nas cidades de origem – Entregues sem organização alguma – Sapatos sem seus pares – Medicamentos e alimentos fora do prazo de validade – Roupas em mal estado de utilização ou sem tamanho definido • Ideal seria que as doações ficassem armazenadas em locais próximos as regiões atingidas pelas calamidades, em que pudessem ser calmamente limpas, classificadas e ordenadas (Souza, 2011) . • ERRO: triagem em abrigos. Arrumação das doações • Muitas vezes: escola (2 ou + andares) • Disposição de itens: facilidade de movimentação. – Alta demanda e difícil movimentação (alimentos, produtos de limpeza e água em andar inferior) – Mais pesados e volumosos próximos à saída para facilitar carga e descarga. – Andares superiores itens mais leves e de fácil movimentação como fardos de papel higiênico e colchões. • Fluxo de materiais: por segurança e agilidade, deve-se definir espaços para fluxo de materiais e evitar obstruir áreas de passagem. O movimento de entrada e saída deve ser padronizado para aumentar velocidade de circulação e evitar gargalos, principalmente quando há apenas um portão. • Nível de estoque: controle entrada e de saída (pesagem) e Vídeo consequentemente, o saldo. Mariana Distribuição interna • Exemplos: Fluxos Lógicos dos materiais E E S S Aula 3 – Aspectos operacionais de um armazém 174 Distribuição interna: Exemplo • Exemplos: Fluxos Lógicos dos materiais E S Roupas Roupas Separadas Sapatos Sapatos Separados Outros Outros Separados Alimentos Alimentos Separados Separação Inicial Aula 3 – Aspectos operacionais de um armazém 175 Distribuição interna: Exemplo • Exemplos: Fluxos Lógicos dos materiais Sapatos Separação Inicial Alimentos Outros Separados S Alimentos Separados E Sapatos Separados Roupas Separadas Roupas Outros Aula 3 – Aspectos operacionais de um armazém 176 Arrumação das doações • Armazenagem: separados por tipos de materiais (alimentos, roupas, limpeza, etc). Evitar contato com o solo. • Separação de materiais: alocação de salas de forma a separá-los em ordem crescente de cheiro e risco de contaminação, posicionando materiais de limpeza o mais distante possível de alimentos. • Água: protegida da luz e isolados de quaisquer produtos aromáticos. Triagem: Sapatos • Diversos padrões de numeração Sapatos • Encontrar o par Protocolos Triagem de calçados Sapatos: Gabaritos Com pares e numeração Sem numeração Sem pares 6% 13% 49% 32% Sem condição de uso Roupas • Verificar condição geral • Separação: roupas íntimas, sujas, rasgadas, políticos ou de times esportivos devem ser descartadas. • Verificar gênero • Verificar tamanho • Identificar e embalar Alimentos • • • • • Verificar situação geral Verificar condição da embalagem Verificar data de validade Formar kit Identificar e embalar Medicamentos • Somente triagem inicial – Condição geral – Condição da embalagem – Data de validade • Entregar a pessoal capacitado (ex.: Sec Saúde) o material OK e o descarte Alimentos: Cesta básica Item Descrição Qtd Conteúdo líquido da(s) embalagem(ns) 1 Achocolatado em pó 1 400 g 2 Açúcar refinado 1 1 kg 3 Arroz tipo 1 1 5 kg 4 Biscoito doce tipo “Maisena” 2 200 g 5 Extrato de tomate 2 350 g 6 Farinha de mandioca 1 500 g 7 Farinha de Trigo 1 1 kg 8 Feijão tipo 1 4 1 kg 9 Goiabada 1 400 g 10 Leite em pó 1 400 g 11 Macarrão espaguete 3 500 g 12 Óleo 2 900 ml 13 Sal refinado iodado 1 1 kg 14 Salsicha tipo Viena 2 180 g 15 Sardinha em óleo comestível 2 125 g Antes e depois Before During After Distribuição de doações • Os líderes da distribuição devem receber orientação prévia e. • Dar instruções aos voluntários sobre como relacionar-se com as vítimas caso estas: queiram abrir novas caixas, peçam mais material, conflitos para pegar determinada roupa, etc. • Sinalização adequada das salas com atividades e doações na entrada da escola. • Deixar a roupa estocada em outro ambiente que não o local de coleta das roupas por parte do pessoal. Obs.: as próprias vítimas começam a abrir as caixas e geraram tumulto no local. • Determinar quantidade de máxima de pessoas na sala de doações e organizar filas. • Providenciar embalagem para as doações serem levadas. • Identificar pessoas que possam auxiliar os voluntários a deixar as doações organizadas. Gestão logística dos abrigos • Identificação das vítimas • Ideal – identificar antes da chegada ao abrigo • Famílias X Solteiros – Doações são inadequadas às necessidades das comunidades atingidas por não passarem por triagens nas cidades de origem – Entregues sem organização alguma – Sapatos sem seus pares – Medicamentos e alimentos fora do prazo de validade – Roupas em mal estado de utilização ou sem tamanho definido • Ideal seria que as doações ficassem armazenadas em locais próximos as regiões atingidas pelas calamidades, em que pudessem ser calmamente limpas, classificadas e ordenadas (Souza, 2011) . • ERRO: triagem em abrigos. Exercício • • • • • • • Realizar a triagem das doações recebidas Organizar o leiaute da sala Equipamentos (EPI) do pessoal: calçados e luvas Separar por: Tipo (roupa, alimento, calçado) Definir equipes (recebimento, roupa, alimento, calçado, outros) Roupas e calçados – Separar por tamanho e gênero • Alimento – Formar kit cesta básica • Identificar Ementa • • • • • • • • • • • Introdução e relevância do assunto Conceito de Logística Desastres Logística Humanitária x Logística Empresarial Desafios da logística de operações humanitárias Estratégias de abastecimento Dimensionamento da necessidade de materiais A decisão e dinâmica de uma evacuação Gestão de conhecimento em Logística Humanitária Gestão e triagem de doações Lei 12.608 – Instrumento de Auxílio no Enfrentamento de Desastres • Exercícios e Estudos de Caso • Avaliação da aprendizagem Trabalho • Exercícios (1 h para elaboração e 15 min de apresentação) • Realizar o planejamento logístico, ao longo do tempo (definir esse tempo) e modo de início, incluindo: – Os tipos de materiais (prioridades e quantidades) e suas fontes. – Locais de operação. – Estratégia de transporte e distribuição dos materiais. Trabalho • Exercício • Situação 1: • Inundação no Município de Paraibuna, 1400 residências destruídas, 3 dias para recuperar ruptura na rodovia dos Tamoios. • Situação 2: • Seca no município de Guaribas no Piauí. 4.400 habitantes. Empresas de ônibus disponibilizam bagageiros para transporte de doações oriundas de RJ/SP. Trabalho • Exercício • Situação 3: • Vazamento nuclear em Angra dos Reis. Cidade de Bananal (10.200 habitantes) necessita ser desocupada. • Situação 4: • 20 imigrantes haitianos chegam diariamente a cidade de Brasiléia no Acre. Por questões diplomáticas, a ajuda do governo brasileiro não é permitida. Trabalho • Situação 5: • Na madrugada de hoje, 54 casas foram atingidas pelo Rio Buquira em São José dos Campos, que subiu 1,2 metros e transbordou. Na SP-50, estrada que liga a cidade a Monteiro Lobato e ao sul de Minas Gerais, ônibus e caminhões estão impedidos de passar. Trabalho • Situação 6: • Até agora foram registrados 68.414 casos de dengue, 27 óbitos e 211 casos confirmados da forma grave da doença (hemorrágica), em 401 municípios do estado da Bahia. A população ainda não está imune ao vírus com sorotipo 4 que tem circulado, mas já há uma vacina testada para esse tipo de vírus. Sem uma vacinação em massa, toda a população do estado fica em situação de suscetibilidade. • O ministério da saúde quer conter a doença e tomar medidas para coibir o seu avanço para outros estados brasileiros e a população afetada precisa de tratamento médico emergencial. Obrigado Thank you Gracias Grazie